segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Nas Alturas

Imagem extraída do Facebook oficial do Arsenal-
http://www.facebook.com/Arsenal 

Foi com imensa satisfação que eu recebi a notícia de que o Arsenal está na liderança isolada da Premier League. Após um início de temporada ruim -perdeu para o inconstante Aston Villa em pleno Emirates Stadium- os Gunners venceram todas as partidas que disputaram desde aquele dia 18 de agosto. A equipe londrina contou, ainda, com o tropeço do vizinho Tottenham, que empatou no sábado com o Chelsea.

Méritos ao treinador Arsène Wenger e aos dirigentes do Arsenal que deixaram de visar exclusivamente o lado financeiro e decidiram montar um elenco competitivo para brigar pelos troféus. Podolski, Cazorla, Mertesacker, Giroud e agora Özil desembarcaram em Londres nos últimos dois anos para fazer a equipe inglesa deixar de ser um mero coadjuvante e recolocar o time na disputa por títulos. Ao mesmo tempo, me agrada ver alguns garotos talentosos que adicionam leveza e movimentação aos Gunners, como Wilshere, Ramsey, Oxlade-Chamberlain e, principalmente, Walcott.

A vinda de Özil não poderia ter sido mais acertada. O alemão faz a diferença no meio-de-campo organizando as jogadas e ajudando os atacantes da equipe londrina com suas assistências. Estava na hora, afinal o principal responsável pela função, o tcheco Tomáš Rosický, vem enfrentando muitos problemas com lesões.

O Arsenal, temporada após temporada, manteve a sua regularidade de sempre ao se classificar à Champions League, mas raramente superava os rivais mais tradicionais. Mesmo na competição européia, a equipe londrina só conseguiu chegar às finais uma única vez, em 2006. Os sustos que os Gunners deram em alguns times nos últimos anos, no entanto, demonstram que o time tem potencial para alçar voos maiores. Que o diga o Bayern, que levou 2x0 do time inglês em plena Allianz Arena.

A boa fase do Arsenal, no entanto, deve ser festejada com prudência e não com euforia. No Campeonato Inglês, o único adversário mais respeitável que os Gunners enfrentaram até o momento foi o Tottenham. A equipe londrina ainda não encontrou Manchester United, Liverpool, City ou Chelsea na temporada. Na Champions, o time de Arsène Wenger caiu na chave mais complicada de todas, com Napoli, Marseille e com o meu Borussia Dortmund. A meu ver, todos têm iguais chances de avançar.


Imagem extraída do Facebook oficial do Arsenal-
http://www.facebook.com/Arsenal

Ainda espero pelo dia em que Arsène Wenger e seus comandados consigam o troféu que servirá como reconhecimento definitivo de um estilo cada vez mais raro no futebol. O Arsenal é, possivelmente, a única equipe do futebol inglês que ataca trocando passes. A grande maioria das equipes na Inglaterra ainda prioriza a marcação forte, correria e a trombada.

Eu gostaria muito que este troféu fosse o da Champions League, mas ainda é muito cedo para se pensar em títulos. A equipe está nas alturas neste exato momento, mas é necessário manter os pés no chão.

O Gigante Acordou no Esporte

Imagem extraída de http://www.facebook.com/coritibaoficial

Foi com muita satisfação que recebi a notícia de que os principais jogadores de nosso país resolveram levantar a voz contra a CBF e seu absurdo e inchado calendário. A Copa do Mundo, a ser realizada no próximo ano, obrigaria o início dos campeonatos estaduais para o dia 12 de janeiro, o que diminuiria (e muito) as férias dos jogadores. Alex Cabeção, Rogério Ceni, Juninho Pernambucano e outros capitães formaram um movimento, chamado de "Bom Senso FC" e revindicam mudanças no futebol.

Há alguns dias atrás, o Senado aprovou uma Medida Provisória, a MP 620, que limita a reeleição de dirigentes nas entidades esportivas e prevê maior transparência nas finanças. Raí, Ana Moser, Hortência e outros ex-atletas estiveram presentes na votação e comemoraram o resultado. Os ex-esportistas integram um movimento, o "Atletas pelo Brasil", criado com o objetivo de exigir mudanças na gestão do esporte no Brasil.

Quando o meia Alex concedeu aquela brilhante entrevista ao jornal Lance, eu me animei. Críticas à Globo, à CBF e à falta (ou omissão) de consciência política dos atletas e dos jogadores em geral. Durante a entrevista, o jogador do Coritiba fez menção aos protestos ocorridos em julho aqui no Brasil durante a Copa das Confederações. Eu até pensei como seria fantástico se mais atletas pensassem como Alex e se a sua voz ecoasse pelo Brasil. E, pelo jeito, ecoou. Coincidência ou não, Raí e vários outros esportistas também articularam um movimento para exigir melhorias no esporte.

Alguns dirigentes responderam que "os atletas reclamam de barriga cheia" porque recebem altos salários quando comparados até mesmo a profissionais de ensino superior. Mas a grande maioria desses dirigentes sempre se esquiva de questões como salários atrasados ou da falta de infra-estrutura dos clubes. E ninguém explica a absurda quantidade de atletas lesionados em nosso futebol, muitos deles com gravidade. Será que a sequencia de partidas e as férias curtas não têm alguma influência?

O esporte brasileiro precisa de mudanças. Dirigentes que permanecem por anos no poder, estádios caindo aos pedaços, atletas que precisam implorar por verba para disputarem um campeonato no exterior, entre outras injustiças que ficam encobertas no auê do futebol.


Imagem extraída do Facebook oficial de Raí-
http://www.facebook.com/rai10oficial

Será que o brasileiro está prestando atenção no que Alex, Raí, Ana Moser, Rogério, Juninho e outros estão fazendo? Nós mesmos provamos, há três meses atrás, que podemos mudar um país fazendo barulho nas ruas. E agora são os atletas que estão tentando mudar o esporte fazendo barulho na política e na mídia.


Leia também:

-Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2013/09/1344180-para-rai-o-povo-nas-ruas-criou-o-clima-para-aprovar-limite-a-reeleicoes-de-cartolas.shtml

-Folha de São Paulo- http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2013/09/1343447-senado-aprova-regra-que-limita-mais-de-uma-reeleicao-a-dirigentes-esportivos.shtml

-Blog do Juca Kfouri: http://blogdojuca.uol.com.br/2013/09/golaco-pontaco-cesta-de-tres-pontos-ou-marcas-historicas-no-senado-escolha/

-Lance- http://www.lancenet.com.br/minuto/LANCE-Opina-jogadores-cansaram_0_999500041.html

domingo, 29 de setembro de 2013

Os Últimos Serão os Primeiros?

Alguém pode me explicar o que foi essa rodada no final de semana? Três times que até pouco tempo atrás ocupavam a parte inferior da tabela derrubaram equipes que estavam lutando pela parte superior.

O Botafogo perdeu em casa para a fraquíssima Ponte Preta, vice-lanterna da competição. O Glorioso que era visto como favorito ao título agora corre o risco até mesmo de ficar de fora da Libertadores 2014. Já são três derrotas consecutivas no Brasileirão. Eu realmente não compreendo o que há com o Fogão. Ano após ano, a equipe larga bem no campeonato mas perde o rumo na metade final da competição. Foi assim em 2007 e em 2010.

Há alguns meses atrás, eu via o Coritiba não apenas na Libertadores, mas também como candidato ao título. Fiquei muito animado com o retorno de Alex Cabeção ao clube e também com a contratação do esforçado Bottinelli. O Coxa, no entanto, já não vinha bem na competição devido a algumas lesões de Alex e agora levou uma goleada inacreditável do Náutico que já está virtualmente rebaixado. Méritos a Maikon Leite: o ex-santista, quando não está lesionado, pode resolver uma partida.

Por fim, ainda não acredito no que acontece com o Corinthians. O Timão acabou de ser campeão mundial e teve apenas Paulinho como grande perda. O que acontece no Parque São Jorge? O volante é tão insubstituível assim? Há alguma insatisfação no elenco? Problemas com o treinador? Crise política? Salários atrasados? Não vejo nenhum desses sintomas no Coringão. Uma derrota por 4x0 ante a Portuguesa com direito a pênalti desperdiçado por Guerrero é sinal de que há algo grave em Itaquera. Mais parece que a doença que assolava o meu Tricolor há alguns meses atrás contaminou o Corinthians. Até mesmo as penalidades desperdiçadas aparecem no diagnóstico.

Apesar de tudo o que escrevi aqui, não posso tirar os méritos das três equipes que estão lutando para se salvar da queda. A Lusa, inclusive, já somou a sua quarta vitória consecutiva e já está bem longe da zona de rebaixamento. O Timbu e a Macaca ainda lutam para escapar mas, pelos resultados mostrados, ainda há alguma esperança. As equipes devem se lembrar, no entanto, que ainda há um caminho muito longo a percorrer e os elencos não podem se deixar empolgar pelos bons resultados do fim de semana.

Milagre?

Imagem extraída do Facebook oficial do Atlético de Madrid-
http://www.facebook.com/AtleticodeMadrid

É incrível o que Diego Simeone vem fazendo no Atlético de Madrid. Desde que regressou ao clube colchonero em 2012 (ele foi atleta do clube nos anos 90), a equipe madrilenha só tem feito progressos.

Seu último grande feito foi ter derrotado ontem o vizinho e rival Real Madrid em pleno Santiago Bernabéu -gol de Diego Costa. Tal feito seria inimaginável há até pouco tempo atrás, dada a grande diferença financeira e técnica entre os times. Com o resultado, o Atlético mantem 100% de aproveitamento no Campeonato Espanhol e continua dividindo a liderança com o Barcelona.

A campanha dos Rojiblancos nesta temporada, aliás, impressiona: em dez jogos oficiais disputados, o time de Gabi, Courtois e Miranda ainda não perdeu nenhuma partida. Foram oito vitórias e dois empates, sendo que as duas únicas partidas sem vitória foram na Supercopa da Espanha, quando o Atlético perdeu a taça para o Barça.

