terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Um Balanço de 2013

Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona- http://www.facebook.com/fcbarcelona

Quando comecei a escrever este blog em março 2013, não imaginava que fosse agradar a tantas pessoas. Em nove meses de existência, já recebemos mais de 15.000 visitantes, com média de 150 acessos por dia. É sempre muito gratificante saber que há leitores que apreciam os textos que escrevi, a despeito do conteúdo polêmico de alguns deles.

Minhas principais inspirações para este blog são Paulo César Caju, Tostão e o Mestre Cruyff, todos fãs do futebol-arte e críticos do "futebol eficiente" que impregna os times do Brasil e alguns do exterior. Também me inspiram os meus três times de coração, o São Paulo (que, infelizmente, não está jogando um futebol bonito no momento), o Barcelona (foto) e o Borussia Dortmund, sendo os dois últimos os representantes do que eu chamo de "futebol-arte" -como não vi Pelé, Garrincha ou Ademir da Guia em atividade, o Barça e o Borussia acabam sendo minhas referências no futebol bonito.

O texto mais acessado deste blog em 2013 foi "A Diferença entre Nacionalismo e Ufanismo", com 138 acessos e publicado em abril deste ano. Escrevi este post em defesa a autores que fazem críticas à Seleção Brasileira e também à Copa do Mundo. Muitos internautas consideram a opinião desses autores "desrespeitosa", acreditando que deveríamos apoiar tudo o que é de nosso país incondicionalmente. É verdade que nossa Seleção voltou aos trilhos com a conquista da Copa das Confederações deste ano e que é uma grande honra que nosso país receba um evento como a Copa do Mundo, mas não podemos fechar os olhos e acreditar que está tudo uma maravilha: o Escrete Canarinho e os nossos times ainda jogam um futebol muito feio, violento e burocrático que não chega aos pés da lendária Seleção de 1970 (que eu pude acompanhar em alguns vídeos recentes), e temos prioridades maiores em relação a um evento esportivo.

Fiquei muito surpreso também como os leitores apreciam os post a respeito do vôlei. Sou grande fã da modalidade e quero fazer o possível para que a categoria continue forte como está. Fiquei muito chateado com os clubes que tiveram de fechar as portas, como o Medley/Campinas e o Vôlei Futuro e, em decorrência disso, tento divulgar o vôlei nacional o máximo que eu posso para que a categoria mantenha-se no auge por muito tempo e, com isso, os clubes continuem vivos. O fato de vocês acessarem os posts sobre voleibol me alegra e me incentiva a escrever mais textos a respeito do assunto.


Os textos mais acessados do blog em 2013

O público também me surpreendeu muito. Pessoas de todas as partes do mundo tiveram acesso aos meus textos. Alguns locais eram esperados, uma vez que tenho conhecidos que atualmente residem nos países mencionados, mas outros como a Rússia e a Malásia me causaram muita surpresa. Eu não tenho notícias de conhecidos residindo nessas partes do mundo. Não esperava acessos destas nações, tampouco nas quantidades descritas pelo contador.


Visualizações do blog por país em 2013

Gostaria muito de agradecer a você, querido leitor e leitora, por seus acessos a este blog e também por seus comentários, afinal graças às suas visitas, aos seus elogios e às suas críticas posso melhorar a qualidade de meu texto! Você é o combustível que faz este blog se mover nesta longa jornada!

Gostaria também de agradecer a todos que apoiaram e acreditaram neste projeto chamado FarmaFootball! Na medida do possível, farei o possível para retribuir a torcida nesta caminhada!

E, por fim, gostaria de agradecer à minha irmã, a pessoa que me apoiou nos momentos difíceis e a quem dedico todo o sucesso deste blog!

Muito obrigado a todos pela força! E Feliz 2014!

A Queda do Muro de Dortmund

Imagem extraída do Facebook oficial do Borussia Dormund- http://www.facebook.com/BVBorussiaDortmund09

Enquanto o Bayern vive o "ano perfeito", o meu Borussia Dortmund já vem sendo pesadamente contestado pelos torcedores "modinhas" pela campanha irregular na Bundesliga (atualmente é o 4º colocado com 32 pontos) e pela quase eliminação na Champions League (classificou-se no último minuto graças a um gol salvador de Kevin Grosskreutz).

Muita gente deve estar achando que o técnico Jürgen Klopp (foto) perdeu a mão do time, que a equipe sente a falta de Mario Götze (que se transferiu para o Bayern no fim da temporada passada), ou que as constantes especulações estão mexendo com a cabeça dos atletas -Robert Lewandoski vem sendo noticiado no Bayern, Marco Reus no Manchester United, e İlkay Gündoğan no Real Madrid. O problema, contudo, é outro: muitas lesões de jogadores, principalmente no setor defensivo.

Neste ano, o Borussia perdeu toda a sua zaga titular e alguns volantes por lesões: Piszczek (submetido a uma cirurgia no final da temporada passada), Hummels, Subotić, Schmelzer e Gündoğan desfalcaram a equipe por um bom período. Klopp teve de se virar e chegou a improvisar o meia Grosskreutz na lateral para formar a zaga com Friedrich, Sokratis e o garoto Erik Durm. A defesa fez o possível, mas a falta de entrosamento e, possivelmente, de ritmo de jogo foram fatores determinantes para que ela não fosse tão eficiente quanto os titulares.

O futebol alemão, felizmente, está em recesso desde o dia 23 de dezembro e os atletas terão até o dia 25 de janeiro, quando entrarão em campo contra o Augsburg no Signal Iduna Park. Será um bom tempo de descanso para que Hummels, Subotić, Schmelzer e Gündoğan possam se recuperar (Piszczek já vem atuando com alguma regularidade) e, quem sabe, voltarem ao time para iniciar uma reação aurinegra no returno da Bundesliga 2013-14.

Um Feliz Ano Novo a todos do Borussia! E melhoras para os lesionados!


Imagem extraída do Facebook oficial de Neven Subotićhttp://www.facebook.com/Subotic4

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

2013, o Ano do Bayern

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- http://www.facebook.com/FCBayern

Não poderia deixar o ano passar sem prestar uma homenagem digna ao time do ano, afinal o Bayern München, em uma temporada perfeita, conquistou praticamente todos os títulos que disputou em 2013.

OK, sou torcedor do arquirrival Borussia Dortmund, mas temos de reconhecer que a equipe de Munique foi superior a qualquer outra neste ano em todos os aspectos e que o time de vermelho era merecedor, sim, de tudo que conquistou. Foi uma campanha inquestionável.


Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- http://www.facebook.com/FCBayern

O Bayern vinha de uma temporada decepcionante em 2011-12, quando viu os títulos da Bundesliga e da DFB Pokal pararem nas mãos do meu Borussia Dortmund. E na dramática final da Champions League, a equipe foi derrotada nos pênaltis em plena Allianz Arena e com direito a Robben perdendo pênalti.

Quem acompanhou aquela temporada jamais imaginaria que o Bayern daria a volta por cima e faria um retorno arrasador em 2012-13. Quatro reforços vieram para o time bávaro: o atacante Mario Mandžukić, o zagueiro Dante, o volante Javi Martínez e o centroavante Claudio Pizarro. O treinador Jupp Heynckes foi mantido. Provavelmente nem imaginava o que estava por vir...


Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- http://www.facebook.com/FCBayern

A equipe de vermelho jogou um futebol impecável, unindo o melhor da força física (atletas fortes, altos e velozes) com talento (dribles, passes precisos e lances bonitos). A equipe contou com uma defesa sólida, atletas versáteis capazes de marcar e criar com a mesma eficiência, muito jogo coletivo e , claro, muitos gols.

O clube é administrado por ex-atletas e todos eles sabem muito bem como proceder para que a equipe mantenha sua qualidade técnica. Sempre há contratações de peso, mas o Bayern possui uma base excelente que revelou talentos como Lahm, Schweinsteiger, Badstuber, Müller, Kroos e Alaba. E muitos outros poderão surgir nas próximas temporadas.

Todos esses fatores credenciaram o Bayern a faturar a Tríplice Coroa em 2013 -Bundesliga, DFB Pokal e Champions League.


Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- http://www.facebook.com/FCBayern

O ano também marcou a aposentadoria do treinador Jupp Heynckes que foi curtir seu merecido descanso após anos de serviços prestados ao futebol. Ele esteve presente na Copa de 1974, naquele time alemão que derrotou a Holanda do Mestre Cruyff e conquistou o bicampeonato mundial da Mannschaft. Anos depois, Heynckes voltaria ao futebol, desta vez no banco de reservas como treinador. Em sua carreira, foram quatro Bundesligas como jogador (pelo Borussia Mönchengladbach) e três como treinador (pelo Bayern). O técnico venceu a Champions League duas vezes, em 1997-98 (pelo Real Madrid) e a de 2012-13.

Heynckes foi substituído pelo grande Josep Guardiola, que manteve o estilo de jogo veloz e vertical que caracterizou o Bayern, acrescido de seu famoso Tiki-Taka. O catalão manteve o nível técnico e o desempenho da equipe. Já são mais dois títulos no currículo do vitorioso ex-volante desde que ele assumiu o Bayern: Supercopa da UEFA e Mundial Interclubes.


Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- http://www.facebook.com/FCBayern

Das conquistas que o Bayern obteve, só lamento que Robben (direita na foto) não tenha tido o direito de concorrer ao título de melhor jogador do ano. Ele foi o grande herói do Bayern na temporada e jogou demonstrando o melhor da habilidade e da força física. Ainda assim fico feliz que o craque Ribéry (centro) tenha sido indicado. O francês já foi eleito, merecidamente, o melhor jogador europeu da temporada 2012-13 e tem boas chances de levar a Bola de Ouro graças ao seu desempenho espetacular no ano com dribles, passes precisos, visão de jogo, velocidade e gols. Se Franck for o grande vencedor do prêmio, acho que o troféu estará em boas mãos.


Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- http://www.facebook.com/FCBayern

Parabéns a todos do Bayern pelo ano magnífico. Que outros times sigam o exemplo de vocês, com muita eficiência em campo sem, contudo, abrir mão do futebol bem jogado.

Músculos, Neurônios e Adipócitos

Imagem extraída de http://www.facebook.com/atleticopr

É sabido que no futebol brasileiro atleta fraco ou sem raça não tem vez. Ninguém aqui no Brasil quer saber de atletas fracos, lentos, acima do peso e que se lesionam com facilidade. Pode faltar técnica, mas a garra e a determinação não podem faltar jamais.

É formidável, diante do cenário apresentado, ver tantos atletas considerados "velhos demais" se destacarem em nosso futebol. Paulo Baier (foto) com toda a sua experiência em campo foi decisivo na boa campanha do Atlético Paranaense neste ano de 2013, com seus bons passes e cobranças de falta. Dida e Rogério Ceni foram elogiados inclusive por torcedores rivais, afinal ambos com 40 anos muito bem vividos, continuam fazendo grandes defesas e atuações memoráveis -como fez Rogério diante do Atlético Nacional na Copa Sulamericana e Dida diante do Corinthians na Copa do Brasil. E o que dizer de Juninho Pernambucano ou Seedorf, que demonstram muita lucidez e visão de jogo no Brasileirão apesar dos desempenhos irregulares de suas equipes. Muitos outros veteranos se destacaram no Brasileirão de 2013, como Zé Roberto, Alex, Juan e D'Alessandro.

Também destaco aqui as atuações do atacante Walter pelo Goiás, apresentando-se acima do peso ideal e, mesmo assim, jogando o fino da bola com passes precisos, visão de jogo e muitos gols. E pensar que muitos treinadores vetam atletas "gordinhos"...

Os referidos atletas se destacaram por um motivo muito simples: nosso futebol é músculo demais e cérebro de menos. Poucos aqui pensam uma jogada: acham que é só pegar a bola, sair correndo feito loucos e direção ao gol ou dão um chutão na esperança que alguém domine e finalize. Isso sem falar nas faltas, trombadas e divididas imprudentes protagonizadas pelos zagueiros e volantes brucutus que têm cadeira cativa na escalação dos "professores" e são venerados pelos torcedores como "deuses da raça". Como disse Caju, "em terra de cego, quem tem um olho é rei", os poucos que conseguem pensar o jogo acabam se destacando no árido futebol brasileiro, ainda que não estejam no melhor de suas formas físicas.

Sabe-se que a idade tende a ser impiedosa com o corpo, aumentando os riscos de lesões, fraturas e demandando maior tempo de cuidados médicos em caso de ferimentos. Grandes times, em decorrência disso, raramente dão chances a atletas com mais de 30 anos, a menos que sejam jogadores com muita identificação com o clube ou futebolistas realmente diferenciados. Atletas acima do peso, da mesma forma, tendem a ser rejeitados por correrem pouco e se cansarem rápido. Como se o futebol fosse apenas correria, maração e dividida...


Imagem extraída de http://www.facebook.com/goiasec.oficial

No dia em que o brasileiro deixar de julgar os atletas apenas pela forma física, pode ter a certeza que o nosso futebol vai mudar, e mudar muito. Vamos parar de contratar atletas pelo porte físico ou pelo tamanho dos músculos e voltar a dar chances a quem realmente tem talento e, aí sim, nosso futebol será agradável de se ver novamente.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Happy New Year, Mr. Wenger!

Imagem extraída do Facebook oficial do Arsenal -http://www.facebook.com/Arsenal

O Arsenal vai ter uma virada de ano inesquecível neste 2013. Tudo porque a equipe bateu o Newcastle United por 1x0 (gol de Olivier Giroud), reassumiu a liderança da Premier League 2013-14 e não poderá ser alcançado por nenhum rival ao final da rodada. E a equipe londrina estava com dois desfalques importantes -Özil e Ramsey, os dois grandes destaques do time, não atuaram hoje. Desta forma, os Gunners faturam o título simbólico de campeões do primeiro turno.

O Arsenal é um dos clubes mais tradicionais da Inglaterra e também da Europa, com direito a vários títulos ingleses consecutivos com aquele timaço capitaneado pelo grande Thierry Henry. Infelizmente, nos últimos anos o clube ficou mais preocupado em lucrar com a venda de suas estrelas do que brigar por títulos e isso dificultou a manutenção do elenco, que precisava readquirir entrosamento e padrão de jogo a cada temporada.

O treinador Arsène Wenger (foto) teve muitos méritos nesse jejum de títulos do clube londrino, afinal ele conseguiu manter a regularidade da equipe e garantiu o time na Champions League temporada após temporada. E, mesmo assim, o treinador francês não abriu mão do futebol de qualidade, com jogo coletivo, toque de bola, meio-de-campo criativo e boas contratações.

A temporada 2013-14 tem se mostrado animadora ao torcedor do Arsenal, afinal fazia tempo que o elenco não empolgava com bons desempenhos iniciais. A equipe vem disputando rodada a rodada a liderança da Premier League com o Liverpool -outro time que estou torcendo muito para que se recupere após tantas campanhas ruins. E na Champions, por muito pouco, a equipe londrina não termina na liderança -tropeçaram diante do inconstante Napoli.

Estou torcendo muito para que o Arsenal, junto com o Liverpool, voltem a trazer alegrias aos seus torcedores, afinal são duas equipes simpáticas, tradicionais e veneradas por torcedores apaixonados. O torcedor inglês merece sentir o gostinho de ver estes dois clubes, que ainda não dependem dos investimentos de magnatas do Leste Europeu ou do Oriente Médio, renascerem e serem campeões nesta temporada.

Parabéns a Arsène Wenger e ao time pelo título simbólico do primeiro turno. E Feliz Ano Novo! Que 2014 seja um ano brilhante a todos vocês!

Ouçam os Craques, Dirigentes

Imagem extraída de http://www.facebook.com/canoboficial

É consenso entre grandes atletas e ex-atletas que o futebol sul-americano não está nenhuma maravilha. Equipes estritamente defensivas, muitas infrações, falta de jogo coletivo, entre outros problemas. Tanto é verdade que as seleções daqui vai disputar a Copa de 2014 com times formados praticamente por atletas que atuam no exterior. Ou será que Neymar, Messi, Suárez, Falcao García e Antonio Valencia estão disputando a Libertadores por algum clube de nosso continente?

Paulo César Caju em seu extinto blog, Tostão em sua coluna, Casagrande em seus comentários (que muitos, infelizmente, desprezam por considerarem "óbvios") e Alex em suas entrevistas são alguns dos que criticam o futebol daqui pelo excesso de pragmatismo e pela falta de criatividade dos times. Também menciono aqui o grande Maxi Rodríguez (foto), que concedeu uma entrevista magnífica em 2012 criticando a falta de ousadia do futebol argentino e creditou a situação do esporte de seu país ao medo dos treinadores de serem demitidos.

Muitos problemas fizeram o nível do futebol daqui cair. Perdemos nossos craques cada vez mais cedo porque não temos como concorrer com os salários e com o glamour do futebol europeu, fazendo com que o nível de nossos campeonatos fique totalmente comprometido sob o ponto de vista técnico. Ao mesmo tempo, os dirigentes não investem na formação de atletas (com raras exceções), preferindo adquirir o jogador formado -alguns, inclusive, por influência de empresários. E, mais especificamente no Brasil, os ex-atletas, que têm bagagem para ensinar garotos e vivência em campo para comandar times, jamais são ouvidos, enquanto os cartolas preferem contratar os "professores" que nunca chutaram uma laranja na vida e escalam seus times com dezenas de volantes brucutus.

A grande maioria dos grandes clubes e seleções do exterior raramente contrata alguém sem vivência em campo para comandar seus atletas. Se você duvida, dê um pulo na Wikipedia e verifique as biografias de Jupp Heynckes, Pep Guardiola ou Tata Martino para ver por quantos grandes clubes eles atuaram ou por quantas vezes eles passaram pelas seleções de seus respectivos países. Mesmo Roberto Di Matteo, que eu tanto critico no meu blog, é ex-atleta e disputou uma Copa do Mundo pela Seleção Italiana. Aqui no Brasil, o único ex-craque que os dirigentes ainda ouvem um pouco é o grande Zagallo.

