segunda-feira, 30 de março de 2020

O Dia que o Mundo Parou

Imagem extraída de www.facebook.com/crfsp/



Boa tarde, leitores e leitoras.

Como vocês devem ter percebido, o blog Farma Football não recebeu atualizações nos últimos dias.

O motivo, obviamente, é a falta de notícias relevantes no mundo do futebol em decorrência da paralisação dos campeonatos ao redor do mundo há duas semanas em decorrência da pandemia do coronavírus.

A maioria dos veículos de comunicação do meio esportivo também está com suas atividades reduzidas pelo mesmo motivo e também para não expor seus funcionários ao risco de contraírem a doença.

As notícias relacionadas ao meio esportivo têm sido justamente as paralisações dos campeonatos e suas consequências como redução de salários de esportistas e adiamento dos grandes eventos.

Ainda não há uma previsão concreta de quando a pandemia será controlada. Há apenas especulações e a torcida para que tudo seja resolvido até o meio do ano. Ainda não há um tratamento ou vacina disponível, embora os cientistas já tenham evidências de como o vírus age e possíveis alvos para terapias a partir dessas evidências.

Tentarei, na medida do possível, compor novos textos. Este blog é uma forma de entretenimento, tanto para mim como para os leitores e leitoras. Não tem sido fácil encontrar ideias no atual cenário, mas acredito ser importante fornecer alguma luz em um momento tão sombrio, mesmo que seja apenas oferecendo alguns minutos de diversão.

Não prometo manter uma rotina no blog, mas me esforçarei ao máximo possível para escrever textos novos e trazer algum entretenimento aos leitores.

Se você tiver alguma sugestão, poste nos comentários ou em nossa página no Facebook.

Um abraço!

Equipe Farma Football






terça-feira, 10 de março de 2020

Fofão 50 Anos

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Hoje é um dia muito especial para o vôlei, afinal nossa ex-levantadora Hélia Souza, mais conhecida como Fofão, completa 50 anos de vida muito bem vividos por sinal!

Fofão é mais do que uma das maiores jogadoras do vôlei mundial. Mais do que isso, é uma verdadeira lenda viva, afinal ela presenciou o nosso vôlei surgindo para o mundo, viu a modalidade crescer no cenário internacional até ser reconhecida e respeitada como é nos dias de hoje.

Fofão iniciou sua carreira nos anos 80 pelo Pão de Açúcar quando ainda não existia formalmente a função de levantadora, os sets terminavam em 15 pontos e havia a regra da "vantagem". Ela, portanto, também presenciou as transformações do vôlei para as regras atuais com o set de 25 pontos (15 no tie break), o fim da vantagem, a implantação do sistema "desafio" e a definição das posições na modalidade (levantadora, líbero, oposta, ponteiras e central).



Imagem extraída de www.facebook.com/FIVBVolleyballWorld/


Fofão defendeu muitos clubes ao longo de sua vitoriosa carreira, mas foi o Rio de Janeiro (na época Rexona-Ades/Unilever e hoje SESC-RJ) o clube com o qual mais se identificou. Foram duas passagens pelo clube carioca (2003-2004 e 2012-2015), três títulos (duas Superligas e um Sulamericano) e também onde ela decidiu se aposentar do vôlei.

Dentre os (muitos) títulos conquistados, como esquecer o ouro olímpico em Pequim-2008? Foi com a sua participação que nosso vôlei feminino conquistou a primeira medalha dourada em sua história. Fofão ainda conquistou 7 Grand Prixes e um Panamericano pela seleção.

Fofão encerrou sua carreira com 45 anos de idade em 2015, mas sua contribuição com o vôlei no Brasil e no mundo são eternas.

Feliz aniversário, Fofão! E muito obrigado por tudo o que fez pelo voleibol!



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Vai Ter Volta


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Começam hoje as partidas de volta válidas pelas oitavas-de-final da Champions League. Exceto pelo Bayern e pela Atalanta, nenhuma equipe abriu uma grande vantagem e ainda há boas chances dos times perdedores reverterem os revezes sofridos.

Tivemos algumas poucas surpresas nos resultados nas partidas de ida. Talvez as mais relevantes tenham sido as derrotas em casa do Tottenham e do Real Madrid para os "novos ricos" Red Bull Leipzig e Manchester City, respectivamente.

