quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Libertando os Monstros

Imagem extraída de https://www.facebook.com/aufoficial/



Foi noticiado ontem que o lateral uruguaio Martín Cáceres sofreu um acidente de carro na última segunda-feira. O atleta guiava um automóvel de marca Ferrari quando bateu em um ponto de ônibus. Suspeita-se de que o jogador estava sob efeito de álcool no momento do acidente.

O caso de "El Pelado" não foi o primeiro desse tipo. Antes do uruguaio, muitos outros atletas também se envolveram em acidentes com seus carros de luxo.

Pergunta-se: por que tantos atletas se envolvem em acidentes com seus carros de luxo? Por que pessoas que têm acesso a tudo na vida se vêem nesse tipo de situação?

A resposta, muitas vezes, está justamente nesta última frase: ter acesso a tudo na vida.

Já expliquei em outros textos que muitos dos jogadores têm origem humilde. Eles, porém, acabam enriquecendo muito jovens no futebol. O passe de alguns garotos de 15 anos pode chegar facilmente aos milhões de dólares.

O dinheiro abre as portas de todo um universo ao qual os atletas não tinham acesso enquanto eram pobres. Eles vêem a possibilidade de adquirir carros esportivos de luxo, relógios de ouro, celulares de última geração, roupas de grife, ... Você tem a sensação de pode fazer tudo e de que nada pode detê-lo. O dinheiro é poder.

O poder, porém, é capaz de corromper até mesmo a mais nobre das almas. A sensação de invencibilidade faz com que a pessoa passe a tomar atitudes erradas acreditando que têm o direito de fazê-lo e que seguirão impunes por isso. É o mesmo tipo de sentimento que leva algumas autoridades a abusarem de suas posições.

Posso dizer por experiência própria como o dinheiro (e o poder) liberta os monstros que vivem dentro de nós. Quando ganhei minha primeira bolsa, tornei-me arrogante e preocupado apenas em satisfazer meu próprio ego.

Se Martín Cáceres errou, que pague pelos seus erros. O atleta já foi punido pela Juventus, seu clube atual. Mas o caso do atleta cabe a reflexão: será que estamos preparando nossos jogadores, quase todos jovens, para uma vida adulta de responsabilidades? Será que toda a fama e privilégios que eles possuem não está transformando seres humanos em monstros?



Imagem extraída do Facebook oficial da Juventus- https://www.facebook.com/Juventus/



BARCELONA

Comemorei até não mais poder a virada do desfalcado Barcelona sobre os brucutus do Bayer Leverkusen. Esse time alemão já havia abusado da deslealdade na temporada passada contra o Atlético de Madrid. E contra o Barça não foi diferente, com os alemães levando três cartões amarelos e se defendendo até não poderem mais. O Leverkusen abriu o placar, mas o time catalão foi valente e ofensivo até o final, encurralando o Bayer e virando o jogo para 2x1.



ARSÈNE WENGER

Gosto muito de Arsène Wenger, mas ele teve muita culpa na derrota em casa diante do Olympiacos. O treinador modificou demais a equipe em relação àquela que goleou o Leicester City fora de casa no sábado. Mertesacker, Čech, Ramsey e Monreal foram todos para o banco. O rodízio se justificaria caso a equipe estivesse muito desgastada ou disputando as Copas da Inglaterra. O Arsenal agora vai ter que suar a camisa se quiser recuperar os pontos perdidos. E o próximo rival é o poderoso Bayern München.



CHAMPIONS

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Estes foram os placares dos jogos de ontem, todos válidos pela segunda rodada da fase de grupos da Champions. Além da derrota do Arsenal, val destacar as outras "zebras", como o BATE Borisov que derrotou a Roma, o Porto que superou o Chelsea e o Valencia que venceu o Lyon e pleno Stade de Gerland. O Bayern München vai confirmando seu favoritismo, aplicou uma senhora goleada no Dinamo Zagreb e segue com 100% de desempenho na competição.


terça-feira, 29 de setembro de 2015

2º Round

Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona- https://www.facebook.com/fcbarcelona/



Toda semana de Champions League é sempre semana de muita expectativa para mim. É a grande chance de ver os melhores times e jogadores do mundo em ação.

Hoje entrarão em campo as equipes dos grupos E, F, G e H, enquanto amanhã é a vez dos times que compõem as chaves A, B, C e D.

Muitos dos times que haviam tropeçado na primeira rodada terão a chance de se recuperar uma vez que jogarão em casa nesta semana. Manchester United, City, Barcelona, Arsenal, Porto e Lyon estrearam todos com o pé esquerdo e terão a força de seus torcedores desta vez para tentar uma reação.



Imagem extraída do Facebook oficial do Manchester United- https://www.facebook.com/manchesterunited/




Dois duelos interessantes marcam o dia de hoje. O Barcelona, sem Lionel Messi (lesionado), recebe o Bayer Leverkusen, enquanto o Porto recebe o Chelsea, confronto que marca o reencontro do treinador José Mourinho com a equipe que o projetou no futebol. Para amanhã, destaque para os jogos entre Manchester United e Wolfsburg, Atlético de Madrid e Benfica, e Juventus e Sevilla.

Todos os jogos serão realizados às 15:45h (horário de Brasília), com exceção do duelo entre Astana e Galatasaray, que ocorrerá às 13:00h de amanhã. Os canais Band e Esporte Interativo irão exibir as partidas.

Boa sorte a todas as equipes e que o bom futebol prevaleça!



Imagem extraída do Facebook oficial da Juventus- https://www.facebook.com/Juventus/



LIONEL MESSI

Como você leu acima, Messi será desfalque para esta rodada da Champions e também para os próximos dois meses. O jogador se lesionou durante a vitória sobre o Las Palmas, em partida válida pelo Campeonato Espanhol. O argentino também corre o risco perder os quatro primeiros jogos de sua seleção nas Eliminatórias da Copa 2018. Pior para o Barça, que perdeu seu principal jogador e tem poucos substitutos à disposição.



RONALDINHO GAÚCHO

Durou pouco a passagem de Ronaldinho pelo Flu. O meio-campista e o clube anunciaram ontem a rescisão do contrato. Por mais que o jogador tenha seus defeitos. é sempre triste ver um atleta da importância de Ronaldinho perambulando pelos clubes e saindo deles sem deixar saudades.


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Alerta Laranja

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A Holanda, embora nunca tenha vencido uma Copa do Mundo, é considerada uma das seleções mais tradicionais do futebol. Seu magnífico estilo de jogo e seus grandes atletas sempre colocam a Oranje entre as favoritas aos troféus.

A expectativa com relação à Holanda, portanto, é sempre muito grande e o desempenho pífio da equipe nas Eliminatórias da Euro 2016, sem dúvida, está frustrando muitos torcedores e fãs do futebol-arte. Tudo porque a Oranje, após conquistar um brilhante terceiro lugar na última Copa do Mundo, amarga uma modesta quarta colocação em um grupo sem adversários de peso (Islândia, República Checa, Turquia, Cazaquistão e Letônia). A campanha holandesa, até o momento, é de três vitórias, um empate e quatro derrotas. Não obstante, a Holanda não tem mais chances de atingir as duas primeiras posições da chave e terá de passar pela repescagem.

A base do time que disputou o último Mundial foi mantida -apenas o winger Dirk Kuyt não joga mais pela seleção. O treinador Louis Van Gaal também deixou a equipe -o atual treinador é o seu ex-auxiliar Danny Blind. O alicerce da equipe é formada por atletas já trintões, mas que ainda têm lenha para queimar pelo menos até a próxima Euro. Falo de Van Persie (32 anos), Huntelaar (32), Robben (31) e Sneijder (31).

Alguns até podem argumentar que o restante da equipe é "muito jovem", mas Cillessen, De Vrij, Janmaat, Martins Indi, Daley Blind, Memphis e outros estiveram na última Copa do Mundo. E fizeram um bom trabalho apesar da pouca idade e tendo de lidar com tamanha responsabilidade de se representar um país em um Mundial. Nem mesmo a defesa, que é pouco segura, comprometeu na ocasião.



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Problemas extra-campo são frequentes nos bastidores da Oranje. Um exemplo foi durante a Euro 1996, quando houveram até mesmo suspeitas de racismo. A Euro 2012 também foi marcada por brigas nos vestiários e a Holanda, então vice-campeã da Copa do Mundo, foi eliminada ainda na primeira fase sem marcar um único ponto ou gol. Não há, contudo, algum tipo de intriga aparente desta vez.

