quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Uma Chance para Willian

Imagem extraída do Facebook oficial do Chelsea- http://www.facebook.com/ChelseaFC

Das novidades para os amistosos da Seleção Brasileira (a serem realizados nos das 15 e 19 de novembro), a convocação que mais agradou foi a do meia Willian.

Revelado pelas categorias de base do Corinthians, Willian surgiu na mesma geração de Dentinho e Lulinha. Curiosamente, o jogador do Chelsea era o menos badalado dos três e acabou por ser o mais famoso do trio.

Willian foi embora cedo do Brasil. Foi envolvido em uma negociação com o Shaktar Donetsk em 2007 quando tinha entre 18 e 19 anos. Endividado, o Timão precisava fazer caixa e acabou cedendo o jovem meio-campista ao clube ucraniano por cerca de 14 milhões de Euros.

O jogador enfrentou mutos problemas na Ucrânia: frio, dificuldades com o idioma e até preconceito, segundo o próprio atleta em entrevistas na época. Perseverou e acabou tornando-se um dos principais jogadores no time de Mircea Lucescu. Ele chamou a atenção de muitos clubes do outro lado da Europa -o Tottenham e o Barcelona seriam os principais interessados- mas o clube ucraniano fez o possível e o impossível para segurar seu maestro.

Após "sumir" no Anzhi Makhachkala, Willian transferiu-se para o Chelsea no começo desta temporada. Ainda não é titular absoluto dada a pesadíssima concorrência no setor, com Eden Hazard, Oscar e Juan Mata.

Ainda assim, foi uma convocação muito feliz de Felipão. Ele é um meia talentoso, participativo e habilidoso. Tenho certeza de que se ele tiver uma chance, poderá acrescentar criatividade e inteligência no árido meio-de-campo da Seleção. Ou alguém aí acha que Ramires ou Luiz Gustavo são craques? São esforçados, mas são atletas de mais força do que técnica ou habilidade.

Tamanho Não É Documento?

Imagem extraída do Facebook oficial de Per Mertesacker-http://www.facebook.com/mertesacker.per

Quem me acompanha aqui pelo meu blog sabe que meu conceito de futebol-arte é aquele praticado pelo Barcelona e pelo Borussia Dortmund, ambos times que jogam tocando a bola e contam com muitos atletas "baixinhos".

Não contesto, no entanto, o sucesso dos jogadores altos que se valem de seu tamanho para a realização de jogadas aéreas. Quase todos os grandes times contam com pelo menos um centroavante alto para arrematar as jogadas pelo alto, como Robert Lewandowski (Borussia Dortmund), Edin Džeko (Manchester City), Mario Mandžukić (Bayern München), Robin van Persie (Manchester United), entre outros.

Além dos homens de frente, temos uma classe de zagueiros altos que se valem de seu tamanho defensivamente -interceptar cruzamentos na área- e também ofensivamente -posicionam-se na área adversária para cabecear bolas para o gol do rival.

O Brasil possui uma gama apreciável de defensores altos especialistas nesse tipo de jogada. Naldo e os irmãos Alex Silva e Luisão -figurinhas carimbadas na Seleção Brasileira durante a "Era Dunga"- fizeram muito sucesso graças ao seu tamanho. Eles sabem tirar proveito de suas alturas privilegiadas para efetuarem desarmes pelo alto e também para anotarem muitos gols de cabeça.

No jogo do meu São Paulo contra o Atlético Nacional, o grandão Antônio Carlos fez bom uso de seus 1,83m e anotou dois gols em partida válida pela Copa Sulamericana. O defensor, que já havia salvo o Tricolor contra o Vitória (coincidência ou não pelo mesmo placar de 3x2), caiu no gosto do torcedor e do técnico Muricy Ramalho ao desempenhar a mesma função de Alex Silva no passado.

No exterior, os zagueiros altos também têm mercado. Não podemos deixar de citar Dante (do Bayern München) e seus 1,88m. O baiano é bom no jogo aéreo e ainda tenta criar jogadas quando necessário. Não é raro vê-lo sair jogando quando há espaço livre ou quando há a necessidade de ajudar Schweinsteiger ou Martínez.

Outro bom exemplo é o alemão Per Mertesacker (foto à direita), titular absoluto da Seleção Alemã e dono de invejáveis 1,98m de altura. O BFG (não posso traduzir o significado do apelido) se destaca no Arsenal pelas mesmas características dos zagueiros mencionados -boas intervenções aéreas e muitos gols de cabeça. Há quem considere Merte muito lento em campo, mas ele compensa com boas antecipações e poucas faltas. Deve ser por isso que ele sempre dificulta a presença de Hummels e Höwedes na Mannschaft...

Eu, em hipótese alguma, condeno o uso do jogo aéreo. É um recurso muito útil quando o time não consegue jogar pelo chão e também quando o adversário possui atletas baixinhos.

O grande erro do jogo aéreo, contudo, é quando os "professores" acreditam que a única maneira de criar chances de gol é levantando bolas à esmo na área adversária. O que os treinadores mais fazem por aqui é torcer por um escanteio, uma cobrança de lateral ou uma falta perto da área para que um Rogério Ceni, um Paulo Baier ou um Chicão possam mandar uma bola alta para um Antônio Carlos ou um Mertesacker cabecearem. Não é errado jogar desta maneira, mas criar dependência deste tipo de jogada é um grande erro e demostra que o time não tem recursos técnicos para elaborar uma boa jogada.


Imagem extraída do Facebook oficial de Per Mertesacker-http://www.facebook.com/mertesacker.per


Em resumo: o jogo aéreo deve, sim, ser adotado quando houver possibilidade ou necessidade de utilizá-lo. É um recurso que faz a diferença em campo. Mas não se deve usar o jogo aéreo como uma muleta: deve-se alternar seu uso com as jogadas pelo chão e diversificar os recursos da equipe.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

"Quem Quiser Ver Jogo Bonito que Vá Ver o Barcelona Jogar"

Imagem extraída de http://www.facebook.com/MeuGremio

Antes eu criticava o Grêmio dirigido pelo Celso Roth em 2008 e seu futebol de mais raça do que técnica. Hoje, o Grêmio dirigido pelo Renato Portaluppi (ou Renato Gaúcho) segue o mesmo caminho, com mais pegada do que talento.

Eu havia achado uma excelente ideia quando a diretoria gremista resolveu dar mais uma chance ao ex-atacante. Renato é o maior jogador da história do Tricolor. Era conhecido pelo seu talento em campo, pelos títulos conquistados (Libertadores e Mundial Interclubes em 1983), pela sua identificação com o Imortal e pelas suas passagens pela Seleção Brasileira. Eu acreditei que ele revolucionaria o pragmático futebol do time porto-alegrense.

O treinador, contudo, declarou em entrevista que quem quisesse ver espetáculo em campo, que fosse assistir ao Barcelona. Ele, portanto, estava admitindo que o futebol praticado por sua equipe não teria lances como dribles, toque de bola, criatividade ou velocidade. O Grêmio está, mais uma vez, a caminho da Libertadores graças a um futebol onde o que vale é o resultado, e não como se joga bola.

É uma grande pena, pois o elenco do Grêmio tem bons jogadores. Por lá nos temos o Barcos (um bom centroavante que sabe tratar a bola com carinho), o chileno Vargas (combina técnica, velocidade e esforço em campo), o volante Elano (esforçado), o meio-campista Zé Roberto (tem visão de jogo, experiência e sabe organizar uma boa jogada) e o goleiro Dida (já em fim de carreira, mas com um talento incontestável e que parece resistir aos efeitos do tempo). Com todo esse elenco, seria perfeitamente possível vermos um Tricolor jogando um futebol mais leve, agradável e criativo.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/MeuGremio


Claro que é tudo questão de gosto. Há quem aprecie um futebol de raça, empenho, entrega e coração. Eu, no entanto, sempre lamento quando um time abre mão da técnica e do talento em nome da "eficiência". Perdemos a chance de formar e desenvolver novos craques para, em vez disso, criarmos atletas conhecidos mais pelos seus músculos do que pelos seus dribles.

A Sina de Podolski

Imagem extraída do Facebook oficial de Lukas Podolski-
http://www.facebook.com/LukasPodolski

Lembro-me até hoje quando o tricampeão Jürgen Klinsmann colocou aquele garotinho que jogava pelo modesto Köln (ou Colônia) para ser titular na Copa do Mundo de 2006. Ele tinha apenas 21 anos na época e iria jogar a competição mais importante do futebol mundial em sua própria casa ao lado de nomes já consagrados, como Miroslav Klose, Michael Ballack e Oliver Kahn. Ainda assim, o garotinho não se intimidou: impressionou a todos com seu futebol leve e veloz, anotou três gols na competição e foi eleito a grande revelação do mundial.

Lukas Podolski nasceu na Polônia, mas naturalizou-se alemão para se tornar um dos grandes nomes da Mannschaft. Poldi surgiu durante um período em que o futebol alemão ainda era muito pesado e defensivo. Ganhou notoriedade ao fazer apresentações de leveza, velocidade e habilidade. Ouso dizer que ele foi o grande precursor dos atuais wingers alemães que fazem sucesso na própria Alemanha e outros países da Europa, como Marco Reus, Julian Draxler, Thomas Müller, entre outros. Podolski também simbolizou uma nova tendência na Seleção Alemã: apostar em jovens talentos com idade inferior a 25 anos. Lahm, Schweinsteiger e Mertesacker também tinham 23 anos ou menos quando disputaram a Copa de 2006. E a tendência seguiu com Joachim Löw em 2010, quando ele convocou Neuer, Müller, Kroos, Marin, Özil e Khedira para o mundial na África do Sul. Na ocasião, Podolski mostrou que havia amadurecido desde a última Copa do Mundo e continuou fazendo boas exibições.