Na Champions League, as chances de avançar ao menos às oitavas-de-final também são boas: o Atlético caiu no Grupo G, onde o único adversário teoricamente mais difícil é o Porto.

Como nem tudo é perfeito, eu ouvi dizer que o Atlético andou praticando o "Muricibol" e o "Matteobol" contra as equipes consideradas mais fortes -não assisti aos jogos da Supercopa da Espanha, mas soube que Simeone montou as famosas duas linhas de quatro para deter o meu Barcelona neste ano. Deve ter sido verdade, uma vez que na final da Copa del Rey 2012-13 os Colchoneros atuaram de forma muito defensiva contra o Real. Não precisa fazer isso, Cholo. Sua equipe tem futebol e atletas para trocar passes e colocar os adversários na roda, como vocês fizeram contra o Chelsea na Supercopa da UEFA em 2012.

Espero que o Atlético continue jogando da mesma maneira que em 2012, tocando a bola e envolvendo o adversário. E espero que o Cholo Simeone faça uma excelente campanha em 2013-14 e acrescente mais um milagre para a sua coleção.

Uma Questão de Fé

Imagem extraída do Facebook oficial do Liverpool- http://www.facebook.com/BrasilLFC

Gostei muito da entrevista que o zagueiro Kolo Touré, recentemente contratado pelo Liverpool, concedeu ao site oficial do clube a respeito do Ramadan -período de trinta dias em que os praticantes do islamismo devem se abster, ficando em jejum entre às três da manhã até às dez da noite (informações extraídas da própria entrevista concedida pelo jogador).

O marfinense explicou como ele encontra forças em sua fé e em sua força de vontade para resistir aos efeitos deletérios do jejum.

"Não me afeta fisicamente. Isto me faz mais forte. Você pode fazê-lo quando acredita fortemente em algo. Um ser humano normal pode sobreviver sem água por um período muito maior do que um dia" -declarou em entrevista concedida em 2011, quando ainda atuava pelo Manchester City.

Fico admirado com a maneira que Touré pratica a sua devoção sem que isto interfira em seu desempenho em campo. Titular absoluto em quase todas as equipes que atuou, jamais notei qualquer sinal de fraqueza por parte do jogador. Quem o vê em campo, provavelmente nem percebe que o marfinense está se abstendo.

Nem sempre a religião trouxe benefícios ao homem. Fé e ciência, por exemplo, foram inimigas durante muitos períodos, como na Idade Moderna quando muitos que tentavam racionalizar pagaram com suas vidas ao confrontar as palavras da Igreja. E o que dizer a respeito das Cruzadas, expedições cristãs enviadas à Jerusalém durante a Idade Média com o objetivo de tomar a cidade sagrada dos muçulmanos? Casos em que o praticante cegou-se na luz da fé, perdendo a razão e o bom senso.

A fé, independente da religião que você segue, traz muitos benefícios ao praticante. Uma forte devoção aliada a uma grande força de vontade fazem o praticante superar muitos desafios e provações.

A ciência demonstrou os malefícios gerados pela privação de alimento ou de água. Mesmo assim, é magnífico ver como Kolo Touré e outros atletas desafiam o que a ciência provou ao exibirem o mesmo desempenho em campo durante os períodos de abstenção.

É realmente uma questão de fé.


Leia mais em:

-Dadyal Online -Manchester City's Kolo Toure Fasting Footballer: http://www.dadyal.pk/2012/07/manchester-city-footballer-kolo-toure.html


sábado, 28 de setembro de 2013

Torcidas que Não me Representam

Imagem extraída de http://www.facebook.com/muro.seleccion.chilena

Conheço dezenas de pessoas que odeiam o Valdívia. Afirmam que o atleta é abusado, provoca, faz firula. Alguns sentem tanta raiva do chileno que comemoram quando o meia é expulso ou sofre alguma lesão mais grave. As referidas pessoas sentem o mesmo pelo Neymar: achavam que a joia santista apanhava merecidamente porque "desrespeitava o adversário" com seus dribles fascinantes.

Só tenho uma coisa a dizer a essas pessoas: vocês não sabem apreciar o futebol e a sua verdadeira essência. A arte que nós brasileiros ajudamos a difundir, com passes precisos, dribles desconcertantes, ginga, molejo, ofensividade e, claro, muitos gols. Posso fazer uma gigantesca lista de artistas da bola que vestiram e vestem a camisa de nossa seleção, como Leônidas, Zizinho, Didi, Garrincha, Pelé, Sócrates, Romário, Zico, Ronaldinho Gaúcho e tantos outros que nem caberiam nesta resenha. Ao invés disso, os referidos torcedores cospem no prato em que comeram e preferem cultuar aqueles zagueiros e volantes botinudos que levam um cartão amarelo por jogo, isso quando não acabam expulsos.

Já não basta a violência que acontece fora dos estádios com as intermináveis brigas entre torcidas. Esses caras fazem questão de levar a violência também para dentro dos gramados. Cobram raça dos jogadores. Querem que os atletas dividam todas as bolas. Acham lindo quando um adversário se machuca devido a algum lance mais ríspido. E os tais "torcedores" endeusam aqueles pseudo-atletas a cada falta ou carrinho que cometem. E eu escrevo pseudo-atletas mesmo, porque um esportista de verdade respeita o adversário em todos os sentidos e jamais agiria de má-fé causando algum ferimento proposital a algum rival.

E ai do atleta que não jogar com raça. Os "torcedores" vão até a sede dos clubes, ameaçam jogadores, comissão técnica e dirigentes. Alguns mais exaltados, aliás, nem ameaçam: agridem jogador na rua, arremessam pedras contra a delegação das equipes e vandalizam o que veem pelo caminho.

Será que o amor pelo clube justifica toda essa violência? Será que o jogador além da obrigação profissional de vencer uma partida também é obrigado a odiar e ferir um adversário? Será que é um crime tão grande assim jogar por um time que não seja aquele que você torce?

Eu sempre lamento que o futebol brasileiro está cada vez mais chato. Nós temos pouquíssimos artistas da bola -a maioria já está na Europa, onde os torcedores sabem apreciar o espetáculo com civilidade. E os poucos craques que restam aqui no Brasil sofrem agressões de adversários a cada partida e ainda veem torcedores aplaudirem toda essa violência como se os jogadores tivessem cometido algum crime quando, na verdade, tudo o que fizeram foi um simples drible.

Amistoso Osso Duro de Roer

Imagem extraída do Facebook oficial do Molico Nestlé-
http://www.facebook.com/moliconestle

Antes de mais nada: independente do resultado do jogo, o Molico/Nestlé sairia vencedor da partida. Motivo? O Maranhão atuou com uma atleta que não estava inscrita na CBV e, portanto, as visitantes seriam punidas com a perda dos pontos.

A equipe de Osasco também estava com problemas. As ponteiras Sanja Malagurski e Caterina Bosetti não estavam em condições de jogo e foram substituídas por Talita e Gabi. E isso foi um problema porque o adversário soube explorar o nervosismo das reservas, principalmente Talita.

As donas da casa começaram bem o jogo, mas cometeram muitos erros nos dois últimos sets, permitindo que o Maranhão ganhasse confiança e ficasse à frente do placar em alguns momentos. Tudo bem que era uma estréia, mas uma equipe grande como o Molico/Nestlé não pode vacilar dessa maneira: precisa jogar com calma e impondo seu jogo. É dessa forma que um time ganha respeito das adversárias e intimida as rivais.


Imagem extraída do Facebook oficial do Molico Nestlé-
http://www.facebook.com/moliconestle


A melhor em quadra foi a líbero Camila Brait, com boas defesas e muita movimentação em quadra. Merecido.

Parabéns ao Molico/Nestlé pela vitória, mas com ressalvas. Que o próximo jogo seja com mais tranquilidade e com menos erros, hein?

Parabéns também à Asics pelos uniformes confeccionados. Sei que a combinação de azul-claro, branco e rosa não agradou a todos, mas achei as vestimentas bem femininas, garantindo um visual mais delicado às atletas. E, claro, parabéns ao time pelas lindas jogadoras em quadra! =0)


Imagem extraída do Facebook oficial do Molico Nestlé-
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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Críticas

Imagem extraída de http://www.facebook.com/SCInternacional.Oficial

Conta uma história que, em 1994, Dunga teria proferido dezenas de palavras chulas quando ergueu a taça de tetracampeonato pela Seleção Brasileira. A mesma história afirma que o então capitão da Amarelinha nada mais fazia do que desabafar contra a centena de críticas que torcedor e imprensa faziam em relação ao seu estilo de jogo, muito mais lembrado pela raça do que pela técnica.

Quase quinze anos depois, Dunga retornou à Seleção Brasileira, desta vez como treinador. O ex-volante notabilizou-se por vetar as grandes estrelas (Ronaldo, Ronaldinho, Roberto Carlos, ...) consideradas, por muitos, como culpadas pelo rendimento ruim do Brasil na Copa de 2006. Ao mesmo tempo, Dunga convocou atletas pouco conhecidos no Brasil (Michel Bastos, Felipe Melo, Afonso Alves, Fernando Menegazzo, ...) e apostou em um futebol que era a sua imagem e semelhança: muita pegada e poucos dribles ou toque de bola. Mesmo com os dois títulos conquistados (a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009), seu trabalho continuou sendo contestado por imprensa e torcedores.

Analisando por este lado, podemos compreender as atitudes do treinador gaúcho, muitas vezes interpretadas como ríspidas. Dunga, provavelmente, sentia-se perseguido por tudo e todos desde seus tempos de atleta. O ex-volante nunca perdeu a oportunidade de extravasar seus sentimentos e desabafar pelas críticas que sempre recebeu.

