sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Aviso




Queridos leitores e leitoras.

Estou com problemas na internet e, em decorrência disto, não estou conseguindo postar textos.

Voltaremos assim que o problema for solucionado.

Peço desculpas pelos transtornos.

Abraços e muito obrigado pela compreensão.

Equipe Farma Football






quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Boa, Dome!

Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



Antes de mais nada, parabéns ao Flamengo pela vitória da última terça-feira, afinal o time venceu apesar dos desfalques, da altitude andina e da falta de tempo para treinar. O grupo se superou nas adversidades e trouxe os três pontos do Equador. Isto, porém, não significa que devemos deixar de criticar o clube pela falta de sensibilidade e empatia no momento em que o Brasil está passando por uma pandemia sem precedentes -aliás, mais jogadores, o treinador e alguns dirigentes flamenguistas foram diagnosticados com a doença no dia de ontem.

Melhor do que o triunfo do Rubro-Negro foi a entrevista que o treinador Domènec Torrent concedeu após a partida. O catalão foi cirúrgico quando criticou a pressa do brasileiro com relação ao futebol, mencionando o fato de haver quatro treinadores demitidos com apenas quatro rodadas disputadas no Campeonato Brasileiro. O técnico ainda citou o exemplo de Jürgen Klopp que levou quatro temporadas para conquistar seu primeiro título com o Liverpool, algo que eu concordo totalmente como escrevi em post anterior.

Dome vem sendo injustamente criticado, muito pela sombra de seu antecessor Jorge Jesus, que ganhou praticamente tudo na temporada anterior com o Flamengo. É fato que o catalão foi radical demais quando implantou sua filosofia de jogo sem se preocupar em fazer uma transição de estilos, ignorando o que o português construíra. Mas também é fato que Torrent teve pouquíssimo tempo para conhecer o elenco e estabelecer um padrão de jogo -o técnico chegou na gávea em uma quarta-feira e já precisou encarar o Atlético Mineiro de Jorge Sampaoli no sábado seguinte. Não obstante, o calendário da temporada está totalmente apertado em função da COVID-19.


Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



O treinador aproveitou a superação de seu Flamengo para responder às críticas e colocar o dedo na ferida de nosso futebol. Culturalmente, nós buscamos a vitória a qualquer preço mas nunca compreendemos que há um processo entre a ideia e o resultado. E tal processo na maioria das vezes é lento, passa por oscilações e nós brasileiros não temos tolerância alguma com isto.

O resultado é que o torcedor se impacienta facilmente com os resultados ruins e dirigentes demitem treinadores ao primeiro sinal de crise porque, com isso, transferem a culpa para os técnicos, teoria muito bem explicada pelo jornalista Leonardo Miranda.

A bronca de Dome tem muito a ver com as mazelas de nosso futebol. Buscamos apenas resultados a curto prazo, o produto pronto, o caminho já trilhado. O brasileiro nunca se permite desbravar novas possibilidades ou perder de um lado para ganhar em outro. Quer vencer sempre de qualquer jeito mas não sabe como.

Domènec Torrent cometeu alguns erros, isto é fato. Mas nós erramos muito mais com o catalão do que o treinador errou conosco.

Que o resultado e a vaga encaminhada para o mata-mata da Libertadores deem a Dome mais tranquilidade para executar seu trabalho.



Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial




quarta-feira, 23 de setembro de 2020

O Incansável Ibrahimović

 

Imagem extraída de www.facebook.com/ZlatanIbrahimovic/



Ibrahimović sempre foi um jogador que dividiu opiniões. Atacante muito técnico, habilidoso, grande e ágil; Ibra sempre deixou sua marca pelos times onde passou graças ao seu faro de gol e aos seus lances acrobáticos em campo. O sueco, por outro lado, é sempre lembrado pelo seu ego inflado, pelas declarações fortes e por algumas polêmicas como a sua saída da Juventus para a Internazionale após o rebaixamento da Vecchia Signora.
 
O atacante, a despeito de sua marra, sempre foi um jogador bastante injustiçado na opinião deste autor. O sueco merecia ter ganhado pelo menos uma Bola de Ouro, mas havia muitos concorrentes de peso justamente quando Ibrahimović vivia o melhor momento de sua carreira. Era muito difícil disputar prêmios individuais com Zidane, Ronaldo, Ronaldinho, Shevchenko, ... E o cenário era ainda mais complicado para um jogador que jamais conquistou uma Champions League ou uma Copa do Mundo.
 
Hoje, aos 38 anos (fará 39 no dia 3 de outubro), Ibra já não tem o mercado de outrora. Ele é visto atualmente como um jogador se preparando para a aposentadoria e sem o vigor físico de dez anos atrás.
 
Ou não, visto que o sueco continua desfilando seu talento a despeito da idade. O atacante foi o grande destaque na vitória do Milan sobre o Bologna durante o último final de semana. É fato que o Campeonato Italiano não possui mais o mesmo nível da década anterior, mas a competição ainda seria bastante complicada para um atleta beirando os quarenta visto que o futebol prioriza cada vez mais os aspectos físicos.
 
 
 

Imagem extraída de www.facebook.com/ZlatanIbrahimovic/



Ibrahimović aceitou retornar ao Milan em meio a temporada 2019-20. O clube rossonero, sem o poderio financeiro do passado, buscou o sueco que estava sem clube após o termino de seu contrato com o Los Angeles Galaxy, dos Estados Unidos. O atacante, em princípio, ficaria apenas até o final da temporada, mas seu desempenho foi tão bom a despeito da idade avançada (o time terminaria a Serie A em um ótimo sexto lugar) que os milaneses decidiram renovar com o definidor.

O jogador não deixou de se gabar pelos feitos. Mas Ibra mostra em campo que ele tem uma certa razão, afinal toda a marra que ele demonstra fora dos gramados se justifica com seu desempenho dentro das quatro linhas. O sueco continua sendo um grande diferencial para o Milan a despeito de todas as mudanças do futebol atual.