Se Podolski é um sucesso absoluto na Mannschaft, o mesmo não se pode dizer exatamente a respeito de sua carreira nos grandes clubes da Europa. Em sua passagem pelo Bayern München entre 2006 e 2009, ele acabou esquentando banco para o francês Franck Ribéry e retornou ao Köln com medo de perder espaço na Seleção Alemã pelo fato de não estar atuando. Em sua segunda passagem pelo clube que o revelou, Poldi conviveu com frequentes lesões e não conseguiu evitar o rebaixamento do time na temporada 2011-12. Hoje no Arsenal, o meia-atacante não vem conseguindo manter a titularidade absoluta apesar das boas exibições e continua sofrendo com as lesões.

Poldi está com 28 anos, completados no dia 4 de junho. Acredito que se as lesões não o atrapalharem, ele poderá jogar em alto nível por mais uns quatro ou cinco anos. Vejo, ainda, a possibilidade futura do meia-atacante herdar a faixa de capitão de Philipp Lahm na Mannschaft -Schweinsteiger e Klose, os outros candidatos, são mais velhos que Podolski.

O garotinho cresceu e hoje é um dos nomes mais respeitados no futebol alemão e também no mundial. Agora ele só precisa ter uma sequência sem lesões para ser titular absoluto também nos clubes e conseguir muitos títulos. De preferência o inédito título da Champions League pelo Arsenal.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Quem Espera Sempre Alcança?

Imagem extraída do Facebook oficial do Real Madrid-
http://www.facebook.com/RealMadrid

Certa vez eu questionei neste blog a necessidade da contratação do meia-atacante Gareth Bale. Na ocasião, mencionei dois meias que estavam esquentando banco para o alemão Mesut Özil -o brasileiro Kaká e o croata Luka Modrić. Aliás, até hoje lembro-me da transferência controversa do então meia do Tottenham e do tempo que ele ficou sendo apenas opção para o camisa 10.

E não é que o mundo deu voltas? Özil transferiu-se para o Arsenal durante a última janela de transferências e Kaká retornou ao Milan. O caminho ficou livre para Modrić que agora tornou-se o novo maestro do clube merengue.

O croata acabou ganhando espaço com o treinador Carlo Ancelotti e tornou-se a referência no meio-de-campo. E Modrić não desperdiçou a oportunidade: além de criar chances de gol para os companheiros, o camisa 19 sobe bastante à área adversária ajuda na conclusão das jogadas.

Assisti ao jogo do Real contra a Juventus e gostei muito do que vi: bons passes, esforço e muita presença de área. Modrić parece ter encontrado um clube a altura de seu talento e que também pudesse projetá-lo em grandes competições internacionais como a Champions League. Tudo com a bênção de seu compatriota Davor Šuker, o maior jogador da Croácia e ex-atleta do Real Madrid.

Agora, eu espero que Modrić cumpra outra missão em novembro: passar pela Islândia e carimbar o passaporte para que a Croácia possa vir ao Brasil no próximo ano e participe de sua quarta Copa do Mundo. A geração atual de atletas é boa, mas todo o cuidado com os nórdicos é pouco.

A Consagração da Lenda

Imagem extraída de http://www.facebook.com/Official.SebastianVettel

Como eu esperei por este momento! O dia em que o alemão Sebastian Vettel conquistaria o quarto título mundial e provaria aos seus chefes na Red Bull que ele estava com a razão ao lutar pelos pontos e pelas vitórias!

Até agora eu me lembro o quanto o piloto foi criticado por desobedecer às ordens de sua equipe e não tentasse ultrapassar seu companheiro Mark Webber. O chamaram de moleque, de arrogante, de insubordinado, ...

Já escrevi isto no meu blog e faço questão de repetir: a obrigação profissional de um esportista é de vencer suas disputas. Na pista, todos os pilotos são rivais e adversários, porém não inimigos. Todos eles têm por objetivo a vitória em cada prova. E cada triunfo nada mais é do que um degrau na subida para a conquista do título mundial, que é o grande objetivo de cada competidor.

Talentoso e arrojado, Vettel torna-se o piloto mais jovem (26 anos) a conquistar quatro títulos mundias. Ele já se equipara a lendas do automobilismo mundial como Alain Prost, que também é tetracampeão mundial. E o fez pilotando por uma equipe que ainda não tem muita tradição na Fórmula 1 -a Red Bull ainda não tem o mesmo glamour de uma Ferrari ou uma McLaren. O piloto até declarou que a ficha não havia caído enquanto comentava que seu grande ídolo é o compatriota Michael Schumacher (que tem sete mundiais).

O que, no entanto, fez Vettel ganhar a minha admiração foi sua atitude. Ele demonstrou muita personalidade ao não permitir que a sua equipe interferisse no desempenho de sua prova. A grande maioria dos pilotos teria abaixado a cabeça e engolido a ordem. O que os críticos chamaram de "insubordinação", eu considerei como coragem, honestidade, atitude e espírito esportivo.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/Official.SebastianVettel

Não digo que ele tinha toda a razão simplesmente porque faturou seus quatro títulos seguidos, mas imagino o que teria acontecido se ele tivesse seguido as ordens de sua equipe: perderia pontos que fariam falta para este momento e o tetracampeonato por antecipação ainda não estaria garantido.

Parabéns pelo título, Sebastian! Mas, acima de tudo, parabéns por sua atitude nas pistas! Você nos deu uma grande lição de atitude e de conduta esportiva! Que outros sigam seu exemplo daqui para frente!

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"Não Falta Raça. Falta É Futebol"

Imagem extraída do Facebook oficial do Santos-
http://www.facebook.com/santosfc

O título acima está entre aspas porque esta foi uma frase escrita pelo articulista Tião Fiel do jornal Lance. E a frase descreve perfeitamente o clássico alvinegro realizado ontem na quente cidade de Araraquara.

O que se vê nos dois times é muita entrega e esforço em campo. Os atletas, motivados pela rivalidade, marcam, criam chances e correm muito no gramado. Você deve ter lido no seu livro de auto-ajuda preferido que um objetivo jamais deve ser confundido com obsessão. E os atletas jogaram tanto com o coração ontem que se esqueceram de jogar com a cabeça. Se esqueceram de trocar passes, pensar uma jogada, atuar coletivamente. O empate, portanto, era um resultado mais do que esperado. Foi até um milagre que o clássico tenha tido gols.

O Corinthians é um time aplicado e coeso. Não falta vontade dos jogadores. Ralf, Alessandro, Gil, Paulo André e Fábio Santos sempre têm muita disposição em campo, mas são tecnicamente fracos. Não os vejo trocarem passes, organizarem uma jogada ou pensarem o jogo. O único atleta do Timão capaz de pensar uma jogada é o Douglas, que tem o perfil oposto do desejado por Tite e pelo torcedor: ele tem visão de jogo e qualidade no passe, mas ajuda pouco na marcação, movimenta-se pouco em campo, divide poucas bolas e demonstra pouca raça. Eu acho uma injustiça que o camisa 10 seja tão criticado: ele e, com boa vontade, o Renato Augusto são os únicos que jogam bola no Coringão.

O Santos ainda está órfão de Neymar e Ganso. O Claudinei, como escrevi, rendeu-se ao futebol de resultados ao invés de dar quilometragem a Neílton, Giva e Gabriel. No Peixe, acho que apenas o esforçado Cícero e, talvez, o Arouca sejam jogadores de bola. O Montillo é um meia inteligente e empenhado, mas ainda não conseguiu repetir as boas atuações dos tempos de Cruzeiro e Universidad de Chile.

É uma grande pena que o último clássico paulista do ano tenha terminado de maneira tão pragmática. Mais triste ainda é o fato do Santos e do Corinthians terem excelentes categorias de base à disposição. Historicamente, o Timão e o Peixe já foram celeiros de muitos craques. Mas craques mesmo, diferenciados e capazes de resolverem o jogo sozinhos. Alguns nomes: Rivelino, Casagrande (Corinthians), Pelé, Pepe, Coutinho, Robinho, Diego, Ganso e Neymar (Santos).

Hoje, contudo, o Peixe e o Timão são duas equipes pragmáticas e "presenteiam" o torcedor com "espetáculos" como o de ontem.

O Último Voo do Falcão?

Imagem extraída de http://www.facebook.com/CBFSOficial

Parabéns à nossa Seleção Brasileira de Futebol de Salão (ou futsal) por mais uma conquista.pela conquista de seu sétimo título no Grand Prix de Futsal, realizado em Maringá, Paraná.

O Brasil atuou com um pouco mais de cautela em relação às outras partidas da competição, o que era esperado dada a força dos russos que contam com muitos brasileiros naturalizados em sua equipe. A seleção do Leste Europeu, aliás, já venceu o campeonato em 2010 em cima do próprio Brasil. Mais um motivo para nossos atletas atuarem com um pouco mais de prudência em quadra.

O jogo, como esperado, foi muito dramático e disputado. Terminou em 2x2 no tempo normal. Na prorrogação, mais drama com o empate ampliado em 3x3. A partida foi para a loteria dos pênaltis e o Brasil levou a melhor com Rodrigo desperdiçando para os brasileiros e gols de Fernandinho, Dyego, Falcão e Daniel. O resultado de 4x2 nas penalidades garantiu o hepta à nossa seleção.

