domingo, 30 de junho de 2013

Um Campeão que Não Empolgou

Parabéns ao Brasil pela conquista do tetracampeonato na Copa América. E ponto final.

Como disse o grande Paulo Cézar Caju, não vou mudar de opinião sobre a Seleção Brasileira apenas porque conseguiu derrotar a melhor equipe do mundo até o momento. Como eu expliquei em posts anteriores, uma vitória em um mata-mata pode meramente premiar a equipe que teve mais sorte no dia do jogo.

Não faço questão nenhuma de exaltar uma equipe que joga mais na cautela do que no ataque, não dispõe de jogo coletivo e comete faltas como se fosse a coisa mais normal do mundo. Faltas, aliás, que o Brasil cometeu demais em campo, parando as jogadas dos espanhóis na truculência. Mais parecia o Chelsea enfrentando o Barcelona. E ainda digo: o número de cartões que a Furia recebeu não reflete necessariamente o número de infrações cometidas, uma vez que o Brasil cometeu muito mais faltas do que seus adversários.

O gol inicial que Fred anotou desnorteou os adversários que perderam a cabeça, mas a maior parte dos atletas ainda tentou jogar bola. Os brasileiros também fizeram muita catimba para o meu gosto.

Continuo discordando da maneira como o Felipão dirige suas equipes, priorizando apenas os atletas "obedientes" em detrimento ao talento. Isso ficou evidente desde 2002 quando ele injustamente deixou Romário de fora da copa daquele ano.

Pelos dois gols anotados, Fred merece ser o nome do jogo. Oscar também foi muito bem hoje, mas gostaria que o garoto do Chelsea tivesse pelo menos mais um parceiro na armação das jogadas pelo meio nos próximos jogos. Algumas seleções como o México chegaram a matar a nossa Seleção marcando o meia e acabando com a armação das jogadas.

No jogo de hoje, o Brasil venceu e o futebol perdeu.

Salve Simpatia!

Por incrível que pareça a disputa pelo terceiro lugar desta Copa das Confederações foi uma grande festa. Os atletas adversários e o trio de arbitragem riam juntos, se cumprimentavam e pareciam estar se divertindo.

Confesso que não esperava um jogo tão tranquilo. Não houve muitas faltas apesar das trombadas e das equipes recuadas atuando nos contra-ataques. Foi um jogo muito limpo, o que não era muito esperado de duas equipes que costumam partir para a truculência.

A boa defesa do Itália não conseguiu segurar Suárez e Cavani que incomodaram -e muito!- o grande Gigi Buffon. O arqueiro da Itália fez vários milagres e não teve culpa nos dois gols de Edinson Cavani. Chances de gols, praticamente, só nas bolas paradas. A Azzurra parece ter sentido as ausências de Balotelli e Pirlo e não deu tanto trabalho para Muslera.

O Uruguai fez o de sempre: recuou todo o time e apostou nos contra-ataques encabeçados pelo seu trio ofensivo. Cavani foi o melhor e mais perigoso deles, com dois gols anotados, muitas oportunidades criadas e desperdiçadas também. A zaga uruguaia também fez bem o papel de fechar os espaços para o ataque italiano. Não havia muito o que fazer nos dois gols sofridos -ambos em lances de bola parada.

O jogo terminou empatado em 2x2 e acabou indo para os pênaltis. Buffon defendeu as cobranças de Forlán, Gargano e de seu companheiro de Juventus, Martín Cáceres. Muslera pegou a cobrança de De Sciglio. As cobranças terminaram em 3x2 para a Azzurra.

Tecnicamente, o jogo não foi nenhum primor, com poucos passes trocados e muita correria. A partida, no entanto, não chegou a ser ruim e houve alguns bons lances individuais e com poucas faltas. Lamento apenas que o Uruguai merecia um pouco mais a vitória por ter criado mais oportunidades de gol.

O nome do jogo, sem dúvida, foi Gianluigi Buffon, que segurou quase tudo e compensou as falhas da zaga italiana. Os três pênaltis defendidos também o credenciam a tal mérito. Gigi, aliás, merece ser eleito o melhor goleiro da competição por ter sido muito mais exigido que Casillas ou Júlio César, mas acho que o saldo de gols vai pesar mais na eleição dos melhores goleiros da competição. Se o Uruguai tivesse ficado com o bronze, eu teria eleito Edinson Cavani como o nome do jogo.

Parabéns à Itália e ao Uruguai pela descontração em campo e pelo jogo limpo. Eu estava esperando uma partida truculenta, mas vocês nos mostraram que times defensivos podem, sim, jogar cometendo poucas faltas.

Rapidinhas- 30/06/2013

KAKÁ DE VOLTA?

Segundo o site spfc.net, o meia Kaká estaria a caminho do clube que o revelou. Como o meia está sem espaço no Real Madrid (onde é reserva de Modric que, por sua vez, é reserva de Özil), o clube merengue e o Tricolor teriam chegado em um acordo para trazer o jogador de volta ao São Paulo e restariam apenas questões salariais para que Kaká voltasse ao Soberano. Farei mais comentários se a negociação se concretizar, mas eu aceito retorno de Kaká com ressalvas: o meia não tem mais atuado no mesmo nível que 2007 (quando foi eleito melhor jogador do mundo) e vive lesionado.

MAIS DESMANCHES A VISTA?

Mais um campeão estaria prestes a sofrer um desmanche. O Fluminense, após faturar o Brasileirão de 2012, teve vários de seus titulares sondados por clubes do exterior. Fred, Thiago Neves, Wellington Nem e Gum estariam cotados para deixar as Laranjeiras. Será que os dirigentes tricolores leram minhas sugestões de sexta-feira  para não deixarem a peteca cair? Ou será que o Nense vai ter de se contentar em conseguir vaga pra a Copa Sulamericana nas próximas temporadas?

DEL BOSQUE DE SAÍDA?

Em algumas entrevistas, o técnico da Espanha, Vicente del Bosque, mencionou que está cogitando deixar o comando da Furia em breve, provavelmente para se aposentar. Sem dúvida, ele fará muita falta à Roja, mas é o caminho natural do futebol. Como sugestão, a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) poderia sondar outros treinadores com a mesma filosofia do futebol de troca de passes, como Guardiola, "Loco" Bielsa e Jürgen Klopp. O meu preferido é o Guardiola, que já serviu à Seleção Espanhola e tem identificação com a camisa vermelha, além de ter contribuído (e muito!) com a formação do elenco atual da Espanha.

A Cereja que Falta ao Bolo

Imagem extraída do Facebook oficial de Lionel Messi- http://www.facebook.com/LeoMessi

Nunca deixo de exaltar o argentino Lionel Messi. Faltam-me adjetivos para descrever o quanto o atacante do Barcelona é diferenciado. Basta ver a quantidade de prêmios que ele já faturou -duas Champions Leagues e eleito quatro vezes melhor jogador no mundo. Messi pode ser comparado tranquilamente com os maiores nomes do futebol mundial, como Garrincha, Pelé, Didi, Romário, Maradona, Beckenbauer, Puskás e o Mestre Cruyff.

Alternando jogadas individuais com espírito coletivo, Messi sabe o momento exato quando driblar um adversário e quando é mais prudente passar a bola a um companheiro melhor posicionado ou menos marcado. La Pulga também é muito esforçado -já o vi atuar no sacrifício e nunca vi o atleta deixar de tentar alguma jogada, mesmo com o time em desvantagem. E o camisa 10 pode atuar no ataque pelos lados e também pelo centro, próximo à área. Já assisti ao jogador sendo improvisado no meio-de-campo, mas acho isso um grande desperdício, pois você rebaixa o melhor atacante do mundo em um meia comum.

Para consagrar definitivamente o nome e o legado deste grande nome do futebol mundial, falta apenas uma "coisinha": um título em copas do mundo.

Pela Seleção Argentina, Messi faturou um título no Mundial Sub-20 (em 2005) e uma medalha de ouro (nas Olimpíadas de 2008). Nunca conquistou, portanto, um troféu pela seleção principal de seu país.

Obviamente, não são apenas os títulos que fazem o nome de um atleta ou de um time. Dos grandes jogadores que eu citei, nem todos ganharam uma Copa do Mundo. Puskás e o Mestre Cruyff nunca tiveram, infelizmente, a honra de erguerem um troféu em um mundial. E o que dizer da Seleção Holandesa de 1974 de Rinus Michels ou da Seleção Brasileira de 1982 do Mestre Telê, que acabaram eliminadas por ferrolhos e, mesmo assim, deixaram saudades ao torcedor e aos amantes do futebol-arte?

Messi, portanto, não tem a obrigação de erguer um troféu em copas do mundo para entrar para a história do futebol mundial, até porque ele já o fez. Seria apenas a cereja que falta ao bolo do argentino para coroar o legado que ele deixará ao encerrar sua carreira.

A propósito, Messi ainda tem 26 anos. Em 2014, ele terá 27 e, em 2018, ele terá 31. O argentino, portanto, ainda tem muita lenha para queimar e jogar futebol em alto nível.

sábado, 29 de junho de 2013

Palpites para a Final e a Disputa do Terceiro Lugar

Encerra-se amanhã a Copa das Confederações 2013. Foram pouco mais de duas semanas de competição, com algumas boas partidas. Brasil e Espanha confirmaram o favoritismo e farão a final no Maracanã, enquanto Uruguai e Itália disputarão o bronze na Arena Fonte Nova.

Quem vai ganhar? Não sabemos, mas tenho alguns palpites.

URUGUAI X ITÁLIA

No "Clássico da Puma" (sim, as duas seleções são as únicas participantes do campeonato a serem patrocinadas pela empresa alemã), teremos mais um jogo truncado, com duas equipes muito mais preocupadas em defender do que criar oportunidades de gol.

A Itália é um pouco melhor que o Uruguai por contar com meias um pouco mais criativos, jogo um pouco mais coletivo, toque de bola e dois atletas diferenciados -Pirlo e Buffon. Apesar disso, não acredito que a Azzurra vá apresentar aquele futebol agradável da estréia e deve se concentrar em parar o trio ofensivo do Uruguai.

A Celeste, por outro lado, aparenta ter apenas três jogadores -Cavani, Suárez e Forlán- enquanto os demais atletas ficam todos recuados. Um jogador, no entanto, pode ser a chave para superar a Itália, Martín "El Pelado" Cáceres, que conhece quase todo o time da Azzurra por atuar com quase todos os adversários pela Juventus.

Ainda que "El Pelado" dê a fita dos companheiros juventinos, acredito que a Itália triunfe sobre o Uruguai por 1x0.

BRASIL X ESPANHA

No jogo mais esperado de todos, vejo o Brasil em total desvantagem em relação à Espanha. Motivo? Nossa Seleção não tem jogo coletivo nem disciplina tática para organizar uma defesa ou realizar um ataque ordenado para confundir a marcação espanhola. O Brasil nunca se notabilizou por estas características e elas podem fazer falta em uma partida onde entregar a bola para o adversário pode ser fatal. A única vantagem do time brasileiro é que temos atletas mais fortes do que o adversário e isso pode ser a diferença contra os "baixinhos" da Furia.

A Espanha, por outro lado, possui um jogo previsível, mas ainda não houve quem superasse o Tiki-Taka dos espanhóis. O "ônibus" do Chelsea e a verticalização do Bayern até conseguiram deter o meu Barcelona (que é uma das bases para a Roja), mas não houve, ainda, uma defesa capaz de superar a Furia até o momento, lembrando o melhor que a Itália conseguiu foi arrancar o empate na quinta-feira. Ainda estou esperando uma revanche entre Alemanha e Espanha para saber se a verticalização também funciona contra a Furia.

Se eu conheço o Felipão, ele não vai mudar o time e vai recuar todo o Brasil para tentar contra-ataques velozes. Perguntem ao Didier Deschamps se isso funcionou quando a sua França recebeu a Espanha em março deste ano.

Acho que a Espanha leva o título por 1x0.

Se Quiserem Vencer a Espanha, que Imitem o Bayern

Quando a partida entre Espanha e Itália terminou, alguns comentaristas esportivos defenderam que o Brasil deveria seguir os passos da Azzurra para derrotar a Furia e recuar todo o time para tentar contra-ataques velozes, possivelmente pelas laterais. Mas, sejamos francos, não precisamos que a Itália nos ensine isso: o Muricy fazia isso no São Paulo, e o Tite e o Mano Menezes adotaram estratégias semelhantes no Corinthians. Há, ainda, o "exemplo" do Chelsea, que deixava seus volantes e defensores atrás da linha da intermediária e valia-se dos contra-golpes velozes com Juan Mata e Ramires acionando Drogba, estratégia que superou o meu Barcelona e o Bayern München em 2012.

