quarta-feira, 31 de julho de 2013

O Abismo entre Futebol Europeu e Brasileiro

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- http://www.facebook.com/FCBayern


A primeira parada do meu São Paulo em sua turnê de "férias" começou mal. O Tricolor respeitou demais o Bayern, deixou todo o time recuado, criou poucas chances e acabou derrotado por 2x0 em partida válida pela Copa Audi, na Alemanha. O treinador Paulo Autuori poderia ter ousado um pouco mais, não? Era só um torneio amistoso, e não uma Libertadores ou Mundial Interclubes.

O que mais me chamou a atenção, contudo, é a enorme diferença entre o futebol da Europa e o da América do Sul, principalmente em termos de disciplina tática, jogo coletivo e criação de oportunidades.

O meu Tricolor errou muitos passes. Era praticamente impossível para os brasileiros elaborar uma jogada. O Soberano parecia estar rifando a bola o tempo todo, dependendo apenas da sorte para criar uma oportunidade de gol. Os bávaros, por sua vez, poderiam chutar para qualquer lado que sempre haveria um companheiro pronto para receber a bola. Nenhum jogador do Bayern rifava a bola. E os alemães pressionavam e marcavam com a mesma eficiência.

Se olharmos os últimos confrontos entre os times brasileiros e os europeus nos últimos Mundiais Interclubes, o comportamento de nossas equipes não foi muito diferente da maneira como o São Paulo agiu hoje contra o Bayern.

O próprio São Paulo no Mundial de 2005 (que era dirigido pelo próprio Paulo Autuori) ficou a maior parte do tempo truncando o jogo contra o Liverpool. O mesmo fizeram o Internacional de Abel Braga em 2006 contra o meu Barcelona e o Corinthians de Tite em 2012 contra o Chelsea. Todos foram bem-sucedidos em conquistarem seus títulos mundiais muito mais na base da cautela do que na ousadia ou na criação de oportunidades. E todos venceram seus jogos pelo mesmo placar magro: 1x0.

Por será que os "professores" não tentam remar contra a maré do "futebol eficiente" e implantam um jogo mais ofensivo, coletivo e taticamente mais organizado em suas equipes? Não faltam atletas técnicos e/ou criativos para adotarmos esse tipo de filosofia. Será que tudo isso é medo do treinador ficar desempregado, como observou o grande Maxi Rodríguez? Será que empatar partida após partida leva a equipe a algum lugar?

Há muitos anos atrás, a Alemanha jogava um futebol pesado e estritamente defensivo, enquanto nós, brasileiros, trocávamos passes, driblávamos e aplicávamos goleadas imensas sobre os europeus. Nos dias de hoje, contudo, os papéis se inverteram: a Europa aprendeu a jogar bola e o Brasil desaprendeu.

O Retorno da Família Scolari

O técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, divulgou ontem a lista de convocados para o amistoso contra a Suíça, a ser realizado no dia 14 de agosto. Praticamente toda a base da Copa das Confederações foi mantida. Ao que indica, uma nova "Família Scolari" foi montada.

A principal novidade foi o lateral esquerdo Maxwell, do Paris Saint-Germain, que entra no lugar de Filipe Luis. Ele foi um jogador apenas razoável no meu Barcelona. E, pelo que eu vi nos jogos do PSG, Maxwell atua muito mais como opção defensiva do que ofensiva na lateral-esquerda.

Felipão convocou Bernard, Lucas e Hernanes. Achei ótimo, mas o treinador, provavelmente, vai continuar escalando Luiz Gustavo e Hulk como fez na Copa das Confederações.

É uma pena que a habilidade e a técnica estejam sendo deixados de lado em detrimento à raça e à força física. E o pior é que Felipão ganhou argumentos ao seu favor quando derrotou a Espanha amarrando o jogo e fazendo um monte de faltas. Rinus Michels e Telê Santana devem estar se revirando em seus túmulos com o resultado da última Copa das Confederações...

O Brasil já foi o paraíso dos craques. Hoje mais parece ser dos volantes brucutus e dos zagueiros raçudos.

Fim de Férias

Todo fim de julho é marcado por muita tristeza devido ao término das férias de inverno.

Você provavelmente ainda estará com a cabeça em seus dias de folga, da mesma forma que os atletas sempre se apresentam fora de ritmo durante a pré-temporada.

Os graduandos, infelizmente, não têm direito a uma pré-temporada para ganhar ritmo. O estudante precisa, portanto, voltar à realidade o quanto antes. Aproveite que a matéria oferecida inicialmente será apenas uma introdução e vá entrando no "clima". Verifique de que maneira você absorve melhor o conteúdo ministrado -ouvindo, anotando, visualizando, ...- e invista nisso.

O sono é outro inimigo das aulas. Para os que não estão trabalhando, o grande desafio é voltar a dormir e acordar cedo após passar todo o mês de julho se esbaldando. Para os que trabalham, o desafio é voltar a assistir àquelas aulas noturnas com a sala escura e enfrentar a irresistível tentação de dormir. Alguns estimulantes podem ajudar -café, refrigerantes à base de cola, energéticos, ...- mas sem exageros. Para os que precisam enfrentar a aula à noite, procure não exagerar no jantar e fazer um lanche leve antes de ir para a faculdade. Leve um refrigerante ou uma água gelada para tomar durante as aulas: isso vai ajudá-lo a ficar acordado. Para não dormir nas aulas, eu procurava anotar tudo o que o professor dizia. Era uma maneira de eu aprender e, ao mesmo tempo, me manter atento à disciplina.

O estudo deve ser retomado lentamente. Não adianta nada você cair matando nos livros e cadernos: você vai passar nervoso na primeira leitura. É como o atleta que acabou de voltar de férias e tenta jogar os 90 minutos sem fazer os treinos e a pré-temporada. Comece estudando aos poucos. Se possível, reveja as matérias do semestre anterior, afinal a sequencia das disciplinas oferecidas não é por acaso e o que foi ensinado anteriormente servirá de base para o que você  vai aprender agora.

Planeje o seu semestre. Todas as disciplinas que você vai frequentar são importantes, mas as que possuem maior carga horária sempre merecem atenção maior, principalmente porque estas costumam ser pré-requisitos para outras matérias. Marque as datas de provas e entrega de trabalhos em sua agenda. Dessa forma, você pode programar melhor o seu estudo e, ao mesmo tempo, encontrar tempo para realizar outras atividades ou mesmo se divertir. E, convenhamos: você, graduando, MERECE se divertir!

Verifique, por fim, se você realmente vai dar conta de toda a carga horária. Se perceber que, por algum motivo, você não vai dar conta de toda a matéria, considere o trancamento de algumas destas. É muito melhor adiar algumas aulas do que ganhar uma reprovação no seu boletim e, ainda por cima, ter de fazer uma disciplina duas vezes.

Um excelente semestre para você!

terça-feira, 30 de julho de 2013

Futebol Infeliz

Bons tempos em que o nosso futebol era algo agradável de se ver. Os times executavam dribles desconcertantes, passes bem feitos e muitos gols. Até mesmo rivais admitiam os méritos de um time adversário. Nós jogávamos um futebol alegre e divertido.

Nos dias de hoje, no entanto, jogar bonito é o mesmo que desmerecer o adversário. É só ver a quantidade de atletas talentosos e/ou habilidosos sofrendo faltas no gramado. E o pior é que os "professores", dirigentes e torcedores dão pleno respaldo para esses brucutus que não têm nada de talento mas que são endeusados porque "não dão moleza para o adversário".

A rivalidade entre os clubes também ajudou a estragar o nosso futebol. As instituições parecem manter um clima de guerra em todos os níveis, desde o torcedor ocasional até os dirigentes. E isso se reflete em campo, com atletas que parecem ser motivados muito mais por ódio ao rival do que pelo gosto de jogar. É verdade que a rivalidade faz a temperatura das partidas subir, mas o jogador deveria se lembrar que o sujeito que ele está enfrentando no gramado é o seu colega de profissão e que ele também tem como objetivo vencer a partida.

A imprensa também presta muitos desserviços quando exaltam o clima de guerra entre clubes rivais ou quando fazem perguntas nas entrevistas coletivas visando arrancar alguma provocação ou declaração polêmica. Não adianta nada pedirmos paz nos estádios se os meios de comunicação fomentam a inimizade entre clubes apenas para conseguir uns pontinhos de audiência.

Futebol deveria ser arte. Deveria se motivo de alegria, de prazer e de diversão. Nos dias de hoje, no entanto, o futebol mais parece ser motivo de guerra.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Bem-Vindo, Vôlei Brasil Kirin!

Imagem extraída do Facebook oficial do Vôlei Brasil Kirin-
http://www.facebook.com/VoleiBrasilKirin

Fiquei triste com a situação dos clubes de vôlei que estão fechando as portas por falta de patrocínio, afinal o nosso voleibol é um dos melhores do mundo e, mesmo assim, os clubes têm muita dificuldade em conseguirem patrocínio ou divulgarem os jogos ao público geral -os jogos da Superliga de Vôlei são, em sua maioria, exibidos na TV paga. Tais fatores geram baixos retornos aos clubes que não vêem outra alternativa senão cortarem os gastos gerados pelos times de vôlei.

Um desses clubes, no entanto, conseguiu patrocínio e irá jogar a temporada 2013/14. Trata-se do antigo Medley/Campinas, que agora se chama Vôlei Brasil Kirin. A empresa japonesa de bebidas (que é proprietária da Schincariol) acertou o patrocínio no final de maio e, com isso, o trabalho da equipe de Campinas terá continuidade.

A equipe conta com grandes atletas com passagens pela nossa Seleção, como o meio-de-rede André Heller e o líbero Alan. O clube ainda tem como representante o ex-levantador Maurício -ouro nas olimpíadas de Barcelona-92 e Atenas-2004. A instituição também investiu pesado em reforços e correu contra o tempo para inscrever o time a tempo para a próxima temporada.

Não consigo esconder a minha felicidade com tal noticia, afinal temos grandes atletas e uma grande tradição no voleibol mundial. Com o desaparecimento dos clubes, porém, diminui-se a quantidade de atletas formados, bem como os incentivos para formar novos jogadores. Consequentemente, termos o enfraquecimento da categoria e, por fim, de nossa Seleção.

Torço para que o, agora, Vôlei Brasil Kirin faça muito sucesso nesta temporada 2013/14 e, com isso, incentive outros patrocinadores a investirem nos clubes que estão fechando as portas.

Boa sorte, Maurício e Vôlei Brasil Kirin! Muito sucesso a todos vocês!

Sexo, Cigarros, Bebida e Internet

Imagem extraída de http://www.facebook.com/DFBTeam

A maioria dos torcedores e treinadores daqui do Brasil abomina atletas baladeiros. Jogador que frequenta noitadas é visto como "sem comprometimento com o time". Há, ainda, o temor que esse tipo de comportamento influencie de forma negativa os colegas do grupo. Não são raras histórias de atletas que foram punidos ou até mesmo ameaçados por apresentarem esse tipo de comportamento.

A importância fisiológica do sono ainda não está totalmente elucidada, mas sabe-se muito bem que nenhum atleta rende em campo se ele não tiver uma boa noite de sono. Drogas lícitas como o álcool e o tabaco também prejudicam o desempenho do jogador em muitos aspectos. Não podemos, portanto, tirar totalmente a razão dos torcedores e treinadores daqui.

Na contramão dessa mentalidade, há treinadores mais liberais, que permitem alguns "excessos" por parte dos atletas. E, por incrível que pareça, os times comandados por esses técnicos têm (ou tiveram) excelente rendimento em campo.