Após mais esta grande exibição de nossa Seleção, ficou no ar o destino do maior astro de nossas quadras, o ala Falcão. O atleta declarou em entrevista neste ano que gostaria de encerrar sua carreira antes do próximo mundial em 2016, a ser realizado na Colômbia. Infelizmente, o tempo chega para todos e uma hora o corpo não tem mais o mesmo rendimento. Ainda assim, Falcão teve, mais uma vez, uma participação incontestável em quadra e fez toda a diferença mesmo estando com 36 anos.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/CBFSOficial


Mais uma vez, gostaria de parabenizar nossos atletas por mais esta conquista. E, claro, que Falcão tenha uma vida muito longa e próspera no futsal. Espero que mesmo após a sua possível aposentadoria, ele continue a contribuir com a categoria, afinal grandes atletas sempre têm algo a acrescentar às gerações futuras.

Leia mais:


Globo Esporte- Nos pênaltis, Brasil leva o hepta do Grand Prix novamente sobre a Rússia: http://globoesporte.globo.com/eventos/futsal/noticia/2013/10/nos-penaltis-brasil-leva-o-hepta-do-grand-prix-novamente-sobre-russia.html

domingo, 27 de outubro de 2013

A Evolução do "Muricybol"

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo-
http://www.facebook.com/saopaulofc

Não sei se estou mais tolerante com o "Muricybol" porque o São Paulo está, de fato, jogando bem, ou porque faz algum tempo que não assisto a um bom jogo do meu Barcelona. Mas é fato que o Tricolor está jogando muito melhor em todos os aspectos: posicionamento, criatividade, menos passes errados e mais jogadas com a bola no chão. Infelizmente, o Soberano ainda mantem alguns vícios como os chutões, as faltas cometidas e a atitude defensiva de explorar os contra-ataques.

O movimentado jogo em Caxias do Sul teve arbitragem confusa, mas o São Paulo jogou melhor e valorizou mais a posse da bola. O velho 3-5-2 de Muricy tem um grande leque de possibilidades dependendo da movimentação dos meio-campistas e laterais.


O 3-5-2 do São Paulo oferece opções defensivas e também
favorece a troca de passes  conforme as linhas tracejadas
(obtido via this11.com)

O São Paulo, embora ainda seja uma equipe muito pragmática, ganha muita criatividade no meio-de-campo ao contar com um maestro como Paulo Henrique Ganso para organizar as jogadas e servir os atacantes. Ao mesmo tempo, o esforçado atacante Aloísio consegue encontrar o caminho para o gol. Ainda não é tecnicamente brilhante, mas compensa com vontade em campo (espero que ele evolua nos fundamentos a longo prazo). E Rogério Ceni voltou a fazer boas defesas apagando a má impressão de que estaria "velho" demais para jogar em alto nível. Sem dúvida, o esquema de três zagueiros favorece (e muito!) o Mito.

Para o futuro, espero que Muricy pegue alguma aulas com Marcelo Bielsa e Jorge Sampaoli par aque o São Paulo tenha mais leveza, criatividade e coletividade, sem abrir mão do esquema de três zagueiros que, definitivamente, mostra-se o mais adequado para o Tricolor.


O 3-3-1-3/3-3-3-1 da Seleção Chilena. Sampaoli, a exemplo de
seu tutor Bielsa, também arma esquemas com três defensores e
três volantes sem, contudo, sacrificar a leveza e a criatividade
da Roja (obtido via this11.com)
Ainda estou esperando que Muricy dê um jeito de encaixar o Jádson, o Maicon e o Ganso novamente. Os três gostam de jogar com a bola no chão, tornariam a equipe bem mais leve e agradável de observar. Para este ano, o comandante já deu padrão de jogo ao time e não prevejo grandes mudanças a curto prazo. Mas para a próxima temporada, espero que o treinador assista aos jogos do Chile com mais frequência e acrescente mais criatividade e coletividade ao meu Tricolor.

Em tempo: nesta semana eu elaborarei resenhas caprichadas para homenagear o piloto Sebastian Vettel e a nossa campeoníssima Seleção Brasileira de Futebol de Salão. Mas desde já, fica aqui registrado os meus parabéns aos esportistas pelos títulos conquistados neste domingo!

Vermelho ou Amarelo- Parte 2

Imagem extraída do Facebook oficial do Atlético de Madrid-
http://www.facebook.com/AtleticodeMadrid

Felipão deixou escapar em um programa que vai convocar o atacante Diego Costa para os próximos amistosos contra o Chile e Honduras.

Não seria nenhum problema se não fosse pelo fato do jogador do Atlético de Madrid ser constantemente especulado na Seleção Espanhola. Diego, inclusive, tem cidadania espanhola e teria declarado que quer defender a Furia.

Há quem diga que o sergipano estaria "traindo a sua pátria", mas a grande verdade é que não há garantias de que o atacante poderá disputar a Copa do Mundo pelo Brasil uma vez que Felipão não tem o costume de mudar a base de sua seleção, chamada de "Família Felipão" em virtude disso. Os candidatos até o momento para a posição são Fred, Jô, Pato e Damião.

Por outro lado, se Diego optar por defender a Espanha, há boas chances do atleta conseguir até mesmo a titularidade, uma vez que os centroavantes da Furia não atravessam bons momentos. As opções de Vicente del Bosque são Fernando Torres (Chelsea), Llorente (Juventus) e Soldado (Tottenham).

Não se sabe se Felipão declarou que quer convocar o atacante porque ele é realmente talentoso, ou se o fez meramente para enfraquecer um concorrente direto. Há quem ainda considere que seja "questão de honra" evitar que o Brasil perca atletas para outros países.

Diego Costa está em excelente fase no Atlético de Madrid. Ele está disputando a artilharia com Lionel Messi na Liga Espanhola e fez uma bela exibição na Champions League na última terça-feira. Há, no entanto, quem diga que o atleta não vale tudo isso por ser um jogador mais de força do que técnica. Como os jogos do Atlético não vêm sendo exibidos no Brasil com muita frequência, fica um pouco difícil comprovar isto.

Para mim, tanto faz qual caminho Diego Costa vai escolher. Ele é quem deve decidir o que é melhor para sua carreira. Só espero, no entanto, que Felipão não esteja blefando. O atacante quer defender a Espanha para ter a honra de disputar a Copa do Mundo em 2014. Convocá-lo agora apenas para negar à Furia o direito te contar com o jogador e depois "esquecer" o atleta seria uma grande sacanagem, para não dizer algo mais chulo.

Em tempo: Podolski é polonês e defende a Alemanha. Marcos Senna é brasileiro e defende a Espanha. Gonzalo Higuaín é nascido na França e defende a Argentina. Após todos estes exemplos, gostaria de saber o porquê de tamanha apreensão com relação ao caso de Diego Costa.

sábado, 26 de outubro de 2013

Pela Última Vez

Imagem extraída do Facebook oficial do Palmeiras
http://www.facebook.com/sePalmeiras

Parabéns ao Palmeiras e a todos os palmeirenses pelo retorno à Série A. E ponto final porque voltar à primeira divisão era o mínimo que se esperava de um clube da magnitude do Verdão.

Até agora não me conformo que um time grande como o Palmeiras tenha caído para a Série B. Como se isso fosse pouco, conseguiram repetir os erros do passado e o Verdão caiu de novo para a segunda divisão exatamente dez anos após o primeiro rebaixamento.

Espero profundamente que este rebaixamento tenha servido de lição a dirigentes, comissão técnica e jogadores para que não repitam os mesmos erros. E isto não vale apenas para o Palmeiras, mas também para todos os clubes do Brasil e do mundo.

Agora o Palmeiras se concentra na conquista do título da Série B (é apenas questão de tempo para conquistá-lo) e começa o planejamento para o centenário.

Para 2014, espero que o Palmeiras volte a jogar aquele futebol bonito e ofensivo que consagrou o clube alviverde nos anos 70 e 90. Também gostaria de ver mais investimentos nas categorias de base, bem como mais garotos sendo efetivados para o time principal -o Verdão mal tinha garotos para compor um banco de reservas a despeito do Narciso ter feito um bom trabalho nas bases do Verdão. E, claro, gostaria de ver o Palestra brigando por títulos, e não para fugir do rebaixamento.

Pelo que eu vi no jogo contra o São Caetano, ainda há muito o que fazer a despeito do Verdão ter bons jogadores. O time precisa jogar mais com a bola no chão, treinar fundamentos e ter mais ousadia para jogar no ataque ao invés de ficar esperando por um erro do adversário. Aliás, todos os times do Brasil deveriam fazer isso.

Parabéns ao Palmeiras e aos palmeirenses! Curtam o regresso que vocês merecem! E que esta tenha sido a última vez que haja um rebaixamento do Verdão.

Em tempo: se o Palmeiras for realmente trocar de treinador, eu sugiro o nome do Leão (que é um grande técnico, com muita vivência em campo e identificação com o alviverde) ou do ex-lateral Chiqui Arce (outro que tem grande identificação com a história do Verdão). Acho que eles seriam os treinadores ideais para o centenário do Palestra.

Por Que os Clubes Pequenos Continuam Pequenos?

O que diferencia os times grandes dos pequenos além do poderio financeiro?

Simples: as equipes pequenas, vez ou outra, conseguem montar bons times que fazem boas campanhas nos campeonatos regionais ou mesmo nos nacionais. E, com sorte, esses clubes emplacam equipes que jogam um futebol bonito.

