terça-feira, 30 de abril de 2013

São Weindenfeller

Pode ter certeza: se não fosse pelo goleiro Roman Weindenfeller, o Borussia Dortmund não teria conseguido chegar às finais desta edição da Champions League. O capitão fez pelo menos quatro defesas difíceis no primeiro tempo e mais umas quatro no segundo tempo.

O Borussia, a meu ver, errou ao deixar o time muito recuado para jogar pelo resultado. O time poderia ter sido mais fiel ao seu estilo de jogo e valorizar a posse de bola para impedir o Real de jogar, mas foi necessário muito sangue-frio dos zagueiros. Hummels, Subotic e Piszczek foram muito bem, marcando os atacantes madrilenhos e tirando o espaço dos jogadores merengues. Lewandowski não estava muito inspirado hoje e desperdiçou muitas chances, que poderiam fazer falta se não fossem os milagres de Weindenfeller. Götze, que saiu machucado, também fez falta.

O Real, por sua vez, me agradou com a escalação de Modric no lugar de Khedira. O time ganhou muito mais qualidade no passe e na criação. O ganês Essien não foi brilhante, mas foi bem melhor que Pepe na semana passada. Mas o Real foi um time muito desleal, com muitas cotoveladas e carrinhos desnecessários. Xabi Alonso, Essien, Sergio Ramos e Coentrão poderiam muito bem ter sido expulsos. O time foi para o tudo ou nada no segundo tempo, colocando Kaká e Benzema no lugar de Coentrão e Higuaín, respectivamente, mas o Borussia não levou tanto perigo nos contra-ataques aproveitando os avanços dos Merengues. E tome pressão dos espanhóis, que fizeram dois gols e ficaram muito próximos de irem para a final.

O Borussia está de parabéns pela classificação, mas com muitas ressalvas por jogar pelo resultado. A estrela de São Weindenfeller brilhou como nunca no jogo de hoje.

PS. Gostaria de aproveitar e pedir desculpas ao lateral Marcel Schmelzer. Eu o critiquei muito no jogo contra o Bayern München, válido pela DFB Pokal. Porém, o garoto do Borussia é talentoso (como foi demonstrado nas últimas partidas) e acho que nem Thiago Silva e Marcelo juntos dariam conta de segurar Lahm e Robben ao mesmo tempo...

Paixões Assassinas

Eu criei este blog porque eu gosto de futebol. Eu realmente aprecio o futebol, não apenas pelo fascínio que o esporte desperta em mim mas também pelo seu conceito artístico, com jogo coletivo e craques que sabem driblar, passar e fazer gols. Tanto, que sempre faço críticas pesadas aos que incentivam a prática de jogadas violentas e ou desleais, mas jamais peço a cabeça dos treinadores ou jogadores que o fazem. Critico porque quero ver se eles aprendem algo com os erros e melhoram a conduta em campo.

Acima de tudo, o futebol para mim é um passatempo, algo que eu curto para ter alguns minutos de diversão. Não faço disso o meu modo de vida. Não deixo de sair com os meus amigos ou de me dedicar às outras atividades para ver futebol. E, acima de tudo, jamais sairia por aí cometendo crimes em nome dos times que eu gosto. Não acho nem um pouco sensato você pegar uma arma e dar um tiro em outra pessoa porque ela veste a camisa do time que você não torce. E também não vejo nenhuma razão para você ir até o centro de treinamento do seu time de coração e atirar pedras contra o ônibus do seu time de coração porque o jogador falhou no momento decisivo.

Infelizmente, a grande maioria dos torcedores daqui do Brasil não pensa assim. Todos agem com extrema passionalidade quando se trata de futebol. É só ver a quantidade de palavras de baixo calão que aparecem nos comentários sobre os times nas páginas de esporte.

Nós brasileiros somos um povo passional. Somos movidos muito mais pelos nossos sentimentos do que pela nossa razão. Ficamos indignados quando um homicídio ganha repercussão na mídia ou quando um deputado é flagrado desviando milhões de reais dos cofres públicos. Diante de tais ocorridos, temos a grande vontade de pegarmos em armas e agredir tais malfeitores de todas as maneiras tão logo que as notícias vêm a público. Mas bastam algum tempo para que o ódio esfrie em nossos corações e voltemos às nossas vidas normais como se nada tivesse acontecido em relação àquelas notícias. Tanto é verdade que muitos políticos que foram acusados de crimes no passado estão de volta a Brasília, eleitos pelo voto popular.

Com o futebol é a mesma coisa. O torcedor brasileiro tem raiva daqueles que cometem erros pelo seu time -jogadores, treinadores e dirigentes. Até hoje eu me lembro que Kaká e Luis Fabiano saíram do São Paulo no começo da década passada pela porta dos fundos, mas o torcedor tricolor sempre pede a volta da dupla. Ou o que dizer de Carlito Tevez, que teve o carro danificado por torcedores em 2006, mas sempre que seu nome vem especulado no Timão, corinthianos pedem para que a diretoria traga o argentino de volta "a qualquer custo".

Pior acontece em relação a torcidas de times rivais. Sempre há torcedores dispostos a arrumar confusão com os rivais que cometem o "crime" de torcer para uma equipe rival. A intolerância que algumas das "torcidas organizadas" têm para seus rivais pode ser comparada à de grupos fundamentalistas. Basta ver quantos torcedores foram mortos ou feridos em nome do futebol. A raiva passa, mas as consequências são para sempre.

Até hoje eu me pergunto se vale mesmo a pena sairmos por aí com as camisas de nossos times preferidos, encontrarmos nossos amigos no bar ou no estádio e nos depararmos com pessoas armadas, vestidas com a camisa de um time adversário e que dão um tiro antes de pensar se eu realmente tenho algo contra ele.

Futebol é arte e entretenimento. Mas se o brasileiro sempre prefere pensar antes com o coração do que com a cabeça, prefiro seguir os conselhos de Flávio Prado e continuar assistindo ao meu futebolzinho em casa.

Palpites para a Libertadores

TIJUANA X PALMEIRAS- o Tijuana talvez dê um susto no Palmeiras no jogo de ida com ajuda de seu polêmico gramado sintético, mas como a Libertadores não vale muita coisa para os mexicanos, o mais provável é que o Verdão sobreviva para as quartas-de-final. Palpito 1x0 para o Tijuana no jogo de hoje.

GRÊMIO X SANTA FÉ- é bom o Grêmio -que não contará com o técnico Vanderlei Luxemburgo, suspenso- fazer um bom resultado no jogo de amanhã, pois será muito difícil tirar a diferença no jogo de volta, que será na altitude. Mais uma vez, gostaria de criticar a imensa falta de planejamento e de preparo dos nossos clubes que não investem em infra-estrutura para enfrentar a altitude. Não sai tão caro criar ambientes para que os atletas possam se adaptar às menores pressões de oxigênio e todo ano é preciso participar de jogos no Peru, Bolívia, Equador e Colômbia. O Imortal deve fazer 2x0.

BOCA JUNIORS X CORINTHIANS- a reedição da final do ano passado é, provavelmente, o jogo mais aguardado das oitavas-de-final. O Timão vive um melhor momento que o Boca, mas o torcedor argentino faz MUITA pressão e o Boca conta com um elenco que tem muita experiência em Libertadores. Ainda assim, acho que o Coringão arranca um empate por 1x1 em La Bombonera.

SÃO PAULO X ATLÉTICO-MG- com toda sinceridade, duvido que o "Milagre do Morumbi" se repita na quinta-feira. O Galo vive um momento muito melhor e ainda conta com um estilo de jogo mais agressivo, além de ter Bernard, Ronaldinho e Tardelli. O Tricolor, por sua vez, ainda não transmite a mesma segurança de outrora, mostrando que o time ainda carece de mais tempo para ganhar corpo. 1x0 pro Galão da Massa.

EMELEC X FLUMINENSE- o Nense vai precisar de muito pulmão e muita hemoglobina para voltar do Equador com um resultado favorável. De novo: por que nossos queridos clubes não fazem um planejamento para enfrentar a altitude, uma vez que todo ano ocorrem jogos na Cordilheira dos Andes? Duvido que não haja profissionais de saúde adequados para ajudar no preparo dos atletas aqui no Brasil. 2x0 pros equatorianos.

E, mais uma vez: não espero nada da qualidade dessas partidas, exceto pelo jogo do Tricolor contra o Galo. A Champions League me deixou mal-acostumado.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Time que eu Mandaria para a Copa das Confederações

Tenho certeza que tudo o que for postado aqui não terá nenhum valor para o Felipão, afinal quase todos os nossos treinadores recusam-se a dar ouvidos ao povo ou à imprensa quando são questionados pelos jogadores que eles convocam. O meu caso não será diferente, uma vez que o meu blog não tem a quantidade de acessos das páginas da Globo ou da ESPN. E o Felipão não abre mão das suas convicções de que é mais importante evitar os gols do que fazê-los.

Ainda assim, vou postar aqui minhas sugestões para melhorarmos a qualidade do nosso futebol. Quem sabe, mais algum amante do futebol-arte lê isto aqui e me ajuda a fazer barulho para que o Brasil volte a ser respeitado.

GOLEIROS: Cavalieri (Fluminense), Jefferson (Botafogo) e Diego Alves (Valencia)- Cássio estaria nesta lista, mas suas constantes lesões e algumas falhas que ele cometeu em alguns jogos menores (provavelmente em decorrência destas lesões) me fazem desconfiar do corinthiano. Voto em Cavalieri como titular pelo seu bom desempenho nos últimos meses. Jefferson também voltou aos seus dias de glória no Fogão depois de um 2012 irregular. E Diego Alves viria para ganhar experiência -ele tem futuro, apesar da irregularidade.

LATERAIS: Dani Alves (Barcelona), Filipe Luis (Atletico de Madrid), Marcos Rocha (Atlético Mineiro) e Carlinhos (Fluminense)- Marcelo (Real Madrid) está machucado e, provavelmente, estará sem ritmo para a Copa das Confederações. Dani Alves recupera minha confiança após resgatar sua boa forma nesta temporada e Filipe Luis está em boa fase. Eles seriam meus titulares. Marcos Rocha e Carlinhos são jovens e talentosos. Vale apostar neles.

ZAGUEIROS: Dante (Bayern München), Thiago Silva (Paris Saint-Germain), Réver (Atlético-MG) e David Luiz (Chelsea)- Dante merece ficar com a vaga de David Luiz. O zagueiro do Bayern está numa fase espetacular e, ainda por cima, participa do jogo não se restringindo à marcação. O "Monstro" Thiago Silva ainda é o melhor zagueiro brasileiro em atividade e um dos melhores do mundo. Réver também está em boa fase e também participa do jogo e David Luiz ainda apresenta a mesma regularidade no Chelsea, mas ele está abaixo de Dante atualmente.

VOLANTES: Hernanes (Lazio), Ramires (Chelsea) e Paulinho (Corinthians)- já deixo claro que volante meu precisaria participar do jogo e não ficar só restrito a dar carrinho. Hernanes seria minha principal escolha, por marcar e criar com a mesma eficiência. Ramires possui as mesmas características e Paulinho está em boa fase.

MEIAS: Lucas (PSG), Oscar (Chelsea), Bernard (Atlético-MG), Ganso (São Paulo) e Jadson (São Paulo)-  o meu meio-de-campo titular teria Oscar (talentoso) e Jadson (está em boa fase). Em um esquema de três atacante, dois meias mais fixos cadenciando as jogadas seriam o motor do nosso ataque. Alternativamente, poderia armar o meio-de campo com Oscar fixo e centralizado e Bernard e Lucas abertos com liberdade para subir. Eu estou levando Ganso porque eu tenho certeza que ele e Neymar juntos já valem por meio time. Lamento que Renato Augusto (Corinthians) esteja machucado e Willian (Anzhi) esteja "escondido" na Rússia: sou fã dos dois atletas.

ATACANTES: Ronaldinho (Atlético-MG), Pato (Corithians), Neymar (Santos), Jonas (Valencia) e Osvaldo (São Paulo)- se Fred estiver recuperado, eu sacaria Osvaldo e convocaria o atleta do Flu. Meu esquema teria Ronaldinho (pela direita), Pato (centralizado) e Neymar (pela esquerda). Jonas está muito bem no Valencia e ele pode jogar centralizado ou aberto pelas pontas. Osvaldo está em boa fase.

ESQUEMAS:

4-3-3- Cavalieri, Dani Alves, Dante, Thiago Silva, Filipe Luis, Oscar, Hernanes, Jadson (Ganso), Ronaldinho, Pato e Neymar. Este esquema é, na verdade, um 2-3-2-3 para distribuir os atletas pelo campo e possibilitar trocas de passes, além de favorecer o ataque. Baseado no Barcelona de Pep Guardiola.