De volta ao Internacional, clube que o revelou como jogador, Dunga vê seu trabalho mais uma vez questionado pela torcida, que já pede o retorno de Abel Braga. O torcedor impacientou-se com a sequência de tropeços cometida pelo Colorado. O treinador, no entanto, mantem o discurso firme.

Dunga, no entanto, não pode levar as críticas para o lado pessoal. Faz parte do trabalho de treinador de futebol ter de lidar com avaliações de todos os tipos, sejam elas boas ou ruins. Ademais, ele é uma pessoa pública e a exposição sempre traz comentários nem sempre desejados. Acho que também cabe aqui salientar que o torcedor é totalmente passional, a ponto de proferir opiniões sem a menor lógica ou fundamento.

O ano para o Internacional ainda não está perdido. O clube tem um grande elenco e um treinador que, apesar de jovem, já tem bastante experiência e títulos internacionais, tanto como atleta quanto como técnico. Há, ainda, chances de vencer a Copa do Brasil e de, ao menos, beliscar uma vaga para a Libertadores 2014 ao ficar entre os quatro primeiros colocados no Brasileirão.

Dunga, no entanto, deverá, mais uma vez, lidar com as críticas que surgirão neste princípio de crise, que ainda não é, mas poderá se tornar dependendo dos próximos resultados. E, claro, será necessário abrir mão de algumas convicções e promover mudanças no elenco ou no estilo de jogo.

Amor Pirata?

Imagem extraída de http://www.facebook.com/Gremio.Futebol.Portoalegrense

Nesta semana, o atacante Hernán "El Pirata" Barcos disparou contra a diretoria palmeirense. Segundo o atleta, cartolas alviverdes pediram para que o argentino deixasse o clube. Os dirigentes do Palmeiras publicaram uma nota de repúdio em resposta ao atleta, alegando que foi o jogador quem pediu para ser negociado para que tivesse mais chances de ser convocado para a Seleção Argentina.

Quem tem razão nessa briga? Honestamente não sei. Eu sempre digo que para que uma negociação ocorra, os clubes e o atleta envolvido devem estar todos de acordo. Portanto, bastava que Grêmio, Palmeiras ou o jogador vetassem a transação e nada teria acontecido.

Eu, no entanto, lembrei-me de uma história quando o argentino, após participar de uma partida pela seleção de seu país, pegou um voo direto do Chile para a Bahia e, dessa forma, ajudar o Palmeiras no confronto contra o Tricolor de Aço a ser realizado no dia seguinte. Barcos, inclusive, mal descansou após a partida contra a Roja e ainda enfrentou problemas no aeroporto com um voo atrasado.

Eu nunca vi esse tipo de atitude da parte de nenhum atleta. Poucos arriscariam suas integridades para defenderem um clube por maior que fosse o amor do atleta pela entidade. E Barcos fez isso em outubro do ano passado, mesmo sob a recomendação de que não se deve realizar uma partida de futebol em intervalos inferiores a 66 horas.

Barcos deixou o Parque Antártica pela porta dos fundos e acabou sendo considerado o vilão da história pelo torcedor palmeirense. Nem mesmo as declarações do atleta parecem ter sensibilizado o palestrino.

As declarações emitidas pelos dois lados não são conclusivas, mas um sacrifício tão grande em nome de um clube nunca deve ser menosprezado por menos frutífero que tenha sido. Barcos arriscou sua integridade física na tentativa de salvar seu ex-clube do rebaixamento e agora vê seu gesto de nobreza ser encoberto por um jogo de empurra onde bem e mal se confundem.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Assim Não Vamos a Lugar Algum

Nem assisti aos jogos da Copa do Brasil realizados ontem. Estava escrevendo uma resenha para homenagear um artista da bola e ver partidas tão grotescas como as do futebol brasileiro iriam acabar com minha inspiração. E, pelo visto, não perdi nada.

Eu já escrevi que o futebol brasileiro está nivelado por baixo, mas os "professores" insistem nessas bobagens de "foco", "pegada", "respeito ao adversário" e de comemorar empates como se fossem vitórias.

O Corinthians empatou com o Grêmio em casa e agora soma seis partidas consecutivas sem vitória. Fui ler a escalação do time e notei que o Tite, mais uma vez, não abriu mão de seus volantes preferindo escalar o time no 4-4-2 ao invés de tentar uma formação mais ousada. Será que o treinador acredita que empatar partida após partida o levará a algum lugar? Será que as suas convicções de priorizar a defesa são mais importantes do que os resultados? Torcedores e imprensa já estão impacientes com o técnico e com os jogadores.

Puxão de orelhas também para Renato Gaúcho. O ex-atacante é o maior ídolo da história do Grêmio, tem um grande elenco à disposição (Vargas, Barcos, Zé Roberto, Elano, ...) e vem ao Pacaembu apenas para empatar. Cadê a ousadia, Renato? Não condiz com a sua fama de goleador pelo Imortal.

O Botafogo empatou com o instável Flamengo mesmo tendo o mando de jogo ao seu favor. Pelo jeito, o Fogão ainda está sentindo aquela derrota para o Cruzeiro no Campeonato Brasileiro e vai manter a sua triste sina de perder o gás no segundo semestre.

Do Flamengo, não dá para falar muito: o time já não estava grande coisa e, infelizmente, não deve brigar por nada neste ano. Idem para o Vasco, que está na zona de rebaixamento do Brasileirão e vai de mal a pior com cinco derrotas consecutivas, já somando a derrota de ontem para o esforçado Goiás.

Hoje o Inter recebe o Furacão mas, com toda a honestidade, não espero muita coisa de nenhum dos dois times.

Zizou, o Gentleman dos Gramados

Imagem extraída de http://www.facebook.com/RealMadrid

Numa época em que os artistas da bola estão em extinção, o You Tube é a salvação para os saudosistas que viveram a época de Pelé e também para os entusiastas do futebol-arte ansiosos por lances bonitos. E em uma dessas incursões no You Tube, eu encontrei vídeos de um grande artista francês, daqueles que podemos comparar a Pelé, Maradona, Puskás, Mestre Cruyff e outros sem cometer nenhuma heresia.

Zinedine Yazid Zidane. Os brasileiros, sem dúvida, lembram-se com mágoas do maestro francês. Tudo aconteceu naquele dia 12 de julho de 1998 quando Zizou marcou dois gols e adiou por quatro anos o sonho do penta. Eu, no entanto, curvo-me ante a elegância do marselhês e de seu futebol artístico, mesmo sendo torcedor do Barcelona, lembrando que Zidane foi atleta do Real Madrid e tem forte ligação com o time merengue.

O que Zidane fazia com a bola fazia o futebol parecer simples. Seu jogo era dotado de uma elegância ímpar, com dribles, molejo, velocidade e precisão. Não obstante, Zizou era alto e forte, utilizando seu tamanho e força para vencer divididas e fazer muitos gols de cabeça. A bola parada também era uma de suas especialidades.

Zidane destacava-se individualmente, mas também sabia utilizar seus talentos em benefício do jogo coletivo. Ele deixava os atacantes na cara do gol quando estava impossibilitado de subir à área adversária. E o fazia com passes dotados de uma precisão cirúrgica. O grande Paulo César Caju comparou o estilo de Zizou com o do Divino Ademir da Guia.

Ao torcedor brasileiro, peço para que deixe as rixas com a França de lado e assista aos lances geniais de Zidane. Tudo bem que no DVD tudo fica mais bonito, mas posso garantir que Zizou não era nenhuma fraude e que conquistou todos os seus títulos merecidamente. Você vai se encantar com o talento do craque francês.

Just Fontaine, Platini, Henry e Ribéry que me perdoem, mas Zizou foi o maior jogador francês que eu vi em campo.


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Vamos Pôr os Pés no Chão?

Li nesses dias que o Corinthians estaria atrás do lateral-direito Rafael do Manchester United. O mesmo Timão estaria interessado em trazer Elias, a principal estrela do Flamengo, de volta ao Parque São Jorge. O São Paulo teria feito consultas para trazer Jucilei (atualmente no Anzhi) e Nacho Scocco (atualmente no Internacional). A chapa de oposição do Tricolor teria prometido o goleiro Jefferson (atualmente no Botafogo) como promessa de campanha para 2014. O Palmeiras estaria interessado em ter Vanderlei Luxemburgo para o centenário a ser comemorado em 2014. Ao mesmo tempo, vários clubes do Brasil estariam interessados no meia Maxi Rodríguez.

É sempre assim. Começa temporada, termina temporada e surgem dezenas de especulações envolvendo jogadores e treinadores. Não sei se todas as histórias são verdadeiras, falsas ou meros palpites de tabloides para vender jornais ou obter acessos. Por vezes, os periódicos desportivos me lembram revistas de celebridades, tamanha a quantidade de fofocas publicadas.

Contratar é sempre interessante. Os torcedores ficam empolgados, os dirigentes ganham força política (sobretudo se as negociações se mostrarem acertadas) e os clubes mostram (ou seria "ostentam"?) sua superioridade financeira em relação aos outros.

Os clubes, no entanto, deveriam colocar os pés no chão e sonhar menos quando se fala em negociações.

Será que todas as contratações vão realmente acontecer? Todas elas são realmente necessárias? Será que não existem atletas na base dos clubes para suprir a necessidade dos times? Sabe-se que Santos, São Paulo, Flamengo e Corinthians possuem categorias de base excelentes. Vale mencionar, ainda, que dois dos titulares do Galo campeão da Libertadores 2013 (Bernard e Marcos Rocha) são crias da base do Atlético Mineiro. É sempre mais viável efetivar garotos da base do que trazer grandes estrelas.

Também falta aos clubes fazer planejamentos para repor perdas. São Paulo perdeu Lucas, Santos perdeu Neymar e Ganso, e o Corinthians perdeu Paulinho. Eu não vi nenhum atleta ser preparado para sucedê-los a despeito de suas saídas terem sido especuladas meses antes de acontecerem. E todos os times mencionados sentiram as perdas de seus atletas importantes.