A Holanda terá mais dois jogos para buscar sua vaga para a repescagem. Enfrenta o já eliminado Cazaquistão fora de casa no dia 10 de outubro e depois a já classificada República Checa em casa no dia 13. A Turquia, concorrente pela vaga, visita os checos no dia 10 e depois recebe a Islândia (já classificada no) dia 13. O caminho dos holandeses é, portanto, teoricamente mais fácil, mas a Oranje precisa vencer suas partidas e torcer por um tropeço dos turcos. Ou seja: talvez nem mesmo um bom desempenho nas duas últimas partidas seja suficiente para dar sobrevida ao time de Danny Blind.

Um último fator preocupante para a Holanda é a ausência de seu principal craque, o winger Arjen Robben (foto abaixo). Ele se lesionou na partida contra a Islândia e seu desfalque é certo para os dois próximos jogos. O jogador do Bayern é um dos diferenciais para a Oranje, tanto no ataque quanto na defesa. O atleta faz toda a diferença em campo e isso ficou evidente na derrota por 3x0 diante da Turquia.

A Holanda, se quiser triunfar, terá de lançar mão do o que faz de melhor: atacar e buscar jogo. Precisa voltar a ser aquela equipe intensa que jogou o último mundial, sufocando os rivais do primeiro ao último minuto de jogo.

Estou na torcida para que a Oranje tenha êxito, pois a Euro perde muito sem o futebol artístico dos holandeses. Isso sem falar que a competição seria uma despedida perfeita para a geração de Van Persie, Robben, Huntelaar e Sneijder. Esses quatro jogam desde a Euro 2004 e eles dificilmente terão fôlego para mais um mundial.

Tanto a Holanda quanto os seus atletas merecem esse presente.



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ROGÉRIO CENI

O São Paulo jogou melhor que o Palmeiras no Morumbi, como o próprio treinador Marcelo Oliveira admitiu. Rogério, porém, errou e quis sair tocando contra um adversário que tem justamente como ponto forte a pressão na saída de bola. Com isso, o Tricolor cedeu o empate em uma partida que estava ganha. O erro não mancha a brilhante carreira que o goleiro tem pelo clube, mas o time pagou pelo vacilo de seu arqueiro no lance e os pontos perdidos podem fazer falta lá na frente.



CORINTHIANS

O Timão continua uma equipe essencialmente defensiva, mas seu meio-de-campo formado por Jadson, Elias e Renato Augusto compensa o pragmatismo do time. Esses três gastam a bola, trabalham muito bem as jogadas e fazem muitos gols. O trio teve participação fundamental na vitória diante de um Figueirense que atuava sem rifar a bola e quis jogo o tempo todo. E o Corinthians ainda teve sorte com o tropeço do Galo, que só empatou diante do desesperado Joinville, o que aproximou ainda mais os paulistas do hexa.



PORTUGUESA

Gostaria de parabenizar a Lusa, que venceu o Tombense e se classificou para a segunda fase da Série C do Brasileirão. Estou na torcida para que a Portuguesa consiga o acesso para a Série B e consiga se reerguer após tantos problemas nos últimos dois anos.


domingo, 27 de setembro de 2015

Corpo e Alma

Imagem extraída de https://www.facebook.com/DFBTeam



O futebol atual exige que os jogadores se portem como atletas de verdade. As condições físicas devem estar impecáveis para que possam aguentar os 90 minutos em campo (fora eventuais acréscimos e prorrogações) correndo, marcando e dividindo bolas. Praticamente não há mais nenhuma semelhança com as peladas em que os praticantes sequer precisam treinar para apresentar um bom desempenho em campo.

A idade também é sempre um adversário implacável para o atleta. Com o passar dos anos, o corpo não mais responde como deveria e as lesões tornam-se mais frequentes. Por mais talento ou qualidade técnica que o jogador possua, torna-se impossível atuar em alto nível quando o atleta tem muito mais do que trinta anos.

Tal fato explica, em parte, porque veteranos Steven Gerrard, Xavi, Andrea Pirlo e Didier Drogba deixaram a Europa ao final da temporada passada em busca de ligas onde o atleta é menos exigido fisicamente. Há, obviamente, outros fatores como os bons salários, a possibilidade de se deixar um grande legado em países onde o futebol não é um esporte tradicional e o desafio de deixar o time onde o jogador é ídolo para começar tudo do zero. Mas a idade, sem dúvida, foi um dos pontos cruciais para que estes atletas renomados deixassem o Velho Continente.

As seleções, da mesma forma, exigem que os jogadores estejam em plena forma física, sobretudo durante as competições. Os 23 atletas devem ser escolhidos minuciosamente para que o time não tenha desfalques visto que novas convocações não podem ser realizadas após o começo de um campeonato. A Alemanha, atual campeã do mundo, perdeu o zagueiro Shkodran Mustafi durante a Copa e foi obrigada a seguir em frente com 22 atletas.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/DFBTeam



Muitos podem questionar, após os argumentos apresentados: por que o treinador Joachim Löw convocou o atacante Miroslav Klose para a Copa do Mundo? Klose já estava com 36 anos na ocasião, apresentava um grande histórico de lesões no currículo (agravados pela idade considerada "avançada" no futebol) e não vinha atuando com a mesma qualidade do passado, tendo sido reserva de Mario Gómez em muitas ocasiões.

Klose foi incluído na lista de 23 jogadores que representaram a Alemanha na Copa por uma série de fatores. O primeiro, obviamente, é o fato dele ser um grande centroavante. Já não tinha mais o mesmo vigor físico, mas o atleta que havia sido titular em três Copas do Mundo ainda apresentava o mesmo faro de gols.

O segundo motivo, sem dúvida, foi a falta de opções para a posição. Sem poder contar com Mario Gómez (em má fase na Fiorentina e convivendo com lesões), Kießling (com problemas pessoais com Joachim Löw) e Cacau (reserva no Stuttgart), o treinador manteve Klose no elenco. Não o utilizou em princípio -Löw começou a Copa escalando Müller como "falso nove"- mas aquela exibição brilhante no segundo jogo contra Gana mostrou que o "velhinho" ainda poderia fazer a diferença em campo.

O terceiro e, provavelmente, o mais relevante motivo foi o que Klose representa para a Seleção Alemã. o atacante havia disputado três Copas do Mundo, conquistado três medalhas (um vice em 2002 e dois terceiros lugares em 2006 e 2010) e teria a chance de atingir a marca de maior artilheiro em mundiais. Löw, certamente, pensou em dar a Klose a chance de encerrar sua passagem pela Mannschaft com chave de ouro, com a conquista do tetracampeonato e também com o recorde de gols. O jogador, mesmo sem estar 100% fisicamente, estaria convocado muito mais para ser homenageado do que para atuar.

O atacante, contudo, jogou uma bola digna de um atleta no auge de sua carreira. Klose se movimentou em campo, buscou jogo e deixou sua marca duas vezes. Ele até comemorou um de seus gols executando uma cambalhota para demonstrar como ainda estava em forma apesar dos 36 anos de idade.

Talvez "forma física" não tenha sido a principal razão para Klose ter feito a diferença naquela que seria sua última Copa do Mundo. Provavelmente, o veterano atacante tirou do fundo da alma todas as forças que lhe restavam para uma última grande exibição.

Klose, certamente, entendeu um dos motivos que o levou a disputar um torneio tão importante foi justamente o carinho que a Alemanha ainda sentia por ele. O atacante jogou para corresponder toda a confiança que o treinador e o torcedor depositaram nele. Sabia que já não poderia mais fazer tanto a diferença como anos atrás e que esta seria a chance de encerrar a carreira pela Mannschaft da melhor maneira possível.

Fez muito mais do que isso. Conquistou a sonhada artilharia, o esperado título (que não vinha desde 1990) e ainda fez a diferença nos gramados.

O físico não mais ajudava após 17 longos anos de carreira e tantas lesões no futebol profissional, mas o coração fez Klose decidir ser decisivo uma última vez pela Seleção Alemã e conquistar tudo aquilo que faltava para consagrar sua brilhante trajetória no esporte.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/DFBTeam


sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O Fim do Camisa 9?

Imagem extraída do Facebook oficial do Fluminense- https://www.facebook.com/FluminenseFC/



A camisa de número nove é, geralmente, destinada àquele atacante que serve como referência na área. Ele geralmente espera na banheira por alguma bola alçada ou mesmo por um rebote para guardar o dele.