Lamento apenas que o Milan não seja mais aquele clube heptacampeão europeu. Foram-se os tempos de Kaká, Inzaghi, Shevchenko, Dida e tantos outros. Hoje, os rossoneri vivem mais do passado do que de seu presente e dificilmente Ibrahimović conseguirá algum troféu internacional a curto prazo.

Eu continuo vendo jogadores muito acima dos trinta anos com desconfiança, mas Ibra é uma demonstração de que posso estar errado e que talento não envelhece. Será?



Imagem extraída de www.facebook.com/ZlatanIbrahimovic/




terça-feira, 22 de setembro de 2020

Pontos de Vista

 

Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial/



O Flamengo, em meio à pandemia do coronavírus, lutou até o final para que o Campeonato Carioca fosse retomado em julho. E agora tenta liberar o público nos estádios ainda que de maneira controlada e reduzida.

A atitude dos dirigentes flamenguistas, obviamente, foi visando o lucro ou, pelo menos, a diminuição dos prejuízos gerados pela crise, mesmo argumento utilizado pelos clubes europeus na retomada de seus jogos.

O lucro ou atenuação dos prejuízos são argumentos totalmente válidos e compreensíveis. O Flamengo, como qualquer clube, precisa gerar receitas. A instituição precisa honrar salários, dívidas, despesas, entre tantos outros gastos.

O ponto de vista financeiro, contudo, parece ter sido o único considerado pelo clube. A instituição foi surpreendida com a notícia de que alguns de seus atletas estão contaminados com o coronavírus. Não obstante, o treinador Domènec Torrent foi obrigado a cancelar um treino no Equador devido à uma atividade vulcânica nas redondezas. O Flamengo, diante dos imprevistos, solicitou o adiamento do jogo contra o Barcelona de Guayaquil, a ser realizado hoje, mas a CONMEBOL, em princípio, negou a solicitação.
 
 
 

Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial/



O Flamengo já estava pressionado após a derrota sofrida diante do Independiente del Valle na altitude e agora terá de superar o Barcelona de Guayaquil em outro jogo nos Andes. E o Rubro-Negro estará desfalcado de vários jogadores.

O dinheiro é sempre um argumento válido na tomada de decisões, ainda que seja algo mal visto por nós brasileiros -quem nunca criticou aquele jogador que se transferiu de clube porque recebeu uma proposta mais vantajosa sob o ponto de vista econômico? Para o bem ou para o mal, vivemos em uma sociedade capitalista onde precisamos de recursos financeiros para sobrevivermos e o lucro justifica, sim, muitas de nossas escolhas.

O ponto de vista financeiro, porém, não deve ser o único a ser considerado na tomada de decisões, mesmo em uma sociedade capitalista. O clube, mesmo obedecendo protocolos de higiene, não teve como impedir a contaminação de seus atletas. Evitou-se o prejuízo financeiro, mas não o técnico, exatamente como concluímos em outro texto publicado aqui no blog.

O clube subestimou a gravidade do coronavírus e agora paga o preço.



Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial/



LEIA MAIS:

Blog do André Rocha: "O Flamengo que só pensa em si entregue à própria sorte no Equador". www.uol.com.br/esporte/colunas/andre-rocha/2020/09/21/o-flamengo-que-so-pensa-em-si-entregue-a-propria-sorte-no-equador.htm




segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Dezesseis Anos Depois...

Imagem extraída de www.facebook.com/premierleague/



Assisti há alguns dias atrás a um VT do jogo entre Arsenal e Chelsea, realizado na temporada 2003-04 da Premier League. Aquela edição entraria para a história com os Gunners faturando o troféu da maneira invicta. Mas havia uma outra coisa chamando a minha atenção naquela partida.

Eu, que me acostumei a acompanhar a Premier League nesta década, estranhei muito o estilo de jogo praticado a dezesseis anos atrás. O futebol inglês era muito mais truncado, "pegado" e faltoso. A parte física já se sobressaía à técnica ou ao talento. Lembro apenas de ter visto um ou outro lance bonito, quase todos protagonizados pelo craque Thierry Henry. Mais parecia uma partida da Copa Libertadores do que um jogo europeu.

Os clubes ingleses, contudo, souberam transformar aquele futebol truncado em um espetáculo em todos os sentidos. A Inglaterra hoje contrata e mantem muitos dos melhores jogadores e treinadores do planeta. Os resultados aparecem na qualidade dos jogos, muito mais agradáveis de se ver.


Imagem extraída de www.facebook.com/premierleague/



A maneira como o futebol inglês evoluiu ao longo desses dezesseis anos mostra o quanto é importante investir no campeonato em todos os sentidos: segurança, infraestrutura, salários (treinadores e jogadores) e tantos outros fatores.

Hoje, mesmo clubes considerados coadjuvantes na Inglaterra (Everton, Leicester, Sheffield United, ...) conseguem realizar grandes contratações. E quase todos os times jogam um bom futebol, intenso, dinâmico e sem rifar a bola. Há, claro, equipes defensivas mas que são tão organizadas que em nada lembram o que era praticado na década passada.

A qualidade dos jogos também melhorou bastante. Assisti à partida entre Brighton & Hove Albion e Chelsea durante a semana passada. E o confronto em nada lembrava o que era há dezesseis anos atrás. Mesmo o modesto Albion atuava de maneira fluida e organizada em campo a despeito da superioridade técnica e financeira do adversário.

O futebol inglês, obviamente, ainda não é perfeito. Seu calendário ainda possui jogos demais divididos em três competições (Premier League, FA Cup e EFL Cup), mas as melhorias observadas no esporte durante estes dezesseis anos poderiam servir como exemplo para outros países, incluindo o Brasil.



Imagem extraída de www.facebook.com/premierleague/


 
 

domingo, 20 de setembro de 2020

O Vizinho do 117




Passei um bom tempo no Instituto de Ciências Biomédicas entre estágio, pós-graduação e alguns trabalhos por fora. Inevitavelmente, acabei fazendo muitos amigos, incluindo outros estagiários, pós-graduandos, funcionários e docentes.