Os dirigentes deveriam parar de iludir o torcedor com promessas que dificilmente serão cumpridas e agir para sanar as reais deficiências dos times. Ou então, deveriam delegar a gerência de futebol a quem realmente entende de bola ao invés de dar ouvidos a empresários na hora de contratar. E a imprensa, claro, deveria publicar fatos e não meras especulações para vender jornal ou obter acessos.

Começa a Superliga Feminina

Imagem extraída de http://www.facebook.com/moliconestle

Começa na próxima sexta-feira a Superliga de Vôlei Feminino 2013-14. E o meu Sollys/Osasco -agora chamado de Molico/Nestlé- irá abrir o campeonato, recebendo o Maranhão Vôlei/CEMAR, no Ginásio José Liberatti.

O time de Osasco, aliás, começa a temporada cheio de moral com várias atletas que são figurinhas carimbadas da Seleção Brasileira, como Adenízia, Sheilla, Thaísa e Camila Brait. Todas elas conquistaram vários títulos pela delegação brasileira e esperam manter a boa fase agora no clube paulista.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/AdeniziaOficial

A categoria feminina também irá adotar a polêmica regra dos sets de 21 pontos, que ainda é muito contestada aqui no Brasil. Assisti à partida da Superliga Masculina entre SADA/Cruzeiro e MODA/Maringá há duas semanas e não achei que a nova regra tenha prejudicado o jogo em nenhum aspecto, mas apenas o tempo irá provar se a mudança foi ou não benéfica à categoria.

Minha torcida, obviamente, será pelo Molico/Nestlé, equipe que eu acompanho desde os tempos em que era conhecida pelo nome de BCN/Osasco. Mas, independente do time vencedor, espero que o nosso voleibol continue encantador e que os nossos times façam uma grande competição. Muito mais importante que haver um time vencedor, é que o nosso vôlei continue em um nível excelente e mantenha a nossa hegemonia na categoria.

Caso você queira ver a rodada de abertura da Superliga 2013-14, o jogo será exibido na próxima sexta-feira (dia 27 de setembro) às 21:30h no canal Sportv.

Boa sorte ao meu Molico/Nestlé e a todas as equipes participantes!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Luz no Fim do Túnel

Imagem extraída de http://www.facebook.com/cruzeirooficial

Dizem que sempre vale à pena acreditar. Quando eu pensava que o Campeonato Brasileiro estava uma droga, apareceu este bom Cruzeiro comandado por Marcelo Oliveira na liderança isolada do Brasileirão.

Marcelo teve passagens pelo Coritiba (foi bicampeão paranaense e duas vezes vice-campeão da Copa do Brasil) e também pelo Vasco da Gama.

Dá gosto ver o Cruzeiro de Marcelo jogar. Toque de bola, movimentação e jogo coletivo. E o jogo coletivo praticado pela Raposa não é aquela coisa burocrática que os "professores" utilizam para justificar a ausência de destaques individuais, e sim um estilo em que todos os atletas participam da elaboração das jogadas.

Surpreende também ver Júlio Baptista se destacar no time celeste. Eu acreditava que a "Bestia" (apelido que Júlio ganhou na Espanha por ser muito grande) já havia queimado toda a sua lenha mas o atleta encontrou no futebol brasileiro o cenário perfeito para mostrar que ainda pode rodar mais alguns quilômetros antes de pendurar as chuteiras. Espero que as lesões não voltem a prejudicar o meio-campista, como aconteceu em sua recente passagem pelo Málaga.

Além do Cruzeiro, me agrada assistir ao Botafogo (que tem dois bons meias, Seedorf e Lodeiro), ao Coritiba (que tem o Alex Cabeção) e ao Atlético Mineiro (que está de "férias" do Brasileirão, mas ainda tem Ronaldinho, Dátolo, Fernandinho, Marcos Rocha, Victor e Tardelli).

Mesmo sendo são-paulino, vou torcer para o Cruzeiro ficar com a taça neste ano e esfregar na cara dos "professores" retranqueiros que ainda temos espaço para o futebol coletivo e bem jogado.

"Professores" que Não Deixaram Legado

Imagem extraída do Facebook oficial do Chelsea FC-
http://www.facebook.com/ChelseaFC

Vocês se lembram do treinador que levou o Chelsea à sua primeira conquista na Champions League? O nome dele é Roberto Di Matteo (foto). Assumiu a equipe em março de 2012 após a demissão de André Villas-Boas, adotou o estilo do "ônibus" (colocar duas linhas de quatro atletas à frente do gol) e realizou a proeza de eliminar o Barcelona e o Bayern München na Champions de 2011-12. Fracassou na temporada seguinte ao ser eliminado da competição européia ainda na fase de grupos e foi demitido em novembro de 2012. Não tenho notícias de seu paradeiro desde então.

Será que o torcedor do Inter se lembra dos treinadores que conquistaram as duas Copas Libertadores pelo Colorado? Eles foram Abel Braga em 2006 e Celso Roth em 2010. Abelão deixou o time gaúcho após o início de temporada ruim em 2007 e Celso foi demitido no final de 2010 após a derrota para o Mazembe durante o Mundial Interclubes daquele ano. Nenhum dos dois apostava em um estilo de futebol de encher os olhos ou em jogo coletivo, apoiando-se mais em marcação e em destaques individuais. O treinador gaúcho atualmente está sem clube -seu último trabalho foi no Cruzeiro durante o ano passado. O ex-zagueiro carioca foi um pouco melhor, conquistando o Campeonato Brasileiro em 2012 pelo Fluminense, mas foi muito contestado pela torcida após a eliminação para o Olimpia na Libertadores deste ano.

Os fatos aqui apresentados contradizem algumas crenças sobre o futebol brasileiro, mas que também acontecem na Europa. A maioria dos clubes sempre deseja os resultados (vitórias e títulos) acima de tudo, mesmo que isso signifique jogar de maneira recuada, fazendo cera e cometendo um monte de faltas. Os três "professores" aqui citados foram campeões continentais apostando no "futebol eficiente" e, mesmo assim, estão sem clube. Poucos treinadores retranqueiros, aliás, têm vida longa em seus respectivos clubes -acho que apenas Muricy Ramalho conseguiu tal proeza à frente do meu São Paulo, permanecendo no Tricolor entre janeiro de 2006 e maio de 2009.

O grande problema do "futebol eficiente" é obvio: o time encontra um gol na bola parada ou no contra-ataque e, após isso, fica segurando o resultado mantendo o time inteiro recuado. E quando o time precisa reagir e tomar a iniciativa, como fica? Na hora que a equipe fica atrás no placar quem vai colocar a bola sob o braço e indicar o caminho? Foi o que aconteceu com a Seleção Brasileira durante a Copa de 2010.

O "futebol eficiente" também necessita de atletas fisicamente impecáveis. Raramente atletas baixinhos e magros contribuem para uma defesa ou marcação eficiente. Um Xavi, um Messi ou um Iniesta provavelmente seriam recusados pelos "professores" retranqueiros. Ainda assim são comuns os desfalques nos times que adotam tal forma de jogar, seja pelas lesões, seja pelo excesso de cartões.

Vale ainda lembrar que Roberto Di Matteo herdou um time montado por André Villas-Boas. Quando precisou começar do zero (perdeu Didier Drogba e recebeu Oscar e Eden Hazard) não soube utilizar os craques que tinha à disposição e viu o Chelsea ser eliminado da Champions 2012-13 ainda na fase de grupos a despeito dos Blues terem caído em uma chave relativamente tranquila, com a Juventus, o Shaktar Donetsk e o Nordsjælland, fazendo do time azul a grande decepção da temporada.

Di Matteo pode ter dado ao Chelsea sua primeira e única Champions League. Seu legado deixado para o esporte, no entanto, foi do mesmo tamanho que o futebol jogado pelo time londrino naquela temporada.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Mano Não É a Cura para a Empatite

Imagem extraída de http://www.facebook.com/Cr.FlamengoFp

A demissão de Mano Menezes do Flamengo na semana passada e a sequencia de jogos sem vitória do Timão estão fazendo muitos corinthianos sonharem com o retorno do comandante campeão da Copa do Brasil ao Parque São Jorge.

Eu, no entanto, já vou dizendo: Mano Menezes não é a cura para a "doença" que contaminou o Coringão.

Comecemos pelos títulos: o que o Mano ganhou pelo Corinthians? Uma Copa do Brasil e um Paulistão, ambos em 2009. Não dá para comparar com o que Adenor Bacchi venceu em seus quase três anos de Timão: Brasileiro (2011), Libertadores (2012), Mundial Interclubes (2012) e Recopa Sulamericana (2013). Nem menciono aqui o título da Série B que Mano conquistou em 2008 porque essa taça era obrigação.

Mano também nunca mais teve o mesmo sucesso fora do Timão: fracassou na Seleção Brasileira e deixou o Flamengo pela porta dos fundos. Tite, por outro lado, estava bem no Internacional de Porto Alegre (o último clube brasileiro que ele comandou antes de vir ao Timão) com dois títulos internacionais (Copa Sulamericana em 2008 e Copa Suruga Bank em 2009), além de ter sido vice na Copa do Brasil de 2009. Vale mencionar, ainda, que foi Tite quem montou o Colorado que viria a ser campeão na Libertadores de 2010, com D'Alessandro, Guiñazú, Giuliano, Taison e outros.

Em termos de estilo, não há muita diferença entre os dois treinadores, que se apoiam no chatíssimo futebol de resultados. Não vale à pena, portanto, trocar um treinador que não aprecia um futebol bem jogado por outro que pensa da mesma forma.

Por fim, Mano é um treinador que parou no tempo: ele ainda se apega em demasia aos seus ex-comandados do Corinthians entre 2008 e 2010 ao invés de tentar renovar e se reinventar. Basta ver quem ele convocou para a Seleção Brasileira enquanto esteve à frente da Canarinho: Elias, André Santos, Douglas, Castán, Jucilei, ... No Mengão, a mesma coisa. Eu só estava contando os dias para que Herrera, Dentinho e Cristian voltassem ao Brasil e reforçassem o Rubro-Negro.