Eu, como amante do futebol-arte, não aceito tal sugestão. O time do Brasil já não está aquela maravilha, com muito mais gente para marcar do que para armar uma jogada. E ainda me aparecem pessoas que sugerem que o Felipão recue ainda mais o time? O que mais eles vão sugerir depois disso? Que o Brasil faça "rodízio de faltas" para ferir Iniesta e Xavi visando tirá-los do jogo? Que os brasileiros façam cera e catimba para irritar os espanhóis e cavar uma expulsão? Dá um tempo. Já temos muito disso nos nossos clubes. Nossa Seleção, que tem atletas habilidosos, não precisa usar recursos tão baixos e vulgares.

Há métodos muito mais interessantes para superarmos a Espanha. E um desses métodos foi ensinado justamente pelo campeão da última Champions League, o Bayern München.

Diferente do Chelsea, que mantinha toda a equipe recuada, o Bayern abusa da mobilidade de seus atletas, fazendo-os parecer que estão em todos os lugares ao mesmo tempo. Todo mundo volta para marcar e todos os atletas têm toda liberdade para subir para o ataque. Lahm e Alaba tinham toda a liberdade para apoiar Ribéry e Robben pelos lados, Martínez e Schweinsteiger subiam para apoiar e fazer companhia para Müller no meio-de campo, e o zagueiro Dante mostrava boa presença de área, e não era apenas para cabecear bolas em lances de bola parada: o baiano até arriscou algumas jogadas individuais em contra-ataque na última temporada. Quando o adversário estava com a bola, Mandzukic, Robben e Ribéry apareciam lá atrás para ajudar na marcação. A movimentação dos dois alas era tão intensa que era comum vê-los trocar de lado. A marcação do Bayern era feita por pressão e os jogadores bávaros conseguiam roubar a bola no campo de ataque.

Nossa Seleção tem atletas fortes e velozes para emular o estilo de jogo do Bayern. Podemos manter todo o time se movimentando, com total liberdade para que os defensores subam para apoiar e, ao mesmo tempo, solicitar que os atletas que atuam no ataque voltem para ajudar na marcação. Será necessário, contudo, muita organização e disciplina tática para que os atletas saibam para onde passar a bola caso estejam muito marcados. Rifar a bola contra a Espanha pode ser mortal.

A eficiência deste estilo, obviamente, tem um preço: os atletas do Bayern sempre saíam muito extenuados de campo e as lesões eram muito frequentes. Na temporada passada, Robben, Mandzukic, Gómez, Kroos e Boateng se lesionaram, desfalcando o time por longos períodos e só não deixaram o time bávaro na mão porque a equipe de Munique contava com reservas à altura dos titulares.

Duvidam que isso funcione? No mata-mata da Champions, o Bayern superou quatro times que trocam passes e valorizam a posse da bola: Juventus, Arsenal, Barcelona e Borussia Dortmund.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Perdas Irreparáveis

Entra ano, sai ano e os clubes brasileiros nunca conseguem segurar suas principais estrelas e sempre perdem seus atletas mais importantes para a Europa, a menos que sejam jogadores em fim de carreira.

Os dirigentes e treinadores precisam planejar como lidar com as eventuais perdas. Aqui no Brasil, os desmanches de elencos são inevitáveis, sobretudo se levarmos em conta que nós somos muito mais fornecedores de atletas do que aceptores e que a maioria dos clubes está endividada até o pescoço -vide as últimas matérias publicadas em sites de esportes que mostram o quanto os clubes brasileiros estão devendo.

Todos em um clube têm plena consciência de que é muito difícil segurar um craque no Brasil e, mesmo assim, nunca preparam seus elencos para as eventuais perdas. Esperam o atleta ser vendido e só depois disso é que saem em busca de peças de reposição, como se um novato recém-chegado fosse chegar no clube, fazer amizade com todo mundo logo de cara, aparecer em ótima forma física e sair detonando logo na estréia. Isso não existe: o jogador precisa de tempo para se ambientar a sua nova realidade e se entrosar com os companheiros. Como consequência disso, vários times que fazem boas campanhas em uma temporada, não conseguem repetir o bom desempenho no ano seguinte porque perdem seus atletas mais importantes e não fazem a reposição de maneira apropriada.

No Santos, por exemplo, todos sabiam que Neymar e Ganso iriam embora cedo ou tarde, mas não vi nenhum dirigente santista ou treinador se antecipar a isso e preparar algum sucessor para a vaga deles. Para o lugar do Ganso, trouxeram o Pato Rodriguez na metade do ano passado, imediatamente após a venda do meia. O argentino entrou numa grande fria, pois queriam que ele resolvesse o problema logo de cara. Como ele não conseguiu, acabou queimado, foi injustamente condenado à reserva e deve entrar na lista de dispensa do clube. O próprio torcedor santista sabe que Patito ainda é muito jovem, mas é esforçado e, se estiver aprumado, resolve o jogo. Com Neymar, foi a mesma coisa: só depois que a venda do atacante ao meu Barcelona foi sacramentada é que dirigentes e treinadores perceberam que precisavam colocar Neílton e Gabigol para jogar. Por que os dois não foram sendo introduzidos no elenco aos poucos? Colocar um garoto em campo da maneira como foi feito, queima o filme do jogador e, ainda, pode arruinar a carreira dele.

No meu Tricolor, os dirigentes só foram atrás de um substituto para Lucas depois que ele foi para o PSG e -detalhe- o meia já estava negociado seis meses antes de se transferir. Veja se o treinador ou algum cartola se preocupou em ir contratando algum jogador para substituí-lo aos poucos ou se algum garoto da base foi preparado para sucedê-lo. Só pensaram nisso depois que o jogador foi embora...

Quando há a possibilidade de se perder um atleta, o clube precisa se antecipar a isso sempre que possível. Para isso, ao perceberem que não vão conseguir segurar algum jogador, deve-se trazer (ou efetivar) um substituto pelo menos uns seis meses antes para que ele tenha tempo de adquirir a forma física desejada. Além disso, o tempo de seis meses permite que o novato faça amizade no elenco e, aos poucos, tome o lugar do jogador que vai sair para que, no instante em que isso acontecer, o substituto já esteja em forma, atuando no mesmo nível que o titular e entrosado com os companheiros. Uma maneira de fazer isso é poupar o atleta que vai sair nos jogos menos importantes e dar chance ao substituto nestas partidas.

O Corinthians deve perder Paulinho nos próximos dias e o seu substituto, Guilherme, já tem algum tempo de casa, mas ainda está verde. Será que ele tem cacife para arcar com a responsabilidade de substituir um atleta com a importância do camisa 8? Aguardem os próximos jogos.

Que Falta Faz a Alemanha!

A Copa das Confederações ofereceu ao Brasil a possibilidade de algumas das grandes seleções do mundo virem ao nosso país e nos presentear com o futebol de outras culturas. A Espanha nos concede o prazer de assistir a um belo jogo coletivo, com muito toque de bola e muita ofensividade. A Itália, se não mostrou um futebol bonito, ao menos permitiu que o brasileiro contemplasse como o maestro Andrea Pirlo faz a diferença em campo e como um volante pode participar do jogo sem deixar a marcação de lado. E no Uruguai, salvam-se Cavani, Forlán e Suárez, três bons atacantes.

É uma pena, no entanto, que a Alemanha não tenha tido o direito de participar desta edição da Copa das Confederações.

Adotando um estilo que combina o jogo coletivo e a verticalização, a Alemanha deixa de ser aquela seleção pragmática com zagueiros truculentos de outrora e torna-se o paraíso dos atletas velozes, habilidosos e técnicos.

A base da Alemanha é composta, basicamente, por atletas do Bayern München e do Borussia Dortmund. Ambos foram os finalistas da última Champions League, deixando para trás equipes como Barcelona, Real Madrid, Manchester United, Arsenal, Chelsea, Milan e Juventus. Imaginem como seria um time que combinasse a nata das duas melhores equipes da Europa. Joachim Löw só deve lamentar as ausências de Ribéry, Robben, Lewandowski e, talvez, Dante, todos eles atletas que fizeram toda a diferença em campo nesta temporada pelos seus respectivo clubes.

A Alemanha, contudo, não se vale apenas do Bayern e do Borussia. Atletas como Özil, Podolski, Mertesacker e Khedira ainda são presenças constantes na lista da Mannschaft. Além deles, há muitos jovens promissores à espera de uma vaga na seleção alemã, como Lewis Holtby, Höwedes, Draxler, Schürrle, Zieler e ter Stegen. Se levarmos em conta que Podolski disputou sua primeira Copa do Mundo com apenas 21 anos e Müller com 20 (ambos como titulares), não será nenhuma surpresa se um desses garotos aparecer no time principal.

Lamento profundamente que a Alemanha tenha caído diante daquela pragmática Itália na última Eurocopa e, com isso, tenha perdido o direito de vir ao Brasil nos presentear com seu futebol magnífico. Foi uma grande zebra e, ao mesmo tempo, um duro golpe no futebol-arte. Seria uma grande honra ver Götze, Müller, Reus e outros desfilando em nossos gramados.

A Alemanha é uma seleção que faz muita falta nesta Copa das Confederações 2013, bem ao contrário do Uruguai e da Itália, que fazem muitas faltas.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Jesús Salva!

A Itália, pra variar, resolveu praticar o que o Mestre Johan Cruyff chama de "anti-futebol": equipe muito recuada, muitas faltas, preocupação excessiva com a marcação e com a defesa. Oportunidade de gol que é bom, só na bola parada ou no contra-ataque. Bem parecido com as equipes do nosso futebol.

A Espanha mereceu a classificação porque buscou o jogo o tempo todo. Mesmo com o ferrolho italiano à frente, Iniesta e seus companheiros não abriram mão da criação de oportunidades, tocaram a bola e buscaram o jogo o tempo todo, com a marcação adiantada e bem próxima do meio-de-campo. O único erro dos espanhóis foi pecar nas finalizações. Seria um grande insulto ao futebol que uma equipe retranqueira e faltosa como a Itália eliminasse a única representante do futebol-arte do campeonato.

Não consigo entender, aliás, o que houve com a Itália. Estreou contra o México mostrando um futebol de troca de passes e aproveitando muito bem a base vida da Juventus, que também joga com a bola no chão. Depois daquele jogo contra o Japão, o senhor Cesare Prandelli resolveu armar um muro no campo de defesa e jogar em contra-ataques velozes pelas pontas. E, ainda por cima, hoje ele me aparece fazendo as duas linhas de quatro defensores (o chamado "ônibus") e me arma a equipe em um 3-4-2-1.

O jogo foi para a prorrogação e depois pênaltis. Todas as dez cobranças iniciais foram convertidas e a partida foi para as cobranças alternadas. Na sétima cobrança para a Itália, o zagueiro Bonucci isolou a bola. Jesús Navas, em seguida, não desperdiçou e colocou a Furia na final.

O nome do jogo, na minha opinião, foi o capitão da Espanha, Iker Casillas, que fez vários milagres no tempo normal, defendendo, inclusive, chutes bem de perto. Destaque também para o atacante Navas, que foi muito esforçado em campo e converteu o pênalti da classificação.

No Brasil, Klose Seria um "Trouxa"

Observando as constantes reclamações sobre a falta de honestidade de alguns de nós, brasileiros, eu me lembrei do atacante alemão (na verdade, polonês naturalizado) Miroslav Klose.

Há quase um ano atrás, Klose anotou um gol de mão contra o Napoli, durante partida válida pelo Campeonato Italiano. O jogo ainda estava 0x0. O centroavante, contudo, dirigiu-se ao juiz da partida e confessou a irregularidade ao árbitro. A Lazio seria derrotada por 3x0 naquela partida.

Na ocasião, Klose recebeu muitos elogios. O alemão chegou a recusar prêmios oferecidos por várias entidades visando homenagear o gesto de fair play do atleta. O atacante, no entanto, recebeu uma quantidade absurda de críticas proferidas por nós brasileiros, quase todas afirmando que Klose deveria ter tirado proveito da situação. Lendo os comentários da notícia e dos vídeos sobre o lance, li a palavra "trouxa" ser usada uma dezena de vezes para se dirigir ao atleta pela sua atitude.

"Trouxa". Assim é o honesto no Brasil. Assim é o atleta que não comete faltas sem que o juiz perceba, que não usa insultos para enervar o adversário e que não faz gols impedido e de mão, como dizia aquela música do Biquíni Cavadão.

"Trouxa". Assim é a pessoa que não aceita ou que não pratica corrupção, que não tenta "dar um jeitinho" de fazer as coisas, que não sonega impostos, que não compra produtos contrabandeados ou pirateados, que não fura a fila e que não tenta levar vantagem em tudo.