É sabido que muitos destes atletas não primam pela movimentação em campo e, portanto, eles raramente voltam para marcar ou buscar a bola no campo de defesa. Muitos deles, inclusive, são atletas grandalhões e/ou com mais de trinta anos.

O chamado "futebol compacto", contudo, pode significar o fim desse tipo de jogador. Tudo porque esse estilo de jogo exige muita movimentação em campo, obrigando o atleta a ter de abandonar sua posição para ajudar na marcação, participar da elaboração de jogadas ou mesmo dar condição de receber um passe.

O treinador Muricy Ramalho, após a derrota no Mundial Interclubes de 2011, alegou que o Barcelona de Guardiola jogava "sem atacantes", quando quis dizer, na verdade, que o Barça não tem exatamente uma referência na área. A equipe catalã, há anos, não mantem um centroavante fixo, todos os jogadores voltam para marcar quando estão sem a bola e todos se movimentam para estarem em condições de receberem um passe.

A última Copa do Mundo deixou evidente como o futebol atual tem pouco espaço para esse tipo de jogador. Fred, Higuaín, Fernando Torres, Edin Džeko e outros atacantes de referência apresentaram desempenho abaixo do esperado com poucos gols marcados. Alguns outros como Van Persie, Mandžukić e Klose tiveram participações de destaque justamente porque não se limitaram a esperar as bolas na área e voltavam para ajudar os companheiros lá atrás.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/AFASeleccionArgentina/



A marcação, nos dias de hoje, é feita com os jogadores recuando e ocupando todos os espaços da defesa, dificultando a movimentação ou a troca de passes do adversário. Geralmente é executada com variações das duas linhas de quatro adotadas pelos treinadores italianos. Se esse tipo de marcação dificulta a vida de atletas que se movimentam bem em campo, imagine, então, o que aconteceria com atletas lentos. Nem mesmo as bolas levantadas na área têm salvado a vida desse tipo de centroavante contra esse sistema de defesa.

A adoção do chamado "falso nove" ajuda as equipes a superar esse tipo de marcação, justamente porque o jogador não "guarda posição" e torna-se menos previsível em campo. Atletas com essa característica também ajudam na marcação e na troca de passes. Um bom exemplo é Lionel Messi, que sai bastante da área justamente para dificultar a marcação rival e também ajudar os companheiros lá atrás.

Aqui no Brasil, por outro lado, esse tipo de atacante ainda tem bastante espaço nos times. E uma das explicações é justamente porque o "futebol compacto" ainda não é muito adotado por aqui. Os centroavantes grandões utilizam seu tamanho para ganharem as divididas contra as frágeis marcações, enquanto os mais experientes utilizam sua vivência para se posicionar bem na área e arrematar as bolas alçadas.

O futebol sempre passa por transformações e muitas delas são cíclicas. O esquema de três zagueiros, por exemplo, fez sucesso durante os anos noventa, caiu em desuso na década de 2000 e voltou a ser adotado por algumas equipes com êxito.

O atacante de referência na área ainda tem sua valia, mas sua participação no futebol atual tende a diminuir pelo fato desse tipo de jogador não combinar com as tendências atuais do esporte.

Quem sabe daqui a alguns anos, quando descobrirem algum ponto fraco no tal "futebol compacto".



Imagem extraída de https://www.facebook.com/DFBTeam/



COPA DO BRASIL

Os times paulistas largaram bem nas quartas-de-final da Copa do Brasil. Santos e São Paulo venceram seus jogos de ida, enquanto o Palmeiras conseguiu um empate contra o Inter no Beira Rio -só não saiu com a vitória porque Lucas Barrios teve um pênalti defendido por Alisson. Claro que as coisas podem mudar nas partidas de volta, mas são grandes as chances de termos pelo menos um representante paulista nas semifinais.



BARCELONA

O Celta de Vigo teve os seus méritos na goleada de 4x1 em cima do atual campeão espanhol, mas é triste ver os times que apostam na "eficiência" triunfarem sobre aqueles que jogam com mais ousadia. Algumas federações têm feito um grande esforço para melhorar a qualidade técnica de seu futebol. Aí, aparece alguma equipe construindo resultados com base no pragmatismo e muitos acabam questionando: "por que precisamos melhorar nosso futebol se podemos vencer só com a 'eficiência'"?



RICARDO OLIVEIRA

O atacante santista Ricardo Oliveira foi chamado para a vaga do lesionado Roberto Firmino e vai jogar as partidas contra Chile e Venezuela, válidas pelas Eliminatórias da Copa 2018. Ricardo é bom centroavante e merece a convocação, mas ele já tem 34 anos e dificilmente terá condições físicas de jogar a Copa daqui a três anos. Ele pode ajudar a Seleção (e Dunga) a curto prazo, mas dificilmente poderia fazer o mesmo pelo Escrete Canarinho no próximo Mundial.


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Inventa Mais que Tá Pouco!

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- https://www.facebook.com/FCBayern



Os jogadores de futebol, em geral, são tratados como pessoas planas, como se não tivessem profundidade psicológica. Dessa forma, um atleta jamais poderia melhorar nos fundamentos ou aprender novos conceitos em campo. Um jogador de ataque, por exemplo, jamais poderia aprender a marcar, da mesma forma que um zagueiro nunca seria capaz de executar um passe ou finalização bem feita.

Eu sempre critico os treinadores que improvisam jogadores fora de suas posições de origem sem necessidade. Acredito que é sempre mais fácil para o atleta atuar onde seu pontos fortes sejam relevantes, ou onde ele se sente mais confortável para jogar.

Os improvisos, contudo, são um excelente desafio para o jogador testar suas aptidões e também uma maneira de se aprender novos fundamentos. É dessa forma que um atleta vai adquirindo o rótulo de "polivalente" (eu prefiro usar o termo "versátil") ao atuar em mais de uma posição. E este tipo de jogador sempre ajuda muito a sua equipe, permitindo ao treinador mudar a formação tática sem ter de queimar uma substituição ou quebrando o galho em uma posição caso não haja nenhum atleta de ofício à disposição.

Nem todo jogador, obviamente, apresenta bom rendimento quando atua fora de sua posição de origem e isto quase sempre compromete o desempenho da equipe. Quando isto ocorre, os treinadores quase sempre são chamados ironicamente de "Professor Pardal", referência à personagem da Disney conhecida por suas invenções.

Veja abaixo uma lista de jogadores que foram improvisados fora de suas posições de origem, os autores das "invenções" e o desempenho dos atletas em suas novas funções:



BASTIAN SCHWEINSTEIGER

Imagem extraída do Facebook oficial de Bastian Schweinteiger-
https://www.facebook.com/BastianSchweinsteiger/ 

Posição de Origem- meia/winger

Posição Onde Foi Improvisado- volante

"Inventor"- Louis Van Gaal

Onde Ocorreu?- Bayern München

Resultado- Schweinsteiger saiu-se tão bem na marcação que hoje é o dono da posição. E ele ainda é considerado um dos melhores volantes do mundo, tamanho o sucesso que ele obteve atuando dessa maneira.



PHILIPP LAHM

Imagem extraída do Facebook oficial de Philipp Lahm-
https://www.facebook.com/PhilippLahm/

Posição de Origem- lateral

Posição Onde Foi Improvisado- volante

"Inventor"- Josep Guardiola

Onde Ocorreu?- Bayern München

Resultado- Lahm sempre foi um jogador versátil, mas o seu desempenho no meio-de-campo foi muito fraco. O treinador da Seleção Alemã, Joachim Löw, embarcou na ideia de Guardiola e também colocou Lahm para jogar de volante, o que foi ruim para a Mannschaft. Como há males que vêm para o bem, o zagueiro Mustafi (que estava jogando na lateral direita) se machucou durante a Copa 2014 e Lahm retornou à sua posição de origem. O resultado todos nós sabemos.



JAVIER MASCHERANO

Imagem extraída do Facebook oficial de Javier Mascherano-
https://www.facebook.com/Javier14Mascherano

Posição de Origem- volante

Posição Onde Foi Improvisado- zagueiro

"Inventor"- Josep Guardiola

Onde Ocorreu?- Barcelona

Resultado- Guardiola queria dar mais saída de bola à sua zaga e recuou Mascherano para a posição. Hoje, Masche desempenha tanto a função de zagueiro quanto a de primeiro volante. Ele se sente tão à vontade como defensor que costuma recuar nos jogos pela Seleção Argentina, funcionando como um terceiro zagueiro e oferecendo liberdade para os ofensivos laterais Rojo e Zabaleta irem ao ataque.