Os clubes pequenos, no entanto, não sabem administrar a fama obtida. Quando o torneio acaba, vendem todos seus bons jogadores, repõem mal as perdas (como ficam com muito dinheiro em caixa, vão logo contratando medalhões), não fazem planejamento para dar continuidade ao bom trabalho, ficam trocando de treinador o tempo todo e jogam os problemas para a torcida. Isso sem falar quando dirigentes acreditam ser maiores que a entidade e fazem manobras para permanecerem eternamente no poder ou então somem com todo o lucro obtido ao invés de investirem na instituição.

O resultado é que as equipes pequenas acabam voltando logo à obscuridade após um breve período de luz.

A história aqui mencionada deveria ser aplicada apenas a times pequenos, que sobem e descem de divisão o tempo todo.

Alguns clubes grandes, no entanto, seguem o mesmo caminho das equipes pequenas. É só verificar na história recente das entidades e erros semelhantes aos cometidos nos clubes pequenos serão percebidos.

Deveria haver uma grande distância entre grandes e pequenos clubes, mas esse espaçamento desaparece quando notamos o amadorismo de alguns dirigentes que administram mal e/ou colocam interesses pessoais acima dos profissionais.

Mais uma prova de que o futebol brasileiro não está equilibrado: está nivelado por baixo em todos os sentidos.

A Espanha É Nossa!

Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona- http://www.facebook.com/fcbarcelona

A Argentina foi colônia da Espanha, que enviou exploradores que vieram à América do Sul em busca de metais preciosos. A região, alíás, era tão rica em minérios de prata que foi batizada com o nome de "Argentina" (derivado do latim argentum, que significa "prata" em português).

Hoje, no entanto, são os argentinos que estão colonizando a Espanha, pelo menos no futebol. Os dois clubes melhor colocados na Liga Espanhola são treinados por técnicos argentinos. E eles também estão fazendo boas campanhas na Champions League, sem nenhuma derrota até o momento.

Gerardo "Tata" Martino e Diego "Cholo" Simenone são treinadores do Barcelona e do Atlético de Madrid, respectivamente. Ambos nasceram na Argentina (Martino em Rosario e Simeone em Buenos Aires).

Tata foi meia revelado pelo Newell's Old Boys (por sinal, o clube que dirigia antes de vir ao Barça) quando foi comandado pelo grande Marcelo "El Loco" Bielsa. Sua carreira como jogador foi praticamente inteira na Argentina -ele atuou na Espanha, Equador e Chile por curtos períodos. Como treinador, Gerardo ficou famoso ao treinar muitos times paraguaios, inclusive a seleção do país. Como discípulo de El Loco, Tata também adotou o estilo do toque de bola. Quem assistiu aos jogos do Newell's deve ter reparado na grande quantidade de passes trocados entre os atletas. Tal filosofia o condicionou ao cargo de treinador do Barcelona. E a aposta dos dirigentes blaugranas se mostrou mais do que acertada, dada a ótima campanha que os catalães tem feito.

Oito anos mais jovem que Tata, o ex-volante Simeone começou no Vélez Sársfield. Suas atuações o levaram ao Atlético de Madrid, onde ele jogou por cinco anos somando as suas duas passagens. O Cholo também teve uma extensa carreira pela Seleção Argentina (de 1988 até 2002). Diego, no entanto, era conhecido por ser um atleta de muito mais raça do que técnica, sendo considerado como um jogador desleal por alguns críticos. Aceitou a missão de livrar os Rojiblancos da crise em 2012. Fez mais do que isso: conquistou títulos, quebrou o tabu contra o vizinho e arquirrival Real Madrid, e ainda fez o Atlético jogar um futebol bem mais agradável com toque de bola. Tudo bem que ele ainda pratica o "Muricybol" e o "Matteobol" quando enfrenta os times de mais renome, mas a confiança e o entrosamento do elenco certamente farão os Colchoneros se desprenderem dessa praga do "futebol eficiente". Prova disso: cada vez mais atletas do Atlético de Madrid estão sendo convocados para a Seleção da Espanha. E o time de Simeone vai muito bem, obrigado, no Campeonato Espanhol (é vice-líder, com apenas um ponto a menos que o Barcelona) e está fazendo uma campanha fantástica na Champions League com 100% de aproveitamento.


Imagem extraída do Facebook oficial do Atlético de Madrid-
http://www.facebook.com/AtleticodeMadrid

A aposta dos dirigentes espanhóis em treinadores argentinos mostra uma nova tendência: adotar o estilo argentino de jogar bola, que alia determinação com técnica. Basta observar o maior craque do mundo, Lionel Messi: ele é muito esforçado e nunca deixa de tentar alguma jogada mesmo com o time em desvantagem, mas a Pulga também esbanja talento com seus dribles, passes, velocidade e visão de jogo. Não é como aqueles nossos volantes que têm músculos demais e dribles de menos. A vinda de técnicos argentinos, sem dúvida, irá acrescentar novos valores ao já soberbo futebol espanhol: formar novos atletas com a mentalidade de Messi, aliando a técnica à vontade de jogar bola. Assim é Messi, assim é Kun Agüero, assim é Riquelme.

A Argentina já foi colônia dos espanhóis. Agora são os argentinos que estão colonizando a Espanha. Pelo menos no futebol.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Contradições

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo-
http://www.facebook.com/saopaulofc

Gostei muito dos textos escritos pelo jornalista Benjamin Back e pelo ex-jogador Neto nesta semana -ambos corinthianos, diga-se de passagem- a respeito do goleiro Rogério Ceni. Ambos exaltaram a carreira do arqueiro, sua importância para o São Paulo e também as constantes mudanças de opinião dos críticos a respeito do camisa 1.

Amado por muitos e odiado por outros, Rogério ficou conhecido pelos mais de 100 gols anotados, pela sua extensa carreira (ele começou a atuar profissionalmente no começo dos anos 90) e também pela sua liderança e personalidade forte, interpretadas como "arrogância" pelos seus detratores.

É impossível por vezes separar a história do Tricolor da trajetória profissional de Rogério. Desde o início de sua carreira, o arqueiro esteve presente em muitos momentos marcantes no clube.

Pois bem. Os mesmos que pediam a aposentadoria de Rogério agora pedem sua permanência, animados pela boa atuação do goleiro diante a Universidad Católica . Muitos desses críticos, inclusive, são torcedores do São Paulo. Eu já escrevi que o torcedor, muitas vezes, é passional ao extremo ao ponto de fazer valer aquele ditado: "a mão que afaga é a mesma que apedreja". Tudo depende do momento da equipe.

A respeito dos problemas que o Tricolor enfrentou neste ano, afirmo que eles ainda não estão solucionados, mas a diretoria -que foi a principal culpada pela situação- teve o bom senso de ouvir os torcedores e resgatou o treinador Muricy Ramalho. Não aprecio o trabalho do tetracamepão brasileiro (um título pelo Fluminense e três pelo São Paulo), mas admito que ele foi a melhor escolha por sua grande identificação com o clube paulista. E nós sabemos que a tranquilidade nos bastidores é essencial para que os atletas tenham clima para atuar. Suponhamos que seus pais tenham brigado em casa e tenham ameaçado se divorciar: o problema sempre causa alguma interferência na sua vida profissional ou pessoal, por menor que seja. É mais ou menos dessa forma que problemas políticos fazem o desempenho dos times cair.

Independente do momento que o São Paulo ou o goleiro vivem, acho que nada apaga o que Rogério fez pelo Tricolor e, por que não, pelo futebol brasileiro. Foram títulos, grandes façanhas, defesas e reconhecimento internacional. Ele falha? Claro que falha. O grande Dida também já falhou, assim como São Marcos, Casillas, Buffon, Valdés, Neuer, Kahn, ... E a carreira de nenhum deles foi abalada por maior que tenha sido o vexame. Por que com o Mito seria diferente?

Sobre a aposentadoria de Rogério, acho que ninguém além dele mesmo pode decidir. A meu ver, tudo vai depender de como o ano vai terminar. Uma classificação para a Libertadores 2013 ou um título na Sulamericana podem fazer o Mito ficar mais tempo. O fato do ambiente ter melhorado também influenciará a decisão do arqueiro -todo mundo tem vontade de trabalhar onde o clima é agradável entre as pessoas.

Independente de sua escolha, Rogério sabe que tudo o que ele construiu jamais será apagado, exceto na memória dos que ignoram toda a sua história por causa de um único momento recente. Mas o que é um breve momento quando comparado a mais de vinte anos de uma trajetória vitoriosa?

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O Presente que o Palmeiras Merece

Imagem extraída de http://www.facebook.com/WilliamlMendieta

Não vejo a hora do Palmeiras confirmar seu retorno para a Série A. É apenas questão de tempo para que o Verdão retorne ao lugar de onde nunca deveria ter saído e possa comemorar seu centenário em 2014.

O centésimo aniversário do Alviverde, aliás, merece um belo presente que poderia vir na forma de um título ou de um futebol inesquecível, daqueles que enche os olhos do torcedor e faça o Palmeiras ser digno novamente do nome "Academia de Futebol".

Com a bolinha que o time do Gilson Kleina vem jogando, no entanto, é bem improvável que o clube ganhe algum desses presentes no próximo ano. O futebol do Palmeiras continua muito pragmático para o meu gosto com muito mais gente para marcar do que para criar. Poderíamos falar em desempenho, mas tomar sufoco de equipes do porte de ICASA, ABC e Guaratinguetá só mostra que o Verdão está merecidamente na Série B ao se deixar nivelar por baixo e se equiparar a times desse nível. Como se isso não bastasse, a imprensa escreve que o Kleina "erra" ao colocar dois meias (Mendieta e Valdívia) porque "sobrecarrega os volantes". Tá bom! O Barcelona joga com dois meias, apenas um volante e, mesmo assim, leva pouquíssimos gols. E o único defensor alto do Barça é o Piqué.