A desonestidade, a meu ver, é sinônimo de ser esperto no Brasil. Pouco sabe o desonesto, contudo, que isso suja não apenas a própria imagem, como também pode manchar toda a reputação de seus colegas, sua família, seu ambiente, sua cidade e seu país. Quantos estrangeiros não têm medo de vir e investir no Brasil devido aos altos índices de criminalidade e de corrupção?

Honestidade é um valor que faz toda a diferença, seja na vida pessoal, no esporte, na política, nos negócios. Você sempre vai confiar no vendedor mais honesto, no político que tem a ficha limpa, no amigo que é sempre leal a você.

O atleta profissional, como pessoa pública, tem a obrigação de passar estes valores aos seu espectador. Ele sempre carrega uma grande responsabilidade ao influenciar seus admiradores e é sempre esperado que ele transmita bons valores ou que, pelo menos, ele não tenha atitudes negativas. Toda a sua reputação pode vir abaixo ao menor deslize.

Klose foi um "trouxa" para nós, mas para o resto do mundo ele foi um exemplo de honestidade e de coragem ao admitir um erro que poderia beneficiar seu time.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Sobrou Músculo, Faltou Futebol

O Brasil venceu o Uruguai por 2x1. Gols de Fred (após pegar um rebote originado de um chute de Neymar), Cavani (após uma falha de Marcelo) e Paulinho (cabeceio após cobrança de escanteio de Neymar). E o goleiro Júlio César salvou um pênalti cobrado por Forlán, após David Luiz ter derrubado Lugano na área. Essa foi a parte boa do jogo de hoje.

A parte ruim: foi um jogo que, como esperava, muito pegado com times mais preocupados com a marcação do que com a criação de oportunidades. Passes errados, faltas, trombadas, catimba e correria dos dois lados. Ambos os times atuavam muito mais na cautela do que na ousadia, com as equipes muito recuadas.

Uma substituição que até agora não entendi: por que o Felipão tirou o Oscar -o único jogador do Brasil capaz de organizar e armar jogadas no meio-de-campo- para colocar um volante (Hernanes)? Com a necessidade de vencer o jogo, não seria melhor ter tirado um zagueiro ou o defensivo Luiz Gustavo para colocar o atleta da Lazio? Não é um campeonato de pontos corridos, Felipão, e um empate poderia ter sido fatal, sobretudo se levarmos em conta que os Uruguaios têm bons cobradores de bolas paradas e que o goleiro Júlio César não transmite mais a segurança de outrora -ele defendeu um pênalti hoje, é verdade, mas está muito irregular de modo geral.

A sensação que a partida transmitiu foi a de que o futebol da América do Sul prioriza muito mais os aspectos físicos e defensivos em detrimento à criatividade e à ofensividade, mesmo levando-se em conta que a maior parte dos atletas que estava em campo hoje atua na Europa. Não dava gosto de torcer para nenhum dos dois times.

Júlio César foi eleito o MVP da partida, mas eu considero Neymar o melhor em campo por ter participado dos dois gols.

Agora, o Brasil espera o próximo adversário, que pode ser a Espanha ou a Itália. Como seria uma partida entre a Furia e a Canarinho? Gostaria muito que essa pergunta fosse respondida no próximo domingo.

Um, Dois, Três,... Quatro Laterais!

O São Paulo tem três laterais-esquerdos à disposição: Juan (estava encostado mas foi reintegrado ao elenco), Carleto (lesionado) e Cortez (encostado). E, agora, aparece o interesse do meu Tricolor no argentino Clemente Rodríguez, atualmente no Boca Juniors. Muitos jornais dizem que o hermano já acertou com o Soberano, mas eu só vou descrever Clemente como atleta do São Paulo após o jogador ser apresentado oficialmente.

Eu não contesto o desempenho de Clemente Rodríguez. Já o vi atuar pelo Boca Juniors, Estudiantes e também pela Seleção Argentina -na última Copa do Mundo, ele foi reserva de Gabriel "El Gringo" Heinze. A imprensa brasileira descreve o argentino como um lateral mais defensivo do que ofensivo, mas nas partidas em que o vi atuar, Rodríguez apoiava bastante, destacando-se pela velocidade. Algumas matérias publicadas no site globoesporte.com em 2012 descreviam Clemente como um lateral que poderia ser improvisado no meio-de-campo, o que corrobora com minhas observações. O atleta está com 31 anos, mas ainda vem jogando em bom nível e já faturou três Libertadores (2001, 2003 e 2007).

Gostaria, no entanto, de questionar o porquê de tantos laterais-esquerdos no São Paulo. Esta questão me faz reviver o Tricolor em 2008, quando a equipe chegou a ter quatro nomes para a lateral-direita -Joílson, Éder, Jancarlos e Zé Luiz.

Nunca fui favorável à política de "inchar o elenco" e colocar tantos atletas para uma única posição. Gasta-se muito dinheiro para manter jogadores "ociosos" e há, ainda, a possibilidade de se gerar conflitos no elenco devido a disputa pela titularidade no time. Nenhum atleta quer ficar no banco de reservas, ainda mais se considerarmos que Juan, Cortez e Clemente têm passagens pelas seleções de seus respectivos países.

O atual momento do São Paulo não me parece, também, o mais apropriado para se fazer tantas contratações. O Tricolor já estava com muitos nomes no elenco e foi feita uma série de dispensas. A impressão que se tem é a de que o Soberano contrata atletas a esmo como uma forma de tentar acalmar torcedores insatisfeitos ou meramente para ostentar poder aquisitivo.

O que o Tricolor realmente precisa fazer é compreender que o caminho para montar um elenco competitivo é lento e passa por muitos altos e baixos até que se obtenha consistência. Ao mesmo tempo, entender que toda geração de atletas tem seu surgimento, ascensão, auge e declínio. Nenhum jogador dura para sempre no elenco e é preciso considerar possíveis renovações e mudanças no elenco no planejamento do clube. Não adianta, portanto, ficar contratando atletas e esperando resultados imediatos ou que uma geração de bons jogadores mantenha sempre o mesmo desempenho.

Se Clemente Rodríguez realmente vier ao São Paulo, ele será muito bem-vindo. Eu, como escrevi acima, considero o argentino um bom lateral-esquerdo. Gostaria, no entanto, que os dirigentes explicassem o porquê de mais um jogador para a posição se há quatro opções para o elenco e, mesmo assim, oferecer um contrato de dois anos. Se fosse por empréstimo, seria compreensível.

Não duvido que, caso o argentino não se acerte no elenco (o que espero que não aconteça), o São Paulo contrate um quinto lateral-esquerdo.

Palpites para os Jogos das Semifinais da Copa das Confederações

BRASIL X URUGUAI

No clássico sul-americano, temos duas equipes que privilegiam a defesa em detrimento ao ataque. O Brasil ainda tem muita timidez para jogar na frente e atua pouco coletivamente. E o pior é que temos muitos atletas talentosos e/ou técnicos que estão ficando no banco em detrimento àqueles que se destacam pelas características físicas. O Uruguai não é muito diferente, armando um ferrolho de sete ou oito homens atrás da linha da intermediária e liberando apenas Cavani, Suárez e Forlán (quando o camisa 10 está em campo) para atacar. E a Celeste, praticamente, só cria oportunidades de gol no contra-ataque e na correria. Palpito um jogo truncado, com grande possibilidade de empate (provavelmente por 0x0) e decisão nos pênaltis. Se houver um vencedor, seja no tempo normal ou prorrogação, será por um placar magro.

ESPANHA X ITÁLIA

Na reedição da final da Euro 2012, a Espanha ainda leva vantagem total sobre a Itália por possuir melhores jogadores, tanto individualmente quanto coletivamente, além de ser mais ofensiva. A Azzurra deve atuar truncando o jogo, como fez contra o Brasil na partida anterior. Os italianos terão, ainda, o desfalque de sua principal referência no ataque, Balotelli (lesionado). Pirlo deve retornar, o que dá aos italianos um pouco de esperança para conseguirem sua revanche. Palpito 2x0 para a Furia.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Rapidinhas- 25/06/2013

FURADA!

Juro que esta foi a última vez que eu confiei no que a imprensa divulgou sobre contratações. Só vou comentar transferências após o atleta ser apresentado em público. Não é que a negociação do atacante Adriano para jogar pelo Internacional melou? E algumas fontes que dizem que o volante Paulinho ainda não acertou com o Tottenham? Ontem à noite, surgiu a notícia de que o lateral Clemente Rodríguez teria acertado com o São Paulo e estaria a caminho. Só vou comentar o que eu acho depois que o argentino for apresentado -e SE ele for apresentado.

QUAL O PROBLEMA COM FORLÁN?

Diego Forlán foi o melhor jogador da Copa do Mundo de 2010. Valorizado, o uruguaio passou pela Internazionale sem deixar saudades e, agora no Internacional, oscila entre bons e maus momentos. Na Celeste, no entanto, o atacante faz TODA a diferença. A equipe joga muito melhor quando o camisa 10 está em campo, curiosamente atuando mais recuado, quase como um falso nove ou como um meia central com liberdade para subir (assim como Fábregas, Riquelme e Sneijder). Seria uma boa para o técnico Dunga repensar o posicionamento do uruguaio nos próximos jogos.

DESMANCHE A VISTA NO TIMÃO?

Triste, mas este é o destino das equipes brasileiras que fazem sucesso na Libertadores ou Mundial Interclubes. Após perder Castán (na metade do ano passado) e Jorge Henrique; Sheik, Guerrero, Chicão, Paulinho e Ralf são especulados fora do Timão. Meus comentários sobre as possíveis saída: Sheik não faria tanta falta, uma vez que seu desempenho já vem oscilando muito. Chicão é reserva e ele ainda tem lenha para queimar, portanto, talvez seja melhor ele considerar a transferência. Guerrero também não vinha rendendo o mesmo que antes -deve ser falta de meias criativos para servi-lo- e o Coringão dispõe de Alexandre Pato. Dos atletas especulados, Ralf e Paulinho são os únicos que realmente fariam falta ao Corinthians.

FICA, ROONEY!

Até agora não consegui entender o que houve com Wayne Rooney. De principal jogador e grande ídolo do Manchester United, o atacante passou boa parte da temporada 2012-13 no banco e é especulado como moeda de troca para que os Red Devils possam trazer Cristiano Ronaldo de volta. Rooney ainda tem lenha para queimar (tem 27 anos), tem identificação com o clube e ainda vem jogando em bom nível (vide último amistoso do Brasil contra a Inglaterra). A menos que seja por deficiência técnica ou insatisfação do próprio atleta, acho uma grande injustiça que um grande ídolo do clube deixe o time vermelho dessa forma.

Amistosos que Podem Fazer Falta

O Brasil vai encarar o Uruguai na semifinal e, se passar, deverá cruzar o caminho da Espanha na final, uma vez que a Itália estará com muitos desfalques importantes para a próxima quinta-feira -Balotelli e, possivelmente, Pirlo, não jogarão no dia 27.

Já faz um bom tempo que o Brasil não enfrenta o Uruguai. Desde junho de 2009, para ser mais preciso, quando a Canarinho goleou a Celeste em plena Montevidéu durante partida válida pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2010. Na ocasião, a geração atual de jogadores ainda estava engatinhando pela Seleção Uruguaia e, portanto, Suárez, Cavani, Lodeiro e outros ainda não haviam demonstrado todo o seu potencial em campo.

A Celeste, antes de 2010, não era considerada uma ameaça real devido às campanhas pífias, chegando a ficar de fora de vários mundiais nos últimos anos. O Uruguai, contudo, voltou a chamar atenção do mundo ao conquistar um surpreendente quarto lugar no mundial daquele ano e, depois, conquistar a Copa América de 2011 após superar a favorita Argentina nas quartas-de-final. Ainda que o nível da competição sul-americana seja baixo, o desempenho da Celeste mostrou que o quarto lugar na Copa de 2010 não havia sido meramente um golpe de sorte.

A Espanha, outro potencial adversário do Brasil, também passava desapercebida por conta do grande jejum de títulos que sofreu entre 1964 (quando ganhou sua primeira Euro) até 2008 (quando surpreendeu a Alemanha com seu futebol de troca de passes). De uma seleção considerada coadjuvante, a Furia tornou-se temida e respeitada pelos seus adversários. De todos os títulos possíveis desde 2008, a Roja só não conseguiu levantar o caneco na Copa das Confederações de 2009, quando caiu diante dos Estados Unidos. Eu não tenho nenhum registro de confrontos recentes entre Brasil e Espanha.