FRANCESC "CESC" FÀBREGAS

Imagem extraída do Facebook oficial de Cesc Fàbregas-
https://www.facebook.com/cescfabregas/

Posição de Origem- volante

Posição Onde Foi Improvisado- atacante

"Inventores"- Josep Guardiola e Vicente Del Bosque

Onde Ocorreu?- Barcelona e Seleção Espanhola

Resultado- aqui tivemos um caso curioso. Fábregas não se saiu muito bem pelo Barça ao ser adiantado para o ataque, onde atuava como "falso nove". Mas pela Seleção Espanhola, Cesc desempenhou a mesma função onde fracassou no Barcelona e teve participação fundamental na conquista do título da Euro 2012, deixando sua marca duas vezes na competição.



JADSON

Imagem extraída do Facebook oficial do Corinthians-
https://www.facebook.com/corinthians/

Posição de Origem- meia

Posição Onde Foi Improvisado- atacante/winger

"Inventor"- Tite

Onde Ocorreu?- Corinthians

Resultado- quem disse que os jogadores não podem mudar suas características em campo? Jadson, quando atuava como meia, era considerado como "lento" e "acima do peso". Mas, desde o retorno de Tite ao Timão, Jadson passou a atuar aberto pelo lado direito como um ponta. E ele vem se destacando pela boa mobilidade em campo, algo inimaginável dado o histórico do jogador. É, a meu ver, forte candidato a craque do Brasileirão 2015.



MESUT ÖZIL

Imagem extraída do Facebook oficial de Mesut Özil-
https://www.facebook.com/mesutoezil/

Posição de Origem- meia

Posição Onde Foi Improvisado- atacante/winger

"Inventor"- Joachim Löw

Onde Ocorreu?- Seleção Alemã

Resultado- o melhor treinador da Copa 2014 também cometeu erros. Özil, um dos melhores meias do mundo, teve uma atuação fraca jogando na ponta esquerda. Fez apenas um gol, foi lento em campo e deu espaços para os rivais jogarem pelo seu lado. Se Felipão soubesse disto...



Conhece mais invenções mirabolantes dos "professores"? Escreva pra gente!



Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo- https://www.facebook.com/saopaulofc/


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O Bayern Tem que Ser Bayern, E Não Barcelona!

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- https://www.facebook.com/FCBayern/



Sempre fui fã do treinador Josep "Pep" Guardiola. Aprecio a maneira como ele revolucionou o futebol no Barcelona aproveitando os conhecimentos adquiridos com o grande Johan Cruyff, seu treinador no próprio Barça durante os anos oitenta.

O que Guardiola vem fazendo no Bayern, contudo, é algo discutível. Desde a vinda do treinador catalão, vários jogadores importantes do clube foram embora, atletas atuam fora de suas posições habituais e o estilo de jogo mudou. Continua agradável de de ver, mas muitos dos atletas visivelmente não se sentem à vontade com o Tiki-Taka.

Assisti ao primeiro tempo do jogo entre Bayern e Wolfsburg, válido pela sexta rodada do Campeonato Alemão, e vi um mandante burocrático, que tinha a bola o tempo todo mas incapaz de transformar esta posse em chances de gol. Faltou uma referência na área para arrematar as jogadas criadas.

A marcação bem executada do Wolfsburg tirou os espaços do Bayern e ainda permitiu que seus três meias (Caligiuri, Kruse e Draxler) encontrassem espaço na fraca zaga dos bávaros.

Guardiola havia inventado o lateral Alaba na zaga, quando sua característica é justamente a ofensividade. Bernat e Thiago Alcântara se revezavam na lateral esquerda, mas nenhum deles encontrava o veloz Caligiuri, que abriu o placar para os Lobos na Allianz Arena.

O Bayern se via pressionado pelos visitantes e foi para o vestiário sem esboçar reação. O que Guardiola deveria fazer para virar este jogo?



Bayern no 4-1-4-1 contra Wolfsburg no 4-4-2/4-2-3-1: o time da
casa não consegue concluir as jogadas criadas e ainda sofre com
a pressão visitante, principalmente com Caligiuri pelo lado
esquerdo na defesa onde Thiago e Bernat não se encontravam
(imagem obtida via this11.com).



Guardiola trocou Thiago Alcântara por Javi Martínez e Bernat por Lewandowski. O Bayern passou a jogar como na temporada 2012-13, com mais jogadas individuais, velocidade e bolas altas. Os dois pontas -Douglas Costa e Götze- subiam com velocidade e cruzavam bolas para o polonês arrematar. Quase como o trio Ribéry, Robben e Mandžukić.



Os dois times no 4-2-3-1: as jogadas em velocidade e as bolas
altas para Lewandowski culminaram na virada para os donos
da casa, levando o placar para 5x1. Pobre Benaglio
(imagem obtida via this11.com)...



Guardiola, por experiência própria, agora conhece a eficiência do futebol que caracterizou o Bayern no passado. É obvio que os times precisam sofrer mudanças ou acabam parando no tempo e se tornando ultrapassados. Mas os treinadores também precisam ter humildade e aprender com os times que comandam.

O treinador catalão, por sinal, ficou muito impressionado com o desempenho de sua equipe após as mudanças no segundo tempo. Será que o jogo vertical do Bayern voltará a ser adotado?



Imagem extraída de https://www.facebook.com/uefachampionsleague


sábado, 19 de setembro de 2015

Algo Mais Importante que o Dinheiro

Imagem extraída do Facebook oficial do Coritiba- https://www.facebook.com/coritibaoficial/



Era terça ou quarta-feira.

Fui ao meu perfil do Cartola FC (aquele fantasy game promovido pela Globo) e apostei em alguns jogadores do Flamengo. Na verdade, só escalei o meia Alan Patrick.

O cenário era totalmente favorável ao Rubro-Negro, afinal os cariocas estavam no G-4 enquanto os paranaenses ainda sentiam as perdas no elenco e na zona de rebaixamento. E o mando de campo era do Fla.

Só não tomei nota, contudo, que os dirigentes flamenguistas haviam vendido o mando de campo. Ao invés do tradicional Maracanã, o jogo foi realizado no Mané Garrincha, em Brasília.

O resultado deve ter sido bom para os cofres Rubro-Negros, afinal vender mandos tem sido algo muito lucrativo aos clubes e ainda aproveita-se aqueles estádios que foram usados na Copa do Mundo.

O time, contudo, teve um grande prejuízo com o negócio. Os jogadores tiveram de enfrentar o desgaste da viagem e ainda atuaram em um estádio no qual não podem chamar de seu.

É claro que há muitos flamenguistas em Brasília. Tanto que o estádio lotou. Da mesma forma, há muitos corinthianos no Ceará, são-paulinos no Paraná, palmeirenses no Mato Grosso, ...

O Flamengo, contudo, abriu mão de seu bem mais precioso quando aceitou vender o mando do jogo.

Um rubro-negro em boa fase é garantia de Maracanã lotado, uma arma mortal contra qualquer visitante.

O clube acabou atuando sem o seu décimo-segundo jogador. E sua ausência foi muito sentida em campo, dado o placar de 2x0 para o Coxa.

A partida, por mais fácil que fosse, era decisiva. O Mengo tinha a chance de se firmar no G-4 aproveitando o tropeço do São Paulo em pleno Morumbi. Perdeu os pontos e a vaga entre os quatro melhores.

O sistema de pontos corridos dá ao time a chance de se redimir de seus erros, mas a equipe desperdiçou ponto diante de um rival que era considerado "fácil". Terá de buscá-los em jogos difíceis para compensar. Ou torcer por um tropeço dos rivais da parte de cima.

Há muitas dívidas a serem quitadas pelo clube, mas uma eventual vaga na Libertadores, ou mesmo, um eventual título não compensariam a recusa da venda do mando?

Em uma situação semelhante, o Santos recusou-se a mandar a final do Paulistão no Pacaembu. A pedido do próprio elenco, o clube jogou na Vila Belmiro para ficar em sua casa com sua torcida. O Peixe seria campeão em cima do milionário Palmeiras de Paulo Nobre.

Vale mesmo a pena abrir mão de seu bem mais precioso pelo dinheiro?

A maioria esmagadora dos flamenguistas responderia "não" com toda a certeza.



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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Os 23 de Dunga

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Olá, queridos leitores e leitoras!