Em suma: não vale à pena demitir Tite e trazer Mano Menezes de volta a Itaquera. Um retorno de Mano ao Parque São Jorge seria mais do que um simples regresso: seria um retrocesso.

Elitizar É a Solução?

Imagem extraída do Facebook oficial do Liverpool FC-
http://www.facebook.com/BrasilLFC

Passei o final de semana no interior de São Paulo. Revi alguns amigos e parentes que há não encontrava há meses. No caminho, chamou-me a atenção um dos legados deixados pelo governo Mário Covas: a privatização das rodovias estaduais.

A terceirização das rodovias gerou um grande aumento no valor dos pedágios e também da quantidade das praças. Durante a minha infância, há uns vinte anos atrás, o preço do pedágio oscilava entre R$ 2,00 e R$ 4,00. Após a concessão à iniciativa privada, é raro encontrar algum pedágio que cobre um valor inferior a R$ 7,00.

Tal feito gerou uma elitização das rodovias: nos dias de hoje, observo pouquíssimos caminhões ou carros populares circulando pelas estradas paulistas. Acho que cabe aqui mencionar que as concessionárias deveriam melhorar as condições de asfalto, sinalização (na Castello Branco havia trechos sem refletores e as placas ofereciam informações confusas) e segurança.

Levanto o questionamento da elitização utilizando as rodovias estaduais como modelo para comparar as ações de alguns clubes com relação aos ingressos do Campeonato Brasileiro. Não me lembro se foi o grande Tostão ou algum jornalista do diário Lance quem levantou a questão, mas mencionou-se que a Premier League na Inglaterra teria adotado medidas para "elitizar" a torcida e, com isso, diminuir a violência nas arquibancadas.

O preço dos ingressos para os jogos do Campeonato Brasileiro aumentou, desencadeando protestos por parte de torcedores. Não houve nenhuma justificativa por parte das entidades para tal inflação. Não obstante, alguns clubes aceitaram mandar suas partidas no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (que o grande Tostão descreveu como "Elefantão"). Na prática, também ocorre uma "elitização" dos estádios brasileiros, afastando o torcedor menos abastado de seus times de coração.

Não acho válido pagar um preço acima de R$ 40 para assistir um jogo do Campeonato Brasileiro. Assim como as rodovias estaduais, a maioria dos estádios não tem infra-estrutura adequada, como alguns periódicos informaram durante a Copa das Confederações. Não obstante, os jogos estão horríveis, com baixa qualidade técnica, arbitragem confusa e treinadores retranqueiros.

Tanto as rodovias paulistas quanto os jogos do Brasileirão são a síntese de uma triste realidade no Brasil: paga-se impostos de primeiro mundo para receber,em troca, serviços dignos de um terceiro mundo, isso porque não existe quarto mundo.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Efeito Muricy

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo FC-
http://www.facebook.com/saopaulofc

Futebol realmente não tem lógica. Muricy continua apostando na fórmula que o consagrou -prioridade na defesa e chances de gol em contra-ataques ou bolas paradas- e segue acumulando vitórias.

O meu São Paulo, que há uma semana estava na zona do rebaixamento, agora está na décima-terceira posição, venceu três partidas consecutivas e vê o clima mudar totalmente após o retorno do treinador tricampeão brasileiro.

Como amante do futebol-arte, continuo não engolindo o "muricybol". Meu conceito de futebol bem jogado ainda é aquele praticado pelo Barcelona e pelo Borussia Dortmund. E ninguém muda minha opinião até que surja um futebol ainda mais elegante e vistoso do que o exercido pelos dois times mencionados.

Muricy, no entanto, soube usar bem o que tem à disposição. Um meio-de-campo com Rodrigo Caio (alternando entre as funções de volante e zagueiro central), Maicon, Jádson e Ganso (que têm qualidade no passe) vem funcionando muito bem no Tricolor. Me lembra muito o esquema tático adotado por Émerson Leão no começo do ano passado, utilizando Casemiro, Cícero, Maicon e Jádson. Ainda não é uma maravilha, mas é um meio-de-campo que sabe trabalhar as jogadas e fazer a bola chegar redonda para o ataque. A participação do grandão Antônio Carlos também me surpreendeu: de um zagueiro encostado no Botafogo, o defensor vem se destacando no Tricolor defensivamente e também ofensivamente, marcando seus golzinhos de cabeça em lances de bola parada.

Méritos também ao trabalho psicológico que o treinador vem fazendo com os jogadores: conseguiu motivar os atletas a jogar bola e também isolou os problemas políticos do elenco. Muricy também tem identificação com o São Paulo por ter sido atleta do clube nos anos 70 e também pelos títulos conquistados. Não à toa, ele tem o apoio incondicional do torcedor.

Para este ano, abro uma exceção e elogio o bom trabalho que Muricy vem fazendo ao resgatar um Tricolor à beira do abismo, mas ainda espero que nas próximas temporadas o São Paulo volte aos tempos de Telê Santana e jogue aquele belo futebol que colocou até o Barcelona do Mestre Cruyff na roda. O Mestre, aliás, não tinha Messi, mas tinha Stoichkov, Laudrup, Koeman, Guardiola, ... E o time de Telê passou o carro por cima! Bons tempos aqueles!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Abre o Olho, Juiz!

Imagem extraída do Facebook oficial do Palmeiras-
http://www.facebook.com/sePalmeiras

Assisti ao jogo entre Avaí e Palmeiras. E já vou afirmando que os cartões amarelos para Valdívia e Henrique foram injustos. No jogo anterior contra América-MG ocorrido no sábado, o mesmo Valdívia e Alan Kardec exibiram marcas de agressões que teriam sido ignoradas pela arbitragem. Ainda no sábado, houve um gol mal anulado do Cruzeiro por conta de um equívoco do árbitro.

As reclamações contra a arbitragem não são nenhuma novidade. Mesmo assim, juízes e bandeirinhas ainda cometem erros frequentemente e, com isso, acabam por interferir no resultado das partidas e até mesmo nas decisões de campeonato.

Qual o problema da arbitragem brasileira? Será que os juízes e bandeirinhas não estão sendo instruídos de forma adequada? Ou será que falta de competência? Muito mais fácil, sem dúvida, seria a adoção de recursos tecnológicos como câmeras, assim como acontece no vôlei e no tênis. As entidades responsáveis, no entanto, relutam com todas as forças a adoção de tecnologia em campo e alguns campeonatos regionais preferiram, ao invés disso, colocar mais dois homens atrás do gols para tentar amenizar os equívocos nos gramados. No entanto, eu questiono: por que as imagens e declarações divulgadas pela televisão sempre são usadas como argumento para punir atletas e treinadores? Me parece uma grande hipocrisia vetar o uso de câmeras durante as partidas mas se valer delas para punir jogadores e treinadores.

Os clubes pouco podem fazer para reverterem a decisão da arbitragem. Nenhum jogo pode ser remarcado por mais que se prove que os juízes erraram em campo. E os atletas e treinadores têm medo de reclamar porque temem punições.

Até quando os times terão de sofrer em silêncio nas mãos da arbitragem? Será que ninguém na CBF se conscientizou de que há clubes sendo prejudicados com os equívocos dos homens do apito?

E o problema não é exclusividade do Brasil. Na Copa Libertadores deste ano, a arbitragem cometeu erros cruciais contra Corinthians no jogo de volta com o Boca Juniors. E na Copa do Mundo de 2010, um gol de mão de Luis Fabiano contra a Costa do Marfim foi validado, enquanto um gol legítimo de Frank Lampard contra a Alemanha foi anulado.

E, mesmo assim, todos relutam em adotar a tecnologia para coibir as falhas da arbitragem. Por que?

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Patadas

Imagem extraída do Facebook oficial do Corinthians-
http://www.facebook.com/corinthians

Assisti ao programa Bem Amigos, exibido na emissora Sportv. No programa, estava presente ninguém menos que o atacante do Corinthians, Alexandre Pato. Antes disso, o atleta teria sido visto no Morumbi durante o show da cantora Beyoncé durante o último domingo.

Jogadores são seres humanos e eles também têm vidas pessoais. Não haveria nenhum problema, exceto pelo fato de um jogador ser visto se divertindo, muitas vezes, ser interpretado por torcedores como "sem comprometimento com o time".

Creio que Pato errou ao se expor desta forma. Em um momento de dificuldades, o ideal é sempre se preservar, seja para não prejudicar a própria imagem, seja por segurança própria. O zagueiro Gil, inclusive, afirmou durante uma entrevista que é muito difícil sair de casa em um momento como este. Muitos atletas do meu Tricolor também afirmavam que sentiam vergonha de sair na rua enquanto a equipe estava na zona de rebaixamento.

O atacante, sem dúvida, sentiu na pele o preço de sua atitude: ontem, durante o programa na Sportv, o atleta teve de responder questões a respeito da sequencia de quatro jogos sem vitória e também sobre o seu desempenho considerado "abaixo do esperado". Doeu até em mim assistir ao atleta der de responder a questionamentos tão espinhosos.

Pato sempre foi um atleta acostumado aos holofotes. Quando surgiu no Internacional, em 2006, todos o consideravam uma grande revelação do futebol brasileiro, por vezes, até de forma exagerada. E o assédio continuou mesmo após a sua transferência para o Milan em 2007. O jogador sempre esteve presente na mídia também devido às namoradas famosas.

O momento, no entanto, exige que o atleta abra mão da exposição a qual sempre esteve acostumado, ou o jogador irá prejudicar a própria imagem que ele tanto teve trabalho de construir desde 2006 até hoje.

Sintomas

Imagem extraída do Facebook oficial do Corinthians-
http://www.facebook.com/corinthians

Eu não acredito em crise no Corinthians. A imprensa afirmou, os torcedores protestaram e até os comentaristas assumidamente corinthianos criticaram. E criticaram pesado. Mas ainda acho que é muito prematuro para se falar em uma crise no Timão, que ainda está longe da zona de rebaixamento e tem 17 rodadas para se reencontrar em campo.