Joachim Löw, treinador da Alemanha, liberou o cigarro, o álcool e a internet aos seus comandados durante a Eurocopa 2012. O comandante da Mannschaft permitiu, ainda, a presença de mulheres nos locais onde os seus atletas ficariam concentrados. O time de Löw passou da primeira fase com 100% de aproveitamento, conseguiu chegar às semifinais (foi batido pela pragmática Itália) e, ainda por cima, apresentou um futebol magnífico em todos os aspectos. Os "professores" quadradões daqui do Brasil devem ter ficado de cabelos em pé com as histórias de Löw...

O mundo do futebol é muito competitivo. A pressão por resultados e a rivalidade intensa mantêm as partes envolvidas (jogador, comissão técnica e dirigentes) sob estresse constante. Löw, certamente, deve ter levado isso em conta quando permitiu tamanha liberdade a seus comandados, possibilitando que seus atletas relaxassem um pouco durante as concentrações. Quem acompanhou a Euro 2012 deve ter percebido o quanto a ideia de Jogi em nada prejudicou o desempenho do time. Provavelmente, até ajudou. Você deve ter lido no seu livro de auto-ajuda preferido que uma mente tranquila gera muito mais resultados que uma mente tensa.

Houve, ainda, quem se utilizasse das festas como incentivo para seus atletas. O Mestre Cruyff mantinha acordos com Romário em seus tempos de Barcelona: o Baixinho teria direito a dias de folga extras se o seu desempenho em campo fosse satisfatório. O Mestre declarou, ainda, que mantinha esse tipo de trato com outros atletas do elenco sem, contudo, revelar seus nomes.

Podemos tirar muitos aprendizados das atitudes de Jogi. Muitos treinadores daqui não parecem se lembrar de seus tempos de atletas -alguns deles sequer chutaram uma laranja na vida- e não aparentam falar a mesma língua de seus comandados. A pressão por resultados ou o medo de perder o emprego faz com que os "professores" deixem de investir na relação humana com os atletas, obrigando-os a abrir mão da família, dos amigos e da vida pessoal. Esquece-se de que os atletas também são seres humanos e que o futebol também é uma profissão e, portanto, é necessário que os profissionais tenham tempo de se recompor mentalmente e emocionalmente.

Os "professores" também se esquecem que os atletas são jovens e todos eles querem se divertir e curtir a transição da adolescência para a fase adulta. É necessário ensiná-los a ter responsabilidades profissionais mas, acima de tudo, compreender que eles querem apreciar a juventude.

Joachim Löw deve ter sido considerado "louco" por muitos aqui no Brasil. Eu o vejo como um gênio que teve ideias fora do lugar comum e elaborou soluções criativas para oferecer tranquilidade aos atletas e, com isso, melhorar o desempenho do time em campo.

domingo, 28 de julho de 2013

Mudanças

Pouco importa qual será o resultado no clássico de hoje contra o Corinthians ou se o São Paulo vai ou não cair para a Segunda Divisão. O que importa é que a insatisfação de torcedores, jogadores e conselheiros do clube do Morumbi atingiu proporções necessárias para que a entidade tenha mudanças políticas. E mudanças profundas.

Juvenal Juvêncio já foi, sim, um grande dirigente. Foi na gestão do atual mandatário tricolor que o São Paulo conquistou três Campeonatos Brasileiros seguidos e uma Copa Sulamericana. Houve um grande investimento nas categorias de base e na infra-estrutura do clube.

Juvenal, no entanto, errou ao eliminar a democracia no Tricolor. Quem não se lembra na década passada quando dirigentes permaneciam por anos no poder, enquanto o São Paulo andava na contramão e permitia a rotatividade no poder? O bom desempenho do Soberano em anos anteriores era reflexo da tranquilidade política no clube. Outro erro crucial foi a demissão de muitos profissionais que mantinham a infra-estrutura da entidade funcionando como um relógio. E muitas dessas demissões mais parecem ter sido motivadas por razões pessoais do que profissionais, como noticiaram vários veículos de comunicação.

A saída de Adalberto Baptista foi só a primeira das grandes mudanças. As pressões devem continuar para que novas reformas sejam executadas e façam o Tricolor voltar a ser um clube grande.

O São Paulo, após o clássico, terá alguns dias de "férias" no exterior (disputa três torneios amistosos). Vamos ver se a temporada fora do país ajuda, de alguma forma, melhorar a situação do time. Há alguns meses, eu havia achado uma excelente ideia ver o Tricolor ter contato com o organizado futebol da Europa e da Ásia, mas hoje eu acho que não é um bom momento para viagens dada a situação alarmante do time, levando-se em conta a posição do Soberano na tabela do Brasileirão e o desgaste gerado pelos deslocamentos.

Com o Pé Direito

Imagem extraída do Facebook oficial do Borussia Dortmund-
 http://www.facebook.com/BVBorussiaDortmund09

Não vi o jogo entre o meu Borussia Dortmund e o Bayern München, ocorrido na tarde de hoje. Eu, aliás, estou tão desligado do mundo de futebol que, sequer, imaginava que a Supercopa da Alemanha seria hoje.

O "Mágico" Jürgen Klopp e o meu Borussia começaram a temporada com o pé direito aplicando um sonoro 4x2 nos bávaros. Os aurinegros não têm mais Götze, mas Klopp deu um jeitinho de improvisar e colocou o volante Nuri Sahin no lugar do ex-camisa 10. E, pelo jeito, o turco deu conta do recado.

Devemos, claro, levar em conta que o Bayern estava com alguns desfalques (Neuer, Ribéry e Martínez), mas isto não tira o mérito da vitória do meu Borussia. O pouco tempo que Guardiola teve com os atletas também deve ter pesado, afinal treinador e atletas ainda estão se conhecendo.

Vamos ver como serão os novos Bayern e Borussia na temporada 2013-14, mas eu confio no trabalho do "Mágico" e acredito que ele vai dar conta de repor as perdas, da mesma forma que ele conseguiu repor as saídas de Sahin (ao fim da temporada 2010-11) e de Kagawa (após a temporada 2011-12). Também confio no taco de Guardiola e tenho certeza que ele saberá conciliar o jogo veloz do Bayern com o seu Tiki-Taka.

Parabéns, Aurinegros! Melhor começo de temporada, impossível!

sábado, 27 de julho de 2013

Djalma Santos Merecia uma Homenagem Melhor

Tirei o sábado para descansar um pouco e aproveitei para ver o jogo do Palmeiras, que foi marcado por homenagens ao eterno lateral Djalma Santos, bicampeão pela nossa Seleção e um dos maiores ídolos do clube.

O futebol apresentado pelo Verdão, no entanto, foi uma verdadeira caricatura do Palmeiras em seus tempos áureos, com muita gente para marcar e pouca gente para criar. Os artistas da bola cada vez mais estão dando espaço aos guerreiros, aqueles caras que não conseguem ficar com a bola no pé nem por dois segundos e cometem faltas como se fosse a coisa mais natural do mundo. E olha que o adversário do Palestra era o fraquinho Guaratinguetá que, nem de longe, lembra aquele time que brilhou no Paulistão de 2008.

Esse negócio de jogar como time pequeno e entrar em campo "respeitando" o adversário não combina com um clube da grandeza do Palmeiras. Aliás, nenhum clube do porte de Palmeiras, Corinthians, São Paulo ou Santos deveria entrar em campo com tantos volantes e zagueiros. Time grande tem que se impor em campo e mostrar a sua superioridade do primeiro ao último minuto.

O Palmeiras, mesmo estando na Série B, ainda é um time muito respeitado mesmo fora do Brasil. Prova disso? Por que Mendieta e Eguren aceitariam jogar na Segunda Divisão, mesmo sendo atletas que servem às seleções de seus respectivos países? Eu duvido muito que tenha sido por questões meramente financeiras.

Pode ter certeza que um atleta da magnitude de Djalma Santos merecia uma homenagem muito melhor do que a oferecida por Gilson Kleina e seus comandados no jogo de hoje.

E, amanhã, o meu Tricolor vai entrar em campo. Não se sabe que time Paulo Autuori vai mandar a campo, mas tudo indica que ele também vai colocar três volantes a exemplo do Sr. Kleina. Que dureza...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Vida Longa ao Claudinei

Estou muito satisfeito com o trabalho do treinador interino do Santos, Claudinei Oliveira. O técnico resgatou um dos pilares para o sucesso do Peixe nos áureos tempos de Robinho e também na geração de Neymar, que é o uso das categorias de base.

O Santos tem uma base talentosa mas, por algum motivo fora da minha compreensão, os treinadores anteriores ofereciam poucas oportunidades para a garotada mostrar serviço.

Sou um defensor ferrenho das categorias de base de um clube e ainda digo: se o clube forma atletas para não utilizar, então que não haja divisões de base. Economiza-se espaço, tempo e investimento financeiro.

O Santos, obviamente, ainda não está em sua forma ideal. O Peixe passa por uma fase de transição de gerações e o time ainda está buscando uma nova maneira de jogar com as mudanças. Acredito que o time praiano ainda irá passar por muitos altos e baixos neste ano em decorrência das mudanças e também por causa da juventude do elenco, que irá ganhar maturidade e experiência no decorrer do campeonato. Será apenas uma fase.

Gostaria de pedir ao treinador Claudinei uma maneira de encaixar o meia Patito Rodríguez no elenco: ele é esforçado e tem potencial para crescer e evoluir no time junto com os garotos da base. Também espero que o treinador não torne o time dependente em demasia de um único jogador, como aconteceu nos tempos de Neymar: faça a equipe jogar coletivamente e permita que todos no elenco tenham chances na medida do possível.

Boa sorte, Claudinei! Você e o Santos merecem!

Afinal, Onde Mano Errou?

Eu não concordava com a proposta de jogo que o técnico Mano Menezes nos oferecia para a Seleção Brasileira entre 2010 e 2012, da mesma forma que continuo não concordando com a mentalidade que o Felipão adota quando dirige o Brasil. Ambos colocam em campo muito mais gente para marcar do que para criar.

Mano, contudo, não montava seus times de maneira muito diferente de Felipão. Dani Alves, Thiago Silva, David Luis, Oscar, Hulk e Neymar tinham cadeira cativa com o treinador gaúcho, e continuaram tendo com Felipão. Paulinho e Marcelo atuavam esporadicamente. Dos atletas que o ex-corinthiano sempre convocava, perderam espaço Sandro e Rômulo, enquanto Jefferson foi desbancado para a reserva do "revivido" Júlio César. O esquema tático também continua o mesmo, adotando uma variação do 4-2-3-1, com os dois alas tendo de voltar para ajudar na marcação.

Em termos de personalidade, Mano e Felipão se assemelham muito. Nas entrevistas, ambos demonstram a mesma postura tranquila, mesmo diante de perguntas espinhosas. À beira do gramado, não é incomum vê-los gritando com os atletas. Felipão, aliás, chegou a indicar o conterrâneo Mano Menezes (os dois são do Rio Grande do Sul) para assumir a Seleção Portuguesa quando o pentacampeão deixou o comando da Seleção das Quinas. Um último detalhe em comum entre os dois: ambos ganharam projeção nacional dirigindo o Grêmio.

O que, então, Felipão tem a mais em relação a Mano, afinal? Por que trocamos um treinador por outro com as mesmas características, tanto em termos de personalidade, quanto de estilo de jogo?

O primeiro fator, sem dúvida, são os títulos: Felipão foi pentacampeão pela Seleção Brasileira e duas vezes campeão da Libertadores (1995 pelo Grêmio e 1999 pelo Palmeiras). Tais títulos tornaram o treinador respeitado em todo o Brasil.

Felipão também é tido como "motivador", fazendo o atleta jogar com raça e determinação. Eu, no entanto, acho que nunca faltou raça no Grêmio ou no Corinthians de Mano Menezes.

Por fim, talvez Mano estivesse muito "verde" para assumir uma responsabilidade tão grande como dirigir a Seleção Brasileira naquela época. Ele tinha apenas 48 anos quando teve o direito de comandar a Canarinho. E, em seu currículo, constavam apenas dois títulos na Série B, uma Copa do Brasil e títulos estaduais. Na Libertadores, o melhor que ele conseguiu foi um vice-campeonato em 2007, quando Riquelme, Dátolo, Palermo e outros atropelaram o Imortal. O único adversário que atuava na técnica e no talento mandou o raçudo Grêmio de Mano para a lona.