Eu trabalhava no laboratório 105. Meu orientador era muito amigo de outro docente, que ocupava o laboratório 117. Como ambos faziam muitos trabalhos juntos em colaboração, eu frequentava bastante o local. Fiz amizade com o pessoal de lá e também com o professor responsável.

O professor do 117 era palmeirense fanático, daqueles que não perdia a oportunidade de tirar um sarro dos outros times. Torço para o São Paulo e, inevitavelmente, fui vítima das gozações! Como o meu time não atravessava bons momentos durante o tempo que trabalhei no Instituto, nunca tive a oportunidade de dar o troco.

Lembro das vezes quando meu time perdia e eu "me escondia" do vizinho do 117. Em tom de brincadeira, eu evitava passar na frente de seu laboratório. Ou, então, deixava recados avisando que eu não estava. E, acreditem, como ele era muito próximo do meu orientador, as chances dele aparecer no lugar onde eu trabalhava eram bastante altas.






Deixei o instituto definitivamente em 2015 e estive lá em algumas poucas oportunidades desde então. Passei por alguns momentos difíceis e não me animei muito em realizar tantas visitas. Aliás, uma das poucas vezes que fui lá (acho que era 2017) eu senti um clima muito pesado no edifício. Soube que um aluno havia se suicidado dias antes daquela oportunidade. Meu ex-orientador também já não estava mais lá -soube que ele havia deixado o cargo há algum tempo.

Encontrei o vizinho do 117 uma única vez durante as visitas que realizei ao instituto, mas não houve tempo para conversarmos na ocasião. Talvez até melhor porque meu time estava na zona de rebaixamento naquela ocasião e o dele estava em lua-de-mel com a Crefisa.

Não tive mais notícias do vizinho do 117 desde então. Não faço ideia se ele continua na ativa ou se ele se aposentou. Ainda tenho contato com seus ex-alunos mas nunca perguntei nada a seu respeito. Aliás, nem do meu ex-orientador eu busquei informações a seu respeito. Nem tive a oportunidade de contar para os dois que eu encontrei me encontrei com o Leivinha, ex-atacante do Palmeiras pertencente à mesma geração de Ademir da Guia, em uma festa -meu ex-chefe também é palmeirense.  

Se eu encontrasse o vizinho do 117 neste exato momento, eu certamente pegaria todos os arquivos que eu recebi através WhatsApp (60% das mensagens são piadas a respeito do Palmeiras) e mostraria um por um só para me desforrar (mentira, afinal eu iria aproveitar a oportunidade para matar as saudades)!







sábado, 19 de setembro de 2020

Pé de Coelho

Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians/



Não concordei com a demissão do treinador Tiago Nunes. Acredito que o correto seria manter o técnico e promover mais mudanças no elenco, visto que era o momento de se renovar o grupo. Compreendo, no entanto, que a situação do treinador gaúcho tornou-se insustentável e não houve outra opção para os dirigentes.
 
O Timão agora busca algum treinador que possa atuar como "bombeiro" e consiga acabar com a crise na equipe. Nomes como Felipão, Mano Menezes, Miguel Ángel Ramírez e Rogério Ceni foram ventilados no clube. O interino Dyego Coelho vai comandando o time até que o novo técnico seja anunciado.
 
Não aconselharia, de cara, Felipão ou Rogério Ceni. O primeiro é muito identificado com o arquirrival Palmeiras e ele seria um retrocesso, uma vez que o gaúcho é adepto do defensivismo, algo que o Corinthians vem tentando abandonar. O paranaense, por sua vez, é muito identificado com o São Paulo, está empregado no momento (é o atual técnico do Fortaleza) e Rogério ainda é lembrado por bater muito de frente com o próprio elenco, algo que custou seu emprego no Cruzeiro -lembrando que isto também foi motivo da demissão de Tiago Nunes.

Mano seria um nome interessante por ter identificação com o Corinthians mas ele está empregado no momento (o gaúcho acertou com o Bahia dia antes da demissão de Tiago Nunes) e também é adepto do defensivismo.

Miguel Ángel Ramírez, por sua vez, dificilmente aceitaria visto que ele está muito confortável no Independiente del Valle e ainda poderia ter problemas de adaptação, algo que seu compatriota Domènec Torrent enfrenta no Flamengo.

 

Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians/



Eu, diante das opções apresentadas, continuaria com Coelho mesmo, pelo menos até o final do ano. O ex-lateral tem boas ideias que ele já demonstrou durante a temporada anterior, conta com a aceitação do elenco e já promoveu algumas mudanças no time escalando meninos formados no próprio clube, Xavier e Roni entre eles. A dupla de meninos, aliás, foi fundamental para a vitória do Timão sobre o Bahia.

O Corinthians não teria muito mais a perder ao apostar em Coelho. O ex-lateral, ainda que não consiga algum título este ano, poderia ser a renovação que o time precisa e preparar uma base para a disputa de troféus no futuro.

Reconheço que a contratação de Tiago Nunes não foi exatamente oportuna, afinal não era necessário um choque de gestão com o time classificado para a Libertadores e com uma base já estabelecida. Em algum momento, contudo, uma renovação do elenco deveria acontecer visto que muitos dos remanescentes da geração 2015 já não entregam o que o futebol de hoje exige e o ciclo de alguns deles já parece próximo de um fim no Timão.

Coelho seria, portanto, uma revolução com menos traumas para o elenco e, quem sabe, com troféus lá na frente.



Coelho apostou em pratas da casa como Xavier e Roni
(imagem extraída de www.facebook.com/corinthians/)




sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Os 23 de Tite

Imagem extraída de www.facebook.com/CBF/



Tite convocou, agora há pouco, os 23 jogadores que representarão o Brasil nas Eliminatórias da Copa 2022. As partidas estão previstas para acontecer no dia 9 de outubro no Brasil e no dia 13 de outubro no Peru. Os adversários serão a Bolívia e o Peru, respectivamente. Vale lembrar que o calendário pode sofrer alterações em virtude da pandemia do coronavírus.
 
