quarta-feira, 31 de maio de 2023

"Nunca te Rindas"

Imagem extraída de www.facebook.com/EuropaLeague



Olá, leitoras e leitores. O autor não pôde atualizar o blog durante os últimos dias devido a uma viagem. Peço desculpas pela ausência.

"Nunca se renda" foi o lema adotado pelo Sevilla nesta temporada e que combinou perfeitamente com o desfecho. Os andaluzes caíram já na fase de grupos da Champions League, ficaram muito próximos de serem rebaixados no Campeonato Espanhol e mudaram duas vezes de treinador. Os Nervionenses, porém, encontraram na Europa League o cenário perfeito para reagirem e encerraram com chave de outro ao conquistarem o heptacampeonato da competição.

José Luis Mendilibar, desfalcado do suspenso Marcos Acuña, escalou seu time em 4-1-4-1 com Alex Telles no lugar do lateral argentino. José Mourinho, por sua vez, enviou a sua Roma em 3-4-3 com Dybala (voltando de lesão) entre os titulares.

Os Giallorossi tomaram a iniciativa com jogadas pelas pontas e utilizando o atacante Tammy Abraham como pivô ou para abrir os espaços para os companheiros. Os Nervionenses, por sua vez, responderam tocando a bola principalmente pela direita com Navas, Ocampos e Óliver triangulando por aquele lado mas encontravam poucos espaços para circular a pelota.

Os italianos abriram o placar com Dybala após uma falha de Rakitić que perdeu uma bola e cedeu um contra-ataque para os Giallorossi. A Roma, porém, recuou o time cedo demais e tentou controlar o jogo com faltas, além de reclamar em demasia com a arbitragem o que gerou muitos cartões amarelos já no primeiro tempo.

O Sevilla, aos poucos, começou a encontrar os espaços e tomou as rédeas da partida com infiltrações, cruzamentos ou chutes de fora da área. Não conseguiram vazar o goleiro Rui Patrício mas já deixaram evidente de que nunca se subestima os Nervionenses em uma Europa League...



Sevilla, em 4-1-4-1, tenta criar principalmente pela direita
mas não encontra espaços na defesa romana. Roma, em 3-4-3,
ataca pelas pontas e usa Abraham para abrir espaços para os
companheiros (imagem obtida via this11.com).



Mendilibar troca Óliver Torres e Bryan Gil por Suso e Lamela, respectivamente. Com isso, o Sevilla ganha velocidade e consegue incomodar Rui Patrício com mais infiltrações, cruzamentos e chutes de fora da área. Era questão de tempo para que os Rojiblancos empatassem em um lance infeliz do zagueiro Mancini que fez gol contra ao tentar cortar cruzamento de Ocampos.

O jogo foi se tornando mais nervoso com muitas faltas e discussões em campo. O Sevilla conseguiu se impor mas não conseguiu transformar a posse de bola em gols. A Roma, por sua vez, só conseguia responder em cobranças de falta ou de escanteio.

A partida inevitavelmente vai para a prorrogação quando muitos jogadores passaram a sentir o desgaste físico. A igualdade permaneceu até o final do tempo extra e a final seria decidida nos pênaltis mais uma vez.

Bono conseguiu segurar o chute de Mancini e viu Ibañez mandar a sua bola no poste, enquanto o Sevilla consegue aproveitar todas as cobranças. Rui Patrício até conseguiu pegar o pênalti decisivo de Montiel mas estava adiantado e a arbitragem mandou voltar o lance. Em sua segunda chance, o lateral argentino converte e decreta o heptacampeonato dos Nervionenses.



Com as entradas de Lamela e Suso, o Sevilla ganha velocidade e
empata em uma infelicidade de Mancini. Roma tenta controlar o
jogo com faltas ou com a pressão psicológica e só leva perigo
em lances de bola parada (imagem obtida via this11.com).



Sevilla conquista o troféu por "não se render". Nunca deixou de acreditar no resultado nem mesmo com a desvantagem no placar e não caiu no jogo psicológico dos rivais, que se valeram de faltas, cera e provocações.

Roma deixa o título escapar por recuar muito cedo. Deveriam aproveitar a vantagem no placar para tentar ampliar o marcador mas os Giallorossi preferiram deixar as linhas baixas e tentar controlar o jogo com faltas ou com pressão psicológica. O rival, porém, demonstrou uma incrível força mental e, por pouco, não virou a partida. Não obstante, os italianos deram azar com o lance de Mancini.

O Sevilla e a Europa League realmente parecem ter sido feitos um para o outro. Os Nervionenses apresentaram uma reação surpreendente nesta segunda metade da temporada e conquistaram seu sétimo troféu na competição ao superarem adversários com muito mais poder aquisitivo. De quebra, estão salvos do rebaixamento em La Liga e podem pensar em metas mais ousadas para 2023-24.

Nunca te rindas, como o próprio Sevilla ensinou nesta fantástica "remontada".



Imagem extraída de www.facebook.com/EuropaLeague




sábado, 27 de maio de 2023

Aviso




O blog não será atualizado neste final de semana.

Abraços e até a próxima semana!




sexta-feira, 26 de maio de 2023

Insubstituíveis?

Imagem extraída de www.facebook.com/RealMadrid



Eu costumo deixar comentários em canais de jornalistas esportivos no Youtube e recebo todo tipo de resposta: algumas elogiosas, outras discordantes, há as visivelmente escritas por pessoas que mal leem uma linha inteira do texto e ainda há as ofensivas que eu prontamente denuncio para a plataforma. E um desses replies me ofereceu uma ótima ideia para o post de hoje.

Eu havia comentado em um vídeo que os Merengues sentiam a falta de Casemiro (Tchouaméni ainda não se mostrou totalmente pronto para substituir o brasileiro) quando um internauta me respondeu que mais difícil ainda seria encontrar substitutos para Luka Modrić e Toni Kroos.