Não dá para esconder o sol com a peneira. Nosso futebol está a anos-luz de distância atrás dos europeus. Nossos times não são páreo para as equipes de lá. Basta ver o desempenho do meu São Paulo contra o Bayern ou do Santos contra o meu Barcelona neste ano. O Brasil só faturou os Mundiais Interclubes de 2005, 2006 e 2012 porque nossos times ficaram o tempo todo se defendendo e acharam seus gols no único erro que os adversários ofereceram.

Para melhorarmos o nível de nosso futebol, precisamos dar ouvido ao Caju, ao Tostão, ao Casagrande, ao Alex, ao Maxi Rodríguez e a outros craques e ex-craques. Essas pessoas sabem, melhor do que ninguém, como ensinar um garoto a jogar bola, dizer quem é craque e quem não é na hora de contratar e, principalmente, como tirar uma equipe da mesmice e transformá-la em uma máquina de jogo ofensiva e coletiva.

Precisamos ouvir quem entende de bola se quisermos melhorar o nível técnico de nosso futebol. Só assim teremos campeonatos de altíssima qualidade como no passado e também poderemos voltar a fazer frente com os europeus. Ou então, sentem e chorem quando seu time estiver perdendo por 3x0 e não houver nenhum craque capaz de pôr a bola sob o braço e indicar o caminho.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Deixem o Imperador em Paz!

Imagem extraída de http://www.facebook.com/A10imperador

O fim de ano foi agitado por uma notícia surpreendente: Adriano Leite Ribeiro, o Adriano Imperador, está treinando da sede do Atlético Paranaense desde o começo do mês para recuperar sua forma física.

O atacante está sem atuar profissionalmente desde o ano passado, quando seu contrato com o Flamengo foi rescindido. Desde então, Adriano ficou um tempo sem aparecer na mídia. Muitos davam como certo que o jogador iria encerrar sua carreira.

Adriano é um bom atacante e não dá para negar. Foi graças a ele que conquistamos a Copa América de 2004 e também a Copa das Confederações de 2005, com atuações brilhantes do Imperador. Revelado pelo Flamengo no início dos anos 2000, ele foi um dos grandes ídolos da Internazionale naquela época, sendo clamado pela alcunha de Il Imperatore (em referência a um dos imperadores de Roma de mesmo nome) pelos seus torcedores. Infelizmente, o atleta passou por muitos problemas pessoais que interferiram no seu rendimento em campo. Teve alguns lampejos em suas passagens pelo meu São Paulo em 2008 e pelo Flamengo em 2009 (quando foi campeão brasileiro), mas ele definitivamente nunca mais foi o mesmo.

É sabido que todos querem que Adriano volte a atuar. Alguns empresários e clubes tentaram em vão promover o retorno do Imperador. Ele é um bom centroavante, daqueles que ajuda a decidir um jogo, graças a sua pontaria certeira, bom posicionamento, força física e tamanho. Acho que ele teria potencial até mesmo para voltar à Seleção Brasileira e disputar a Copa de 2014 como titular.

Eu, no entanto, acho que muito mais importante do que recuperar o Adriano Atleta, é entender o que deseja o Adriano Ser Humano. A vontade de voltar a jogar precisa partir única e exclusivamente do Imperador. Não adianta nada ele retornar aos gramados se o mundo do futebol não lhe proporciona mais a alegria de outrora. Ninguém se dedica a uma atividade que não traz felicidade ou satisfação pessoal. Se o atleta, portanto, não tiver mais vontade de atuar profissionalmente, é necessário respeitar a sua decisão.

Obviamente é animador ver o atleta ter vontade de recuperar a forma física e disputar as "peladas" de final de ano. Mas não podemos nos precipitar e acreditar que ele vai assinar com o Furacão ou qualquer outro clube, voltar a jogar e retornar à Seleção. A decisão precisa partir do próprio Imperador e de ninguém mais.

41ª Rodada?

Imagem extraída de http://www.facebook.com/portuguesaoficial

O juri designado pelo Pleno rejeitou a apelação feita pela Portuguesa e a Lusa terá de jogar a Série B em 2014. Melhor para o Fluminense que, com a perda de pontos do time paulista, permanecerá na elite do brasileirão no próximo ano. Termina assim o Campeonato Brasileiro de 2013, com a classificação sendo definida nos tribunais ao invés dos gramados, e com advogados e promotores protagonizando o "espetáculo" ao invés dos atletas.

A opinião pública, no entanto, mostrou-se contrária à decisão do STJD desde o julgamento em primeira instância. Protestos contra o rebaixamento da Lusa eclodiram por São Paulo e contaram, inclusive, com torcedores de outros times indignados com a sentença do Tribunal, sobretudo com o histórico do Tricolor das Laranjeiras que foi beneficiado em outros episódios passados considerados "viradas de mesa".

Ontem, o site da ESPN divulgou uma nota afirmando que alguns cartolas cogitaram realizar o Campeonato Brasileiro de 2014 com 24 clubes, provavelmente influenciados pela insatisfação popular gerada com a decisão do STJD.

Este é um dos Campeonatos Brasileiros mais longo da história. E, como pudemos ver, há a possibilidade da disputa não ter acabado com a decisão do Pleno. À conferir.


Leia mais:

Blog do Neto- Sempre sacaneiam a Lusa! STJD precisa de outros sotaques!: http://blogdoneto.blogosfera.uol.com.br/2013/12/27/sempre-sacaneiam-a-lusa-stjd-precisa-ter-outros-sotaques/

Globo Esporte- Em nota, Portuguesa diz que não vai desistir de jogar a Série A em 2014: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/portuguesa/noticia/2013/12/em-nota-portuguesa-diz-que-nao-vai-desistir-de-jogar-serie-em-2014.html

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Amigo ou Inimigo?

Imagem extraída do Facebook oficial do Arsenal -http://www.facebook.com/Arsenal

Quem diria? Depois de ser um dos "culpados" por tirar a liderança da Premier League do Arsenal, o Manchester City ajudou os Gunners a reaverem a ponta da tabela ao baterem o Liverpool. Irônico, mas foi isso mesmo que aconteceu.

O Arsenal visitou o West Ham United com a obrigação de vencer e ainda torcer por um tropeço do Liverpool. Os donos da casa abriram o placar com Carlton Cole, mas Podolski (foto) e Walcott (com dois tentos), ambos voltando de lesão, viraram a partida em favor dos Gunners e a partida terminou em 3x1 para os visitantes. O time de Arsène Wenger havia feito sua parte, mas era necessário torcer para o algoz City derrubar os Reds para fechar a rodada na liderança.


Imagem extraída do Facebook oficial do Manchester City- http://www.facebook.com/mcfcofficial

Mais tarde, o Liverpool foi ao City of Manchester enfrentar os Sky Blues. A equipe da terra dos Beatles precisava vencer os Citizens para manter a ponta. Tudo levava a crer que a liderança permaneceria com o time do Anfield Road com Philippe Coutinho abrindo o placar aos 24 minutos. Mas Kompany e Negredo viraram a partida para os donos da casa em um jogo emocionante e movimentado.

Os resultados devolveram a liderança da Premier League ao Arsenal, agora com 39 pontos. O City vem logo atrás com 38. O Liverpool além de perder a liderança, acabou despencando para quarto com 36 pontos devido a vitória do Chelsea (37) sobre o Swansea City.

Já escrevi em outro post e ratifico: gostaria muito de ver o título da Premier League 2013-14 nas mãos do Arsenal ou Liverpool, afinal são duas equipes simpáticas mas que, infelizmente, não levantam uma taça há muito tempo. No entanto, vai ser difícil competir com o Chelsea e com o próprio City que, além de contarem com elencos recheados de estrelas, poderiam tranquilamente tirar os melhores atletas dos dois clubes de vermelho. Foi o que o Chelsea fez com o Liverpool ao adquirir o atacante Fernando Torres dos Reds em 2010, ou o que o City fez com o Arsenal em 2011 quando os Sky Blues compraram Nasri e Clichy dos Gunners.

Os Melhores de 2013- Vôlei Brasileiro

Imagem extraída do site oficial da FIVB -http://www.fivb.org


Dizem que o Brasil é o "país do futebol", mas poderíamos tranquilamente nos considerar também como o "país do vôlei", afinal temos uma escola muito tradicional na modalidade que começou a ganhar força principalmente durante os anos 90, quando a Seleção Masculina ganhou a medalha de ouro nas Olimpíadas de 1992 e "abriu a porteira" aos títulos da categoria. Desde então, o Brasil abocanhou muitas medalhas de ouro tanto no masculino quanto no feminino.

O nosso vôlei proporcionou muitas alegrias neste ano de 2013, mas também nos proporcionou muitas tristezas. Alguns clubes como o Vôlei Futuro e o Medley/Campinas tiveram de fechas as portas por falta de patrocínio. O clube campineiro salvou-se na última hora quando a empresa de bebidas Kirin decidiu patrocinar o time e o time foi rebatizado como Vôlei Brasil Kirin.

A CBV e o governo, aliás, precisam dar atenção aos clubes que passam por dificuldades, afinal nosso vôlei tem uma grande tradição e é sempre esperança de medalhas. Um clube a menos significa menos oportunidades para formar e desenvolver novos talentos. Não podemos permitir que a categoria morra no Brasil.