Algumas das partidas deverão ser realizadas a portões fechados devido ao surto do coronavírus, o que deve complicar as partidas para as equipes mandantes que esperavam contar com a força de sua casa e de sua torcida.



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A Atalanta visita o Valencia com uma vantagem confortável -só será eliminada caso perca pelo placar de 3 x 0. Os espanhóis, por sua vez, terão de fazer valer o fator casa mais do que nunca para tirar a grande desvantagem sofrida na Itália.

O Red Bull Leipzig recebe o irregular Tottenham com um placar favorável -venceu por 1x0 em pleno White Hart Lane- e terá chance de fazer história nesta temporada, enquanto o clube londrino terá de buscar a vitória fora de casa diante de um rival surpreendente.

Estas partidas serão realizadas hoje às 17h do horário de brasília.



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Liverpool, o atual campeão, e o PSG têm plenas condições de reverterem os revezes sofridos na partida de ida. O problema é que o Atlético de Madrid sabe muito bem como jogar com o regulamento enquanto o Borussia Dortmund conta com o talento individual de Håland que, por sinal, foi o autor dos dois gols aurinegros na partida de ida. Os mandantes, portanto, não terão vida fácil e terão de fazer valer o fator casa.

Estas partidas serão realizadas amanhã, dia 11 de março, às 17h do horário de Brasília



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Na próxima semana, a Juventus tentará reverter em sua casa a derrota sofrida diante do Lyon. Os motivados italianos, que reassumiram a liderança da Serie A, terão pela frente os desesperados franceses que tentam salvar a temporada fraca fazendo uma boa campanha na Champions.

O City receberá o Real Madrid com uma boa vantagem construída em pleno Santiago Bernabéu. Os dois times têm feito campanhas irregulares na temporada e tentam buscar a salvação na Liga dos Campeões.

Estas partidas serão realizadas na terça-feira, dia 17 de março, às 17h do horário de Brasília.



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Fechando as oitavas, o Bayern, após golear o Chelsea em pleno Stamford Bridge, terá uma boa vantagem para administrar enquanto os londrinos terão a difícil missão de vencer (e golear) os bávaros em plena Allianz Arena. Será que dá?

O instável Barcelona recebe o esforçado Napoli após arrancar um empate no San Paolo. Vale lembrar que um empate por 0 x 0 favorece o Barça pelo saldo de gols fora de casa.

Estas partidas serão realizadas na quarta-feira, dia 18 de março, às 17h do horário de Brasília.




segunda-feira, 9 de março de 2020

Poupe-Me!

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Com o início da Libertadores, os clubes participantes, em sua maioria, vêm poupando seus principais jogadores priorizando a competição continental.

Tal atitude é um risco calculado e totalmente compreensível, afinal a Libertadores gera muito mais lucros para os clubes do que os campeonatos estaduais mesmo que o título não seja alcançado. Isso  inclui as premiações da CONMEBOL por avançar de fase, bilheteria, cotas de televisão e patrocinadores que terão a oportunidade de expor suas marcas internacionalmente. Há ainda lucros indiretos como a valorização de atletas que podem ser negociados por valores mais altos.

O problema é que nem todos compreendem a situação dos clubes quando os treinadores tomam a atitude de poupar seus titulares, e isso inclui torcedores e dirigentes.

Torcedores, de modo geral, só se importam com a vitória, independente se é um título amistoso ou um mundial de clubes. Qualquer derrota já é motivo de protesto. Ou então, exigem que o sacrifício do estadual seja compensado com uma vitória na partida seguinte válida pela Libertadores. Gritos de "é quarta-feira" (dia da semana quando, geralmente, ocorrem as partidas) sempre são ouvidos quando os times poupam seus jogadores em partidas consideradas "menos importantes".

Dirigentes, por sua vez, não querem que resultados ruins respinguem em seus mandatos. E há ainda alguns oposicionistas que utilizam eventuais tropeços do time como argumentos para atacar as chapas de situação.