Quando Mano assumiu o Corinthians em 2008, muitos o consideravam o "Novo Felipão". Ele ainda não chegou lá, mas tem potencial para isso.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Um Clube Contra os Preconceitos



O Vôlei Futuro, clube sediado em Araçatuba, não irá participar da Superliga Masculina de Vôlei na temporada 2013-14 por falta de patrocínio. Um ano antes, o clube já havia anunciado o fim do time feminino.

O clube do interior paulista se juntará ao Medley/Campinas e ao Florianópolis, todos clubes que tiveram de encerrar suas atividades no vôlei profissional por falta de patrocínio.

O time chegou a ter grandes atletas em seu elenco, como Ricardinho (levantador e campeão pela Seleção Brasileira), Mário Jr., Lorena, Camejo, Michael, Lucão, Vissotto, Vini e outros. A equipe fizera boas campanhas, chegando às semifinais da Superliga na temporada 2010-11 e às finais da temporada 2011-12, mas ficou de fora dos playoffs da última temporada (2012-13), o que agravou a crise.

O momento mais marcante protagonizado pelo clube ocorreu em 2011, justamente durante as semifinais contra o SADA/Cruzeiro. Na ocasião, torcedores cruzeirenses debocharam do meio-de-rede Michael, utilizando-se do termo "bicha" para se referir ao atleta. O jogador, que é homossexual, teve o apoio de todos os seus colegas. O clube também saiu em defesa de seu jogador: no segundo jogo das semifinais, os atletas trajaram uniformes cor-de-rosa e o líbero Mário Jr. atuou utlilzando camisa com as cores do arco-íris (símbolo do orgulho GLBT). Os auto-falantes do ginásio, ainda, executaram a música "I'll Survive" a pedido do próprio Michael.

O homossexualismo ainda é um assunto muito controverso no Brasil e são poucas as entidades ou pessoas públicas que saem em defesa de tal causa. O Vôlei Futuro, no entanto, remou contra a maré e protagonizou uma grande demonstração de respeito e iniciativa. Nunca vi um gesto semelhante no esporte, nem mesmo em clubes do exterior.

O Vôlei Futuro voltaria, dois anos depois, a repetir o gesto contra o preconceito, desta vez contra a discriminação racial. O oposto Wallace (do SADA/Cruzeiro), que fora chamado de "macaco" por alguns torcedores do VIVO/Minas, recebeu apoio do clube de Araçatuba, mesmo defendendo um time adversário: os atletas do time do interior paulista jogaram contra o SADA/Cruzeiro trajando uniformes totalmente pretos como protesto contra o preconceito racial.

O Vôlei Futuro, ainda que não tenha ganho títulos na Superliga, deixa um legado de nobreza e humanidade ao lutar contra o preconceito, seja qual ele for. Espero que a situação de nosso vôlei melhore nos próximos anos para que o clube de Araçatuba volte às atividades.

Parabéns, Vôlei Futuro, pela atitude. Precisamos de mais clubes com a iniciativa de vocês. Até um dia.

Justiça na Bola

Foi com imensa satisfação que eu assisti ao desfecho da final da Libertadores 2013. Eu estava chateado com a derrota do Brasil diante da Rússia no domingo e também com a crise no meu Tricolor. Agora posso dormir satisfeito. O Atlético Mineiro conquista seu primeiro título na Libertadores, com todos os méritos e louvores que lhe cabem após excelente campanha.

O Galo, desde o primeiro minuto, fez valer o mando de campo, criando muitas oportunidades e pressionando do primeiro ao último minuto. Pena que o Galão da Massa não tenha jogado um pouco mais com a bola no chão e tocando a bola, pois os atletas correram muito em campo e, possivelmente, chegavam sem gás na hora de finalizar. Muitos gols considerados fáceis foram perdidos.

O Olimpia, pra variar, entrou com cinco defensores e ficou o tempo todo fazendo faltas ou truncando o jogo. Não à toa, a equipe ficou com um a menos. Como eu escrevi, seria um golpe muito duro se uma equipe burocrática e truculenta levasse a taça neste ano. Justiça foi feita e ganhou a equipe que quis jogar bola.

Fico feliz também que o treinador Alexi Stival, o Cuca, tenha tido o direito de levantar uma taça. Ele sempre foi considerado um treinador mediano, mas nunca lhe faltou caráter e honestidade.

Parabéns também à Massa Atleticana, que compareceu "em massa" em todas as partidas e foi o combustível que empurrou o Galo do primeiro ao último jogo.

Parabéns ao Atlético Mineiro! É sempre um grande prazer ver o futebol-arte vencer!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Crise Tricolor

Cada autor tem uma teoria diferente para explicar a má fase no São Paulo,mas todos convergem em um ponto: o presidente Juvenal Juvêncio é o grande responsável pela situação.

O mandatário matou vários dos pilares que mantinham o Tricolor como um clube exemplas: eliminou a rotatividade no poder, afastou dezenas de pessoas responsáveis pela boa infra-estrutura do São Paulo (fisioterapia, marketing, administração, ...), contratou e dispensou dezenas de atletas e de treinadores e ainda concede entrevistas dando a entender que o clube está às mil maravalhas. Como se isso não fosse o bastante, o mandatário se desentendeu com colegas de outros clubes e com pessoas na CBF.

O clube não vai bem, Juvenal. Já está bem claro que o claro que a crise no time não é culpa dos atletas ou do treinador: é tudo reflexo da instabilidade política do clube. Não há motivos aparentes para uma crise no time: o treinador acabou de chegar, os salários estão em dia e o elenco demonstra união. Se não é a comissão técnica e nem os atletas, isso significa que são os dirigentes os responsáveis pela situação.

O presidente continua demonstrando pouca -senão nenhuma sintonia- com o que acontece no time: concede uma entrevista fazendo críticas ao Corinthians (como se o rival tivesse alguma culpa na situação), ignora os pedidos do torcedor (que paga ingresso e consome os produtos com a marca do time) e ainda oferece um churrasco no último domingo. Não me parece ser o momento mais propício para fazer festas.

Ao matar os diferenciais do Tricolor em relação aos outros clubes, o Soberano se iguala ao que todos os outros eram.

O São Paulo já foi o clube mais invejado do Brasil. Hoje, é o que mais inveja.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Luto

O blog FarmaFootball vem, através deste post, lamentar as mortes do músico José Domingos de Morais, o Dominguinhos; e do ex-lateral-direito Djalma Santos. Ambos faleceram hoje, sendo que o músico morreu em São Paulo devido a complicações possivelmente geradas por um câncer contra o qual lutava, enquanto o ex-jogador faleceu em Uberaba devido a uma pneumonia.

Dominguinhos e Djalma foram grandes artistas em suas respectivas profissões. O pernambucano deixa um grande legado na história da música brasileira, com mais de 40 discos gravados e um Grammy Latino conquistado em 2002. O paulista, por sua vez, marcou seu nome como um dos melhores laterais da história, atuando nas Copas de 54, 58, 62 e 66, tendo sido campeão duas vezes (58 e 62).

Vão em paz, artistas. O Brasil fica mais triste sem vocês, mas sempre iremos nos lembrar com alegria das obras e do legado que vocês deixaram aqui na Terra.

Descansem em paz e muito obrigado por tudo.

Bem-Vindo, Gerardo Martino!

Photo: Gerardo Martino, new coach of FC Barcelona
http://bit.ly/161tIIk

Gerardo Martino, nou entrenador del FC Barcelona
http://bit.ly/15EqCYs

Gerardo Martino, nuevo entrenador del FC Barcelona
http://bit.ly/161rPLG
Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona (http://www.facebook.com/fcbarcelona)
O Barcelona anunciou o seu novo treinador. Trata-se de Gerardo "Tata" Daniel Martino, ex-meio-campista e ex-treinador do Newell's Old Boys.

Como jogador, Gerardo destacou-se atuando pelo próprio Newell's Old Boys. Como o Globo Esporte explicou hoje (aliás, foi uma excelente matéria de Tiago Leifert, diga-se de passagem), o argentino foi comandado por Marcelo "El Loco" Bielsa no Newell's. O Loco teve grande influência no estilo do treinador. Podemos até dizer que Martino é um discípulo de Bielsa. Assim sendo, posso crer que o Barcelona estará em boas mãos.

Tata treinou muitos times do futebol paraguaio, incluindo o Cerro Porteño, o Libertad e a própria Seleção Paraguaia. Estava no Newell's desde o ano passado, adotando um estilo de futebol horizontal de toque de bola.

Estou esperando ansiosamente pelo mês de agosto para conferir os frutos do trabalho de Tata, mas, pelo que eu li (e vi, também) a respeito do treinador, ele tem tudo para fazer um bom trabalho pelo meu Barça.

Seja bem-vindo ao Barcelona, Gerardo! E boa sorte!

Cérebros em Campo

Dei um tempo nas críticas ao estilo "guerreiro" de alguns times de futebol, mas é uma grande tristeza que o brasileiro continue a dar as costas ao jogo bonito que um dia consagrou nossa Seleção, com nomes da grandeza de Pelé, Garrincha, Zico, Ademir da Guia, Sócrates e outros.

A maioria das nossas equipes continua colocando mais gente para marcar do que criar. O resultado é esse monte de empates e de vitórias magras que você pode conferir na tabela do Brasileirão. Goleadas só ocorrem quando o time adversário é muito fraco ou muito instável. As faltas também não param de acontecer: o Grêmio e o Fluminense tiveram dois atletas expulsos cada nos jogos do último fim de semana. E o pior é que os defensores do "futebol eficiente" ganharam um forte argumento para exaltar esse estilo com a vitória do Brasil sobre a Espanha na última Copa das Confederações. Rinus Michels e o Mestre Telê Santana devem estar se revirando em seus túmulos de tanto desgosto...

Fico feliz em saber, no entanto, que nem tudo está perdido. Vi em alguns VTs que o grande Alex Cabeção continua desequilibrando e anotou dois gols neste fim de semana, além de comandar o jogo com passes precisos e visão de jogo. No mesmo jogo, a nova geração de Meninos da Vila está mostrando que tem muito potencial. O Coritiba já é líder do campeonato ao lado do Botafogo. Aliás, quando meus compromissos terminarem, juro que vou assistir a uma partida do Fogão para conferir os desempenhos de Seedorf e Lodeiro.

Outra boa notícia é saber que o meia Alex Raphael está acertando o seu retorno para o Inter. Ele foi o principal jogador colorado em 2008 ao lado de Guiñazú, quando os dois faturaram a Copa Sulamericana daquele ano. Alex é um grande meia, enxerga longe e sabe tratar a bola com carinho. Torço para que as lesões não atrapalhem seu desempenho (como aconteceu no Corinthians entre 2011 e 2012) e que ele possa reeditar a parceria com D'Alessandro, que é outro que sabe jogar bola. Só lamento que, com o retorno de Alex, Jesús Dátolo irá perder seu espaço definitivamente. Espero que o Dunga dê um jeito de encaixar o Alex no time e o faça jogar ao lado de El Cabezón e também de Forlán.

Na Série B, o Valdívia parece ter se reencontrado e está fazendo a diferença no gramado. Espero que o chileno reencontre o bom futebol que o consagrou. O Mago é, como disse o grande Paulo Cézar Caju, um artista em campo.

