sábado, 31 de maio de 2014

Não Caiam no Conto da Espanha

Imagem extraída do Facebook oficial de Andrés Iniesta- https://www.facebook.com/AndresIniesta/

Muitos comentaristas estão dizendo que a Espanha está ultrapassada, baseando-se nos placares magros dos amistosos recentes, no fato de muitos treinadores terem encontrado "antídotos" para o Tiki-Taka, levando-se em conta a goleada para o Brasil na Copa das Confederações e argumentando que muitos de seus jogadores já estão "velhos". De fato, Xavi, Iniesta (foto), Xabi Alonso, Casillas, Fernando Torres e Villa têm trinta anos ou mais.

É bom, no entanto, não subestimar a Espanha em nenhuma hipótese. A Furia adora se fingir de morta em amistosos ou nas etapas iniciais das competições, para depois crescer nos campeonatos e faturar os títulos.

Na última Copa do Mundo, a Espanha estreou com derrota para a mediana Suíça e penou para conseguir sua vaga para o mata-mata. A Roja, no entanto, cresceu durante a competição e faturou seu primeiro título em mundiais. Na Euro 2012, a história não foi diferente: a Espanha fez amistosos fracos antes do campeonato e anotou placares magros durante a fase de grupos, para depois engrossar e fechar a competição com chave de ouro ao golear a Itália por 4x0.

Acrescento ainda um argumento defendido pelo grande Tostão, que afirmou que Xavi e Iniesta já são trintões mas ainda fazem toda a diferença em campo apesar da idade e do histórico de lesões. Mesmo tendo feito uma temporada abaixo das expectativas, o Barcelona e seu poderoso meio-de-campo ainda são uma força a ser temida.

Não caiam nessa de que a Espanha está jogando mal. Tudo o que eles querem é justamente que os adversários pensem isto da Furia.

Ei, Sabella! Nós Estamos Aqui!

Imagem extraída de https://www.facebook.com/atleticooficial

Há algum tempo, publiquei uma resenha afirmando que eram diminutas as chances de algum jogador argentino que atue por aqui ser convocado para a Copa do Mundo. De fato, o único que foi convocado é o zagueiro Nicolás Otamendi, que defende o Atlético Mineiro. O único que vinha sendo chamado, o meia Montillo, transferiu-se para a China no começo do ano e não foi mais convocado.

Fui dar uma olhada na lista de pré-convocados para a Seleção Argentina e notei que o meio-campo da Albiceleste tem apenas o veterano Maxi Rodríguez como meia-armador de ofício. Lucas Biglia, Éver Banega, Fernando Gago e Javier Mascherano são todos volantes (embora Banega e Biglia possam jogar um pouco mais adiantados), enquanto José Sosa, Augusto Fernández e Ángel Di María são todos wingers. Há a possibilidade de se recuar Messi para o meio-de-campo, mas isso seria transformar o melhor atacante do mundo em um meia comum.

Aqui no Brasil, contudo, nós temos vários meias argentinos em boa fase. Algum deles bem que poderiam figurar na lista de Alejandro Sabella e ajudar a Argentina na falta de criatividade, afinal eu já escrevi dezenas de vezes que o problema de Messi na seleção era a falta de meias para ajudá-lo na frente, e não que a Pulga sentia o peso do manto albiceleste.

Jesús Dátolo (foto) vem evoluindo no Galo após ficar encostado no Inter e no próprio Atlético no ano passado. O meia está em boa fase e fez boa partida na última quarta-feira ao anotar um gol e dar o passe para outro. Escalei o jogador no meu Cartola e fiz muitos pontos graças ao argentino.


Imagem extraída de https://www.facebook.com/SCInternacional.Oficial

Andrés D'Alessandro (foto) não é convocado para a sua seleção já faz algum tempo -a última vez foi em 2010 pelo antecessor de Sabella, Sergio Batista. No Inter, contudo, o Cabezón é o craque da equipe e o capitão do time, tamanho o seu prestígio. O camisa 10 dribla, se movimenta, tem visão de jogo e faz muitos gols.


Imagem extraída de https://www.facebook.com/FluminenseFC


Temos ainda o baixinho Darío Conca (foto), ídolo eterno e maestro do Fluminense. O atleta é sempre muito discreto fora de campo, mas dentro dele faz toda a diferença. Difícil ver uma boa jogada do Flu sem passar pelos pés do argentino.

E aí, Sabella. Eles estão todos à sua disposição. Será que alguns desses meias não poderia ser de valia para a Argentina, sobretudo se levarmos em conta que a próxima copa será no Brasil?

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Ilusões?

Imagem extraída do Facebook oficial de Kaká- https://www.facebook.com/Kaka

Jornais afirmam que o São Paulo está atrás de Kaká (foto) e Lugano. Algumas matérias publicaram que o Palmeiras quer Fernando Tobio e Lucas Pratto, ambos ex-comandados de Ricardo Gareca no Vélez Sarsfield. Ontem, li notas afirmando que o Santos tem interesse em Cleiton Xavier, Giuliano e Eduardo Vargas.

Algumas destas especulações vêm dos próprios clubes envolvidos enquanto outras são oriundas de "fontes desconhecidas".

Contratações sempre empolgam o torcedor, sobretudo em momentos de crise. Sempre que algum nome é especulado no seu time de coração, o torcedor vibra e crê que o atleta irá salvar a pátria, ainda mais caso seja um jogador consagrado.

E quando esses jogadores não vêm? O que acontece quando os atletas frustram as expectativas do torcedor e jogam mal? A diretoria do clube é quem paga o pato nesse caso. Dirigentes são chamados de "muquiranas" porque "não quiseram desembolsar o dinheiro para contratar", de "incompetentes" por "terem perdido o atleta para um time rival" e de "burros" porque "trouxeram um jogador ruim".

É justamente por isso que as especulações devem ser encaradas com cautela e não com euforia. Dirigentes não podem enganar seu torcedor com falsas promessas e a imprensa não pode tratar uma mera especulação como um negócio certo. A frustração de um torcedor pode até mesmo se transformar em revolta dependendo do desfecho das negociações, sendo que muitas delas nunca aconteceram e nem vão acontecer.

É sempre bom lembrar que a maioria dessas histórias publicadas são especulações e não fatos concretizados. Muitas dessas especulações, inclusive, acabam se propagando pela internet da mesma forma que as dezenas de boatos políticos-catastróficos que surgem neste ano de eleição.

Uma Rodada Triste para o Bom Futebol

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo- https://www.facebook.com/saopaulofc

Nesta oitava rodada, lamentei profundamente a derrota do artístico Cruzeiro para o pragmático Corinthians. Não tenho nada contra o Timão, mas minha torcida é sempre para o bom futebol e este é o caso da Raposa que jamais abdica do ataque e acabou sendo traído por uma falha de seu capitão Fábio. Pelo Coringão, espero que o Mano se conscientize que o seu time precisa de mais ousadia e criatividade após estas duas vitórias consecutivas.

O meu Tricolor teve sorte ao arrancar um empate com o Atlético Paranaense apesar de não ter merecido. O time paranaense é outra equipe que não joga nada e fica se fechando lá atrás para tentar gols nos contra-golpes. Depois que abriu o placar, o Furacão ficou recuado, cometeu uma infinidade de faltas e só não levou a virada porque o juiz não viu o pênalti em cima de Osvaldo -as imagens mostradas na televisão deixaram claro que a infração existiu. O Soberano joga com a bola no chão e apresenta jogo coletivo, mas precisa treinar finalização e também improvisar mais diante da marcação rival -só o Osvaldo tem demonstrado isso em campo. E o que foi aquela nota publicada no site do Atlético na última quinta-feira? Desnecessária e só denigre ainda mais a imagem do clube.

Para compensar, fiquei muito feliz com a vitória do Inter sobre a Chapecoense e também com o triunfo do Galo sobre o Flu (embora neste último confronto, eu ficaria feliz com a vitória de qualquer um dos dois). Jesús Dátolo foi o destaque do Atlético Mineiro ao fazer um gol e participar do outro, anotado por Tardelli. Será que agora o argentino decola?

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A Geografia Diz Tudo Mesmo?

Imagem extraída do Facebook de Neven Subotić- https://www.facebook.com/Subotic4

O Brasil jogará seus dois últimos amistosos antes da Copa do Mundo contra o Panamá dia 3 de junho no Serra Dourada e contra a Sérvia de Neven Subotić (foto) dia 6 no Morumbi.

Segundo algumas fontes, a Sérvia foi escolhida por ter um estilo de jogo "muito semelhante ao da Croácia", primeira adversária do Brasil na Copa. O mesmo teria se aplicado ao Panamá em relação ao México e à África do Sul (no ano passado) com relação a Camarões.