Imagem extraída do site oficial da FIVB -http://www.fivb.org

O grande destaque do ano na modalidade foi, sem dúvida, a Seleção Feminina que conquistou praticamente todos os títulos que disputou. Nossas meninas conquistaram os torneios de Montreux, Aláscia, o Grand Prix (foto), o Sul-Americano e a Copa dos Campeões. Foi um excelente trabalho do técnico José Roberto Guimarães que vem promovendo uma renovação no elenco se, contudo, tirar o espaço das veteranas mais consagradas e mantendo a qualidade técnica do time em alto nível.


Imagem extraída do site oficial da FIVB -http://www.fivb.org

A Seleção Masculina também fechou o ano com dois títulos conquistados: Bruninho e seus companheiros faturaram o Sul-Americano da categoria e também a Copa dos Campeões (foto) após um duelo sofrido contra a Itália de Beretta e Zaytsev. O técnico Bernardinho também promoveu uma renovação gradual no elenco para dar quilometragem a garotos como Isac e Lucarelli, permitindo que jogassem ao lado de alguns veteranos. O Brasil ainda foi prata na Liga Mundial, cujas finais foram realizadas em Mar del Plata, na Argentina.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/SadaCruzeiro

Dentre os clubes, não podemos deixar de exaltar a dobradinha carioca, afinal RJX/Rio de Janeiro (agora, RJ/Rio de Janeiro) e Unilever/Rio de Janeiro faturaram suas respectivas Superligas com todos os méritos e graças aos seus grandes elencos, como Bruninho, Lucão (que se transferiu para o Sesi) e Vissotto no RJ; e Juciely, Natália (hoje no Vôlei Amil), Régis, Gabi, Sarah, Fofão e Fabi. O destaque, porém, vai para o SADA/Cruzeiro (foto), campeão do Mundial Interclubes da FIVB, que conta com um grande treinador, o argentino Marcelo Mendez, e um elenco magnífico, com Wallace, William Arjona e Leal, os três grandes ídolos do time mineiro. O Unilever também merece destaque com o vice-campeonato no Mundial Feminino da categoria.


Imagem extraída do site oficial da FIVB -http://www.fivb.org

O destaque individual no vôlei masculino, em minha opinião, foi o oposto Wallace (foto), campeão mundial no SADA/Cruzeiro e também campeão na Copa dos Campeões pela nossa seleção. O atleta, nascido em São Paulo, está em uma excelente fase, com boas participações tanto em seu time quanto no selecionado, além de ser o grande ídolo de seu clube ao lado do cubano Leal.


Imagem extraída do site oficial da FIVB -http://www.fivb.org

Entre as mulheres, o ano de 2013 pode ser considerado o ano de Thaísa Daher (foto), central do meu Molico Nestlé. Com seus 1,96m de altura, Thaísa mostra talento em todos os fundamentos do vôlei -ataque, saque e, principalmente, bloqueio. Ela foi eleita a melhor centra e também a MVP do Grand Prix, além de ter sido escolhida como a melhor jogadora de vôlei no Prêmio Brasil Olímpico. Não disputou a Copa dos Campeões por conta de uma lesão.

Parabéns e muito obrigado a todos pelas suas respectivas conquistas! Que a categoria continue forte para que muitos atletas e investidores venham empolgados com a boa fase de nossos time e possam fortalecer a modalidade!

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Naufrágio

Imagem extraída do Facebook oficial do PSG- http://www.facebook.com/PSG.Brasil

Eu pretendia escrever um post a respeito do desempenho dos clubes europeus neste ano da mesma forma que eu fiz com os clubes brasileiros. Como o "ano" no futebol europeu começa em setembro e termina em maio, deixarei para realizar o balanço da temporada assim que a sessão 2013-14 se encerrar. No entanto, já posso afirmar: Porto e Benfica foram duas grandes decepções no ano de 2013 e também na temporada.

Ambos os times portugueses ostentam juntos cinco títulos na Champions -três do Benfica e dois do Porto. Os dois times caíram em chaves sem clubes de tradição na competição, afinal nenhum dos rivais dos portugueses venceram o campeonato até hoje. Mas os dois clubes foram eliminados juntos ainda na fase de grupos do torneio europeu e morreram abraçados a despeito da tradição que possuem na liga.

O Porto parece ter sentido as perdas de James Rodríguez e João Moutinho (ambos se transferiram para o Monaco no início da temporada) e foi presa fácil para os rivais. Teve apenas uma vitória em seis jogos disputados e ainda está sofrendo na luta pela liderança da Liga Portuguesa.

O Benfica já havia decepcionado na temporada passada ao perder três títulos consecutivos de virada pelo mesmo placar de 2x1 -perdeu a Primeira Liga no confronto direto com o Porto, perdeu a Taça da Liga Portuguesa para o Vitória de Guimarães e perdeu o título da Liga Europa para o Chelsea. Esperava que o time do técnico Jorge Jesus (que foi mantido no cargo mesmo após a perda dos três títulos) aprendesse sua lição, mas pelo jeito o treinador e os atletas vão precisar refletir profundamente a respeito daquela história de fazer um gol e tentar vencer o jogo pela diferença mínima...

Acho que também cabe aqui fazer uma menção à Seleção Portuguesa, que se classificou para a Copa de 2014, mas fez uma campanha muito irregular ficando atrás da emergente Rússia e se encontrou com um rival muito forte na repescagem, a Suécia. A sorte dos patrícios é de que eles tem o grande Cristiano Ronaldo (dispensa comentários) e o eficiente meia João Moutinho. Se não fosse por eles, seriam Ibrahimović e seus companheiros quem teriam carimbado seus passaportes para o Brasil.

E não foi só na Europa que o futebol português decepcionou. Aqui no Brasil, os dois clubes lusitanos, a Portuguesa e o Vasco, estão rebaixados para a Série B. Que dureza...

Os Protestos Ajudaram a Seleção

Imagem extraída do Facebook oficial de Romário- http://www.facebook.com/romariodesouzafaria

Algumas das manifestações ocorridas entre junho e julho deste ano revindicavam por transparência nos gastos públicos na Copa das Confederações e mais investimentos em saúde, educação e principalmente transporte.

Não era a intenção dos protestos onde se declarava "O Gigante Acordou", mas eu creio que todas aquelas manifestações ocorridas na metade deste ano fortaleceram a nossa Seleção. Pois é, a despeito de Pelé ter dito para que o brasileiro "esquecesse a confusão", acho que toda aquela "balbúrdia" inflamou o espírito nacionalista do brasileiro que terminou por empurrar a Seleção durante as partidas.

O torcedor brasileiro cantou o Hino Nacional inteiro em todos os jogos. Não o faziam meramente pelo ato de torcer, mas também para demonstrar seu amor à pátria e, principalmente, manifestar seu apoio aos seus irmãos que lutavam bravamente do lado de fora dos estádios. O torcedor brasileiro demonstrou toda a sua sintonia com os protestos sem a necessidade afrontar à FIFA ou ao governo. Parte da imprensa, contudo, preferiu interpretar o gesto meramente como "apoio à Seleção".

O Hino Nacional também serviu para intimidar os adversários. O técnico da Espanha, Vicente del Bosque, declarou em entrevistas que o gesto do torcedor brasileiro em cantar o hino de seu país foi determinante para que o Brasil derrotasse a Furia na final realizada no Maracanã. Faz sentido, afinal a Seleção Brasileira terminou a competição vencendo todos os jogos com relativa facilidade. Provavelmente, os outros adversários compactuam com a opinião de Del Bosque e sentiram-se esmagados em campo pela força do povo brasileiro.

O resultado da "confusão" foi uma dupla vitória ao Brasil: o brasileiro conseguiu demover os governantes da ideia de elevar as taxas das passagens do transporte coletivo, e a Seleção conquistou seu terceiro título na Copa das Confederações como uma espécie de "efeito colateral" das manifestações, algo que não era esperado ou desejado mas terminou por ocorrer.

E o que esperar de 2014? Existe a preocupação por parte de FIFA e do governo brasileiro com relação à eclosão de novos protestos durante a Copa do Mundo. Eu, no entanto, vejo com bons olhos as possíveis novas manifestações durante a competição. O brasileiro teria uma excelente oportunidade para revindicar os seus direitos e exercer a sua cidadania -sim, afinal ser cidadão de um país não é ser ufanista e sim agir por um país melhor. E, claro, os adversários tremeriam de medo ao ouvir a magnífica letra composta por Olavo Bilac, sejam eles os adversários do povo brasileiro, sejam eles os adversários da Seleção Brasileira.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Briga Vermelha

Imagem extraída do Facebook oficial do Liverpool- http://www.facebook.com/BrasilLFC

O jogo entre Arsenal e Liverpool foi no dia 2 de novembro, mas os dois clubes de vermelho continuam brigando. E brigando muito pela liderança.

Os resultados do último final de semana (empate por 0x0 entre Chelsea e Arsenal, e vitória por 3x1 do Liverpool sobre o Cardiff City) colocaram os dois times na liderança, ambos com 36 pontos em 17 jogos. Os Reds levam vantagem sobre os Gunners no saldo de gols.