Torço para que os atletas criativos e/ou técnicos façam grandes partidas neste ano e tirem o nosso fraco Campeonato Brasileiro do marasmo. Não aguento mais ver volantes e zagueiros brucutus sendo elevados à condição de ídolos só porque têm raça.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Entre a Várzea e os Pastos

Não estou acompanhando o Campeonato Brasileiro com regularidade. Como escrevi anteriormente, estou me dedicando a alguns projetos pessoais que me impedem de acompanhar o futebol com a mesma regularidade. O pouco que eu vi ontem do jogo Atlético Paranaense e Corinthians, no entanto, serviu para resumir os problemas de infra-estrutura de nossos estádios.

Como a CBF permite que um jogo dessa importância seja realizado em um gramado totalmente alagado, como o do Durival de Britto? Faltou bom senso também por parte da arbitragem, pois um gramado naquele estado era questão até de se considerar o adiamento da partida.

Eu já critiquei os problemas dos nossos gramados e volto a repetir: estamos jogando em verdadeiros pastos, totalmente esburacados e com drenagem ineficiente. Não há como a bola rolar em gramados nessas condições, isso sem falar que um jogador poderia tropeçar e até se machucar com seriedade em uma situação dessas.

Quem acompanhou a Copa das Confederações percebeu que o problema não é apenas nos pequenos estádios: muitos dos campos utilizados para a realização da copa também apresentavam gramados irregulares e cheios de buracos.

O pior é que vamos sediar uma Copa do Mundo no próximo ano e não há como controlar as condições climáticas em um dia de jogo. Corremos o risco de passar uma grande vergonha na frente diante de milhões de espectadores em todo o mundo.

Como Sobreviver às Provas na Graduação

Querido leitor e leitora.

Como escrevi em nosso reencontro, meu blog FarmaFootball não vai mais abordar apenas o lado Football do diário, como também permitirá que o lado Farma tenha espaço neste diário virtual. E por que não falar de algo que tanto atormenta o estudante, seja ele de ensino fundamental, médio ou superior?

Vou ser bastante sincero: não acredito que as provas aplicadas a alunos sejam a melhor maneira de avaliar se o estudante assimilou ou não o conteúdo ministrado em aula. Motivos? Primeiro porque as provas avaliam muito mais a memória do que o raciocínio, e eu acredito que os melhores alunos não são necessariamente os que memorizam conteúdo, mas sim os que sabem utilizar esse conteúdo para acrescentar novos conhecimentos. Segundo porque isso obriga o aluno a estudar objetivando obter boas notas na avaliação e não para adquirir um conhecimento que ele utilizará em sua vida profissional e pessoal. E, por fim, as provas, a meu ver, não ajudam o graduando a criar senso crítico.

As provas, no entanto, ainda são a forma de avaliação preferencial dos professores para avaliar se o estudante assimilou ou não o conteúdo ensinado em aula por ser um método de avaliação menos susceptível a fraudes.

Alguns destes métodos foram fruto de minha experiência pessoal (eu fui um aluno apenas razoável, que fique claro) e outros através de observação. Não garanto notas elevadas nos testes, mas as minhas notas melhoraram sensivelmente depois que adotei os métodos 1 e 2 da lista abaixo.

1- O QUE VALE É O QUE FOI DADO EM AULA: os professores sugerem uma bibliografia para que o aluno possa estudar, mas os docentes são também pesquisadores e autores de livros ou artigos científicos. Muitos deles, portanto, têm seus próprios pontos de vista baseados nos resultados que obtiveram em seus trabalhos e essas convicções sempre tem influência no conteúdo que é ministrado em aula, por menor que ela seja. É importante, portanto, saber o que o professor ministrou em aula para saber que tipo de resposta ele espera em prova.

2- SAIBA COMO O PROFESSOR VAI AVALIAR VOCÊ: além das aulas, é importante saber como será a prova aplicada pelo docente. Tente resolver os exercícios que o professor oferece e não deixe de tirar suas dúvidas com ele. Além disso, converse com o professor se ele prefere respostas mais sucintas ou se ele prefere que você explane todo o seu conhecimento na avaliação. Ah! E pergunte aos seus "veteranos" sobre o professor e suas provas.

3- ESTUDE AOS POUCOS: exceto nos dias de folga ou feriados, dê uma lida em seus livros e anotações todos os dias. Não é necessário ler com afinco, pois o objetivo desta leitura não é aprender e sim fixar o conteúdo das matérias. Na hora em que você tiver de estudar pra valer, você já estará familiarizado com o conteúdo.

4- ÚLTIMA HORA: cuidado se você costuma estudar de última hora, pois os professores costumam marcar todas as provas para a mesma época e você corre o risco de ficar sobrecarregado nos estudos. Além disso, você terá a pressão para obter muitos resultados em pouco tempo e essa ansiedade pode pôr tudo a perder.

5- O QUE VALE A PENA?: aqui, uma questão filosófica: você prefere perder os seus dias de folga para descansar nas férias, ou se divertir nos dias de folga e, possivelmente, ter de perder as férias para estudar para as recuperações? De qualquer forma, você vai ter de abrir mão ou de alguns fins de semana ou das férias.

6- ESCREVA: jamais deixe uma questão de prova em branco. Uma resposta errada e uma resposta em branco terão a mesma nota, portanto sempre vale a pena arriscar.

7- TRANCAMENTO: se você concluir que, por algum motivo, não irá conseguir ser aprovado em alguma disciplina, considere o trancamento desta. É muito melhor do que ganhar uma reprovação em seu currículo.

8- APRENDA COM OS ERROS: recuperações ou reprovações não são o fim do mundo. Eu conheço dezenas de pessoas que acumularam falhas e hoje são excelentes profissionais. Posso estar errado, mas acredito que as derrotas que tiveram na academia contribuíram com seu crescimento e amadurecimento pessoal e profissional.

9- DIVIRTA-SE!: pode parecer contraditório com o que eu escrevi no item 5, mas é importante que o aluno faça interrupções periódicas em seus estudos para ter uma vida social ou dedicar-se a algo que lhe ofereça algum prazer. Isso irá relaxar o estudante além de ajudá-lo a "digerir" toda a matéria. Você deve ter lido naquele seu livro de auto-ajuda preferido que uma mente obstinada dificilmente consegue consegue resultados produtivos. Esta eu posso confirmar por experiencia própria, pois quando eu deixei de escrever neste blog, meus outros projetos pessoais desandaram.

Lembre-se: o que eu escrevi aqui só é útil em provas de faculdade, escola ou colégio, não valem, portanto, para concursos públicos de nenhuma natureza incluindo vestibulares. E as dicas que eu explanei aqui são para evitar as notas baixas, e não para tirar 10 na prova, OK?

domingo, 21 de julho de 2013

Valeu, Brasil!

O Brasil foi esforçado, mas hoje não houve como superar a boa fase dos russos. Os adversários foram muito melhores nos aspetos técnicos, além de serem fisicamente superiores aos brasileiros. Aliás, concordo plenamente que o capitão da Seleção Russa, Nikolay Pavlov, tenha sido eleito o melhor jogador da liga: o atleta tem uma precisão inacreditável nos ataques!

Não podemos, no entanto, amaldiçoar o Brasil pela derrota. Nossa Seleção está vivendo uma fase de transição. Estão saindo Giba, Ricardinho, Serginho, Nalbert e Rodrigão; enquanto Isac, Lucarelli e Wallace estão recebendo a difícil missão de manter a nossa tradição no vôlei. Um vice-campeonato não pode, de forma alguma, ser considerado um resultado ruim para nossos garotos. Eles foram muito esforçados, fizeram um bom campeonato e fizeram frente a muitas seleções fortes, como os Estados Unidos e a Polônia. Desmerecer o desempenho dos jogadores apenas porque perderam para a Rússia -que joga um vôlei magnífico, diga-se de passagem- é uma grande injustiça.

O Brasil, nem de longe, jogou mal neste campeonato. Prova disso: três de nossos atletas foram eleitos para o Dream Team da competição: Bruninho (melhor levantador), Mário Jr. (melhor líbero) e Lucarelli (segundo melhor ponteiro)

A Liga Mundial 2013 foi uma excelente experiência para que nossos garotos sentissem o peso da responsabilidade de vestirem a camisa de nossa Seleção e também ganharem maturidade para o Mundial de 2014 e para as Olimpíadas de 2016.

O técnico Bernardo Rezende também está de parabéns pelo desempenho da garotada. Bernardinho, aliás, foi um grande atleta e fez parte da Geração de Prata das Olimpíadas de 1984, junto de Amauri, Bernard e Montanaro. Sua experiência em quadra sempre acrescenta algo aos jogadores. Basta ver a grande quantidade de títulos que ele conquistou como treinador. Aliás, por que os dirigentes dos clubes de futebol não fazem o mesmo e convidam ex-craques para tomar conta de seus times e das categorias de base, hein?

Parabéns aos nossos atletas e ao técnico Bernardinho! E muito obrigado a todos pelo esforço e dedicação em quadra!

Regras e Exceções

Imagem extraída de http://www.facebook.com/SiteMelhordoVolei

O Brasil está na final da Liga Mundial 2013, realizada em Mar del Plata, na Argentina.

Nossa seleção passou com relativa tranquilidade em seu grupo que tinha adversários fortes como Estados Unidos e Polônia. O único adversário que deu um calor em Bruninho e seus companheiros foi a surpreendente França, que proporcionou a única derrota de nossa seleção aqui em São Paulo.

Na etapa classificatória para as semifinais, o Brasil foi derrotado pelo algoz olímpico Rússia em uma partida marcada por muitos erros dos nossos atletas e por uma rivalidade muito acirrada, com provocações de ambos os lados. Nossa seleção se redimiu derrotando o surpreendente Canadá (que havia vencido a Rússia na quinta-feira no tie-break, por 3x2 sets) em uma partida marcada por erros de arbitragem.

Ontem, o Brasil superou a Bulgária com relativa facilidade (3x1 sets) e garantiu o direito de enfrentar a Rússia novamente.

O vôlei é um esporte onde os aspectos disciplinares são muito mais rígidos do que no futebol, muitos deles oriundos de regras de etiqueta praticadas no tênis. Os atletas são obrigados a se cumprimentarem antes e após a partida, as comemorações devem ser contidas (o russo Spiridonov foi advertido porque comemorou olhando para o adversário), e as reclamações dirigidas à arbitragem são punidas com cartão amarelo caso o argumento do solicitante não proceda. Para nós, que estamos acostumados com a brutalidade e a malandragem do futebol, parece um grande exagero. Eu acho que são os futebolistas que deveriam aprender a se comportar como os seus colegas do vôlei. Seria uma bela maneira de diminuir a violência -dentro e fora dos gramados- e melhorar a relação entre times.

Não apreciei, no entanto, a chamada "regra do desafio": caso ocorra um lance duvidoso, o capitão do time tem o direito de pedir a revisão da jogada à arbitragem. É um processo moroso e que pode ser usado para esfriar a partida. Como expliquei, o solicitante é punido com cartão amarelo caso seu argumento não seja válido. Não me parece ser um preço muito alto, uma vez que um cartão amarelo não mais acarreta na concessão de pontos ao adversário. O "desafio" pode ser utilizado para fazer uma cera e tirar a concentração do adversário.

O vôlei também faz uso dos recursos tecnológicos para a revisão de jogadas duvidosas. A adoção de tais recursos, no entanto, não impede totalmente os erros de arbitragem.

O vôlei é um esporte em que a etiqueta e o respeito mútuo têm muita importância. Não se trata, no entanto, de um esporte "infalível" e os erros ocorrem da mesma forma que no futebol, mas, ao menos, aqui existe a possibilidade de revisão.

Nossa Seleção terá um grande desafio hoje. O esporte na Rússia não tem mais a mesma importância político-ideológica dos tempos de União Soviética, mas os investimentos no setor continuam muito fortes e os atletas russos são muito bons. Nossos atletas terão de se dedicar, evitar os erros cometidos em partidas anteriores e ter muito sangue-frio para evitar que a rivalidade acirrada acarrete em transgressão às regas.

sábado, 20 de julho de 2013

O Enigma Tricolor

Nesta semana, eu pensei em escrever uma grande resenha para criticar o atual mandatário do São Paulo, o sr. Juvenal Juvêncio, que é considerado o maior culpado pela situação atual do Tricolor.

