quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Era Uma Vez Um Time

Imagem extraída do Facebook oficial do Cruzeiro- www.facebook.com/cruzeirooficial



Quando o treinador Marcelo Oliveira assumiu o Cruzeiro em 2013, ele recebeu uma equipe desmotivada e com poucas expectativas. A equipe celeste, acostumada às boas campanhas no Brasileirão, quase foi rebaixada em 2011, oscilou muito em 2012 e ainda via o arquirrival Atlético Mineiro desfrutar de grande fase.

Marcelo, que ganhou notoriedade no Coritiba, tinha a missão de montar uma equipe competitiva, voltar à Libertadores e devolver ao torcedor cruzeirense a alegria de comemorar títulos. Não havia como trazer grandes estrelas. Optou-se por uma estratégia interessante: contratar atletas consagrados, mas que não gozavam de prestígio no momento. Vieram, dessa forma, jogadores como Dagoberto, Borges, Ceará e Júlio Baptista.

A equipe, após um período inicial de instabilidade, deu liga e brilhou no Campeonato Brasileiro. O título de 2013 foi mais do que merecido. A conquista do troféu permitiu que o clube contratasse mais reforços e o time, que já era bom, ficou ainda melhor em 2014. O Cruzeiro virou sinônimo de futebol bem jogado, com muito jogo coletivo, compactação, solidez defensiva, bola no chão e, claro, muitos talentos individuais que, outrora desmotivados, tiveram a oportunidade de demonstrar que ainda poderiam ser muito úteis em campo.



Cruzeiro EC 4-2-3-1 football formation
Cruzeiro na temporada 2014: a equipe armada em 4-2-3-1
adotava conceitos modernos de futebol e combinava
jogadores consagrados com algumas apostas
(imagem obtida via www.footballuser.com).



O ano seguinte, porém, foi cruel com a Raposa. Os dirigentes se viram obrigados a venderem os jogadores para fazer caixa. Muitos atletas importantes deixaram o clube e o time que Marcelo Oliveira levou dois anos para montar estava desfeito em pouco mais de dois meses. Foram embora Egídio, Lucas Silva, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Marcelo Moreno.

O Cruzeiro foi às compras para repor as perdas. Era necessário manter a equipe competitiva para buscar o bicampeonato da Libertadores. Mesmo com pouco tempo para remontar e reentrosar o time, o treinador Marcelo Oliveira ainda conseguiu levar a Raposa às quartas-de-final, parando no River Plate que viria a ser campeão do torneio.

O time, porém, visivelmente não tinha o mesmo brilho da temporada anterior. Seria necessário mais tempo e paciência para que a equipe desfigurada pelo desmanche recuperasse a plenitude de outrora. Paciência que o clube não teve com o treinador Marcelo Oliveira, que foi demitido do Cruzeiro após uma goleada sofrida diante do arquirrival Atlético Mineiro. Foi a gota d'água.



Cruzeiro EC 4-2-3-1 football formation
Cruzeiro no primeiro semestre de 2015: mesmo com o time
"remendado", a Raposa conseguiu ir longe na Libertadores
daquele ano. Infelizmente, a equipe não conseguiu manter
o bom desempenho no Brasileirão e o treinador Marcelo
Oliveira pagou o pato após uma goleada sofrida diante do
arquirrival Atlético Mineiro (obtido via www.footballuser.com).



O Cruzeiro pagou caro com a demissão do treinador. A equipe oscilou muito na tabela e chegou a flertar com a zona de rebaixamento. As constantes mudanças de técnico serviram para agravar os problemas do time, que só viria a se recuperar com a vinda de Mano Menezes, porém, não a tempo de voltar a brigar pelo título ou por vaga na Libertadores em 2015. O time celeste terminou o ano de mãos vazia e sem o direito de participar da competição sul-americana.

Penso que o cenário seria totalmente diferente se os dirigentes do Cruzeiro tivessem atrasado o desmanche do elenco pelo menos até a metade de 2015, apenas o tempo para tentar conquistar o bicampeonato da Libertadores. O time, talvez, conseguisse ir bem mais longe do que as quartas-de-final. O elenco também estaria bem mais valorizado com um bom desempenho na competição e poderia render ainda mais lucros ao clube a longo prazo.

O Cruzeiro, porém, optou pelo lucro a curto prazo e o treinador Marcelo Oliveira, sem muito a fazer, tentou reconstruir sua mutilada equipe com o elenco que havia à disposição. O técnico demonstrou que a Raposa tinha plenas condições de se reerguer com a exibição na Libertadores, mas o clube não quis pagar para ver e dispensou o comandante no primeiro momento de instabilidade.

Azar do Cruzeiro.



Imagem extraída do Facebook oficial do Cruzeiro- www.facebook.com/cruzeirooficial



CORINTHIANS

O torcedor corinthiano provavelmente se identificou com a situação apresentada na história acima. Tite pegou um time em crise no ano de 2015 e reergueu a equipe após muito trabalho. E viu o grupo se desfazer em três meses apesar dos apelos para que a base fosse mantida. Tite, porém, arregaçou as mangas e vai tentando remendar o Timão com os jogadores que tem à disposição, assim como Marcelo Oliveira estava fazendo no Cruzeiro em 2015. O time, até o momento, está com 100% de aproveitamento e dá sinais de que pode seguir em frente mesmo tendo perdido tantas peças importantes. Para não cometerem os mesmos erros da Raposa, dirigentes e torcedores corinthianos terão de ter muita paciência e compreensão, afinal o time ainda não está totalmente definido e entrosado. O time ainda vai oscilar muito e algumas batalhas serão perdidas até que tenhamos uma equipe novamente.



PALMEIRAS

O Verdão, visivelmente, ainda apresenta os mesmos problemas do ano passado: falta de jogo coletivo e de compactação. Ainda assim, considerei muito injusto o empate do Verdão diante do River Plate do Uruguai. Os palmeirenses jogaram muito melhor que os uruguaios, que se limitaram a marcar e "jogar por uma bola". O empate foi um bom resultado para os paulistas, mas o Palmeiras merecia vencer.


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