O que falta ao Palmeiras é investir em talento, em jogo coletivo e em técnica. Já começa errando ao colocar treinadores que se escondem atrás de seus incontáveis volantes. O clube também não efetiva nenhum garoto da base e errou em muitas contratações. Para completar, os problemas políticos do clube impediram que os poucos trabalhos que deram algum resultado na entidade tivessem continuidade. Fico feliz em saber que ao menos o atual presidente, Paulo Nobre, vem conseguindo diminuir os desentendimentos entre chapas de situação e oposição, o que eu acredito que os desentendimentos entre dirigentes foram o principal fator para a segunda queda do Verdão.

Eu gostaria que o Palmeiras voltasse a ser um time grande em todos os aspectos. O Verdão teve pelo menos duas gerações memoráveis, a de Ademir da Guia nos anos 70, e a dos anos 90 que contou com atletas como Edmundo, Evair e Alex. Ambas jogavam um futebol agradável e conquistaram muitos títulos. Essas gerações faziam jus ao apelido de "Academia de Futebol". Nos dias de hoje, o Palestra mais parece academia de rúgbi ou de corrida de fundo, tamanha a quantidade de trombadas e a correria desenfreada dos atletas -não confundir o jogo veloz praticado pelo Bayern com a correria desenfreada dos "professores" daqui, OK?

A diretoria palmeirense, segundo a imprensa, ainda não teria iniciado as conversas para a renovação de contrato com o técnico Gilson Kleina, mas se o Palmeiras continuar apresentando esse futebol de time pequeno, vai ser melhor contratar um treinador com mais ousadia e ideias menos conservadoras para comemorar o centenário. Se o Verdão toma sufoco para enfrentar um ICASA, imaginem na hora de pegar um Cruzeiro, um Galo, um Botafogo, ...

Bota o time no ataque, Kleina! Coloque mais armadores e volantes ofensivos em um esquema de três atacantes para pressionar o adversário! Faça o time valorizar a posse da bola! O Palmeiras fez um gol? Manda fazer mais uns quatro enquanto o rival ainda está grogue para deixar o adversário sem reação! Time grande tem que jogar como time grande! E o senhor tem gordura de sobra no campeonato para montar uma equipe mais ousada!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Alerta Laranja

Imagem extraída de http://www.facebook.com/BotafogoOficial

Não gosto de fazer sensacionalismo com eliminação de time algum. Eu já escrevi aqui no blog que um campeonato de mata-mata não necessariamente favorece o time com melhor desempenho ao longo do ano mas, infelizmente, a derrota de ontem do Botafogo para o Flamengo foi evidência de que algo está errado em General Severiano.

Vamos começar pelo Campeonato Brasileiro: a equipe entrou com moral ao ganhar o Campeonato Carioca de 2013. Contava com alguns bons atletas -Lodeiro, Vitinho e Jefferson- e com a experiência e visão de jogo de Clarence Seedorf. Não era exatamente um futebol bonito, mas a equipe era organizada, sabia trocar alguns passes e dava sinais de que brigaria por títulos nacionais.

Infelizmente, o Fogão voltou a repetir sua triste sina neste segundo semestre e parece ter perdido o gás, como vem acontecendo ano após ano. A equipe cometeu muitos equívocos que afastaram o Glorioso da ponta da tabela e uma classificação para a Libertadores que era dada como certa agora está ameaçada com a aproximação de Goiás, Vitória e Santos. A sorte dos cariocas é que, até o momento, os concorrentes pela vaga no G-4 não têm conseguido engatar uma sequência, mas Oswaldo de Oliveira e seus comandados não podem mais vacilar -o risco de perder a vaga é real.

Um desses equívocos foi justamente apostar demais em Seedorf. O holandês é um bom jogador (embora eu não seja exatamente um fã do meio-campista). Quando a "referência" começou a jogar mal, o time inteiro parece ter sentido a queda de rendimento de seu líder e foi junto para o buraco. Foi algo muito semelhante ao que aconteceu com o Coritiba em relação a Alex e também ao próprio Fogão em relação ao Loco Abreu em temporadas anteriores. Já escrevi que quando isso acontece é sinal de que não há jogo coletivo, com excesso de dependência de um único jogador. Apenas para servir de comparação: o meu Borussia Dortmund perdeu seu principal atleta, Mario Götze, no início desta temporada e, mesmo assim, já se ajeitou de novo.

A goleada sofrida ontem pelo arquirrival Flamengo foi reflexo dessa queda de rendimento no Fogão. O placar de 4x0 significa que há algo muito errado em General Severiano. A diretoria, o treinador Oswaldo de Oliveira e os jogadores precisam sentar e tomar alguma atitude, ou o ano de 2013 estará perdido para o Botafogo.

Uma Noite Muito Louca

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo FC-
http://www.facebook.com/saopaulofc

Juro que até agora eu estou tentando entender o que aconteceu na noite de ontem. Pelo que eu li e ouvi, o treinador do São Paulo, Muricy Ramalho, iria escalar um time reserva contra a Universidad Catolica e priorizar o Campeonato Brasileiro, enquanto Tite havia dito que o Corinthians tentaria salvar o semestre com o título da Copa do Brasil. Mas o que eu vi ontem foi justamente o contrário do que os treinadores haviam declarado.

O meu Tricolor foi até Santiago tendo de vencer a partida ou empatar por dois ou mais gols. Estavam presentes praticamente todos os titulares e o time paulista lutou pelo resultado. Aloísio anotou dois gols e deu o passe para outro convertido por Ademílson. Rogério Ceni saiu de campo aclamado até por torcedores rivais pelas grandes defesas feitas em campo. Ganso também fez mais uma boa exibição apesar da expulsão. Foi um bom jogo pelo placar de 4x3 e o São Paulo conseguiu a vaga que Muricy não queria. Como disse Brás Cubas, "que profundas são as molas da vida".

O Corinthians foi a Porto Alegre com a missão de fazer pelo menos um gol no Grêmio. Um simples gol já colocaria pressão no Imortal que seria obrigado a marcar dois -empate com gols classificaria o Timão. Tite, no entanto, achou pouco escalar um time com dois volantes e deu um jeitinho de encaixar mais um, Edenílson. A atitude do Coringão foi nitidamente a de levar a partida para os pênaltis. Deu no que deu. Brilhou a estrela do experiente Dida que defendeu três pênaltis e Pato desperdiçou a derradeira cobrança ao tentar uma cavadinha em cima de seu ex-colega de Milan. Não podemos tirar os méritos do goleiro pentacampeão mundial, mas o atacante corinthiano cometeu um grande erro na tentativa de inventar contra o arqueiro conhecido pelo seu grande talento nas penalidades máximas.

Ainda na noite de ontem, o Flamengo, que tem os mesmos 40 pontos de São Paulo e Corinthians no Brasileirão, aplicou quatro gols em cima do rival Botafogo. Mais um resultado que, pelo momento vivido pelos dois clubes, não faz sentido. Hernane anotou três tentos e ainda sofreu o pênalti que gerou o quarto. E o Inter, mesmo tendo um elenco teoricamente melhor que o do Atlético-PR, passou em branco contra o Furacão e também se despediu da Copa do Brasil com o empate por 0x0.

Dormi sem entender exatamente o que havia acontecido nas partidas de ontem. Foi uma noite muito louca mesmo.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A Triste Escolha de Claudinei

Imagem extraída do Facebook oficial do Santos-
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Na última vez que escrevi uma resenha sobre o técnico Claudinei Oliveira, eu elogiei o seu trabalho, mas fiz-lhe um pedido: sugeri que o treinador não recuasse a equipe em prol dos resultados a curto prazo e oferecesse liberdade para os meninos da base desenvolvessem sua criatividade e habilidades.

Infelizmente, Claudinei não parece ter ouvido minhas sugestões: adota táticas defensivas e ainda declarou que "precisava elevar a estatura dos zagueiros". Como se isso fosse pouco, não tenho visto Neílton, Giva e Gabriel em campo. Pode ser que os garotos não tenham correspondido às expectativas, mas como um jovem vai ganhar experiência se eles não recebem oportunidades do "professor"?  Para quem não se lembra, Neymar estreou no profissional em 2009 mas fez uma temporada modesta em sua estréia.

Talvez Claudinei tenha mudado sua atitude ao perceber que o Santos tem chances reais de chegar à Libertadores em 2014 -está a sete pontos de distância do Botafogo, a primeira equipe no G-4. No entanto, a equipe não tem regularidade e não consegue engatar uma sequência a despeito de contar com um elenco considerado experiente. Diante deste cenário, eu pergunto: não seria melhor manter os garotos no time titular para fazer um investimento a longo prazo e deixar as promessas tinindo para 2014?

A maior culpa da situação do Peixe, no entanto, não é do atual treinador. A diretoria e os treinadores anteriores não fizeram nenhum planejamento para evitar que o Santos deixasse a peteca cair após as saídas de Neymar e Ganso. Aliás, era questão de tempo que os agora ex-meninos da Vila deixassem o clube.

Claudinei fez sua escolha e decidiu tentar a Libertadores. Lamento, no entanto, o preço desta decisão tenha sido muito alto: perdeu-se uma excelente chance de revolucionar o futebol brasileiro ao fugir do "futebol eficiente" e apostar nas pratas da casa. Uma pena.