4-4-2- Cavalieri, Dani Alves, Dante, T. Silva, F. Luis, Hernanes, Lucas, Oscar, Bernard, Jonas (Neymar) e Pato. Este esquema pode se transformar em um 3-3-4 (adiantando os laterais e os dois alas e recuando Hernanes), sendo muito útil para pressionar equipes que tentarem fazer "ônibus" contra o Brasil.

4-2-3-1- Cavalieri, Dani Alves, Dante, T. Silva, F. Luis, Hernanes, Ramires, Lucas, Oscar, Bernard e Pato. Este esquema não é o meu favorito, mas é perfeito para tirar proveito da mobilidade e velocidade dos volantes e dos laterais. Baseado no Bayern München de Jupp Heynckes.

4-1-4-1- Cavalieri, Dani Alves, Dante, T. Silva, F. Luis, Hernanes, Lucas, Jadson, Oscar, Bernard e Pato. Este esquema foi utilizado por Diego Simeone no Atletico de Madrid e engoliu o Chelsea do Di Matteo em 2012. Facilita as trocas de passes e ainda permite roubar a bola no campo de ataque com eficiência.

Perspectivas para a Champions

Ok. Eu admito que estou falando muito sobre os jogos da Champions League, mas os dois jogos realizados na Alemanha na semana passada foram partidas mágicas, daquelas que você assiste e não esquece nunca mais, não apenas pelos placares mas também pela qualidade do futebol apresentado.

Mesmo goleando o meu Barcelona, fiquei muito satisfeito com o desempenho do Bayern München. Os bávaros vivem um momento muito melhor que o dos catalães e o resultado era esperado para mim, mas não a goleada. Foi magnífico ver como Ribéry, Robben e Müller se movimentam e criam oportunidades, sem deixar de lado o jogo coletivo. E os desarmes foram limpos, sem violência, com a exceção de Schweinsteiger e Martínez, que são um pouco estabanados nas entradas. Mas nada muito grave.

O meu Borussia também deu um grande show em campo. Após um primeiro tempo morno, a equipe aurinegra passou a jogar do jeito que gosta, com muitas trocas de passes. Eu até achei que o Real Madrid fosse colocar água no chope do time amarelo -chegou a ameaçar com o gol de Cristiano Ronaldo e com a pressão no final do jogo- mas prevaleceu a elegância e a ofensividade dos alemães sobre o pragmatismo do time madrilenho. Vale lembrar que a zaga merengue estava com desfalques e Modric não foi bem ao substituir Di María no primeiro tempo, mas isso não tira os méritos do Borussia. Errei o meu palpite por aqui -eu acreditava em empate.

E como será nesta semana na casa dos espanhóis?

O meu Barça conseguiu superar dois times que eram muito mais fortes na força física e no jogo aéreo no Camp Nou -o Milan e o Paris Saint-Germain. Mas as duas equipes em questão eram times estritamente defensivos, jogando pelo resultado e que não contavam que os catalães fossem pressionar a defesa adiantando os laterais e os volantes, além de contarem com Messi. Desta vez o Barcelona terá mais um adversário que se destaca pela força física, mas que joga no ataque. E ainda possui um meio-de-campo fortíssimo, com Müller, Robben e Ribéry. Acho que meu sonho de ver uma final Barça x Borussia ficará adiado para a próxima temporada. Aposto em um empate por 2x2.

O Borussia também vai a campo podendo jogar pelo resultado. Esta, aliás, é a primeira vez que o Dortmund vai decidir uma vaga jogando fora de casa. Quando estiveram no Santiago Bernabéu, no ano passado, os aurinegros ficaram perto de saírem de lá com a vitória, mas Özil empatou no fim do jogo. Acho que vamos ter outro empate, desta vez por 1x1. E, possivelmente, uma final alemã na Champions 2012-13.

2014, a Copa que o Brasil já Perdeu*

*(Artigo publicado em: http://www.espn.com.br/blogs/thiagoarantes#1)

Reproduzo aqui o texto do articulista Thiago Arantes, da ESPN.

O Brasil será o grande derrotado na Copa do Mundo de 2014. Esqueçam esquemas táticos, análises técnicas, convocações, gols ou arbitragem. A derrota não virá numa zebra nas oitavas de final contra a Bélgica, num duelo épico de quartas contra a Itália, numa semifinal angustiante contra a Espanha ou num Maracanazzo reloaded contra a Argentina.

A derrota já veio. O Brasil perdeu a Copa de 2014.

O Brasil perdeu, leiam bem. O que vai acontecer com a seleção brasileira é outra história. Uma história que muda pouco o que realmente importa. O Brasil perdeu a Copa de 2014.

Um evento como a Copa é a chance de um país mudar, se redescobrir, sanar problemas e construir soluções, mesmo que seja sob a fajutíssima desculpa de "o que o mundo vai pensar da gente se não estiver tudo dando certo?". Que seja, dane-se a pequenez da desculpa, desde que sejam construídas estradas, linhas de metrô, corredores de ônibus, elevadores, hotéis, e, vá lá, até um ou outro estádio.

A Copa do Mundo é, para os tempos de hoje, o que foram as tais "Exposições Mundiais" no século 19. Era preciso se arrumar para receber visitas em casa.

Mas o Brasil hoje corre para retocar a maquiagem, empurra a vassouradas a sujeira para debaixo do tapete, tranca os cachorros pulguentos na despensa e manda a criançada dormir mais cedo, porque sabe como é criança quando chega visita, desanda a falar cada coisa...

Faltam pouco menos de dois meses para a Copa das Confederações, e o estádio da final não está pronto. Aquele estádio na Zona Norte do Rio, que foi erguido no lugar do Maracanã ao preço mirabolante de 1 bilhão de reais; e que terá de ser reformado para a Olimpíada.

(Aqui, um parêntese: todas as reportagens sobre estádios da Copa têm a obrigação de falar quanto custou e quem financiou a obra; isso é utilidade pública, antes de mais nada).

Faltam menos de dois meses para a Copa das Confederações e nenhum aeroporto teve reformas significativas concluídas. Pouco mais de um ano para a Copa do Mundo e os taxistas que falam inglês continuam a ser uma raridade, as placas de trânsito seguem indecifráveis para estrangeiros, os hotéis e vias públicas não vão dar conta do recado, obras de mobilidade urbana de Manaus, Brasília e São Paulo não ficarão prontas - umas foram canceladas, outras postergadas, todas custaram irreversíveis milhões e não é difícil adivinhar quem pagou a conta.

A um ano e dois meses do começo da Copa, o presidente do Comitê Organizador Local está cercado por denúncias, e não é para menos. José Maria Marin, o homem que gere a operação Copa do Mundo no Brasil, passou seus mandatos de deputado bajulando delegados ligados às torturas da ditadura, superfaturou a sede da CBF, negociou apoio na aprovação de contas da confederação dando cheques a seus eleitores.

Enquanto isso, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, diz que a organização da Copa do Mundo no Brasil seria mais fácil se o país fosse menos democrático e tivesse menos esferas de governo, legal é a Rússia, que tem um poder centralizado e menos palpiteiros.

A organização da Copa do Mundo seria mais fácil, monsieur Valcke, se ela estivesse nas mãos de gente diferente.

De gente que não estivesse interessada apenas em sugar dinheiro do país com o benefício de isenção de impostos. A organização da Copa do Mundo seria mais fácil se ela fosse feita para, de fato, deixar o país com algumas pequenas vitórias em áreas que vão muito além do campo de jogo.

O Brasil de Felipão, de Neymar, de Ronaldinho ou Kaká, o Brasil pentacampeão, seja com volantes classudos ou brucutus, pode ganhar ou perder a Copa de 2014.

O Brasil de 200 milhões de pessoas, aquele que acordará no dia 14 de julho de 2014 para trabalhar, este sairá da Copa derrotado. Qualquer que seja o resultado da final.

domingo, 28 de abril de 2013

Que Horror!

Eu nem pretendia assistir aos jogos do Paulistão hoje. Só vi porque meu computador fica na sala de estar e o meu pai resolveu ligar a televisão. Eu deveria ter desligado o micro e ido para o quarto, mas meu vício de jogar Candy Crush falou mais alto... E acabei presenciando dois shows de horrores.

O meu Tricolor jogou um futebol totalmente burocrático e sem objetividade. Do que adianta você ter dois meias do quilate de Jadson e Ganso se o seu time finaliza mal e erra todos os passes? E, pra completar, o São Paulo aceitou a marcação da Penapolense, que até merecia ter saído com a vitória pela garra que apresentou, mas o time de Penápolis era fraco demais para seguir em frente.

O Timão e a Ponte fizeram uma partida um pouco menos ruim, mas fiquei impressionado com a quantidade de faltas cometidas pelos dois times. Como é possível considerar o Brasil como "país do futebol" se as nossas equipes apelam para a deslealdade? O pisão que o Baraka deu no Romarinho foi uma das coisas mais grotescas que eu já vi no futebol. Como a Macaca pode permitir uma infração dessas após ter perdido o volante Ferrugem também por causa de uma falta violenta?

O mestre Johan Cruyff já criticou o nosso futebol em 2010 por causa da preocupação excessiva com a defesa e pela violência em campo. E quer saber? Eu concordo plenamente.

Que Desânimo!

Depois daqueles dois espetáculos que o Bayern München e o Borussia Dortmund ofereceram durante a semana passada na Alemanha, acho que nunca mais verei o futebol brasileiro com os mesmos olhos.

Ontem, eu assisti ao clássico entre Santos e Palmeiras e fiquei extremamente desapontado como o Campeonato Paulista está nivelado por baixo. Jogadores bons como Cícero, Montillo e Henrique sendo obrigados a jogar bola como se estivessem na várzea. Será que não dava para os "professores" terem um pouco mais de ousadia e colocar os times no ataque e valorizar mais a posse da bola ao invés de deixar o time inteiro acuado contando com o erro do adversário?

O Palmeiras era o time que menos tinha a perder com a derrota ontem e, mesmo assim, o Gilson Kleina colocou o time inteiro atrás da linha da intermediária. E ainda escalou uma quantidade imensa de volantes. E o Muricy, que tem jogadores muito bons, transforma o Santos em um "escravo" do Neymar. Só lembrando que a joia santista não vai jogar a vida inteira pelo peixe e um dia ele vai ter de deixar a Vila Belmiro, seja para jogar na Europa, seja para se aposentar.

Nem estou animado para assistir às partidas de hoje. O Tite é outro que tem jogadores do nível razoável para bom e se preocupa mais com a marcação do que com a criação. E o Ney Franco, pelo jeito, não abre mão do Wellington e do Denílson. Eu trocava tranquilamente um dos dois por mais um meia e mandava o time valorizar a posse da bola.

Não me admira que o Felipão com sua mentalidade de que "volante goleador só fica bom na televisão" seja o treinador da nossa Seleção. Se todos os clubes do Brasil estão mais preocupados em não levar gols do que em fazê-los, não é surpresa que os cartolas de nossa confederação compartilhem da mesma filosofia.

Desculpem dizer, mas o nível do futebol brasileiro está muito ruim. O talento e a técnica estão sendo substituídos pela força, pela deslealdade e pela covardia. Não à toa, nós estamos na décima-nona posição no ranking da FIFA, enquanto a Espanha e a Alemanha estão no topo.

É Possível Seguir o Modelo do Bayern?

Eu já vinha escrevendo em meu blog que o Bayern München é o grande favorito para faturar a Champions League desta temporada. Estava na hora, não é? Esta geração já bateu na trave duas vezes -foi vice-campeão na temporada 2009-10 e também na temporada 2011-12. E os bávaros sempre primam pela regularidade nas competições: nem sempre conseguem os títulos, mas raramente fazem campanhas ruins.

Caso o Bayern confirme o favoritismo, pode ter certeza que o modelo do clube bávaro vai virar referência em todo o planeta Terra, inclusive aqui no Brasil. A maneira como o Bayern é administrado tem muitas semelhanças com o Barcelona -investimento nas categorias de base e a admissão de ex-jogadores como treinadores e cartolas. O estilo de jogo, no entanto, é totalmente diferente e requer um perfil específico de atleta.

O Bayern até joga com a bola no chão e troca alguns passes, mas não é esse o modus operandi da equipe. Os jogadores fazem muitas jogadas em velocidade e criam as melhores oportunidades através do jogo aéreo. Os atletas também precisam ir ao ataque e voltar para ajudar na marcação, o que resulta em uma movimentação intensa. Pessoas de baixa estatura e de pouca força sentir-se-iam extenuadas ao adotarem o estilo de jogo dos bávaros. Seria necessário um preparo físico apropriado -para correr e proteger a bola- e atletas altos -para tirar proveito do jogo aéreo. Não à toa, o time bávaro tem tantos jogadores de altíssimo nível no banco de reservas -o ritmo e a movimentação da equipe são tão intensos que a rotatividade do elenco é altíssima.