A nossa Seleção realizou amistosos contra Holanda, França, Inglaterra, Argentina, Itália e Alemanha durante os últimos três anos. Gostaria de saber o porquê da Furia e da Celeste nunca terem sido chamadas para um amistoso contra o Brasil, a despeito de serem adversários em potencial para a Canarinho nas competições, como vai acontecer agora.

A Espanha e o Uruguai, obviamente, ganharam visibilidade com o desempenho nas últimas competições, mas assistir a VTs de partidas e encarar o adversário no gramado são duas coisas muito diferentes. Cria-se uma antítese em que sabe-se muito sobre o adversário ao mesmo tempo em que nada se sabe sobre ele.

Enquanto o Brasil estava enfrentando, com todo o respeito, adversários como Japão, Bósnia-Hezergovina e Gabão; deixamos de enfrentar oponentes que realmente poderiam ameaçar a Seleção em competições.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Parabéns, Messi!

Imagem extraída do Facebook oficial de Lionel Messi- http://www.facebook.com/LeoMessi

Completa hoje 26 anos o craque Lionel Messi, jogador do Barcelona e da Seleção Argentina.

Messi é um grande craque, podendo atuar nos três lados do ataque (aberto pelas pontas ou centralizado), tem boa visão de jogo (o passe que ele deu para o gol de Pedro contra o PSG neste ano foi algo magnífico), sabe jogar individualmente (com dribles e em velocidade) e também coletivamente.

A Pulga também é uma lembrança constante de que não é preciso se forte e grande para se destacar. Messi é baixinho (tem apenas 1,69m, o que lhe rendeu o apelido de Pulga) e, mesmo assim, já colocou muitos grandões na roda.

Praticamente, o time inteiro do Barcelona é bom, mas, ainda assim, Messi consegue se destacar. Tal fato o coloca no meu conceito de craque, uma vez que não faltam grandes atletas na equipe blaugrana, como Xavi, Iniesta, Fábregas, Dani Alves e Piqué.

Parabéns, Leo! Muito sucesso e felicidades que você merece! É o que deseja este blogueiro que é seu fã declarado!

Volte Sempre, Taiti!

Eu assisti ao jogo da Espanha contra a Nigéria. Em virtude disso, não vi o jogo do Uruguai contra o Taiti, apenas acompanhei alguns lances via internet.

Os campeões da Oceania vieram para a edição 2013 da Copa das Confederações como grande azarões, afinal a equipe não dispunha de um time profissional. Seu único atleta profissional é Marama Vahirua, que estava atuando no futebol grego. A participação dos taitianos na competição já poderia ser considerada um grande prêmio.

Como esperado, os taitianos levaram três goleadas: 6x1 da Nigéria, 10x0 da Espanha e 8x0 do Uruguai. Mesmo com o esforço demonstrado, os comandados do treinador Eddy Etaeta não conseguiram fazer frente aos seus adversários.

Não sei de onde vem essa cultura do torcedor brasileiro de apoiar a equipe mais fraca, mas o fato é que o Taiti caiu nas graças do povo brasileiro e mesmo de alguns adversários.

Ao término da despedida da partida de ontem para o Uruguai, os atletas do Taiti estenderam uma faixa com os dizeres "Obrigado Brasil" em retribuição ao carinho recebido. Não obstante, o treinador Eddy Etaeta cumprimentou cada um dos repórteres após conceder sua última entrevista coletiva no Brasil.

Aos taitianos, posso sugerir para que continuem em sua busca pela profissionalização de seu futebol. Não é um caminho fácil e, provavelmente, levará alguns anos até que a equipe da Oceania consiga fazer frente aos adversários de outros continentes. Já postei isto uma vez, mas repito: vejam como os times do Japão, Estados Unidos, Índia, China e Oriente Médio têm feito, levando grandes jogadores em final de carreira para atuarem em suas terras e, com isso, aumentar o interesse no futebol nesses países. É apenas um modelo, mas que pode vir a funcionar. A própria participação do Taiti nesta Copa das Confederações, provavelmente, irá aumentar o interesse de todos no futebol daquele país.

Obrigado, Taiti. E voltem sempre!

Sugestões para a Próxima Copa das Confederações

Previsível, curta demais e com poucos times interessantes. Assim vejo a Copa das Confederações. Não apenas o campeonato que está sendo realizado aqui no Brasil, mas todas as Copas das Confederações dificilmente trazem partidas emocionantes ou surpresas antes da fase de mata-mata. E quando a competição chega a seu auge, termina.

Não sei o quanto as seleções valorizam a competição, mas poderíamos torná-la mais emocionante e desafiadora aumentando a quantidade de times e a duração do torneio.

Gostaria, dessa forma, que a FIFA organizasse uma competição com o dobro de equipes -de oito para dezesseis. Além dos campeões de cada confederação, poderiam ser convidados para participar do torneio os vice-campeões. Para preencher as duas vagas restantes, o vice-campeão da Copa do Mundo anterior e o detentor do título da Copa das Confederações anterior também teriam direito a vagas na competição.

As equipes seriam, então, organizadas em quatro grupos e os cabeças-de-chave seriam escolhidos conforme os critérios já aplicados na Copa do Mundo. Provavelmente, Brasil, Itália, Argentina, Alemanha, Espanha e Uruguai encabeçariam as grupos.

Eu disse Argentina e Alemanha? Sim. O aumento de vagas oferecidas permitiria que mais seleções da Europa e da América do Sul participassem, aumentando o desafio do torneio, a visibilidade e possibilitando mais confrontos emocionantes na fase de mata-mata. Às equipes "menores", haveria uma chance maior de divulgar seu futebol, uma vez que o número de vagas disponíveis para a Oceania e para a Ásia é muito menor em relação às europeias e sul-americanas.

Um torneio mais extenso também seria interessante para as emissoras de televisão. Acho que todas as detentoras dos direitos de transmissão e os patrocinadores também compactuariam com a minha ideia.

Vamos lá, FIFA! É uma ideia interessante para todas as partes envolvidas! Não vejo porque não extender e, posteriormente, valorizar a Copa das Confederações!

domingo, 23 de junho de 2013

Balanço da Terceira Rodada da Copa das Confederações

Nada como falar de futebol. É sempre um grande prazer para mim comentar partidas e, principalmente, escrever palavras de incentivo para que os treinadores e os jogadores pratiquem o futebol-arte. Nada de truculência, deslealdade ou anti-jogo.

Não esperava grandes emoções no Grupo A, afinal, os times classificados já estavam definidos e não havia muita coisa em jogo. Assim eu pensava.

O clássico entre Brasil e Itália foi um bom jogo. Após um primeiro tempo tedioso, onde só uma equipe parecia ter vontade de jogar bola, tivemos um segundo tempo movimentado com muitos gols. O Brasil vem melhorando a cada jogo, mas o Felipão ainda se preocupa em demasia com a marcação e explora apenas os aspectos defensivos do 4-2-3-1. Quem acompanha o futebol alemão ou assistiu à última edição da Champions League sabe que o 4-2-3-1 transforma-se num 4-3-3 ou mesmo em um 2-5-3 no ataque, dependendo de como os volantes e os laterais avançam. Nossa seleção têm atletas para jogar dessa forma, seja trocando passes, seja verticalizando as jogadas. É muito pouco para uma seleção com tantos bons jogadores como a nossa manter apenas Neymar, Hulk, Oscar e Fred na frente. Podem ver que quando os laterais e o segundo volante (Hernanes ou Paulinho) avançam, o Brasil consegue trocar mais passes na frente e, consequentemente, cria mais oportunidades de gol. A Itália, por outro lado, me desapontou muito: substituiu o toque de bola pelo pragmatismo, perdeu com justiça e corre o risco de rodar diante da Espanha na quinta. Será que a ausência de Andrea Pirlo pesou tanto assim na Azzurra?

O jogo entre Japão e México serviu para dar um pouco de gás a Javier "Chicharito" Hernández, que anda em baixa no Manchester United. E só. O México foi uma grande decepção nesta Copa das Confederações ao apostar em um futebol tão pragmático e não merecia ter vencido o esforçado Japão, que apresentou um bom jogo coletivo e muita garra. Mesmo sem terem pontuado na competição, os japoneses foram uma agradável surpresa nesta copa.

O Grupo B estava em aberto, embora eu não estivesse esperando nenhuma surpresa dos jogos de hoje. E foi o que se confirmou.

A Espanha, mesmo mudando um pouco sua proposta de jogo hoje, foi totalmente superior aos grandões da Nigéria. É uma pena que os times da África estejam trabalhando apenas os aspectos físicos em detrimento aos técnicos. Nunca faltou talento naquele continente, seja pelos atletas africanos propriamente ditos, seja pelos seus descendentes que atuam pela França e pela Inglaterra. Quanto à Furia, nem preciso me alongar demais porque vocês sabem que sou fã da Seleção Espanhola e seu Tiki-Taka.

O Uruguai, como esperado, entrou com o time reserva e aplicou um sonoro 8x0 no Taiti. Pena que o jogo tenha sido tão violento por ambas às partes. Pelos taitianos, até posso dar um desconto, visto que eles não são uma equipe profissional, mas é triste ver uma seleção que foi duas vezes campeã mundial ser tão faltosa. Os únicos atletas que acho que se salvam na Celeste são Suárez, Cavani e, um pouco, o Forlán.

Tirando a partida entre o Brasil e a Itália (quando eu esperava um "jogo de compadres"), a terceira rodada transcorreu sem grandes surpresas.

Amanhã, eu postarei uma resenha para sugerir mudanças para a próxima Copa das Confederações, que está prevista para ocorrer na Rússia em 2017.

Voa, Alba!

Jordi Alba foi a grande revelação da Euro 2012. Tal feito o credenciou a grande contratação do meu Barcelona para a temporada 2012-13, mas o lateral-esquerdo deixou um pouco a desejar durante seu retorno ao clube que o revelou. Normal, afinal, Jordi Alba ainda é jovem, vai ganhar experiência, maturidade e, provavelmente, vai dar muitas alegrias ao torcedor catalão.

Alegrias, aliás, como as que o garoto nos proporcionou hoje ao anotar dois gols e tomar conta do lado esquerdo. Com muita velocidade, bom posicionamento e pontaria certeira, o atleta do Barcelona foi o nome do jogo com muita justiça. Fernando Torres deixou o seu também e chegou à marca de 5 gols na competição.

A Espanha, apesar da posição confortável na tabela, ainda poderia ser eliminada da Copa das Confederações 2013. Era uma probabilidade bem pequena, é verdade, mas existia. Era importante, portanto, vencer a Nigéria.

Hoje os espanhóis utilizaram-se do tradicional toque de bola, mas com mais velocidade e verticalidade. Jogadas velozes e individuais, além dos cruzamentos, foram feitas com mais frequência. A marcação espanhola fez o padrão, adiantando os defensores e mais preocupada em fechar espaços e atrapalhar o posicionamento dos atacantes nigerianos do que realizar desarmes. Não à toa, a Espanha comete pouquíssimas faltas.

A Nigéria, apesar de ser superior fisicamente, não conseguiu ameaçar a Roja. Com marcação confusa e apostando em contra-golpes velozes, os africanos vez ou outra chegaram a dar alguns sustos em Valdés, mas ficou só no "quase". Os nigerianos foram esforçados, mas não tiveram futebol para superar a técnica e o jogo coletivo da Furia.

Com a primeira posição assegurada no Grupo B, a Espanha vai reencontrar a Itália e reeditar a final da Euro 2012.

ALGUÉM ANOTOU A PLACA DO CAMINHÃO?

No outro jogo, o Uruguai não teve piedade do Taiti e anotou oito tentos em cima do campeão da Oceania. Destaque para Abel Hernández que marcou quatro gols. "Luisito" Suárez, que entrou na metade do segundo tempo, teve tempo de deixar duas vezes o seu cartão de visita. O jogo foi muito faltoso, com direito a dois atletas expulsos (Scotti para a Celeste e Ludivion para o Taiti). Com o resultado, o Uruguai confirma o favoritismo e vai encarar o Brasil nas semifinais.

Ainda sou pela Espanha

Reconheço que a Seleção Brasileira melhorou sua forma de jogar. Vejo mais passes trocados no campo de ataque e maior presença dos volantes na frente -não preciso falar muito dos laterais porque a nossa tradição é permitir que aqueles defensores que atuam mais abertos subam para atacar e apoiar.

A Espanha, no entanto, continua justificando sua posição no ranking da FIFA ao exibir um futebol limpo, agradável, ofensivo e coletivo.

"Então você vai torcer contra a nossa seleção, seu traidor da pátria"?