No jogo de hoje, no entanto, surgiu outro grupo de torcedores afirmando que o cartola não tem culpa e que o problema seria a "falta de raça dos atletas" e, possivelmente, um levante encabeçado por Marco Aurélio Cunha, ex-aliado de Juvenal e candidato a eleição no próximo ano.

A situação chegou a tal ponto que o goleiro Rogério Ceni e o dirigente Adalberto Baptista trocaram farpas nesta semana.

Não estou tirando meu corpo fora da questão, mas vou aguardar o desenrolar da história antes de fazer novas críticas ao meu São Paulo. Vamos ver o que os torcedores dos dois lados têm a dizer.

O que está ficando cada vez mais claro é que o problema do Soberano é de ordem política e não técnica.

Independente de quem tiver razão, quem perde é o clube. Uma pena.

Quem Vai Treinar o Barcelona?

Tito Vilanova, infelizmente, não é mais treinador do Barcelona. O técnico deixou o cargo para realizar o tratamento contra o câncer na glândula parótida. Com isso, o clube catalão está em busca de um novo treinador -algumas fontes afirmam que o Barça irá anunciar o novo técnico na próxima segunda-feira.

A questão é: quem teria o perfil para ser treinador do Barcelona? O clube tem uma filosofia muito clara de trabalho, com investimento maciço em categorias de base e jogo estritamente coletivo. Seria interessante, ainda, que o treinador tivesse forte identificação com a entidade.

O primeiro que eu gostaria de ver dirigindo o Barça é o Mestre Johan Cruyff, mentor de Josep Guardiola e criador do Tiki-Taka. O Mestre, no entanto, não voltará ao clube catalão devido a desavenças com os dirigentes. Uma pena, pois ele preenche os três requisitos além de ser um grande admirador do futebol-arte.

Outros dois nomes que me agradam são o do "Mágico" Jürgen Klopp (treinador do Borussia Dortmund) e do "Loco" Marcelo Bielsa (ex-treinador do Athletic Bilbao, atualmente sem clube). O "Mágico" me agrada por adotar um estilo de futebol leve, veloz e com a bola rolando no gramado, características que cairiam como uma luva em um time de atletas baixinhos como o Barça. Bielsa, por sua vez, é um estrategista nato e coloca os seus times para trocar passes. O argentino, portanto, não teria dificuldades em implantar seu estilo na equipe blaugrana.

A imprensa ventilou os nomes de Luis Enrique (que teve passagem pelo clube como atleta e treinador das categorias de base, atualmente treina o Celta de Vigo) e Gerardo Martino (treinador do Newell's Old Boys). Nomes interessantes. Seriam, portanto, duas apostas.

Não será nenhuma surpresa, no entanto, se o Barcelona anunciar algum ex-atleta contemporâneo de Guardiola (Michael Laudrup, Hristo Stoichkov, Ronald Koeman, ...) ou mesmo efetivar um treinador das categorias de base. O próprio Guardiola foi uma aposta do Barcelona ao ser efetivado do time B à equipe principal.

Independente do treinador que vier, peço um grande favor: não altere o elegante estilo de jogo do Barcelona em prol dos resultados. O Barça é muito maior do que qualquer troféu. O Barça é més que un club!

Que Saudades da Champions League!

Estou mais do que ansioso para o início da próxima temporada na Europa. As equipes de lá dispõem de um calendário muito bem planejado permitindo que os atletas joguem sem se cansarem, sirvam às suas seleções sem terem de desfalcar seus times e, principalmente, possam fazer boas pré-temporadas, como as que estão acontecendo neste momento. Em um desses amistosos preparatórios, o Arsenal enfiou 7x1 em seu adversário! Só para comparar: os times daqui mal conseguem fazer um 2x0 em cima de um Inter de Limeira em um jogo-treino. Vergonha!

Fico feliz em saber que muitos dos times que eu aprecio estarão nesta edição da Champions, embora alguns ainda necessitem passar pelas etapas classificatórias.

Barcelona, Arsenal, Borussia Dortmund, Bayern München, Bayer Leverkusen, Schalke 04, Atlético de Madrid e Ajax têm bons jogadores de bola, com meios-campos criativos e ofensivos. A maioria dos times que eu mencionei também sabe trocar passes e jogar com a bola no chão. E quase todas as equipes mencionadas contam com elencos leves, que não dependem dos brucutus e da marcação covarde para vencerem suas partidas. Ficarei muito satisfeito se qualquer um deles triunfar. Aqui no Brasil, estamos condenados a assistir aos pernas-de-pau elevados ao status de ídolos simplesmente porque eles marcam bem e protegem a zaga com eficiência. Mas fazer um drible, um passe ou uma finalização bem feita vocês não sabem, não é? E os "professores" dão respaldo pra esses caras por mais cartões que esses atletas recebam.

Outra diferença marcante entre o futebol europeu e o brasileiro é que os clubes têm muito mais cordialidade e respeito entre si. Tanto é verdade que os grandes rivais Bayern München e Borussia Dortmund concordaram em realizar um torneio amistoso apesar do desgaste gerado pelo "Caso Götze". Aqui no Brasil, os dirigentes colocam os interesses pessoais acima de qualquer coisa e os clubes não se relacionam bem em decorrência disto. Se os cartolas brasileiros deixassem seus orgulhos de lado e se unissem, teríamos um futebol muito melhor em todos os sentidos.

Por fim, falemos em termos de infra-estrutura: os gramados dos estádios daqui estão uma vergonha. Mesmo durante a Copa das Confederações, era visível a enorme quantidade de buracos na grama. Isso só pra ficar no campo.

Estou ansioso pelo retorno do futebol europeu para ter o privilégio de assistir a craques de verdade atuando e ver futebol bem jogado. Enquanto isso, estamos condenados a ver aquele show de horrores do Campeonato Brasileiro, com muitos passes errados, faltas cometidas, esquemas táticos covardes, treinadores retranqueiros, arbitragem ineficiente e dirigentes sem comprometimento. Ainda bem que existem jogadores como Alex Cabeção, D'Alessandro e Bernard para salvar minha paciência.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Força, Tito!

Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona- http://www.facebook.com/fcbarcelona

O blog FarmaFootball vem, por meio deste post, manifestar seu apoio ao treinador Tito Vilanova.

O técnico foi diagnosticado com câncer na garganta novamente e terá de se afastar de seu trabalho para realizar tratamento. Algumas fontes afirmam que o treinador se desligou do clube catalão.

Tito já havia sido diagnosticado com um tumor na glândula parótida (e não na tireoide, como o blog erradamente afirmou) ao final do ano passado. O treinador permaneceu afastado até meados de abril, quando retornou para comandar o Barça nas partidas contra o Bayern München. Nesse período, o treinador conquistou seu primeiro título, a Liga Espanhola 2012-12.

O auxiliar técnico de Tito, Joan Ferrer, irá comandar a equipe interinamente.

Força, Tito! Que você consiga superar mais esta adversidade! São os votos do autor e do Blog FarmaFootball!

Qual É o Problema Lá Fora?

Faz mais ou menos um ano que Fagner e Leandro Castán deixaram seus clubes e rumaram para Wolfsburg e Roma, respectivamente. Segundo alguns veículos de imprensa, o ex-vascaíno está voltando para o São Januário, enquanto o ex-corinthiano teria sido oferecido a Flamengo e São Paulo. Como a janela de transferência para atletas vindos do exterior fecha hoje, não será nenhuma surpresa se os dois aparecerem no seu time de coração.

As transações dos dois atletas, caso se confirmem, farão parte de uma triste estatística: atletas que fazem muito sucesso no Brasil -seja pelos títulos conquistados ou pelo futebol bem jogado-, acertam suas transferências para clubes no exterior, e acabam retornando rapidamente ao Brasil.

Os motivos que levam um atleta a retornar ao Brasil em tão pouco tempo são os mais variados: problemas com a adaptação com os costumes ou clima da região, dificuldades com o idioma, distância de amigos ou família, desavenças com colegas ou treinadores, dificuldade em conquistar posição no time ou em adaptar-se ao estilo de jogo (na Europa, a disciplina tática e o jogo coletivo são muito valorizados, ao contrário do Brasil onde os atletas têm mais liberdade para abandonar suas posições) e até racismo. Há, ainda, clubes que dispensam ou negociam seus atletas simplesmente porque não conseguem se classificar para a Champions League, da mesma forma que nossos clubes se desfazem de seus jogadores para fazer caixa e compensarem eliminações em campeonatos.

São histórias que chegam a ser tristes, pois a grande maioria dos jogadores têm origem humilde. Eles acabam encontrando no futebol uma chance de melhorar a própria condição social. Quando a carreira está consolidada em um grande clube no Brasil, os jogadores buscam realizar o sonho de jogar no exterior de onde poderão desfrutar de conforto, fama e luxo, algo que nunca tiveram enquanto eram pobres. Quando conseguem realizar tal feito, muitos se decepcionam ao perceberem que as tão desejadas "fama e fortuna" têm um alto preço. Ao não se adaptarem à nova realidade, os jogadores acabam retornando ao Brasil.

Fico pensando, ao mesmo tempo, como ficam os jogadores perante tamanha frustração. Nossos atletas estão indo para a Europa cada vez mais cedo. Há, inclusive, grandes clubes europeus vindo garimpar adolescentes aqui na América do Sul motivados pelo sucesso de Lionel Messi, que foi para a cantera do Barça quando tinha apenas 13 anos. Se já é um grande choque para atletas adultos, imagine como ficam os jovens ao serem obrigados ao retornar ao Brasil após uma aventura fracassada no exterior.

Reparem que muitos jogadores que tiveram passagens apagadas no exterior retornam ao Brasil e nunca mais demonstram aquele futebol (ou aquela raça e vontade, no caso dos "guerreiros") que os consagrou. Muitos ídolos foram do céu ao inferno ao passarem por tal situação. Eu não duvido que os fracassos no Velho Continente tenham abalado os jogadores e, com isso, afetado seus desempenhos profissionais.

A propósito: não sei dizer qual foi exatamente a situação que levou Castán e Fagner a serem especulados no Brasil. Pode ser que os dois tenham tido algum dos problemas que eu mencionei. Ou pode ser que isso tudo tenha sido meramente algum boato. A única certeza que existe: se os dois realmente retornarem, serão mais dois atletas brasileiros de sucesso que, de alguma forma, não conseguiram se firmar na Europa.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

As Contradições do Vôlei Brasileiro

Ao término da temporada passada, dois times de vôlei declararam que fechariam as portas caso um novo patrocinador ou investidor não salvasse o time: Vôlei Futuro/Araçatuba e Medley/Campinas. O próprio Vôlei Futuro, aliás, já havia desfeito o seu time feminino ao final da temporada 2011-12. Ao mesmo tempo, dirigentes do SADA/Cruzeiro declaravam que era impossível competir no vôlei nacional com tamanha desigualdade no poderio financeiro dos clubes. E nesta semana, o Florianópolis declarou que não participará da Superliga 2013-14.

A despeito disso, assistimos às nossas Seleções fazerem boas campanhas. A Seleção Feminina fez uma excelente pré-temporada faturando os torneios de Montreux e Alassio, enquanto a Masculina está nas semifinais da Liga Mundial 2013, em Mar del Plata. E ambas as seleções dispõem de elencos formados em sua maioria por atletas que atuam no vôlei nacional.

Eu já escrevi e repito: a CBV precisa intervir e resolver a situação para que o nosso vôlei não morra. E não se deve penalizar equipes consideradas "fortes" (Molico/Osasco, Unilever/Rio de Janeiro, RJX/Rio de Janeiro e SESI) porque isso seria nivelar o nosso vôlei por baixo.