A única proximidade que existe entre os países mencionados é meramente geográfica. A Sérvia é situada na mesma região que a Croácia, o Panamá tem uma relativa proximidade do México, e Camarões fica no mesmo continente que a África do Sul. E as semelhanças param por aí.

O futebol dos países mencionados não tem nenhuma proximidade técnica. A Sérvia é uma seleção que se destaca pelos seus defensores (Subotić, Kolarov, Ivanović, Matić, ...) enquanto a Croácia é um time bastante ofensivo e conta com grandes meio-campistas (Rakitić, Perišić e Modrić). O Panamá, então, nem se compara ao organizado México, que é uma seleção que sabe marcar direitinho e joga coletivamente, além de ter os talentos de Chicharito e Giovani dos Santos. E o que dizer de Camarões do craque Samuel Eto'o e que já chegou às quartas-de-final em 1990 enquanto a África do Sul nunca alcançou sequer as oitavas?

Como se vê, a proximidade geográfica não significa necessariamente que os estilos das seleções também serão próximos. Ou será que o estilo de futebol da Argentina ou do Uruguai é igual ao nosso?

A geografia explica muitas coisas, mas não o futebol.


Leia mais:


O Estado de São Paulo- Fifa diz que Brasil jogará com a Sérvia antes da Copa do Mundo: http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,fifa-diz-que-brasil-jogara-com-a-servia-antes-da-copa-do-mundo,1129074,0.htm

Nem Tudo o que Acontece no Campo Fica no Campo

Imagem extraída de https://www.facebook.com/BotafogoOficial

Comentários sobre a oitava rodada do Brasileirão apenas amanhã, após o último jogo ser realizado. Mas uma partida da rodada já deixou uma grande polêmica no ar.

O atacante Emerson (foto) do Botafogo acusou o zagueiro Lúcio do Palmeiras de tê-lo chamado de homossexual de maneira pejorativa durante a vitória de 2x0 do Fogão sobre o Verdão em Presidente Prudente. O defensor alviverde negou a acusação e retrucou, relembrando uma suspeita do atacante de estar envolvido no crime de contrabando.

A provocação supostamente feita por Lúcio durante a partida seria referente ao beijo que Emerson deu em um amigo durante o ano passado.

Independente das acusações serem ou não verdadeiras, é discutível até que ponto as provocações em campo podem chegar. Ambas são acusações muito graves, podendo transcender a esfera desportiva e chegar à jurídica.

"Ah, mas é coisa do jogo"!

"Ah, o que acontece em campo fica no campo"!

Não é bem assim, e cada jogador está acusando o outro de cometer um crime. Ou será que preconceito e contrabando não são crimes?

Esse tipo de atitude é preocupante, pode prejudicar os próprios jogadores e, na pior das hipóteses, até os clubes.

Os dois jogadores envolvidos, por sinal, já são bem grandinhos, têm mais de trinta anos nas costas e sabem muito bem o que pode e o que não pode ser feito durante o jogo.

Que os treinadores conversem seriamente com seus atletas a respeito do episódio lamentável envolvendo Emerson e Lúcio. Provocação tem limite e o futebol não está acima das leis de um país.


Leia mais:

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Amistoso?

Imagem extraída de https://www.facebook.com/confederacaobrasileiradevoleibol

Foi só o segundo dia do Montreux Volley Masters, torneio considerado preparatório para o FIVB Grand Prix, mas tivemos bons jogos e partidas muito disputadas. É fato que a maioria dos treinadores não entrou no campeonato com as equipes consideradas titulares, mas a rivalidade sempre fala alto nos jogos.

Ontem tivemos uma partida duríssima entre China e Rússia, que só foi decidida no tie-break. As chinesas levaram a melhor sobre as russas.

Hoje, as mesmas chinesas deram muito trabalho ao Brasil. Nossas meninas, que haviam passado fácil pela Suíça ontem (3x0, parciais de 25-13-, 25-20 e 25-13), levaram muito calor da China e chegaram a tomar uma virada no terceiro set. O Brasil levou a melhor no tie-break e as parciais foram de 25-19, 14-25, 13-25, 26-24 e 15-13. Se o torneio é considerado como "amistoso", imagina se fosse um mundial ou um Grand Prix...

Os resultados praticamente garantem o Brasil nas semifinais, mas a forte Rússia espera pelas meninas amanhã às 13:30h (horário de Brasília) com transmissão no canal pago Sportv2. E elas também alimentam uma grande rivalidade com as nossas meninas.

Amanhã, Bruninho e seus colegas também entrarão em quadra contra a forte Polônia, em partida válida pela Liga Mundial de Vôlei. O jogo será transmitido a partir das 14:45h (horário de Brasília) pela Globo.

Faça bom uso de seu controle remoto e dê uma força para as nossas duas seleções!


Imagem extraída de https://www.facebook.com/confederacaobrasileiradevoleibol

Como (Não) Usar o 4-2-3-1

Imagem extraída do Facebook oficial do Borussia Dortmund- http://www.facebook.com/BVBorussiaDortmund09

O 4-2-3-1 é definitivamente o esquema tático da moda, preferido por franceses, ingleses e, principalmente, pelos alemães. Não é a minha formação preferida, mas ela é muito útil tanto para atacar quanto para defender.

Uma demonstração desta versatilidade do 4-2-3-1 é a possibilidade do esquema ser flexionado para um 4-3-3 (adiantando-se os wingers e os volantes) ou para um 4-4-2 (recuando-se os wingers). O primeiro caso é muito usado pelo Borussia Dortmund que conta com dois volantes bastante ofensivos (Gündoğan e Bender), enquanto o segundo caso foi usado pelo Chelsea contra o Barcelona em 2012.


O 4-2-3-1 (esquerda) sendo flexionado para 4-3-3 (centro) e para 4-4-2 (direita). Tudo depende de como os volantes e
os wingers (pontas) são posicionados em campo (imagens obtida via this11.com).


Mano Menezes (em 2009), Tite (em 2012) e Muricy Ramalho (durante o Paulistão 2014) trataram de utilizar suas próprias variações do 4-2-3-1. Os treinadores fazem a transição para 4-3-3 ou 4-1-4-1 adiantando-se de um volante para ajudar o meia na armação enquanto o outro se mantem recuado. O Corinthians tinha Elias em 2009 e Paulinho em 2012, enquanto o São Paulo atualmente conta com Maicon para a função. Lembra um pouco o posicionamento de Gabi no Atlético de Madrid, executando funções ofensivas e defensivas conforme a necessidade.


Atlético de Madrid na temporada 2013-14 (esquerda) e São Paulo durante o Paulistão 2014 (direita): apenas um dos
volantes tem liberdade para subir (Gabi no Atleti e Maicon no Tricolor), enquanto o outro (Tiago e Souza) assumem
funções mais defensivas. O esquema é flexionado para 4-1-4-1 no Atlético e 4-1-2-3 no São Paulo (imagens obtida via this11.com).

Um dos grandes problemas do uso do 4-2-3-1 se vê justamente aqui no Brasil. Os dois atacantes que atuam abertos precisam saber voltar para marcar e, com isso, ajudarem a cobrir os laterais. Nem todo atacante que atua pelos flancos sabe marcar. Neymar não se mostrou muito bem na função pela Seleção Brasileira -no amistoso contra a Suíça, por exemplo, o ex-menino da Vila cometeu faltas todas as vezes em que precisou voltar para ajudar Marcelo. E Romarinho foi bastante prejudicado em alguns jogos no Corinthians porque foi utilizado como winger, quando sua característica é apenas o ataque.

Outro problema encontrado é quando nenhum dos dois volantes ajudam o meia na armação. Quando isso ocorre, basta o rival marcar o único meia do time para matar a equipe. Foi o que aconteceu com a nossa Seleção em algumas oportunidades quando os adversários marcaram o único armador da equipe (Ganso ou Oscar, dependendo da ocasião) e minaram nossa criatividade.

Finalizo apontando uma falha grave dos nossos "professores": eles quase sempre vêm com um esquema tático pronto na cabeça e obrigam que os seus atletas se adaptem à formação, ao invés de desenhar um posicionamento adequado às características dos jogadores disponíveis no elenco. Deve ser por isso que tantos outrora bons jogadores saem queimados de seus clubes com a mudança de treinador e depois voltam a jogar bem em outros times.

O 4-2-3-1, como qualquer outro esquema tático, tem virtudes e fraquezas. Nem todo jogador se adapta a esse tipo de formação, mas muitos de nossos "professores" não parecem compreender isto.

terça-feira, 27 de maio de 2014

O Brasil Já Está Preparado para Vencer. Mas e para Perder?