Vamos com calma. Eu já expliquei a diferença entre nacionalismo e ufanismo. Não é porque eu sou brasileiro que vou apoiar a seleção de meu país incondicionalmente e sem questionar ou criticar sua maneira de jogar. Nós temos todo direito de concordar ou não com as escolhas do técnico Luis Felipe Scolari, da mesma forma que outras pessoas têm o direito de achar o Tiki-Taka da Espanha chato e monótono. Obviamente, não compactuo com as vaias que a Furia recebeu em sua estréia contra o Uruguai, mas é um direito que o torcedor tem para discordar a proposta de jogo de Vicente del Bosque.

Gosto do futebol da Espanha porque é um futebol que parece ser jogado muito mais com o cérebro do que com os pés. Ninguém rifa a bola. Todos sabem que o melhor jeito de manter o controle do jogo é mantendo a posse da redonda. Quanto menos o adversário ficar com a pelota, menos ele poderá criar uma oportunidade de gol conta meu time. E como manter a posse de bola? Trocando passes -os atletas se mantêm próximos uns dos outros para facilitar o toque de bola e também para dificultar a marcação do adversário. Além disso, o Tiki-Taka desgasta bem menos o atleta, fazendo a bola correr ao invés do jogador.

Outras seleções até trocaram alguns passes. A Itália, em sua estréia contra o México, fez um belo jogo, com a bola no chão e tocando a redonda, mas se esqueceu do bom futebol nas duas partidas seguintes e voltou a priorizar os aspectos defensivos. O Japão fez uma bela partida contra a Itália, mas ainda respeita demais o adversário. A Nigéria, o Uruguai e o México jogam recuando demais seus times, atuam na base da força ou dependendo em demasia do talento individual dos jogadores da frente.

Todos nós temos o direito de torcer para quem quisermos. Há quem prefira torcer para o Brasil incondicionalmente. Eu, no entanto, prefiro futebol bem jogado e isso é o que a Espanha pratica. E ainda afirmo: mesmo que a Roja seja derrotada pelo futebol pragmático, não vou mudar minha opinião.

sábado, 22 de junho de 2013

Rapidinhas- 22/06/2013

ELE FICA!

A torcida pediu e Luis Fabiano permanece no Tricolor. Alguns torcedores mais radicais ou mais exaltados pediam a saída do atacante. Como se isso não fosse o bastante, os dirigentes do São Paulo admitiram negociar o jogados, atitude que eu repudiei pelo fato de transferir a culpa pela má fase do time totalmente para o atleta. Parabéns à diretoria do São Paulo pelo gesto e espero que Luis Fabiano aprenda desta vez, pois ele também errou.

A NOVA ONDA DO IMPERADOR?

Ao que parece, Adriano vai mesmo voltar a jogar e, desta vez, pelo Internacional, possivelmente na vaga de Leandro Damião que deve ser negociado. Torço para que o jogador se recupere e volte a fazer muitos gols. Atletas como você, Adriano, estão em falta no mercado. Boa sorte!

PARAGUAIO A CAMINHO

O meia Mendieta já acertou com o Palmeiras. Confesso que nunca o vi jogar, mas conhecendo o bom desempenho dos estrangeiros no Verdão -Rincón, Asprilla, Arce, Valdívia, Armero e Barcos- vale dar uma chance ao paraguaio, que vem para suprir a ausência de meias criativos no Palestra. Coincidência ou não, Valdívia demonstra estar se recuperando e pode voltar em breve. Caso isso aconteça, espero que o Gilson Kleina deixe a cautela de lado e coloque os dois estrangeiros para jogarem juntos no meio de campo. Chega dessa história de três volantes, não é?

GOODBYE, PAULINHO

Após muita especulação, o Corinthians confirmou a venda do volante Paulinho ao Tottenham. Pra mim foi uma grande surpresa, pois a Internazionale sempre aparecia como principal interessada. Boa sorte ao volante na Inglaterra e que seu futebol evolua bastante por lá.

DESMANCHE A CAMINHO?

Felipe Anderson, Arouca, Rafael Cabral, ... A cada dia aparece uma especulação diferente no Peixe. Presidente LAOR, eu sei que o Santos tem dívidas a saldar, mas tente segurar os atletas por um tempo, pois é necessário fazer a transição da geração atual para a seguinte. É preciso que os jogadores passem experiência aos "herdeiros" para que os sucessores estejam preparados na hora de assumirem a titularidade. Quando a geração Robinho deixou a Vila, não havia sucessores preparados e o time praiano fez um monte de campanhas irregulares. Vamos fazer um planejamento legal e manter o time na disputa por títulos.

100 %

O Brasil confirma a boa fase e vence a Itália por um placar convincente de 4x2. Gols de Dante, Neymar e Fred (2) para o Brasil, enquanto Giaccherini e Chiellini descontaram para a Azzurra. Com o resultado, o Brasil faz uma campanha com 100% de aproveitamento em sua fase de grupos e terá o direito de enfrentar um adversário, teoricamente, mais fraco.

Foi um placar convincente, mas o jogo, que estava bom com o Brasil trocando passes no campo de ataque e pressionado, logo mudou para uma partida faltosa, com muita correria e trombada. O Brasil chegou a superar a Itália em número de faltas no primeiro tempo. Cheguei a tirar um cochilo entre os 20 e os 35 minutos do primeiro tempo de tão truncada que estava a partida. O Brasil melhorou no segundo tempo com boa movimentação dos laterais e dos volantes para atropelar a marcação italiana. As entradas de Dante (que substituiu David Luiz, que se lesionou ainda no primeiro tempo) e de Hernanes (no lugar de Paulinho, lesionado) melhoraram muito o time, pois a dupla joga bem melhor que os titulares.

A Itália, pelo jeito, sentiu a falta de Pirlo. Sem o "cérebro", não havia quem organizasse as jogadas. Os outros meias da Azzurra precisam comer muito arroz com feijão para compensar a ausência do volante, pois o camisa 21 já anunciou que deve jogar sua última copa do mundo em 2014. E Cesare Prandelli me desapontou muito hoje: ao invés de jogar naquele futebol agradável de trocas de passes que apresentara na estréia contra o México, o treinador retornou ao estilo pragmático priorizando a marcação, deixando apenas Balotelli e Diamanti adiantados. Só faltava ele ter emulado o "ônibus" do compatriota Roberto Di Matteo para fechar o "espetáculo" com "chave de ouro".

Por apresentar um futebol tão retranqueiro, a Itália perdeu com justiça. Ainda espero o dia em que a nossa Seleção vai deixar o pragmatismo definitivamente de lado e jogar aquele futebol que nos consagrou como nos tempos de Garrincha, Didi, Pelé, Tostão, Zico e Sócrates.

Pelos dois gols, acho que é justo que Fred seja considerado o melhor em campo.

TARDE DEMAIS

No outro "amistoso", a estrela de Javier "Chicharito" Hernández brilhou e o atacante anotou dois gols sobre o Japão. Okazaki descontou para os japoneses. No entanto, foi tarde demais para o jogador do Manchester United mostrar serviço: os dois times se despedem da Copa das Confederações abraçados após as derrotas de quarta-feira e apenas cumpriram tabela na partida de hoje.

A Espanha Fez o que Tinha de Fazer

Muitos prefeitos e governadores recuaram o aumento das passagens de ônibus, mas a onda de protestos continua forte aqui no Brasil. Confesso que fica difícil falar de esporte e de entretenimento enquanto meu país está ameaçando pegar fogo. Talvez eu faça mais um post para comentar o momento que o Brasil está atravessando, mas eu particularmente não aprecio falar sobre política, apenas abri três exceções nestas duas semanas para declarar meu apoio às causas do Movimento Passe Livre (algumas das causas que eu mencionei, atribui erradamente ao movimento, fica aqui, portanto, meu pedido de desculpas) e às manifestações que contaram com a presença de meus amigos.

Bem, hoje a Copa das Confederações estava "em recesso" e li algumas notícias sobre as seleções participantes. Muitas notícias mostrando o bom clima nas delegações apesar da onda de protestos.

Lendo as notícias sobre a Espanha, a seleção que mais me agrada pelo seu futebol de toque de bola, vi muitos comentários de internautas indignados com a goleada que a Furia aplicou ontem no Taiti. Muitos leitores diziam que a Roja deveria ter "mais humildade" com os jogadores da Oceania e "humilhar menos" os taitianos.

Respeito a opinião de quem se expressou dessa maneira, mas acho que Vicente del Bosque e seus comandados agiram de maneira correta. A meu ver, facilitar o jogo para um adversário, por mais fraco que ele seja, é uma grande falta de espírito esportivo e o pior: é subestimar um adversário, portanto, uma falta de respeito.

Eu sempre escrevo que a obrigação profissional de cada time é ganhar o jogo. Tanto, que sou contra equipes que "entregam" as partidas ao adversário apenas para prejudicar um rival direto. Isso é uma falta de fair play e também uma falta de respeito com o adversário e com o torcedor que pagou o ingresso.

Del Bosque escalou um time considerado reserva para enfrentar o Taiti -se bem que atletas como Torres, Azpilicueta, Juan Mata, Villa e Silva são bons demais para serem considerados reservas. Os atletas espanhóis, convenhamos, nem precisaram dar muito de si para superar os taitianos, que sequer têm um time profissional. Com todo o respeito, perder por 10X0 da melhor seleção da atualidade foi pouco para o Taiti.

Eu, dessa forma, apoio a maneira como a Espanha agiu. A Furia jogou um futebol limpo e respeitou o adversário de verdade, sem subestimá-lo.

Ao Taiti, peço para que o treinador Eddy Etaeta e seus comandados não desanimem. A profissionalização de um esporte é difícil e vocês ainda terão um longo caminho a percorrerem. Querem um exemplo para se inspirarem? Vejam o Japão, que profissionalizou seu futebol há pouco tempo. Há 20 anos atrás, os japoneses eram uma equipe repleta de jogadores tecnicamente fracos e, hoje, vários atletas estão brilhando na Europa. Sugestão? Aproveitem sua passagem pelo Brasil e convidem alguns atletas mais experientes em atividade por aqui para jogarem na Oceania e ajudarem o futebol taitiano a ganhar adeptos. O próprio Japão fez isso no começo dos anos 90 quando levou Zico para jogar no Kashima Antlers. Este investimento está dando frutos na geração atual. Mas, se vocês forem fazer isso, convidem CRAQUES para jogar -nada de convidar aqueles zagueiros e volantes botinudos que estão acabando com nosso futebol!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Balanço da Segunda Rodada da Copa das Confederações 2013

Nada muito diferente do previsto. Os times favoritos (Uruguai, Brasil, Espanha e Itália) venceram seus jogos. A Furia e a Canarinho não tiveram grandes problemas e passaram pelos seus fracos adversários sem dificuldades. O Uruguai, apresentando um futebol defensivo e pouco criativo, penou para bater a Nigéria, que também precisa trabalhar mais a criação de jogadas e usar menos a força física. A Itália, por fim, foi surpreendida pelo Japão e, por pouco, não teve a sua classificação ameaçada.

Ainda há mais uma rodada, mas já podemos considerar o México como a maior decepção desta Copa das Confederações. A equipe de Chicharito vinha apresentando um futebol em evolução, com jogo coletivo e marcação bem feita. Nas últimas partidas disputadas, no entanto, o rendimento mexicano caiu vertiginosamente e a equipe passou a jogar totalmente recuada dependendo exclusivamente dos talentos individuais de Chicharito e Giovani dos Santos. Nesta competição, o México não ofereceu praticamente nenhuma resistência ao Brasil ou à Itália e foi eliminado prematuramente.

O Japão, mesmo eliminado, pode ser considerado a grande surpresa até o momento. Após uma exibição apática contra o Brasil, os japoneses surpreenderam a Itália com um futebol de troca de passes e quase complicaram a Azzurra. Até mesmo locutores e comentaristas esportivos deixaram a imparcialidade de lado e se deixaram levar pela garra e pelo jogo coletivo dos nipônicos.

No Grupo B, a vitória do Uruguai sobre a Nigéria abriu possibilidades para que todos os times tenham chances de avançar às semifinais. Matematicamente falando, é até possível que a Espanha seja eliminada, desde que a Furia seja goleada pela Nigéria e que o Uruguai faça muitos gols sobre o Taiti. E, pasmem, o Taiti tem chances matemáticas de avançar, desde que consiga golear o Uruguai e que a Espanha derrote a Nigéria. Mas, convenhamos, é praticamente impossível que o Uruguai e a Espanha fiquem fora das semifinais.

Há, ainda, a disputa pela liderança no Grupo A entre Itália e Brasil, mas creio que será um "jogo de compadres", com os dois times "se respeitando" em demasia levando ao empate por 0x0. O único fator que pode dar um pouco de tempero à partida é o fato do segundo colocado do grupo encontrar a Espanha na semifinal. Isto ainda não está definido, mas dificilmente a Furia ficará sem a liderança do Grupo B.