Revisitando o Tiki-Taka

Imagem extraída do Facebook oficial do Barcelona-
http://www.facebook.com/fcbarcelona

Já se passaram mais de dois anos desde a última conquista da Champions League pelo meu Barcelona, mas a final contra o Manchester United ainda não sai da minha cabeça. Como eu nunca vi Pelé, Garrincha ou Didi jogarem, o Barcelona é a minha referência de futebol-arte junto com o Borussia Dortmund.

O estilo do jogo do Barcelona é chamado de Tiki-Taka e consiste em valorizar a posse da bola através dos passes curtos.

Um dos grandes segredos do Tiki-Taka é o posicionamento: os atletas se mantêm próximos uns aos outros formando "triângulos". Dessa forma, o condutor da bola tem pelo menos duas opções para tocar a bola tornando a jogada seguinte imprevisível. Os atletas, obviamente, não ficam estáticos em suas posições iniciais esperando receber um passe, mas no time do Barça a bola corre muito mais que os jogadores, filosofia que foi mantida com Tito Vilanova e agora com Tata Martino.


O 4-3-3/2-3-2-3 de Guardiola na final da Champions League 2010-11
(Puyol começou no banco devido a uma lesão). Repare nas linhas
tracejadas indicando opções de passes (obtido via this11.com)

O 4-3-3/2-3-2-3 não é a única maneira de se formar os "triângulos" em campo. Marcelo "El Loco" Bielsa elaborou esquemas utilizando três zagueiros e três volantes (3-3-3-1 ou 3-3-1-3) enquanto dirigia a Seleção do Chile e também o Athletic Bilbao. A execução das jogadas, no entanto, é semelhante ao Tiki-Taka.


O Athletic Bilbao de "Loco" Bielsa formado na temporada 2011-12.
A equipe atuava com três defensores e três volantes, mas executava
as jogadas de maneira semelhante ao Barcelona (obtido via this11.com).

Há treinadores que utilizam esquemas independentes dos "triângulos" para a execução da troca de passes. O Borussia Dortmund (de Jürgen Klopp) e o Arsenal (de Arsène Wenger) atuam no 4-2-3-1/4-5-1, mas atacam tocando a bola de uma maneira muito semelhante ao Barcelona.


Borussia Dortmund armado no 4-2-3-1 mas que ataca no 4-3-3.
A equipe alemã tem muitas semelhanças com o Barcelona
por contar com atletas baixinhos, jogar um futebol
leve e atacar trocando passes (obtido via this11.com).

Por fim, a Espanha de Vicente del Bosque adota um 4-4-2 ortodoxo (quatro defensores, dois meias, dois volantes e dois atacantes), mas com possibilidades de alternar para 4-3-3 ou 4-2-3-1 conforme o posicionamento dos meio-campistas. A execução das jogadas é feita via troca de passes utilizando como base o ataque do Barcelona (Xavi, Iniesta, Villa e Pedro).


Espanha na final da Copa de 2010, escalada no 4-4-2 mas
permitindo o avanço de Iniesta pela esquerda como um ala ou
terceiro atacante enquanto Xavi é ajudado na armação por
Busquets e Alonso (obtido via this11.com).

Em resumo: a eficiência do Tiki-Taka pode ser obtida independente da formação tática, o que corrobora com a tese defendida por Tostão. Ao mesmo tempo, conclui-se que o posicionamento inicial dos jogadores não pode manter os atletas estáticos -deve-se desprender das formas pré-determinadas assim que possível para que a equipe não se torne previsível, ainda que a formação tática seja uma forma pré-determinada. Basta ter bom senso para julgar a hora certa de fazer uma jogada individual ou tocar a bola a um companheiro livre de marcação.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Os Dois Caminhos

Imagem extraída do Facebook oficial do Corinthians-
http://www.facebook.com/corinthians

O Corinthians e o São Paulo têm os mesmos 40 pontos em 30 jogos disputados no Brasileirão 2013. No entanto, seus treinadores divergem totalmente quanto a situação de seus times no campeonato nacional.

Muricy acredita que a situação do Tricolor ainda não é confortável e, por isso, cogita abrir mão de defender o título da Copa Sulamericana e, dessa forma, priorizar a campanha no nacional.

Tite, por sua vez, provavelmente acredita que a situação do Timão é tranquila e, por isso, promete corresponder ao apelo do torcedor e seguir na busca pelo tetra na Copa do brasil.

Quem tem razão, afinal de contas? Os dois times têm os mesmos 40 pontos e fazem a mesma campanha irregular -o São Paulo fez um primeiro turno digno de um rebaixamento enquanto no segundo turno é o Timão quem parece ter saudades da Série B.

Os dois times começaram o ano com moral -o Timão com o Bicampeonato Mundial e o Soberano com o inédito título da Sulamericana. O Tricolor balançou muito no primeiro semestre, com campanha muito ruim na Libertadores e jejum nos clássicos. O Coringão, por sua vez, dava pistas de que iria detonar no ano de 2013. Até o momento, conseguiu o título paulista e a Recopa Sulamericana, mas voltou a decepcionar na Libertadores e caiu vertiginosamente de rendimento nos últimos meses.

Os dois times também jogam o chatíssimo "futebol eficiente" -Muricy com seus três zagueiros e dois volantes, e Tite com seus "intocáveis" Ralf e Guilherme.

E como vai ser nesta semana? Ambos os times vacilaram em seus jogos de ida e cederam o empate a seus adversários apesar de terem o mando de campo a favor. O São Paulo, no entanto, precisa vencer ou empatar com dois ou mais gols para superar a Universidad Catolica. O Timão avança se vencer ou se empatar com gols sobre o Grêmio.

A Primeira Vitória?

Imagem extraída de http://www.facebook.com/coritibaoficial

A rodada deste final de semana foi marcada por manifestações dos atletas em apoio ao movimento Bom Senso FC que Alex (foto), Paulo André, Rogério Ceni, Elias e outros criaram para revindicar por melhorias no futebol. Antes do início de cada jogo válido pela trigésima rodada da Série A, os atletas se abraçaram em volta do círculo central para demonstrarem seu apoio à causa.

Ontem, dirigentes da Federação Paulista de Futebol (FPF) acenaram com a possibilidade de criar um Campeonato Paulista mais curto a ter início no dia 19 de janeiro. Os vinte times seriam divididos em quatro grupos de cinco equipes sendo os quatro grandes -São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos- os cabeças-de-chave. Os dois primeiros de cada grupo avançariam para um mata-mata que decidiria o campeão estadual, enquanto o pior de cada grupo seria rebaixado. Cogita-se, ainda, que os piores tenham uma "segunda chance" e disputem um mata-mata com os vice-lanternas para definir os quatro rebaixados do Paulistão 2014. Este formato de competição, aliás, é justamente aquele que o jornalista Luiz Antônio Prósperi vinha sugerindo desde os tempos em que escrevia no extinto Jornal da Tarde.

Para quem não se lembra, a FPF cogitava antecipar o início do Paulistão para o dia 12 de janeiro em virtude da Copa do Mundo, a ser realizada em junho de 2014. A antecipação encurtaria ainda mais as férias dos atletas, que reclamam da falta de tempo para descansar, realizar boas pré-temporadas e de realizarem excursões ao exterior para disputar torneios amistosos com os times da Europa -algo que traria lucro financeiro, cultural e esportivo ao futebol brasileiro.

As mudanças ainda não estão confirmadas, mas tudo indica que os atletas, pelo menos desta vez, terão suas revindicações atendidas. E assim também espero, afinal jogadores não são máquinas incansáveis.


Imagem extraída de http://www.facebook.com/BomSensoFC14

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

"Grupo da Morte" na Repescagem

Imagem extraída do Facebook oficial de Cristiano Ronaldo-
http://www.facebook.com/Cristiano

Criou-se muita expectativa sobre a repescagem européia para a disputa das quatro vagas remanescentes para a Copa de 2014, afinal o sorteio seria baseado no polêmico Ranking da FIFA cujos critérios levam em conta o desempenho recente das seleções. Isso significa que poderíamos ter algum "grupo da morte" na repescagem com duas seleções consideradas fortes se encontrando na disputa pelas quatro vagas finais destinadas às equipes credenciadas à UEFA.

Algumas declarações polêmicas ajudaram a apimentar o sorteio -Cristiano Ronaldo teria insinuado possíveis favorecimentos nos sorteios para a repescagem.

Hoje o sorteio foi realizado e alguns confrontos quentes prometem emoções na disputa pelas quatro vagas remanescentes, a serem realizadas nos dias 15 e 19 de novembro. Vamos aos comentários sobre os confrontos e alguns palpites do blogueiro.

PORTUGAL X SUÉCIA- embora os temores de Cristiano Ronaldo em pegar a França não tenham se confirmado, a Seleção das Quinas terá pela frente a Suécia. A seleção nórdica já viveu dias melhores -teve uma grande geração em 58, quando foi vice-campeã mundial perdendo para o Brasil de Didi e Garrincha, e outra razoável em 94, aquela de Ravelli e Brolin, que foi terceiro lugar na Copa dos Estados Unidos. Hoje a Suécia, no entanto, joga muito em função de seu único craque, Zlatan Ibrahimović. Portugal também conta com poucos bons jogadores -tirando o Ronaldo, acho que só o Moutinho joga bola no time. Ainda assim, a Seleção Portuguesa tem mais time que a Suécia, além de ter um melhor desempenho recente.