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF

É impressionante como torcedores, imprensa e até a comissão técnica da Seleção estão confiantes de que o Brasil se sagrará campeão em 2014. Não parece haver a menor sobre de dúvida de que o hexa já é nosso.

Eu questiono, no entanto, até que ponto esse excesso de confiança ajuda nossa Seleção. Será que todo esse clima de "já ganhou" não pode prejudicar o desempenho de nossos atletas em campo? E se o Brasil, por acaso, não corresponder às expectativas criadas e não conseguir a taça? Como ficarão os milhões de torcedores que têm certeza de que conseguiremos o hexa?

Podemos nos lembrar do episódio de 1950, bastante invocado pelos articulistas que criticam esse excesso de confiança. Na ocasião, havia a certeza absoluta que o Brasil faria valer o mando de campo e derrotaria o Uruguai na final. O ocorrido que ficou conhecido como Maracanazzo foi um dos capítulos mais tristes da história do futebol brasileiro e frustrou milhões de torcedores que estavam certos do triunfo canarinho.

O brasileiro está certo em acreditar em sua seleção, afinal o time voltou a ser respeitada após o sucesso na Copa das Confederações e com o bom trabalho que Felipão tem feito ao resgatar a auto-confiança do time. Mas, ao mesmo tempo, o torcedor, a imprensa e a própria seleção (isso incluindo os cartolas da CBF) precisam se conscientizar de que um campeonato de mata-mata tudo pode acontecer. Não é como em um campeonato de pontos corridos em que os erros podem ser perdoados. Em torneios decididos em uma partida única como a Copa do Mundo o time mais fraco pode estar em um dia melhor que o time mais forte e surpreender. E não importa se foi erro do time ou sorte do adversário: a Seleção pode muito bem tropeçar na Copa do Mundo, a despeito de ter a torcida a seu favor, e frustrar milhões de brasileiros por conta de um pequeno erro ou falha.

O Brasil, por sediar a Copa e por ter um time forte, é candidato ao título e disso não há dúvidas. Mas também será a seleção mais visada pelos rivais junto da Espanha (o atual detentor do título). Nossa seleção terá uma responsabilidade imensa com todo esse favoritismo e por ser o mandante. E essa responsabilidade pode se voltar contra 

Coitado do Alex

Imagem extraída de https://www.facebook.com/coritibaoficial

Quando o Brasileirão começou, quase todos os comentaristas -incluindo este que vos escreve- palpitaram que o Coritiba seria candidato ao rebaixamento. A campanha fraquíssima em 2013 e a eliminação do Coxa para o modesto Maringá no Paranaense deste ano mostram que o time é muito limitado e dificilmente conseguirá algo melhor do que a permanência na Série A neste ano. E se conseguir.

Não esperava, contudo, que a equipe fizesse uma campanha tão fraca logo nas sete primeiras rodadas do Brasileirão. O Coxa foi a única equipe que ainda não venceu no campeonato, soma apenas quatro pontos em sete jogos e ocupa a vice-lanterna da competição, à frente apenas do Figueirense. Triste realidade para uma equipe que ostenta uma estrela de campeão brasileiro sobre o seu brasão.

O treinador é Celso Roth, conhecido por encher seus times de volantes e fazê-los jogar muito mais na base da força do que da técnica. O elenco também não ajuda, com um monte de brucutus à serviço do treinador.

O único que sabe tratar uma bola com carinho no time é o capitão Alex (foto). E somente ele. O Coxa atualmente é "Alex mais dez".

Lembro-me quando o meia afirmou que estava voltando ao Brasil em 2012. Na ocasião, o Grêmio (comandado na época por Luxemburgo), Palmeiras e Cruzeiro convidaram o atleta para reforçar seus elencos, mas Alex optou por defender o Coritiba, clube que o revelou.

Alex faturou muitos títulos em sua carreira e foi ídolo no próprio Coritiba, Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahçe (que homenageou o meia com uma estátua). Injustamente, nunca foi convocado para jogar uma copa do mundo a despeito de ser um craque. E ele ainda é um fora-de-série a despeito da idade e das lesões que sofreu ao longo da carreira.

Fico pensando como é dura a vida de Alex em seu clube de coração. Não há nenhum companheiro capaz de fazer uma boa tabela com o meia ou então aproveitar as oportunidades que o camisa 10 cria.

Espero que o intervalo para a Copa do Mundo sirva para o time se acertar e que mais jogadores técnicos e/ou habilidosos reforcem o Coxa. Um craque do nível de Alex merece um time melhor para jogar.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Foi Muito Para Eles?

Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona- https://www.facebook.com/fcbarcelona

Durou apenas uma temporada o "sonho" de Gerardo Martino (foto) e de David Moyes a frente de Barcelona e Manchester United, respectivamente. A temporada mal acabou para os dois clubes e ambos já estavam anunciando Luis Enrique e Louis Van Gaal, respectivamente.

Comandar o Barcelona e o Manchester é um grande sonho para muitos treinadores. Quem não quer liderar aqueles elencos cheios de craques e ainda contar com receitas suficientes para trazer (e manter) praticamente qualquer jogador que o técnico bem desejar?

Estar à frente desses grandes times é um grande sonho, mas também é uma responsabilidade muito grande. Tanto o Barça quanto o United são clubes onde é praticamente obrigação ter pelo menos um grande título por temporada.

Martino e Moyes, ainda ontem, estavam no Newell's Old Boys e Everton, respectivamente. Os dois se viram repentinamente à frente de dois dos maiores clubes do mundo, com todo respeito ao Newell's e aos Tofees. Mas quando estiveram no "emprego dos sonhos" de muitos treinadores, não conseguiram lidar com a imensa responsabilidade de manter os times na ponta. Não conseguiram usar todos os recursos que tinham à mão, como a autoridade de comandar alguns dos melhores atletas do mundo ou de contratar a quem quisessem. Moyes, além de tudo, não conseguiu sequer levar os Red Devils à Champions League 2014-15.

Os fracassos de Martino e Moyes podem ser comparados a uma simples promoção de um funcionário: o recém-promovido fica fascinado com os acréscimos salariais e os direitos que possui, mas esquece-se de que uma ascensão significa que o trabalhador terá mais cobranças e responsabilidades a lidar. Quando se conscientiza, se vê diante de um mar de obrigações e compreende o porquê de tamanha remuneração para tais cargos: mais dinheiro e poder demandam maiores responsabilidades.

Martino e Moyes, portanto, podem tirar grandes aprendizados de seus insucessos. Eles são treinadores jovens (ambos têm 51 anos) e terão um longo caminho a percorrerem.

Quem sabe o destino não seja generoso com os dois no futuro e os grandes clubes lhes abram as portas novamente, mas desta vez com os treinadores mais experientes e mais maduros diante de tamanha responsabilidade.

O mundo dá voltas.

Montreux Vem Aí!

Imagem extraída de https://www.facebook.com/AdeniziaOficial

Enquanto os rapazes se preparam para enfrentar a Polônia na quinta-feira, as meninas vão entrar em quadra nesta semana no Montreux Volley Masters, torneio que precede o Grand Prix, a ser realizado em agosto.

Zé Roberto levou uma equipe mista, provavelmente para testar algumas atletas que nunca foram convocadas (a maioria jovens) e que se destacaram na temporada 2013-14, e também para dar ritmo à ponteira Jaqueline (foto abaixo), que está sem jogar há cerca de um ano. Muitas titulares como Fabizinha, Sheilla, Juciely, Thaísa e a capitã Fabiana Claudino não foram chamadas desta vez. As medalhistas Adenízia (foto), Dani Lins, Tandara, Camila Brait e Fabíola terão a missão e a responsabilidade de transmitir experiência às novatas.

As convocadas foram:

Levantadoras: Ana Tiemi, Dani Lins e Fabíola

Centrais: Angélica, Adenízia, Natália Martins e Carol

Ponteiras: Michelle, Jaqueline, Gabi e Natália

Opostas: Andréia, Monique e Tandara

Líbero: Camila Brait e Léia


As equipes foram divididas em dois grupos: Grupo A (Brasil, China, Rússia e Suíça) e Grupo B (República Dominicana, Alemanha, Japão e EUA). Serão quatro dias de etapa classificatória e o final de semana será reservado ao mata-mata para definir os finalistas e os premiados.