O treinador gaúcho apresentou algumas novidades interessantes como Gabriel Menino (Palmeiras), Bruno Guimarães (Lyon), Rodrygo (Real Madrid) e Douglas Luiz (Aston Villa).
 
Tite, porém, parece mais preocupado com a manutenção do seu emprego e com os resultados a curto prazo ao invés de formar uma equipe para 2022. O meio-de-campo tem mais volantes do que armadores, algo que pesou contra a Seleção em muitos momentos recentes. Contraditoriamente, o treinador manteve a base de sua equipe apesar dos maus resultados nos últimos amistosos.

O treinador também parece ignorar o fato do futebol atual priorizar cada vez mais a parte física. Thiago Silva e Daniel Alves (que não foi convocado por lesão) dificilmente poderão contribuir com a Seleção em 2022, quando terão 38 e 39 anos respectivamente. Para efeito de comparação, Cafu (que estava com 36) e Roberto Carlos (que estava com 33) foram muito mal na Copa 2006 e a idade da dupla foi considerada como um dos motivos para tal desempenho.

Tite, independente de suas convocações, deve classificar a Seleção para o Mundial do Catar sem muitos problemas. Mas se ele realmente deseja o hexa, precisa abrir mão de suas convicções e promover mudanças mais radicais no grupo. O desempenho do Brasil na última Copa do Mundo deixou bastante evidente que as Eliminatórias não servem mais como parâmetro para o Escrete Canarinho.


CONVOCADOS:

Goleiros:
  • Alisson - Liverpool
  • Santos - Athletico Paranaense
  • Weverton - Palmeiras

Laterais:
  • Danilo - Juventus
  • Gabriel Menino - Palmeiras
  • Alex Telles - Porto
  • Renan Lodi - Atlético de Madrid

Zagueiros:
  • Thiago Silva - Chelsea
  • Marquinhos - Paris Saint Germain
  • Felipe - Atlético de Madrid
  • Rodrigo Caio - Flamengo

Meio-Campistas:
  • Casemiro - Real Madrid
  • Fabinho - Liverpool
  • Bruno Guimarães - Lyon
  • Douglas Luiz - Aston Villa 
  • Philippe Coutinho - Barcelona
  • Everton Ribeiro - Flamengo

Atacantes:
  • Gabriel Jesus - Manchester City
  • Rodrygo - Real Madrid
  • Neymar - Paris Saint Germain
  • Everton Cebolinha - Benfica
  • Roberto Firmino - Liverpool
  • Richarlison - Everton




Imagem extraída de www.facebook.com/CBF/




quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Bola Fora

O volante uruguaio Álvaro González (direita) foi confundido com o homônimo espanhol
(esquerda), acusado de ter ofendido Neymar (montagem realizada com imagens reproduzidas de

 
 
Olá, leitoras e leitores. Enfim, terminei o uso do anti-alérgico e a sonolência, aos poucos, está diminuindo. Com isso, poderei voltar a escrever e os posts voltarão a ter regularidade aqui no blog.

O zagueiro espanhol Álvaro González se envolveu em uma polêmica com o atacante brasileiro Neymar no triunfo de 1 x 0 do Olympique de Marseille sobre o Paris Saint-Germain. O defensor teria proferido insultos racistas contra o rival, o que gerou uma confusão generalizada com cinco atletas expulsos, incluindo os próprios González e Neymar.
 
O incidente gerou uma grande revolta, principalmente de fãs brasileiros que foram às redes sociais e lançaram milhares de mensagens de protestos, muitas delas impublicáveis aqui no blog.
 
O espanhol, porém, possui um homônimo uruguaio, o volante Álvaro González, que acabou sendo confundido com o zagueiro por alguns torcedores brasileiros. Até mesmo o jornalista Cosme Rímoli se confundiu com os atletas em questão.
 
O meio-campista uruguaio até postou em seu Instagram que não se tratava do xará espanhol. O volante, que atualmente está no Defensor, ainda declarou que chegou a se desentender com Neymar durante algumas partidas mas que também repudia o racismo.



Álvaro González (o uruguaio) já discutiu com Neymar em campo, mas declarou que
sempre foi contra o racismo (reprodução www.instagram.com/tatagonzalezoficial/)



O incidente envolvendo Neymar e Álvaro González (o espanhol) está sendo investigado pelas autoridades competentes. Enquanto o defensor é acusado pelos insultos racistas, o atacante teria proferido ofensas homofóbicas além de tentar agredir o rival -o brasileiro acabou levando dois jogos de gancho. O zagueiro negou as acusações e postou nas redes sociais que não é racista junto de uma foto sua com vários colegas afro-descendentes. O suposto preconceito ainda não havia sido julgado até o encerramento deste texto.

Álvaro González (o uruguaio), por sua vez, aparentemente não tomou nenhuma providência pelos insultos que recebeu através das redes sociais. O meio-campista, provavelmente, compreendeu o motivo da confusão e, até o fechamento deste texto, não havia acionado a justiça pelas ofensas.

O incidente envolvendo os homônimos demonstra, mais uma vez, o quanto é importante averiguar os fatos antes de se tomar uma providência. Em um momento em que o ódio fala mais alto que a razão, nós brasileiros estamos "atirando primeiro e perguntando depois", sem medir as consequências de nossas atitudes. Álvaro González (o uruguaio) foi acusado e ofendido injustamente devido a precipitação de alguns torcedores.

Não cabe, ademais, a nós, cidadãos comuns, tentar fazer justiça com as próprias mãos, ainda mais sem se ter pleno conhecimento dos fatos. Ainda não está evidente se Álvaro González (o espanhol) realmente proferiu os insultos a Neymar. Apenas uma perícia e audiências com as partes envolvidas poderiam esclarecer o que realmente ocorreu para que, desta forma, os culpados sejam identificados e punidos. 