O Arsenal chegou a abrir quatro pontos de vantagem sobre o segundo lugar, mas os tropeços diante do Everton e Manchester City fizeram os londrinos perderem pontos e o time da terra dos Beatles acabou encontrando a oportunidade de subir na tabela e reaver a liderança.

O Liverpool, no entanto, terá de provar nas próximas duas rodadas se está realmente apto a brigar pelo título após anos de jejum. Fará o mesmo caminho do Arsenal e enfrentará os milionários Manchester City e Chelsea em sequência, em dois "jogos de seis pontos".

Minha torcida continua sendo para que Gunners e Reds continuem na liderança por muito tempo, afinal são duas equipes tradicionalíssimas do futebol inglês mas que, infelizmente, não conquistam grandes títulos há anos. Ficaria muito feliz em presenciar o renascimento das duas equipes vermelhas.

Ainda não decidi para qual dessas duas equipes da Inglaterra torcerei: gosto do Arsenal pela qualidade do futebol jogado e do Liverpool por ser uma equipe simpática e também por influência de um amigo inglês. Para todas as finalidades, me declaro torcedor das duas equipes.

Raízes

Imagem extraída de http://www.facebook.com/FundacaoCafu

É sabido que a maior parte dos jogadores brasileiros tem origem humilde. Muitos nasceram e cresceram em comunidades carentes, tiveram infância pobre e sentiram na pele o que é viver à margem da sociedade.

O futebol, para muitos, é muito mais do que uma profissão: é uma maneira dessas pessoas outrora marginalizadas serem reconhecidas como cidadãos. Um meio que possibilita a uma pessoa de origem humilde ascender na sociedade.

Alguns desses atletas, no entanto, costumam esquecer suas origens ao conseguirem a tão desejada ascensão social. A fama e a fortuna trazidas pelo futebol abre um mundo de possibilidades aos jogadores, o qual eles jamais teriam acesso enquanto viviam na miséria. O "ter" e o "poder" sobem a cabeça daqueles que, há algum tempo atrás, nada tinham. Alguns, inclusive, chegam a rejeitar suas origens humildes.

O cantor Mano Brown, em uma polêmica entrevista concedida à revista Trip em 1999, havia feito duras críticas a atletas que dão as costas às suas origens. Segundo o rapper, "jogadores só pensavam em arrumar uma namorada loira, um carro importado e ir a boates". Não compactuo com as declarações de Brown, mas compreendo sua revolta: o sonho de muitos desses atletas não é meramente melhorar de vida, e sim fazer parte daquela classe social que outrora os rejeitava pelo fato de serem pobres. Alguns críticos mais exaltados consideram a atitude desses jogadores como uma maneira para que a pobreza e a distância entre as classes sociais sejam mantidas -o que chamariam de "reacionário" ou "aquele que reproduz o sistema".

Não julgo os atletas por suas atitudes. Acredito que os jogadores podem fazer o que bem entendem com os vencimentos que recebem, desde que não infrinjam a lei ou prejudiquem outras pessoas. Eu, portanto, não os condeno por ostentarem belas namoradas, veículos possantes ou frequentarem festas da alta sociedade. Se ninguém está sendo prejudicado com isso, é do direito deles, para o bem ou para o mal.

Eu, no entanto, admiro os atletas que colecionaram títulos e troféus em suas carreiras e, mesmo assim, não renegam suas origens. Um destes jogadores é o ex-lateral-direito Cafu (foto), capitão da Seleção Brasileira pentacampeã em 2002. Não me lembro o articulista que escreveu isso, mas o autor exaltou a atitude de Cafu ao exibir uma camiseta com os dizeres "100% Jardim Irene", um bairro situado na periferia da Zona Leste de São Paulo. O atleta fez questão de demonstrar como se orgulha de suas origens diante de espectadores de todo o mundo. E até hoje continua contribuindo para que crianças pobres, como ele foi um dia, tenham uma oportunidade de melhorar de vida e possam ser respeitadas como cidadãos.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Os Melhores de 2013- Futebol Brasileiro

Imagem extraída de http://www.facebook.com/cruzeirooficial

O futebol brasileiro em 2013 deu mostras de que os times continuam nivelados por baixo, às exceções de Cruzeiro e Atlético Mineiro. É incrível como nossos "professores" não se conscientizam de que é necessário vencer as partidas para conseguir os resultados e, por consequência, os títulos. Mas a grande maioria dos treinadores arma suas equipes muito mais para evitar uma derrota do que buscar uma vitória. E dão a desculpa dizendo que o campeonato é muito longo, que o elenco é limitado, que o objetivo time é só a vaga para a Libertadores, e por aí vai.

Farei um pequeno balanço do futebol brasileiro em 2013 mais ou menos da mesma forma que o jornalista Leonardo Bertozzi fez na Eurocopa em 2012. Foi um modelo muito divertido e original de se avaliar as equipes.

Lembrando que estou destacando os atletas apenas pelo desempenho ao longo do ano, e não pelo fato de serem craques ou diferenciados, OK?


CRUZEIRO: a Raposa foi uma honrosa exceção em meio a tantos times pragmáticos, afinal foi a única equipe a apresentar um bom futebol de verdade com jogo coletivo e ofensividade, enquanto as demais equipes só apresentaram lampejos. Gostaria muito que o exemplo do treinador Marcelo Oliveira fosse repetido nos demais times e também na Seleção, afinal se nos consideramos o "País do Futebol", deveríamos provar isto para o mundo ao apresentar o fino da bola ao invés de ficar dando trombada e chutão.

Destaque- Éverton Ribeiro: mobilidade, proatividade, passes precisos e eleito o melhor atleta do Brasileirão de 2013 com louvor.


GRÊMIO: o Imortal de Renato Gaúcho jogou com um futebol pragmático e o treinador fez questão de exaltar esta característica. A equipe foi vice-campeã muito mais por jogar na "raça" do que no talento, salvo por algumas poucas exceções, como Vargas, Dida, Barcos e Zé Roberto. A equipe que disputará a Libertadores em 2014 será completamente diferente, já que Renato Gaúcho, Dida, Vargas e Zé Roberto estão de saída.

Destaque- Alex Telles: foi contratado para ser reserva de André Santos e acabou ganhando a titularidade da equipe e sendo eleito melhor lateral-esquerdo do Brasileirão.


ATLÉTICO-PR: não jogou um futebol brilhante e nem teve os recursos financeiros de seus rivais, mas conseguiu brigar de igual para igual com todos eles e até mesmo superá-los a ponto de voltar a Libertadores após quase dez anos de ausência (sua última participação foi em 2005, quando foi vice-campeão). Espero que com a verba adicional obtida com a vaga na competição continental, o Furacão invista na qualidade do futebol para não ficar dependendo apenas da raça.

Destaque- Paulo Baier: o veterano meia gaúcho utilizou a experiência a favor de seu time na criação de jogadas e também nas bolas paradas.


BOTAFOGO: o Fogão, por muito pouco, não fica fora da Libertadores. Após um primeiro semestre brilhante com a conquista do estadual, rendimento da equipe caiu de forma assustadora após a eliminação na Copa do Brasil e o principal atleta da equipe, Seedorf, passou a ser contestado pelo torcedor. O Glorioso, felizmente, se recuperou na reta final e terá a grande chance de se redimir dos tropeços.

Destaque- Jefferson: voltou a demonstrar a segurança de temporadas anteriores e, em decorrência disso, recuperou sua vaga na Seleção Brasileira.


VITÓRIA: o Nego começou o Brasileirão com tudo, mas sofreu com a lesão de Maxi Biancucchi (seu principal jogador até então) e o rendimento da equipe caiu junto. Ainda assim, não dá para dizer que a temporada do time baiano tenha sido um fracasso, afinal um quinto lugar não chega a ser um demérito para uma equipe que havia acabado de voltar da Série B.

Destaque- Dinei: vice-artilheiro do Brasileirão junto com Hernane (ambos com 16 gols).


GOIÁS: os esmeraldinos, assim como o Vitória, sentiram a ausência de seu principal jogador, Walter, e a equipe perdeu o gás na reta final. Mas, assim como os baianos, temos que levar em conta que a equipe goiana acabou de voltar do rebaixamento e, portanto, o desempenho alcançado foi muito acima do esperado.

Destaque- Walter: mesmo fora de forma, o atacante, anotou muitos gols, demonstrou muita técnica e muita qualidade no passe. Os goianos sentirão sua falta em 2014, uma vez que ele está retornando ao Porto.


SANTOS: o Peixe já havia caído de rendimento com a perda de Ganso no ano passado e a situação piorou com a saída de Neymar após a Copa das Confederações. Com isso, a equipe voltou a ser um time comum a despeito de alguns lampejos em campo. O técnico Claudinei Oliveira também perdeu a grande chance de apostar nos garotos e deixar uma base pronta para 2014, mas optou pelo resultado a curto prazo e pagou o preço.

Destaque- Cícero: "trocado" por Ganso com o São Paulo, foi um jogador que demonstrou qualidade, esforço e regularidade em campo durante a temporada.