As partidas serão transmitidas pelo canal pago Sportv, nos seguintes dias e horários (fuso horário de Brasília):

Dia 27/05 (terça-feira):

11:30h- Brasil x Suíça (Grupo A)
13:30h- EUA x Alemanha (Grupo B)
16:00h- China x Rússia (Grupo A)


Dia 28/05 (quarta-feira):

9:30h- República Dominicana x Alemanha (Grupo B- não será transmitido)
11:30h- Brasil x China (Grupo A)
16:00h- EUA x Japão (Grupo B)

Dia 29/05 (quinta-feira):

9:30h- China x Suíça (Grupo A- não será transmitido)
13:30h- Brasil x Rússia (Grupo A)
16:00h- Japão x República Dominicana (Grupo B) 


Dia 30/05 (sexta-feira):

9:30h- Rússia x Suíça (Grupo A- sem previsão de transmissão)          
11:30h- Japão x Alemanha (Grupo B- sem previsão de transmissão)
14:00h- República Dominicana x EUA (Grupo B- sem previsão de transmissão)


Dia 31/05 (sábado)- Semifinais:

7:00h- A3 x B4 (transmissão a definir)
9:00h- B3 x A4 (transmissão a definir)  
11:30h- A1 x B2 (transmissão a definir)  
14:00h- B1 x A2 (transmissão a definir)


Dia 01/06 (domingo)- Finais:

2:00h- disputa pelo quinto lugar  (transmissão a definir)
4:30h- disputa pelo terceiro lugar (transmissão a definir)
9:00h- final (transmissão a definir)


Boa sorte às nossas meninas e ao técnico Zé Roberto!


Leia mais:

Montreux Volley Masters (site oficial): http://www.volleymasters.ch/en/home/

Saque Viagem- Volta de Jaqueline à seleção será com TV: http://www.saqueviagem.com.br/volei/noticias_detalhe.php?idPost=13747463


Imagem extraída de https://www.facebook.com/jaqueCarvalhoOficial

domingo, 25 de maio de 2014

Bota Meia, Professor!

Imagem extraída de https://www.facebook.com/cruzeirooficial

Acompanhei apenas duas partidas neste final de semana: a goleada por 4x1 do Corinthians sobre o Sport e a vitória de virada por 3x1 do Cruzeiro sobre o Inter.

O Timão venceu porque tem um bom meia chamado Jádson, injustamente encostado no meu São Paulo. O camisa 10, por sinal, participou de três dos quatro gols do Coringão -deu passe para Romarinho no primeiro, fez de falta no segundo e converteu um pênalti no terceiro. Espero que a partida, aliás, tenha servido de exemplo para outros times: quando se joga na casa do rival, o negócio é fazer um gol logo de cara. Isso deixa o adversário nervoso e o rival acaba cometendo muitas faltas ou passa atacar de forma imprudente, oferecendo espaços para o visitante jogar.

O jogo entre Inter e Cruzeiro também foi muito bom e a raposa se deu bem por não renunciar ao ataque apesar de ter saído atrás no placar e também por ter um bom meio-de-campo, com Éverton Ribeiro, Willian e Ricardo Goulart, que se não é brilhante, está em excelente fase. Mas mesmo o Colorado teve seus méritos e a jogada do gol de Wellington foi um espetáculo com a bola indo de pé em pé. É disso que o futebol precisa: bola no chão e jogo coletivo. Espero que o treinador Abel Braga invista nisso porque o Inter tem jogadores apropriados para atuar dessa maneira e até mesmo para beliscar a taça. E o Cruzeiro, por outro lado, mostra que tem tudo para conquistar a taça novamente.

Destaco, ainda, a boa vitória do Goiás fora de casa sobre o Figueirense (o Esmeraldino está fazendo bonito neste começo de campeonato) e a boa vitória por 2x0 do Atlético Paranaense sobre o retranqueiro Coritiba..

O Placar Mente

Imagem extraída do Facebook oficial do Real Madrid- https://www.facebook.com/RealMadrid

Quem viu a goleada por 4x1 do Real sobre o Atlético deve ter achado que o time merengue deu um show em campo e que a equipe de Casillas sobrou na partida. Mas a final da Champions League 2013-14 foi muito aquém do esperado em termos de futebol.

Foi uma partida emocionante pela maneira como o roteiro se desenrolou. O Atlético ficou na frente durante boa parte do jogo, com o zagueiro Diego Godín abrindo de cabeça em um lance de bola parada e aproveitando o vacilo de Iker Casillas ao final do primeiro tempo. No último minuto do segundo tempo, o também zagueiro Sergio Ramos empatou também de cabeça sem chances para Thibault Courtois, levando a partida à prorrogação.

Os noventa minutos iniciais, contudo, não tiveram quase nada de futebol, talento ou técnica. O Atlético mostrou entrega em campo, achou o gol de Godín e depois ficou se fechando atrás e cometendo uma infinidade de faltas. Estava esperando pelo momento em que algum atleta colchonero sairia expulso de campo... E Diego Costa deu um tremendo azar ao se lesionar logo no começo da partida e obrigando Simeone a queimar uma substituição.

O Real, então, aceitou a marcação adversária durante todo o tempo normal. Não entendi a troca de Pepe (que é faltoso, mas veio de uma boa temporada) por Varane, e nem a escolha de Khedira (que acabou de voltar de lesão) para o lugar de Xabi Alonso (suspenso). Por que não começar com Isco, que é mais ofensivo e fez boas partidas ao longo da temporada? Tanto que o Real melhorou muito com as entradas de Marcelo e do próprio Isco no lugar do apagado Khedira. Para completar, Benzema e Ronaldo, que deveriam ser os protagonistas, sumiram na marcação rojiblanca.


Atlético recuado e Real com dificuldades para encontrar espaço
entre as duas linhas de quatro. Em certo momento, os Colchoneros
tinham apenas David Villa à frente da intermediária
(imagem obtida via this11.com).


O jogo só melhorou no tempo extra, quando o Atlético precisou buscar jogo, mas abriu espaço para Bale e Di María (os dois melhores em campo, em minha opinião) criarem chances de gol. Foi só na prorrogação que o Real jogou o que não havia jogado nos 90 minutos iniciais. Marcelo, que deixou o seu, também foi bem.


No final, o Atlético passou de "recuado" para "acuado".
Ao sofrer o gol de empate, o time Colchonero foi obrigado a buscar
jogo e ofereceu espaços para Bale, Di María e Marcelo jogarem
(imagem obtida via this11.com).

Parabenizo os dois times, o Real pelo título e o Atlético pela campanha heroica, mas com muitas ressalvas. Eu, honestamente, esperava mais futebol das duas equipes. Muito mais.

sábado, 24 de maio de 2014

Bola Fora

Imagem extraída de https://www.facebook.com/confederacaobrasileiradevoleibol

Tirei a tarde de ontem para corrigir umas provas e nem me liguei que o Brasil entraria em quadra. E hoje, ainda sentindo os efeitos do meu último happy hour, acordei quase meio-dia e perdi novamente o Brasil em quadra.

Bernardinho não promoveu grandes mudanças com relação à última temporada e manteve a base. Os retornos de Murilo Endres e Sidão foram as principais novidades para a temporada.

O Brasil, mesmo jogando diante de sua torcida, foi derrotado nos dois dias para a Itália de Ivan Zaytsev que, por sinal, foi o grande nome das duas partidas. Os placares foram quase idênticos nos dois dias, com os visitantes triunfando por 3x1 sets; parciais de 19-25, 25-27, 25-22 e 21-25 na sexta-feira; e 17-25, 26-24, 23-25 e 20-25 no sábado.

Bruninho e seus companheiros voltarão às quadras na próxima quinta-feira, desta vez enfrentando a surpreendente Polônia em Maringá. Os poloneses não terão Bartman em quadra, mas os times do Leste Europeu são muito conhecidos pela sua grande força e não devem ser subestimados em hipótese alguma.

Real Pelo Futebol, Atlético Pela Perseverança

Imagem extraída do Facebook oficial do Real Madrid- https://www.facebook.com/RealMadrid

Hoje teremos a grande final da Champions League 2013-14, com o encontro entre os dois rivais e vizinhos Real Madrid e Atlético de Madrid.

Já escrevi em outras oportunidades e repito: pelo bom futebol, minha torcida é toda para o Real. Respeito quem é contra, mas os Merengues têm muito mais craques -Bale, Ronaldo, Benzema e Di María- e joga um futebol muito mais vistoso, com mais dribles, tabelas e lances bonitos. O Atlético é muita raça e entrega em campo, mas tem poucos craques e apresenta apenas lampejos de jogo coletivo. Seria uma grande derrota para o futebol ver um time assim ser campeão.