Estou aguardando o final da fase de grupos para publicar um post sugerindo mudanças à Copa das Confederações mas acho que as seleções sul-americanas e as europeias irão mesmo fazer as semifinais, conforme previsto.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Dois Toques Rápidos- 20/06/2013

MASSACRE!

Não sei se podemos dizer que Cazorla, Villa, David Silva, Torres e Juan Mata sejam "reservas", mas foi este o tal "time reserva" que o treinador Vicente del Bosque mandou em campo hoje contra o Taiti. Resultado? 10X0 para a Furia! Impressionante! Imagina se fossem os titulares como seria o placar... O Taiti, praticamente, se despede da Copa das Confederações. Ainda há chances, se a Espanha golear a Nigéria e se o Taiti golear o Uruguai, mas, convenhamos, isto é muito improvável.

MUITO MÚSCULO, POUCO FUTEBOL

Correria, faltas, pegada, ... Para quem achou o Tiki-Taka espanhol chato, espero muito mesmo que tenham apreciado a vitória de 2x1 do Uruguai sobre a Nigéria. Os conhecidos Lugano (ex-São Paulo) e Forlán (joga no Inter) anotaram para a Celeste enquanto Mikel Obi descontou para os nigerianos.

Guardiola Reencontra o Tricolor

O meu Tricolor vai reencontrar Josep Guardiola durante a Copa Audi no dia 31 de julho. Há 21 anos atrás, o então volante Guardiola enfrentou o time de Raí, Müller, Palhinha e outros durante o Mundial de 1992. Agora, dirigindo o Bayern München, o espanhol enfrentará novamente o São Paulo.

Mas quem mandou vocês ficarem felizes? O São Paulo atual não passa de uma caricatura daquele time dirigido pelo Mestre Telê no começo dos anos 90.

Telê era um entusiasta do futebol bonito, admirava o jogo coletivo, o toque de bola e o fair play. Nos últimos anos, porém, o Tricolor adotou um futebol cauteloso e, muitas vezes, desleal. Totalmente o oposto do que o Mestre pregava.

Para se ter uma ideia, o meu Tricolor se desfez do Casemiro e do Cícero (dois volantes ofensivos) para depois fazer um grande esforço para segurar um sujeito como o Denílson, que leva um cartão amarelo por jogo. Pode?

É realmente uma pena que o abismo que separa times europeus e brasileiros tenha ficado tão grande. Não apenas o São Paulo, mas também a grande maioria das equipes do Brasil estão deixando a técnica e o talento de lado para apostar na retranca e no anti-jogo.

Espero muitíssimo que o torneio sirva de experiência aos atletas do São Paulo e ao técnico Ney Franco. Se a participação neste torneio amistoso junto dos grandes times europeus ajudar o Tricolor a recuperar um pouco daquele belo futebol dos anos 90, já terá sido um grande lucro.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Um Futuro Brilhante pela Frente

O Japão fez uma partida muito apática contra o Brasil no último sábado, mas hoje os atletas da Terra do Sol Nascente estão de parabéns ao que demonstraram, com um futebol que combinava jogo coletivo e garra.

Toque de bola pra lá, toque de bola pra cá e o Japão emulou o Tiki-Taka espanhol, envolvendo o adversário, valorizando a posse de bola e esperando pacientemente até que a defesa italiana abrisse uma brecha. E os italianos levaram muito calor dos japoneses nos dois tempos.

Sem contar com atletas altos e fortes, o treinador Alberto Zaccheroni apostou em um estilo apropriado aos atletas baixinhos ao mesmo tempo que tirava proveito da tradicional disciplina nipônica. O Japão chegou a abrir 2x0 sobre a Itália, que sentiu o golpe no primeiro tempo e foi dominado por Kagawa e seus companheiros. Os italianos chegaram a cansar de tanto ficarem correndo atrás da bola!

A Itália, no entanto, voltou mais tranquila no segundo tempo e virou o jogo com um gol de pênalti de Mario Balotelli e um contra de Uchida. O Japão não se entregou e continuou na mesma toada enquanto a Itália recuava o time para "administrar o resultado". Okazaki chegou a empatar o jogo após cobrança de falta, mas a Azzurra fez valer sua tradição e Giovinco deu números finais à partida.

O Japão, mesmo eliminado, saiu aplaudido do estádio e ganhou a simpatia dos narradores do canal SporTV. O comentarista Roger Flores não conseguia esconder a sua admiração pela garra e pelo jogo coletivo dos nipônicos.

Eu, apesar de não simpatizar muito com o time do Japão, também gostei do que vi. A geração atual do Japão ainda é jovem e pode evoluir muito daqui para a frente se continuar jogando na mesma toada. Espero também que o treinador Zaccheroni não mude o jeito de jogar do Japão mesmo com a eliminação da Copa das Confederações. Sua proposta de jogo encantou até mesmo os brasileiros.

O Brasil Venceu

Confesso que eu nem iria postar nada hoje como forma de protesto à atitude dos governantes de São Paulo no dia de ontem e também como forma de me solidarizar aos manifestantes. Eu sequer assisti à partida do Brasil contra o México, realizado hoje em Fortaleza. Contudo, tendo alcançado o objetivo principal dos protestos (a redução das tarifas do transporte público), decidi postar uma mensagem a nós, povo brasileiro, por esta vitória.

Não participei do protesto de corpo presente, limitando-me apenas a enviar mensagens de apoio.

O povo brasileiro sem dúvida está de parabéns por ensinar aos governantes, com manifestações pacíficas, os verdadeiros significados das palavras democracia ("vontade do povo") e república ("o Estado serve ao povo"). Dessa forma, o povo revindicou seus direitos e foi às ruas pressionar os governantes para lembrá-los de que o dever do Estado é servir ao cidadão.

A luta, no entanto, continua. O Brasil, infelizmente, ainda comete muitas injustiças e irregularidades em todos os níveis e ainda há muito a ser feito. O cidadão brasileiro tira como lição dos últimos protestos que a voz do povo é muito mais poderosa que a voz de um homem só por mais poder político que ele tenha.

Quando criei este blog, eu gostaria de falar apenas sobre esportes -mais especificamente, o futebol que eu aprecio em seus aspectos. Eu, no entanto, não pude ficar passivo às manifestações que defendiam meus interesses como cidadão brasileiro e, acima de tudo, quando vi meus amigos e companheiros indo às ruas. Não poderia abandoná-los de forma alguma, ainda que não tivesse participado de corpo presente.

Um grande abraço e parabéns a todos vocês que protestaram de forma limpa e pacífica, tenha você estado lá de corpo presente ou não!

Equipe FarmaFootball

terça-feira, 18 de junho de 2013

Um Balanço da Primeira Rodada da Copa das Confederações

Confesso que até perdi um pouco o ânimo para voltar a falar de futebol aqui no meu blog depois das manifestações ocorridas nos últimos dias, mas este é o assunto que eu escolhi abordar neste diário virtual. E eu amo o futebol pelo fascínio que ele desperta com trocas de passes, jogo coletivo, dribles, ...

A Espanha, aliás, é a seleção que mais se aproxima do conceito de futebol que eu aprecio. Muito toque de bola, jogo coletivo, marcação inteligente, fair play, ... Não me conformo que o brasileiro tenha vaiado o Tiki-Taka da Furia. Vale lembrar que nós brasileiros já praticamos esse tipo de futebol no passado (embora, com um pouco mais de explosão) mas o abandonamos em detrimento àquele "jogo eficiente" horrível que nossos "professores" tanto praticam. Não tenho grandes ressalvas ao time de Vicente del Bosque. Gostaria, inclusive, de elogiar a presença de Roberto Soldado no time titular -ele está em boa fase, sabe jogar para o grupo e finaliza bem. Para os próximos amistosos (após a Copa das Confederações), porém, gostaria que del Bosque oferecesse mais oportunidades aos mais jovens, como Isco, Muniain e Thiago Alcântara, objetivando preparar os sucessores de Xavi, Iniesta, Villa, Alonso e outros da geração atual. Ah! E Juan Mata deveria começar a jogar como titular nos jogos menos importantes. O jogador do Chelsea tem visão de jogo, sabe tocar a bola e faz alguns gols de falta e de fora da área.

A Itália jogou um futebol muito agradável com toque de bola, mas ainda carece de um pouco de criatividade no meio-de-campo. À exceção de Andrea Pirlo -um volante- a Azzurra ainda mostra um pouco de timidez na hora de trabalhar as jogadas no campo de ataque e entregar a bola redondinha para os atacantes.

O Brasil tem bons jogadores, mas que acabam não sendo aproveitados porque o "professor" está mais preocupado com os aspectos defensivos do que ofensivos. Coloque o Hernanes, o Lucas e o Bernard para jogar, Felipão! Você tem mais a ganhar com vários craques em campo.

O Uruguai e o México parecem ter apenas dois jogadores cada. A Celeste só joga em função do Suárez e do Cavani, enquanto o México parece ser feito apenas de Chicharito e Giovani dos Santos. Coloquem os times no ataque, pessoal! Coloquem mais meias criativos para valorizar a posse de bola no campo de ataque! Sem essa de mostrar futebol de segunda divisão em um campeonato internacional!

A Nigéria teve apenas um "treino" contra o fraco Taiti. Vamos ver se como os africanos estão jogando de verdade na próxima quinta-feira.

Os esforçados Taiti e Japão começaram a Copa das Confederações levando goleadas. Nada diferente do esperado.

O Dia Seguinte

Confesso que fiquei muito feliz pelos protestos de ontem, ao mesmo tempo que sentia um pouco de culpa, afinal queria estar lá ajudando, mas tive medo após assistir àquelas cenas lamentáveis da última quinta-feira, dia 13.

O Brasil mostrou aos governantes que não mais deseja ter de aturar passivamente aos absurdos ocorridos em nosso país.

Denúncias de irregularidades que jamais serão apuradas, valores absurdos de impostos e tarifas de serviços públicos sem retornos ou justificativas plausíveis, preocupação com a política externa em detrimento a interna. Cada um destes temas foi levantado nas manifestações de ontem

O povo brasileiro deu um grande exemplo e mostrou ontem que é possível revindicar, sim, pelos nossos direitos sem ter de cometer barbárie de espécie alguma. Apenas alguns fatos isolados de vandalismo aconteceram ontem, que foram repudiados por quem realmente estava lá para a passeata.

Quem me acompanha aqui no blog, pode ler que sempre critiquei a postura de nós, brasileiros, pelo excesso de preocupação com o próprio umbigo em detrimento aos semelhantes. Felizmente, conheci outro brasileiro nestas duas últimas semanas: o VERDADEIRO brasileiro, consciente com as injustiças cometidas em nosso país e disposto a revindicar por mudanças.

Parabéns a todos vocês pela atitude e, acima de tudo, por não se deixarem intimidar pelos incidentes ocorridos na semana passada.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Aplausos para o Taiti

Confesso que pouco vi hoje a respeito da partida que marcou o fim desta primeira rodada na Copa das Confederações 2013 -eu estava mais preocupado, na ocasião, com os protestos contra o aumento das tarifas de ônibus aqui em São Paulo. O pouco que eu vi do jogo, no entanto, foi suficiente para comover o torcedor.

O Taiti entrou na Copa das Confederações como grande surpresa -foi campeã da Copa da Oceania de 2012. Sem contar com atletas profissionais (apenas o atacante Marama Vahirua atua profissionalmente pelo Panthrakikos da Grécia) e buscando promover o futebol de seu país, os atletas do Taiti sabiam que suas chances eram minúsculas. Tanto é verdade que os taitianos levaram uma goleada de 6x1 da Nigéria, que entrou em campo com muitos desfalques.

O jogo, no entanto, ficou em segundo plano para os esforçados taitianos. Os atletas, logo após a execução dos hinos, presentearam os adversários nigerianos com colares. E comemoraram seu único gol na partida como se tivessem ganhado um título.

Se há uma seleção que vai levar boas recordações desta edição da Copa das Confederações, esta seleção, sem dúvida, é a do Taiti que pode comemorar a sua participação como um grande prêmio. E, também, levará em sua bagagem a esperança de que o futebol taitiano receba a atenção e a profissionalização em seu país.

O Brasil se Cansou

O Brasil se cansou dos altos impostos e das tarifas abusivas dos serviços públicos.

O Brasil se cansou de esconder os seus problemas sob o tapete apenas para mostrar que é "perfeito" aos estrangeiros.

O Brasil se cansou de ver recursos que poderiam ser investidos em saúde e educação serem desviados para a construção de estádios que não mais serão aproveitados após a Copa de 2014.

O Brasil se cansou de ler denúncias de corrupção e de irregularidades que jamais serão apuradas.