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O fato é que, por mais compreensível que seja a atitude de se poupar jogadores, um resultado negativo aumenta a pressão sobre o time e a responsabilidade de se vencer o jogo seguinte fica ainda maior. A equipe será pesadamente cobrada em caso de um novo revés, afinal é para vencer o jogo da Libertadores que os treinadores deixam seus titulares descansarem.

O ideal seria que os clubes tentassem vencer todos os títulos que estiverem disputando, mas a nossa temporada desnecessariamente longa e os elencos insuficientes obrigam que os times priorizem certas competições em detrimento a outras.

Nossa mentalidade, porém, impede que tenhamos a capacidade de compreender que certos sacrifícios são necessários em nome de algum bem maior a ser conquistado a longo prazo. É sempre o imediatismo e a passionalidade que falam mais alto que o bom senso.

E assim o nosso futebol caminha...



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc/



domingo, 8 de março de 2020

Entrevista: a Mulher no Futebol





Bom dia, queridos leitores e principalmente leitoras!

Um Feliz Dia da Mulher a todas as mulheres do Brasil e do mundo!

Não é uma data a ser comemorada historicamente falando, afinal o Dia da Mulher foi marcado por protestos violentos e até mortes de várias trabalhadoras revindicando por igualdade visto que seus colegas do sexo masculino gozavam de melhores salários e mais direitos trabalhistas.

A luta, infelizmente, continua visto que pessoas do sexo feminino ainda sofrem muitos preconceitos e restrições em nossa sociedade, incluindo o esporte e o futebol.

O futebol feminino ganhou mais notoriedade nas últimas décadas devido à maior exposição na mídia e graças a grandes jogadoras incluindo brasileiras como Marta e Cristiane. Mas, ainda assim, a modalidade está longe de ter o mesmo destaque e glamour se comparada à sua contraparte masculina.

O blog Farma Football, pensando nisso, decidiu ouvir algumas mulheres que jogam ou jogaram futsal pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas -originalmente, eu pretendia entrevistar jogadoras de outras instituições, mas não houve tempo hábil.

Entrevistei duas garotas que já atuaram pela faculdade que eu frequentei, perguntando suas trajetórias no esporte e também suas visões sobre a mulher no futebol.



Farma Football- Nome Completo

Luana- Luana Lascala Rodrigues

Silvia- Silvia Chen



FF- Qual curso que você frequenta/frequentou?

Luana- Eu faço Farmácia-Bioquímica.

Silvia- Farmácia USP



FF- Torce para algum time de futebol? Se sim, qual?

Luana- Sim, torço para o São Paulo.

Silvia- São Paulo FC



FF- Há quanto tempo joga futebol? Ou por quanto tempo jogou futebol? Se quiser, conte um pouco de sua trajetória na modalidade.

Luana- Comecei a me interessar pelo futebol com uns 6 anos de idade,  eu passava a tarde toda jogando no prédio em que eu morava. Quando cresci um pouco comecei a  querer treinar em algum time, foi bem difícil encontrar algum lugar que tivesse futebol feminino, então com 10 anos entrei para um time misto de futsal no Clube Esperia, mas um tempo depois o time se desfez e só restaram times de meninos, dos quais eu não podia participar.

Com 15 anos, eu resolvi participar de uma peneira para entrar no time de futsal feminino da Portuguesa. Treinar com esse time foi umas das experiências mais incríveis que tive pelo futebol, no entanto, depois de alguns meses, acabei fazendo a escolha  de deixar o time, pois o foco lá era realmente seguir uma carreira profissional pelo futsal, eram treinos longos e exaustivos, os horários não estavam mais compatíveis com os da escola  e eu sabia que mesmo com todo esse esforço seria muito difícil ter um futuro pelo futebol aqui no Brasil, na época a visibilidade do futebol feminino no Brasil era ainda bem menor do que atualmente, os jogos femininos não eram nem mesmo televisionados.

Depois disso, joguei no time feminino da ACM até meus 17 anos, quando entrei na faculdade e comecei a jogar pelo time de futsal  feminino da Farmácia-USP, onde sou muito feliz jogando atualmente.

Silvia- Jogo desde os 16 anos quando fiz intercâmbio nos Estados Unidos. Ou seja, 20 anos atrás! Agora já pode fazer as contas e ver quantos anos eu tenho...