Modrić e Kroos são os pilares do Real Madrid desde a temporada 2014-15 quando o alemão foi contratado, enquanto o croata está no clube desde 2012 e assumiu a titularidade no ano seguinte com a saída de Özil. Mesmo passando dos 30 anos, a dupla ainda faz toda a diferença em campo com sua maestria e com seus passes precisos. Não por acaso os dois meio-campistas têm cadeira cativa no time e o clube faz questão de renovar seus respectivos contratos ano após ano.

Um outro motivo pela permanência da dupla é a dificuldade de se encontrar jogadores com suas características nos dias de hoje. Os meias atuais são como Thomas Müller e Kevin de Bruyne, atletas exaltados muito mais pela mobilidade do que pelos passes precisos. Há, inclusive, times que jogam sem armadores de ofício como o Liverpool de Jürgen Klopp ou a Argentina de Lionel Scaloni.



Imagem extraída de www.facebook.com/RealMadrid



Modrić e Kroos se tornaram para o Real Madrid o que Xavi e Iniesta eram para o arquirrival Barcelona na década passada. Em ambos os casos, os times desenvolveram uma dependência absurda em relação aos seus armadores e parte do declínio do arquirrival blaugrana se deveu justamente às dificuldades em se desapegar de seus dois maestros. Não a toa, os catalães demoraram a retomar o prumo quando seus meias deixaram a equipe e a tendência é de que os Merengues tenham o mesmo problema quando seus pensadores se aposentarem.

O Real, obviamente, terá de aprender a jogar sem seus maestros, afinal algum dia Modrić e Kroos não reunirão mais condições físicas e/ou técnicas para atuar em alto nível e esta data não está muito longe visto que o croata já está com 37 anos e o alemão com 33. Se não for possível encontrar substitutos à altura, será necessário desenvolver alguma outra forma de atuação sem os dois meias, o que deve causar um estranhamento (e instabilidade) inicial. É um mal necessário, afinal os jogadores vão mas os clubes ficam e a vida segue.

A resposta deve ser dada na próxima temporada quando o clube passará por uma grande reformulação em seu elenco. Pelo menos até lá, podemos apreciar a maestria de Modrić e Kroos que desafiam a lógica e se mantêm jogando em alto nível apesar da idade. Realmente o autor daquele comentário tinha razão: será difícil imaginar o time sem esses dois meias tão geniais e capazes de rivalizar com a dupla Xavi e Iniesta em seus tempos áureos.



Imagem extraída de www.facebook.com/tonikroos




quinta-feira, 25 de maio de 2023

Nem Sempre Porrada Resolve

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Corinthians, Flamengo e São Paulo optaram por demitir seus respectivos treinadores já no primeiro semestre mas tiveram escolhas bastante distintas nos sucessores: o Tricolor optou pelo conciliador Dorival Júnior para acalmar o grupo enquanto os outros dois clubes preferiram técnicos mais enérgicos visando tirar seus elencos do "comodismo".

O Flamengo venceu mas ainda não convenceu em seus últimos jogos. Sampaoli não tem se mostrado muito diferente do antecessor Vítor Pereira na escolha dos métodos e ainda tem tido azar com as deficiências no elenco. O Corinthians, por sua vez, precisou trocar duas vezes de treinador o que serviu para tornar o ambiente ainda mais tenso e Vanderlei Luxemburgo ainda não obteve nenhuma vitória desde o seu retorno ao Parque São Jorge.

O São Paulo, diferente dos rivais, vem navegando em mares mais tranquilos e ainda não perdeu desde que Dorival assumiu -são seis vitórias, quatro empates e nenhuma derrota. O entendimento entre treinador e elenco é bom o que permite que o técnico possa realizar "rodízios" ou testes no grupo sem grandes prejuízos.

Não há uma regra quando se lida com seres humanos, tanto que o mesmo Vítor Pereira assumira o Corinthians em meio à temporada 2022 e obtivera bons resultados apesar de sua intransigência. Contudo, o ideal nas crises é sempre buscar por um treinador de perfil conciliador para tranquilizar o elenco.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Os dirigentes do São Paulo cometeram muitos erros durante os últimos anos mas acertaram em cheio ao contratarem Dorival Júnior. Os resultados a curto prazo são satisfatórios e há perspectivas por melhoras, ao contrário dos concorrentes que optaram por técnicos mais exigentes e seguem convencendo pouco em campo.

Torcedores apreciam os treinadores mais autoritários e que tenham estofo para cobrar os atletas mas se esquecem que os jogadores são o único tipo de funcionário que podem facilmente derrubar um chefe visto que todo um elenco pode se unir e causar a demissão de um técnico. E isto está ainda mais fácil nos dias de hoje visto que os futebolistas estão mais poderosos e melhor assessorados.

Treinadores não devem apenas pensar nos resultados mas também precisam gerir o grupo afinal precisam da colaboração dos jogadores para obterem as vitórias. Sempre há atletas mimados, "paneleiros" ou acomodados mas nos conflitos a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco que é justamente o técnico.

O sucesso de Dorival Júnior no São Paulo e a instabilidade nos concorrentes é a demonstração de que a conciliação ainda é o melhor método para se administrar uma crise. Nada impede que Luxa ou Sampaoli consigam acertar seus time a longo prazo ou que o Tricolor volte a decepcionar, visto que não há uma regra exata para se lidar com seres humanos. Ficou evidente, porém, que nem sempre "dar porrada" no elenco é a melhor solução para os problemas em campo.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc




quarta-feira, 24 de maio de 2023

Menino Prodígio

Imagem extraída de twitter.com/BellinghamJude



O Borussia Dortmund, por enquanto, não tem como competir financeiramente com os rivais mais endinheirados e o clube alemão sabe que cedo ou tarde perderá as suas estrelas para algum time com maior poder aquisitivo. Os Schwarzgelben, porém, souberam tirar proveito disto e passaram a garimpar jovens promessas para serem lapidadas no Signal Iduna Park e depois lucrar com suas transferências. Foi assim com Jadon Sancho e Erling Haaland. E o próximo da lista deve ser o meia Jude Bellingham.