Os jogadores brasileiros têm esse perfil, uma vez que sempre tivemos atletas habilidosos e com características físicas excepcionais. O Bayern, no entanto, em momento algum recua o time -nem mesmo no jogo contra o Barça. A equipe marcou alguns gols e continuou com a pressão. E os volantes e os defensores também participam da criação de jogadas, não se restringindo apenas à marcação -Schweinsteiger, Martínez, Dante, Alaba e Lahm subiram muito ao ataque. Se os "professores" daqui estivessem enfrentando o Barcelona na terça-feira passada, pode ter a certeza de que eles iriam recuar o time e tomariam um empate ou mesmo uma virada dos catalães.

E os nossos jogadores? Seriam bem-vindos ao Bayern? Nós temos três representantes no elenco bávaro -o zagueiro Dante, o lateral Rafinha e o volante Luis Gustavo. Todos eles fortes e rápidos. A meu ver, não creio que jogadores como Neymar, Ganso, Lucas e Pato têm o perfil para atuar no time de Munique. São todos jogadores habilidosos, mas muito leves para atuar em uma equipe tão explosiva como os Roten. Os referidos atletas teriam de ganhar muita massa muscular. Os brucutus -felizmente!- também não teriam muitas chances por lá, uma vez que só sabem correr e marcar, mas são incapazes de fazer um passe ou de efetuar um drible.

O Bayern é um grande clube e tem um time que merece chegar ao penta. Caso os clubes daqui queiram seguir o modelo bávaro, favor lembrar que o clube seleciona os atletas pelo físico E TAMBÉM pela técnica. Volante brucutu e pouco habilidoso não ficaria nem no banco por lá.

sábado, 27 de abril de 2013

Quatro Toques Rápidos

AINDA NÃO FOI HOJE, BARÇA

De ressaca com as goleadas sofridas na Champions, Barcelona e Real Madrid foram a campo. O Barça foi visitar o Athletic Bilbao e, sem Messi, acabou envolvido pelo belo futebol de troca de passes dos bascos, que abriram o placar no primeiro tempo, com Suaseta. As coisas só melhoraram pros Blaugranas quando o argentino entrou, marcando um gol e participando de outro, marcado por Sánchez logo em seguida. A equipe dirigida por Marcelo Bielsa perdeu a tranquilidade com os dois gols tomados, mas conseguiu empatar no finzinho, com Herrera.

O Real visitou o vizinho Atletico de Madrid sem Cristiano Ronaldo -lesionado- e fez dois gols com Di María. Falcao García descontou para os Colchoneros. Os resultados impediram que o Barça comemorasse o título antecipado da Liga Espanhola hoje. Ainda assim, a vantagem dos catalães para os merengues é de 11 pontos, sendo que há 15 em disputa. E o Atlético, ao menos, ainda tem uma boa vantagem de 13 pontos sobre o Real Sociedad -que recebe amanhã o Valencia. Continua aqui minha torcida para o futebol elegante do Barcelona e do jogo coletivo do Atletico. Também gostaria que o Valencia, quinto lugar, conseguisse chegar à Champions novamente, mas o caminho é árduo.

BORUSSIA AFIADO

A exemplo do rival Bayern München, o Borussia Dortmund mandou os titulares descansarem e entrou com um time de reservas -ou quase, já que Lewandowski e Kuba entraram no decorrer da partida. Nuri Sahin e o próprio Kuba anotaram para os aurinegros e Bodzek descontou para o Fortuna Düsseldorf, levando ao placar final de 2x1 para o time de Dortmund.

Também fica aqui registrada a minha satisfação pela vitória do Bayer Leverkusen por 1x0 (gol de Stefan Kiessling) sobre o Werder Bremen e ficou mais próximo de voltar à Champions League. O Leverkusen é um time que sempre foi muito simpático a nós, brasileiros. Jorginho, Zé Roberto, Lúcio, Juan, Renato Augusto e Emerson foram alguns dos muitos brasileiros que fizeram sucesso com a camisa do Bayer. Coincidência ou não, Leverkusen e Borussia são times que residem na mesma região, a Renânia do Norte-Vestfália (Nordrhein-Westfalen, em alemão).

VISITANTE INDIGESTO

O Liverpool, sem Luis Suárez, foi fazer uma visitinha ao Newcastle United e deixou "apenas" seis golzinhos. O time comandado por Alan Pardew ainda perdeu Debuchy, expulso. O jogo não foi um primor de técnica -muita correria e muito contato- mas dá esperança para que os Reds tenham dias melhores e possam voltar a seus dias de glória nas próximas temporadas.

SANTOS X PALMEIRAS

O clássico que abriu as quartas-de-final do Paulistão 2013 foi o esperado: preocupação excessiva com a defesa e pouca ousadia para atacar. É incrível que ambos os times mandam seus meias e atacantes subirem para o ataque mas não enviam ninguém para acompanhá-los para dificultar a marcação adversária e oferecer opções de passe para o condutor da bola. Com isso, o jogador que cria a oportunidade precisa rifar a bola pra ver se algum atacante faz o gol. O Peixe se classificou nos pênaltis, por 4x2 (1x1 no tempo normal). Eu obrigaria o Muricy e o Gilson Kleina a assistirem aos videos dos jogos da Champions desta semana como castigo pelo péssimo futebol apresentado.

Rapidinhas

NINGUÉM SEGURA!

Com um time reserva -dos titulares, apenas o croata Mandzukic entrou em campo- o Bayern München venceu mais uma partida, desta vez por um placar bem mais modesto -apenas 1x0 sobre o Freiburg, gol anotado pelo suíço Xherdan Shaqiri. O time de Munique já faturou a Bundesliga nesta temporada, mas, pelo jeito, os atletas estão afim de bater todos os recordes do Campeonato Alemão e dar um belo presente de despedida ao técnico Jupp Heynckes. E, cá entre nós, ele merece!

SANTOS X PALMEIRAS

Neymar, que sentiu dores no amistoso contra o Chile na quarta-feira passada, é dúvida para o clássico contra o Palmeiras. O Peixe ainda é tecnicamente melhor que o Verdão, mesmo sem sua principal estrela, mas Neymar é um jogador que faz muita diferença, não apenas no aspecto técnico mas também no psicológico afinal, com a joia santista em campo, os demais atletas do Santos se motivam a jogar mais enquanto os adversários ficam preocupados com a presença do menino da Vila. Culpa também dos "professores", que não ensinam o Santos a jogar coletivamente e fazem o time jogar totalmente em função de Neymar. Se o camisa 11 não entrar em campo, aumentam as chances do "azarão" Palmeiras avançar para as semifinais.

CAMPEONATO CARIOCA

Não tenho acompanhado o Campeonato Carioca, mas me surpreende o fato do Vasco e do Flamengo terem ficado de fora das semifinais da Taça Rio -Fluminense e Botafogo estão classificados. E, para piorar, o Resende e o Volta Redonda -os outros dois times classificados para o mata-mata- não estão nem na Série C do Campeonato Brasileiro. Eu gostaria de saber como dois clubes com a importância e grandeza do Mengo e do Vasco conseguiram chegar a esse ponto. Se continuarem nessa toada, os dois serão favoritos para o rebaixamento no Brasileirão 2013. Mais investimento nas categorias de base e futebol menos burocrático para afastar qualquer possibilidade de crise! Por favor!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Como Transformar um Perna-de-Pau em um Craque

Quando eu era criança, atribuíamos o apelido "perna-de-pau" a um jogador incapaz de jogar bola em todos os sentidos. Seja por falta de pontaria, falta de molejo para executar um drible ou por falta de prudência na hora de fazer um desarme.

Triste saber que muito jogadores que seriam considerados "pernas-de-pau" quando eu era criança, são ídolos em grandes clubes do Brasil e até do exterior. Motivos? Empresários espertinhos que usam sua influência para empurrar um "produto" aos clube, treinadores mais preocupados em marcar do que criar e cartolas que não estão nem aí para os clubes.

E como um "perna-de-pau" pode se tornar um "craque"? Todo ídolo em um clube é sempre chamado de "craque", embora muitos não sejam realmente jogadores diferenciados.

Vamos a um pequeno "guia" para transformar um jogador grosso e de cintura dura em um "craque". Nem preciso citar nomes porque você vai encontrar alguém no seu time de coração com esse perfil...

1-GERAL:
- assim que chegar a apresentação ao clube, beijar o escudo na camisa e fazer juras de amor ao clube
- sempre fazer média com o torcedor
- debochar dos rivais de seu time
- "mostrar serviço" em campo: correr muito e dividir todas as bolas
- sempre comemorar os gols e as vitórias batendo no peito e agradecendo o torcedor

2- ZAGUEIRO
- sempre abusar da força, afinal zagueiro bom é aquele zagueiro raçudo que sempre dá carrinho
- cartões amarelos e vermelhos devem ser motivo de orgulho ao zagueiro
- nunca deixar um drible barato, afinal, ser driblado pelo adversário é sinal de humilhação
- ser muito alto e forte para cortar cruzamentos e ganhar as divididas
- dar chutão em qualquer bola que chegar perto de seu gol o quanto antes para acabar logo com a brincadeira

3- VOLANTE
- marcar SEMPRE
- ser muito rápido e forte, afinal você precisa ser rápido pra ir ao ataque e voltar pra marcar
- dar muito carrinho, afinal a torcida adora volante que dá carrinho
- ficar colado nos jogadores mais importantes do adversário
- intimidar os meias e os atacantes do adversário
- abusar da catimba

4- LATERAL
- correr, mas correr muito
- ser bom em cobranças de lateral e de escanteio
- dar chutões de fora da área mesmo que não seja em direção ao gol para gerar um escanteio a favor do seu time
- aprender a cruzar a bola -não importa que não tenha ninguém pronto pra cabecear, afinal, uma bola alta sempre deixa o adversário preocupado

5- MEIA
- correr muito em campo
- ser MUITO bom em cobrança de bola parada -falta, pênalti e escanteio
- prender bastante a bola para ser derrubado pelo adversário e gerar uma falta perto da área ou um pênalti
- sempre voltar para tentar dar uma força na marcação, afinal, os "professores" adoram quando os meias se preocupam com a defesa
- subir para o ataque e dar uns chutões de fora da área em direção ao gol, afinal fazer gols sempre dá pontos a um bom meia

6- ATACANTE
- ser forte para dar proteção à bola e ganhar as divididas
- ser alto para poder cabecear as bolas levantadas
- ficar plantado na frente do gol e esperar uma bola sobrar para empurrá-la para dentro da meta adversária
- não importa quantos gols você perca e o quão impedido você fique: se você marca um gol, o torcedor e o treinador sempre perdoa você

Há mais alguns métodos, mas se eu os publicasse aqui, eu estaria sendo acusado de incentivar a violência.

Um Campeão que não Deixou Legado

O Chelsea Football Club está prestes a completar um ano de seu primeiro título na Champions League e, mesmo assim, poucos exaltam o título dos Blues. Motivo? Volte alguns dias atrás e veja que show de bola que o Bayern München e o Borussia Dortmund deram na Alemanha. Agora, volte para 2009 e 2011 e veja que obra de arte o Barcelona apresentou em campo naqueles anos, quando conquistou, respectivamente, sua terceira e quarta Champions. E agora dê uma olhada nos vídeos do Chelsea jogando contra o Barça e contra o Bayern, no ano passado, e me diga o que acha da qualidade do futebol do time londrino.

O futebol apresentado pelos Blues há um ano jogava com todo o time recuado, exceto Ramires, Drogba e Juan Mata. As "duas linhas de quatro" -que José Mourinho chama de "ônibus"- serviram para deter o "tiki-taka" do Barça e a verticalização do Bayern naquele ano.

Lendo os comentários nos sites e jornais sobre esporte nos dias seguintes às vitórias do Chelsea, pude notar que poucos eram os articulistas que compactuavam com o estilo de futebol do time azul, mesmo aqueles que tanto apreciam o "futebol eficiente" do Muricy e do Felipão.

O "ônibus" londrino ainda é empregado por algumas equipes lá na Europa, mas apenas para enfrentar times que têm a troca de passes como arma. Assim fizeram o Milan (contra o Barça, na Champions desta temporada) e o Paris Saint-Germain (contra Barça e Valencia, na mesma competição). Poucas equipes, porém, adotam o "ônibus" como modus operandi, preferindo colocar alguns volantes a mais a deixar o time totalmente recuado. Os próprios Milan e PSG não adotam tal esquema quando não estão enfrentando "trocadores de passes".

Vendo o desempenho do Chelsea nesta temporada, mais me pareceu que a conquista do ano passado foi muito mais por sorte do que pelo mérito. Barcelona, Real Madrid e Bayern -que eram os outros semifinalistas da edição passada da Champions- mantiveram a mesma toada nesta temporada e estão, novamente, disputando as semifinais, além de fazer ótimas campanhas em suas respectivas ligas.