FF- Qual posição que você joga/jogava?

Luana- Já joguei em diversas posições, mas atualmente, costumo jogar de pivô no futsal.

Silvia- No campo sempre fui meio-de-campo. No futsal, fico geralmente na ala ou fixo.



FF- Quantos títulos já conquistou pelo time de sua faculdade?

Luana- Em 2019, fomos campeãs da CUF (Copa Universitária de Futsal). O jogo da final do campeonato foi um dos jogos mais marcantes da minha vida, foi um jogo que sabíamos que seria muito difícil de ganhar, era contra um time bem forte, a Seleção do Mackenzie, mas entramos em quadra muito focadas e com muita raça conquistamos o título!

Silvia- Pelo time da Farma USP joguei durante toda a faculdade e mais 2 anos depois de terminado o curso. Na minha época não chegamos a conquistar títulos, mas construímos um time que 2 anos mais tarde conquistaria chegaria a final do InterUSP.



FF- Você já sofreu algum preconceito por ser mulher e jogar futebol? Se sim, conte um pouco de sua história.

Luana- Quando eu era criança e adolescente, eu jogava muitas vezes só com meninos. Nessa época, sempre ouvia alguns comentários desagradáveis: “mulher não sabe jogar bola”, “lugar de mulher é na cozinha” , “futebol é pra menino, menina tem que brincar de boneca”, entre muitos outros. Depois de um tempo, quando arrumei times femininos para jogar e nunca mais passei por situações desse tipo.

Silvia- Preconceito não. Mas sempre rola uma piadinha ou outra. Por exemplo, quando estamos jogando em time misto, e eu driblo um oponente do sexo masculino, ou defendo o ataque de um homem alguns caçoam daquele que foi driblado ou defendido por terem sido "passados pra trás" por uma mulher.



FF- Campeonatos femininos têm muito menos atenção da mídia que os masculinos, assim como os salários das jogadoras, os patrocínios, ... Em sua opinião, por que isto acontece?

Luana- Sabemos que não é apenas no futebol que as mulheres ainda sofrem com a desigualdade em diversos aspectos. Na minha opinião, os problemas que o futebol feminino enfrenta são reflexos de uma sociedade machista e consequência de um preconceito histórico. O futebol feminino só passou a ser aceito mais recentemente, quando o futebol masculino já estava muito bem estabelecido e estruturado.

Silvia- Os jogos masculinos, pela natureza do homem são mais rápidos, em termos de movimentação. Por conta disso, mais lances acabam acontecendo em jogos masculinos. Assim, existe mais espaço na mídia pra eles, consequentemente mais patrocínio e mais salário. Essa é a minha suspeita do porquê dessa disparidade.



FF- O que você acredita ser necessário para melhorar a situação do futebol feminino?

Luana- Acredito que pouco a pouco o futebol feminino está ganhando seu espaço e podendo mostrar para o mundo que ele é tão interessante quanto o futebol masculino. Para que isso continue acontecendo, temos que lutar pelo fim do preconceito e pelo maior investimento em infraestrutura e em times de base femininos, isso proporcionará um melhor rendimento das atletas e consequentemente um aumento na visibilidade, com estádios mais cheios e maior audiência na televisão.

Silvia- A demanda é que manda. Se mais pessoas se interessem por jogar e mais mulheres e homens quiserem assistir os jogos, mais espaço será criado na mídia, mais patrocínio, mais salário. Pra aumentar o interesse, precisa-se estimular as mulheres desde meninas, na escolinha.



FF- Na sua opinião, qual foi a maior conquista do futebol feminino?

Luana- O futebol feminino teve que enfrentar muitos obstáculos e dificuldades para chegar onde está. Pode até parecer mentira, mas até 1979 existia uma lei no Brasil que proibia mulheres de jogarem futebol, então certamente, a revogação dessa lei foi a principal conquista do futebol feminino e a partir disso, foram muitas outras conquistas importantes, como por exemplo a primeira Copa do Mundo Feminina televisionada em canal aberto no Brasil em 2019, que alcançou recordes de audiência.

Silvia- A contratação da jogadora australiana Samantha Kerr que assinou com o Chelsea como uma das jogadoras mais bem pagas da história.