A Superliga deveria ser transmitida com mais frequência na TV aberta, aumentando a visibilidade dos times e, consequentemente, dos patrocinadores para que as empresas se interessem em expor suas marcas nos uniformes dos clubes.

O vôlei precisa, de alguma forma, ter o apelo que o futebol exerce sobre nós brasileiros, pois apenas dessa forma pode-se garantir que nossos plantéis continuem formando grandes atletas e, desta forma, possamos manter a hegemonia da categoria.

Não adianta nada apoiarmos o nosso vôlei apenas no momento em que os atletas recebem suas medalhas. É preciso ajudar a modalidade nos momentos ruins também.

Ainda Tem Volta

O que eu escrevi sobre o Atlético Mineiro nas últimas semanas, continua valendo: vou torcer para que o Galo levante sua primeira taça na Copa Libertadores na próxima semana e mostre que futebol se vence na bola, e não do jeito horroroso que o vulgar Olimpia vem apresentando.

Os paraguaios fizeram um monte de faltas em campo, jogavam um futebol estritamente defensivo e criavam chances só no contra-ataque e na bola parada. Como se isso não fosse o bastante, foram encontradas pedras no gramado, possivelmente arremessada por torcedores. Vê se pode isso em um torneio internacional como a Libertadores. Neste ano, um incidente desse tipo custou a vida de uma criança.

O Galo, por sua vez, teve a ausência de Bernard sentida em campo. A equipe, como sempre, correu muito em campo, mas parece ter ficado sem gás na hora de finalizar. Muitos gols considerados fáceis foram perdidos pelos atacantes atleticanos.

Toda vez que um time retranqueiro e faltoso como este Olimpia vence um campeonato, o futebol perde pois isso mata o caráter artístico do esporte e faz parecer que basta ter músculos para ganhar uma partida. Eu sempre lamento quando vejo equipes como Chelsea, Milan e PSG triunfando por aí.

Esse negócio de jogar com garra é coisa de time pequeno. Time grande se impõe tecnicamente e mostra sua autoridade em campo sem precisar de violência. Só times pequenos dependem exclusivamente da garra e da raça de seus atletas, uma vez que não dispõem de recursos técnicos ou de habilidade para vencerem uma partida.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Pedidos a Torcida Tricolor

Eu escrevi um texto muito semelhante a este quando o Palmeiras apresentou um princípio de crise no início deste ano -quando levou uma goleada de 6x1 para o Mirassol.

Pois bem. Como o meu Tricolor passa por um momento de crise, é necessário pedir um pouco de compreensão ao torcedor.

Já escrevi e repito: torcedor de verdade apoia o time nos bons e maus momentos. Não adianta ir lá dizer que você ama seu time quando ganha a Libertadores para abandoná-lo na primeira derrota. Isso não é torcer, isso é ser "modinha", como dizem alguns que comentam nos sites esportivos.

Peço, portanto, para que o torcedor modere os protestos contra os atletas e a comissão técnica.

Os jogadores já estão muito abalados psicologicamente. A quantidade absurda de faltas e expulsões é reflexo deste abalo. Não é necessário, portanto, ir ao CT do São Paulo jogar pedras e pedaços de paus contra os atletas, como torcedores de outros times fizeram em ocasiões semelhantes.

Paulo Autuori é o menos culpado pela situação. O treinador carioca pegou um pepinaço, mas teve a boa vontade de aceitar o desafio de tirar o São Paulo da crise. Ele recebeu um elenco em péssima situação e é necessário, no entanto, lembrar que nenhum treinador faz milagre, a não ser Arsène Wenger e Jürgen Klopp. Esses dois montam elencos a cada temporada e superam perdas de atletas importantes tranquilamente.

O único que pode ser considerado culpado pela situação é o presidente Juvenal Juvêncio. Não há mais o que dizer em defesa ao mandatário, quando os próprios torcedores e a imprensa concordam que o fato do cartola ficar ano após ano na presidência do Tricolor ser o principal motivo pela má fase do clube.

Torcedores, peço, portanto, para que apoiem o elenco e o treinador Paulo Autuori. O momento de crise é o momento em que o time mais precisa de apoio.

Existe Farmacêutico Famoso?

Bom dia, querido leitor e leitora!

Estamos de volta com nosso blog, conforme havia prometido ontem à noite!

Pensei durante esta noite de forma poderíamos celebrar este reencontro com você, caro leitor ou leitora.

Em princípio, cogitei escrever uma pesada crítica à gestão do presidente Juvenal Juvêncio e os erros cometidos pelo mandatário que levaram à crise no meu Tricolor. Decidi, no entanto, abordar um tema mais agradável e que estava sendo pouco abordado por este blog que é a "questão farmacêutica". Durante todos estes meses em que o diário FarmaFootball esteve no ar, abordei em demasia o lado Football e esqueci do lado Farma.

Para o primeiro post sobre farmácia, decidi responder a uma pergunta que um amigo meu me fizera em 2011: você conhece algum farmacêutico famoso?

Artigos científicos publicados em revistas de impacto e descoberta de medicamentos revolucionários, infelizmente, não são suficientes para tornar um profissional da área de farmácia tão famoso como Neymar ou Michel Teló. O refrigerante mais famoso do mundo foi inventado por um farmacêutico (fonte: Wikipedia) e, mesmo assim, John Pemberton é pouco lembrado.

Pesquisei e encontrei três pessoas famosas que frequentaram cursos de farmácia, mas que ficaram muito mais famosos exercendo outras atividades.

Jonas Gonçalves Oliveira: o atacante do Valencia teve passagens por Guarani, Santos, Grêmio, Portuguesa e Seleção Brasileira antes de chegar aos Morcegos. Jonas chegou a frequentar um curso de farmácia-bioquímica em Araraquara por influência do irmão. Uma fonte afirma que o atleta estudou na UNESP (Universidade Estadual Paulista). O jogador nascido em Bebedouro, no entanto, largou os estudos no segundo ano de faculdade e decidiu seguir a carreira no Guarani. Fontes: www.superesportes.com.br, www.jornalcidadesonline.comesporte.uol.com.br.

Carlos Drummond de Andrade: esta foi o meu ex-chefe quem me contou! O poeta Carlos Drummond de Andrade é o segundo autor brasileiro que mais aprecio (o meu favorito é Graciliano Ramos). O poeta mineiro se graduou em farmácia, mas acabou ficando famoso pelas suas obras literárias. Fonte: Wikipedia.

Naoko Takeuchi: a desenhista japonesa ficou mundialmente conhecida por ter criado a heroína Sailor Moon. Naoko, no entanto, frequentou uma faculdade de farmácia antes de se tornar famosa. A artista graduou-se em química pela Kyoritsu University of Pharmacy e, posteriormente, obteve uma licença para exercer a profissão de farmacêutica. Fonte: Wikipedia.

E você? Conhece algum farmacêutico famoso? Escreva nos comentários!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Estamos Voltando!

Boa noite, querido leitor e leitora!

Realizei algumas avaliações nestes dois dias e conclui que será possível conciliar meus projetos com este blog! Minhas atividades transcorreram de tal forma que será possível, sim, voltar a trabalhar neste diário enquanto me dedico aos meus projetos pessoais!

Escrever aqui é algo que eu gosto. Algo que aprecio. Algo que traz alegria a minha mente e a minha alma e, portanto, fundamental para que eu consiga relaxar e desviar um pouco o foco da tensão gerada pelo momento que estamos passando.

Como escrevi anteriormente, não se trata de nenhum problema, apenas pressupus que teria dificuldade em conciliar meus outros projetos pessoais com este blog.

Estamos preparando novas resenhas e comentários já para amanhã! Aguardem!

Um grande abraço!

Equipe FarmaFootball

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Fechado para Balanço

Em decorrência de alguns compromissos pessoais, irei me ausentar por um tempo e, desta forma, o blog ficará algum tempo sem sofrer atualizações.

Não está havendo problema de natureza alguma, mas estarei me dedicando de tal forma que não poderei acompanhar partidas de futebol com regularidade e, portanto, não poderei postar resenhas ou comentários sobre jogos disputados.

Agradeço a todos que estão acessando ao meu blog, pois a audiência de vocês é o grande incentivo para que eu continue este trabalho. Escrevo aqui com o maior prazer há três meses e fico muito feliz com os acessos a este diário virtual de todos vocês leitores e leitoras.

Prometo retornar aqui tão logo que meus compromissos estejam encerrados.

Muito obrigado a todos vocês pela compreensão!

Equipe FarmaFootball

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Desafio dos Livros

Saindo um pouco da esfera desportiva, resolvi comentar um pouco sobre o que se ensina nas escolas e universidades.

Para sobreviver no ambiente escolar ou universitário, você só precisa fazer uma coisa: atingir a nota mínima necessária para ser aprovado. Meramente isso. Você assiste a todas as aulas, anota o que o professor diz (ou registra em vídeo, uma vez que celulares com câmera, tablets e notebooks estão cada vez mais acessíveis) e lê a bibliografia recomendada até memorizar toda o conteúdo que virá a ser cobrado na avaliação.

O que está escrito nos livros são caminhos que foram trilhados por pesquisadores, filósofos, pensadores e professores. Várias pessoas contribuíram por séculos para que a ciência se tornasse o que é hoje. Alguns chegaram, inclusive, a arriscar suas vidas em busca do esclarecimento, uma vez que muitas descobertas e opiniões emitidas por essas pessoas confrontavam a opinião de líderes religiosos ou governantes. Muitos pagaram muito caro pelo simples gesto de questionar.

"Questionar". Este é o caminho para que a ciência evolua. O questionamento é sempre o primeiro passo para que um novo conhecimento seja agregado. Isto pode se dar das mais variadas maneiras, desde a busca de métodos para tornarmos as nossas vidas mais práticas, indo até níveis mais extremos, como contestar governos, religiões ou crenças. O questionamento poderá, inclusive, levar o pensador a rejeitar argumentos clássicos e elaborar teorias capazes de refutar os caminhos trilhados por outros pensadores, desde que apresentando provas palpáveis e bons argumentos.

Qual, então, a importância do ensino? Por que deveríamos ler livros dos quais sabemos como são os seus desfechos?

Simples. Miyamoto Musashi escreveu em seu Livro dos Cinco Anéis que para que um aprendiz se torne um mestre em algum ofício, seja qual ele for, o aspirante deverá, primeiro, trilhar os caminhos percorridos por outros mestres. Só então, o candidato terá maturidade e experiência para acrescentar, modificar ou rejeitar o que lhe foi ensinado. O último capítulo da obra de Musashi, inclusive, chama-se "O Livro do Vazio", onde o aprendiz é quem irá escrever após ter trilhado os caminhos de seus mestres.

É necessário, portanto, conhecer muito bem toda e qualquer linha de conhecimento para julgar, concordar ou discordar dela. Ninguém pode acrescentar algo novo ao conhecimento -seja essa novidade concordante ou discordante- se não demonstrar entendimento no assunto, provas palpáveis de seu raciocínio e bons argumentos para defender sua teoria.

Estudem, mas aprendam a se desprender dos livros e tentem escrever suas próprias obras. Você pode se surpreender com os resultados ao pensar um nível acima.

A Vitória de Victor

Victor. Esse é o nome do jogo. Defendeu o pênalti do grande Maxi Rodríguez e assegurou o Galo na final da Libertadores 2013 após uma partida dramática.

Catimba, atletas machucados, queda de energia. Houve de tudo neste turbulento embate que valia a vaga para a final deste campeonato.

Gostei muito da atitude dos dois times, apesar do nervosismo em campo. O Newell's não renunciou ao ataque e trocou muitos passes, além de marcar muito bem o Galo. Os brasileiros, por sua vez, se movimentaram bastante e conseguiram interceptar bem a saída de bola dos argentinos.

Guilherme e Bernard marcaram os gols para os donos da casa e garantiram o 2x0, que levou o Galão da Massa para os pênaltis.