ATLÉTICO-MG: a surpreendente derrota para o Raja Casablanca no Mundial não tira os méritos da equipe em 2013, que apresentou um meio-de-campo com muita qualidade, velocidade e ofensividade. A equipe mineira faturou o estadual e a Libertadores com todos os méritos e demonstrou que ainda vale a pena acreditar no futebol brasileiro, cada vez mais contaminado pela covardia e pelo pragmatismo. A saída de Cuca, no entanto, pode ser um problema para o Galo.

Destaque- Ronladinho: não é mais o mesmo que venceu a Champions League pelo meu Barcelona, mas ainda é um craque e diferenciado.


SÃO PAULO: o meu Tricolor foi uma bomba-relógio durante todo o primeiro semestre. As eliminações no Paulistão e na Libertadores esquentaram a temperatura no clube e os problemas políticos passaram a interferir no desempenho do time. A equipe quase foi rebaixada, mas em um raro lampejo de bom senso dos dirigentes, Muricy Ramalho voltou ao Morumbi, salvou a equipe e, por pouco, não recoloca o São Paulo na Libertadores.

Destaque- Ganso: voltou a ser o meia elegante e diferenciado que brilhou no Santos em 2010 após muitos meses de lesões e críticas pelo desempenho abaixo do esperado.


CORINTHIANS: o Timão fez uma campanha inversa ao do São Paulo, afinal conquistou dois títulos no primeiro semestre (Paulistão e Recopa) e demonstrava que manteria o grande desempenho de 2012. Mas no segundo semestre, a equipe caiu muito de rendimento, os outrora ídolos passaram a ser contestados pela torcida e o técnico Tite pagou o pato. A diretoria também errou ao apostar em medalhões que terminaram por não corresponder às expectativas criadas.

Destaque- Gil: zagueiro que ajudou a manter a segurança da zaga do Timão e fez a torcida se esquecer de Chicão e Castán rapidamente.


CORITIBA: o Coxa estava voando no primeiro semestre com direito a título estadual, mas a queda de rendimento de Alex parece ter interferido no desempenho do elenco e o time quase amargou seu terceiro rebaixamento neste século. Salvou-se no último jogo porque encontrou um São Paulo sem mais nenhum interesse no Brasileirão.

Destaque- Alex: gênio com a bola e também com as palavras. Alex é um tipo de atleta que faz a diferença no futebol brasileiro em todos os sentidos.


BAHIA: equipe muito instável que alternou bons e maus momentos. Ora disputava uma vaga na Libertadores com o pelotão de frente, ora lutava contra o descenso contra as equipes de baixo. Salvou-se graças às últimas partidas quando encontrou adversários mais fracos ou que não tinham mais interesse no Brasileirão.

Destaque- Marcelo Lomba: goleiro que, se não fosse por ele, o Bahia estaria em situação bem pior.


INTERNACIONAL: uma das maiores decepções do futebol brasileiro em 2013. A equipe faturou o estadual deste ano e investiu pesado em reforços, incluindo o técnico Dunga, o atacante Nacho Scocco e o meia Alex Raphael. A equipe, no entanto, apresentou um futebol muito abaixo do esperado, surpreendentemente, terminou o Brasileirão fugindo do rebaixamento e viu alguns de seus grandes astros como Forlán e Damião caírem de rendimento.

Destaque- D'Alessandro: talvez o único que tenha se salvado em meio a tantos atletas burocráticos.


PORTUGUESA: equipe que, ciente de suas limitações, lutou como pôde e acabou se salvando da queda. Ou não, uma vez que o clube foi acusado de atuar com um jogador irregular e a Lusa pode acabar caindo dependendo da decisão do STJD.

Destaque- Gilberto: fez gols importantes e manteve a Lusa respirando no Brasileirão.


CRICIÚMA: o Tigre era candidato ao rebaixamento desde o início do Brasileirão uma vez que era considerado o "mais fraco" das quatro equipes que subiram em 2012 (Atlético-PR, Goiás, Vitória e Criciúma). Não tiro os méritos da equipe, mas a incompetência dos rivais que estavam abaixo na tabela contribuíram muito para a salvação dos catarinenses.

Destaque- Lins: artilheiro da equipe do ano e de malas prontas para jogar no exterior.


FLAMENGO: o Mengão passou boa parte do ano balançando. O treinador Mano Menezes tentou recriar o Corinthians de 2009, mas o tempo passou e muitos daqueles atletas já não apresentavam o mesmo brilho. A demissão do treinador gaúcho e a efetivação do técnico Jayme de Almeida foram considerados fatores cruciais para que o Rubro-Negro se recuperasse e vencesse a Copa do Brasil.

Destaque- Elias: um dos poucos "filhos" de Mano Menezes que deu certo. Boa participação na armação das jogadas e também na marcação, após passagens apagadas por Atlético de Madrid, Sporting e Seleção Brasileira.


FLUMINENSE: a meu ver, a derrocada do Flu começou com a demissão do técnico Abel Braga após a eliminação da Libertadores, o que eu considerei uma grande injustiça. Depois do incidente, o Tricolor trocou várias vezes de treinador, deu azar de perder atletas importantes (Fred e Carlinhos) por lesão e a equipe desabou na tabela. A equipe cairia para a Série B, mas se salvou graças a uma suposta irregularidade da Portuguesa.

Destaque- Diego Cavalieri: um dos poucos que se salvaram em um elenco tão pragmático.


VASCO: tem gente que não aprende mesmo... Cinco anos após o vexame de 2008, lá está o Cruzmaltino de volta à Série B. E o pior é que a equipe tinha elenco para se salvar -Juninho Pernambucano, Cris, André e Guiñazú. Os problemas nos bastidores e as constantes torcas de treinadores culminaram em mais esta campanha fraquíssima do Vasco.

Destaque- Juninho Pernambucano: um dos poucos (talvez o único) que sabem jogar bola no time e que apresentavam lucidez no elenco.


PONTE PRETA: a Macaca errou ao trocar tantas vezes de técnico (passaram pelo clube Guto Ferreira, Carpegiani e Jorginho) e ao apostar todas as suas fichas na Sulamericana. Como escrevi em outro post, se não fosse por isso, tenho certeza que a Ponte estaria jogando a Série A em 2014 e, quem sabe, disputando a Libertadores do próximo ano. Não podemos, no entanto, tirar os méritos do técnico Jorginho e do time que foi guerreiro e conquistou o vice da Sulamericana 2013 na raça.

Destaque- Rildo: autor de gols importantes e alvo de grandes clubes para 2014.


NÁUTICO: o Timbu sofreu o ano inteiro com problemas em todo o clube. O ápice da crise foi o desentendimento entre dirigentes e atletas no final do ano, quando os jogadores ameaçaram fazer greve devido a salários atrasados. O futebol apresentado também foi muito fraco e os pernambucanos sofreram até mesmo nas mãos de equipes em crise como o São Paulo e o Vasco. Espero que com a temporada na Série B, o Alvi-Rubro consiga arrumar a casa e voltar à elite para 2015.

Destaque- Maikon Leite: após temporadas ruins no Palmeiras, voltou a brilhar em campo.


PALMEIRAS: coloquei o Verdão aqui, afinal o lugar de um time grande é junto com outros times grandes. A equipe apresentou muita irregularidade no primeiro semestre, variando desde vitórias brilhantes na Libertadores até vexames como a goleada por 6x1 ante o fraco Mirassol. Com mais sorte, a equipe até poderia ter ido às quartas-de-final da Libertadores, mas foi surpreendido em casa pelo Tijuana que, teoricamente, não brigava pelo título da competição. O segundo semestre, aconteceu como esperado: retorno à Série A e o bicampeonato da Segunda Divisão. Era obrigação do Palestra conquistar estes feitos, mas isso não tira os méritos do time.

Destaque- Valdívia: após passar muito tempo sendo contestado pelo torcedor, voltou a brilhar em campo com seus dribles e criatividade. Seus feitos fizeram o técnico Jorge Sampaoli convocá-lo novamente à Seleção Chilena neste ano.


Concorda? Discorda de algo? Faltou destacar alguém? Escreva nos cometários!

Bonequinha Osso Duro de Roer

Imagem extraída de http://www.facebook.com/TorcidaMolicoOsasco

Quem olha para o rosto delicado da ponteira Sanja Malagurski, nem imagina que a sérvia seja dona de uma potente cortada. E foi com seus poderosos ataques que ela ajudou a decidir o clássico entre Molico/Nestlé e Unilever/Rio de Janeiro, realizado ontem no Ginásio José Liberatti.

A partida foi bastante equilibrada. Os dois times que servem de base para a Seleção Brasileira justificaram em quadra porque suas atletas têm presença constante no selecionado nacional, apresentando um vôlei de altíssimo nível.

O time carioca contava com um excelente ataque protagonizado pela também sérvia Mihajlović que anotou 12 pontos para o Unilever, enquanto o Molico contava com um bloqueio eficiente graças às suas atletas altas na rede. O time da casa, empurrado pela sua torcida, prevaleceu graças às boas atuações de Sheilla, Adenízia e, principalmente, Sanja, maior pontuadora da partida (15) e eleita a melhor em quadra. O placar foi de 3x0 para as paulistas com parciais de 21/19, 21/16 e 21/17.