Álvaro González (o espanhol) discutindo com Neymar
(reprodução www.instagram.com/alvarogonzalez_/).




domingo, 13 de setembro de 2020

2002: a Copa que eu Não Vi

Imagem extraída de www.facebook.com/CBF/



Olá, leitores e leitoras. Antes de começar o texto propriamente dito, gostaria de pedir desculpas pela ausência de atualização ontem e também gostaria de informar que estou fazendo uso de medicamentos contra alergia, cujos efeitos colaterais incluem sonolência. Em decorrência disto, não estou em plenas condições de escrever e o blog, portanto, terá uma redução na quantidade de posts durante os próximos dias.

Se me perguntarem algo sobre a Copa do Mundo de 2002, minha resposta será sempre "não sei". O mundial, que foi realizado na Coréia do Sul e no Japão, era sempre exibido de madrugada ou de manhã bem cedo devido à diferença de fuso horário. E eu não assisti a uma partida sequer da competição em decorrência disto.
 
Eu, na época, estava mais preocupado com os vestibulares e também não me importava tanto com futebol. Aliás, eu estava torcendo para o Brasil perder aquele mundial, afinal o penta não iria fazer a menor diferença na minha vida, quanto mais me garantir uma vaga em uma universidade pública.
 
O único dia em que eu me dei conta que a Copa do Mundo estava acontecendo foi naquele domingo de manhã bem cedo quando vários torcedores saíam ensandecidos pela rua gritando "é penta". Eu estava dormindo e pretendia levantar apenas na hora do almoço, como fazia nos finais de semana, mas foi inviável.
 
 
 

Imagem extraída de www.facebook.com/CBF/



Hoje fico pensando se valeu a pena trocar a Copa do Mundo por mais horas de estudo e de sono. E digo que sim, valeu a pena. Não me arrependo nem um pouco de abrir mão daquele mundial, ainda que hoje eu escreva sobre futebol.

Há momentos em que você tem prioridades na vida e é necessário abrir mão de alguns prazeres para tal. O futebol não era minha prioridade naquele momento. Aliás, como já escrevi anteriormente neste texto, eu nem me importava com o esporte aquela época.

Costumamos considerar o ato de torcer pela Seleção um gesto de "nacionalismo" e de "patriotismo". De fato, os dias de jogos do Brasil são até considerados "feriados nacionais" visto que comércio e serviços público param durante as partidas.

O futebol para mim, contudo, é apenas um passatempo. Não abriria mão das pessoas que eu gosto, trabalho ou estudos pela Seleção Brasileira. E, quando eu olho para o meu diploma, vejo o quanto valeu a pena deixar e Copa do Mundo de lado.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup



 

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Pressa Inimiga do Futebol

David Silva testou positivo para o coronavírus (Imagem
extraída de www.facebook.com/RealSociedadFutbol/)



Quando a Real Sociedad anunciou a contratação do meia-atacante David Silva, houve muita festa em Bilbao, afinal o clube basco estava contratando um grande craque e multicampeão pela seleção de seu país. O que deveria ser alegria, contudo, logo se tornou tristeza quando o jogador foi diagnosticado com o coronavírus. O atleta, mesmo que se recupere a curto prazo, perderá parte da pré-temporada e provavelmente desfalcará seu time nos primeiros jogos da temporada.

O Paris Saint-Germain, no mesmo dia que David Silva estava sendo anunciado pela Real Sociedad, emitiu comunicado alegando que Ángel Di María e Leandro Paredes estavam infectados com a COVID-19. Dois dias depois, Neymar (que passava as férias com os colegas argentinos) também testou positivo para a doença. Não obstante, o clube anunciou que mais três atletas estavam infectados: Mauri Icardi, Marquinhos e Keylor Navas. E, por fim, Kylian Mbappé também contraiu a doença enquanto estava a serviço da Seleção Francesa. Com a Ligue 1 já em curso (as partidas envolvendo o PSG haviam sido adiadas em decorrência da participação do clube na final da Champions League), o grupo desfalca o time nos primeiros jogos da temporada. 
 
 
 

Di María e Neymar também foram diagnosticados com o
coronavírus (reprodução www.instagram.com/angeldimariajm/)


Os casos mencionados foram apenas alguns exemplos do quanto o retorno do futebol foi precipitado mesmo na Europa, onde muitos países declaravam que a doença estava "sob controle". Mesmo com toda a precaução adotada por clubes e federações, foram inevitáveis os casos de contaminação.

É fato que a quarentena desencadeou uma forte crise que afetou todos os setores da economia, incluindo o esporte. Havia muita pressão para que o futebol retornasse, inclusive dos próprios clubes, o quanto antes para que os prejuízos fossem amenizados. E assim foi feito com boa parte dos campeonatos europeus sendo retomados a partir de maio -alguns como o francês e o holandês foram encerrados.

Os rigorosos protocolos de segurança adotados por clubes e federações, contudo, não foram suficientes para evitar que alguns jogadores se contaminassem.

O Paris Saint-Germain, que estreou ontem pela Ligue 1, não foi páreo para o Lens em virtude das ausências. Vários outros clubes iniciarão a temporada desfalcados devido a atletas que perderam a pré-temporada e agora estão sem ritmo de jogo.

Se o retorno ao futebol evitou prejuízo financeiro, não houve como evitar o prejuízo técnico em virtude dos desfalques.

A escolha foi dos clubes.



Diego Costa também foi diagnosticado com a COVID-19
(imagem extraída de www.facebook.com/AtleticodeMadrid/)
 
 
 
 

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Tempo Perdido

Imagem extraída de www.facebook.com/Bale/



Quando Gareth Bale foi contratado pelo Real Madrid em 2013, eu mesmo considerei um exagero pagar cem milhões de Euros pelo jogador. O meia-atacante, porém, justificou cada centavo investido em seu futebol, afinal o galês foi fundamental para acabar com o jejum do time madrilenho, que estava há quase quinze anos sem faturar a Champions.
 