É preocupante, no entanto, a sequencia ruim de resultados com três derrotas e um empate com o lanterna Náutico em pleno Pacaembu. A derrota de domingo para o Goiás também foi no Estádio Paulo Machado de Carvalho. Algo acontece que o Coringão não corresponde mais à força de sua torcida. O Corinthians dá sinais de que está com alguma doença e se não for tratada a tempo, arruinará as chances de título ou mesmo de disputar a Libertadores em 2014.

Na semana passada, o jornalista Luis Prósperi publicou em seu blog que o elenco do Corinthians está muito velho para atuar nos padrões desejados por Tite: priorizando a marcação, a raça e a velocidade. O autor creditou, ainda, a queda de rendimento à saída de Paulinho em julho.

Casagrande, durante a derrota do Timão para o Inter, afirmou algo muito interessante: o Coringão é um time que sai pouco para o jogo por priorizar em demasia a marcação e a defesa. Esta crítica, por sinal, é a mesma que o também ex-jogador Caju fazia em sua coluna do extinto Jornal da Tarde.

Há, ainda, quem atribua a má fase devido ao rendimento abaixo das expectativas por parte dos reforços vindos para esta temporada. Pato tem sido vaiado jogo após jogo. Renato Augusto vem sendo chamado de "chinelinho" por suas constantes lesões. Ibson e Maldonado, dispensados pelo Flamengo, nunca atraíram a simpatia do torcedor corinthiano.

Há quem culpe o técnico. Eu, no entanto, continuo defendendo a permanência de Tite no comando do Corinthians. Eu acho que trocar de treinador raramente traz algo de benéfico durante um princípio de crise. O próprio Timão demonstrou isso entre 2006 e 2007, quando trocou de treinador várias vezes, mas nenhum aliviou a crise no time; e em 2011, quando a diretoria bancou Tite após a eliminação para o Tolima e o gaúcho conquistou praticamente tudo o que disputou. Ademais, sempre escrevo que o torcedor corinthiano tem uma dívida com Adenor Bacchi.

O treinador, no entanto, precisa sair de sua zona de conforto e ousar mais. Ninguém mais aguenta uma equipe que toma poucos gols mas precisa suar a camisa para colocar a bola na rede. Está mais do que na hora de se reinventar, mudar o esquema tático (continuo sugerindo o 4-1-2-3, com três atacantes e dois armadores) e, possivelmente, dar mais chances a atletas da base. Alguns dos atletas com mais de 30 anos, de fato, já vêm sentindo o peso da idade com lesões e/ou atuações irregulares. Não creio que seja falta de vontade, como alguns afirmam.

Se o treinador não quiser mudar nada disso, então que faça a equipe trocar mais passes. Cansaria bem menos o atleta e, ainda, impediria o adversário de jogar porque a posse da bola seria sempre do Timão. O Douglas e, um pouquinho, o Danilo poderiam jogar assim tranquilamente.

Independente de qual for o problema do Corinthians, é bom que a doença seja rapidamente identificada, diagnosticada e tratada, ou o time irá padecer pelo agravamento dos sintomas. E uma crise de verdade poderá se instaurar no clube.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Amizade

Imagem extraída do Facebook oficial de Daniel Alves-
http://www.facebook.com/DaniAlvesD2

O mundo é repleto de vaidade, ambição, egoismo e competição, e isso não apenas no futebol. Muitos valores são perdidos em nome de objetivos mesquinhos e a curto prazo. Em um cenário como esses fica difícil até mesmo acreditar na existência de uma amizade verdadeira.

Qual a minha surpresa ao ler hoje as notícias nos sites esportivos e encontrar algumas declarações do francês Éric Abidal? O lateral-esquerdo que, recentemente recuperou-se de um tumor maligno no fígado, revelou que seu ex-colega e amigo Daniel Alves candidatou-se a doador para o francês. O procedimento não teria sido possível pelo fato de Dani Alves ser um esportista -Abi recebeu parte do fígado de um primo.

A amizade entre os dois laterais chamou a minha atenção. Há alguns meses atrás, Dani Alves passou a usar a camisa 22 (que pertencia a Abidal) para homenagear o ex-colega e chegou a declarar que o clube catalão não foi respeitoso com o amigo francês.

Paulo César Caju atribuiu o sucesso de alguns times justamente pelo fato de haver algo mais do que união no elenco: é o fato de haver amizade entre os atletas. Segundo o ex-atleta, jogar com amigos cria uma satisfação em jogar, em trabalhar, em contribuir com o grupo. E, convenhamos, nada como trabalhar em uma empresa onde o ambiente é agradável.

São louváveis as atitudes de Daniel Alves em arriscar o próprio sucesso profissional ao oferecer o próprio fígado para ajudar o companheiro e ao criticar o Barcelona publicamente para defender o amigo. E me surpreende a gratidão de Abidal ao exaltar publicamente a amizade entre os dois laterais. Rechaça a crença de que entre pessoas públicas só existem relacionamentos de fachada, apenas para que os famosos pareçam boas pessoas frente às câmeras.

Pode ter a certeza de que o futebol e também o mundo seriam muito melhores se as pessoas deixassem de pensar apenas nos próprios umbigos e deixassem algo mais edificante às atuais e às futuras gerações. E os dois laterais já nos presentearam com uma lição de vida -a luta e superação de Abidal contra o câncer- e de amizade -os gestos de Dani Alves ao arriscar a própria carreira em favor de uma amizade verdadeira.

Fontes:

A Voz do Rebelde

Imagem extraída de http://www.facebook.com/Maradona.Diego.Armando

Eu sei que a grande maioria de vocês, leitores, não suportam Diego Armando Maradona. Além da tradicional rivalidade entre brasileiros e argentinos em campo, muitos de vocês não toleram as declarações polêmicas de "El Pibe", o fato do ex-jogador ter decidido uma Copa do Mundo com gol de mão, seu envolvimento com drogas no passado e suas constantes provocações dirigidas a Pelé.

Eu, no entanto, digo: Diego Armando Maradona faz parte do seleto grupo de atletas que mais admiro justamente por dizerem o que poucos têm coragem. Eu o comparo com outros "revolucionários" do futebol, como Sócrates (aguarde que farei uma homenagem ao irmão de Raí no final do ano durante o aniversário de dois anos de sua morte), Romário e, agora, Alex Cabeção. Todas pessoas esclarecidas que não se conformam com as injustiças cometidas no futebol e falam o que todos as pessoas no mundo do futebol deveriam dizer, mas não têm coragem provavelmente por temerem alguma represália. Alguns dos atletas e ex-atletas que aqui mencionei, inclusive, criticaram políticos.

Como jogador, o argentino foi um craque, daqueles que podemos comparar a Pelé, Garrincha, Beckenbauer, Puskás, Messi, Zidane e ao Mestre Cruyff. Não o vi atuar, infelizmente, mas dizem que o Pibe era tão diferenciado que ele carregou nas costas a Seleção Argentina de 1986 e o razoável Napoli durante os anos 80. Palavras do grande Paulo César Caju.

Maradona sempre foi politicamente ativo, sempre expondo sua admiração por líderes esquerdistas. Ao mesmo tempo, o Pibe sempre expressa oposição às intervenções (ou tentativas de intervenção) dos Estados Unidos em países como Iraque, Afeganistão e Irã.

Com relação ao futebol, Maradona expressou recentemente suas desavenças com o presidente da Associação de Futebol Argentino (Asociación del Fútbol Argentino- AFA), Julio Humberto Grondona, a quem o Pibe culpa pelos problemas apresentados pelo futebol argentino e também pela sua demissão após a Copa do Mundo de 2010. Diego considerou os 34 anos de Grondona à frente da AFA como uma "ditadura".


Imagem extraída de http://www.facebook.com/Maradona.Diego.Armando

Quantos atletas e ex-atletas têm a coragem de arriscar suas carreiras e reputações para levantar a voz contra dirigentes e políticos que cometem tantas injustiças? Aqui no Brasil, sediamos a Copa das Confederações em 2013 e, mesmo em meio a tantas manifestações, os atletas não demonstraram nenhuma afinidade com a população. Preferiram continuar treinando e jogando como se a Seleção Brasileira estivesse em um mundo à parte do resto do país.

Maradona, apesar de sua fama de polêmico, apresenta um nível de esclarecimento inexistente entre as várias pessoas do mundo do futebol. Faltam pessoas capazes de questionar e contestar. E isso não é apenas no futebol.

domingo, 15 de setembro de 2013

Sem Lógica

Imagem extraída do Facebook oficial do Corinthians-
http://www.facebook.com/corinthians

Às vezes é difícil explicar a lógica do futebol. Corinthians, São Paulo e Flamengo se apoiam no mesmo (e feio) "futebol-eficiente", jogando com as equipes muito recuadas, priorizando a marcação e criando oportunidades de gol apenas em contra-ataques ou bolas paradas. Não vejo muita diferença entre os estilos de Tite, Muricy e Mano Menezes. Mesmo assim, os resultados obtidos pelas três equipes foram distintos.

Os elencos, tecnicamente falando, também não diferem muito, com poucos craques ou destaques em campo. Muitos "professores" afirmam que a ausência de jogadores diferenciados nos plantéis é compensada pelo "jogo coletivo", o que eu considero um equívoco por parte dos treinadores. "Jogo coletivo", como disse Paulo César Caju, é o que fazem o Barcelona, o Borussia Dortmund e o Arsenal, com todo o time participando da construção de jogadas. Aqui no Brasil, acho que só o Cruzeiro do Marcelo Oliveira joga coletivamente.