FF- De que forma o esporte universitário ajuda ou ajudou você?

Luana- No esporte universitário, eu conheci pessoas incríveis que sei que vou levar para vida toda. Além disso, jogar é o que me dá suporte para aguentar as dificuldades e o estresse diário da graduação.

Silvia- Me deu noção do que é treinar pra alcançar um objetivo. Espírito de time e de garra até o fim. O jogo só acaba quando o juiz apita. Essa filosofia é aplicada em muitas outras áreas da vida. O futebol universitário me deu amizades pra vida e foi a base pra muitas viagens, festas, e consciência da atividade física pra bem estar e saúde.


FF- Em outros países, existe a possibilidade do acadêmico seguir carreira esportiva. Se houvesse essa possibilidade no Brasil, você jogaria profissionalmente?

Luana- O incentivo e investimento nos esportes que ocorrem em muitas universidades fora do país fazem muitos alunos terminarem a universidade com um nível esportivo bastante alto, já podendo até jogar profissionalmente. Se isso acontecesse no Brasil, com certeza eu iria tentar seguir uma carreira esportiva!

Silvia- Eu não sou nem nunca fui muito competitiva. Eu era uma das únicas que gostava mais dos treinos do que dos jogos. Então acho que falta esse elemento tem mim pra conseguir jogar profissionalmente.



FF- Que recado você gostaria de dar a outras garotas/mulheres que desejam jogar futebol?

Luana- Primeiramente, FUTEBOL É PARA MULHER, SIM! Nunca deixem que te digam ao contrário! Temos que apoiar umas às outras e juntas poderemos superar os obstáculos do futebol feminino, com o sonho de que um dia esse esporte, o qual amamos tanto, possa receber  seu devido reconhecimento!

Silvia- É um dos esportes mais fáceis de se aprender o suficiente pra se divertir. Vale a pena o investimento inicial de aprendizado e entrosamento.





terça-feira, 3 de março de 2020

Os Times Brasileiros Têm Chances na Libertadores 2020?

Imagem extraída de www.facebook.com/CopaLibertadores/



Começa daqui a pouco a Copa Libertadores da América 2020. Sete times representando o Brasil estarão presentes na fase de grupos: Athletico Paranaense, Flamengo, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos e São Paulo.

O Brasil já conquistou a competição 19 vezes, o segundo país com mais taças perdendo apenas para a Argentina que tem 25 títulos.

Será que os times brasileiros têm chances de ficar com o troféu neste ano? Fiz uma pequena análise de cada equipe do Brasil e as expectativas para cada uma na competição.



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O Flamengo, atual campeão, entra como um dos favoritos ao título em 2020. A equipe chega com mais opções (Pedro, Gustavo Henrique, Thiago Maia, Michael, Léo Pereira e Pedro Rocha) para aguentar a extensa temporada. O clube também disputou o Campeonato Carioca com equipes alternativas visando poupar seus titulares para as competições mais importantes. O Fla manteve praticamente toda a base vencedora do ano passado, exceto pelo bom zagueiro Pablo Marí, o que pode ser um problema pois o defensor espanhol foi um dos grandes diferenciais da equipe ao aliar segurança defensiva com técnica. O time realmente é muito bom e está mais forte para 2020, mas vem sendo superestimado pela mídia.



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O Grêmio ainda manteve boa parte da equipe vencedora de 2017. O Tricolor é favorito ao título, embora ainda esteja abaixo do Flamengo ou do River Plate. O treinador Renato Gaúcho, apesar da fanfarronice, mostrou muito amadurecimento no banco de reservas e soube muito bem fazer sua equipe jogar no ataque sem deixar o pragmatismo de lado. A equipe gaúcha trouxe muitos reforços como Diego Souza, Lucas Silva, Victor Ferraz e Thiago Neves. Os reforços, aliás, são quase todos jogadores consagrados mas que estavam em baixa em seus respectivos clubes, algo que já funcionou em 2017.