O técnico Di Matteo não conseguiu repetir o mesmo desempenho da temporada passada e acabou eliminado ainda na fase de grupos da Champions 2012-13 o que culminou em sua demissão logo em seguida. Ao mesmo tempo, vejo os Blues patinando na Premier League, correndo o risco de ficar de fora da Champions 2013-14, o que seria uma grande catástrofe para um clube que investiu milhões de Euros para trazer Eden Hazard e Oscar -a equipe está em quarto com um jogo a menos, mas o adversário é o Tottenham, quinto lugar e adversário direto para a vaga.

Há quem acredite na máxima de que "ataque vende ingresso e defesa ganha campeonato". E ela funciona aqui no Brasil, onde a maioria das equipes não têm ousadia e jogam com medo do adversário. Lá na Europa, no entanto, vejo uma valorização cada vez maior da técnica e do ataque enquanto os muros erguidos pelos treinadores retranqueiros estão ficando cada vez mais escassos. E ninguém parece estar sentindo saudades deles.

O que Fazer com Luisito?

O uruguaio Luiz Suárez -chamado "carinhosamente" pelos locutores de "Luisito" durante a Copa de 2010- é um grande talento do futebol mundial, ao unir raça e técnica em um só jogador. O grande talento de Suárez, no entanto, é sempre eclipsado pelo seu enorme potencial de se envolver em polêmicas. Agressões, racismo e falta de fair play foram algumas das muitas polêmicas em que o atacante do Liverpool se envolveu.

Logo em sua primeira Copa do Mundo, em 2010, Suárez já teve sua primeira grande polêmica: foi expulso ao impedir o gol do ganês Adiyiah usando as mãos. O uruguaio deixou o campo lentamente mas a tempo de assistir Asamoah Gyan perder o pênalti provocado pelo atacante. E Luis vibrou muito, causando a revolta, não só dos ganeses, mas também de muitos africanos. O então treinador da Seleção Ganesa, Rajevac, declarou que "a África inteira estava enfurecida com Suárez".

Na temporada 2011-12, Suárez chamou o lateral-esquerdo do Manchester United, Patrice Evra, de "macaco". O uruguaio foi punido com uma extensa suspensão de oito jogos. No reencontro entre os dois, ainda na mesma temporada, Luis recusou-se a cumprimentar Evra. Revoltados, alguns atletas dos Red Devils recusaram-se a cumprimentar o atacante. E o francês também não deixou barato: com a vitória do Manchester sobre o Liverpool, Evra fez questão de comemorar bem perto do uruguaio.

Quase um ano após a polêmica entre Suárez e Evra, o uruguaio está envolvido em mais uma controvérsia: ele mordeu o lateral-direito Ivanovic do Chelsea durante uma partida no último domingo. Mais dez partidas de gancho para Suárez, além de uma multa imposta pelo Liverpool.

Juro que dói falar a respeito das polêmicas de Suárez. Sou fã do uruguaio. Aprecio seu estilo de jogo, que une a técnica à determinação. Luis carregou o time inteiro do Uruguai nas costas durante a última Copa América, em 2011 -o time inteiro da Celeste joga recuado e, praticamente, apenas Suárez criava as chances de ataque, já que Cavani se lesionou durante a competição.

O jogador também é querido no Liverpool, seu clube desde 2011. O clube, apesar das polêmicas, sempre sai em defesa de seu jogador. Até hoje me lembro das mensagens de apoio destinadas a Suárez -"Suárez will never walk alone" ("Suárez nunca estará sozinho", numa tradução livre), uma adaptação do lema do clube da terra dos Beatles e também uma demonstração clara de que clube, comissão técnica e atletas não haviam abandonado seu companheiro mesmo nas tempestades.

Obviamente, não posso compactuar com as atitudes de Suárez. Sou totalmente contra o preconceito racial e sempre defendo que o futebol deve ser limpo, sem violência. Mas peço para que Suárez aceite a sua punição e aproveite os momentos que ele ficará sem atuar para buscar a ajuda necessária para controlar seu temperamento explosivo. Não adianta nada nós termos um jogador diferenciado no elenco se ele vai desfalcar meu time de tempos em tempos. Chegará o momento em que o Liverpool não terá outra saída senão negociar Suárez pelos problemas causados.

Suárez, por favor, controle sua personalidade para seu próprio bem e para o de seu time. Sou seu fã declarado, mas você errou e precisa se empenhar para que seus próprios erros não continuem a prejudicar a sua carreira e a sua vida pessoal.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Feito de Qualquer Jeito

Vocês repararam como funcionam as coisas aqui no Brasil? Nós raramente fazemos algo porque gostamos ou porque temos algum objetivo nobre na vida. Muitos de nós só queremos levar vantagem, independente do que for: receber troco a mais na hora de comprar pão, furar a fila do banco ou passar a perna no próximo.

Essa busca pela vantagem sempre atinge níveis absurdos quando nós vemos pessoas que deveriam zelar por nós aceitam suborno para encobrir todo tipo de irregularidade, políticos que desviam verbas que eram destinadas para saúde e educação ou pessoas que se valem de sua influência para conseguir favores. Tudo isso para se dar bem na vida.

Todos nós reclamamos que o "Brasil não vai para frente". É claro que não vai, principalmente porque nós todos temos a mentalidade de que "temos de ser espertos e levarmos vantagem em tudo". Em tudo, mesmo. Raramente movemos alguma palha para mudar algo porque no fundo nós somos todos conformados e dizemos "é tudo assim mesmo" ou que "as coisas não têm jeito".

Somos tão contaminados pelo comodismo e pela busca pela vantagem que acabamos não apenas por aceitá-los, como também por praticar. Muitos de nós executamos uma tarefa de má vontade e empurrando com a barriga. Não tem problema, afinal se nós a executarmos corretamente ou não, teremos a mesma gratificação no fim das contas e ainda teremos obtido a vantagem de ter recebido a mesma quantia e ter trabalhado menos por isso.

Esse texto, aparentemente desconexo com o futebol, descreve perfeitamente a realidade de nosso esporte: dirigentes que só pensam em sugar os clubes, empresários que usam sua influência para obter favores, árbitros que cometem erros crassos, treinadores que não ensinam o atleta a jogar bola e jogadores que não têm profissionalismo. O resultado aparece no desempenho dos times, que fazem resultados pífios e não têm infra-estrutura para formar garotos, treinar/tratar atletas ou oferecer comodidade ao torcedor que paga (caro) por seu ingresso. Claro que há exceções, mas bem poucas e as coisas boas acabam sumindo no mar de podridão.

E fico pensado que nós iremos sediar uma Copa do Mundo no ano que vem e uma Olimpíada daqui a três anos. Será que seremos capazes de tirar alguma lição desses eventos e melhorarmos a imagem de nosso país? Ou será que nós faremos tudo de qualquer jeito também?

De Volta à Realidade

Depois de me deleitar com as duas aulas de futebol oferecidas pelo Bayern München e pelo Borussia Dortmund nesta semana, fico desanimado em saber que teremos de voltar nossas atenções para o sofrível e inchado Campeonato Paulista. Pelo menos, agora restaram os times que, na teoria, são bons e ainda é possível buscar alguns lampejos de futebol bem jogado.

O São Paulo tem meias trocadores de passes e com visão de jogo -Ganso, Jadson, Maicon e Cañete- além do Osvaldo que é talentoso, mas o time ainda sofre com a falta de equilíbrio emocional e costuma perder as estribeiras nos momentos mais críticos -vide os casos de Luis Fabiano e Denílson, que vivem tomando cartões desnecessários.

O Santos tem Neymar, Cícero, Montillo, Arouca e Patito. Mas o treinador Muricy Ramalho subestima os meias que possui e deixa o time inteiro recuado para que o atacante tente resolver o jogo sozinho. E eu ainda digo: Neymar joga muito bem no Brasil porque ele é temido apenas no território nacional. Os times lá de fora conseguem anular o Santos porque não têm medo da joia santista.

O Corinthians tem três jogadores bons: Pato, Renato Augusto e Cássio. Com um pouco de boa vontade, o esforçado Paulinho e o peruano Guerrero podem ser considerados bons jogadores. O resto do time é mais de "guerreiros" do que de craques. Não faz o meu estilo. O time tem, ainda, Chicão, que já foi um excelente zagueiro, mas que agora está sentindo o peso da idade.

O Palmeiras só tem dois jogadores que, talvez, eu convocaria para minha seleção: Valdívia -que, se tiver boa vontade, faz a diferença- e Henrique -que é um zagueiro esforçado. Charles, pelos gols, e Leandro, pela regularidade, talvez sejam bons jogadores, mas eu ainda não tenho uma opinião formada sobre a dupla. E o Verdão é um time que joga muito mais no coração do que na técnica, opção de altíssimo risco, levando-se em conta que o emocional dos atletas pode levar os jogadores a perderem a cabeça em campo.

E tem, ainda, a Ponte Preta, que até tem alguns lampejos de jogo coletivo e de trocas de passes, mas ainda é cedo para colocar a Macaca no rol dos melhores times do Brasil.

Enquanto os nossos "professores" continuarem com a mentalidade de que "ataque vende ingresso e defesa ganha campeonato", nós vamos ter de engolir esses campeonatos inchados, cheios de burocracia e de violência. E o abismo entre o nosso futebol e o da Europa vai ficando cada vez maior.

Rapidinhas

AMISTOSO

Confesso que eu nem tive muita expectativa sobre esse amistoso, ainda mais depois dos dois jogaços da Champions que ocorreram nesta semana. E eu estava certo: o Brasil foi um time apático, recuado e sem jogo coletivo. O Chile, por outro lado, mostrou o futebol coletivo com muita organização e algumas trocas de passes, apesar de não ter sido brilhante. Até merecia sair com a vitória, se não tivesse pecado tanto nas finalizações e abusado das faltas.

FELIPÃO

Nessa semana, o Felipão veio com aquela conversa de que "volante goleador só é bom pra aparecer na televisão". Aí está o resultado dessa mentalidade: um time extremamente recuado, jogando como se estivesse na segunda divisão e que fica na expectativa de uma boa jogada individual do Neymar. O jogador santista não jogou tão bem hoje, mas não merece levar a culpa sozinho, ainda mais se levarmos em conta que não havia praticamente ninguém para ajudá-lo no ataque ou na criação de jogadas. Tenho certeza de que se houvesse mais meias criativos para ajudá-lo ou se os volantes pudessem subir mais, teríamos muito mais que os dois gols de hoje. E, pelo jeito, colocar mais "cães de guarda" para dar proteção à zaga não impediu que Vargas se infiltrasse na defesa brasileira e infernizasse Cavalieri...

SEIS POR MEIA DÚZIA

Não quero pedir a volta do Mano Menezes para a Seleção Brasileira, mas é essa a sensação que tenho quando a CBF demitiu o ex-corinthiano e colocou Felipão no lugar dele: trocamos seis por meia dúzia. Felipão pouco acrescentou à Seleção Brasileira em relação a Mano e usa praticamente os mesmos esquema táticos. E o time continua obtendo apenas placares modestos.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Terror Polonês

Diego López não é um goleiro ruim, mas ele certamente vai ter pesadelos com Lewandowski, que anotou quatro tentos para o Borussia Dortmund. E poderia ter sido ainda mais, já que o polonês perdeu pelo menos mais duas chances de gol.

O Borussia fez um primeiro tempo bem fraco, dando muitos chutões e errando muitos passes. Acho que tinha jogador aurinegro pensando que estava atuando pela Seleção Alemã, afinal a camisa do Real é um pouco parecida com a da Mannschaft. E, ainda, Özil e Khedira estavam atuando pelo Real... Um gol pra cada lado, anotados por Lewandowski e Ronaldo.

No segundo tempo, o Borussia foi mais fiel ao seu estilo, jogando mais com a bola no chão e com mais tranquilidade. Isso se refletiu no desempenho do time de amarelo que anotou três gols no segundo tempo. O Real até tentou apertar no final do jogo, mas o nervosismo dos madrilenhos era explícito. Muitas faltas cometidas pelo Madrid e muitos cartões amarelos também.

Acho que Mourinho também errou na escalação ao trocar Di María por Modric. O croata é bom meio-campista mas, definitivamente, ele não serve para atuar aberto pela direita. O time ganhou outra cara depois que o argentino entrou, mas já era tarde para tentar um empate. A zaga também falhou demais e permitiu muito as infiltrações de Kuba e Reus.

Obviamente, o nome do jogo é Robert Lewandowski, que anotou quatro gols e fará muita falta ao Borussia se ele for realmente negociado. E o polonês promete assombrar os sonhos de Diego López nesta noite...

Bravo, Reus!

Gostei muito da atitude do meia-atacante Marco Reus, que defendeu o colega Mario Götze através das redes sociais.

A transferência de Götze para o Bayern München já estava selada há alguns dias em sigilo, mas ela acabou vazando nesta semana e os clubes acabaram por admitir a negociação. O fato causou mal-estar e muitos torcedores e periódicos detonaram o camisa 10 do Borussia Dortmund.