Rápido, driblador, eficiente no ataque e na recomposição; Bale não tardou a se firmar no estrelado elenco merengue. O jogador, porém, passou a sofrer com constantes lesões após aquela primeira temporada brilhante no Real, algo que o fez perder espaço. Não obstante, ficou evidente que o treinador Zinedine Zidane não se entendia com o galês. Nem mesmo o fato do atleta ter sido fundamental na última Champions conquistada pelo técnico francês em 2018 foi suficiente para os dois fazerem as pazes.
 
A rejeição de Zidane pelo galês tornou-se mútua quando o jogador passou a tomar atitudes que descontentaram o treinador. Em uma delas, o atleta comemorou um gol por sua seleção declarando que "as coisas mais importantes para Bale eram o País de Gales, o golfe e o Real Madrid nesta ordem". Com técnico e esportista rachados, Gareth tornou-se "dispensável" para o clube, que tentou vendê-lo ou trocá-lo por várias temporadas. Poucos, no entanto, pareciam dispostos a pagar os cem milhões de Euros investidos no ponteiro.
 
 
 

Imagem extraída de www.facebook.com/Bale/



A temporada 2020-21, no entanto, deve finalmente decretar o divórcio entre Real Madrid e Bale após sete temporadas de um casamento cheio de altos e baixos. O treinador declarou que o elenco passará por uma grande reformulação e o galês, enfim, poderia buscar um novo clube. Há, inclusive, a possibilidade do ponteiro rescindir o seu contrato com os Merengues.

Bale, aos 31 anos, ainda tem lenha para queimar. O jogador já deu muitas demonstrações de que ainda pode ser útil a despeito da idade e do histórico de lesões. O Tottenham, clube que projetou o galês para o mundo, seria um dos interessados.

Fica, no entanto, aquela sensação de tempo perdido, afinal Bale e Real poderiam tranquilamente seguir por caminhos separados bem antes. O jogador poderia ser titular em outros clubes na Europa, enquanto o clube poderia utilizar os lucros e o espaço do ponteiro para investir em algum outro talento. Ademais, o descontentamento do atleta só serviu para tumultuar o ambiente no elenco. Teria sido melhor, portanto, a ambas as partes um divórcio menos tardio.

O casamento entre Gareth Bale e Real Madrid tinha tudo para ser um lindo romance com direito a final feliz, mas acabou sendo ruim para ambas as partes.



Imagem extraída de www.facebook.com/Bale/




quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Teorias da Conspiração

Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague/



Passei alguns dias tentando buscar explicações para o desfecho da edição 2019-20 da Champions League, afinal neste ano eu escrevi uma teoria explicando por que times ingleses e espanhóis tiveram êxito na competição durante os últimos anos.

As semifinais da última edição contaram apenas com equipes alemãs (Bayern München e Red Bull Leipzig) e francesas (Paris Saint-Germain e Lyon), times cujas ligas estão entre as mais polarizadas da Europa, o que contradiz totalmente a teoria que esbocei no texto de janeiro.

A Ligue 1 da França tornou-se uma competição de um time só desde que um grupo catari adquiriu o Paris Saint-Germain em 2011. Desde então, a equipe parisiense só não venceu a competição em 2011-12 (quando o Montpellier faturou o troféu) e em 2016-17 (quando o Monaco, que pertence ao magnata russo Dmitry Rybolovlev, levou a taça).

A Bundesliga da Alemanha, da mesma forma, tem sido uma competição monopolizada pelo Bayern München há muito tempo. São raras as equipes que conseguem fazer frente ao colosso bávaro -a última foi o Borussia Dortumund durante as temporadas 2010-11 e 2011-12, na época comandado por Jürgen Klopp.

A falta de competitividade destas ligas foi considerada um fator determinante para os insucessos de times franceses e alemães na Champions. Muitos jornalistas e comentaristas esportivos apontavam a necessidade de competições nacionais fortes para a formação de equipes vitoriosas em nível internacional. Por que, então, esta aparente discrepância na temporada 2019-20?


Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague/



Comecemos pelo significado da própria palavra "teoria". Uma "teoria" pode ser refutada desde que se apresente argumentos sólidos ou provas que sustentem a resposta. Bem diferente de um "dogma", que é algo que não pode ser negado ou refutado. O texto de janeiro e qualquer outro que eu tenha escrito, portanto, podem ser rebatidos ou rejeitados.

A interrupção da temporada devido à pandemia de COVID-19 certamente influenciou alguns dos resultados. Equipes como a Lazio e o Barcelona atravessavam um bom momento antes da paralisação. Ambas, porém, não conseguiram manter o mesmo ritmo após a retomada das competições e sucumbiram em algum momento. Em contrapartida, o Bayern, que fazia uma campanha apenas "protocolar" antes da interrupção, decolou na Bundesliga e na própria Champions, deixando os concorrentes para trás na disputa pelos troféus.

Um outro fator a ser considerado foram as disputas em jogo único a partir das quartas-de-final. Sem a possibilidade de uma partida de volta, as equipes tiveram de ser ainda mais cautelosas uma vez que não teriam uma segunda chance para reverter eventuais revezes. Em situações assim, times com mais força mental ou que erram menos quase sempre têm mais sucesso. A apatia do Barcelona ou os erros individuais do Red Bull Leipzig, por exemplo, foram determinantes para a eliminação destas duas agremiações.

Há, por fim, a própria aleatoriedade do futebol, aquela que permite que equipes muito inferiores consigam triunfar sobre times com melhores elencos ou poderio econômico. Durante a própria edição 2019-20 da Champions o Lyon levou a melhor sobre o milionário Manchester City a despeito das discrepâncias financeiras e técnicas entre os dois clubes. A tal "aleatoriedade", chamada de "zebra" por nós brasileiros, é ainda mais frequente em jogos de mata-mata devido aos motivos que expliquei no parágrafo acima.