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O Palmeiras chega à Libertadores com poucas contratações -chegaram o treinador Vanderlei Luxemburgo, o lateral Matías Viña e o meia-atacante Rony. As dispensas, por outro lado, foram muitas embora o elenco continue bastante robusto e com muitas opções. O Verdão tem condições de brigar pelo troféu, mas o retrospecto recente diante das equipes consideradas favoritas (Boca Juniors, Grêmio e Flamengo) somado aos bastidores agitados do clube (o clube trocou várias vezes de treinador nos últimos anos e o gerente Alexandre Mattos foi dispensado) aumentam a desconfiança sobre o Palestra. Diante disso, o alviverde corre por fora na briga pelo título.



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Muitos dos analistas ainda vêem aquele São Paulo dos anos 90 e 2000, que era modelo de gestão e modernidade. As administrações recentes, contudo, fizeram o clube estagnar e hoje o Tricolor vive mais do passado do que de sua história recente. O Soberano tem um elenco apenas "bom" (nenhum reforço foi contratado) e um banco de reservas interessante, mas a expectativa é que o time chegue no máximo à segunda colocação do grupo D (o River é o favorito a ficar com a liderança) e acabe encontrando um rival muito forte nas oitavas-de-final. Chegar às quartas seria algo muito além do esperado para o São Paulo.



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O Inter vive uma situação parecida com a do São Paulo, com o clube sendo muito respeitado no passado mas agora fazendo apenas campanhas modestas ano após ano. O elenco do Colorado é apenas razoável (foi reforçado pelos meio-campistas Boschilia, Marcos Guilherme e Damián Musto) e sem muitas opções no banco. O treinador argentino Eduardo Coudet, por outro lado, foi uma contratação certeira e ele deve injetar raça no curto elenco do Internacional. Diante da chave complicada, o Colorado deve ficar na segunda posição em seu grupo e cruzar com um rival forte nas oitavas-de-final.



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O Athletico, infelizmente, chega mais fraco para a Libertadores 2020. O Furacão perdeu muitos jogadores importantes além do treinador Tiago Nunes. A chave é acessível com um grupo equilibrado, mas o time deve ter dificuldades devido ao enfraquecimento. O limite para o Athletico é chegar às oitavas-de-final, mas acredito que o rubro-negro irá para a Sulamericana.



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O Santos chega à Libertadores com o elenco mais fraco dentre os participantes que representarão o Brasil na competição. O consolo é que o clube praiano caiu em uma chave sem adversários de peso ou tradição, o que deve dar uma sobrevida ao Peixe na competição. O alvinegro tem chances de chegar às oitavas-de-final devido ao grupo acessível, mas não deve ir muito além disso.




segunda-feira, 2 de março de 2020

Começa a Libertadores 2020

Imagem extraída de www.facebook.com/CopaLibertadores/



Enfim terá início a Libertadores 2020. Os playoffs terminaram na última semana e definiram os últimos participantes da fase de grupos.

32 clubes representando os países da América do Sul (exceto Suriname, Guiana e Guiana Francesa) lutarão pelo troféu mais cobiçado do continente.

Faremos, como sempre, uma breve análise dos grupos e darei os meus palpites de quem se classifica às oitavas-de-final, lembrando que os times classificados em terceiro de cada grupo serão remanejados para a Copa Sulamericana. Será que seu time favorito chegará ao mata-mata?



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Que irônico! Flamengo e Independiente del Valle, que acabaram de se enfrentar pela Recopa Sulamericana, se encontrarão mais uma vez.

O atual campeão da Libertadores terá três rivais que mandam seus jogos na altitude e dois deles, o Junior de Barranquilla e o Independiente, jogam um bom futebol.

O Mengão não terá vida fácil neste grupo, mas é favorito para terminar em primeiro. O Independiente, com um bom time e um bom treinador, deve ficar com a segunda vaga e o Junior deve ir à Sulamericana. O Barcelona de Guayaquil tem um elenco interessante, mas é o mais fraco dos quatro times desta chave.



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O Palmeiras deu sorte e caiu em um grupo sem adversários de tradição, devendo avançar sem muitos problemas às oitavas.

Vale ficar de olho no surpreendente Guaraní que joga um futebol de nível técnico razoável e conseguiu eliminar o Corinthians nos playoffs.

Bolívar e Tigre devem brigar pela vaga da Sulamericana, com uma pequena vantagem para os bolivianos, atuais campeões de seu país.