Os treinadores, em termos de personalidade, diferem bastante. Muricy é enérgico dentro e fora de campo. Na década passada, a imprensa atribuiu-lhe a alcunha de "Zangado" em referência a Dunga e aos Sete Anões. Mano lembra muito seu conterrâneo Luiz Felipe Scolari: é calmo nas entrevistas, mas é rigoroso no banco de reservas. Tite é o mais "suave" dos três técnicos: poucas vezes eu o vejo subir a voz.

O que, então, pode explicar a discrepância entre os resultados? Se os três treinadores têm elencos e estilos parecidos, por que eles não obtiveram desempenhos semelhantes?

Futebol realmente não tem lógica.

Talento Não Tem Idade

Imagem extraída de http://www.facebook.com/Ricardinho.Garcia.Oficial

Assisti à estréia do MODA/Maringá na Superliga 2013-14 contra o atual campeão, RJX/Rio de Janeiro. Os paranaenses investiram pesado em reforços, dentre eles o levantador Ricardinho, multicampeão pela Seleção Brasileira de vôlei. Algumas fontes afirmam, inclusive, que o projeto do MODA é que Ricardinho se aposente pelo time paranaense e, então, o atleta assuma um cargo no clube. Além de Ricardinho, o oposto Lorena e o ponteiro Quiroga foram contratados para ajudar a colocar a equipe de Maringá em um lugar ao sol na Superliga.

Na estréia contra os atuais campeões, contudo, os cariocas fizeram valer a força de sua torcida e de sua boa fase mesmo com algumas perdas, como o central Lucão que acabou de se transferir para o SESI. O RJX ainda conta com dois grandes atletas: o levantador Bruninho Rezende, quase tão bom quanto Ricardinho e mostrando cada vez mais que não vive mais sob a sombra do pai famoso; e o oposto Leandro Vissotto que, após uma fase de irregularidade, voltou a fazer grandes partidas. Vissotto, por sinal, foi eleito o melhor em quadra no jogo de ontem, mostrando que seu voleibol está de volta.

Foi fascinante, contudo, ver as habilidades de Ricardinho em quadra, mesmo com 37 anos. O levantador ainda faz toda a diferença em quadra, coordenando o time como um maestro e mostrando toda a sua habilidade e experiência ao executar os fundamentos. As principais jogadas do MODA passaram pelas mãos do camisa 17. Talento realmente não envelhece.

Acredito que Ricardinho só não conseguiu fazer a diferença porque do outro lado da quadra estava um levantador tão talentoso quanto ele e um oposto que parece viver uma grande fase. Os craques do RJX desfilaram o seu talento em quadra e mostram que não será fácil tirar o título das mãos dos cariocas.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/Ricardinho.Garcia.Oficial

É muito cedo para dizermos o quão longe o MODA/Maringá irá na Superliga 2013-14, mas a experiência e talento de Ricardinho serão fundamentais aos paranaenses e, acredito, farão a diferença nos jogos seguintes à medida em que o time ganhar entrosamento.

Ricardinho talvez não consiga competir fisicamente com os jovens talentosos que estão surgindo em nossas quadras, mas poucos têm as sua vivência e história no vôlei, não apenas no Brasil, mas em todo o voleibol mundial.

sábado, 14 de setembro de 2013

Beleza, Ofensividade e Liderança

Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona-
http://www.facebook.com/fcbarcelona

Enquanto o decadente futebol brasileiro continua um show de brutalidade, os grandes times europeus estão dando um show de bola nos gramados.

O meu Barcelona mudou de técnico (saiu Tito Vilanova, entrou Tata Martino) mas não mudou o estilo. O "Tiki-Taka" continua fazendo muito sucesso por mais que os detratores afirmem que o Barça está ultrapassado. A mais recente vítima foi o esforçado Sevilla que levou 3x2 dos catalães. Ainda no Campeonato Espanhol, o Atlético de Madrid derrotou o Almería por 4x2. Méritos para o treinador Diego Simeone que vem fazendo um bom trabalho desde 2012 quando assumiu a equipe colchonera. Os dois treinadores argentinos estão dividindo a liderança da competição.

Na Alemanha, o meu Borussia Dortmund aplicou uma surra no irregular Hamburger -6x2- e continua com 100% de aproveitamento na Bundesliga, seguindo com a liderança isolada na competição. No mesmo campeonato, o Bayern München fez 2x0 no Hannover e mostra que o estilo de Guardiola pode, sim, ser combinado com o futebol vertical do Bayern.

Na Inglaterra, o Arsenal foi visitar o Sunderland e marcou 3x1 nos donos da casa. O alemão Özil, pelo visto, se adaptou rapidamente ao futebol inglês e ao estilo técnico de Arsène Wenger. Os Gunners, com o resultado, irão dormir na liderança da Premier League.

Das equipes que eu mencionei, todas jogam com a bola no chão e trocando passes, com a exceção do Bayern. Nenhuma delas prioriza a marcação em detrimento à técnica. Nenhum desses times se acovarda e sempre tenta criar oportunidades de gol.

Depois de ler tudo isso, gostaria que os "professores" me respondessem: por que não podemos fazer como os europeus e implantar um futebol mais técnico e mais ofensivo no Brasil? Como os próprios resultados mostram, jogar na ofensiva é muito eficiente e garantiu a ponta da tabela a três dos times que eu mencionei aqui.

Muda o Disco, Kleina!

Critico o treinador do Palmeiras, Gilson Kleina, pelos tropeços do Verdão (cedeu um empate por 1x1 em Minas Gerais para o América-MG), mas não o crucifico.

O "professor", no entanto, continua devendo em ousadia e ofensividade. O Palmeiras é muito mais time do que qualquer um na Série B do Campeonato Brasileiro. Todos têm consciência de que o lugar do Verdão não é na Segunda Divisão. O Palestra é um time grande. Então, por que não jogar como um time grande?

O Palmeiras tem um elenco que, se não é bom, ao menos é funcional. Há um zagueiro esforçado (Henrique), dois volantes ofensivos (Wesley e Charles), um bom meia (Mendieta), dois atacantes em boa fase (Alan Kardec e Leandro) e um craque (Valdívia). O "professor" poderia colocar todos para jogar juntos em um 4-4-2 ortodoxo ou, melhor ainda, armar um 4-2-3-1 com liberdade para os dois volantes apoiarem da mesma forma os times alemães fazem (pelo que consta, o paraguaio Mendieta também pode atuar na ala direita). Lembrando que o 4-2-3-1 não é a minha formação preferida, mas aproveita bem os melhores atletas à disposição do Palestra.

E por que não fazer isso, Gilson? Por que não ousar mais? Por que o Palmeiras tem de jogar com medo de adversários fracos quando são os outros times que temem o Verdão? Quanto mais cedo o Verdão assegurar o acesso, melhor para todo o clube. Isso sem falar que um futebol bonito e bem jogado empolga a torcida e ajuda na venda de ingressos, entre outros tipos de lucro.

Tenho esperança de que algum dia o Palmeiras volte a ser chamado de "Academia de Futebol", como nos tempos de Leão, Ademir da Guia e César Maluco. Para isso, o primeiro passo consiste em investir mais em criatividade e menos em marcação. E o Palestra já tem atletas e o cenário ideal para começar.

Futebol Arte Marcial

Imagem extraída de http://www.facebook.com/portuguesaoficial

Antigamente o nosso futebol era tão bonito que grandes artistas e intelectuais escreviam letras de música, romances, poemas entre outras obras de arte para homenagear nossos craques e suas façanhas. Nos dias de hoje,contudo, o máximo que eu ouço são letras de funk que fazem um sucesso tão passageiro quanto o dos atletas homenageados.

Nosso futebol não tem mais artistas e nem espetáculo. Tornou-se algo árido, rústico, sem graça. Os lances bonitos deram lugar à violência e à burocracia. Os poucos que remam contra a maré da brutalidade vão embora cedo para a Europa porque aqui não há mais lugar para eles. Neymar, Bernard e Lucas foram alguns desses meninos talentosos que partiram ao Velho Continente em busca de palcos mais apropriados para os seus espetáculos.

Nossos times realmente não são mais dignos de homenagens. São poucos os grandes artistas que se animam em homenagear seus times de coração. Ou alguém aí acha que os feitos da atual Seleção Brasileira, que se notabiliza mais pela raça do que pela técnica, são dignos de serem lembrados em um romance? Algum jogador do futebol brasileiro, por acaso, foi homenageado com alguma letra de música? Os filmes em homenagem aos feitos recentes do São Paulo e do Corinthians, por acaso, foram sucesso absoluto de bilheteria?

Nossas equipes não inspiram mais artistas. Se não há mais artistas dentro de campo, que tipo de fascínio o futebol brasileiro pode exercer sobre o expectador? Posso dizer que o nosso futebol tornou-se tão feio e violento que só nos oferece ideias para compor letras e poemas tão vulgares como o jogo que vemos às quartas-feiras e domingos. Deve ser por isso que o futebol brasileiro só origina letras de funk nos dias atuais.

Nossos jogadores também não ficam na memória do torcedor, salvo algumas poucas exceções. Na Europa é comum os grandes craques serem lembrados com estátuas. Alex Cabeção foi um destes homenageados graças ao seu magnífico futebol (que os torcedores do Coritiba, felizmente, podem apreciar), carisma e identificação com o Fenerbahçe da Turquia. Aqui no Brasil, apenas Romário (Vasco) e São Marcos (Palmeiras) mostraram-se dignos de tamanha honraria em tempos recentes. O futebol brasileiro está tão pobre em talento que os próprios dirigentes reconhecem e sequer fazem grandes homenagens aos seus ídolos.

Por quanto tempo nosso futebol permanecerá nesse nível técnico tão lamentável? Onde está o nosso chamado futebol-arte? Por que mais ninguém dribla, toca a bola ou cria chances de gol? Onde estão aqueles grandes craques e aqueles lances bonitos que tanto encantavam os artistas?

Neste cenário tão desolador, eu questiono: onde o artista João Carlos Martins encontra tamanha inspiração para homenagear a sua Associação Portuguesa de Desportos com seu grande talento musical?