O Brasil se cansou de ficar calado e passivo diante de tantos absurdos.

O Brasil se cansou de esperar por soluções que nunca virão e foi buscá-las com protestos e manifestações.

O Brasil se cansou e foi às ruas revindicar por mudanças.

Parabéns ao Brasil que se cansou. O políticos prometeram e agora estamos indo cobrar.

domingo, 16 de junho de 2013

Vaias Injustas

Há quarenta anos atrás, o brasileiro não estaria vaiando a Espanha, e sim aplaudindo de pé. Simplesmente, nos acostumamos com aquele futebol movimentado e pegado que nossos queridos "professores" difundem pelo Brasil e esquecemo-nos como é belo e eficiente o toque de bola. Lamentável a atitude dos torcedores que vaiaram o "Tiki-Taka" da Espanha.

A Furia, como de praxe, valorizou a posse da bola e, com 31 minutos de jogo, a Espanha já estava com 2x0 no placar (gols de Pedro e Soldado). Poderia ter sido bem mais se os espanhóis não tivessem desperdiçado tantas chances. E o Uruguai... Bem, o Uruguai passou o primeiro tempo inteiro correndo atrás da bola, fazendo faltas e tentando emular aquele ônibus do Chelsea. Muda o disco, Oscar Tabárez! A própria Espanha já aprendeu a desmontar esse esquema retranqueiro.

A Celeste melhorou um pouco no segundo tempo, com a entrada do meia Lodeiro e do atacante Forlán. Os uruguaios adiantaram um pouco a marcação e criaram mais chances, obrigando a Espanha a se movimentar mais. E a partida ficou nervosa, com muitas faltas cometidas pelos dois lados. Suárez, de falta, descontou para o Uruguai.

A Espanha, merecidamente, venceu o jogo e deu a nós brasileiros uma aula de futebol. E espero que os "professores" e jogadores daqui tenham prestado muita atenção na aula, ou as vaias irão para a nossa Seleção ao invés da Espanha.

Papéis Trocados

Assisti ao jogo do México contra a Itália com a seguinte expectativa: os mexicanos possuem um time organizado, que sabe jogar coletivamente e marcar direitinho, e os italianos viriam mais para defender e jogar no contra-ataque. Mas o jogo foi totalmente oposto do que eu esperava.

A Azzurra se impôs em campo do primeiro ao último minuto. A tradicional defesa eficiente dos italianos foi complementada com um futebol leve, trocas de passes e muito jogo coletivo. Gostei muito do que vi em campo por parte do time de Cesare Prandelli. O treinador acertou ao utilizar a Juventus (que joga trocando passes) como base para montar a Seleção Italiana.

O México, por outro lado, ficou com o time todo recuado e deixou a responsabilidade sobre Chicharito e Giovani dos Santos. Foi uma grande decepção ver um time bacana como o do México jogar como um time pequeno. Não faz jus ao que vi em outras partidas.

O destaque do jogo foi o veterano Andrea Pirlo. Mesmo com 34 anos, o meio-campista mostra sua versatilidade atuando como volante e como meia-armador. É um atleta que sabe o que faz com a bola, efetuando dribles e passes bem executados. Muitos "craques" daqui do Brasil não chegam aos pés do atleta da Juventus.

Espero que a Itália continue na mesma toada e evolua ainda mais o futebol apresentado. Quanto ao México, favor repensar alguns conceitos. Futebol de Segunda Divisão em um campeonato internacional não dá.

Os Dois Manos Menezes

Recentemente, o Flamengo acertou a contratação do treinador gaúcho Mano Menezes, que estava sem time desde que deixou a Seleção Brasileira no final do ano passado.

Menezes ganhou notoriedade em 2005 após ter trazido o rebaixado Grêmio de volta à Série A. Três anos depois, ajudaria outro time a sair da Segunda Divisão, o Corinthians. Mano ainda foi vice-campeão da Libertadores de 2007 pelo Grêmio e campeão da Copa do Brasil de 2009 pelo Corinthians. Chegou à Seleção em agosto de 2010 após a recusa do então treinador do Fluminense, Muricy Ramalho.

O treinador gaúcho, como expliquei em outro post, sempre optou por esquemas táticos mais baseados na truculência do que na técnica. O Grêmio de Mano Menezes não era nenhum primor técnico, com muito atletas que chegavam a ser desleais em campo. O auge desta filosofia se deu em um embate contra o Náutico em 2005, durante uma partida conhecida como "A Batalha dos Aflitos", com muitas faltas e expulsões.

No Timão, Mano mudou um pouco seu estilo após aquela fatídica derrota para o Sport em partida válida pela Copa do Brasil de 2008. De um esquema que emulava o Grêmio de 2005, o gaúcho mudou para um 4-4-2 (com Elias, Cristian, Morais e Douglas no meio de Campo e Herrera e Dentinho no ataque) e, posteriormente, para 4-3-3 (para acomodar Jorge Henrique e Ronaldo e lidar com a saída de Herrera e com a suspensão de Morais). O resgate do esquema de três atacantes credenciou Mano a se tornar treinador da Seleção.

Pela nossa Seleção, no entanto, Mano Menezes decepcionou. Seu time não faturou nenhum título de importância (apenas dois amistosos contra o time B da Argentina), fazia exibições pífias contra grandes seleções, anotava placares magros contra times como Bósnia e Gabão, e ainda convocava volantes em demasia. Não obstante, convocava muitos atletas que não eram titulares em seus clubes -Elias, que estava esquentando banco no Atlético de Madrid, e Sandro, que é reserva no Tottenham. Mano estava voltando às suas origens na Seleção Brasileira ao apostar em um futebol de força e de cautela.

Agora, no Mengão, Mano poderá escrever uma nova página em sua carreira. Terá à sua disposição dois atletas com quem já trabalhou no Corinthians -o goleiro Felipe e o meio-campista Elias- e muitos bons garotos vindos da base rubro-negra -sim, a base do Flamengo ainda revela muitos garotos talentosos.

Com um misto de curiosidade e desconfiança, estou ansioso para ver qual dos Manos Menezes vai dirigir o Flamengo: o que resgatou o esquema de três atacantes do Timão ou o que adotou o futebol truculento do Imortal.

sábado, 15 de junho de 2013

Não Fez Mais do que a Obrigação

Com todo respeito à Seleção Japonesa, os atletas da Terra do Sol Nascente ainda não são páreo para a nossa Seleção, mesmo com o nosso time jogando um futebol estritamente defensivo como o que o senhor Luis Felipe Scolari adota.

O placar de 3x0 (gols de Neymar, Paulinho e Jô) foi, portanto, pouco para uma Seleção que tem no banco atletas da magnitude de Neymar, Bernard, Lucas, Oscar e Hernanes. Era possível fazer um 7x0 ou mais.

Como sempre, Felipão colocou o time muito mais para não levar gols do que para criar oportunidades e, mesmo assim, os japoneses assustaram bastante o Brasil no primeiro tempo. A sorte é que o Japão respeitou demais a nossa seleção e não foi tão contundente porque, como disse em outros posts, são esforçados mas ainda não jogam futebol suficiente para competir com seleções de ponta.

Ainda não entendo a insistência de Felipão com Hulk (que, admito, jogou bem melhor hoje) e Luiz Gustavo, quando você poderia começar com Lucas ou Bernard (que pode jogar nas duas alas) no ataque pela direita e colocar Hernanes que poderia marcar e ajudar Oscar na armação, impedindo que o meia do Chelsea ficasse sobrecarregado naquele setor. Ao menos, o Brasil jogou mais com a bola no chão e rifou menos a redonda.

O Brasil, a meu ver, não fez mais do que a obrigação ao derrotar um adversário fraco, mas terá de ser ainda melhor diante do México e da Itália. Era obrigação conseguir os três pontos sobre o Japão porque será difícil arrancar pontos dos times de Chicharito e Pirlo adotando um futebol estritamente defensivo.

Parabéns ao Brasil pela vitória, mas vamos melhorar, não é?

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Seja um Torcedor Consciente

A estratégia de utilizar o esporte como "cortina de fumaça" e distrair os populares enquanto decisões políticas importantes são tomadas não é nova: ela já era praticada na Roma Antiga e era conhecida como política do "pão e circo" (panis et circenses) quando o governo oferecia alimento e espetáculos nos coliseus para manipular a população.

Eu gosto muito de futebol. Aprecio grandes partidas e gosto de consumir coisas relacionadas aos times que eu torço. No entanto, reconheço que o futebol é usado aqui no Brasil com a finalidade de desviar a atenção para assuntos importantes. Repararam que as eleições sempre acontecem nos mesmos anos da Copa do Mundo ou dos Jogos Olímpicos? Não é mera coincidência.

Você, como torcedor, não deve se sentir culpado ao assistir aos jogos ou torcer para o seu time. É um direito que cabe a você. No entanto, você sempre deve sempre se questionar a respeito do que acontece ao seu redor. Será que houve alguma irregularidade na organização ou preparação do evento? Será que enquanto eu estou aqui torcendo para o meu time de coração, não estão sendo tomadas decisões importantes, como novos projetos de leis, privatizações ou reformas?

Por este motivo, não se deixe levar demais pela empolgação do espetáculo, esquecendo-se de assuntos importantes. Não deixe de dar uma folheada no seu jornal preferido, principalmente nas páginas de política, economia e de assuntos internacionais. É chato? Admito que eu achava maçante ter de ler aqueles textos enormes, mas há quem se aproveite da alienação do povo para agir de má-fé, infelizmente.

Claro que há meios de comunicação que, infelizmente, são tendenciosos e dão razão a apenas um lado das discussões. Como lidar com eles? Procure ler e ouvir os dois lados antes de fazer o julgamento. Da mesma forma, se o governo diz que uma Copa do Mundo vai trazer lucros e desenvolvimento ao Brasil, ouça a opinião dos oposicionistas e confronte as opiniões antes de chegar a uma conclusão final.

Torça para o seu time preferido e aproveite o espetáculo! É legal e você merece esse prazer! Mas questione sempre!

Se os Clubes Europeus Fossem Dirigidos por Brasileiros...

Sabemos muito bem que profissionalismo e comprometimento, infelizmente, não são qualidades inerentes a muitos de nós brasileiros. E no futebol isso não é exceção, com muitos dirigentes, atletas e treinadores que só pensam no próprio umbigo ou que tomam decisões com amadorismo e passionalidade. Isso explica o porquê de tantas equipes brasileiras serem o caos.

Agora, imaginem como seriam os clubes europeus se eles fossem brasileiros. Via de regra, todos só pensariam em sugar os clubes até não poderem mais e ainda ficariam usufruindo do nome e da infra-estrutura das entidades apenas em benefício próprio. Ou tomariam decisões precipitadas e descabidas, movidas por impulso. Observe:

BAYERN MÜNCHEN: Ribéry, Lahm e qualquer outro atleta que estivesse prestes a completar 30 anos (ou tivesse passado dessa faixa) seriam prontamente negociados com clubes do Oriente Médio para que eles não deixassem o clube sem render nada. Em seus lugares, entrariam diversos atletas oportunistas interessados em tirar uma casquinha do clube, possivelmente inseridos com a ajuda de empresários. E o presidente aproveitaria o título para fazer campanha política e se reeleger por tempo indeterminado sob o pretexto "fui eu que conquistei o penta, logo, eu sou o melhor presidente de todos os tempos".

BORUSSIA DORTMUND: Jürgen Klopp seria demitido porque, segundo nós brasileiros, é uma grande vergonha perder clássico, ainda mais para um arquirrival. Além de Götze, Reus, Lewandowski, Gundogan e Bender seriam vendidos para fazer caixa e compensar o "prejuízo" do vice.

BARCELONA: Tito Vilanova dificilmente teria sobrevivido após a eliminação da Champions. Vários atletas seriam prontamente negociados. E Messi seria queimado pela diretoria -com o objetivo de transferir qualquer culpa dos dirigentes para o atleta- sob a acusação de ter "amarelado" ou ter feito "chinelinho" contra os Bávaros.

REAL MADRID: óbvio que a cabeça de Mourinho teria rolado muito antes da eliminação na Champions por ter entrado em rota de colisão com atletas importantes. Muito provavelmente, os jogadores teriam entregado vários jogos com o propósito de queimar o português, coisa que não é muito rara de acontecer no Brasil.

MANCHESTER UNITED: Sir Alex Fergusson jamais completaria "bodas de prata" no comando dos Red Devils, afinal, aqui no Brasil demitir atleta é prejuízo, portanto, eles é quem mandam no time. É mais fácil e mais barato sempre demitir o treinador.