Reus saiu em defesa do companheiro exaltando a gratidão que Götze tem para o Borussia Dortmund, bem como o quanto a importância que Mario tem para o clube. Essa atitude foi muito corajosa, correta e profissional. Poucas pessoas têm a hombridade de defender um colega nesse tipo de situação, quando um atleta é chamado de "traidor", "mercenário" e "Judas". Eu sempre digo que ser jogador de futebol é uma profissão como qualquer outra e você sempre tem de pensar na sua (curta) carreira e na sua felicidade. Além disso, se houve um acordo por Götze, significa que as três partes envolvidas -o Borussia, o Bayern e o jogador- concordaram: bastava haver a recusa por uma destas para que o acordo não fosse selado.

Vale lembrar que o Marco Reus deixou o Borussia Mönchengladbach ao final da temporada 2011-12 para defender o "vizinho" e rival Borussia Dortmund e ocupar a vaga deixada por Shinji Kagawa.

Parabéns, Reus! Eu já era seu fã como atleta. E agora admiro você ainda mais como pessoa pela sua atitude e pela sua hombridade!

Rapidinhas

BORUSSIA X REAL

Hoje, os integrantes do "grupo da morte" voltam a se enfrentar e cada um com seus próprios problemas e virtudes. O Real chega como o time que mais evoluiu na Champions após um começo de instabilidade e constantes especulações sobre supostas brigas no elenco. O Borussia faz a sua melhor campanha desde a temporada 1996-97 contando com um futebol leve e de trocas de passes, mas incomodado com a transferência de Mario Götze para o Bayern München divulgada em uma hora bastante inoportuna.Não credito um favorito para esta partida, mas o Borussia tem o fator casa para abrir uma boa vantagem sobre o Real. E o torcedor aurinegro coloca muitas "torcidas organizadas" do Brasil no bolso...

NÃO HÁ CRISE NO BARÇA

Sim, foi uma goleada. Mas ainda é cedo para se falar em crise no Barcelona. A equipe catalã ainda faz boa campanha na Liga Espanhola e o time vai se adaptando a sua nova forma de jogar. Fico impressionado com o sensacionalismo de certos periódicos que descrevem a situação do Barcelona como se o time estivesse ameaçado de rebaixamento ou de falência. Além disso, o adversário está numa fase excelente e vejo o Bayern München como favorito para faturar a Champions neste ano.

AMISTOSO

O Brasil vem a campo para enfrentar o Chile hoje à noite. Apenas jogadores que atuam nos países puderam ser convocados o que permite que o gremista Vargas entre em campo. Esse amistoso não vai acrescentar muita coisa para o Brasil, ainda mais se levarmos em conta que o Felipão não tem ousadia e continua com aquela mentalidade que "ataque vende ingresso e defesa ganha campeonato". Ele não deve ter acompanhando os campeonatos europeus e nem a última edição da Eurocopa para atestar isto. Pelo lado chileno, terei, ao menos, o prazer de ver alguns jogadores da Universidad de Chile em campo, bem como o goleirão Christopher Toselli (da Universidad Católica). Aprecio o futebol chileno pela sua leveza e pelo jogo coletivo muito bem executado.

SUGESTÕES PARA O BRASILEIRÃO

Falta menos de um mês para começar o Campeonato Brasileiro, mas tenho alguma ideias para melhorar o nível do torneio e acabar com o excesso de retrancas: atrelar os pontos ao número de gols marcados, sendo que cada gol pró valeria um ponto positivo e cada gol contra valeria um ponto negativo. Isso obrigaria nossos times a jogarem sempre no ataque, impediria que os clubes tentassem prejudicar uns aos outros entregando as partidas e ainda faria com que o campeonato chegasse à última rodada sem um vencedor definido. Aumentaria a emoção e a qualidade dos jogos e ainda acabaria com os treinadores que só jogam pelo resultado.

terça-feira, 23 de abril de 2013

E Já que Falamos na Mannschaft...

Há algumas semanas, eu postei a vitória do Bayern München sobre a Juventus. Até aí, nada muito surpreendente, exceto pelo fato do treinador da Seleção Italiana, Cesare Prandelli, estar usando a Juve como base para montar a Azzurra. E hoje, o mesmo Bayern demoliu o meu Barcelona, que é usado por Vicente del Bosque como base para a Seleção Espanhola.

Não é possível determinar se a boa fase do Bayern, que é o time-base para a Seleção Alemã (e sempre foi!), pode influenciar no desempenho das seleções, mas de uma coisa podemos ter certeza: se Neuer, Badstuber, Boateng, Lahm, Schweinsteiger, Kroos, Müller e Gómez repetirem na Mannschaft o desempenho que vêm tendo, podemos ter a Alemanha conquistando o tetra em 2014. E há, ainda, muitos jogadores talentosos nos outros clubes, como Hummels, Höwedes, Holtby, Schürrle, Schwaab, ter Stegen, Draxler, Götze, Reus, Leno, ...

O treinador Joachim Löw é um treinador jovem que não hesita em fazer "experiências" e dar chances aos jovens. A política da Mannschaft sempre foi de dar chance aos garotos (Podolski disputou sua primeira Copa do Mundo com 19 anos, em 2006), mas Löw deu chances a Özil, Khedira, Müller e Neuer quando eles tinham idade inferior a 23 anos. E os colocou como titulares. Não obstante, Löw adota um futebol mais leve e criativo quando comparado às gerações anteriores que se destacavam muito mais pelos zagueiros do que pelos meias e atacantes. O maior jogador da Alemanha, inclusive, foi um zagueiro, Franz Beckenbauer.

Em termos de desempenho, faz muito tempo que a Mannschaft não ergue um troféu, mas isso não quer dizer que a Alemanha tem feito campanhas ruins, muito pelo contrário. Nas últimas três Copas do Mundo, os alemãs conseguiram um vice-campeonato (2002) e dois terceiros lugares (2006 e 2010). Foi o time mais regular em Copas do Mundo, ao contrário dos outros campeões que sempre oscilam no desempenho final.

Coincidência ou não, o Bayern München nem sempre consegue os títulos nas competições que disputa, mas raramente decepciona, conseguindo alguns vices-campeonatos na Champions League e na Bundesliga.

Se a boa fase do Bayern vai ou não influenciar o desempenho da Seleção Alemã, teremos que esperar até 2014 para comprovar, mas de uma coisa podemos ter certeza: esta geração é favoritíssima ao título, unindo zagueiros seguros com meias habilidosos, força física e técnica, pressão e defesa.

Mannschaft X Furia: Round 1!

O técnico Joachim Löw deve estar lamentando profundamente por não poder levar Robben, Ribéry e Dante para vestir a camisa da Alemanha, pois os três foram muito bem em campo, na goleada de 4x0 do Bayern München sobre o Barcelona, no Alianz Arena.

Os méritos do Bayern são muitos. Os atletas combinaram o talento de seus jogadores com o tamanho e a força física de seus atletas. A sensação era a de que os jogadores alemães estavam em todos os lugares ao mesmo tempo, tamanha a movimentação e a disposição de Lahm e seus companheiros. Muita velocidade, muitos cruzamentos precisos, trocas de passes e alguns dribles. E o time de Munique maneirou nas faltas e foi bem mais limpo nos desarmes. Poucos cartões para os bávaros.

O nome do jogo, sem dúvida, foi Arjen Robben, que fez um gol, participou de outros dois -foram dele as precisas cobranças de escanteio, que resultaram nos gols de Müller e Gómez- e ainda se multiplicou em campo, ajudando na marcação e criando grandes oportunidades pelo lado direito. O gol do holandês foi o mais bonito do jogo, fazendo uma jogada individual pelo lado direito, driblando e depois girando para bater no cantinho do gol de Valdés. Müller também foi ótimo, com dois gols na partida mostrando que seu desempenho na Copa de 2010 não foi apenas uma boa fase: o garoto é talentoso mesmo, com boas jogadas e com excelente presença de área. Destaco ainda a movimentação de Ribéry -que também se multiplicou em campo e parecia estar em todos os lugares do gramado ao mesmo tempo, além de participar do segundo gol de Müller- e Dante -que ganhou todas as divididas pelo alto. Lahm e Alaba também foram bem, marcando e pressionando com a mesma eficiência.

O Barça, por outro lado, tentou ganhar do Bayern na velocidade e nas bolas aéreas. Péssima ideia, pois esse é justamente o forte dos bávaros. Os catalães poderiam ter sido mais fiéis ao seu estilo com menos movimentação e mais toque de bola. Josep Guardiola e Johan Cruyff diziam que, por serem pequenos, a atual geração dos Blaugrana não pode competir fisicamente com jogadores de outros times. Puxão de orelha no zagueiro Marc Bartra -que perdeu um gol feito e ainda fez uma falta bizarra em Müller, colocando as nádegas no rosto do meia alemão- e Jordi Alba -que atirou uma bola no rosto de Robben, lance totalmente desnecessário. O Barcelona vai ter de fazer um milagre na quarta-feira que vem para superar a eficiência do Bayern. Difícil, mas possível.

Sou torcedor do Barça, mas me rendi ao espetáculo promovido pelo Bayern, mostrando que é perfeitamente possível vencer o Barcelona na bola e não na retranca, como fizeram o Chelsea e o Milan.

Curioso, ainda, notar que a maioria dos jogadores do Barcelona são os mesmos que jogaram a Euro de 2008 e a Copa de 2010 pela Seleção da Espanha, enquanto muitos dos jogadores do Bayern que vieram a campo hoje eram titulares da Alemanha nas mesmas competições.

Joachim Löw agradece. vai receber um time e tanto para dar o troco na Furia em 2014.

Mario Götze Vai Embora

Agora é oficial: Bayern München e Borussia Dortmund confirmaram que o meia Mario Götze vai se transferir para o clube bávaro ao final desta temporada. Segundo o treinador do Borussia, o "Mágico" Jürgen Klopp, o acordo já estava fechado há algumas semanas -o técnico afirmou que tomou conhecimento da transação um dia após a vitória sobre o Málaga, no dia 10 de abril.

Como vocês devem ter lido nos meus posts anteriores, não escondo minha admiração e respeito pelo Bayern, mas minha torcida é pelo Borussia. Lamentei profundamente a transferência do meia, mas espero que o jogador faça muito sucesso no time de Munique e consiga achar seu espaço que, por sinal, será muito disputado, com Thomas Müller e Toni Kroos. Há ainda a possibilidade de Götze ser utilizado nas alas, mas a concorrência seria ainda mais acirrada, com Robben, Ribéry e Shaqiri, além dos próprios Kroos e Müller, que também podem atuar abertos no ataque.

Pelo Borussia fica, mais uma vez, a triste sina do clube de perder atletas importantes para os rivais de maior poder aquisitivo. E pode não parar por aí, uma vez que Lewandowski, Reus e Hummels são especulados em outros times mais ricos. Quanto às reposições para Götze, o clube aurinegro ainda não se pronunciou, mas há a possibilidade de adiantar um volante -Bender, Sahin ou Gundogan-, reorganizar a linha de meio-de-campo com Kuba, Grosskreutz e Reus, ou mesmo esperar que um "velho conhecido" retorne ao clube -alguns tabloides especularam que o checo Tomás Rosicky estaria insatisfeito no Arsenal e que estaria interessado em voltar para o time de Dortmund.

Boa sorte na sua nova fase em sua carreira, Götze. E boa sorte ao Borussia na reposição: perdeu-se Kagawa e Sahin no passado, mas Klopp conseguiu reorganizar o time e as perdas praticamente não foram sentidas.

PS. Nada de chamar o Götze de "traidor" ou coisas assim. A transferência ocorreu porque todas as partes envolvidas -os dois clubes e o atleta- chagaram a um acordo. Como eu disse em outro post, a carreira de um jogador é efêmera e ele precisa pensar no que é mais vantajoso para ele, mas isso não significa que o amor ao clube acabou.

Será que Davi Derruba Golias Novamente?

O que dizer sobre o reencontro entre Borussia Dortmund e Real Madrid? Acho que tudo é possível, afinal muita coisa mudou de dezembro de 2012 (quando foi a última rodada da fase de grupos da Champions 2012-13) pra cá.

O Borussia fez uma primeira fase arrasadora, não sofreu nenhuma derrota e ainda superou o Manchester City e o próprio Real Madrid, dois clubes que possuem poder aquisitivo MUITO maior que dos aurinegros. E os alemães continuaram na mesma toada no mata-mata, passaram com relativa facilidade pelo Shaktar Donestsk, mas quase foram eliminados pelo novo rico Málaga. O jogo foi tão tenso que até o "Mágico" Jürgen Klopp passou mal.

O Real sofreu apenas uma derrota -para o próprio Borussia- na fase de grupos. O time Merengue, no entanto, sofreu com os boatos de supostas crises no elenco e o desempenho da equipe chegou a oscilar no segundo semestre de 2012. Mas o time madrilenho mostrou muito profissionalismo e tranquilidade diante do Manchester United -em pelo Old Trafford- e demonstrou que, se havia alguma crise entre os atletas, ela estava restrita aos bastidores. Acredito que foi a equipe que mais evoluiu dentre as quatro que restaram nas eliminatórias.