Favorito: Portugal
Jogo de Volta: será realizado na Suécia

UCRÂNIA X FRANÇA- nem sempre estar melhor no ranking da FIFA significa vantagem. E, no caso, a Ucrânia se deu mal e pegou um adversário muito forte pela frente. A Ucrânia passa por um momento de transição -os atletas de mais renome, como Andriy Shevchenko e Anatoliy Tymoshchuk, estão dando lugar a atletas mais jovens (Sheva, inclusive, pendurou as chuteiras pela sua seleção após a última Eurocopa). A França, por outro lado, vem recuperando o prestígio abalado pelas más campanhas recentes ao renovar seu elenco. Os Bleus, inclusive, contam com o grande jogador do momento, o meia-atacante Franck Ribéry, além de alguns bons atletas como Benzema e Nasri. A experiência até poderia ser um fator beneficente à seleção do Leste Europeu, mas os franceses têm pleno favoritismo por contar com atletas mais talentosos e, provavelmente, em melhor forma física. E, cá entre nós, seria um privilégio vermos os talentos de Ribéry, Nasri e Benzema desfilando em nossos gramados.

Favorito: França
Jogo de Volta: será realizado na França

ROMÊNIA X GRÉCIA- antes de mais nada: vou torcer de peito aberto pela Romênia. A Grécia tem um time organizado e bem estruturado, mas é uma seleção estritamente defensiva que só vem se saindo bem por levar pouquíssimos gols. Na fase de grupos, os gregos anotaram menos da metade dos gols que a líder, Bósnia e Hezergovina (30 para os bósnios e 12 para os gregos). A Romênia, no entanto, não conta com uma equipe muito regular e só conseguiu chegar à repescagem graças a um tropeço da Turquia ante a Holanda. Mesmo com a minha torcida, acho que o time romeno não vai conseguir superar o favoritismo grego, que tem mais tradição. A sorte da equipe do Leste Europeu é ter o mando de campo no jogo de volta e isso será de grande ajuda.

Favorito: Grécia
Jogo de Volta: será realizado na Romênia

CROÁCIA X ISLÂNDIA- comemorei muito que a Croácia tenha pego um adversário teoricamente mais fácil, afinal eu sempre declarei que gostaria de ver o sofrido povo croata ser representado na Copa aqui no Brasil. A Islândia conseguiu sua vaga em uma chave bastante disputada- a Noruega e a Eslovênia ainda tinham chances de se classificar na última rodada e os islandeses tiveram muita sorte ao conseguirem o direito de disputar a repescagem. Na ocasião, a Islândia empatou com a Noruega (concorrente direto) e foi ajudada pela Suíça que bateu a Eslovênia. O destaque dos islandeses é o atacante Eiður Guðjohnsen de 35 anos (aquele que foi campeão da Champions League pelo meu Barcelona em 2009)! A Croácia, por sua vez, tinha boa chances de ficar em primeiro em sua chave, mas cometeu alguns tropeços e topou com o talento belga de Hazard, Courtois e outros. Os croatas perderam um pouco do molejo desde a saída de Slaven Bilić, mas ainda contam com bons atletas como Ivan Perišić, Mario Mandžukić e Luka Modrić. E eles terão o direito de mandar a partida de volta.

Favorito: Croácia
Jogo de Volta: será realizado na Croácia

Lágrimas da Superação

Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo FC-
http://www.facebook.com/saopaulofc

Com toda a honestidade, eu não gosto de exaltar equipes em que a marcação e a determinação (eu não gosto de usar a palavra "raça") se sobrepõem à técnica e ao talento. No entanto, diante das circunstâncias em que o jogo transcorreu, é impossível não fazer elogios à maneira que o meu São Paulo superou o drama em Salvador ontem à tarde.

O jogo que começou com um abraço coletivo -em apoio ao movimento Bom Senso FC- foi realizado sob o forte sol baiano.

A meu ver, o Bahia já começou errando na escolha dos uniformes -utilizaram a camisa número 3 com tom mais escuro. Eles deveriam saber que cores mais escuras absorvem mais calor e isso pode ter afetado o desempenho do time da casa. O Tricolor de Aço poderia ter tido o bom senso e entrado com o uniforme branco, o que obrigaria o São Paulo a usar seu uniforme mais escuro.

Em campo, o São Paulo não jogou exatamente um futebol agradável, mas percebeu-se evoluções desde a última passagem de Muricy entre 2006 e 2009. O time jogou um pouco mais no solo e valorizou a posse da bola. Boa parte disso deve-se ao talento de Ganso, que vem evoluindo muito desde a chegada de Muricy. O Bahia, por sua vez, cometeu mais equívocos em campo, aceitando a marcação são-paulina e oferecendo espaço para Ganso, Ademílson e Aloísio jogarem. Espaços que custaram pontos diante de um rival direto na fuga do rebaixamento, quando Rafael Tolói achou Aloísio livre para marcar o gol da vitória pela direita.


O 3-5-2 do São Paulo que poderia variar para 5-3-2 ou 4-4-2
conforme o posicionamento dos laterais Reinaldo e Douglas
(obtido via this11.com)

As expulsões de Maicon e Denílson -merecidas, diga-se de passagem- e a lesão de Aloísio obrigaram Muricy a recuar toda a equipe. O Bahia avançou seu time, mas não conseguiu furar a retranca do Tricolor Paulista a despeito de estarem com dois jogadores a mais.


Com as expulsões de Denílson e Maicon, Muricy adotou o
"Matteobol" (recuar a equipe em duas linhas de quatro jogadores)
e negou espaços ao Bahia (obtido via this11.com)

O clima dramático da partida fez com que Muricy e Rogério Ceni exaltassem a vitória heróica -o capitão tricolor chorou em um misto de dor e felicidade ao término do jogo. A equipe paulista regressa de Salvador com mais três pontos para fugir do rebaixamento e com a confiança renovada diante de um adversário trabalhoso e sua torcida fanática (se a partida fosse disputada há dois meses atrás, provavelmente o São Paulo teria levado uma goleada).


Imagem extraída do Facebook oficial do São Paulo FC-
http://www.facebook.com/saopaulofc

Não costumo exaltar "times guerreiros" e suas formações defensivas, como eu escrevi no começo desta resenha. Mas no contexto em que o jogo foi inserido -o São Paulo com dois jogadores a menos que o Bahia e com tantos desfalques- o Soberano merece, sim, ser reverenciado pela vitória heróica diante do Tricolor de Aço.

domingo, 20 de outubro de 2013

O Calculado e o Aleatório

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München-
http://www.facebook.com/FCBayern

Vocês já viram como o Bayern München trabalha as jogadas aéreas? Repararam como Ribéry e Robben sempre encontram Mandžukić na área para o croata cabecear tranquilamente para o gol? Da mesma forma, o lateral Daniel Alves sempre encontra Messi livre na área e o faz de distâncias inacreditáveis -em uma ocasião, o baiano estava próximo à linha da intermediária e ele viu o argentino livre próximo à linha de fundo e a Pulga só teve o trabalho de finalizar a jogada.

Aqui no Brasil, por outro lado, as jogadas aéreas mais parecem depender da sorte do que da visão de jogo ou da coletividade da equipe. Nas cobranças de falta e nos escanteios, os times colocam todos os seu jogadores na área para fazer confusão. E o cobrador chuta a bola na esperança de que a bola entre. Não parece haver coordenação entre atletas a despeito dos "professores" insistirem a esmo nas bolas paradas e nas jogadas ensaiadas.

Da mesma forma, os jogadores daqui tentam "criar" jogadas dando chutão em direção ao gol do adversário para ver se têm sorte de alguém do time domina a bola e faz o gol. Não se trabalha uma jogada: ao verem uma chance de contra-ataque, nossos atletas saem correndo feito loucos em direção ao gol adversário ou dão um bico na bola para ver se alguém lá na frente domina. Isso acontece porque as equipes jogam muito recuadas e há poucas opções criativas em nossos times do meio-de-campo para a frente. A única opção acaba sendo correr ou dar chutão.

Essa comparação mostra claramente o quanto o nosso futebol está defasado em relação aos europeus. Nós não investimos no trabalho em equipe (o São Paulo e o Corinthians não jogam coletivamente, que fique claro), não treinamos fundamentos e dependemos mais da raça e das características físicas de nossos atletas (altura, força, velocidade, resistência, ...). Nem mesmo as jogadas aéreas tão amadas pelos nossos "professores" são trabalhadas.

Ribéry raramente erra um cruzamento porque é um jogador inteligente e com visão de jogo. Ele não fica dando chuveirinhos à esmo na esperança de encontrar Mandžukić na área. O francês só cruza depois de avaliar as condições do jogo. Se não houver possibilidade, Ribéry toca para um companheiro ou então prende a bola até que a melhor oportunidade surja -se houver necessidade, ele mesmo corre em direção ao gol e faz a jogada. Ademais, o Bayern treina muito os fundamentos, como posicionamento e passe. Dessa forma, os colegas sabem que sempre encontrarão Mandžukić livre para receber e marcar para a equipe bávara.

Ainda estou esperando que os "professores" parem com essa bobagem de buscar resultados à curto prazo na base da marcação e da bola parada. Se eles observassem um pouco os europeus, veriam que treinar os fundamentos poderia melhorar o desempenho da equipe de todas as formas, inclusive no tão amado jogo aéreo que eles tanto gostam.

A Gota D'Água?

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayer Leverkusen-
http://www.facebook.com/bayer04fussball

Será que depois do "gol fantasma" anotado por Stefan Kiessling os dirigentes da FIFA vão se conscientizar de que a arbitragem precisa ser modernizada? Para quem não sabe, o centroavante do Leverkusen acertou o gol pelo lado de fora, mas a rede estava furada e a bola acabou entrando. O juiz acabou validando o gol para o Bayer que venceu a partida sobre o Hoffenhein por 2x1. Os donos da casa solicitam a anulação da partida -e com razão, uma vez que foram prejudicados pelo "gol fantasma" de Kiessling.