LIVERPOOL: estaria repleto de atletas de origem obscura, além de ter negociado Suárez, Coutinho ou qualquer outro que tenha se destacado. Provavelmente, trocariam o Suárez por seis jogadores jovens e desconhecidos. Gerrard, obviamente, permaneceria muito mais pelo seu amor ao clube do que pela vontade dos dirigentes.

ARSENAL: que títulos o quê? O negócio é chegar na Champions League para que os atletas tenham visibilidade e sejam vendidos por altos preços. O Arsenal, se fosse brasileiro, seria o paraíso dos empresário espertinhos e dos dirigentes calhordas.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Três Toques Rápidos

O EMPATE FOI MERECIDO

Ney Franco fez uma campanha excelente pela nossa Seleção Sub-20 com dois títulos enquanto Vanderlei Luxemburgo armou grandes equipes ofensivas, como o Palmeiras de 93-95, o Corinthians de 98, o Cruzeiro de 2003 e o Santos de 2004. No entanto, os dois estão me desapontando ao sucumbirem ao maldito futebol de resultados. O meu São Paulo fez um gol ontem antes do intervalo e depois o Ney Franco tirou um atacante (Aloísio) para colocar um volante (Maicon) para segurar o resultado. E Luxemburgo fez a mesma coisa: com o Imortal precisando vencer, ele disponibilizou mais atletas de marcação para tentar jogadas no contra-ataque. Sorte do Grêmio que o gol de Kléber Gladiador saiu, mas teria sido ainda melhor colocar mais gente para criar ou atacar e, dessa forma, sobrecarregar o esquema do meu Soberano e golear. O resultado: empate ruim para os dois e ambos fora do G-4.

A LUSA RESPIRA

Desta vez, resolvi exaltar a vitória da Portuguesa ao invés de criticar a derrota do Fluminense. Com os gols de Souza e Diogo, a Lusa anotou 2x1 sobre o Flu (Sóbis descontou para os visitantes), deixou a zona de rebaixamento e vai passar o "feriado" mais tranquilo. Parabéns à Portuguesa pela vitória, mas é preciso ser realista: o time paulista precisa muito mais do que raça se quiser permanecer na Primeira Divisão.

PEIXE SOBE, GALO DESCE

Sem Neymar, o Santos começa a dar sinais de reação e conseguiu uma vitória de 1x0 sobre o Atlético-MG -gol do esforçado Cícero que, injustamente, foi mandado embora do meu Tricolor no começo deste ano. Parabéns ao Peixe pela vitória e espero que, desta forma, o time praiano vire logo a página da saída do Menino da Vila. Quanto ao Galo, já escrevi: Cuca e seus comandados não podem desperdiçar tantos pontos no Brasileirão. O título da Libertadores ainda não está garantido e os pontos perdidos podem fazer falta depois.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Lewandowski Fica

Agora é oficial: o Borussia Dortmund resolveu fazer jogo duro e vai segurar o centroavante Robert Lewandowski até o fim de seu contrato, que expira ao fim da próxima temporada. Segundo alguma fontes, o Bayern München e o Manchester United seriam os principais interessados em levar o polonês. As mesmas fontes especulam, ainda, que Lewandowski pode receber um aumento significativo para que permaneça ainda mais tempo no Vale do Ruhr.

A equipe de Dortmund, financeiramente falando, ainda não pode competir com Barcelona, Real Madrid, Manchester United ou Bayern München. Por esse motivo, o clube aurinegro não costuma oferecer muita resistência na hora de liberar os seus atletas.

O Borussia, no entanto, está subindo a outro patamar: está deixando de ser um mero coadjuvante e passou a competir por títulos, chegando a brigar de igual para igual com os times milionários. Tanto é verdade que o futebol leve e vertical dos aurinegros derrubou Manchester City, Shaktar Donetsk e Real Madrid (duas vezes), equipes com poder aquisitivo muito superior ao do Dortmund.

Para que um elenco campeão seja formado, é necessário que os atletas atuem juntos o máximo de tempo possível para que adquiram maturidade, experiência e entrosamento. Duvida? O time do Barcelona campeão na Champions de 2011 é praticamente o mesmo que foi campeão em 2009. E a equipe do Bayern München, que faturou a competição européia neste ano, e praticamente a mesma que foi derrotada para o Chelsea nos pênaltis há um ano atrás. Dessa forma, é importante que o Borussia amenize ao máximo possível as perdas e as mudanças no elenco, que ainda é predominantemente jovem e tem muito futuro pela frente.

Apenas para efeito de comparação: um dos problemas enfrentados pelo Arsenal é de que o clube sempre se desfaz de seus principais atletas a cada fim de temporada em nome das finanças. O time londrino, com isso, demora a ter entrosamento e padrão de jogo e o técnico Arsène Wenger precisa mudar o jeito de jogar do time a cada temporada. Os Gunners já estão prestes a completar dez anos sem levantar um troféu.

Obviamente, se o desejo de Lewandowski for o de deixar o Borussia Dortmund, que a diretoria converse francamente com o atleta para chegar a um acordo. Um funcionário infeliz contamina todo o grupo e a união da equipe vai por água abaixo.

Eu, dessa forma, apoio e parabenizo a atitude dos dirigentes do Borussia, que desejam algo mais do que alguns milhões a mais na receita do clube.

O Palmeiras só Dá Desgosto

Acompanhei o jogo de ontem entre Palmeiras e América-RN, válido pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro Série B. Apesar da vitória, não acho que o time esteja convencendo em campo ao vencer por placares tão apertados contra times do "quilate" de Avaí, ASA e Atlético-GO. Com todo respeito a essas equipes, nenhuma delas tem a grandeza e a história do Alviverde.

Mesmo sendo torcedor do São Paulo, fico chateado ao ver um clube que foi chamado de "Academia de Futebol" no passado (por combinar beleza e eficiência em um único estilo de jogo) ter de dividir o gramado com equipes que, com poucas exceções, jogam futebol feio e comemoram um empate como "um grande resultado".

Mais triste ainda é ver o Verdão se rebaixar ao nível dessas equipes. O time entra em campo com formações cautelosas, joga no contra-ataque ou nas bolas paradas, atua mais na raça do que na técnica e, ainda por cima, ilude o torcedor dizendo que "o Palmeiras está fazendo grandes partidas, com grandes resultados e que está no rumo certo para o acesso à Série A".

Todos no clube -dirigentes, comissão técnica e jogadores- têm uma missão muito mais importante do que meramente conseguir o título da Série B. O Palmeiras precisa resgatar sua honra, seu orgulho, a sua tradição. E isso deve começar em campo: se o adversário é fraco, façam, pelo menos, quatro gols nele. Abram o placar e, na sequencia, façam mais gols, aproveitando que o adversário está atordoado com o golpe. Nada de recuar o time depois de fazer um gol. Não deixem o adversário jogar, através da troca de passes e da valorização da posse de bola. Mostrem que vocês são superiores ao adversário! Mostrem que vocês são Palmeiras!

O escudo do Palmeiras está manchado com o rebaixamento e é obrigação de todos no clube limpar o nome do Alviverde e devolver-lhe a honra que lhe foi tirada. Ou então, admitam que vocês são um clube pequeno e resignem-se a ter de fugir do rebaixamento a cada ano ao invés de disputarem títulos.

Chegamos às 5.000 Visualizações!

Boa tarde, querido leitor e leitora!

Quero compartilhar com você a alegria de termos chegado aos 5.000 acessos!

O blog FarmaFootball está no ar desde março deste ano. Desde lá, fizemos mais de 200 postagens, não apenas sobre o futebol, mas também sobre outros assuntos, como vôlei e automobilismo.

O esporte do Brasil, infelizmente, ainda comete muitas injustiças. Muitas delas são frutos da própria mentalidade de nós brasileiros, que enxergamos apenas o nosso próprio lado.

Sobre o futebol, especificamente, a luta é para que voltemos às nossas raízes e recuperemos aquele futebol que combinava beleza e eficiência técnica. Tudo o que a Espanha faz nos dias de hoje -toque de bola e jogo coletivo- nós já fizemos há muitos anos atrás, mas abandonamos em prol de um futebol que prioriza apenas os aspectos defensivos. O resultado é que os nossos campeonatos estão nivelados por baixo e a nossa Seleção não assusta mais ninguém, além de depender em demasia do talento de um único jogador.

Muito obrigado a todos vocês pela audiência mas, acima de tudo, dedicarem seu tempo e sua atenção às minhas ideias, mesmo que apenas por alguns minutos.

Um abraço!

Equipe FarmaFootball

Os Três Maiores Craques que eu Vi Jogar

A palavra "craque" tornou-se um tanto vulgarizada nos dias de hoje. Basta um ou outro lance genial para o atleta ser considerado "diferenciado". Isso sem falar nos brucutus que são considerados craques. Dá um tempo. Correr e dar trombada até eu, que nunca chutei uma laranja na vida, consigo fazer.

A meu ver, um craque é um jogador fora de série em todos os sentidos, é aquele que se destaca mesmo jogando em um grupo de alto nível, que faz a diferença em campo em todos os sentidos e que sabe tratar bem da bola. Um craque, obviamente, é sempre um jogador inteligente, com visão de jogo, técnica e habilidade.

No meu conceito de craque, estão atletas como Riquelme, Alex Cabeção, Rivaldo, Neymar, Ribéry, Bernard e Marco Reus. Cabem muitos outros nomes aqui, mas se eu fizer isso, vou precisar de uns três posts só para colocar atletas diferenciados, isso sem falar que a certo ponto, vou colocar nomes que não deveriam estar aqui pelo simples fato de gostar do atleta como fã.

Três jogadores, no entanto, estão acima da média para mim e digo com muito prazer que pude vê-los atuar no auge de suas formas, quando faziam (ou fazem no caso de dois deles) grandes exibições em campo.

O primeiro que eu gostaria de destacar é o Romário. O eterno camisa 11, praticamente, carregou a nossa Seleção nas costas em 1994 -acho que tirando o Baixinho, só o Raí e o Zinho mereciam destaque naquele grupo tão conservador. Mas não foi só na Seleção que Romário se destacou: o Baixinho, quando jogava pelo Barcelona, dividia os gramados com caras como Stoichkov, Laudrup e Guardiola, e, mesmo assim, brilhava em campo com seus dribles, velocidade, pontaria certeira e oportunismo. Não à toa, Romário foi eleito o melhor jogador de 1994 pela FIFA. O Mestre Johan Cruyff também tem méritos na carreira do Baixinho: o Mestre sabia como usar da fanfarronice do jogador para fazê-lo render em campo. E ainda sempre compara o talento do camisa 11 com o de Messi. Palavras do inventor do "Tiki-Taka".

O segundo é Ronaldinho Gaúcho. O atleta revelado pelo Grêmio jogou no Barcelona de Frank Rijkaard na década passada. Mesmo em um time de tantos craques e de um jogo coletivo estritamente valorizado, havia espaço para o Gaúcho driblar e fazer belas jogadas individuais. Parecia até um malabarista fazendo truques! Messi e Iniesta ainda estavam buscando espaço no time naquela época, mas conviveram com o atleta e, até hoje, demonstram reverência ao meia-atacante. Ronaldinho foi eleito duas vezes como melhor do mundo. Pena que não conseguiu demonstrar o mesmo futebol na Copa de 2006.

O último é Lionel Messi. Desse nem preciso me alongar muito. Messi é inteligente e ao mesmo tempo habilidoso. Ele sabe o momento certo de passar a bola a um companheiro e o momento de sair em velocidade ou no drible. E a Pulga tem uma visão de jogo ímpar -ele consegue achar companheiros bem posicionados das maneiras mais improváveis possíveis. Messi é excepcional porque é talentoso e sabe usar seu dom em prol do jogo coletivo. O argentino foi eleito melhor do mundo quatro vezes.

Vocês repararam algumas coisas em comum entre os três craques que apontei? O três tinham muitos companheiros bons de bola e, mesmo assim, conseguiam se destacar em grupos tão fortes. Nenhum dos três é muito forte e Romário e Messi são baixinhos e, mesmo assim, eles fazem (faziam, no caso de Romário) muitos grandões dançarem. E os três sabem driblar e tratar a bola com carinho (no chão e no ar).

Eu gostaria muito que Ronaldinho, Messi e Romário fossem os ídolos em quem os aspirantes pudessem se espelhar, mas, do jeito que nosso futebol está cada vez mais truculento, os garotos vão acabar se espelhando naqueles volantes que só correm e dão chutão. E ainda vão ser dispensados por serem considerados muito pequenos. Azar o nosso.

PS. Não constam aqui os nomes de Pelé, Didi, Garrincha, Maradona, Beckenbauer e do Mestre Cruyff simplesmente porque só os vi jogar através de imagens da internet.