quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Plano B

Imagem extraída de www.facebook.com/CBF



A convocação para os próximos amistosos da Seleção Brasileira -os dois últimos antes da Copa do Mundo- será realizada no dia 9 de setembro mas há poucas expectativas para surpresas, afinal todos sabem que Tite é um treinador paternalista que dificilmente abre mão de seus jogadores preferidos. Ademais, há pouco tempo hábil para testes.

O treinador, porém, parece ignorar o fato de que o futebol está cada vez exigente sob o ponto de vista físico, sobretudo na Europa. Os jogadores terminam as partidas ainda mais extenuados se comparados aos anos 90 e 2000. O desgaste dos atletas é muito maior e os futebolistas estão ainda mais propensos a lesões.

Basta lembrar-nos da última Eurocopa quando os jogadores desabavam no gramado pedindo atendimento ou substituição com uma frequência maior do que a normal. É fato que se tratava de uma temporada atípica quando os atletas tiveram férias reduzidas em virtude da pandemia mas a tendência é de que a cena seja frequente também durante a Copa do Mundo visto que o esporte se tornou mais exigente sob o aspecto físico.

A intensidade do futebol já vitimou alguns jogadores importantes durante a atual temporada. Gini Wijnaldum da Holanda e Paul Pogba da França sofreram lesões graves e podem perder o Mundial. E não será surpresa se mais astros desfalcarem suas seleções pelo mesmo motivo.



Imagem extraída de www.facebook.com/CBF



Tite, portanto, deveria compreender a importância de se testar jogadores, sobretudo no cenário atual. Existe, infelizmente, a possibilidade de algum atleta importante se lesionar e desfalcar o Brasil durante o próximo Mundial. E esse risco é ainda maior para os esportistas que custaram caro para os clubes -Antony, Casemiro, Raphinha, ...- afinal os torcedores exigirão que estes futebolistas entrem em campo com mais frequência para justificarem os investimentos milionários.

Dani Alves, por exemplo, não pôde participar do último mundial por lesão, e o treinador ainda teve o azar de perder Danilo e Fred ao longo da competição. Neymar também desfalcou o Brasil na Copa América 2019 por problemas físicos.

O treinador, porém, dificilmente levará em conta os riscos. Tite sabe que está pressionado no cargo mesmo faltando menos de três meses para a Copa. Então, o gaúcho conta com a cumplicidade de seu elenco para se manter empregado até o Mundial.

Seria importante que Tite experimentasse opções para cobrir eventuais desfalques mas o treinador prefere abraçar as suas suas convicções e o seu grupo de jogadores. Os riscos existem e o técnico já perdeu atletas importantes em competições anteriores.



Imagem extraída de www.facebook.com/CBF




terça-feira, 30 de agosto de 2022

O Paizão

Ancelotti faturou a sexta Champions de sua carreira e a quarta como
treinador (imagem extraída de www.facebook.com/RealMadrid)



Janeiro de 2022. O Real Madrid havia acabado de faturar a sua 12ª Supercopa da Espanha (em novo formato e disputado em Riad, na Arábia Saudita) quando Luka Modrić dirigiu-se até Carlo Ancelotti para cumprimentá-lo. O italiano, com cara de poucos amigos, esbravejou para o croata antes de abraçá-lo: "Você errou um passe"!

A cena envolvendo Modrić e Ancelotti deixou evidente que o clima no Real Madrid estava diferente, muito mais leve do que o turbulento período entre 2018 e 2021 quando a crise ameaçava tomar o vestiário dos Blancos. O elenco envelhecido e com jogadas mais do que manjadas pelos adversários já não faziam mais a diferença por mais que treinadores e jogadores fossem contratados.

Ancelotti, da mesma forma, já não gozava do prestígio desfrutado durante as duas décadas anteriores. O italiano tentava reconstruir sua carreira no Everton após passagens sem muito brilho no Bayern München e no Napoli. Foi quando o Real Madrid o chamou ao final da temporada 2020-21, algo que eu considerei um "pedido de desculpas" ao treinador pela injusta demissão em 2015.

Ancelotti, se não conseguiu reerguer sua carreira no período entre 2015 e 2021, ao menos pode se reinventar e experimentar novos esquemas táticos em suas passagens por Alemanha, Itália e Inglaterra. Era mais do que necessário, afinal eu mesmo enxergava o italiano como "ultrapassado" dados os seus desempenhos apenas razoáveis até então. O treinador pôde colher os frutos de sua jornada no Real Madrid ao utilizar seus novos conhecimentos para reerguer um elenco outrora apático.

A grande mudança, contudo, se deu pelo ponto de vista anímico. O ambiente no vestiário estava muito mais leve, os jogadores pareciam muito mais unidos e os atletas aparentavam ter reencontrado o prazer de jogar. Mesmo supostas rusgas entre os futebolistas pareciam totalmente superadas.



Ancelotti deu fôlego novo ao manjado elenco do Real Madrid e ainda melhorou
o clima no vestiário (imagem extraída de www.facebook.com/RealMadrid)



O futebol, como em qualquer outro meio competitivo, dificulta que relações humanas sejam estabelecidas, sobretudo durante o momento atual. Os clubes hoje são exageradamente profissionais e se assemelham muito mais a empresas do que times. Tudo é demasiadamente rígido e formal. Resultados são tratados como metas e derrotas são consideradas prejuízos.