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Grupo bastante equilibrado e com dois times que já venceram a Libertadores, o Peñarol e o Colo Colo.

Aqui nenhum palpite parece ser absurdo apesar de haver dois clubes que já venceram a competição no passado.

O Athletico Paranaense, dado o equilíbrio do grupo, precisa se esforçar para não desperdiçar pontos em casa e ainda tentar buscar resultados fora para não perder a vaga. O Furacão terá, ainda, de superar a perda de Renan Lodi, Léo Pereira e Bruno Guimarães, além do treinador Tiago Nunes.

Acredito que o Colo Colo (primeiro) e o Peñarol (segundo) avançam às oitavas enquanto o Athletico irá a Sulamericana.



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Se um grupo com dois campeões já pode ser considerado equilibrado, que tal um com três? River Plate, São Paulo e LDU já venceram a competição em outras ocasiões e estão dispostos a reaver o troféu. Apesar disso, esta chave está bem longe de ser considerada um "grupo da morte" contrariando a opinião de muitos comentaristas.

O River Plate é franco favorito neste grupo mantendo a base vice-campeã do ano passado -a única perda significante foi o meia Exequiel Palacios.

O São Paulo tem boas chances de ficar com a segunda vaga, mas não pode vacilar diante dos rivais que utilizam a altitude como recurso.

O Binacional não é muito conhecido, mas é o atual campeão peruano e tem razoável potencial para surpreender, enquanto a LDU, apesar de já ter vencido a competição, perdeu muito de suas forças com relação àquela geração do final da década passada.

Acredito que River (primeiro) e São Paulo (segundo) avançam às oitavas e o Binacional irá à Sulamericana.



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Os maiores rivais do Rio Grande do Sul irão se cruzar na fase de grupos. A chave ainda conta com a Universidad Católica (atual campeão chileno) e o tradicional América de Cali. Promessa de muitos jogos disputados. Chave bastante complicada e que pode ser considerada um verdadeiro "grupo da morte".

O Grêmio é o favorito para ficar em primeiro, mas terá pela frente o bom time da Universidad Católica, os rivais colorados e a boa escola colombiana representada pelo América de Cali.

O Inter deve sofrer bastante devido ao elenco sem muitas opções, mas a rivalidade com os tricolores deve motivar a equipe a brigar até o final. Ademais, colorados demonstraram força ao superar os playoffs da Libertadores.

Aqui é difícil arriscar um palpite, mas acredito que o Grêmio termina em primeiro, Inter em segundo e Católica irá à Sulamericana.



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O Racing, atual campeão argentino, é disparado o melhor time deste grupo por contar com um melhor elenco e com o treinador Sebastián Beccacecce, ex-auxiliar de Sampaoli e adepto do estilo de Loco Bielsa.

O Nacional, apesar de não ter mais a força do passado, tem boas chances de ficar com a segunda vaga e o Alianza Lima deve ir à Sulamericana. O Estudiantes de Mérida deve vir apenas a passeio.



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O Santos pode sonhar com a classificação, mas não será fácil: o Delfín tem o fator altitude a seu favor enquanto Olimpia e Defensa y Justicia são equipes aguerridas e que deverão lutar até o final.

O Peixe terá de se superar com seu elenco sem muitas opções, mas terá um grupo sem favoritos pela frente, o que melhora um pouco as perspectivas.

Palpites: Olimpia em primeiro, Santos em segundo e Defensa y Justicia na Sulamericana.



Imagem extraída de www.facebook.com/CopaLibertadores/



O Boca Juniors terá um grupo acessível pela frente. O clube xeneize, apesar de enfraquecido, tem poucos rivais de peso e ainda pode se valer da tradição para impor respeito aos adversários.

O Libertad, com um elenco razoável e treinado pelo bom Ramón Díaz, deve ficar com a segunda vaga. O Independiente de Medellín deve avançar à Sulamericana e o Caracas deve vir a passeio.



Lembrando que são apenas palpites baseados no elenco, no momento recente das equipes e no feeling do autor. Como dizem por aí, futebol é uma caixinha de surpresas e alguma zebra pode surgir em qualquer um dos grupos.

Boa sorte a todas as equipes e que avancem as melhores!