Bellingham, de apenas 19 anos (completa 20 em junho), valorizou-se bastante após suas exibições durante a última Copa do Mundo e sua saída do Borussia era tida como certa na janela de transferência de inverno, mas os Schwarzgelben conseguiram segurá-lo pelo menos até o final da atual temporada.

O meio-campista é talentoso mas não é um driblador abusado como Ronaldinho Gaúcho e nem um passador excepcional como Luka Modrić. O jovem inglês, porém, chama atenção pela sua maturidade em campo. Ele possui apenas 19 anos de idade mas seu comportamento nos gramados é de um jogador de 30 anos.

Bellingham foi titular pela Inglaterra na maioria das partidas do último Mundial mas o jovem em nenhum momento pareceu sentir o peso da responsabilidade. O meia demonstrou um ótimo entendimento em campo com os colegas, cometeu poucos erros e não se deixou intimidar nem mesmo diante de zagueiros ou volantes mais durões.



Imagem extraída de twitter.com/BellinghamJude



O jovem inglês também se impôs no vestiário e já é o terceiro capitão do Borussia Dortmund, atrás apenas dos incansáveis Marco Reus e Mats Hummels. Talvez a braçadeira tenha sido apenas uma manobra dos Aurinegros para ajudar a segurar o meia mas isto não deixa de ser uma prova de que Bellingham possui a liderança como uma de suas virtudes.

O Real Madrid é tido como o provável destino para Bellingham na próxima temporada mas há outros clubes, principalmente na Inglaterra, interessados nos serviços do meio-campista. Triste mas, por enquanto, o Borussia Dortmund e a Bundesliga são pequenos para acomodarem um atleta com o potencial do camisa 22.

Bellingham, antes de sua provável transferência, ainda tem uma missão pelos Aurinegros no próximo sábado dia 27: reaver a Salva de Prata, o troféu que o Borussia Dortmund não conquista desde 2012 quando contava com a ótima geração de Lewandowski, Götze, Gündoğan, Kuba e outros que fizeram história pelo clube. Para isto, precisa vencer o Mainz no Signal Iduna Park e/ou torcer por um tropeço do Bayern diante do Köln/Colônia fora de casa. Seria a coroação pela ótima temporada do meia e também um belo presente de despedida para o seu torcedor.

Resta ao Borussia Dortmund reinvestir os lucros obtidos com a venda de Bellingham em novas promessas e repetir o ciclo até que o clube tenha condições de alcançar patamares mais altos. Quem sabe algum novo prodígio inglês não surja e preencha o vazio deixado pelo jovem capitão na próxima temporada, assim como foi com Sancho e Haaland -que representa a Noruega mas nasceu na Inglaterra.



Imagem extraída de twitter.com/BellinghamJude




terça-feira, 23 de maio de 2023

Imagens que Valem mais que Mil Palavras

Imagem extraída de www.facebook.com/RealMadrid



"A felicidade de um preto brasileiro vitorioso na Europa incomoda"- disse Vini Jr. quando sofreu o primeiro ataque racista na Espanha em setembro de 2022.



Marcos Senna, ex-volante da Seleção Espanhola
(reprodução www.instagram.com/marcossenna19).



Os clubes espanhóis, gostem ou não, devem muitos dos títulos que conquistaram aos negros. Ronaldinho Gaúcho e Eto'o (Barcelona), Seedorf e Marcelo (Real Madrid), Miranda (Atlético de Madrid), Kanouté (Sevilla), Samuel Chukwueze (Villarreal) e John Carew (Valencia) foram alguns dos muitos afrodescendentes campeões por times do país ibérico.



Alejandro Balde, lateral da Seleção Espanhola
(reprodução www.instagram.com/alejandrobalde).



A Seleção Espanhola, ademais, sempre contou com muitos atletas negros a sua disposição -alguns deles ilustram este post. E um deles, Marcos Senna, por acaso também é brasileiro (ele nasceu no Brasil e se naturalizou espanhol em 2006) e vitorioso (venceu a Euro 2008 pela Furia). Exatamente como Vini Jr.



Nico Williams, meia da Seleção Espanhola (reprodução
 www.instagram.com/nicolas_williams9).



Provocação tem limites e racismo é crime, independente do motivo. O torcedor, acima de tudo, deveria olhar antes para o próprio time antes de chamar algum jogador adversário de "macaco". Foi o que Thierry Henry lembrou aos fãs do Valencia em 2004 quando foi vítima de preconceito.



Ansu Fati, atacante da Seleção Espanhola
(reprodução www.instagram.com/ansufati).



Os ataques que Vini Jr. sofreu, portanto, são um ato criminoso e também de ingratidão. Foi muito graças aos negros que o futebol espanhol chegou à sua grandeza atual.



Reprodução www.instagram.com/vinijr




segunda-feira, 22 de maio de 2023

Mourinho no PSG?

Imagem extraída de www.facebook.com/officialasroma



Surgiram especulações de que o treinador José Mourinho pode ir para o Paris Saint-Germain na próxima temporada. O diretor esportivo do PSG, Luís Campos, seria o principal articulador para a contratação de seu compatriota. O atual técnico do time francês, Christophe Galtier, ficou bastante pressionado no cargo após as eliminações da Coupe de France e, principalmente, da Champions League, além de ter apresentado dificuldades em controlar os egos de suas estrelas.

Mou estava em baixa após seus últimos trabalhos na Inglaterra que ficaram marcados por muitos desentendimentos. Os métodos do treinador passaram até a ser considerados "ultrapassados" por alguns críticos. O português, contudo, conseguiu se reerguer na Roma ao conquistar a Conference League em 2022 e agora está na final da Europa League com os Giallorossi, podendo erguer mais uma taça continental.