Com o resultado, o time de Osasco dispara na liderança com 37 pontos contra 30 do vice-líder Unilever. O Molico está invicto na competição com 13 vitórias em 13 jogos e encerra o ano com o título simbólico do primeiro turno.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/TorcidaMolicoOsasco

Parabéns ao Molico/Nestlé pela vitória incontestável e à ponteira Sanja que evoluiu muito no vôlei brasileiro!


Leia mais:

Melhor do Vôlei- Imbatível, Molico Osasco faz 3 a 0 na Unilever em clássico com toque sérvio: http://www.melhordovolei.com.br/index.php/noticias/nacional/item/7065-imbativel-molico-osasco-faz-3-a-0-na-unilever-em-classico-com-toque-servio

Saque Viagem- Malagurski sai consagrada de seu 1º superclássico: http://www.saqueviagem.com.br/volei/noticias_detalhe.php?idPost=12888777

Saque Viagem- Molico dá adeus a 2013 com triunfo sobre Unilever: http://www.saqueviagem.com.br/volei/noticias_detalhe.php?idPost=12885384

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Alemães à Espreita

Imagem extraída do Facebook oficial de Philipp Lahm- http://www.facebook.com/PhilippLahm

Eu credito o favoritismo ao Brasil na próxima Copa do Mundo. Como nós pudemos ver durante a Copa das Confederações neste ano, o fato da Seleção Brasileira estar jogando em casa faz muita diferença. O torcedor brasileiro e o clima de nosso país intimidaram até mesmo a poderosa Espanha.

Mas caso o Brasil não se saia bem em 2014, eu indicaria a Alemanha de Philipp Lahm (foto) como a segunda maior favorita à taça. E motivos não faltam para a Mannschaft ser considerada favorita ao tetra.

A primeira razão é o desempenho da Alemanha nas últimas três copas do mundo: todos os últimos campeões oscilaram bastante entre 2002 e 2010, enquanto a Alemanha, apesar de não conseguir títulos, nunca voltou de mãos vazias nos três últimos mundiais. Foram dois terceiros lugares (2006 e 2010) e um vice (2002). Diz aquele ditado: "água mole, pedra dura, tanto bate até que fura". De tanto buscar, a Seleção Alemã pode conseguir a taça em 2014.

O segundo fator é a qualidade técnica do time: hoje vejo o futebol alemão pelo menos um nível acima do espanhol e do italiano. Comecemos pela Bundesliga, que apresenta muita competitividade, boas partidas e bom futebol, apesar do campeonato ser polarizado para o Bayern München.  A respeito da Champions League, nem preciso me alongar porque eu vivo exaltando os dois últimos finalistas -o próprio Bayern e o meu Borussia. E na Champions 2013-14, TODOS os quatro representantes alemães (Bayern, Borussia, Leverkusen e Schalke 04) estão classificados para as oitavas-de-final. Mais um argumento a favor da qualidade das equipes germânicas.

Os jogadores também são excelentes, tanto individualmente quanto coletivamente. Mesut Özil, por exemplo, vem fazendo toda a diferença no Arsenal: é o meia alemão quem organiza as jogadas e cria as melhores chances de gol. Os Gunners lideram a Premier League 2013-14 graças a Özil e também ao volante galês Ramsey.

Por fim, os treinadores são de excelente qualidade, sabendo armar boas equipes. Os técnicos mantêm uma base no time, mas promovem constantes renovações na equipe, sem sacrificar os veteranos ou a qualidade técnica. Não duvido que garotos Julian Draxler, Marco Reus, Mario Götze, İlkay Gündoğan ou os irmãos Bender sejam titulares da equipe junto com os experientes Klose, Lahm e Schweisteiger. E o estilo de jogo sabe unir a defesa e o ataque na medida certa.

O Brasil segue como franco favorito para 2014. Não tenho dúvidas disso. Mas se os brasileiros vacilarem, pode ter a certeza de que a taça tem boas chances de parar nas mãos do capitão Lahm.

Raciocinar É Preciso

Imagem extraída do Facebook oficial do Borussia Dortmund- http://www.facebook.com/BVBorussiaDortmund09

Trabalhei por três semestres como assistente de professor universitário (e não como professor-assistente -são duas coisas bem diferentes). Durante esse período, ajudei a elaborar exercícios em sala, aulas práticas, atividades extra-classe e provas.

Essa experiência fez com que eu desenvolvesse uma filosofia clara de ensino: para mim, o mais importante no aprendizado não é memorizar todo o conteúdo de aulas ou livros, e sim utilizar esse conteúdo para gerar novos conhecimentos. Para isso, eu procurava elaborar questões que exigissem raciocínio do aluno. Não as considerava difíceis, mas eu procurava escrever perguntas desafiadoras que exigissem que o aprendiz se desprendesse dos livros e aprendesse a pensar fora do lugar comum.

Fazia isso porque acredito que um farmacêutico, em sua área de atuação, pode se deparar com situações inexplicáveis. Ele pode, por exemplo, se deparar com pacientes que não respondem a um certo tratamento e ter de buscar explicações ou alternativas para esse tipo de situação. E esse tipo de resposta dificilmente se encontra em livros.

Penso também que esse tipo de filosofia é perfeitamente aplicável no futebol, afinal o treinador e o atleta também precisam estar prontos para se desprenderem de seu modus operandi quando possível e improvisar quando necessário. O Barcelona e o Borussia Dortmund, por exemplo, atacam trocando passes. Mas o que acontece quando um adversário encontra um meio de deter o toque de bola? Já expliquei em outros posts que toda estratégia quando utilizada repetidamente torna-se previsível.

Milan e PSG conseguiram impedir o Barça de tocar a bola utilizando uma estratégia formulada por Roberto Di Matteo e seu Chelsea em 2012. Mas o então treinador Jordi Roura achou a resposta para vencer o jogo: adiantou um zagueiro e os laterais mudando o esquema de 4-3-3 para 3-1-3-3. A marcação adversária ficou sobrecarregada e os catalães venceram.

O Málaga também havia travado o Borussia Dortmund durante uma partida da Champions League e o empate classificaria o time da Andaluzia. Mas Jürgen Klopp adotou uma "tática suicida" e liberou todos os volantes, laterais e o zagueiro Felipe Santana para subirem à área adversária. O BVB derrotou os espanhóis e se classificou às semifinais.

Os atletas daqui não costumam chamar os treinadores de "professores"? Pois bem, acredito que como tal, os "professores" deveriam ensinar algo aos atletas. Transmitir os fundamentos básicos do futebol, ensinar aos atletas como agir em grupo e, principalmente, incentivar o jogador a usar o raciocínio para lidar com situações inesperadas, aquelas em que o adversário, de alguma forma, consegue anular a estratégia do time. Ensinar os atletas como se desprender daquela estratégia que o time treinou a esmo e surpreender o rival. Roura e Klopp venceram suas partidas porque se desprenderam de suas estratégias padrão e adotaram táticas que os adversários não esperavam.

Já disse Sun Tzu em A Arte da Guerra que a estratégia se baseia no engano e, portanto, é muito importante tornar-se imprevisível para vencer. Ter muitos recursos à disposição é fundamental para surpreender o adversário, e é essencial analisar cautelosamente o rival mudando a estrategia conforme a necessidade.

A universidade ensina e gera novos conhecimentos a partir dos já existentes. Penso que um treinador pode fazer o mesmo ao invés de meramente comandar atletas como robôs. Basta ter competência e paciência.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Outras Realidades

Imagem extraída de http://www.facebook.com/CbHbConfederacaoBrasileiraDeHandebol

Existem dois tipos de realidade: aquela que as entidades governamentais e a imprensa insistem em nos mostrar para tentarem nos provar que o Brasil vai às mil maravilhas, e a outra que vive escondida à margem da sociedade e que só vem à tona quando algo grandioso -uma catástrofe ou um grande feito- ocorre.

O que se mostra no esporte brasileiro é apenas futebol. E só futebol masculino. Com muita boa vontade, as emissoras mostram um pouco do vôlei e do basquete. As outras modalidades só aparecem na mídia quando conquistam alguma medalha de ouro. Caso contrário, são tratadas como se nunca existissem.

Me comoveu ver cenas como a da ginasta Jade Barbosa tendo de implorar para que alguém se sensibilizasse com a sua situação e custeasse seu tratamento quando sofreu uma lesão em 2009. O tenista Gustavo Kuerten também sempre solicitava mais incentivos no tênis às autoridades, que não passaram de promessas. São exemplos de atletas que eram lembrados pela mídia e pelas autoridades apenas enquanto estavam no auge. Hoje, talvez ninguém mais se lembre deles.

A vitória da Seleção Feminina de Handebol foi uma conquista histórica para o esporte brasileiro. A categoria jamais havia ido tão longe em um mundial. O título era meramente um sonho que hoje se tornou realidade apesar da categoria ser muito pouco lembrada. Nossas meninas venceram as sérvias, donas da casa, pelo placar de 22 x 20, em uma partida disputadíssima.

Praticamente nenhuma emissora botou fé em nossas atletas e no técnico Morten Soubak, tanto que apenas um canal televisivo, a emissora paga Esporte Interativo, exibiu as partidas, o que justificou o título de minha resenha anterior a respeito da modalidade, "Heroínas Invisíveis".