O mesmo Atlético, por outro lado, é dono de uma campanha totalmente heroica em 2013-14. Começou perdendo seu principal jogador, Falcao García, para o Monaco e era tido como um mero coadjuvante até mesmo na Liga BBVA. Na Champions, então, o time era cotado para alcançar as oitavas-de-final no máximo -isso porque caiu em uma chave considerada tranquila com Porto, Zenit e Wien (Viena). E não é que o Atleti surpreendeu apesar das limitações técnicas e financeiras, chegando à final de forma invicta, sem perder uma partida sequer? Não dá para olhar para a equipe Colchonera e admirar a perseverança da equipe apesar de todos seus problemas. Ah, essa mania dos brasileiros de sempre torcer para o time mais fraco...

Já citei em um post nesta semana alguns fatores que terão grande influência no desenrolar do jogo. É lugar-comum dizer que clássico não tem favorito a despeito das discrepâncias técnicas e financeiras entre as equipes.

Não podemos, portanto, prever como será o desenrolar da partida, exceto que teremos uma rivalidade muito acirrada em campo.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Deita e Rola

Imagem extraída de https://www.facebook.com/FluminenseFC

Pode parecer incrível, mas o jogo que mais me agradou nesta sexta rodada do Brasileirão foi o do Fluminense contra o São Paulo. O Tricolor das Laranjeiras deu uma verdadeira aula de marcação ofensiva no segundo tempo e ainda conta com bons jogadores do meio-de-campo para a frente.

Walter, Conca, Sóbis e Wagner são jogadores de bola, empolgam o torcedor e divertem o espectador ansioso por um bom futebol. O atacante pernambucano, por sinal, é forte, trata a bola com muito carinho e joga muito mais do que o convocado Jô, embora Walter não se considere um centroavante. E o treinador Cristóvão Borges, um grande volante no passado, usou toda a sua experiência para arrumar o time e debelou, por hora, a crise que ameaçava consumir o Flu desde o segundo semestre do ano passado.

O São Paulo até poderia ter vencido, mas se esqueceu que havia um segundo tempo inteiro pela frente, relaxou e levou o merecido castigo. Paulo Miranda, por sinal, deixou muito espaço para Wagner criar desde o primeiro tempo. E o Luis Fabiano levou um cartão amarelo desnecessário no intervalo. Já escrevi e repito: um atleta com mais de trinta anos nas costas não tem mais o direito de cometer esse tipo de atitude. Que a surra de quarta-feira sirva para acordar o time.

O Palmeiras, em um jogo muito truncado, venceu o Figueirense na Fonte Luminosa pelo placar mínimo e chegou ao G4. A equipe, contudo, ainda precisa melhorar nos aspectos técnicos, afinal não dá para depender só de raça e suor. Gostaria muito de ver o Bernardo e o Mendieta jogando juntos em um esquema de três atacantes nas próximas rodadas, afinal um centroavante como o Henrique necessita de meias criativos e pontas com bom cruzamento para ser abastecido. O torcedor e o futebol-arte agradecem.

O último jogo que acompanhei foi a boa vitória do Cruzeiro sobre o Sport. Espero mesmo que a Raposa faça mais uma campanha excelente neste ano. Quem sabe os outros "professores" se tocam e aprendem que futebol não é só marcação e bola parada.

Aliás, Cruzeiro, Fluminense, São Paulo e o Atlético Mineiro são os times que mais têm me agradado pelo estilo de jogo no futebol brasileiro. Faço uma menção ao Inter, que tem D'Alessandro, Aránguiz e Alex Raphael (três meias que sabem jogar bola), mas o senhor Abel Braga precisa aproveitar melhor o elenco que tem à disposição e colocar o time mais no ataque.

Ciência ou Ficção?

Imagem extraída do site oficial do Atlético de Madrid- http://www.clubatleticodemadrid.com/

A notícia de que o atacante Diego Costa (à esquerda na foto) estaria se submetendo a um tratamento à base de "líquido placentário equino" foi, no mínimo, curiosa. O atleta se lesionou no último sábado durante a partida contra o Barcelona e não jogaria a final da Champions contra o Real amanhã. O jogador se submeteu ao tratamento considerado "milagroso" para não ficar fora da grande decisão.

Algumas fontes divergem se o tratamento seria à base de soro (extraído do sangue do cavalo) ou líquido placentário.

A terapia foi considerada algo "milagroso" pelas fontes por não ter, em princípio, nenhum fundamento científico.

Eu, no entanto, lembrei-me de meus dias de pós-graduação no laboratório quando trabalhei com cultura de células musculares. Na ocasião, isolávamos células satélites que se diferenciam em células musculares após receberem tratamento com soro de cavalo. As células satélites são células localizadas próximas às fibras musculares e elas se diferenciam em novas fibras após lesões nos músculos com o intuito de regenerar as fibras musculares.

Não afirmo que o líquido placentário funcione da mesma forma que o soro. Também não escrevo que o tratamento seja, de fato, eficiente uma vez que deveria haver contato direto do líquido com o tecido lesionado ou com o sangue do paciente (algo bastante improvável) para que houvesse algum efeito, mas é possível que o "tratamento milagroso" não seja exatamente uma ficção, baseado em minha vivência e conhecimento científicos.

O soro de cavalo -que, repito, é diferente do líquido placentário- possui fatores capazes de diferenciar uma célula satélite em uma célula muscular. Esse procedimento é  adotado por cientistas que trabalham com células musculares isoladas.

Talvez, haja algum fundamento científico por trás do tratamento. Muitas terapias e medicamentos foram descobertos a partir de crenças populares.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Quatro

Imagem extraída de https://www.facebook.com/SanLorenzo


Quatro times. Foi o que restou das 32 equipes que participaram da Libertadores.

Nenhuma das equipes restantes pratica exatamente um bom futebol. Estava depositando minha torcida no coletivo Cruzeiro e no ofensivo Lanús, mas ambos não conseguiram avançar às semifinais.

As partidas da próxima fase só acontecerão após a Copa do Mundo. As equipes, portanto, terão tempo de sobra para recuperarem atletas lesionados, treinar e contratar reforços.

Vamos a uma breve análise dos confrontos.


Nacional X Defensor: esse jogo vai ser duro de assistir. Duas equipes estritamente defensivas e que se valem de mais raça do que técnica em campo. Prevejo grandes chances deste confronto terminar em dois empates e ser decidido nos pênaltis.

Jogo de ida: quarta, 23/07/2014, no Defensores del Chaco (Paraguai)
Jogo de volta: quarta, 30/07/2014, no Centenário (Uruguai)

Palpite: o Defensor vai à final


San Lorenzo x Bolívar: o Bolívar tem o mando de campo na partida de volta e pratica um futebol ligeiramente melhor que o do San Lorenzo, mas o time do Papa Francisco está em uma fase assombrosa, o que meu amigo chamaria de "sorte de campeão".

Jogo de ida: quarta, 23/07/2014, no Nuevo Gasómetro (Argentina)
Jogo de volta: quarta, 30/07/2014, no Hernando Siles (Bolívia)

Palpite: o San Lorenzo fará a final com o Defensor

Heróis e Vilões que Não Existem

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- https://www.facebook.com/FCBayern

Por mais que a imprensa seja considerada imparcial, é impossível que a opinião dos autores passe desapercebida em alguns de seus textos.

Muitos veículos da mídia, ainda que não tenha sido de maneira intencional, transformaram o atual treinador do Bayern, Josep Guardiola (foto), em um santo, enquanto o treinador do Chelsea, José Mourinho (foto abaixo), ficou com fama de vilão.

Sou fã de Guardiola e admiro profundamente seu trabalho ao resgatar o futebol bonito e coletivo, mas o treinador catalão está muito longe de ser considerado um "santo". Prova disso: muitos atletas tiveram atritos com o treinador. Se fosse apenas Ibrahimović (que, declaradamente, é desafeto do treinador), diria que foi apenas um caso isolado. Mas Guardiola também teve problemas com Mandžukić no Bayern e com Yaya Touré no Barcelona segundo fontes. A meu ver, pessoas consideradas totalmente boas resolvem os conflitos no elenco de forma hábil e só adotam o afastamento quando o clima se torna totalmente insustentável.

Mourinho, por outro lado, tornou-se um dos treinadores mais odiados no Brasil muito por culpa da mídia, tenha isto sido intencional ou não. As matérias a respeito do treinador sempre ressaltam suas respostas atravessadas e o seu sarcasmo, mas poucos descrevem o quanto ele é querido por seus comandados e o quanto ele é inteligente em muitas de suas atitudes. O português errou? Sim, e ele pisou na bola ao transformar a rivalidade com o Barcelona em inimizade e também é um treinador defensivo demais para o meu gosto. Mas um homem considerado mau ou sem caráter jamais teria admiradores e, principalmente, jamais teria emprego garantido em grandes clubes da Europa.