Uma possível contratação de Mou pelo PSG seria bastante apropriada por uma série de razões: o português possui um currículo vitorioso, tem estofo para peitar as estrelas do elenco e suas equipes sempre são competitivas, sobretudo nos mata-matas como a Champions League que é o grande sonho dos acionistas catarianos.

Pesa contra Mou o seu temperamento que foi determinante para as suas últimas demissões. Os dirigentes do PSG, aliás, costumam tomar partido de suas estrelas nos confrontos e, portanto, Mourinho dificilmente permaneceria no cargo caso se desentendesse com astros como Neymar ou Mbappé.



Imagem extraída de www.facebook.com/officialasroma



O PSG não teria problemas em pagar a multa de Mou e tirá-lo da Roma mas o português sabe que está valorizado novamente e terá ainda mais mercado caso consiga vencer o Sevilla no dia 31 de maio. A Ligue 1 ainda é um campeonato que não possui a mesma competitividade da Premier League, La Liga ou da Serie A. Mourinho, portanto, poderia recusar os "petrodólares" dos franceses para disputar uma liga mais relevante.

Os franceses, por outro lado, poderiam oferecer ao português recursos para montar elencos grandiosos como em seus tempos de Real Madrid ou Chelsea e, com isso, aumentar as chances de reaver o título da Champions League que Mou conquistou pela última vez em 2010 quando dirigia a Internazionale.

Resta agora esperar até o final da temporada para saber o destino de Mou: se ele permanecerá na Roma para continuar tocando o projeto dos Giallorossi ou se rumará para outro clube seduzido pela possibilidade de contar com elencos ainda mais competitivos. Caso o PSG tenha êxito na contratação do português, acredito que será o nome mais apropriado para o momento do clube.



Imagem extraída de www.facebook.com/EuropaLeague




domingo, 21 de maio de 2023

The Joy




Estive na última quinta-feira no bar The Joy, localizado em frente à Universidade Presbiteriana Mackenzie que é uma das melhores e mais tradicionais universidades particulares de São Paulo. O local, obviamente, é bastante frequentado por estudantes justamente por ser bastante acessível à comunidade mackenzista.

Foi minha segunda visita ao bar -eu estive lá há exatos dez anos atrás para comemorar o aniversário de uma amiga- e fui novamente para retirar um kit para participar de um evento que contarei aqui no blog mais adiante. O estabelecimento possui uma fachada discreta e pode passar facilmente desapercebido pelos menos atentos. O espaço interno também não é muito amplo mas há mesas suficientes para um número razoável de pessoas se acomodarem.

Eu pretendia chegar mais cedo no bar para assistir aos jogos da Europa League que ocorreram durante aquele dia e escrever um relato contando como havia sido a minha experiência mas tive alguns problemas pessoais e só pude ir lá após às 19h, durante o horário para a retirada do kit.

Permaneci na parte de fora do The Joy onde estavam os meu amigos. O bar estava exibindo algumas partidas da NBA durante o horário e os monitores ofereciam uma boa visibilidade mesmo da calçada, onde ficava a mesa que eu estava acomodado.






Tive a sorte do bar não estar muito cheio no dia, o que possibilitou que eu tirasse boas fotos do estabelecimento. Como não havia jantado, pedi um sanduíche que não era exatamente barato mas o preço era justo pelo que o lanche oferecia.

Um grupo se apresentou no estabelecimento por volta das 20:30h e fiquei imaginando como os professores faziam para ministrar suas aulas na universidade do outro lado da calçada! Como fazia muito tempo que eu não frequentava um bar (devido à pandemia, cabe mencionar), eu não estava mais acostumado nem com o barulho e nem como me comportar no ambiente! Me senti um peixe fora d'água!

Tive que ir embora cedo mas foi maravilhoso rever os amigos e também voltar a ter uma vida social propriamente dita. O isolamento devido ao coronavírus me deixou algumas "sequelas" e está sendo difícil voltar ao convívio com a sociedade. As redes sociais ajudam a manter o contato mas não são a mesma coisa de ver pessoas presencialmente.

Eu certamente voltarei ao The Joy. Não pude avaliar como é a experiência de assistir a um jogo no estabelecimento como eu pretendia mas pude constatar que é um lugar confortável para isto. E, claro, foi ótimo reencontrar pessoas que não via desde antes do isolamento. A sensação de voltar ao convívio da sociedade foi estranha mas também foi libertadora.




 


sexta-feira, 19 de maio de 2023

Ah, a Arbitragem...

Gabigol foi flagrado desferindo um pisão em Ganso mas a arbitragem sequer deu
cartão amarelo pelo lance (imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial).



Diversas polêmicas envolvendo a arbitragem ocorreram nesta semana. A primeira, durante o domingo em partida válida pelo Campeonato Brasileiro, o juiz Bruno Arleu de Araújo assinalou um pênalti bastante duvidoso de Rafinha do São Paulo em Wesley do Corinthians. O jogo ainda teve um gol anulado de Calleri por uma falta bastante discutível no lance.

A segunda, e mais grave, ocorreu durante a terça-feira em partida válida pela Copa do Brasil. O atacante Gabigol do Flamengo pisa em Paulo Henrique Ganso do Fluminense. O árbitro Anderson Daronco sequer puniu o jogador pelo lance, que era passível de expulsão, e o VAR sequer foi chamado para revisão.

Houve, ainda, um pênalti assinalado incorretamente contra o Fortaleza na quarta-feira -quem cometeu a falta foi o atacante palmeirense Rony, e não o volante do Leão, Caio Alexandre. Até mesmo o ex-goleiro alviverde, Marcos, discordou da marcação.

Erros de arbitragem já interferiram em resultado de partidas o que acelerou a implantação do VAR no Brasil com apoio da maioria dos clubes que disputam a Série A. Mesmo com auxílio da tecnologia, os juízes seguem cometendo erros. Não obstante, as regras para o uso de tais recursos são extremamente confusas o que cria margem para interpretações dúbias.