Fui dar uma volta hoje pela manhã e, quando voltei para casa, fui noticiado que o treinador Dunga anunciou os 23 jogadores que irão defender a Seleção Brasileira nos jogos contra o Chile (dia 8 de outubro, em Santiago) e contra a Venezuela (dia 13 de outubro, em Fortaleza).

Neymar estará fora devido à confusão após o jogo contra a Colômbia na última Copa América. Mais uma vez, o Brasil terá de se virar em campo sem o seu principal craque. Talvez, o fato ajude a Seleção a depender menos do atacante.

Os jogos desta vez serão pra valer. Serão 18 longas rodadas no sistema de pontos corridos. Os quatro primeiros colocados garantem vaga direta para a Copa na Rússia, enquanto o quinto lugar passará por repescagem.

O Brasil tem se saído bem nos amistosos, mas o psicológico tem pesado quando há algo em disputa nas partidas. Basta nos lembrarmos que nossa Seleção estava com 100% de aproveitamento nos amistosos e vinha jogando um futebol relativamente bom. Mas quando começou a Copa América, nossos jogadores estavam visivelmente ansiosos em campo mesmo diante de rivais teoricamente mais fracos e o jogamos uma bolinha indigna de nossa tradição.

A cobrança por resultados será grande e há muita desconfiança com relação ao desempenho da Seleção neste ciclo. Como consolo, o sistema de pontos corridos permite que o time cometa alguns erros e eventuais tentos perdidos podem ser recuperados.

O elenco não me agradou totalmente. Continuo insistindo que jogadores que terão mais de 30 anos em 2018 deveriam dar espaço a atletas mais jovens. Ademais, alguns dos atletas se destacam muito mais pela força do que pela habilidade com a bola. Dunga, muito provavelmente, vai continuar apostando na correria e na truculência, exatamente como os antecessores Mano Menezes e Felipão faziam.

Vamos aos comentários a respeito das convocações:


Goleiros- Jefferson (Botafogo), Marcelo Grohe (Grêmio) e Alisson (Internacional): Jefferson é um bom goleiro, mas já tem 32 anos e teve um desempenho apenas regular na Copa América. OK para Marcelo Grohe e Alisson.


Laterais- Fabinho (Monaco), Rafinha (Bayern München), Filipe Luís (Atlético de Madrid) e Marcelo (Real Madrid): a convocação de Rafinha me causou estranhamento, afinal ele estava esquecido desde 2014 e o jogador estava até cogitando em defender a Seleção Alemã. Medo de um novo Diego Costa? OK para os demais.


Zagueiros- David Luiz (PSG), Miranda (Inter de Milão), Marquinhos (PSG) e Gil (Corinthians): Miranda é um bom zagueiro e está em boa fase, mas terá 34 anos em 2018. Marquinhos ainda é reserva no PSG e, em princípio, deveria fazer parte apenas da Seleção Olímpica. OK para os demais.


Volantes- Luiz Gustavo (Wolfsburg), Fernandinho (Manchester City) e Elias (Corinthians): o único que eu gostei dos convocados foi o Elias. Fernandinho é um bom volante no City, mas pela Seleção tem batido mais nos adversários do que na bola. Luiz Gustavo também é outro que se destaca muito mais pela força do que pela saída de bola.


Meias e Wingers- Renato Augusto (Corinthians), Lucas Lima (Santos), Lucas Moura (PSG), Willian (Chelsea), Philippe Coutinho (Liverpool), Oscar (Chelsea) e Douglas Costa (Bayern de Munique): o meio-de-campo me agradou bastante, com jogadores que sabem tratar bem uma bola. Mas são todos meias velozes e a tendência é que Dunga aposte na correria em detrimento à troca de passes. Será?


Atacantes- Roberto Firmino (Liverpool) e Hulk (Zenit): não gosto do estilo de Hulk, mas admito que ele fez boas exibições na Champions League. Já o Firmino anda apagado no Liverpool e ainda não fez um gol sequer pelos Reds. Nenhum dos dois é um centroavante típico -Hulk é winger de origem e Firmino faz o estilo "falso nove". Será que o Brasil consegue jogar sem uma referência na área?



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É PERMITIDO TROPEÇAR

O Timão e o Galo perderam suas respectivas partidas em jogos válidos pela 26ª rodada do Brasileirão. Os tropeços, contudo, podem ser considerados como "aceitáveis" dadas as circunstâncias, afinal tanto o Inter quanto o Santos são equipes que estão em boa fase e reagindo bem após um inicio ruim na competição. E os jogos foram na casa dos rivais. O Atlético, contudo, deve ter lamentado um pouco mais pela goleada sofrida e também por ter perdido a chance de se aproximar dos paulistas.



ZEBRAS À SOLTA

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Estes foram os placares dos jogos de ontem, todos válidos pela 1ª rodada da fase de grupos da Champions League. Muitos dos favoritos tropeçaram a despeito de terem mais time e recursos financeiros à disposição. Como escrevi mais acima, o sistema de pontos corridos dá ao time a chance de se redimir de um tropeço, mas é sempre bom lembrar que esses pontos perdidos no início podem fazer falta lá na reta final.



NÚMERO DA SORTE

Que noite teve o atacante paraguaio Lucas Barrios! O Palmeiras estava jogando mal e começou perdendo para o Fluminense no Maracanã. E o estrago poderia ter sido maior se Fred não tivesse perdido pênalti no começo do segundo tempo. Mas o Verdão voltou com outra atitude na segunda etapa e o camisa 8 resolveu a parada com três gols. Detalhe: Barrios, no dia anterior ao jogo, anunciou que havia trocado de número com  o meia Cleiton Xavier. Pelo jeito, a tal superstição funcionou bem! Pior para o treinador Enderson Moreira, que não resistiu a mais uma derrota e foi demitido ainda ontem.


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Pacote Anti-Crise

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O São Paulo tem reagido na tabela, mas a crise que tem ameaçado o clube desde o começo do ano ainda não foi debelada.

O Tricolor, bastante endividado, sofreu com os atrasos nos salários dos jogadores e isto, obviamente, interferiu no desempenho da equipe.

Os dirigentes já afirmaram que novas contratações dificilmente ocorrerão e que mais vendas de jogadores deverão ser efetuadas para que as contas sejam equilibradas.

Duas soluções, contudo, já estão presentes no próprio clube e poderiam muito bem ser aproveitadas justamente para que a entidade pudesse lucrar.

A primeira é a própria base tricolor, que revelou talentos como Hernanes, Oscar e Lucas Moura. O clube, recentemente, vendeu o meia Boschilia ao Monaco. E o zagueiro-volante Rodrigo Caio, presença constante nas seleções de base, é outra cria da base bastante valorizada.

O São Paulo atualmente conta com Lucão, Matheus Reis, Lyanco, Auro e Breno no elenco principal, todos revelados no próprio clube. Um planejamento bem feito (algo ainda utópico em nosso futebol) poderia promover mais garotos da base, colocá-los para atuar na equipe principal aos poucos e, por fim, negociá-los.

Vale lembrar que jogadores revelados na base custam mais barato do fazer contratações e o clube formador sempre lucra com cada transação envolvendo o atleta.

A outra solução é o auxiliar-técnico Milton Cruz. O assistente é um excelente olheiro e tem um grande talento para encontrar bons jogadores em clubes menores. Milton indicou alguns jogadores que fizeram parte da geração 2005-2008, todos adquiridos a baixo custo, valorizados pelo bom desempenho no time e, posteriormente, negociados.

As crises sempre prejudicam o andamento das entidades, mas nada como criatividade para driblá-las e buscar soluções para se reerguer. O Santos, por exemplo, trouxe Dorival Júnior, que tem utilizado a base como alternativa às contratações. O Palmeiras encontrou o marketing e o gerente Alexandre Mattos como soluções. E o Corinthians conta com o seu apelo midiático e com o retorno do treinador Tite.

Falta apenas o São Paulo apresentar suas armas para este período de turbulência.



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JADSON

O Campeonato Brasileiro ainda está longe de ser decidido, mas já vejo pelo menos um jogador candidato a melhor do ano. O meia Jadson está jogando muita bola no Corinthians. Os passes precisos, os gols, as bolas paradas e a boa movimentação em campo tem feito do camisa 10 o virtual melhor jogador deste Brasileirão 2014. Só é uma pena que ele já esteja com 31 anos (faz 32 no dia 5 de outubro). Se fosse mais jovem, seria um potencial candidato à uma vaga na Seleção para a disputa da Copa 2018.