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O Campeão Ainda Não Voltou

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo-
http://www.facebook.com/saopaulofc

Parabéns ao meu São Paulo e aos são-paulinos pela vitória de ontem. E paremos aqui com os elogios, afinal vencer por 1x0 em casa da fraca Ponte Preta era obrigação.

Méritos, claro, ao treinador Muricy Ramalho que parece ter dado uma injeção de ânimo a alguns atletas que estavam em baixa no Morumbi, como Ganso e Luis Fabiano, que fez o gol da vitória.

O trabalho, no entanto, ainda é árduo e o São Paulo deve permanecer por, pelo menos, mais duas rodadas na zona de rebaixamento -isso se conseguir vencer os próximos dois jogos e os rivais à frente tropeçarem.

Espero muito que o trabalho de Muricy não se limite apenas em recuperar o lado psicológico da equipe: os nossos times -não apenas o Tricolor- estão devendo em fundamentos. Ninguém mais sabe passar a bola, as finalizações são mal feitas, não há jogo coletivo, muitos impedimentos e muita violência. O Mestre Telê certamente reprovaria o nível técnico de nosso futebol de tão decadente que estão os nossos times.

Ainda também é cedo para dizermos se a diretoria acertou ao trazer Muricy de volta ao Morumbi, mas os cartolas tricolores tiveram o bom senso de dar ouvidos ao torcedor e contratar um treinador com o perfil apropriado para o momento: capaz de trabalhar o lado psicológico dos atletas (Muricy recuperou o cabisbaixo Leandro em 2007, lembram?) e identificado com o clube.

Vamos ver como o Soberano evolui nas próximas semanas mas, por enquanto, a vitória já serviu para melhorar um pouco o ambiente no elenco.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Renascendo das Cinzas

Imagem extraída de http://www.facebook.com/pages/Senad-Lulić/134834776559340

Volto a falar hoje sobre um dos meus assuntos preferidos: os países da antiga Iugoslávia, mais precisamente a Bósnia-Herzegovina. Não sei explicar ao certo o fascínio que eu tenho em relação à história desses países, mas acredito que seja pelo fato de eu ter acompanhado às guerras separatistas envolvendo aquelas nações através dos noticiários de televisão durante minha infância. Eram frequentes os noticiários oferecerem boletins informando os bombardeios em Sarajevo (capital da atual Bósnia-Herzegovina), bem como a fuga de refugiados para a Alemanha e Suíça.

Com o fim da guerra e a dissolução da Iugoslávia, os países arrasados pela guerra começaram a se reconstruir. Não tem sido um processo fácil para nenhuma daquelas nações e muitas feridas abertas pelos conflitos entre aqueles povos ainda sangram, mesmo com mais de 10 anos passados após o término das batalhas.

Ainda assim, muitos dos refugiados e seus descendentes decidiram se estabelecer nas nações que os acolheram. Alguns, inclusive, optaram por defender seus novos lares.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/Dzekoooooo

A Seleção da Bósnia-Herzegovina, no entanto, ainda conta com atletas de sucesso em grandes times na Itália, Alemanha e Inglaterra. O lateral-esquerdo Senad Lulić (Lazio), o meia Miralem Pjanić (Roma) e os atacantes Vedad Ibišević (Stuttgart) e Edin Džeko (Manchester City) são alguns dos jogadores bósnios bem sucedidos em suas carreiras no outro lado da Europa.

O desempenho dos Zmajevi nas Eliminatórias para a Copa 2014 também têm sido motivo de alegria para o torcedor bósnio: a Seleção da Bósnia-Herzegovina vem forte em seu grupo (seis vitórias, um empate e uma derrota até o momento) e vem liderando junto com a Grécia de Karagounis e com sete pontos de vantagem a Eslováquia de Marek Hamšík. A Bósnia, favorecida por uma chave relativamente tranquila e por bons atletas, vem caminhando a passos largos rumo ao Brasil em 2014. Vale, ainda, mencionar que foi por muito pouco que a Bósnia não consegue chegar à Euro 2012, quando deu azar e cruzou com a Seleção Portuguesa de Cristiano Ronaldo e João Moutinho na repescagem. Na ocasião, os bósnios ficaram apenas um ponto atrás da líder França em seu grupo.


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Torço pelo sucesso dos atletas bósnios, não apenas por simpatizar com os povos da antiga Iugoslávia, mas também pela importância que isso teria no país. Uma classificação inédita para a Copa do Mundo representaria uma grande vitória para uma nação devastada pelas guerras e simbolizaria o renascimento de um povo sofrido.

Džeko, Lulić, Pjanić e companheiros: boa sorte em sua campanha!

Dicas para o Vestibular

Os principais vestibulares do Brasil estão encerrando suas inscrições. Aqueles que aspiram a uma vaga em uma grande universidade terão de atravessar a Via Crucis chamada "concurso vestibular" que, infelizmente, exige muitos sacrifícios por parte do candidato.

Do alto dos meus dois anos de cursinho e três tentativas de ingressar nas melhores universidades do Brasil, posso garantir: é difícil mas não é impossível passar nos vestibulares mais concorridos do país.

Não há, infelizmente, nenhum método infalível para ingressar em uma boa faculdade e não há nenhuma garantia de aprovação mesmo que você frequente os melhores colégios e cursos preparatórios. Claro que empenho e talento ajudam muito o candidato.

Minha experiência pessoal, ainda assim, pode ser de valia ao candidato, orientando-o a estudar e ajudando-o a superar seus pontos fracos. Mas, como eu disse, o que escrevo aqui não é garantia de ingresso em uma USP, apenas algo que pode vir a ajudá-lo em sua árdua jornada.

1- PLANEJE OS ESTUDOS- organize a sua agenda de modo que você possa estudar e também planejar algumas folgas. Ao contrário do que muitos pensam, obsessão por estudo é prejudicial e o estresse pode causar até mesmo doenças. É importante, portanto, estudar o máximo que puder mas programar alguns dias de descanso para relaxar.

2- NÃO SE CONCENTRE APENAS EM UMA MATÉRIA- um grande erro do candidato é concentrar-se em demasia em seus pontos fracos e superestimar os pontos fortes. Da mesma maneira, muitas pessoas estudam apenas o que gostam e negligenciam as áreas que não apreciam. Lembre-se de que todas as áreas do conhecimento têm mesmo peso, pelo menos nas provas de conhecimento geral, e é importante, portanto, ter bom conhecimento em todas as áreas. Planeje seu estudo de modo a superar seus pontos fracos mas sem negligenciar as áreas que você tem mais afinidade. Não adianta nada você gabaritar uma prova de biologia e zerar uma de matemática. Da mesma forma, não negligencie áreas que são pouco cobradas em vestibulares: se o conteúdo consta no programa, o examinador tem todo o direito cobrá-lo.

3- FÓRMULAS- eu considero as fórmulas de física, matemática e química como ferramentas úteis para economizar tempo na resolução de questões. Não considero errado decorá-las, porém, nada substitui o entendimento das relações entre as grandezas descritas nas fórmulas e a interpretação dos enunciados. Lembre-se de que substituir os valores na equação sem o entendimento do que a questão pede pode levá-lo a perder a questão. Um exemplo: certa vez, a UNICAMP forneceu a concentração de cloreto de sódio da água do mar e pediu para que o candidato diluísse o líquido até a concentração de 0,9% (a concentração da solução fisiológica) para torná-la potável. Quem substituiu os valores na fórmula C1V1=C2V2 sem interpretar o enunciado acabou zerando a questão.

4- PRATIQUE- baixe as provas de vestibulares anteriores e tente resolver as questões.

5- DESCUBRA SEU RITMO IDEAL- há candidatos que aprendem melhor ouvindo. Outros preferem a leitura. Há quem prefira estudar em grupo na biblioteca. Outros preferem estudar sozinhos e isolados em casa. Há quem goste de estudar à noite. Experimente estudar de várias maneiras diferentes para descobrir como você assimila melhor o conteúdo e invista nisso.

6- MANTENHA-SE ATUALIZADO- não deixe de ler seu jornal preferido e nem de acompanhar os acontecimentos recentes pelos meios de comunicação, principalmente política, economia, ciência e notícias internacionais. O conhecimento está evoluindo muito mais rápido graças à internet e à globalização, e o vestibular também acompanha essa tendência. Além disso, você terá bons argumentos para escrever uma boa redação ao se manter atualizado.

7- INTERDISCIPLINARIDADE- as chamadas questões interdisciplinares estão na moda nos grandes vestibulares. Prepare-se, portanto, para enfrentar questões de biologia integradas à química, perguntas de literatura questionando o contexto histórico das obras, e assim por diante.

8- PENSE- o grande objetivo de uma universidade não é formar um aluno meramente para desempenhar tarefas. A universidade quer pessoas capazes de acrescentar algo novo no conhecimento. O candidato ideal não é aquele que memoriza e/ou acumula o conhecimento e, sim, aquele que é capaz de utilizar esse conhecimento para gerar novos conhecimentos. Deseja-se alunos capazes de solucionar, criar e inovar. Tal perfil só é alcançado quando o candidato alcança a compreensão plena da disciplina, aprende a pensar fora do lugar comum, desenvolve senso crítico e passa a questionar. Assim é o aluno acima da média: aquele que se destaca entre as várias pessoas que vivem no lugar comum. A grande maioria das questões do vestibular segue a mesma linha e exigirá muito mais raciocínio e senso crítico do candidato do que memória, objetivando que o futuro aluno desenvolva estas habilidades na universidade.

9- NÃO DESANIME- não perca as esperanças se você falhar. São poucos os que conseguem prestar vestibular e ingressar em uma grande universidade em uma primeira tentativa. Não desanime se você falhar e não fique se comparando com outras pessoas: cada um tem seu próprio ritmo.

E você? Tem alguma dica útil para sobreviver aos vestibulares mais difíceis do país? Responda nos comentários!