O juiz assinalou um pênalti discutível em Wesley no último
domingo (imagem extraída de www.facebook.com/corinthians). 



As soluções já foram amplamente explanadas e debatidas por jornalistas. Uma delas é justamente a profissionalização da arbitragem. Sim, afinal muitos ainda precisam fazer "bicos" para se manterem e nossos juízes (incluindo os operadores do VAR) costumam interferir em demasia nas partidas porque precisam se destacar para serem promovidos o quanto antes, enquanto o correto seria que os homens do apito tivessem de agir o mínimo possível nos jogos.

As comissões de arbitragem também devem ser independentes para que não sofram pressão de clubes ou dirigentes mais influentes. Ademais, os juízes devem ter sua integridade zelada visto que já houve casos de árbitros ameaçados por torcedores e integrantes dos clubes, o que acaba interferindo nas decisões em campo.

Os operadores do VAR, por fim, necessitam de treinamento mais adequado para minimizar os erros nas decisões e também haver agilidade nos processos. A implantação do equipamento foi um fato relativamente recente e mesmo na Europa ainda há equívocos em sua utilização -eu mesmo discordei de algumas decisões em jogos da Champions League. A tecnologia no futebol, porém, é algo irreversível e foi adotada justamente para tornar as partidas mais justas.

Os acontecimentos desta semana não deixam dúvidas: a arbitragem no Brasil ainda comete muitos erros mesmo com a implantação da tecnologia. É necessário que haja mudanças mais profundas ou os juízes continuarão errando e prejudicando o andamento das partidas.



Imagem extraída de www.facebook.com/copadobrasilcbf




quinta-feira, 18 de maio de 2023

Loucura no Uruguai

Imagem extraída de www.facebook.com/LeedsUnited



Asociación Uruguaya de Fútbol (AUF) anunciou o argentino Marcelo El Loco Bielsa como o novo treinador de sua seleção. A federação, após meses de namoro com o técnico, oficializou a sua contratação na última segunda-feira (dia 15 de maio) através das redes sociais. O vínculo irá até 2025, quando acabam as eliminatórias para a Copa 2026, com possibilidade de renovação caso a Celeste se classifique ao Mundial.

Bielsa estava sem time desde fevereiro de 2022 quando deixou o Leeds United da Inglaterra. Será o terceiro trabalho do Loco em equipes nacionais. O argentino já dirigiu o selecionado de seu país natal (entre 1998 e 2004) e também o Chile (de 2007 até 2011), tendo deixado um grande legado em ambas apesar de não ter conquistado troféus -ele foi campeão olímpico pela Albiceleste em 2004, mas a medalha não conta como um título para a FIFA.

A escolha de Bielsa pela AUF não poderia ser mais acertada para o momento visto que o Uruguai necessita urgentemente de uma renovação em seu elenco. Pudera, afinal a geração de Suárez, Cavani e Godín já chegou ao seu limite e não conseguiu ir além da fase de grupos no último Mundial. O Loco, por sua vez, é um treinador que sempre prezou pelo uso das categorias de base nas equipes que dirigiu e seu trabalho não deverá diferente pelos Charrúas.

O argentino terá um ótimo material humano para iniciar o seu trabalho na Celeste, incluindo o zagueiro Ronald Araújo (Barcelona), o lateral Mathías Oliveira (Napoli), o meia Fede Valverde (Real Madrid) e o atacante Darwin Núñez (Liverpool). A maior dificuldade, porém, será fazer o time a aprender a jogar sem Suárez ou Cavani.



Imagem extraída de www.facebook.com/LeedsUnited



Não consigo esconder a empolgação com a indicação de Bielsa pela AUF. As equipes do argentino são conhecidas por jogar um futebol vistoso com trocas de passes, intensidade e ofensividade. Tudo isso sem deixar a raça de lado. O Loco costuma armar suas equipes com três zagueiros enquanto o Uruguai costuma adotar variações do 4-3-3, mas é possível chegar em um "consenso" utilizando um cabeça-de-área centralizado entre os dois defensores, algo que Arévalo Ríos realizava em outros ciclos.

Confesso que a escolha do argentino foi bastante surpreendente. A Celeste sempre foi conhecida por ser uma equipe mais defensiva e mais pesada em campo. Ademais, os dirigentes da AUF deixaram a rivalidade e o orgulho de lado ao escolherem o Loco para comandar a sua seleção -sim, afinal Argentina e Uruguai são rivais ferrenhos no futebol.

Bielsa terá seus primeiros testes em junho em amistosos contra Nicarágua e Cuba. O argentino terá muito trabalho, afinal é muito difícil abrir mão de uma geração de craques como Suárez e Cavani. O Loco, porém, sabe como renovar elencos e, mesmo sem títulos, sempre deixou um ótimo legado para seus sucessores nas equipes que dirigiu.



Imagem extraída de www.facebook.com/aufoficial




quarta-feira, 17 de maio de 2023

O Mapa da Mina

Com dois gols, Bernardo Silva praticamente decidiu a partida já no 1º
tempo (imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague).



O City terá a sua revanche na Champions League. Após bater na trave em 2021, os Citizens voltam a uma final e terão a chance de conquistar seu primeiro título internacional que é a grande ambição de seus proprietários emiráticos. E a vaga foi conquistada em grande estilo com uma goleada sobre o tradicionalíssimo Real Madrid.

Pep Guardiola repetiu a escalação da partida anterior com uma formação flexível variando de 3-4-3 para 3-6-1 conforme o posicionamento dos meio-campistas. Carlo Ancelotti resgatou Militão (que havia sido desfalque na ida) e utilizou o mesmo 4-1-4-1 com o brasileiro no lugar de Rüdiger.

A estratégia do City foi óbvia: explorar o lado esquerdo da defesa merengue aproveitando que o volante Camavinga atuava improvisado por lá e sem a cobertura de Vini Jr., que volta pouco para cobrir o francês. Bernardo Silva, triangulando bolas com De Bruyne e Stones, achou o "mapa da mina" por aquele setor e não tardou a abrir o placar para os mandantes.