SEIS BARBADAS E DUAS ZEBRAS

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Estes foram os resultados dos jogos válidos pela primeira rodada da Champions League. A maioria dos clubes favoritos venceu. Tivemos, contudo, duas surpresas: o poderoso Manchester United foi surpreendido pelo desmontado PSV e a Juventus, que estava em má fase na Serie A, derrotou o Manchester City, líder invicto na Premier League, em pleno Etihad Stadium. Hoje teremos o complemento desta rodada, a partir das 15:45h (horário de Brasília) nos canais Band e Esporte Interativo.


terça-feira, 15 de setembro de 2015

Começa a Disputa pela "Orelhuda"

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Finalmente!Após um longo e tenebroso inverno, a Champions League está terá seu início efetivo nesta temporada 2015-16! 32 equipes europeias terão uma longa jornada em busca da cobiçada "orelhuda", mas apenas uma terá direito de erguê-la no dia 28 de maio de 2016, no Stadio Giuseppe Meazza (ou "San Siro"), em Milão, Itália.

Os 32 clubes participantes, os chaveamentos e as chances de cada um avançar para as oitavas-de-final você confere em nosso post publicado no dia 29 de agosto.

Hoje entrarão em campo os times dos grupos A, B, C e D. Amanhã, será a vez das equipes pertencentes aos grupos E, F, G e H. Dos confrontos, vale destacar os jogos entre Manchester City e Juventus (válido pelo Grupo D), e entre Roma e Barcelona (válido pelo Grupo F).

A temporada 2015-16 da Champions será exibida no Brasil com exclusividade pelo canal pago Esporte Interativo. A emissora, agora pertencente ao poderoso conglomerado Turner Broadcasting System (também proprietária da Warner e da CNN), adquiriu os direitos da competição europeia, deixando para trás os rivais ESPN e Fox Sports. Na televisão aberta, Band e Globo deverão exibir algumas partidas sempre às quartas-feiras.

Algumas ausências marcam esta edição 2015-16. São os casos de Milan, Liverpool, Internazionale e Ajax, todos campeões mais de uma vez na competição. Algumas das equipes mencionadas estão passando por um momento complicado e chegaram, inclusive, a entrar em crise. É uma pena, pois o campeonato perde um pouco de seu charme sem estas equipes tão tradicionais.

O Barcelona, atual campeão, será o clube a ser batido na temporada. O time catalão teve o seu Tiki-Taka aprimorado pelo treinador Luis Enrique e conta com um poderoso ataque latino-americano, formado pelo trio Messi, Suárez e Neymar. Como a equipe Blaugrana está em evidência, todos os rivais querem derrubar o Barça para tomarem o título da liga e a fama para si.

Vale lembrar que ao final da temporada 2015-16 nós teremos a realização da Eurocopa. Com isso, os jogadores europeus darão o sangue mais do que nunca em campo, todos de olho em uma vaga nas suas respectivas seleções.

As partidas serão realizadas às 15:45h (horário de Brasília).

Boa sorte a todas as equipes e que o melhor futebol prevaleça!



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ALEXANDRE PATO

Pato, mais uma vez, voltou a fazer barulho após a boa vitória do São Paulo sobre o Grêmio no último domingo. O atacante, que fez um dos gols, reiterou seu desejo de retornar à Seleção Brasileira. E ainda contou com o apoio do comandante Tricolor, Juan Carlos Osorio. Concordo que o paranaense merece uma nova chance com a amarelinha, ainda mais levando-se em conta que não temos muitas opções de centroavantes e que o atleta é talentoso. Pato, contudo, precisa decidir se será um David Beckham ou um Cristiano Ronaldo em campo, ambos jogadores com muito apelo na mídia mas apenas um foi considerado melhor do mundo.



ARBITRAGEM

Concordo que os clubes devem protestar contra os erros de arbitragem, afinal a decisão dos juízes pode definir o resultado de um jogo e até mesmo de um campeonato. Mas os mesmos clubes também têm o dever de admitir quando foram beneficiados por estes erros. Como escreveu André Kfouri em sua coluna semanal no jornal Lance, a lisura da arbitragem tem de valer para todos.


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Sem Certeza e Sem Apoio

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As Eliminatórias da Copa 2018 terão início no próximo mês, mais precisamente no dia 8 de outubro. O Brasil, ao contrário de 2014 quando foi o país-sede, não terá a sua vaga assegurada no Mundial desta vez e terá de buscar a sua classificação.

O cenário para este ciclo, contudo, é bastante desanimador. Há muita desconfiança com relação ao desempenho do Brasil nas Eliminatórias. Muitos cogitam que nossa Seleção tenha de buscar a sua vaga na repescagem ou, até mesmo, que o Escrete Canarinho não consiga carimbar seu passaporte para a Rússia.

Toda essa falta de credibilidade com relação à nossa Seleção se deve aos seguintes fatores:


1- Os 7x1 para a Alemanha: ao contrário do que muitos imaginavam, a goleada sofrida em casa para a Mannschaft no último mundial não foi esquecida e, tampouco, superada. Aquela derrota manchou o nome da Seleção Brasileira ao ponto do técnico Dunga admitir que o time ainda sente os efeitos do "Mineirazo".


2- Qualidade do Futebol: o futebol que praticamos está muito ruim. Estamos revelando poucos craques, optando pela raça em detrimento à técnica, buscando apenas resultados a curto prazo e não estamos mais empolgando em campo.


3- Falta de Identificação do Jogador com o Torcedor: a maioria dos jogadores convocados atua na Europa. O futebol, no entanto, é um esporte popular e nem todos os espectadores têm condição de assinar internet rápida, tevê à cabo ou via satélite para acompanhar os campeonatos europeus. O resultado disso é que a maioria dos atletas é desconhecida por boa parte do público daqui. Isso sem falar que os jogos da Seleção não têm sido realizados em território nacional, o que afasta ainda mais o jogador do torcedor.


4- CBF: acusações de corrupção, problemas na arbitragem, calendário ruim, ... Todos estes fatores têm interferido em nosso futebol como um todo, incluindo a Seleção. E isto também faz com que a opinião pública se volte contra o nosso selecionado.


5- Neymar: o último amistoso contra os Estados Unidos deixou bastante evidente que a Seleção com Neymar é uma coisa, e sem o craque, é outra. A dependência do atacante é absurda ao ponto do Brasil não jogar praticamente nada sem ele. E vale lembrar que o camisa 10 não joga as duas primeiras partidas das Eliminatórias.


6- Nível Técnico dos Rivais: Argentina, Chile, Uruguai e Colômbia possuem bons elencos à disposição, jogam bem e são francos favoritos a irem à Rússia. Não obstante, Paraguai (que nos eliminou nas duas últimas edições da Copa América) e Peru (vem dando trabalho aos rivais apesar de suas limitações) têm potencial para surpreenderem. Como os rivais aprimoraram seu futebol nos últimos anos, o torcedor fica ainda mais preocupado com relação ao desempenho do Brasil nas Eliminatórias.


7- Amistoso X Campeonato: muitos espectadores não se deixam mais empolgar com o desempenho do Brasil nos amistosos. Quando a partida tem algo em disputa, nossa Seleção visivelmente sente o peso da responsabilidade e não se sente à vontade em campo.


8- Imprensa: os comentaristas sempre divergem com relação aos motivos, mas todos concordam que o Brasil não terá vida fácil nas Eliminatórias. E isto também influencia a opinião do espectador.


O Brasil, obviamente, ainda tem muito tempo para melhorar neste ciclo. São mais três anos até o próximo Mundial e ainda teremos os Jogos Olímpicos em 2016 onde algumas promessas poderão ser testadas. Mas é consenso de que nossa Seleção não vai navegar em águas tranquilas até a Rússia. E o apoio do torcedor, que sempre foi um dos diferencial em nosso futebol, desta vez não será incondicional.



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BRASILEIRÃO

Corinthians e Palmeiras fizeram a lição de casa, conseguindo três pontinhos cada diante de rivais teoricamente mais fracos (Joinville e Figueirense, respectivamente). O Timão se sustenta na liderança e o Verdão volta a sonhar com uma vaga na Libertadores -título vai ser difícil. O São Paulo, depois de ser goleado pelo Santos, demonstrou já ter superado a derrota de quarta e venceu o Grêmio -rival direto por vaga na Libertadores- em plena Arena do Grêmio por 2x1. A frágil defesa Tricolor conseguiu abafar a pressão gremista e os paulistas souberam ser eficientes no contra-ataque. Tudo isso sem abrir mão da posse de bola. Só faltou ao Soberano errar menos passes. O Peixe, por fim, deu vexame em Campinas ao perder por 3x1 para a apenas esforçada Ponte Preta. Não vi a partida, mas acredito que o time sentiu a sequencia de jogos.