Nas cobranças, mais drama, com Jô e Richarlyson desperdiçando suas cobranças. Para a sorte do Atlético, Casco e Cruzado também erraram. Na última e derradeira, brilhou a estrela do arqueiro atleticano.

Como eu escrevi hoje, eu torceria para o vencedor deste jogo na final, independente de quem fosse, porque ver o vulgar Olímpia sagrar-se campeão é um insulto ao futebol-arte.

Espero que o Galo não me decepcione e consiga erguer a taça deste ano. O time de Minas merece pela excelente campanha que está fazendo e pelo belo futebol apresentado.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Olimpia, Não!

Independente do Newell's Old Boys ou do Atlético Mineiro se classificarem, vou torcer para que o vencedor do jogo de hoje derrote o Olimpia na final da Libertadores.

Minha torcida foi para que o Santa Fé se classificasse e fizesse a final contra argentinos ou brasileiros. Não que os colombianos jogassem um primor de futebol, mas apresentavam uma proposta de jogo ofensivo e de pressionar o adversário do começo ao final.

O Olimpia, por sua vez, não quis jogo. Colocou um esquema de cinco defensores e ficou amarrando o jogo. Isso lá é maneira de jogar futebol? Pode ter certeza que Paulo Cézar Caju e o Mestre Cruyff iriam concordar comigo. Os paraguaios perderam por 1x0, mas mereciam ter levado bem mais gols.

A sensação que se tem é a de que o Paraguai não tem jogadores de bola. Não que isso seja verdade, mas a maneira como o Olimpia jogou ontem passa essa impressão. Tal argumento ganha força quando lembramo-nos da Seleção Paraguaia, que chegou às finais da Copa América em 2011 sem vencer uma única partida sequer. Os paraguaios, na ocasião, obtiveram cinco empates e uma derrota para o Uruguai na final. Uma grande tristeza, pois o Paraguai já revelou muitos grandes jogadores.

Seja quem for o vencedor do jogo de hoje, aceito a proposta de ambos. O Atlético, pelo jogo intenso e vertical, ou o Newell's, pelo jogo um pouco mais horizontal e cadenciado. Ambos jogam bola e saem para o jogo, ao invés de esperarem um erro do adversário. Ver uma equipe como o Olimpia se sagrando campeã é uma grande afronta ao futebol.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Rapidinhas- 08/07/2013

VAI QUE É SUA, IBSON!

Danilo, Douglas e Renato Augusto estão no departamento médico. Azar de alguns, sorte para outros, pois o recém-chegado Ibson deverá ganhar espaço com as ausências dos três armadores corinthianos. Dê o sangue e aproveite a oportunidade, Ibson, pois esta será a sua grande chance de cavar um lugar no time.

O LADO BOM

Neymar é um atleta diferenciado, mas sejamos francos: o Santos atuava em demasia em função do atacante. Com a venda da joia, os treinadores poderão montar equipes de jogo mais coletivo sem aquele excesso de dependência de um jogador só.

VETERANOS EM ALTA

Postei ontem um artigo exaltando a diferença que os veteranos fazem em campo. Alex continua fazendo a diferença pelo Coritiba e Seedorf foi fundamental na vitória do Botafogo sobre o Fluminense. Outro que se destacou, foi o meia D'Alessandro, que teve boa participação na vitória de 5x3 do Inter sobre o Vasco. Espero que tal fato sirva de exemplo para os mais jovens e também para os "professores", pois estamos jogando com músculos demais e cérebros de menos.

Ídolos Eternos

Josep Guardiola e o Mestre Johan Cruyff não foram apenas treinadores do Barcelona, como também a dupla vestiu a camisa blaugrana quando eram atletas. Rummenigge, Hoeness, Beckenbauer e Breitner foram atletas do Bayern München antes de se tornarem dirigentes do clube bávaro.

Essa história já contei em outros posts, mas sempre reforço que grandes ídolos dos clubes podem (e devem) continuar contribuindo com as instituições pelas quais serviram quando eram atletas, sobretudo se tiverem sido jogadores diferenciados.

Um ex-craque sempre pode ensinar um garoto a tratar a bola com carinho. Eles têm vivência em campo e sabem como se deve jogar bola e também como não se deve jogar bola. A grande maioria dos nossos "professores", como bem observou o grande Paulo Cézar Caju, é de ex-zagueiros ou ex-volantes burocráticos ou violentos e, portanto, só podem ensinar os meninos a marcar ou cobrar faltas. Não à toa, muitos deles não efetivam atletas formados nas categorias de base dos clubes, preferem adquirir jogadores "prontos" porque não têm bagagem para instruir um garoto a jogar bola.

O ex-craque, se for um ídolo do clube, poderá ensinar algo a mais do que jogar bola. Como têm identificação com a instituição, o ídolo pode ministrar ao garoto os valores do clube, bem como ensinar ao aspirante como amar e respeitar a camisa de seu clube.

É o que tenho observado nos dois clubes que eu mencionei no começo deste artigo. Observem como os garotos formados na cantera do Barça amam jogar pelo seu time. Vejam como Cesc Fàbregas, mesmo tendo jogado durante anos no Arsenal, ainda amava e respeitava o clube que o revelou. No Bayern a mesma coisa: Lahm, Schwensteiger, Kroos, Badstuber, Müller e Alaba são alguns dos muitos que foram criados na base da equipe bávara. Pergunte a qualquer um deles se trocariam de time.

Escrevo isso porque vejo o trabalho das bases dos grandes clubes brasileiros ser muito pouco valorizado. Ao mesmo tempo, vejo uma grande evasão de talentos motivada, muitas vezes, pelas poucas oportunidades nas equipes principais. Muitos dos garotos não parecem demonstrar amor ou entusiasmo pelo clube que os revelou. Ao mesmo tempo, os "professores" e cartolas pedem a contratação de um jogador para fazer "sombra" para um titular ao invés de aproveitarem os talentos criados em casa para mesmo compor o banco de reserva, como se aproveitar os garotos da base fosse algo humilhante.

Eu sempre penso o que um ex-craque que tem identificação com um clube poderia fazer pelos garotos da base, ensinando-os a jogar bola e a amar a instituição. O que um Raí ou um Zetti poderia fazer pelo meu Tricolor. O que um Ademir da Guia ou um São Marcos poderia fazer pelo Verdão. E por aí vai.

Enquanto isso, lá na Europa, pode ter a certeza que Puyol, Xavi, Lahm e Schweinsteiger continuarão em seus clubes mesmo após pendurarem as chuteiras. E darão continuidade ao processo de revelar novos craques.

domingo, 7 de julho de 2013

Rapidinhas- 07/07/2013

NÃO ERA O TÉCNICO?

O meu Tricolor foi muito mal hoje e perdeu o clássico para o Santos em pleno Morumbi. Pelo estádio ouvia-se o clamor da torcida por Muricy Ramalho. A derrota de hoje, no entanto, me faz questionar se o problema era realmente Ney Franco. Apenas para constar: de 2009 para cá (ano da saída de Muricy), o São Paulo já trocou de treinador cinco vezes, houve mudanças na diretoria e o Tricolor já contratou e dispensou uma infinidade de atletas.

DÁ-LHE VETTEL!

Parabéns ao piloto Sebastian Vettel por mais uma vitória, desta vez em Nürburgring. O piloto não desapontou seu torcedor e faturou mais esta vitória em sua casa! Estou torcendo muito pelo tetra de Vettel! O que será que a Alemanha faz para revelar tantos bons pilotos de F1?

NÃO É O FIM PARA O SPIDER

Pode ser que Anderson Silva tenha, de fato, subestimado seu adversário ao abusar das provocações. O torcedor brasileiro, no entanto, não deve crucificar o lutador pela derrota de ontem. O fato do Spider ter perdido a luta para Chris Weidman não significa que sua carreira acabou e que o atleta deveria ser amaldiçoado pelo revés. Perder faz parte do esporte.

NO TOPO!

O fim de semana foi ótimo para o vôlei masculino. Com duas vitórias por 3x1 sets sobre a Bulgária, o Brasil se redimiu da derrota sofrida semana passada pela França, fez valer a força de sua torcida e está de volta à liderança de seu grupo. Parabéns, Bernardinho e comandados!

Riquelme e Rivaldo Teriam Cadeira Cativa no meu Time

Imagem extraída do Facebook oficial de Riquelme- http://www.facebook.com/juanromanriquelme10

OK. Eu sei que atletas tendem a ser mais susceptíveis às lesões com a idade. Puyol e Klose, por exemplo, já passaram dos 30 anos e vem se lesionando com relativa frequência. Há dezenas trabalhos científicos que relacionam a idade com a diminuição da força gerada pelos tecidos musculares ou maior dificuldade na regeneração de músculos. Perdoem-me, ó colegas universitários, pela superficialidade dos termos aqui relatados, mas eu gastaria linhas e mais linhas se fosse entrar em detalhes sobre síntese proteica, síntese e consumo de ATP pelas células musculares, senescência e outros termos relacionados.

No entanto, eu digo: nenhum garoto tem a visão de jogo ou a precisão do passe de um craque experiente. Experimentem, por exemplo, comparar o Ganso com o Riquelme. O meia do São Paulo é talentoso, mas o argentino tem muito mais quilometragem e vivência em campo, além de ser um craque internacionalmente reconhecido. Com isso, Román provavelmente vai acertar muito mais passes que o ex-menino da Vila. Você provavelmente obterá resultados semelhantes se comparar o Lucas (ex-São Paulo, atualmente no PSG) e o Alex Cabeção.

É incrível, aliás, ver tantos atletas experientes que se destacam no futebol. Eles não têm o vigor dos jovens (com algumas exceções) mas se destacam por jogarem muito mais com o cérebro do que os pés. Já expliquei em outro post o quanto a vivência em campo é importante, não?

Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo, Riquelme, Alex e Zé Roberto já foram o sonho de consumo de grandes equipes no passado. Hoje são subestimados pelo simples fato de terem passado dos trinta anos. Um grande erro. Ronaldinho é o grande nome do Atlético Mineiro. Rivaldo mostrou há dois anos atrás que ainda tinha lenha para queimar apesar de estar com 38 anos na época, com passes precisos, fôlego de gato e cobranças de falta certeiras. Riquelme fez um golaço contra o Corinthians na Libertadores deste ano. Alex carrega o promissor time do Coritiba nas costas. E Zé Roberto esbanja vigor, visão de jogo e posicionamento. Sabendo utilizar a experiência dos atletas de maneira correta, os treinadores poderão golear os adversários em todos os jogos.

Outro fator que faz os atletas experientes se destacarem é o fato dos times da América do Sul, em sua maioria, utilizarem jogadores que se destacam muito mais fisicamente do que tecnicamente. São atletas de muito músculo mas pouco cérebro. Nesse cenário, o atleta mais cerebral acaba fazendo a diferença ao contribuir com inteligência e nortear as jogadas para os brucutus com passes precisos e posicionamento correto. Como disse o grande Paulo Cézar Caju ao expor o mesmo argumento, em terra de cego, quem tem um olho é rei.

Eu, tranquilamente, contrataria Riquelme e Rivaldo para jogarem no meu time. Eles não iriam correr e nem marcar muito, mas entortariam a marcação adversárias com trocas de passes no campo de ataque e iriam deixar os atacantes do meu time na cara do gol. Além disso, os dois iriam se aposentar pelo meu time e teriam direito a cargos nas categorias de base do meu time, pois a dupla de meio-campistas tem bagagem de sobra para ensinarem os garotos a jogar bola.

sábado, 6 de julho de 2013

Reflexões

Não assisti ao jogo do Palmeiras, apenas acompanhei alguns lances pela Internet.

Um fato do jogo contra o Oeste, contudo, me chamou a atenção: o retorno de Jorge "El Mago" Valdívia ao Verdão após meses confinado ao departamento médico. O meio-campista foi destaque na goleada por 4x0 em Presidente Prudente.