O que esperar do novo confronto entre "Davi" e "Golias"? O Borussia joga com o famoso 4-2-3-1 dos times alemães e franceses, mas executa as jogadas trocando passes. E os volantes e os laterais apoiam bastante, não se restringindo apenas à marcação. O Real, por outro lado, não joga um futebol muito bonito e alguns jogadores são frequentemente flagrados abusando da força. As principais jogadas do Real passam pelo meia Mesut Özil que é o motor da equipe -Di María não é meia e sim meia-atacante. O alemão cria as jogadas para que o argentino e Cristiano Ronaldo ataquem pelos flancos. Özil, Ronaldo e Di María podem, ainda, atuar num 4-2-3-1 "torto" e acionar o centroavante, podendo este ser Higuaín ou Benzema.

Talvez, o time de José Mourinho tente deter o Borussia da mesma maneira que parou o Barcelona, fazendo o "ônibus" e imobilizando Götze e Lewandowski, mas, nesse caso, há o problema com as subidas dos volantes e dos laterais. Piszczek, Schmelzer, Gundogan e Bender raramente deixam de participar das jogadas do time amarelo. Com o excesso de jogadores fazendo pressão, o "ônibus' pode capotar. Pelo time do "Mágico", a principal dificuldade será lidar com o tamanho e com a força dos atletas merengues. Jogadores como Xabi Alonso, Pepe, Sergio Ramos e Varane levam vantagem nas divididas contra os "baixinhos" do Borussia. Além disso, os pontas -Ronaldo e Di María- têm muita velocidade, dificultando a marcação. Aliás, espero que Schmelzer tenha aprendido bastante quando foi "sobrecarregado" com Lahm e Robben, o argentino Di María é implacável.

Que vença o melhor, mas estou na torcida para que o "Davi" deixe o "Golias" na lona novamente.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Chega de Preconceito!

Enquanto eu lia as reportagens a respeito do clássico italiano entre Juventus e Milan, fiquei profundamente enojado ao saber que alguns torcedores da Juve proferiram insultos racistas ao ganês Kevin-Prince Boateng. Não é a primeira vez que Prince recebe esse tipo de ofensa -no começo do ano, torcedores chamaram o atleta de "macaco" durante um amistoso e o jogador se retirou de campo em protesto.

Nojento. Não há outra palavra para definir o preconceito. Totalmente repugnante a atividade daqueles torcedores da Vecchia Signora.

Torcedores que praticam o racismo mostram, antes de tudo, uma profunda ingratidão aos seus atletas, já que praticamente todos os clubes do mundo contam com jogadores negros em seus elencos. A própria Juventus tem Paul Pogba, Nicolas Anelka e Kwadwo Asamoah. É muita hipocrisia por parte dos supostos torcedores praticarem esse tipo de discriminação contra Prince se há atletas negros no elenco.

É bom lembrar que muitos dos grandes jogadores de futebol -do presente e do passado- são ou eram negros. Garrincha, Pelé, Thierry Henry, Eto'o, Robinho, Ronaldinho Gaúcho e Drogba. E as outras modalidades também têm (ou tiveram) grandes esportista negros, como Usain Bolt, Lewis Hamilton, Tiger Woods, Michael Jordan, Serginho "Escadinha", Destinee Hooker, Janeth Arcain, as irmãs Venus e Serena Willians, entre outros. Quando você pratica o preconceito contra um atleta, estará ofendendo a todos eles.

Portanto, caros torcedores preconceituosos, procurem se informar mais a respeito do futebol no jornal antes de saírem xingando outro jogador de "macaco".

E ao caro Prince, não desista em sua luta contra o preconceito. Muitos jogadores já passaram pelo que você passou e tenho certeza que todos eles terão o grande prazer em ajudá-lo em sua campanha para abolir o racismo. E fica aqui registrado meu apoio contra essa doença chamada discriminação.

Manchester United Campeão Inglês

Parabéns ao Manchester United pelo seu vigésimo título na Premier League, abrindo mais dois triunfos de vantagem sobre o arquirrival Liverpool. Fim.

Não tiro os méritos dos Red Devils e respeito muito o treinador Sir Alex Ferguson, mas o futebol do Manchester está longe de ser agradável de assistir. Não escondi minha torcida para o Manchester City e para o Arsenal, que apesar de não serem a oitava maravilha, jogam um futebol muito mais leve e muito melhor que o do United.

Não dá pra engolir um time que aposta em um elenco envelhecido e que joga mais na força do que na técnica. Pior saber que o time pode se desfazer de seus poucos atletas que ainda jogam um pouquinho de bola -casos de Rooney e Chicarito.

Ao menos, um dos meus jogadores preferidos teve a honra de levantar um troféu, o holandês Robin van Persie. Sou fã do centroavante da Seleção Holandesa desde os tempos do Arsenal e lamentei muito a sua saída dos Gunners, mas aquela seria a última oportunidade do time londrino lucrar com o atacante, que fará 30 anos em 2013. Faz parte da política do Arsenal.

Parabéns, van Persie! É o que deseja este blogueiro que é seu fã declarado!

O "Outro" Time de Madrid

Quando falamos do Campeonato Espanhol, nós sempre nos lembramos de dois clubes: Real Madrid e Barcelona. Não é exagero dizer que os Blaugranas e os Merengues polarizaram La Liga e têm uma grande hegemonia na Espanha. Foram poucas as temporadas em que os dois clubes perderam o título para o Valencia, Athletic Bilbao, Sevilla e outros. O mais comum é que Barça e Real disputem os títulos da Liga Espanhola enquanto os demais clubes tentem ficar com as vagas restantes para as competições internacionais. Dentre esses "demais clubes", um vem chamando a atenção: o Atletico de Madrid.

Os Colchoneros não chegam a ser considerado um clube pequeno: ostentam nove títulos na Liga Espanhola (são os maiores vencedores da competição depois de Barça e Real), venceram duas vezes a Europa League (ou Copa UEFA, como era chamada antigamente) e duas vezes a Supercopa da UEFA. O poder aquisitivo dos Rojiblancos também está longe de ser considerado modesto, uma vez que eles conseguiram tirar o principal jogador do Porto, Falcao García, no começo da temporada passada. Mas, ainda assim, o Atletico perde muitos atletas para os gigantes e os magnatas do futebol europeu, como Milan, Internazionale, Manchester United, Manchester City, Chelsea e Liverpool -que levou Fernando Torres e Maxi Rodriguez.

O estilo de jogo do Atletico também é muito agradável: o técnico Diego Simeone faz um excelente trabalho, fazendo o time jogar com a bola no chão e trocando passes, mas sem limar os talentos individuais dos atletas: o zagueiro Miranda (aquele que passou por São Paulo e Coritiba), por exemplo, tem total liberdade para subir e fazer seus golzinhos. O meio-campo também é muito bom, com Gabi, Turan, Suárez, López e Koke -todos sabendo muito bem como valorizar a posse da bola. E, claro, o time conta com um centroavante matador, Falcao García, que une habilidade com a bola, oportunismo, força física, posicionamento, raça e pontaria certeira. Não a toa, o colombiano é cobiçado por tantos clubes.

O desempenho do Atletico nesta temporada é reflexo do trabalho bem executado, após o clube ter passado por momentos de instabilidade no final da temporada passada. O time estava mal na Liga Espanhola e não transmitia segurança na Europa League 2011-12. Simeone, inclusive, chegou num momento quando o time estava passando por uma crise e ele teria de fazer um milagre para salvar o time.

O argentino, aliás, evoluiu muito como treinador. Eu me lembro quando ele dirigiu times como o Estudiantes e o River Plate no final da década passada, com equipes muito mais "guerreiras" do que habilidosas. Foi uma delícia ver o Atletico massacrar o retranqueiro Chelsea do Di Matteo no ano passado. Os Blues ficaram a partida inteira correndo atrás da bola, enquanto Falcao e seus companheiros ficavam trocando passes.

Uma pena que o Atletico de Madrid ainda não tenha o poder aquisitivo de seu "vizinho" Real e, provavelmente, perderá muitos atletas importantes para os clubes mias ricos da Europa. Há ainda o risco de Simeone deixar os Colchoneros, já que a Internazionale estaria de olho nele.

Independente do que acontecer, vou torcer para que o Atletico de Madrid faça uma boa temporada e consiga voltar à Champions League e, com isso, consiga a projeção necessária para que muitos patrocinadores e jogadores se interessem em vestir a camisa Rojiblanca. Simeone e seus comandados merecem, se continuarem jogando esse futebol tão agradável.

PS. Nike, eu quero a camisa do Atletico sendo vendida oficialmente aqui no Brasil! E com a opção de personalização com a fonte oficial! Vocês leram isso?

domingo, 21 de abril de 2013

Rapidinhas- Paulistão

Com os jogos de hoje, acabou -finalmente!- a fase de pontos corridos do Paulistão 2013. Com a vitória do Ituano, o Mirassol caiu para a Série-A2 junto com Barbarense, São Caetano e Guarani. Tristeza ver o Azulão e o Bugre -que já foram grandes times- nessa situação. Apesar da derrota para o Santos, o Penapolense foi beneficiado pela derrota do Linense e vai disputar o mata-mata do Paulistão. Vamos ver como ficaram os confrontos:

SÃO PAULO X PENAPOLENSE

O Tricolor já estava garantido na liderança e só esperava a definição do adversário que poderia ser o Linense ou o Penapolense. O time de Penápolis não deve ser um grande empecilho para o Tricolor, exceto por dois detalhes: conseguiu arrancar pontos do Palmeiras (vitória por 3x2) e do Corinthians (empate por 1x1). É bom o São Paulo não dar moleza. O jogo será no Morumbi.

PONTE PRETA X CORINTHIANS

Dos times considerados "coadjuvantes", a Ponte Preta é o mais forte. E o Corinthians pode atestar isso por experiência própria, quando foi eliminado pela Macaca no ano passado em pleno Pacaembu. Espero muitíssimo que Tite e seus comandados tenham aprendido a lição. E a Ponte está ainda melhor e mais organizada que na última temporada, mas cometeu muitos tropeços na reta final do Paulistão. O Timão pode tirar proveito da irregularidade do time campineiro, mas jogará no Moisés Lucarelli desta vez. A torcida ponte-pretana pode ser fator decisivo em Campinas.

MOGI-MIRIM X BOTAFOGO-RP

Como o São Paulo não queria jogar hoje, o Sapão tirou proveito da apatia do Tricolor e pulou para a vice-liderança, podendo enfrentar um adversário menos complicado. O Pantera se orgulha de ter revelado grandes nomes do futebol brasileiro, como Sócrates, Raí e Cicinho, mas a tradição ficou no passado. Não vejo um grande favorito para esta partida, exceto pelo fato do Mogi ter feito uma campanha melhor e do Sapão decidir em casa. O jogo será no Romildão (ou João Paulo II), em Mogi.

SANTOS X PALMEIRAS

O Verdão tropeçou na última rodada e vai ter de enfrentar o Peixe na Vila Belmiro. O favoritismo é todo do Santos, que tem o elenco tecnicamente melhor e está com menos jogadores lesionados. No entanto, é bom lembrar que o Palestra fez muitos milagres neste ano. Há chances do time praiano ser surpreendido.

MEUS PALPITES

Acho que se classificam São Paulo, Corinthians, Mogi Mirim e Santos.

O Único Time "Raçudo" que eu Gosto

Quais são os meus times preferidos? Aqui no Brasil, gosto do São Paulo, do Santos e do Atlético Mineiro. Lá fora, eu gosto do Barça, do Borussia Dortmund, do Valencia, do Atletico de Madrid, do Athletic Bilbao, do Bayern München, do Arsenal e da Universidad de Chile. E das seleções, eu aprecio a Alemanha, a Espanha, a Argentina, a Colômbia, o Chile e, um pouquinho, a França e a Croácia. O que esses times tem em comum? Todas jogam no ataque e a maioria valoriza a posse da bola, com a exceção da Croácia (que ainda precisa aprender a tocar mais a bola, apesar de ter um bom meio-de-campo, com Raktic, Modric e Perisic) e a França (que, dependendo do adversário, eles recuam demais o time).

Há também times que não jogam um futebol bonito, mas eu torço porque eu simpatizo com essas equipes. E a principal delas é a Seleção do Uruguai.

O Uruguai já foi uma grande seleção no passado -a Celeste Olímpica foi campeã nas Copas de 1930 e 1950, além de ter ganhado a Copa América 15 vezes e os Jogos Olímpicos duas vezes, recebendo assim o apelido. A Celeste, no entanto, nunca foi conhecida pelos seus jogadores habilidosos, atuando muito mais na raça e na vontade do que na técnica. E há detratores que consideram o Uruguai como uma seleção desleal por causa do excesso de faltas.