DIABO MECÂNICO

Assisti ao eletrizante clássico entre Manchester United e Liverpool, realizado no sábado em Old Trafford. A dinâmica equipe comandada por Louis Van Gaal se movimentou, trocou passes, pressionou e goleou o grande rival pelo incontestável placar de 3x1. Já o covarde time comandado por Brendan Rodgers só ficou se defendendo e jogou um futebol indigno do investimento feito no elenco. Nesse ritmo, os Red Devils poderão almejar por algo maior do que a vaga na Champions League enquanto os Reds vão amargar mais uma temporada com, no máximo, uma vaguinha na Europa League.



SOBE E DESCE

A Internazionale venceu o arquirrival Milan com um gol de Fredy Guarín, mantendo a liderança e os 100% de aproveitamento na Serie A. Os Nerazzurri, aliás, fazem um grande começo de temporada e demonstram que superaram bem as perdas dos meio-campistas Hernanes e Kovačić. Quem sabe a Inter não retome seus dias de glória e volte a brigar por títulos, algo que não acontece desde a temporada 2009-10. Já a Juventus não passou de um empate em casa contra o Chievo e está na modesta 16ª posição com apenas um ponto conquistado em três jogos disputados. É apenas começo de temporada, mas é bom a Vecchia Signora se levantar logo, pois haverá rodada da Champions League nesta semana.


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Chega de "Ei, Juiz! Vai Tomar no C*"!

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"Ei, juiz! Vai tomar no c*"!

"Juiz ladrão! Filho da p***"!

Que atire a primeira pedra quem nunca proferiu estas frases quando o árbitro deixou de favorecer o seu time do coração em algum lance polêmico, independente de ter ou não razão.

O hábito de se insultar os homens do apito é tão corriqueiro que já faz parte de nossa cultura futebolística. Torcedores de todos os times, independente da idade, sexo, etnia e religião frequentam os estádios e raramente deixam de protestar contra a arbitragem utilizando palavras chulas.

Há, no entanto, uma pergunta bastante óbvia mas que nunca é feita: como o juiz se sente ao ser alvo das críticas e insultos proferidos pelos torcedores que vão ao estádio?

Nenhum profissional, obviamente, gosta de receber críticas negativas a respeito do trabalho que desempenha. Imaginem, então, como se sente um trabalhador que é insultado durante o exercício de sua profissão, independente do motivo.

O árbitro é sempre muito pressionado em campo. Cartolas, imprensa, treinadores e jogadores sabem que as decisões dos homens de apito têm o poder de definir uma partida. Os juízes, portanto, são sempre muito vigiados e cobrados por suas atitudes no gramado uma vez que o resultado de um jogo e até mesmo de um campeonato passa pelas mãos da arbitragem.

Há códigos de conduta no esporte que, de certa forma, protegem os árbitros das agressões -verbais ou físicas- desferidas por outros profissionais do meio esportivo. Os atacantes Dudu (do Palmeiras) e Emerson (do Flamengo), por exemplo, foram denunciados e julgados por desrespeitarem os juízes em campo.

Os árbitros, contudo, pouco podem fazer para se protegerem das ofensas vindas do torcedor. Frequentadores dos estádios se aproveitam do anonimato em meio às multidões e proferem dezenas de palavras -muitas delas obscenas- dirigidas ao times rivais, a jogadores "sem comprometimento" e, claro, ao juiz da partida.

O juiz, aparentemente, ignora os insultos. A pressão jogada sobre a arbitragem somada às ofensas, contudo, vão enervando os homens de apito até o ponto em que os profissionais não mais conseguem executar seu trabalho de forma apropriada. O árbitro, por nervosismo ou por puro desaforo, acaba cometendo erros em campo.

Existem, obviamente, juízes incompetentes e sem caráter. Mas também cabe ao torcedor se colocar no lugar do árbitro. Imagine você trabalhando duro, tendo de cumprir dezenas de metas, sob as ordens de um chefe rigoroso e ainda tendo de lidar com críticas alheias. A realidade de um homem do apito, portanto, não é muito diferente da sua, trabalhador de classe média, que precisa suar a camisa para manter as contas em dia e ainda ver o seu esforço sendo pouco reconhecido.

Antes de dizer que o juiz é um "safado" ou que ele "apita mal", o torcedor deve levar em conta também que aquele homem que está mediando o confronto também é um ser humano, que ele também comete erros e que ele também está sofrendo pressão de todos os lados.

Chamar o juiz de "filho da p***", infelizmente, faz parte de nossa cultura, mas é algo que deveria ser banido. Insultar uma pessoa, seja quem for e independente do motivo, não melhora seu desempenho profissional e ainda enerva o cidadão em questão.



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quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Menos Mascherano e Mais Messi

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Muitas críticas pesadas têm sido dirigidas a Lionel Messi, acusando-o de não jogar pela Albiceleste o mesmo futebol que desempenha pelo Barcelona. O atacante, abatido com a perda de mais um título pela seleção de seu país, cogitou até mesmo "dar um tempo" na Argentina, algo que não se concretizou visto que o craque foi convocado e atuou nos dois últimos amistosos.

Se para Messi as críticas são muitas, para o volante Javier Mascherano (foto) são os elogios que tem sido abundantes. Masche é daqueles jogadores que jogam com raça e dedicação em campo. Ele não desiste de nenhuma bola, coloca ordem no time quando necessário e sempre tenta alguma jogada mesmo com o placar adverso.

A disposição de Mascherano em campo é tamanha que ele acaba cometendo muitas faltas durante as partidas. Não raro, ele já foi considerado como desleal pelos seus críticos. Um tabloide inglês, inclusive, chamou o atleta de "o mais burro do mundo" após o volante ter sido expulso pelo Liverpool em 2008.

Jogadores com o estilo de Mascherano ainda têm presença constante nos times da América do Sul, inclusive aqui no Brasil. Argentinos, uruguaios e paraguaios são sempre muito procurados pelos times do Brasil. Os torcedores sempre comemoram esse tipo de contratação, pois esperam por muita raça e entrega desses atletas.

A questão, no entanto, é que o futebol europeu vai ficando cada vez mais à frente do sul-americano justamente porque muitas equipes daqui continuam apostando na raça em detrimento à técnica e ao talento. Tanto é verdade que as seleções daqui precisam recorrer aos atletas que atuam no Velho Continente justamente porque os craques estão quase todos lá, enquanto nós praticamente temos apenas raça em nosso futebol.

A Seleção Argentina levou anos para se desprender dos rótulos de "desleal" e "catimbeira". A Albiceleste, após brilhar nos anos 80, estava jogando cada vez mais coração e menos cérebro em campo. Não à toa, apresentou muitos desempenhos pífios em Copas do Mundo entre os anos 90 e 2000 porque os craques estavam dando cada vez mais lugar aos brucutus. Felizmente, alguns talentos como Batistuta e Riquelme impediram que o talento argentino fosse totalmente engolido pelo excesso de agressividade em campo.

Os treinadores, recentemente, conseguiram diminuir um pouco o ímpeto dos brucutus e implantaram um jogo mais elegante, cadenciado. A imagem e semelhança de Messi.

As mudanças, contudo, não trouxeram os títulos de volta à Argentina. O melhor que a Albiceleste conseguiu nos últimos anos foram vice-campeonatos, sendo três na Copa América (2004, 2007 e 2015), um na Copa das Confederações (2005) e um na Copa do Mundo (2014).

O torcedor argentino se impacientou, afinal eles têm à disposição o melhor jogador do mundo, o time foi totalmente reformulado para que o craque se sentisse confortável e, mesmo assim, ele não tem conseguido trazer os troféus de volta para a Argentina. E o jejum de títulos já dura 22 anos.

Messi se esforça, luta, tenta jogadas, mas não consegue transformar seu suor em resultados. Como o craque, aparentemente, não consegue fazer a diferença em campo, o torcedor acaba prestando atenção no jogador que demonstra raça e dedicação: Mascherano.

Mascherano é um bom jogador. É versátil, podendo fazer o meio-de-campo ou a zaga com a mesma eficiência. Ele jamais teria espaço em um clube da magnitude do Barcelona se tivesse apenas a raça como qualidade.