O fato da Champions 2019-20 ter um desenrolar atípico, contudo, não invalida os méritos das equipes participantes. Uma liga mais competitiva forma equipes mais fortes por obrigá-las a sair do comodismo mas não oferece garantia de sucesso.



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Farmácia dos Games

 
 
 
Olá, querido leitor e leitora!

Estreia hoje meu novo projeto, o blog Farmácia dos Games!

O novo blog terá como tema os jogos eletrônicos dos anos 90 e 2000 pela visão do farmacêutico.

A Farmácia dos Games será um blog com menos opiniões e mais memórias, trazendo recordações dos games daquela época.

O novo blog não terá, em princípio, publicações diárias. Será mais um passatempo do que um trabalho para o autor, algo necessário neste período de estresse gerado pela pandemia. Aliás, cabe dizer que a existência de um segundo diário virtual não significa que teremos menos postagens aqui no Farma Football -continuarei postando aqui uma vez por dia sempre que possível.

Espero que apreciem meu novo trabalho!

Um abraço!

Equipe Farma Football







terça-feira, 8 de setembro de 2020

Separação de Bens

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Fanfarrão, boleiro, namoradeiro, ... A aparência descontraída e descompromissada de Renato Gaúcho ocultava um grande treinador, competente e vitorioso. O ex-atacante foi ídolo do Grêmio no passado quando conquistou Libertadores e Mundial durante os anos 80. Agora, no banco de reservas, quase repetiu o feito (conquistou o tricampeonato da Libertadores e foi vice no Mundial). Porém esta linda relação pode estar perto de um ponto final.

Renato começou a treinar clubes no Rio de Janeiro utilizando sua experiência em campo aliado aos ensinamentos de seu mentor Valdir Espinosa. E ele sempre fez isso utilizando a linguagem dos boleiros para ter proximidade de seus atletas. Seu potencial ficou evidente entre 2007 e 2008 quando foi campeão da Copa do Brasil pelo Fluminense e depois vice na Libertadores com o Tricolor. De lá pra cá, foram muitos altos e baixos em sua carreira no banco de reservas.

Quase oito anos depois, em 2016, Renato aceitou o desafio de tirar o seu Grêmio de uma crise e o resultado saiu melhor do que a encomenda, com o time conquistando Copa do Brasil e, posteriormente, Libertadores. O treinador demonstrou que havia amadurecido no banco sem deixar de lado sua fanfarronice. Suas equipes jogam um futebol que alia a ofensividade de Espinosa com o pragmatismo de um Felipão ou de um Mano Menezes. Outro segredo de seu sucesso é mesclar atletas jovens revelados no próprio clube (Luan, Pepê, Jean Pyerre, Everton, ...) com veteranos desacreditados (Barrios, Diego Souza, Léo Moura, Cortez, ...).

O repertório de Renato, porém, parece apresentar sinais de esgotamento em 2020. O seu Grêmio só venceu uma vez no Brasileirão. Sua equipe parece ter dificuldade de se impôr mesmo diante de rivais da parte de baixo da tabela e o Imortal vêm se aproximando da zona de rebaixamento com os resultados. Consequentemente, o treinador já vem sendo questionado pelo torcedor e sua demissão já passa a ser cogitada.


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A má fase do Grêmio, porém, não pode invalidar o que Renato fez pelo clube nos últimos anos. As estratégias do treinador podem estar manjadas, mas o técnico ainda tem um bom elenco, opções no banco para tentar mudanças e, principalmente, ainda tem o grupo nas mãos. Seria prudente, portanto, aguardar uma reação do comandante.

O ideal seria aguardar o término da temporada 2020 para se discutir a permanência do técnico, bem como uma reformulação no grupo. Renato ainda possui três boas chances de terminar o ano com pelo menos um troféu (Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores), mas o treinador precisa ser cobrado pelos resultados apresentados. E também precisa tirar seus jogadores da zona de conforto.

A rescisão de contato do meia Thiago Neves, que sempre era defendido por Renato, foi um duro aviso da diretoria ao treinador.

Renato merece todo respeito e confiança do Grêmio por tudo o que fez pelo clube, seja como jogador, seja como treinador. Mas o técnico precisa ter consciência de que o futebol evolui e que o tempo passa para todos, inclusive para os ídolos.



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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Clubes, Utilizem Mais a Base

Gabriel Veron garantiu a virada do Palmeiras sobre o
Bragantino (reprodução www.instagram.com/gabrielveron/)



Os clubes brasileiros em tempos de crise e de pandemia precisam lançar mão de soluções criativas para manterem as finanças em dia. Não há como arrecadar com bilheteria devido aos jogos sem público, os patrocinadores não têm como pagar os valores elevados de outrora e os estrangeiros dificilmente farão propostas grandiosas pelos nossos jogadores.

Os efeitos da crise aparecem em campo com salários atrasados, desmanches de elencos, instituições em situação deficitária, dispensas visando aliviar a folha salarial, dificuldades em realizar contratações, entre outros. São poucos os clubes que não foram afetados pela pandemia.

Uma solução que os clubes poderiam lançar mão para atenuar os efeitos da crise seria justamente utilizar mais os jogadores formados nas próprias instituições.

Sim, utilizar a base solucionaria muitos dos problemas enfrentados pelos clubes: são jogadores mais baratos de se manter por terem salários menores que atletas "consagrados", eles compensariam a falta de contratações e renderiam lucros às instituições mesmo que saíssem de graça -a FIFA possui um mecanismo de "solidariedade" que garante uma porcentagem aos clubes formadores em caso de transferências futuras.

Cabe ainda mencionar a parte motivacional, afinal a maioria dos garotos ama o clube que defende e eles geralmente se empenham mais em campo porque desejam se destacar o quanto antes, seja para cavarem uma vaga no time principal, seja para buscarem transferência para algum time europeu.