Até agora não compreendo a resistência da FIFA conta a adoção de tecnologia para coibir os erros de arbitragem. Será que é medo dos homens do apito de perderem o emprego? Isso se resolve treinando os juízes e bandeirinhas para usar os novos recursos. A interface da maioria dos aparelhos eletrônicos está tão amigável que alguns deles dispensam o uso de manual de instruções.

Se fosse aqui no Brasil, os opositores diriam que se trata de "chororô" do time perdedor querendo colocar a culpa no árbitro, mas o problema com a arbitragem é mundial, como nós podemos observar. Até mesmo em copas do mundo os erros de arbitragem interferiram nos resultados das partidas.

Já está na hora dos mais conservadores abrirem suas cabeças e admitirem que são necessárias mudanças. Hoje o erro de arbitragem prejudicou um adversário, mas amanhã poderá ser o seu time de coração.

Em tempo: acho que o treinador Jocahim Löw deveria dar mais uma chance ao atacante Stefan Kiessling: ele está em boa fase e a Alemanha necessita de um centroavante de ofício. Klose e Mario Gómez vivem lesionados enquanto Lewandowski e Mandžukić não podem ser convocados por motivos óbvios...



sábado, 19 de outubro de 2013

Rede de Mentiras

Boa tarde, querido leitor ou leitora.

Hoje o blog dá um tempo nos comentários a respeito sobre futebol e aborda um tema que vem incomodando muito o autor: a quantidade de boatos e de informações falsas que vem sendo divulgadas amplamente nas redes sociais.

Só nesta semana, li dezenas de postagens afirmando que o policial do "Caso Roubo da Hornet" (veja no youtube para mais detalhes) havia sido punido por ter efetuado os disparos e que uma representante da Comissão dos Direitos Humanos havia chorado pelo baleado.

Fui verificar a procedência das "informações" em alguns sites (IG, UOL, Globo, Record, Carta Capital, ...) mas não encontrei nenhuma menção a respeito do que foi compartilhado.

A internet tornou-se uma poderosa ferramenta para a troca rápida de informações, mas também tornou-se um meio de se propagar boatos. Alguns deles tiveram consequências devastadoras, induzindo ao ódio contra pessoas que nem ao menos tinham a ver com a história. Em um desses casos, a frase “quem entra em atividade pública deve entrar por amor, não por dinheiro” foi atribuída erradamente ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e à Presidenta da República, Dilma Rousseff.

Ao amigo leitor, peço que, antes de compartilhar qualquer história, procure verificar sua procedência. Algumas pessoas agem de má-fé e criam histórias impactantes justamente com o propósito de chocar o internauta e incentivá-lo a dar vazão a informações falsas.

 Leia o post do Professor Leonardo Sakamoto a respeito da divulgação de boatos pelas redes sociais: http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2013/06/23/cheque-a-informacao-antes-de-divulgar-algo-serio-via-redes-sociais/

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Gratidão e Culpa

Imagem extraída do Facebook oficial do Corinthians-
http://www.facebook.com/corinthians/

Mesmo com a sequência de resultados ruins, a diretoria do Corinthians optou por preservar o técnico Tite no cargo, em parte devido aos apelos dos atletas.

Antes de mais nada: o corinthiano deve muito a Tite, afinal o treinador conquistou uma grande quantidade de títulos -inclusive a inédita Libertadores- apesar de praticar um futebol muito defensivo em campo. Ademais, o próprio Corinthians demonstrou que é importante que o treinador tenha respaldo e tempo para realizar seu trabalho, como aconteceu em 2011 quando dirigentes bancaram o técnico gaúcho a despeito da eliminação para o Tolima.

Tite, no entanto, cometeu uma quantidade absurda de erros que levaram à queda de rendimento do Timão neste segundo semestre. O treinador, mesmo precisando de resultados, armava equipes para evitar uma derrota ainda que isso significasse empatar. Quando o time precisava reagir, não havia ninguém que colocasse a bola sob o braço e indicasse o caminho.

Os desfalques, obviamente, também prejudicaram o desempenho da equipe. Renato Augusto, Guilherme, Guerrero, Fábio Santos (lesionados) e Pato (convocado para a Seleção) fizeram falta, é verdade, mas não justifica uma equipe da grandeza do Corinthians perder pontos para equipes do porte de Náutico, Portuguesa e Ponte Preta. Times grandes devem jogar como times grandes, e não se apequenar atrás dos volantes e zagueiros. Lugar de time pequeno é a Segunda Divisão e o Timão estava jogando um futebol digno de um time implorando para não ser rebaixado.

Acho que vale aqui mencionar que o clube cometeu alguns erros nas contratações e dispensas: Martínez (hoje no Boca Juniors) e Willian (que está bem no Cruzeiro) poderiam ser mantidos uma vez que os atuais donos das posições (Emerson e Romarinho, respectivamente) não estão bem. O Timão pagou caro para trazer Pato e Renato Augusto e a dupla, infelizmente, não vem correspondendo ao investimento feito, a despeito de terem feito um bom primeiro semestre. E Ibson e Maldonado vêm sendo muito contestados pelo torcedor.

Espero que Tite aproveite esta que pode ser sua última chance. É hora de fazer mudanças profundas na equipe e colocar o Coringão no ataque. Tenho até uma sugestão de como armar a equipe:


Esquema obtido através de http://this11.com/

O esquema acima aumentaria um pouco a criatividade no meio-de-campo com dois meias-armadores e ainda permitiria a formação de duas linhas defensivas, sendo uma marcando no campo de ataque (Romarinho, Danilo, Douglas e Emerson) e outra no campo de defesa (Fábio, Paulo, Gil e Edenílson). Pode-se dizer que seria uma versão mais ofensiva do "ônibus de Di Matteo" e obrigaria os homens da frente a voltarem menos para marcar. O mesmo esquema distribui os atletas para diminuir os espaços vazios no campo e facilitaria a troca de passes.

Musashi no Futebol

Imagem extraída de http://www.facebook.com/lucasmouraoficial

Um dos meus livros preferidos é o Livro dos Cinco Anéis, escrito pelo lendário Miyamoto Musashi. Já perdi a conta das vezes que mencionei a obra aqui no meu blog, mas vale recapitular: trata-se de uma série de ensinamentos escritos pelo famoso guerreiro do Japão Feudal que, reza a lenda, nunca foi derrotado.

Eu já disse aqui no meu blog que aproveitei apenas o último capítulo da obra em minha vida pessoal, onde Musashi afirma que, para que um discípulo se torne um mestre, ele deve aprender e dominar tudo o que é ensinado na arte. Após o aprendizado, o futuro mestre estará apto a se desprender dos ensinamentos e acrescentar novos conhecimentos trilhando o seu próprio caminho.

O restante da obra, no entanto, é perfeitamente aplicável a um mundo competitivo, como é o caso do futebol. Em outro post, eu utilizei o "Princípio da Forma da Não-Forma" (que eu simplifiquei para "Princípio da Não-Forma") para descrever o jogo praticado pelo Cruzeiro e pelo Bayern München onde atletas agem fora de suas posições de origem e cumprem diferentes funções conforme a necessidade de marcar ou criar.

Em outros trechos da obra, Musashi faz duras críticas às outras escolas de artes marciais em que os instrutores, no anseio de conseguirem mais discípulos, priorizam a forma e não o conteúdo das manobras. Lembra muito a atitude de alguns atletas brasileiros que vulgarizaram o recurso do drible ao priorizar a plasticidade do futebol em detrimento à objetividade. Aqui fica um parênteses -não estou dizendo que driblar é errado, mas enfeitar jogadas desnecessariamente faz o atleta perder a bola e, dessa forma, comprometer o desempenho da equipe.

Outra filosofia recorrente na obra é a valorização da ofensiva. Musashi, em vários trechos da obra, abomina lutar apenas na defensiva -ele quer que o guerreiro tome a iniciativa e pressione o adversário de todas as formas possíveis, atingindo-o não apenas fisicamente, mas também mentalmente e espiritualmente. Para isso, Musashi adota táticas como manter o adversário acuado, intimidar e "Transpassar o Âmago" (aniquilar a força de vontade e o espírito do adversário para que não mais consiga reagir). É muito fácil adaptar esses ensinamentos ao futebol: o time deve pressionar o adversário o tempo todo para impedi-lo de jogar e forçá-lo a apenas se defender. E quando o adversário sofrer um gol e acusar o golpe, a equipe deve continuar pressionando e golear o rival para eliminar qualquer chance de reação e também para intimidar o próximo adversário -qualquer um fica preocupado quando enfrenta um time que fez 4 ou mais gols na partida anterior.

Para terminar, gostaria de recordar uma história sobre o treinador de nossa Seleção, Luis Felipe Scolari. Reza a lenda que Felipão obrigou que todos os seus atletas lessem A Arte da Guerra de Sun Tzu/Sunzi (outro livro magnífico que eu recomendo). No entanto, acho que nosso querido técnico só leu um trecho da obra do general chinês: a passagem em que Sun Tzu/Sunzi afirma que "a vulnerabilidade está no ataque e a invulnerabilidade está na defesa". Assistindo ao estilo de jogo adotado pelo treinador gaúcho, acho que ele se esqueceu de ler o restante da obra...

Se Felipão resolvesse ler O Livro dos Cinco Anéis, que prega a ofensividade em combate, provavelmente teria vontade de queimar o livro. E escrevo aqui mais uma vez: a lenda diz que Musashi nunca perdeu um combate!