Nó brasileiros somos incapazes de detectar nuances entre o bem e o mal, entre o certo e o errado. As pessoas e as atitudes não são totalmente boas ou más. Com um pouco de senso crítico, você será capaz de enxergar defeitos naqueles que são considerados "santos" ou virtudes naqueles que são considerados "demônios". Não se deve aceitar cegamente e engolir a seco tudo o que é divulgado.

Guardiola e Mourinho não são santos nem demônios. Eles são seres humanos como cada um de nós, têm virtudes e defeitos. O que os difere da maioria de nós é que eles são pessoas públicas e só isso.

O que um autor escreve a respeito dos treinadores é direito dele, desde que não fira a honra dos técnicos. Mas é obrigação avaliar as virtudes, os defeitos e os fatos antes de se formar uma opinião sobre uma pessoa, seja quem ela for.


Imagem extraída do Facebook oficial do Chelsea- https://www.facebook.com/ChelseaFC

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O Vôo do Ganso

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo- https://www.facebook.com/saopaulofc


A grande maioria dos articulistas e ex-futebolistas foi unânime em elogiar o meia Ganso pelas suas recentes atuações no São Paulo. Não dá para negar que ele foi fundamental nas partidas contra Coritba, Corinthians -quando deu o passe para os gols de Ademílson e Luis Fabiano, respectivamente- e contra o Flamengo, quando fez os dois gols da partida em pleno Maracanã.

Ganso é um craque e não dá para negar. Sua contratação pelo São Paulo foi cheia de expectativa mas o meia demorou para engrenar devido às lesões e houve alguma dificuldade em encaixar o atleta em um esquema tático adequado para seu futebol.

Só espero, contudo, que o meia não se deixe levar pela boa fase e acabe se perdendo. Ele precisa manter os pés no chão, atuar com seriedade e profissionalismo. Ele também não vai jogar bem em todas as partidas e a crítica precisa ser compreensiva com isso.

Credito aqui parte do sucesso atual de Ganso ao técnico Muricy Ramalho, que baixou um pouco a bola do atleta. O tempo que o jogador ficou no banco o fez acordar em campo.

Que Ganso tenha muito sucesso, seja no São Paulo ou em outro clube. Ele tem tudo para voltar à Seleção, sobretudo se levarmos em conta a escassez de meias-armadores em nosso futebol.


Leia mais:


Onde Está o Romantismo?

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo- https://www.facebook.com/saopaulofc

O Brasil realmente mudou em muitos aspectos.

Mesmo o relacionamento tornou-se algo passageiro, descartável, efêmero. A brutalidade substituiu o cavalheirismo de muitos homens. Relacionamentos existem como se fossem apenas para saciar um desejo animalesco, primitivo e em muitos deles não parece haver aquela cumplicidade, apenas superficialidade. Muitos parecem ter saído do romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo.

O futebol não está muito diferente dos relacionamentos. A brutalidade e a truculência substituíram a elegância e os lances bonitos. Mesmo a torcida quer ver sangue. Aplaudem os brucutus que dão carrinhos e vaiam os árbitros que cumprem sua função ao punirem os agressores. Os gramados em muitas partidas mais se parecem com ringues... Ou com selvas repletas de animais selvagens se digladiando entre si. Falta romantismo no futebol.

O Romantismo, como escola literária, surgiu durante o final do Século XVIII. Ao contrário do que o nome sugere, a tendência não trata necessariamente do amor como tema central. Sua principal característica é negação da realidade, a busca por um mundo ideal, o escapismo.

Telê Santana (foto) era chamado de o "último romântico" porque negava a realidade do futebol. Enquanto muitos desejavam os troféus a qualquer custo, Telê defendia o futebol bonito, bem jogado. Rejeitava o futebol de resultados que, ironicamente, o derrotou em 1982. Mesmo assim, o treinador não mudou suas convicções e continuou leal aos seus ideais até o dia de sua morte.

Guardiola, Jürgen Klopp e Arsène Wenger também não se rendem ao futebol de resultados a despeito das críticas que recebem. Continuaram apostando na elegância, no jogo bonito, na coletividade. Se tivessem sido melhor sucedidos na temporada, provavelmente a imprensa diria que eles estavam certos, que eles tinham razão ao não abrirem mão de suas convicções.

Em uma realidade tão brutal como a atual, remar contra a maré é ser romântico. Praticar o fair play é negar a realidade.

Estamos tão preocupados com a aparência e com o resultado final que esquecemo-nos de avaliar os métodos, os meios. Optamos sempre pelo caminho mais fácil mas não necessariamente o correto para atingir um fim. A brutalidade substitui a elegância nos jogos e o cavalheirismo nos relacionamentos porque é um método mais rápido, imediato. Pena que muitos se esquecem que a truculência fere, destrói e, até mesmo, tira vidas.

A brutalidade no futebol e nos relacionamentos é um problema cultural. Talvez, realmente falte ao brasileiro contestar seus próprios métodos e a sua realidade. Talvez, esteja nos faltando o romantismo.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Acreditar ou Apostar?

Imagem extraída de https://www.facebook.com/sePalmeiras

Jornais creditam como certa a contratação do treinador argentino Ricardo Gareca pelo Palmeiras.

A pergunta que eu, no entanto, faço: o que fazer com o treinador Alberto Valentim (foto acima)?

Valentim assumiu interinamente após a demissão de Gilson Kleina.

O treinador ainda não fez o Verdão jogar o futebol que o torcedor quer ver no centenário do clube, mas Valentim tem três vitórias em três jogos.

Tal fato torna-se ainda mais extraordinário levando-se em conta as limitações do elenco, que ficou ainda mais frágil com a saída de Alan Kardec, a lesão de Fernando Prass e a convocação de Valdívia para a Seleção do Chile.

Lembro-me do ano de 2009, quando Luxemburgo foi demitido e assumiu o interino Jorginho, que estreou aplicando uma sonora goleada por 3x0 no Corinthians e fez o Palmeiras jogar um futebol bonito e ofensivo. Mas a diretoria quis um técnico de "grife" e contratou Muricy Ramalho, a despeito de Jorginho estar realizando um bom trabalho na ocasião.

O Palestra, que liderou boa parte do Brasileirão de 2009, acabou perdendo o gás e o título na reta final. Muitos culparam a mudança no comando do time pelo fracasso.

Obviamente, nem sempre o passado pode ser utilizado para se predizer o futuro e nada garante que Valentim poderia repetir o sucesso de Jorginho, ou que Gareca poderia fracassar como Muricy em 2009. A segurança de um caminho já percorrido nem sempre serve como referência para novos rumos.

Fica, então, a dúvida: acreditar em Valentim ou apostar em Gareca?

Sete Fatores que Podem Decidir a Final da Champions

Imagem extraída do Facebook oficial do Real Madrid- https://www.facebook.com/RealMadrid

1- Qualidade do Elenco: o Real tem muito mais craques do que o Atlético. Bale, Benzema, Ronaldo, Di María, Modrić, Marcelo e Isco são muito mais jogadores de bola do que Diego Costa, Arda Turan ou Gabi. Os Merengues sabem tratar a bola muito melhor que os Colchoneros. Defensivamente, os times se equiparam, mas o Real também possui zagueiros mais técnicos que o Atleti, como Sergio Ramos e Ilarramendi.

2- Treinador: em termos de títulos, Ancelotti é insuperável com quatro taças na Champions pelo Milan -duas como jogador e duas como treinador. Simeone, no entanto, tem maior identificação com seu clube. Ambos têm sido bastante conservadores em termos de esquemas táticos, mas o Cholo tem sido um pouco mais ousado para atacar e também mais motivador para buscar a virada ante resultados negativos.

3- Campanha: o Real tem sido mais eficiente e é uma verdadeira máquina de evitar e também de fazer gols, mas o Atlético está invicto na Champions até o momento.

4- Desfalques: o Real não terá Xabi Alonso, suspenso. Ronaldo, Khedira e Marcelo voltam de lesão e não devem ser problema para Carlo Ancelotti. Pelo Atlético, Diego Costa se lesionou e sua ausência é dada como certa na final.

5- Fator Casa: o jogo será em Lisboa, campo neutro para os dois times. No entanto, o Real possui dois atletas lusitanos, o zagueiro Pepe e o atacante Ronaldo, a principal estrela da Seleção das Quinas. O Atlético tem apenas o volante Tiago. Não há duvida que os portugueses fazem questão de apoiar seus conterrâneos.

