sábado, 10 de agosto de 2024

Quando o Dinheiro se Torna um Fardo

Mesmo com um elenco estrelado, Eduardo Coudet não conseguiu manter a competitividade
do Inter e acabou demitido (imagem extraída de www.facebook.com/scinternacional).



Todo torcedor se empolga quando seu time do coração vai às compras e volta com um elenco recheado de estrelas, afinal contratações significam mais opções para cobrir desfalques ou oferecer variações táticas e também a possibilidade da equipe brigar por mais títulos. Por outro lado, a cobrança por resultados passa a ser muito maior visto que todos desejam que todo o investimento no grupo retorne na forma de troféus.

O Internacional, disposto a reviver seus dias de glória, investiu em reforços de peso (Alario, Borré, Thiago Maia, ...) para voltar a brigar por troféus. A equipe, porém, não conseguiu manter a regularidade ao longo da temporada. Houve o agravante das tragédias ocorridas no Rio Grande do Sul que prejudicaram os treinos do Colorado e o time teve de mandar suas partidas longe de sua torcida. O treinador Eduardo Coudet acabou pagando o pato e foi demitido em julho deste ano.

O Palmeiras passou a ser alvo de pesadas críticas e de protestos após a queda de rendimento durante os últimos meses. O Verdão também investiu pesado em reforços (Moreno, Caio Paulista, Giay, Felipe Anderson, ...) mas o Palestra passou por uma seca de vitórias o que despertou a fúria de fãs e de jornalistas "corneteiros" que não se conformavam com o fato do "clube mais rico da América Latina" atravessar tamanha crise.

O Flamengo, mesmo em bom momento, também foi alvo de "corneteiros" após Tite poupar jogadores contra o São Paulo no domingo para depois jogar com o regulamento diante do Palmeiras na quarta-feira. O Rubro-Negro, a exemplo de seus rivais, também foi às compras e trouxe um pacotão de reforços -Viña, De la Cruz e Léo Ortiz.



Nem Abel Ferreira escapou das críticas pela má fase do
Palmeiras (imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras).



Uma contratação, por mais "certeira" que aparente, sempre será uma "aposta" ou um "investimento", e como tal, sempre há riscos envolvidos. Jogadores são seres humanos e nem sempre ocorre a "lógica" por mais que analistas de desempenho atuem para diminuir a margem de erro dos negócios.

Reunir muitos bons jogadores não significa que haverá química entre eles em campo. Basta observar as seleções durante a última Eurocopa com diversos elencos muito bons no papel mas que não funcionavam como um time. O próprio Brasil, durante a Copa 2006, contava com um grupo teoricamente impecável (Dida, Cafu, Kaká, Ronaldo, Ronaldinho, ...) mas o que se observou foi uma equipe apática.

Os times também oscilam ao longo da temporada seja por desfalques, divergências internas ou pelo mérito dos adversários que conseguem neutralizar os pontos fortes das equipes. No caso específico do Palmeiras, observa-se o envelhecimento do elenco que não rende mais como há quatro anos atrás e há um certo esgotamento das ideias de Abel Ferreira que vem privilegiando a "hierarquia" no grupo em detrimento ao desempenho ou ao talento.

É óbvio que um elenco mais robusto reúne mais chances de resultados positivos e, consequentemente, maior possibilidade de títulos. "Probabilidade", porém, não é sinônimo de "certeza" e sempre há o risco do investimento não trazer retorno ao clube. Basta recordar do Paris Saint-Germain que, temporada após temporada, monta times estrelados que jamais conquistaram uma Champions League.



Nem a classificação para as quartas da Copa do Brasil livrou o Flamengo
da "cornetagem" (imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial).




Nenhum comentário:

Postar um comentário