Os únicos jogadores realmente bons do Uruguai são os atacantes Cavani e Suárez. Os dois têm habilidade e sempre fazem boas jogadas individuais, além de terem qualidade no passe. Diego Forlán também é bom jogador, mas não vem mais rendendo como na Copa de 2010. E gosto um pouco do jovem meia Lodeiro do Botafogo, que vem fazendo boas participações no Fogão. O resto do time é mais conhecido pela marcação do que pela habilidade com a bola.

- "E por que você gosta tanto do Uruguai"?

Primeiro motivo é porque o meu São Paulo tem uma grande proximidade do Uruguai. Quatro atletas daquele país foram ídolos no Tricolor: Pedro Rocha, Pablo Forlán (pai de Diego Forlán), Darío Pereyra e Diego Lugano. O time do Morumbi até fez uma homenagem aos quatro atletas no ano passado com camisas azuis celestes.

O segundo motivo é que considero o Uruguai uma seleção carismática, que compensa a pouca técnica com amor à camisa. É incrível como mesmo atuando na Europa e tão distantes de seu país natal, os atletas não esquecem suas origens e jogam com uma dedicação ímpar. Eu que não gosto de futebol de força me impressiono com a garra uruguaia.

Vale ainda mencionar que o Uruguai tem uma camisa lindíssima, uma das mais bonitas da América do Sul. E, pelo jeito, não é só eu que pensa assim, os uniformes da Seleção Uruguaia são MUITO difíceis de comprar aqui no Brasil. E, quando são encontrados, vendem como água no deserto.

Não aprecio a Seleção do Uruguai pela técnica, mas sim pela simpatia que aquele time desperta no espectador.

Três Toques Rápidos

PAULISTÃO 2013

Até que enfim termina a chatíssima fase de pontos corridos do Paulistão. Ninguém mais aguentava ver esse campeonato inchado com vários jogos "empolgantes" como Mogi Mirim x XV de Piracicaba. Não obstante, o torneio é longo demais e só traz desgastes desnecessários para os clubes. Poderíamos ter um torneio mais curto, nos moldes do Campeonato Carioca, ou adotar o modelo sugerido pelo articulista Luiz Prósperi -com os clubes divididos em quatro grupos sendo que os cabeças de chave seriam Santos, São Paulo, Corinthians e Palmeiras. Mas, pelo jeito, os lucros financeiros trazidos por um torneio mais extenso falam mais alto.

SÃO PAULO

Deixando o clubismo de lado, nós não podemos deixar de elogiar o desempenho do São Paulo nos estaduais. Não apenas no Paulistão 2013, mas em todos os campeonatos nos últimos anos. A maioria dos clubes utiliza a participação na Libertadores ou na Copa do Brasil como desculpa para justificar o desempenho ruim no Campeonato Paulista. Isso não serve de desculpa. O São Paulo, ano após ano, também participa desses torneios e sempre faz bons desempenhos na fase de pontos corridos no estadual, mesmo com o time reserva. O time do Morumbi não é mais aquele exemplo de administração de outrora, mas não podemos deixar de mirar no exemplo do Soberano quando lida com mais de um campeonato ao mesmo tempo.

FÓRMULA 1

Fiquei muito satisfeito com mais uma vitória do piloto Sebastian Vettel. O alemão ganhou a minha admiração quando ele peitou a própria equipe que tentou interferir no desempenho de sua corrida na Malásia. Se a maioria dos "especialistas" achou que Vettel foi "imaturo e insubordinado" quando ignorou as ordens de seus chefes da Red Bull, eu achei que o piloto tomou a decisão mais do que correta em lutar pela vitória, que é a obrigação profissional de cada piloto. Curioso notar que houve muitos brasileiros condenando a atitude de Vettel na Malásia, mas que ficaram revoltados quando Felipe Massa e Rubens Barrichello tiveram de facilitar ultrapassagens para seus companheiros de equipe.

sábado, 20 de abril de 2013

Klopp, o Mágico

Qual o melhor treinador do mundo da atualidade? Certamente, muitos dirão Guardiola, del Bosque, Mourinho, Sir Alex Ferguson, etc. Há quem prefira defender o "produto nacional" e mencionar os nomes de Felipão ou Tite. E eu prefiro dizer que esse homem é Jürgen Klopp, treinador do Borussia Dortmund e campeão da Bundesliga duas vezes consecutivas pelos aurinegros.

Mas afinal, o que Klopp tem de especial? O que o faria melhor que Guardiola, Mourinho ou del Bosque?

Simples. Certa vez, fiz um post explicando o porquê de Josep Guardiola, Arsène Wenger e Klopp serem bons treinadores: todos os três montaram grandes elencos a partir do zero. O alemão, no entanto, não dispunha de um grande clube sob o ponto de vista financeiro, quando comparado ao Barcelona ou ao Arsenal. Assim, Klopp teria de montar um elenco com garotos revelados na base, atletas vindo de clubes menores ou com "sobras" de outros times. E ainda teria de lidar com as constantes perdas de atletas para os clubes mais ricos, uma vez que o Borussia não tem como -por enquanto- competir financeiramente com Barcelona, Real Madrid, Manchester United e com os clubes financiados por magnatas do Oriente Médio e Leste Europeu. Ele teria de tirar algum coelho da cartola com os jogadores disponíveis.

Logo em sua primeira temporada, em 2008, Klopp fez sua primeira "mágica" e venceu a Supercopa da Alemanha sobre o favorito Bayern München, que viria a ser sua "vítima preferida". Alguns anos depois, em 2011, Klopp faria sua segunda "mágica" e venceria a Bundesliga 2010-11 com um elenco predominantemente jovem mas muito técnico e muito habilidoso. E viria a repetir a "magia" na temporada seguinte.

O sucesso do Borussia chamou a atenção dos clubes mais ricos e o clube aurinegro não teve como segurar alguns de seus jogadores importantes, como Nuri Sahin (que voltou na metade desta temporada) e Shinji Kagawa. Mas isso não parece ter sido problema para Klopp, que soube muito bem como encaixar os substitutos contratados pelo clube e o time continuou jogando no mesmo nível.

Klopp não recorre ao "futebol eficiente" e faz o time atacar. Ele utiliza o 4-2-3-1 -o esquema favorito de alemães e franceses- com dois meias-atacantes abertos pelas pontas (Reus e Kuba/Grosskreutz), um meia central (Götze) e um centroavante (Lewandowski). E o treinador permite que os laterais, os volantes e, às vezes, até os zagueiros subam para o ataque, mas diferente do Bayern, o Borussia cria oportunidades trocando passes e valorizando a posse de bola, ao invés de fazer jogadas individuais velozes. A execução das jogadas lembra muito o Barcelona.

Nas entrevistas, o treinador alemão esbanja bom humor e simpatia. Guardiola e Mourinho foram algumas das "vítimas" das gracinhas de Klopp.

Meu único temor em relação ao técnico é o mesmo que eu tenho em relação aos jogadores: por conta do sucesso que ele está fazendo à frente do Borussia, há dirigentes de outros clubes de olho no trabalho do alemão. O seu estilo ofensivo e de valorização de posse de bola está em falta mesmo na Europa. E Klopp ainda é jovem, poderia prestar serviços a um clube por muito tempo.

Parabéns pelo excelente trabalho, Klopp. Mesmo que você não consiga a ganhar a Champions League nesta temporada, você já deixou um grande legado no futebol. Não apenas na Alemanha, mas no mundo inteiro.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Semelhanças e Diferenças

Não perca na próxima terça-feira, dia 23 de abril, a "reedição da final da Euro 2008", com a "Seleção da Espanha" enfrentando a "Seleção da Alemanha" no Alianz Arena.

Tudo isso que eu falei parece um monte de bobagens, mas é inegável que o Barcelona e o Bayern München são as bases para as seleções da Espanha e da Alemanha, respectivamente.

O Barcelona já cedeu Piqué, Puyol, Alba, Busquets, Fàbregas, Xavi, Iniesta, Pedro e Villa para a Furia, isso só falando nos titulares -Valdés é reserva do capitão Casillas na seleção. O Bayern é representado na Mannschaft por Lahm, Badstuber, Schweinsteiger, Boateng, Neuer, Kroos e Müller.

Há outras coincidências entre os dois clubes: ambos investem pesadamente em suas categorias de base. Os clubes até fazem algumas contratações, mas a política de ambos é sempre dar chances aos garotos. Dos jogadores do Barça que eu citei, apenas Villa não foi revelado pela cantera do clube catalão, e dos atletas bávaros mencionados, apenas Boateng e Neuer não passaram pelas bases do Bayern. Os dois cluber também não esquecem seus antigos ídolos: ex-atletas dos dois times sempre têm chances de trabalharem como treinadores ou cartolas. No Barça, Andoni Zubizarreta e Guillermo Amor são dirigentes do clube e Josep Guardiola foi treinador do time entre 2008 e 2012. No Bayern, Paul Breitner, Franz Beckenbauer, Uli Hoeness e Karl Rummenigge são ou foram cartolas no clube bávaro, e o atual treinador, Jupp Heynckes, é ex-jogador da Seleção Alemã, embora nunca tenha jogado no time de Munique.

Se nos bastidores as semelhanças são muitas, o estilo das duas equipes é totalmente diferente: o Barça possui jogo mais cadenciado, com a bola no chão e jogadores de baixa força e estatura, compensada pela técnica. O Bayern dispõe de atletas maiores e mais fortes -mas não necessariamente truculentos- que jogam mais na velocidade, nas jogadas individuais e nas bolas aéreas. E os alemães verticalizam muito o jogo -não é incomum a presença dos laterais, dos volantes e do zagueiro Dante no campo de ataque. Mesmo os defensores bávaros têm boa presença de área, o que não é muito comum no Barça, que opta mais pela disciplina tática -exceto pelo lateral Daniel Alves.

Favoritismo? Como expliquei em outro post, o Bayern vive um momento bem melhor que o do Barça -a atual geração do time bávaro está no auge, enquanto o Barça está em um período de transição, com a vinda de muitos jogadores jovens -Alba, Sánchez, Fàbregas, Thiago Alcântara e Tello- além de um certo desgaste dos jogadores mais veteranos -Xavi, Puyol e Villa têm se lesionado com certa frequência, dando sinais que a hora de parar está chegando.

Gosto dos dois times, mas minha torcida é para o Barcelona, meu segundo time do coração (o primeiro é o São Paulo) e dono de um estilo que combina eficiência e elegância. Mas não ficarei chateado se a boa fase do Bayern prevalecer.

Que vença o melhor e chega logo, terça-feira!

Últimos Pedidos

Com o chaveamento para o mata-mata da Libertadores definido, tenho alguns pedidos aos "professores" e aos jogadores dos times brasileiros -Atlético, Corinthians, Fluminense, Grêmio, Palmeiras e São Paulo.

1- RESPEITEM O ADVERSÁRIO- quando falo "respeitar" o adversário não me refiro àquele "respeito" de jogar como time pequeno contra o outro e ficar o tempo todo na retranca. Me refiro em não subestimar o adversário e nem fazer gracinhas em campo. E, claro, jogar sempre limpo praticando o fair play. Nada de dar brecha para uma advertência ou expulsão.

2- MANTENHAM A CALMA- certas equipes usam a catimba como arma e, quando perdem o jogo, partem para a ignorância. Vide caso Tigre no ano passado. Não caiam nessa. Mantenham a cabeça fria e joguem bola. Isso também vale caso vocês estejam em desvantagem no placar. Não é para se comportar como o Bayern fez contra o Arsenal na Champions deste ano. Alguns adversários costumam até apelar para insultos racistas, portanto, é necessário sangue-frio para não ser expulso e pôr tudo a perder. E nada de reclamar com o juiz. Mantenham a cabeça no jogo.

3- JOGUEM NO ATAQUE- você fez gol e vai recuar o time para não se expor a "riscos desnecessários", certo, "professor"? Errado! Quem fica com a bola dá o tom ao jogo, a menos que o adversário conheça um jeito de fazer gol sem a bola. Valorizem a posse de bola, troquem passes e criem oportunidades. Isso impede o adversário de jogar e ainda deixa o adversário encurralado. Você até poderá dar uma canseira nele (o adversário ficará o tempo todo correndo atrás da bola enquanto meu time troca passes) ou mesmo cavar uma expulsão, já que adversários costumam perder a cabeça quando não conseguem jogar...

4- ALTITUDE- ao invés de correr, o melhor é tocar a bola para não esgotar os atletas logo de cara. O ideal é preparar os jogadores, mandando-os viajar para os locais altos com antecedência (poupar os atletas nos estaduais, que não valem muita coisa, sejamos francos) ou fazê-los treinar em área com atmosfera controlada para simular a altitude (cilindros com gás oxigênio e gás nitrogênio são baratos, já que são feitos a partir do ar liquefeito). Também sugiro uma dieta para estimular a eritropoiese, com alimentos ricos em ferro, cianocobalamina, ácido fólico entre outros.