6- Rivalidade: que o Real é um time muito maior que o Atlético, não há dúvida. Mas a rivalidade histórica entre os dois times e o fato da decisão ser disputada em partida única diminui a previsibilidade do resultado.

7- Copa do Mundo: já expliquei em outro post que muitos atletas ficam divididos entre o profissionalismo para com seus clubes e o patriotismo ao defenderem suas seleções em uma Copa do Mundo. Dos titulares do Real, apenas Gareth Bale e Isco (o provável substituto de Xabi Alonso) não virão à Copa. No Atlético, por outro lado, a maioria dos titulares não virá ao mundial e apenas Juanfran, Koke, Villa (provável substituto de Diego Costa), Courtois e Godín devem vir ao Brasil. Será que algum jogador vai se poupar em campo, temendo perder o mundial em junho?

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Que Seja Eterno Enquanto Dure

Imagem extraída de https://www.facebook.com/goiasoficial

O atual desenho da classificação do Brasileirão 2014 está bem longe de ser considerado definitivo, afinal ainda temos 33 longas rodadas pelo caminho, uma pausa forçada para a Copa do Mundo em junho, campeonatos paralelos (Copa do Brasil e Sulamericana), a janela de transferências, as constantes trocas de técnico e os atletas que inevitavelmente vão se lesionar no decorrer da competição.

Muitos times grandes ainda não "despertaram" neste cenário, o que é uma grande alegria para os coadjuvantes, que conseguem arrancar muitos pontos das equipes mais tradicionais e aproveitam para acumular uma "gordura" na tabela. Todos estes pontos acumulados serão de vital importância na segunda metade do campeonato, quando os times grandes estarão em sua plenitude e passarão a empurrar os pequenos rumo ao Z-4. Triste, mas esta é a realidade dos clubes que não têm aspirações no Brasileirão, senão permanecerem na Série A e garantirem melhores receitas em decorrência desta manutenção.

Dentre as equipes consideradas "coadjuvantes", destaco aqui o Goiás, atual quarto lugar do Brasileirão 2014 com 10 pontos conquistados em 5 jogos.

Eu escrevi isto nos meus palpites e repito: o simpático Esmeraldino, infelizmente, é candidato a cair. A equipe perdeu muito de suas forças com relação ao ano passado. Foram embora o atacante Walter (hoje no Fluminense), o meia Hugo (atualmente no Vitória) e o treinador Enderson Moreira (que comanda o Grêmio). Dos destaques do ano passado, restaram o volante Amaral (capitão da equipe) e o bom goleiro Renan (ex-Inter e com passagens pela Seleção Brasileira). Para completar, o Goiás perdeu o título do Campeonato Goiano para o arquirrival Atlético Goianiense (que acabou de cair para a Série C) e o time foi eliminado da Copa do Brasil ainda na primeira fase para o modesto Botafogo da Paraíba.

Todo esse cenário negativo, contudo, não impediu que o Goiás fizesse uma boa campanha no Brasileirão até o momento. Até agora, o time arrancou um empate com o Flamengo no Maracanã e conseguiu vitórias heroicas sobre Botafogo e Santos.

A equipe não deve se iludir e acreditar piamente que repetir a excelente campanha do ano passado se repetirá. O momento ainda é de cautela uma vez que os grandes times ainda estão em fase de construção.

Nada disso, contudo, tira os méritos do time esmeraldino, que luta a duras penas por um lugar ao sol. E a equipe já demonstrou que isto é possível, como em 2005 quando o time terminou o Brasileirão em terceiro lugar e chegou à Libertadores.

Que este saboroso momento seja eterno enquanto dure.

Água no Estádio e no Chope

Imagem extraída de https://www.facebook.com/corinthians

Estava tudo certo. O estádio estava pronto, o adversário era considerado fraco (o Figueira era o lanterna do Brasileirão), a torcida compareceu em peso e o time não tinha nenhum desfalque importante. Tudo sinalizava para uma grande vitória do Corinthians para inaugurar seu estádio.

O treinador Mano Menezes, contudo, não abriu mão de suas convicções defensivas, além de insistir em colocar Guerrero para jogar como ponta quando o peruano é um centroavante.

Sem criatividade, o Corinthians pouco incomodou apesar do esforço de Jádson e se manteve muito recuado. E quando sofreu o gol, Mano errou ao tirar Luciano para colocar Romarinho -deveria ter tirado um volante ou zagueiro- e não deveria ter sacado Jádson, que estava bem no jogo. Não adianta encher a equipe de atacantes se não há meias para organizar as jogadas, erro que Chelsea e São Paulo já cometeram em ocasiões anteriores. E o Guerrero entrou na pilha dos adversários e mais um pouco teria sido expulso, complicando o próprio time.

Quando vi a apatia do Timão em campo, logo pensei no torcedor, que veio de longe, enfrentou fila, pagou ingresso (que foi considerado caro) e pegou chuva (que foi bastante forte) para ver o time de coração. E o que o treinador fez? Entrou em campo com medo do Figueirense e decepcionou seu torcedor. O corinthiano merecia bem mais neste momento tão importante.

No Rio de Janeiro, fiquei duplamente feliz com a vitória do São Paulo sobre o Flamengo (acompanhei alguns lances via internet). Primeiro, porque o Tricolor conquistou sua primeira vitória fora de casa e voltou a vencer no Brasileirão após três empates seguidos. E segundo, porque considerei a demissão do treinador Jayme de Almeida uma grande injustiça e a derrota do Mengão em pleno Maracanã é prova de que o problema não era o técnico, afinal. Ganso, com os dois gols da partida, foi o grande destaque do jogo.

Por fim, assisti ao triunfo do Palmeiras sobre o Vitória fora de casa. O Verdão ainda não é brilhante, mas melhorou sensivelmente com a saída do Gilson Kleina. O interino Alberto Valentim alcançou sua terceira vitória em três partidas à frente do time alviverde. Ainda é cedo para afirmar que Valentim é um bom treinador, mas é inegável que ele vem conseguindo bons resultados mesmo com as limitações do elenco. Será que temos um novo Jorginho no Palestra?


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domingo, 18 de maio de 2014

O Bom Futebol Prevalece em Minas Gerais

Imagem extraída de https://www.facebook.com/cruzeirooficial

Passei a tarde de ontem comemorando o fim do jejum de títulos do Arsenal, equipe que joga um belíssimo futebol com toque de bola, ofensividade e elegância. E, para a minha felicidade, mais uma equipe que pratica um bom futebol triunfou sobre os retranqueiros no dia de ontem.

O Cruzeiro não se deixou abater com a eliminação para o San Lorenzo, fez valer o mando de casa e derrotou o monótono Coritiba pelo placar de 3x2.

Esta vitória serve para mostrar que o excelente trabalho do treinador Marcelo Oliveira ainda merece a confiança dos torcedores e dos dirigentes a despeito do duro golpe sofrido na última quarta-feira. O triunfo da Raposa também nos mostra que ainda vale a pena acreditar no futebol-arte: bonito, coletivo, ofensivo e bem-praticado. Arrisco dizer que, com a campanha que vem fazendo, o time celeste tem plenas condições de brigar pelo título brasileiro de 2014.

O Coritiba, por outro lado, é uma tristeza. Contratou o treinador Celso Roth, conhecido muito mais por destruir jogadas do que criar, e depende quase que exclusivamente da genialidade de Alex, o único craque do time. As reações do Coxa mostraram que a equipe até tem condições de buscar um resultado.Então por que não fazê-lo? Por que se contentar com um empate quando o time até mostra capacidade de vencer? A derrota de ontem no Mineirão foi um castigo mais do que merecido. E digo que se o Coritiba não se cuidar, vai ter de brigar para fugir do rebaixamento mais uma vez. A equipe não tem uma vitória sequer em cinco jogos disputados.

Gostaria muito que os treinadores deixassem o pragmatismo de lado e se espelhassem um pouco no Cruzeiro. São treinadores como Marcelo Oliveira que mantêm viva a chama do futebol artístico, que está morrendo no Brasil devido aos "professores" que só jogam em função de resultados a curto prazo.

Kaká e Lugano Não Vão Salvar a Pátria

Imagem extraída de https://www.facebook.com/SeleccionUruguayadeFutbol

Diego Alfredo Lugano (foto acima) e Ricardo "Kaká" Izecson Leite (foto abaixo) são grandes ídolos do São Paulo, deixaram seus nomes na história do Tricolor e o torcedor são-paulino aguarda ansiosamente o retorno da dupla, sobretudo após os rumores de que o Soberano estaria interessado em repatriar os dois atletas.