Brenner fez um dos gols da vitória são-paulina sobre o
Fluminense (reprodução www.instagram.com/_brenner00/)



Um dos grandes obstáculos para o uso da base, contudo, são os próprios treinadores. O imediatismo dos resultados faz com que os técnicos prefiram comprar o talento pronto ao invés de aguardar o desenvolvimento dos garotos. Não foram raros os jogadores que deixaram seus clubes amargurados pela falta de espaço e de perspectiva.

Torcedores, da mesma forma, também atrapalham na transição da base para o time profissional. Garotos erram muito em campo pela falta de experiência ou pelo nervosismo. A maioria dos fãs acaba por fazer cobranças desproporcionais à garotada sem compreender que a maturidade leva tempo para ser atingida.

Os clubes podem e devem utilizar suas bases. Os garotos seriam extremamente úteis neste período de crise, mas será necessário um pouco de compreensão para que aquele menino de hoje possa se tornar um craque amanhã. 



Pepê foi lapidado nas categorias de base do Grêmio e já chama
a atenção de clubes europeus (reprodução www.instagram.com/pepe/)




domingo, 6 de setembro de 2020

O Vôlei do Semestre




Meu segundo semestre na faculdade era de aparente tranquilidade, com muitas tardes livres. Apenas as segundas-feiras à tarde estavam ocupadas, mas havia um intervalo de três horas entre a aula da manhã e a aula da tarde. E aproveitávamos esse período vago para jogar vôlei.

Acabava a aula de genética no Instituto de Biociências e rumávamos para o CEPEUSP (Centro de Práticas Esportivas da USP, uma espécie de clube destinado a alunos, funcionários e docentes da universidade). Quase sempre havia uma quadra vazia no local e matávamos o tempo jogando vôlei até o horário do almoço.

Eu até conhecia algumas regras do esporte, mas aprendi outras da pior maneira -não sabia, por exemplo, que não era permitido tocar duas vezes na bola. Jogava muito mal, mas nem me importava uma vez que era apenas por diversão. E acabei aprendendo bastante sobre a modalidade.





O vôlei acabou sendo uma maneira de fazer novas amizades e também de cultivar o gosto pelo esporte. Coincidência ou não, comecei a me interessar mais pela modalidade naquela época. Lembro de ter assistido a algumas partidas no Sportv com alguma regularidade.

A prática do vôlei, infelizmente, não duraria muito. As disciplinas estavam se tornando cada vez mais complicadas, os colegas passaram a se dedicar mais aos seus projetos pessoais e havia cada vez menos tempo livre.

Ficaram, porém, algumas boas lembranças da modalidade e também de uma época quando não tínhamos tantas responsabilidades para lidar.







sábado, 5 de setembro de 2020

Timing

Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras/



O descontentamento do torcedor palmeirense com o treinador Vanderlei Luxemburgo aumentou nos últimos dias. Além do técnico, jogadores como Lucas Lima, Diogo Barbosa e Rony também se tornaram alvos da torcida. O motivo seria o fraco futebol praticado pelo Palmeiras somado ao desempenho apenas modesto no Brasileirão -até aqui foram duas vitórias, quatro empates, nenhuma derrota e o oitavo lugar na tabela com um jogo adiado.
 
As reclamações do torcedor se justificam, afinal o Palmeiras possui um dos elencos mais caros e robustos da América do Sul. Os fãs desejam que todo o investimento realizado nos jogadores tenha retorno com um futebol de excelência e, claro, em títulos.

Mesmo a conquista do Campeonato Paulista sobre o arquirrival Corinthians não serviu como argumento em defesa do time, mostrando o quanto os estaduais já não têm mais importância para os grandes clubes. Os torcedores anseiam por feitos maiores, principalmente o Mundial de Clubes, assunto que se tornou um espinho na vida dos palmeirenses.


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Assisti a alguns trechos do clássico entre Palmeiras e Santos no intervalo da Champions League há algumas semanas e devo concordar que, sim, o Verdão pode entregar mais. O Alviverde, ainda que tenha contratado pouco, possui um time tão bom quanto o Flamengo ou o Atlético Mineiro, podendo bater de frente com ambos tranquilamente.

O Palmeiras realmente necessita de mudanças, mas o timing para a sua realização já foi perdido. Muitos dos problemas que o Verdão vem apresentando em 2020 já estavam acontecendo durante o ano passado a despeito das mudanças de treinador. Havia, portanto, a necessidade de se reformular o grupo. Os dirigentes, porém, foram conservadores na montagem do elenco para a temporada e o time paga o preço neste momento.

Os torcedores também clamam por um treinador estrangeiro -o espanhol Miguel Ángel Ramírez, atualmente no Independiente del Valle, é o preferido dos fãs. Os dirigentes tentaram o próprio Ramírez e também Jorge Sampaoli, mas não houve acerto e Luxemburgo acabou contratado por seu bom desempenho no Vasco em 2019 e também por influência de conselheiros alviverdes.

Mudanças neste momento só seriam recomendadas caso a situação se tornasse insustentável. Causar um choque de gestão no meio da temporada poderia piorar o cenário, afinal o novo técnico pegaria o bonde andando, teria pouco tempo para implantar sua filosofia e poderia até manchar seu currículo em caso de fracasso, algo que aconteceu com Ricardo Gareca no próprio Palmeiras. Ademais, um treinador estrangeiro teria muitos obstáculos como o idioma e as diferenças culturais. É o que vem acontecendo com Domènec Torrent no Flamengo, visto que seu atletas não apreciaram o sistema de "rodízio".

O arquirrival Corinthians, que tem apenas Copa do Brasil e Brasileirão pela frente, poderia arriscar uma reformulação em meio a temporada sem tanto riscos como escrevi em post anterior. No caso do Palmeiras, que tem a Libertadores e chances de títulos ainda que virtuais, um choque de gestão poderia ser desastroso e causar a perda da temporada.

O Palmeiras necessita de mudanças, mas fazê-lo em meio a temporada e rasgar um planejamento inteiro em nome do imediatismo pode trazer consequências ainda piores.



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