O Real praticamente não conseguiu jogar durante todo o primeiro tempo com as linhas altas do City dificultando a saída de bola madrilenha. Melhor para os Citizens que aumentaram o placar novamente com Bernardo Silva após um rebote pelo lado esquerdo.



City, em 3-4-3/3-6-1, triangula bolas pela direita sobre Camavinga.
Real, encolhido em 4-1-4-1, não consegue jogar e vê seus passes
interceptados pela marcação alta dos ingleses (obtido via this11.com).



O City volta mais recuado para o segundo tempo com o objetivo de atrair o desesperado Real para sua própria área e aproveitar os espaços às costas da defesa merengue. Ancelotti abre mão de seus articuladores (Modrić e Kroos) para tentar o jogo mais direto, além de reforçar o lado esquerdo da defesa.

O Real pressiona em busca do empate mas o goleiro Ederson e a zaga azul conseguem resistir ao bombardeio. Simultaneamente, o City responde pela esquerda com Grealish que consegue cavar uma falta próxima à área de Courtois. Akanji cabeceia e a bola desvia em Militão, sem chances para o belga. Houve ainda tempo para Álvarez, após bela troca de passes, fechar a conta no finalzinho da partida.



Real, desesperado, vai para cima do City mas deixa a defesa
exposta e Grealish, pela esquerda, consegue cavar uma falta que
enterra as esperanças dos Merengues (obtido via this11.com).



City vence graças ao seu elenco (que possui mais opções que o Real) e também à versatilidade de seus atletas que conseguiram se desdobrar em duas ou três funções em campo. Elogios também à defesa que se mostra muito sólida e segura nesta edição da Champions, algo que nunca foi o forte das equipes dirigidas por Guardiola.

Real perde por uma série de fatores. A equipe que faturou tantos títulos agora parece "manjada" pelos rivais e todas as suas jogadas foram facilmente interceptadas pelo City na partida de hoje. Os madrilenhos parecem também ter sentido demais a saída de Casemiro, que era um dos pilares do time. Faltaram, por fim, mais reforços para encorpar o elenco visto que não havia muitas opções no banco para tentar algo diferente.

Bernardo Silva encontrou o "mapa da mina" para os seus gols na partida de hoje. Será que o City conseguirá fazer o mesmo contra a Internazionale, que possui uma defesa ainda mais sólida? Descobriremos no dia 10 de junho em Istambul.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague




terça-feira, 16 de maio de 2023

...E o Inzaghi Eliminou o Milan

Lautaro fez o gol que carimbou o passaporte da Internazionale para
Istambul (imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague).



A Internazionale está de volta a uma final de Champions League após 13 anos. E foi em grande estilo, justamente sobre o arquirrival Milan. Curiosamente, foi Inzaghi um dos responsáveis por eliminar os Rossoneri mas não estamos falando de Filippo, atacante multicampeão pelo time vermelho de Milão; e sim de seu irmão mais novo, Simone, que hoje dirige o arquirrival azul.

Inzaghi manteve a escalação da ida, com a Internazionale em 3-5-2 com a mesma proposta de travar o meio-de-campo e administrar a vantagem construída na semana passada. Stefano Pioli, por sua vez, foi de 4-2-3-1 com o retorno de Rafael Leão pela esquerda, o zagueiro Thiaw no lugar de Kjær e Brahim Díaz mais recuado.

O Milan tomou a iniciativa com linhas altas, usando Giroud para abrir espaços para os companheiros e tentando cavar faltas ou escanteios próximos à área de Onana. A Internazionale, porém, "soube sofrer" e conseguiu frear as investidas dos rivais.

Os Rossoneri parecem ter se cansado na segunda metade do 1º tempo, o que foi senha para os Nerazzurri reagirem. A Inter deu a resposta pelos lados principalmente com Dumfries e Dimarco, além de usar os meias como elemento surpresa no ataque. Inzaghi deu azar em perder Mkhitaryan por lesão (Brozović entrou em seu lugar) mas o ímpeto de sua equipe não diminuiu com a mudança.



Milan, em 4-2-3-1, usa Giroud para pressionar a defesa
nerazzurra enquanto os ponteiros tentam infiltrações ou
escanteios, mas os mandantes conseguem resistir. Inter, em
3-5-2, responde pelos lados e utilizam a subida dos meias
como elemento surpresa no ataque (obtido via this11.com).



O Milan, visivelmente cansado, perdeu a contundência no segundo tempo. Melhor para a Inter que criou mais chances e só não abriu o placar porque Maignan fez ótimas intervenções. Os Rossoneri ainda deram azar em perder o zagueiro Thiaw por lesão -Pierre Kalulu entrou em seu lugar.

Inzaghi renova o fôlego de sua equipe trocando Džeko e Dimarco por Lukaku e Gosens, respectivamente. A mudança deu resultado com os dois ingressantes participando da jogada que culminou no gol de Lautaro. Internazaionale 1x0.

Pioli, sem saída, foi para o "abafa" com as entradas de Saelemaekers e Origi, mas faltava calma e organização nas jogadas, que pouco levavam perigo a Onana. A Inter seguiu respondendo com Lukaku usando seu tamanho para abrir espaços para os companheiros mas Maignan evitou que os Nerazzurri ampliassem o placar.



Lukaku usa seu tamanho para abrir espaços para as infiltrações
dos companheiros e Lautaro aproveita. Milan, desesperado, vai
para o "abafa" mas falta organização e tranquilidade para
trabalhar as jogadas (imagem obtida via this11.com).



Internazionale vai para a final com méritos: soube administrar o resultado e aproveitou melhor as chances de gol. As mexidas de Inzaghi e o banco nerazzurro também fizeram toda a diferença visto que os reservas ajudaram a decidir o jogo.