Também estou animado com a possibilidade de ver os ídolos vestindo a camisa tricolor mais uma vez, mas um possível retorno da dupla deve ser festejado com prudência e não com euforia.

Kaká fez uma boa temporada em seu retorno ao Milan, mas já está com 32 anos e tem um extenso histórico de lesões no currículo. Lugano, por sua vez, tem imenso prestígio em seu país (é o atual capitão da Celeste), mas já está com 33 anos (faz 34 em novembro), não emplacou em nenhuma outra equipe depois que deixou o Fenerbahçe e é mais raça do que técnica.

A dupla tem nome e é capaz de intimidar alguns rivais graças aos triunfos em suas carreiras, mas é bom lembrar que o auge de suas formas físicas já foi e eles regressariam ao Tricolor muito mais pensando em encerrar suas carreiras do que fazer a diferença em campo.

É claro que muitos atletas experientes fizeram e ainda fazem a diferença em campo aqui no Brasil, como Seedorf, Alex Cabeção, Dida e Ronaldinho Gaúcho, mas não podemos criar uma expectativa exagerada com relação a nenhum jogador por mais vitorioso que tenha sido. Não podemos esperar demais da dupla por mais vitoriosos que tenham sido no passado.

Lugano foi campeão da Libertadores em 2005 -há nove anos atrás- enquanto Kaká faturou a Champions League em 2007 -há sete anos atrás. Eles foram importantes para estas conquistas, mas o tempo infelizmente passa para todos.

A história que Lugano e Kaká escreveram, seja no São Paulo ou em outros times, não se apaga, mas não podemos exagerar na expectativa e acreditar piamente que eles irão repetir aquele passado glorioso. O tempo não costuma ter piedade com os esportistas.


Imagem extraída do Facebook oficial de Kaká- https://www.facebook.com/Kaka

sábado, 17 de maio de 2014

Acabou a Seca

Imagem extraída do Facebook oficial do Arsenal- https://www.facebook.com/Arsenal

O final da temporada 2014-14 do futebol europeu reservou surpresas agradáveis a este blogueiro que vos escreve.

A mais agradável foi, sem dúvida, o título da FA Cup conquistado hoje pelo Arsenal. O Hull City era considerado um adversário "modesto", mas engrossou diante dos Gunners ao abrir 2x0 e quase estragou a festa do time londrino.

Esses treinadores retranqueiros, no entanto, não compreendem que é perigoso recuar o time em demasia oferecendo, assim, a bola e o campo para o rival jogar. Resultado: o Arsenal cresceu no jogo, empatou com Cazorla e Koscielny, levou a partida para a prorrogação e virou o jogo em 3x2 no segundo tempo extra com o gol de Aaron Ramsey. O futebol-arte e ofensivo triunfou sobre a covardia do Hull City, que tinha o resultado em mãos mas não teve competência para administrá-lo.

Parabéns ao Arsenal, ao treinador Arsène Wenger e a todo o elenco! Os Gunners voltam a erguer uma taça após nove longos anos de jejum!


Imagem extraída do Facebook oficial de Arda Turan- https://www.facebook.com/ArdaTuran

Quem também se deu bem hoje foi o Atlético de Madrid. Com um empate por 1x1 (gols de Alexis Sánchez para o Barça e Diego Godín para o Atleti), os Colchoneros voltam a vencer o Campeonato Espanhol após 18 anos. Para se ter uma ideia de quanto tempo isso faz, o treinador Diego Simeone ainda jogava pelo mesmo Atleti da última vez que os Rojiblancos levantaram a taça da Liga BBVA.

Exalto o esforço do clube (que tem o orçamento bastante apertado), do treinador Diego Simeone (que tirou o melhor do time apesar das limitações do elenco) e dos atletas, mas preferia que o futebol artístico do Barça triunfasse mais uma vez. Respeito e admiro a determinação da equipe, mas minha torcida é sempre para o bom futebol, e este ainda não é o caso do Atleti, que apresenta apenas alguns lampejos de arte com a bola.

Ainda assim, quero desejar um imenso parabéns ao Atlético, que entra com moral para jogar a finalíssima contra o Real Madrid na Champions League.


Imagem extraída de https://www.facebook.com/Mandzukic.Mario


Houve, ainda, a vitória por 2x0 do Bayern München sobre o meu Borussia Dortmund na final da DFB Pokal -dois gols de Arjen Robben no tempo extra. Fico contente - Bayern joga um futebol bonito e ofensivo- mas confesso que não gostei do que foi feito com o atacante croata Mario Mandžukić, que teria sido vetado por indisciplina. O que ele teria feito de tão grave para ser cortado de uma decisão tão importante a despeito de continuar fazendo muitos gols?

Pelas Pontas

Imagem extraída de https://www.facebook.com/FagnerLemosOficial

Em meus constantes debates sobre futebol com meu colega de trabalho, nós discutimos as funções de um lateral.

Meu colega (que é corinthiano) alegou que Fagner (foto) não é lateral-direito e sim meio-campista. Meu amigo ainda argumentou que o camisa 35 é muito ofensivo e deixa uma avenida para os adversários atacarem pelo seu lado.

Fagner não é o único lateral brasileiro considerado "ofensivo demais". André Santos (Flamengo), Dani Alves (Barcelona), Marcelo (Real Madrid), Douglas (São Paulo), entre outros, são laterais que têm muita participação no atraque. Quando André Santos passou pelo Arsenal, imprensa e torcedores queixaram-se do atual jogador do Flamengo dizendo que ele atacava muito mas marcava pouco.

O lateral brasileiro, de fato, tem muito mais liberdade para atacar do que no exterior. Tanto, que é comum os treinadores improvisarem meias ou volantes no lugar dos laterais em caso de desfalque. Mas fora do Brasil, os técnicos improvisam zagueiros para jogar nas laterais em caso de desfalques nos times. Dois laterais típicos (com apenas funções defensivas) são Piris (ex-São Paulo) e Fábio Santos (do Corinthians), ambos marcadores mas que sobem pouco para atacar.

Lateral em inglês é chamado de left back (esquerdo) ou right back (direito) e sua principal função é impedir que os pontas adversários consigam chegar à linha de fundo. Teoricamente, um lateral é um zagueiro que joga aberto e deveria apenas cumprir funções defensivas.


Atuação esperada de um lateral (side back): trata-se de um
zagueiro que joga aberto e tem a função de impedir que o adversário
consiga fazer jogadas pela linha de fundo. Fora do Brasil, os laterais têm
muito menos liberdade para atacarem (imagem obtida via this11.com).


Há os meio-campistas que atuam abertos pelos lados. Esses jogadores são adotados em esquemas como 3-5-2 ou 3-4-3 (com os laterais jogando mais adiantados na linha da intermediária) ou 4-4-2 "losango" (com dois meias abertos para ajudar a cobrir os laterais).

Atletas que exercem essa função têm mais liberdade para atacar e precisam voltar menos para fechar os espaços. Alguns desses jogadores são chamados de wingbacks (fusão das palavras "winger" e "back") ou "alas" e sua área de atuação cobre toda a lateral do campo. Como há atletas cobrindo suas retaguardas, os wingbacks têm menor responsabilidade defensiva. Petros, Guilherme (ambos do Corinthians) e Wesley (Palmeiras) fazem essa função atualmente.


Área de atuação de um meia aberto: mais liberdade para criar
e menos necessidade de marcar (imagem obtida via this11.com).

Há, por fim, os wingers, que equivalem aos pontas no Brasil. Eles têm a função de atacar pelos flancos e efetuar jogadas pela linha de fundo, mas precisam voltar para o meio-de-campo para ajudar a cobrir os laterais. Esses jogadores são muito empregados na formação 4-2-3-1 e temos exemplos aos montes no Brasil e no exterior. Osvaldo (São Paulo), Marco Reus (Borussia Dortmund) e Podolski (Arsenal) são três wingers esquerdos e desempenham funções ofensivas e defensivas em campo.


Esta é a área de atuação dos wingers: eles se assemelham aos
atacantes em muitos aspectos, mas têm de voltar para ajudar a
cobrir os laterais (imagem obtida via this11.com).


Obviamente, o que está escrito aqui não é uma regra e podemos ter atletas capazes de realizar as três funções sem nenhum problema, como Kevin Grosskreutz (Borussia Dortmund) que já foi escalado como winger e lateral-esquerdo.

A área de atuação do jogador varia conforme o esquema tático adotado e também dependendo de como o adversário joga. Certa vez, o Chelsea recuou tanto o time que os laterais Filipe Luís e Juanfran tiveram liberdade para jogarem até a linha de fundo e... Acho que você já sabe como a história terminou.