Agora estão todos felizes dizendo que o Brasil sempre acreditou nas atletas, que os incentivos sempre existiram mas eram pouco divulgados, e por aí vai. Mas eu duvido que os investimentos na categoria aumentem. No máximo, o handebol brasileiro vai virar "modinha" e a mídia só dispensará atenção à modalidade enquanto continuarem apresentando bons desempenho: na primeira eliminação que sofrerem, serão chamadas de "perdedoras" e voltarão ao esquecimento. Foi o que aconteceu com muitos de nossos atletas en outras modalidades.

Parabéns às meninas da Seleção Brasileira de Handebol e ao treinador Morten Soubek. O mérito é de vocês e apenas de vocês, que lutaram contra todas as adversidades e mostraram que o Brasil tem outras categorias além do futebol.

Não se Deve Subestimar a Opinião Pública

Imagem extraída de http://www.facebook.com/FluminenseFC

2013 foi definitivamente o ano em que o povo brasileiro mostrou toda a sua força, independente da motivação.

Tivemos o aumento do preço das passagens aqui em São Paulo: o Prefeito Fernando Haddad e o Governador Geraldo Alckmin mostravam-se pouco dispostos a negociarem com os manifestantes, mas tiveram de ceder após a intensificação dos protestos diante das negativas. Ainda sobre os protestos contra o aumento das passagens, a revista Veja havia publicado uma matéria em seu site elogiando a ação policial e condenando a atitude dos manifestantes. A repercussão foi tão negativa que o veículo foi obrigado a baixar o tom nas reportagens seguintes.

Tivemos também o caso envolvendo o Instituto Royal e a acusação de maus-tratos a animais. Os responsáveis pelo laboratório tentaram argumentar alegando que os procedimentos eram feitos conforme regulamentação da ANVISA e outros órgãos competentes, mas a repercussão negativa por parta da população obrigou a instituição a fechar as portas.

Obviamente, a política e ciência são assuntos de muito mais importância e relevância que o esporte. Um amigo meu, inclusive, definiu o futebol como "a coisa mais importante das menos importantes".

O rebaixamento da Portuguesa nos tribunais e a consequente salvação do Fluminense, no entanto, revoltaram a população brasileira e a opinião pública ficou contra o Tricolor das Laranjeiras. Pesou contra o clube carioca o fato do Flu ter escapado outras vezes do rebaixamento no passado em casos que foram considerados "viradas de mesa".

O presidente do clube carioca, Peter Siemsen (foto) argumentou em defesa da instituição que o Fluminense é quem foi prejudicado durante o Campeonato Brasileiro 2013. E ainda alegou que os "formadores de opinião" estariam direcionando a opinião pública contra o clube das Laranjeiras.

A Portuguesa supostamente cometeu uma irregularidade ao escalar o meia Héverton -nesta semana, surgiu a notícia de que o meio-campista estava em situação regular e, portanto, poderia atuar na 38ª rodada. Até que se consiga provar o contrário, a Lusa, de fato, cometeu uma irregularidade.

O cartola do Tricolor, no entanto, deveria compreender o porquê do Fluminense ter sido taxado como o "vilão" da história. Suas tentativas de colocar seu clube como "vítima" e sugerir que o torcedor "não se iniba em usar sua camisa" são atitudes que considero muito perigosas, dependendo da interpretação e podem piorar a situação . Segundo matéria do jornal Lance, torcedores e atletas do Flu vem sendo hostilizados por causa da decisão do STJD.

Não se deve peitar a população. Se quer provar que o clube está sendo injustiçado, deve-se ater em argumentos razoáveis, e não conclamar os torcedores para "resistam bravamente". Esse tipo de declaração poderia até mesmo colocar em risco o torcedor comum, aquele que só quer vestir a camisa de seu time preferido para torcer. A situação atual demanda que tanto o clube quanto o torcedor esperem a poeira baixar e, por enquanto, deixar o caso por conta dos advogados.

Não é apenas o torcedor da Portuguesa que está com raiva: a maior parte da população brasileira está contra o Fluminense neste momento. Um prefeito e um governador foram obrigados a retroceder após contrariarem a opinião pública neste ano. Imaginem, então, o que poderia acontecer com um clube de futebol caso a população interprete as palavras do dirigente como uma "afronta".

sábado, 21 de dezembro de 2013

Missão 5 Cumprida

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- http://www.facebook.com/FCBayern

Deu a lógica na final do Mundial Interclubes: o Raja Casablanca, mesmo com a torcida e o mando de jogo a favor, não conseguiu deter o Bayern München. A equipe bávara, com o resultado, sagra-se definitivamente como o melhor time do ano.

Guardiola aproveitou a partida para dar ritmo de jogo a alguns atletas que estão voltando de lesão, como Xherdan Shaqiri e Thiago Alcântara. Os bávaros venceram o jogo com dois gols brasileiros -o primeiro do zagueiro Dante após cobrança de falta de Shaqiri, e outro de Thiago após cruzamento de Alaba. O Raja, por sua vez, pouco incomodou e parecia mais preocupado em se defender do que criar chances de gol. Até deram alguns sustos em contra-ataques, mas perderam muitos gols. E passaram boa parte do jogo correndo atrás da bola -pois é, agora o Tiki-Taka definitivamente faz parte do Bayern.

O título mundial é a cereja do bolo para condecorar a equipe que, após bater na trave duas vezes na Champions (2010 e 2012), encerra uma temporada arrasadora com chave de ouro. A "Missão 5" foi cumprida com todos os méritos.

Na disputa pelo terceiro lugar, o Atlético Mineiro perdia a partida por 2x1, mas virou para 3x2 no último minuto, com direito a Ronaldinho Gaúcho expulso. O clube mineiro parecia muito apático em campo, provavelmente abalado pela derrota inesperada para o Raja na última quarta-feira.

Parabéns ao Bayern pela temporada magnífica. Apesar de ser torcedor do Borussia, eu espero que a equipe bávara continue nos brindando com este belo futebol, que combina toques de bola do futebol espanhol com a velocidade típica do futebol alemão.

Eles São Apenas Garotos!

Imagem extraída de http://www.facebook.com/AdnanJanuzaj

Nesta temporada eu vi surgirem pelos menos três craques em potencial: o meia kosovar Adnan Januzaj (do Manchester United), o atacante camaronês Jean Marie Dongou (do meu Barcelona) e o ala espanhol Adama Traoré (filho de malineses, também revelado pelo meu Barça). O trio estreou no time profissional de seus respectivos clubes nesta temporada, mas já impressionaram os olheiros.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/AdnanJanuzaj

Januzaj (foto) impressionou a todos ao marcar os dois gols do Manchester United na vitória por 2x1 sobre o Sunderland, em partida válida pela sétima rodada da Premier League. O garoto kosovar de apenas 18 anos imediatamente gerou uma discussão a respeito de qual seleção iria defender -Bélgica e Inglaterra estavam de olho no meia, mas ele teria declarado que gostaria de representar o Kosovo, a terra natal de seus pais.


Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona-
http://www.facebook.com/fcbarcelona

O centroavante Dongou (à esquerda na foto) chamou a minha atenção no amistoso contra o Valerenga, disputado durante a pré-temporada do meu Barça. Partida, aliás, que eu tive o prazer de ver pela televisão. O camaronês anotou dois tentos contra o time norueguês e fez muito bem o pivô na vitória por 7x0 sobre os noruegueses. Ele chegou ao clube catalão através de uma escolinha de futebol fundada pelo compatriota Samuel Eto'o e já vem sendo comparado ao conterrâneo mais famoso.


Imagem extraída do site oficial do Barcelona-
http://www.fcbarcelona.cat/

O atacante Traoré (foto) é espanhol e filho de malineses, o que justifica seu sobrenome. Aos 17 anos e vindo de infância pobre na Catalunha, Adama estreou contra o Granada e quase anotou um gol. Ele cresceu rapidamente na cantera do Barça, impressionou a todos nas categorias de base do clube catalão e já há a expectativa de que ele possa ser um "novo Messi".

Sim, os três são craques em potencial. Jogaram alguns minutos, mas já demonstraram seus talentos. No entanto, me preocupa o excesso de elogios feitos por torcedores e, principalmente, da imprensa sensacionalista.

Não se deve elogiar os garotos em demasia e nem sair dizendo que eles são um "novo Eto'o" ou um "novo Messi". Esse tipo de comparação é muito perigosa e pode prejudicar a carreira dos meninos ao criar uma expectativa exagerada sobre eles. Aqui mesmo no Brasil sempre surge um "novo Neymar" ou um "novo Kaká" todos os anos, mas os elogios exagerados sempre terminam por desviar as promessas do caminho correto, ou então descobre-se que muitos desses garotos eram apenas superestimados.

Januzaj, Dongou e Traoré ainda são jovens. Acabaram de deixar a adolescência e estão experimentando a sensação de se tornarem adultos e profissionais. Eles provavelmente são bons jogadores, mas precisam tomar muito cuidado com as armadilhas da fama que impediram muitos garotos como eles de se tornarem grande atletas. Falo a respeito de oportunistas que querem levá-los ao mal caminho e sugar o sangue o máximo que puderem.