Milan é eliminado em parte por azar (não tiveram Leão na ida e Bennacer na partida de hoje) mas também pela falta de competência ofensiva. Os Rossoneri terão de aprender a propor o mais o jogo visto que nem todos os adversários oferecerão espaços para contra-ataques. Não obstante, terão de lutar para voltarem à Champions League na próxima temporada visto que estão 4 pontos atrás da quarta colocada na Serie A, Lazio.

Confesso que nunca pensei que veria algum Inzaghi eliminar o Milan. O sobrenome que trouxe tantas alegrias para o torcedor rossonero hoje, ironicamente, é motivo de tristeza para o lado vermelho de Milão. Curiosamente, Filippo foi um jogador muito mais bem-sucedido que Simone, e hoje os papéis se invertem no banco de reservas. 

Salve(m) o Corinthians

Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians



Ainda é muito cedo para se falar em risco de rebaixamento no Corinthians mas o clube vem repetindo a "fórmula" que decretou o descenso de vários rivais: elenco que não entrega resultado, instabilidade política, dívidas enormes e constantes mudanças de treinador. E não será surpresa se houverem notícias a respeito de atrasos nos salários ou nos direitos de imagem.

O Timão, não obstante, permite que as torcidas organizadas interfiram nos assuntos administrativos (o meia Luan e o dirigente Roberto de Andrade foram afastados por pressão de fãs) e a instituição se agarra desesperadamente ao seu passado acreditando que seu envelhecido grupo irá repetir o desempenho de dez anos atrás quando foi campeão mundial.

O elenco do Corinthians, embora envelhecido, não é ruim e seria suficiente para uma campanha no mínimo "decente" para 2023 -uma vaga na Sulamericana ou para os playoffs da Libertadores. Está mais do que evidente, contudo, que o grupo está desequilibrado sem o devido encaixe entre os veteranos (que já não têm o desempenho de dez anos atrás) e os garotos da base (que ainda estão muito "verdes" para tamanha responsabilidade).

O treinador Vanderlei Luxemburgo (que é outro trazido pelos dirigentes respaldado pelos títulos de décadas anteriores) luta desesperadamente para provar que não está "ultrapassado" mas o carioca ainda não venceu desde o seu retorno ao Corinthians e o time pouco evolui em suas mãos. O técnico até apelou para o afastamento de jogadores (estratégia arriscada visto que os atletas podem se unir e derrubá-lo facilmente) e comemorou um empate em casa como se tivesse sido uma goleada sobre o São Paulo.



Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians



Não seria recomendável, porém, promover uma "limpeza" no elenco neste momento com a temporada em andamento: isto só tornaria o clima no vestiário ainda mais tenso e o clube não tem recursos para grandes contratações ou para repor saídas. O ideal seria buscar apenas alguns poucos jogadores para cobrir carências no elenco (em especial um reserva para Renato Augusto) e esperar até o final do ano para, enfim, realizar uma grande reformulação no grupo.

Talvez seja aconselhado abrir mão de Luxemburgo. Não gosto de recomendar mudanças de treinador mas Luxa tem um perfil muito rígido e ele busca desesperadamente por recolocação no mercado, o que significa que não hesitará em responsabilizar o elenco por eventuais derrotas para tentar salvar a própria pele. Eu recomendaria um técnico como Abel Braga que é mais conciliador, sabe trabalhar com times envelhecidos, tem experiência como "bombeiro", possui um estilo semelhante ao de Tite e está sem clube no momento.

Ainda não vejo o Corinthians rebaixado em 2023. A temporada ainda está em seu "início", há muito tempo hábil para uma recuperação e existem rivais mais propensos ao descenso neste momento. Mas o Timão precisa reagir o quanto antes pois pontos importantes estão sendo desperdiçados e podem fazer falta lá na frente.



Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians




segunda-feira, 15 de maio de 2023

Predadores e Presas

Imagem extraída de twitter.com/Feyenoord



O 16º título do Feyenoord na Eredivisie é paradoxalmente uma bênção e uma maldição ao mesmo tempo. "Benção" porque a equipe de Roterdã conquista o troféu que não ergue desde 2017, acabando com o "dipólio" do Ajax e do PSV no Campeonato Holandês. "Maldição" porque seus dirigentes sabem que o elenco está valorizado e o clube dificilmente terá como segurar seus melhores jogadores diante do assédio de rivais mais endinheirados.

A conquista do título pelo Feyenoord, em parte, se deveu justamente pelo enfraquecimento dos dois rivais diretos: o PSV perdeu Cody Gakpo para o Liverpool enquanto o Ajax sofreu um verdadeiro desmanche com as saídas de Lizandro Martínez, Antony, Mazraoui, Gravenberch, Blind e do treinador Erik ten Hag. Não será surpresa que o time de Roterdã tenha o mesmo destino.

O capitalismo mudou profundamente o futebol, com os clubes mais ricos se tornando verdadeiros "predadores" que devoram os adversários mais fracos dentro e também fora de campo. As instituições mais endinheiradas não apenas possuem elencos mais robustos para superar os rivais dentro das quatro linhas como também conseguem enfraquecer as equipes menos abastadas adquirindo os seus melhores jogadores.



Imagem extraída de twitter.com/Feyenoord



As "presas", por sua vez, pouco podem fazer visto que não podem competir financeiramente com os rivais mais abastados. Resta a estes clubes reinvestir os lucros obtidos em novos jogadores, seja "predando" instituições ainda menos favorecidas financeiramente (como aqui na América do Sul, tirando proveito das diferenças cambiais) ou formando jovens nas categorias de base, algo que os holandeses são especialistas.

Ficam, obviamente, lamentos em relação às "presas" que não conseguem manter seus times para as próximas temporadas e, com isso, lutar por objetivos maiores, mas o capitalismo é amoral e não há certo ou errado em tal meio. Os "predadores" simplesmente desejam o "topo da cadeia alimentar" e precisam se fortalecer para isto. Então, conseguem "predar" clubes de menor poder aquisitivo por serem mais aptos financeiramente.