Compartilho da opinião do grande Paulo Cézar Caju sobre o chileno: Valdívia é um bom jogador. Se ele estiver aprumado, ele resolve uma partida. O atleta dribla, tem gingado, é veloz e tem faro de gol. Não sei se lhe cabe a alcunha de "artista da bola", mas Valdívia é jogador de bola. Tudo bem que, com todo respeito ao Oeste, era uma equipe fraquinha mas não podemos tirar os méritos do jogador, que está voltando de lesão.

Não quero entrar entrar no mérito da discussão se o jogador agiu ou não de má-fé para voltar a jogar devido aos desentendimentos com a torcida. Não vem ao caso em um momento como este.

O volante Charles também merece destaque ao anotar dois gols. A Série B ainda não serve de parâmetro para jugar se o atleta voltará ou não a repetir o desempenho nos tempos do Cruzeiro de Adílson Batista, mas fico animado com a existência de volantes ofensivos.

Lamento, apenas, que o senhor Gilson Kleina continue a adotar esquemas táticos conservadores mesmo enfrentado adversários fracos em um torneio de baixo nível técnico. Não há cabimento em continuar escalando três volantes (Wesley, Charles e M. Araújo) contra o Oeste de Itápolis. Acho que eu já critiquei o treinador alviverde umas três vezes por armar o time desta maneira. Qual é, Gilson? Você está enfrentando o Oeste e não o Barcelona.

Continuo, contudo, na torcida que o Palmeiras reencontre a tranquilidade neste segundo semestre e consiga montar um time. Lembrando: o importante não é apenas conseguir a taça na Segunda Divisão, como também é fundamental voltar tinindo à Série A. A vitória de hoje foi apenas o primeiro passo para que tais metas sejam alcançadas.

A Espanha Ainda É Mais

O tal ranking da Fifa sempre tem muitos critérios duvidosos para sua elaboração. Concordo, no entanto, com três coisas: a Espanha ainda é a melhor seleção do mundo, seguida de perto pela Alemanha, e o Brasil no razoável nono lugar. O ranking apresenta, ainda, a renovada Argentina em quarto.

O Brasil mostrou na última Copa das Confederações que está muito mais preocupado com os resultados do que com a qualidade de seu futebol. Ou alguém aí achou que jogamos um futebol bonito, envolvente e de encher os olhos como nos tempos de Pelé, Zico ou Garrincha? Tanto é verdade, que os cartolas da CBF decidiram retroceder, colocando Felipão e Parreira no comando da Seleção, apesar da dupla não ter apresentado resultados sólidos há anos.

Escrevi e volto a repetir: o futebol brasileiro está feio, grosseiro, vulgar, desleal e pouco criativo. Não por acaso, só vencemos a Espanha na base da violência e da catimba. Abrimos mão de nossos talentos e do futebol bonito. Jupp Heynckes e seu Bayern haviam provado que era possível superar o Tiki-Taka na bola ao golearem o Barcelona duas vezes seguidas, mas o Felipão e o Parreira optaram pelo "modelo Chelsea" de futebol, se é que podemos chamar aquilo de "modelo".

Os clubes brasileiros também não empolgam. O Corinthians e o São Paulo fizeram um jogo monótono e preguiçoso pela Recopa Sulamericana, com dois treinadores visivelmente preocupados em jogar pelo resultado, e não em demonstrarem alguma superioridade sobre o adversário. Nenhum dos dois times matou o jogo quando tiveram oportunidade.

A Espanha e os clubes espanhóis (em sua maioria), por outro lado, continuam esbanjando coletividade e talento em campo. Toque de bola, ofensividade, jogo bonito, ... Todos esses ingredientes compõem a leveza e a beleza que é o futebol espanhol. Mesmo equipes consideradas "coadjuvantes", como Valencia, Atlético de Madrid e Athletic Bilbao proporcionam ao espectador um espetáculo de encher os olhos.

A Alemanha e a Argentina seguem no mesmo caminho ao apostarem em seleções mais jovens e mais leves. O talento se sobrepôs à força e os resultados estão aparecendo. Atletas como Messi, Agüero, Götze e Müller estão fazendo a diferença pelas suas seleções e colocando a Mannschaft e a Albiceleste no lugar onde lhes é merecido. Isso sem falar que os dois melhores clubes da Europa na última temporada eram alemães.

Se o Brasil quiser rejeitar suas origens e continuar apostando em um futebol de mais músculos do que cérebro, esteja à vontade. Não por acaso, nossos craques estão indo cada vez mais cedo para a Europa onde o talento é realmente valorizado. E a Espanha, proprietária do melhor futebol do mundo segundo a própria FIFA, foi o destino escolhido pelo último jogador diferenciado que revelamos, Neymar.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Rapidinhas- 05/07/2013

CAIU!

Agora é oficial: Ney Franco não é mais o treinador do São Paulo. O treinador mineiro até foi bem ao dar continuidade ao futebol de toque de bola de Emerson Leão, mas pecou por insistir em buscar um substituto para Lucas quando bastava mudar o esquema tático. Outro erro, ao meu ver, foi ter insistido com Wellington e Denílson (ambos muito faltosos e defensivos) em detrimento ao esforçado Cícero e ao ofensivo Casemiro. Por fim, acho que o treinador errou ao não trabalhar o lado psicológico da equipe que sempre entrava muito pilhada em campo, além de ter sido muito conivente com as atitudes de Lúcio e Luis Fabiano. Muricy e Autuori são os mais cotados para o lugar de Ney. Como torcedor, agradeço ao treinador pelo título da Copa Sulamericana do ano passado, mas não havia mais clima para sua permanência no Soberano.

BEM-VINDO, ADVÍNCULA!

Grande sacada da Ponte Preta e do técnico PC Carpegiani em trazer o lateral-direito Luis Advíncula para Campinas! O peruano, que foi destaque na Copa América 2011, é veloz, apoia bem, pode atuar no meio-de-campo e ainda é jovem (tem 23 anos). Advíncula chega para substituir Cicinho, que foi negociado com o Santos. Será, portanto, uma grande responsabilidade para o jogador, que terá a missão de substituir o principal atleta da Macaca. Desejo sorte ao estrangeiro, mas acho que ele tem tudo para se firmar por aqui, ainda mais que faltam bons laterais-direitos no Brasil.

DIVISOR DE ÁGUAS

Santos e São Paulo farão um clássico que irá marcar um novo ciclo para os dois times. O Tricolor começa uma nova fase com a saída de Ney Franco enquanto o Peixe ainda tenta buscar um rumo após as saídas de Neymar e Muricy. E o time praiano pode, ainda, perder Rafael Cabral, Felipe Anderson e Arouca. Peço que todos os integrantes dos dois clubes não desanimem, pois todo começo é difícil e faz parte do futebol se renovar e se reinventar.

BALEADOS

O Corinthians venceu o São Paulo na quarta-feira, mas três atletas estão em observação no departamento médico: Danilo, Douglas e Sheik. Isso sem falar no capitão Alessandro que já estava lesionado. Acho que o Tite deveria bolar um esquema tático que obrigasse os atletas a correrem menos em campo ou, então, conversar com os preparadores físicos porque o problema de lesões no Timão não é nenhuma novidade.

Será que o Muricy Resolve Mesmo?

A situação de Ney Franco, que já estava ruim antes da paralisação para a Copa das Confederações, parece ter se tornado insustentável com mais uma derrota em casa.

Eu vejo uma soma de fatores culminando nesse princípio de crise, sendo que todos (dirigentes, comissão técnica e atletas) tiveram suas parcelas de culpa.

A maioria dos torcedores vem pedindo o retorno de Muricy Ramalho, que está sem emprego desde que deixou o Santos em maio.

Muiricy tem identificação com o Tricolor, tanto como jogador quanto como treinador. Como atleta, ele foi companheiro de Serginho Chulapa no São Paulo, quando foi comandado pelo saudoso José Poy, ex-goleiro argentino e um dos maiores ídolos do São Paulo. Como técnico, ganhou três vezes o Brasileirão (2006, 2007 e 2008). História, portanto, ele tem no Soberano.

Como admirador do futebol-arte, no entanto, eu questiono a contratação de Muricy. Motivos? Veja se os times que ele monta jogam bola. Ele é daqueles que segue a escola de Tite, Mano Menezes, Abel, Felipão e Celso Roth; colocando mais gente para amarrar o jogo do que fazer gols. Vamos ter a implantação de esquemas como 3-5-2, 3-4-1-2 ou 3-4-2-1 visando congestionar o meio-de-campo, jogando apenas nos erros do adversário e dependendo das bolas paradas.

Muricy também não costuma dar chances aos garotos da base. Quando dirigia o São Paulo, vejam se ele dava chances para o Oscar e outros garotos da geração do meia do Chelsea: apenas Breno, Hernanes e Jean eram lembrados. No Santos, a mesma coisa: jogadores como Gabigol e Neilton receberam pouquíssimas chances a despeito do torcedor e da imprensa pedirem a dupla em campo. E eu defendo que os garotos formados no CT de Cotia sejam utilizados porque o São Paulo tem muita infra-estrutura e bons instrutores para formar jogadores.

Por fim, Muricy é um treinador que gosta de atuar pelo regulamento. Ele é "eficiente" em conseguir títulos nos pontos corridos, mas costuma sofrer no mata-mata.

O retorno de Muricy, portanto, deveria ser pensado avaliando-se os prós e contras. Eu, particularmente, gostaria de ver um treinador que fizesse o time jogar na ofensividade e valorizando a posse de bola, mas a sede por títulos vai ser o principal fator na decisão dos dirigentes são-paulinos.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Consequências

O período em que o Brasil estava sediando a Copa das Confederações 2013 também foi marcado por centenas de protestos que eclodiram por todo o território nacional. O estopim foi o aumento das tarifas no transporte público, mas dezenas de outras revindicações surgiram no calor do movimento, como o fim da corrupção, mais transparência nos gastos públicos e punição severa aos políticos corruptos.

Voltando à nossa realidade dos campeonatos nacionais e sul-americanos, foi impossível não comparar a situação de alguns de nossos clubes com as esferas administrativas de nosso país -municipal, estadual e federal.

Há, obviamente, um abismo muito grande entre um Estado e um clube de futebol. Chega a soar como futilidade comparar um país ou uma cidade com um time.

Muitos clubes e algumas das instituições administrativas de nosso país, no entanto, padecem de males semelhantes: dirigentes/políticos sem comprometimento com a instituição, falta de transparência financeira/administrativa, adoção de medidas meramente paliativas (leis emergenciais para acalmar o povo ou contratações de atletas para esfriar os ânimos do torcedor), ...

Os clubes são instituições particulares. Os proprietários têm, portanto, o direito de fazerem o que quiserem com elas. No entanto, o torcedor consome os produtos relacionados ao clube -incluindo as entradas para assistirem às partidas- e, no papel de consumidores, têm o direito de reclamar do que não lhes agrada. Como diz o Doutor Osmar de Oliveira, "o torcedor paga o ingresso e, portanto, tem o direito de reclamar". E o torcedor reclama mesmo, com protestos, muitas vezes, violentos.

Eu me questiono como o "despertar do Gigante" poderia influenciar nas próximas revindicações de torcedores. O povo brasileiro, que há tanto tempo foi subestimado, descobriu que tem o poder de derrubar reis e conseguir o apoio de seus semelhantes, desde que utilize de bons argumentos e sem apelar para a violência.

Reitero: eu, em hipótese alguma, acredito que um clube de futebol tenha a importância de um Estado. Para mim, futebol é apenas um mero entretenimento. Não incentivo, portanto, protestos contra maus desempenhos de um time ou más administrações de um clube. As recentes manifestações, no entanto, terão grande impacto nas próximas oportunidades em que o torcedor resolver expressar sua insatisfação com os times.