Eu, no entanto, gostaria que a Argentina fosse muito mais a "Argentina de Messi" do que a "Argentina de Mascherano". Se a raça fosse mais importante que o talento, a Libertadores seria um torneio muito mais relevante que a Champions League



Imagem extraída do Facebook oficial de Javier Mascherano-
https://www.facebook.com/Javier14Mascherano



NÃO DESISTAM DE KLINSMANN!

O treinador Jürgen Klinsmann vêm sendo contestado devido aos recentes resultados ruins da Seleção Norte-Americana. A perda do título da Gold Cup e a apatia do time diante do Brasil fizeram com que o trabalho do técnico alemão passasse a ser questionado em solo norte-americano. Vale lembrar, contudo, que Klinsmann foi um dos grandes responsáveis pela conquista do tetra da Seleção Alemã em 2014, afinal foi ele quem deu início à renovação do elenco na Mannschaft, bem como a adoção de um estilo mais leve de futebol. Klinsmann plantou a semente e Joachim Löw, seu ex-assistente, cultivou a árvore para colher os frutos.



BRASILEIRÃO

O São Paulo bem que tentou, mas pouco pôde fazer diante da "ousadia e alegria" do Santos na Vila Belmiro. 3x0 ficou até barato para o Tricolor. O Timão, mais uma vez, demonstrou dificuldades em enfrentar equipes defensivas e ficou apenas no empate contra o Grêmio. E os reservas do Verdão demonstraram falta de ritmo diante de um instável Inter. Se Osorio do São Paulo tem abusado do rodízio, Marcelo Oliveira tem usado pouco o banco de reservas. Vale lembrar que um dos trunfos do atual comandante palmeirense sempre foi a rotatividade do numeroso elenco enquanto dirigia o Cruzeiro.



A CROÁCIA PERDE COM A SAÍDA DE NIKO

Fiquei bastante chateado com a saída do treinador Niko Kovač da Seleção Croata. O treinador não resistiu aos dois resultados ruins nas Eliminatórias da Euro 2016 -empate diante do Azerbaijão e derrota para a Noruega, ambas fora de casa. A Hrvatska, com isso, caiu da liderança para a terceira posição em seu grupo. É realmente uma pena que Niko tenha deixado sua seleção, afinal ele havia resgatado o futebol bonito e ofensivo que caracterizou o seu país no passado, além de mesclar muito bem a experiência de veteranos (Srna e Olić) com a juventude dos garotos (Kovačić e Halilović). Que Niko e a Hrvatska reencontrem o caminho depois deste duro golpe.


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Do Inferno da Guerra para as Glórias do Futebol

Imagem extraída do Facebook oficial do Real Madrid-
https://www.facebook.com/RealMadrid/



Hoje é aniversário de um dos jogadores que mais admiro no futebol. Não apenas por ser um grande meio-campista, mas também pela sua história de superação após ter sobrevivido ao inferno da guerra para vencer na vida em todos os sentidos.

Completa hoje 30 anos o meia croata Luka Modrić, atleta que atualmente defende o Real Madrid e também a Seleção Croata..

Modrić nasceu na cidade de Zadar, localizada a 250km ao sudoeste da capital Zagreb. Na ocasião, a Croácia ainda era parte da antiga Iugoslávia.

A Croácia entrou em guerra seis anos após o nascimento do pequeno Luka. Os movimentos nacionalistas-separatistas ganharam força após a dissolução da antiga União Soviética e a reunificação das Alemanhas. E, com isso, uma batalha pela independência teve início.

Modrić cresceu em meio aos confrontos sem saber do que acontecia em seu país. As famílias dos refugiados croatas fizeram o possível para que as crianças não tivessem conhecimento das batalhas sangrentas que aconteciam do lado de fora dos abrigos. Alheio à guerra, o pequeno Luka descobriu o futebol e começou a dar seus primeiros toques de bola.

O garoto, após o fim dos confrontos, foi aceito nas categorias de base do time de sua cidade natal, o NK Zadar, e depois transferiu-se para o Dinamo Zagreb, por onde se profissionalizou.

Modrić não foi aceito de imediato pelo maior time de seu país. Ele passou algumas temporadas emprestado tendo de mostrar serviço em outros times, primeiro ao Zrinjski Mostar da Bósnia-Herzegovina e depois ao Inter Zaprešić da Croácia. Só depois disso ele teve a oportunidade de jogar regularmente pelo Dinamo e chamar a atenção do Tottenham Hotspur da Inglaterra.

O meia croata ganhou projeção pelos Spurs e, a certa altura, já tinha presença constante na seleção de seu país. Já havia disputado uma Copa do Mundo (a de 2006) como reserva, e duas Eurocopas (a de 2008 e a de 2012) como titular de sua equipe.

O melhor, contudo, ainda estava por vir. Modrić, após boas exibições na Euro 2012, transferiu-se para o gigante Real Madrid. O meia, em princípio, estaria condenado a esquentar banco para o alemão Mesut Özil e também para o brasileiro Kaká. O então treinador José Mourinho utilizava o croata fora de sua posição preferida, aberto pelo lado direito onde o atleta não se sentia muito à vontade. Mas o destino lhe sorriria mais uma vez.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/cff.hns/



Veio a temporada 2013-14. Özil saiu para o Arsenal e Kaká retornou ao Milan. O treinador José Mourinho também deixou o clube e Carlo Ancelotti assumiu a função do português. E mudou o esquema tático da equipe de 4-2-3-1 para 4-4-2, com Modrić e Isco centralizados, desempenhando simultaneamente as funções de armadores e marcadores.

Modrić se adaptou bem à nova função, tornou-se o novo maestro dos Merengues e também ídolo da torcida. O agora meia central correspondeu a todo o carinho em campo com grandes exibições. Os títulos da Copa Del Rey e da Champions League encerraram a temporada do croata com chave de ouro, a mais brilhante de sua carreira.

Titular absoluto do Real e da Croácia, Modrić desfruta do auge de sua carreira e completa 30 anos muito bem vividos. Os passes milimétricos, a visão de jogo, as bolas paradas precisas e a qualidade na marcação o trouxeram até aqui. Ele poderia ter morrido na guerra, como aconteceu com muitos de seus conhecidos.

Modrić, contudo, sobreviveu para contar a história. Aliás, muitas histórias. As tragédias de sua infância, a maneira como ele encontrou no futebol o caminho para superar seu drama pessoal e os frutos que ele colheu após anos batalhando nos gramados.

Parabéns, Modrić! Que a sua história de superação e seu futebol magnífico sirvam de inspiração para muitas e muitas gerações! Não apenas no esporte, mas também para toda a humanidade!



Imagem extraída do Facebook oficial de Luka Modrić- https://www.facebook.com/ModricLuka10/



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ESPN- Lado B da Copa: Modric, o refugiado de guerra que virou o jogo na Croácia e no Real: http://espn.uol.com.br/noticia/406752_lado-b-da-copa-modric-o-refugiado-de-guerra-que-virou-o-jogo-na-croacia-e-no-real

Wikipedia- Luka Modrić (site em inglês): https://en.wikipedia.org/wiki/Luka_Modri%C4%87



RISCO EUROCOPA

O que era para ser uma grande barbada pode se tornar uma grande zebra. Tudo porque alguns times considerados favoritos para se classificarem à Euro 2016 tropeçaram e correm o risco de não participar da competição. A Grécia, campeã de 2004, já não tem mais chances de classificação e a Holanda, campeã de 88, precisa vencer seus próximos jogos e torcer por um tropeço da Turquia. Confira nesta matéria da ESPN o que as seleções têm de fazer para não ficarem fora da competição.



NA HORA DO VAMOS VER...

O Brasil trucidou os esforçados norte-americanos no último amistoso antes das eliminatórias para a Copa 2018. Porém, não adianta massacrar rivais tecnicamente inferiores em jogos amistosos para depois fazer feio nas partidas onde há algo em disputa. Na Copa de 2014, enfrentamos vários rivais com menos tradição no futebol, não fizemos bonito em nenhuma partida e a máscara caiu diante da Alemanha. Na Copa América 2015, a mesma coisa: tomamos sufoco do Peru, Venezuela e Paraguai. E é bom que Dunga e seus comandados se preparem: o Chile, nosso primeiro adversário nas eliminatórias, possui a melhor geração de atletas de sua história, joga um futebol de muita qualidade e eles estão empolgados com o título da Copa América.