O futebol é um meio competitivo onde "chora menos quem pode mais". O Feyenoord, por enquanto, não tem como competir financeiramente com os rivais mais endinheirados e seus melhores jogadores certamente irão para outros países como Espanha ou Inglaterra na próxima temporada. Quem sabe o clube de Roterdã possa virar o jogo algum dia se for adquirido por algum magnata ou se a Eredivisie receber investimentos suficientes para brigar com a Premier League ou La Liga...



Imagem extraída de twitter.com/Feyenoord




domingo, 14 de maio de 2023

Derrotado e Humilhado




Quando eu estava na graduação, costumava jogar baralho com os amigos durante os intervalos das aulas. Eu, aliás, gostaria muito de saber se os alunos da atual geração ainda mantém tal hábito nos horários livres ente as disciplinas! O truco era a principal atividade mas os colegas não tardaram a trazer outras modalidades como palitinho, Uno e tranca. Esta última rendeu uma história divertida protagonizada pelo autor!

2005. Havia duas disciplinas no período da manhã. A primeira aula acabou bastante cedo -acho que eram nove horas- e ficamos com muito tempo livre -teríamos de esperar quase uma hora até a próxima matéria. Foi quando algumas garotas da minha sala me convidaram para jogar tranca, um jogo semelhante ao buraco -não sei diferenciar as duas modalidades.

Estávamos na última rodada antes da próxima aula começar quando fiz uma grande besteira: descartei uma carta que formaria uma canastra e que nos daria a vitória. Só percebi o erro quando as garotas começaram a gritar apontando o meu deslize. Confesso que até pensei em pedir para voltar o lance mas resolvi engolir a derrota.






A professora chegou enquanto eu era "aloprado" pelas garotas após eu deixar a vitória literalmente escapar por entre os meus dedos. Nem a docente acreditou na enorme besteira que eu fiz e começou a tirar sarro de mim também!

Uma pena que a frequência das jogatinas diminuiu drasticamente nos anos seguintes. A maioria dos colegas (e também parceiros de carteado) partiu para a "indústria" (a maneira como chamamos os empregos fora da universidade) e transferiu as matérias para o período noturno, enquanto eu permaneci no curso integral. Triste mas é para isso que nós estudamos.

A última vez que joguei algo na Farmácia foi em meados de 2008, quando eu já estava com um pé no Instituto de Ciências Biomédicas. Um "bixo" me chamou para umas partidas de Magic the Gathering (será que alguém ainda joga isso?) e fui derrotado mais algumas vezes visto que meu baralho estava bastante desatualizado!

Sinto falta dos carteados nos intervalos das aulas! Tive tantos momentos divertidos que nem mesmo as derrotas me desmotivavam a jogar. Eu, aliás, nem fiquei chateado com o episódio da tranca, muito pelo contrário: até hoje lembro do incidente com muito humor! Tanto que eu o trouxe aqui para o blog no dia de hoje!



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sábado, 13 de maio de 2023

A Patada do São Paulo

Imagem extraída de www.facebook.com/pato



Alexandre Pato nunca escondeu o desejo de retornar ao São Paulo. Mesmo após ter deixado o Morumbi pela porta dos fundos em 2020 (o atleta fora desligado como um bode expiatório pela eliminação do Campeonato Paulista), o jogador faz média com o torcedor nas redes sociais postando várias fotos com a camisa do Tricolor e escolheu estrategicamente as instalações do clube para se manter em forma após deixar o Orlando City dos EUA. O retorno do paranaense deve ocorrer assim que a janela de transferências estiver aberta novamente.

Pato sempre foi extremamente bajulado por jornalistas desde 2006 quando surgiu no Internacional, exatamente como alguns comunicadores fazem atualmente com Endrick no Palmeiras. Isto serviu para moldar a personalidade do jogador, que se tornou muito mais uma celebridade do que um atleta. 

O atacante acabou indo cedo para a Europa -o Milan adquiriu seus direitos na virada de 2006 para 2007 quando o atacante tinha apenas 17 anos- mas o midiático jogador nunca vingou no Velho Continente apesar de seu talento. Pato, então, acabou encontrando no São Paulo um porto seguro para reerguer a sua carreira. Sentiu-se tão acolhido no Morumbi que voltou ao clube para uma segunda passagem em 2019.



Imagem extraída de www.facebook.com/pato



Pato é um jogador talentoso mas seu lado midiático prejudicou muito a sua carreira. Tanto que o atleta em diversos momentos era muito mais lembrado pelas namoradas famosas do que pelos lances bonitos e ele já foi acusado de ser "disperso" em campo. Não obstante, o paranaense já está com 33 anos (fará 34 em setembro) e dificilmente poderá ajudar o São Paulo em campo agora que o seu auge físico já passou.

A contratação de Pato mais parece uma maneira de fazer média com o torcedor são-paulino (que ainda simpatiza com o atacante apesar de sua última passagem esquecível pelo Morumbi) do que uma solução para os problemas em campo. Há jornalistas que afirmam que o midiático paranaense serviria como um novo "escudo" para os dirigentes visto que seu apelo desviaria a atenção da imprensa.

A vinda de um jogador midiático, ademais, poderia tumultuar novamente o ambiente no elenco. Os dirigentes já tiveram de "cortar na própria carne" ao trocar o ídolo Rogério Ceni por Dorival Júnior para acalmar o vestiário, e agora correm o risco de criar um novo problema. Diante dos fatos aqui apresentados, fica evidente porque o São Paulo se tornou um time tão instável durante os últimos anos.

Pato terá no São Paulo a grande chance de calar a boca dos críticos e provar que não é uma "eterna promessa". O jogador, contudo, possui um histórico ruim em vestiários de clubes brasileiros. E, aos 33 anos, ele dificilmente poderá se impor em um meio onde a forma física tem feito muito mais a diferença do que o talento.



Imagem extraída de www.facebook.com/pato