Vão por mim, pessoal. Vocês vão jogar muito melhor e ainda vão recuperar o respeito que o futebol brasileiro merece!

Boa sorte!

Rapidinhas- Libertadores

QUE BELEZA, HEIN, VERDÃO?

O Palmeiras já estava classificado e o jogo contra o já eliminado Sporting Cristal era mais para cumprir tabela. Só que os peruanos tiraram proveito da apatia do Verdão e o Palestra quase perdeu a liderança do grupo, se não fosse o Libertad, que foi surpreendido e eliminado em casa pelo Tigre, mas garantiu a liderança do Palmeiras, ao fazer uma quantidade de gols suficientes para que os argentinos não passassem o alviverde no saldo de gols. Ainda bem que era só a liderança, hein, Palmeiras? O tropeço de hoje poderia custar caro em outra ocasião.

DEU PRO GASTO

O Fluminense fez a lição de casa e venceu o Caracas por 1x0 -gol de Rafael Sóbis. Com o resultado, o Flu se garantiu na liderança do complicado Grupo 8 e evitou um adversário teoricamente mais forte. Resta saber se a estrela dos "parças" Abel Braga e Rafael Sóbis (que foram campeões em 2006 pelo Inter) vai brilhar de novo neste ano.

FOI POR POUCO!

Em um jogo truncado, o Grêmio abriu o placar no segundo tempo com Zé Roberto, mas o time relaxou e tomou o empate do Huachipato -gol do zagueiro Acevedo. Depois disso, foi só pressão dos chilenos. Mais um gol do Huachipato ou com o tropeço do Fluminense e o Imortal daria adeus à Libertadores. Fica de lição pro Tricolor dos Pampas não dar espaços pros adversários e procurar ficar sempre com a bola para impedir a reação do adversário.

O MATA-MATA

Com o fim da sexta (e última) rodada da fase de grupos da Libertadores 2013, os confrontos dos brasileiros ficaram assim:

São Paulo x Atlético MG
Boca Juniors x Corinthians
Grêmio x Santa Fé
Tijuana x Palmeiras
Emelec x Fluminense

O Flu e o Verdão se deram bem e pegarão adversários teoricamente mais fáceis para o jogo de volta -o Tijuana provavelmente estará ocupado com o Campeonato Mexicano (a Libertadores não dá direito aos times mexicanos disputarem o Mundial de Clubes) e o Emelec não costuma ser grande coisa sem a altitude.

O Grêmio terá de decidir o jogo de volta na altitude colombiana contra o Santa Fé, mas poderá contar com Hernán "El Pirata" Barcos que está mais do que acostumado a jogar na altitude em seus anos de LDU.

O meu São Paulo vai pegar a maior pedreira do troneio. Eu já falei que o Galo é favorito para vencer a Libertadores deste ano, falei? A grande esperança do Tricolor é que o "golpe" de ontem tenha abalado o Atlético, mas não vai ser moleza. A decisão será em Minas e a torcida do Galo faz muita diferença. Na verdade, nem ficarei tão muito triste se o alvinegro ganhar, afinal o time é um legítimo representante do futebol-arte e merece a taça.

Por fim, o Corinthians vai reeditar a final da Libertadores do ano passado e enfrenta o Boca Juniors de Riquelme. Teoricamente, os Xeneizes já não têm mais a mesma força de outrora e fizeram uma campanha bastante irregular no torneio. Mas, assim como aconteceu entre São Paulo e Atlético, não se subestima uma equipe que foi seis vezes campeã da América do Sul...

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Vamos Parar de Divulgar Notícias Inúteis?

O jogo do São Paulo contra o Atlético acabou ontem, no entanto, alguns veículos de comunicação estão divulgando e propagando amplamente supostas trocas de provocações entre os jogadores dos dois times.

Futebol se ganha no campo e não no bate-boca. Se os atletas quiserem ficar trocando provocações e ofensas, estejam à vontade.

O que me incomoda é a imprensa dar atenção a esse tipo de assunto. Só piora a relação entre clubes, jogadores e comissões técnicas, além de repercutir entre torcedores. Do que adianta fazermos campanha contra a violência nos estádios se a mídia divulga supostas provocações contra o adversário?

Dizem que o futebol sem provocações fica sem graça. O que fica sem graça é quando a brincadeira passa dos limites e vira inimizade. Isso, quando coisa mais grave não acontece.

O Corinthians Entre os Mais Ricos

Foi divulgado nesta semana o ranking da revista Forbes sobre os 20 clubes mais valiosos do mundo e o Corinthians figura na décima-sexta posição, avaliado em cerca de R$ 358 milhões. Sem dúvida, fruto de um bom trabalho que vem sendo feito desde 2008, quando o Timão começou tudo do zero e deixou o passado de crises para trás. No mesmo ranking, me surpreende ver o Arsenal em quarto, na frente do Bayern München (quinto), Milan (sexto) e Chelsea (sétimo). E olha que os Gunners nunca ganharam uma Champions e estão bem longe de serem considerados o "time do momento", apesar das campanhas regulares.

É bastante satisfatório saber que o Coringão aprendeu com os erros das gestões passadas e soube investir em marketing e contratações, além de reestruturar a política do clube. As duas últimas gestões conseguiram fazer em cinco anos o que gestões anteriores não conseguiram oferecer ao clube em 97 anos: um estádio e uma Libertadores.

Para coroar a boa fase do Corinthians, eu tenho alguns pedidos à diretoria, aproveitando os lucros que vieram com o planejamento:

1- Investir nas Categorias de Base: Marquinhos e Antônio Carlos forma dois bons achados no "Terrão", mas gostaria de ver mais craques do meio de campo para frente. E, por favor, descubram o que deu errado com Dentinho, Lulinha, Boquita e outros garotos que já foram muito promissores nas bases, mas hoje estão esquecidos. Todos eles já foram grandes talentos, mas algo impediu que eles se tornassem craques e chegassem à Seleção.

2- Times Menos Defensivos: fiquei muito satisfeito com as vindas de Pato e Renato Augusto, dois bons jogadores que driblam e tornam o Timão mais criativo e ofensivo. Eu gostaria que o Corinthians fosse mais conhecido pelos meias e pelos atacantes do que pelos zagueiros e volantes. O Coringão é um time que faz um gol e depois recua, deixando muito espaço para o adversário jogar e acaba passando muito sufoco, fazendo o torcedor justificar o apelido de "sofredor".

Parabéns, Corinthians. Já foi dado o primeiro passo para se equiparar aos grandes clubes europeus. Agora, é dar sequencia ao bom trabalho e impedir a qualquer custo que os erros do passado se repitam.

Muda Alguma Coisa?

Passada a "ressaca" da classificação do São Paulo, comecei a pensar o quanto a surpreendente vitória de ontem do Tricolor poderia mudar alguma perspectiva para a Libertadores deste ano.

Minha sincera opinião: não.

O jogo de ontem, a meu ver, foi apenas um balde de água fria na boa fase do Atletico e nada mais. O Galo, claro, pretendia eliminar o São Paulo. Não por escárnio, como alguns torcedores mais ofendidinhos saíram dizendo, mas por cautela. Não se subestima uma equipe que venceu a competição três vezes e o jogo de ontem mostrou isso. Porém, os alvinegros não tinham muito a perder com a partida de ontem, o primeiro lugar geral já estava garantido.

Os mineiros, ao meu ver, ainda são os grandes favoritos, contando com um futebol dinâmico, vertical e criativo, além de bons jogadores -Victor, Tardelli, Réver, Bernard, Marcos Rocha e Ronaldinho Gaúcho. A derrota de ontem -ainda- não pode ser considerada o início da decadência do Galo. Fica apenas a preocupação em relação ao azar do técnico Alexi Stival, o Cuca. O treinador paranaense tem, como sina, montar equipes que largam muito bem no começo do ano, mas que perdem o gás na metade da competição. Como torcedor, até gostaria que isso acontecesse, mas como admirador do futebol-arte, estou esperando que o Atlético absorva a derrota e leve o seu primeiro título este ano. Aliás, Cuca, eu gostaria que você colocasse menos volantes em campo. Ontem tivemos Pierre, Donizete e Richarlyson -esse último, improvisado na esquerda- jogando juntos. Eles e o Leonardo Silva fazem muitas faltas pro meu gosto.

O Tricolor precisa conter a empolgação. O jogo de ontem foi uma boa vitória, mas, assim como a derrota do Galo não significa necessariamente uma decadência do Atlético, o triunfo do São Paulo não significa que o time superou seus problemas e que vai engrenar. O resultado deu tranquilidade, é verdade, mas ainda há muito a ser feito. O time paulista precisa manter a humildade -no bom sentido- e continuar fiel ao seu estilo de jogo com trocas de passes. Gostaria de pedir ao técnico Ney Franco mais chances para o Cañete nos jogos menos importantes. Ele é um bom meia e precisa ganhar ritmo de jogo. Seu desempenho está irregular porque ele ficou muito tempo parado e ele praticamente está fazendo sua primeira temporada em 2013.

Independente de tudo o que eu escrevi, São Paulo e Atlético estão de parabéns -o Tricolor pela vitória e o Galo pela campanha. Pena que um deles irá deixar a competição na próxima rodada.

Dois Toques Rápidos

PALMEIRAS

Hoje o Verdão tenta confirmar a boa fase e visita o Sporting Cristal, que não tem mais chances de se classificar para o mata-mata da Libertadores. Não vejo grandes empecilhos à vitória alviverde -a cidade de Lima, local do jogo, fica ao nível do mar e a temida altitude dos países andinos não irá interferir no desempenho dos brasileiros. Aconselho que os dirigentes do Palmeiras fiquem de olho nos atletas peruanos, pois os jogadores daquele país estão se dando muito bem aqui no Brasil -Guerrero e Ramírez- e o Peru tem revelado bons laterais, que sabem marcar e apoiar muito bem, além de serem velozes, como Luis Advíncula -que já passou pelo próprio Sporting e hoje está no Hoffenhein. Boas contratações podem vir de lá para o segundo semestre.

GRÊMIO E FLUMINENSE

Os dois tricolores hoje irão jogar a sorte e tentar a classificação no enrolado Grupo 8, onde todos os times ainda têm chances de classificação. O Flu tem um jogo teoricamente mais fácil -recebe o Caracas, lanterna do grupo, joga por um empate e conta com o apoio de sua torcida para decidir, mas a equipe tem três desfalques importantes -Fred, Deco e Thiago Neves. Já o Imortal vai ter de viajar até o Chile contra o emergente Huachipato. E os Acereros jogam um futebol claramente influenciado por Marcelo "El Loco" Bielsa, utilizando esquema de três zagueiros e jogando com trocas de passes. O Grêmio não tem um time ruim, longe disso, mas há atletas muito pesados, que jogam mais na força do que na habilidade. Existe uma chance do Tricolor dos Pampas tomar uma canseira dos chilenos.

O Milagre do Morumbi

Quando o Barcelona foi imobilizado pelo Milan e seu "ônibus" no San Siro, eu não acreditava em uma classificação blaugrana. O Barça estava -de novo- de mãos atadas diante do mesmo esquema tático usado pelo Chelsea em 2012. E, como desgraça pouca era bobagem, o Real Madrid havia travado o time catalão duas vezes seguidas com o mesmo esquema tático. Isso me fez desacreditar de Messi e seus companheiros até que o improvável aconteceu no Camp Nou e o Barça superou a retranca milanesa por 4x0. Um verdadeiro milagre.

Da mesma forma que me senti em relação ao Barcelona naquele jogo, eu me sentia hoje em relação ao São Paulo: o time estava com dois desfalques importantes -Jadson e Luis Fabiano- e a equipe estava sofrendo com a irregularidade na Libertadores. Era necessário, ainda, torcer para que o The Strongest perdesse -e não empatasse, como postei erradamente ontem. E o adversário era o Atlético Mineiro, o melhor time da Libertadores até o momento e franco favorito ao título.

O milagre tricolor, no entanto, aconteceu no segundo tempo. Após um primeiro tempo com muita marcação e muitas poucas chances criadas, Leonardo Silva fez pênalti em Osvaldo, convertido por Rogério Ceni. Com o gol, o São Paulo se motivou e passou a criar mais chances, até que Ganso acertou um passe preciso para o garoto Ademílson marcar. E o Arsenal, a certa altura, já fazia 2x0 sobre o The Strongest -os bolivianos ainda iriam diminuir o placar para 2x1. Estava consolidado o "Milagre do Morumbi".

Confesso que me sinto profundamente aliviado: em meu post anterior, eu escrevi que não iria rezar para o São Paulo se classificar porque acredito que as divindades têm coisas mais importantes para cuidar do que um jogo que em nada mudaria minha vida.

Resisti à tentação de usar a fé em algo vão e me senti bem por isso.

Em tempo: eu comemoro o momento como torcedor, mas tenho plena consciência de que o Galo é o grande favorito para levar o título neste ano.