Ancelotti, com seu estilo "paizão", ajudou a quebrar um pouco desse formalismo no Real. Sua personalidade leve e agregadora ajudou a controlar os egos das estrelas e também a desenvolver os jovens promissores. Tudo isto fez com que os Merengues -com uma certa dose de sorte, verdade seja dita- arrancassem para os títulos de La Liga e da Champions Legue na temporada 2021-22.

O estilo paternalista, obviamente, não possui apenas vantagens. Treinadores com esse perfil tendem a se apegar em demasia a seus atletas e os comandantes quase sempre relutam quando precisam dispensar ou mandar para o banco aquele jogador mais querido que não esteja mais rendendo. Tite, Felipão, Abel Braga e outros técnicos brasileiros costumam ser empecilhos quando a equipe necessita de mudanças drásticas no elenco.

Ancelotti era o treinador que o Real Madrid necessitava durante tal período de turbulência. Os clubes buscam obsessivamente pelos resultados mas se esquecem de investir nas relações humanas. Jogadores são seres humanos acima de tudo e os times precisam que seus atletas estejam unidos para que os objetivos sejam alcançados.

Muitos talvez relutem para aceitar os métodos de Carlo Ancelotti mas os títulos que o treinador conquistou, seja como jogador ou treinador, sustentam a sua eficácia. Em um meio cada vez mais profissional e competitivo, ainda há quem nos lembre da importância das relações humanas.



Imagem extraída de www.facebook.com/RealMadrid




segunda-feira, 29 de agosto de 2022

O Preço da Queda

O time misto do Flamengo penou mas conseguiu a vitória sobre o Botafogo no
Engenhão (imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



Os times brasileiros sempre priorizaram as competições de mata-mata em detrimento aos pontos corridos. Mano Menezes disse em 2008 que "a Copa do Brasil é o caminho mais curto para a Libertadores" visto que há menos jogos em comparação ao Campeonato Brasileiro.

Quase todos times que estavam envolvidos em competições paralelas foram a campo com equipes mistas ou reservas neste final de semana. Tudo isto visando a Libertadores ou a Sulamericana que serão disputadas na metade desta semana.

Tal atitude não é novidade em nosso futebol mas poucos parecem se lembrar que uma campanha ruim em um campeonato de pontos corridos desencadeia um prejuízo muito maior do que aquele causado por um desempenho pífio em um mata-mata. Sim, afinal a queda em um torneio eliminatório resulta em uma eliminação, como o próprio nome sugere. Uma temporada ruim no Campeonato Brasileiro, em compensação, culminaria no rebaixamento da equipe.

O prejuízo gerado pela queda nos pontos corridos, portanto, seria muito maior do que aquele gerado em um mata-mata. O "luto" por uma eliminação duraria apenas alguns dias, o suficiente para o time se recuperar do revés. O "luto" gerado pela queda em um Brasileirão, em compensação, duraria pelo menos um ano visto que a equipe teria passar pelo menos uma temporada lutando em uma divisão inferior até ter o direito de disputar a Série A novamente. 



O São Paulo caiu em casa diante do Fortaleza
(imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc)



"Mas um eventual título no mata-mata não poderia compensar a campanha pífia nos pontos corridos"? O Palmeiras passou por tal situação em 2012 -venceu a Copa do Brasil durante aquele ano mas terminou rebaixado no Campeonato Brasileiro. O torcedor certamente sentiu uma série de emoções contraditórias durante aquela temporada.

Goiás (em 2010) e Ponte Preta (em 2013) não tiveram a mesma sorte do Verdão. O Esmeraldino e a Macaca, com elencos bastante curtos, investiram tudo na Sulamericana apesar de suas equipes estarem na zona de rebaixamento do Brasileirão. Ambos acabaram derrotados na final do torneio continental e ainda tiveram de jogar a Série B no ano seguinte.

Não há, portanto, a garantia de que seu time conquistará um título em um mata-mata, formato onde erros não são perdoados e a força mental faz muito mais diferença do que a técnica ou o talento. Ademais, mesmo que seu clube conquiste o troféu, pode não ser suficiente para compensar uma campanha ruim nos pontos corridos.

Pode ser muito doloroso abrir mão do mata-mata e ter de aguentar as piadas dos rivais em caso de uma eventual eliminação. Mas as feridas causadas por um eventual rebaixamento demoram muito mais para serem cicatrizadas.



O Atlético Goianiense perdeu o clássico para o Goiás
(imagem extraída de twitter.com/ACGOficial)




domingo, 28 de agosto de 2022

O Fim dos Veteranos?

Miranda e Rafinha, os dois jogadores mais experientes do elenco são-paulino com
37 e 36 anos respectivamente (reprodução www.instagram.com/r_13official)



Miranda, Fábio Santos, Filipe Luís, Cano, Hulk e tantos outros jogadores que já possuem mais de 30 anos de idade e ainda atuam em nossos gramados. São chamados de "experientes" ou de "velhos" dependendo do humor do torcedor. Não possuem mais a força ou a velocidade dos mais jovens mas utilizam a sua vivência a favor de suas respectivas equipes.

Jogadores com este perfil sempre tiveram espaço em nosso futebol: os atletas rumavam à Europa quando jovens, faziam fortuna no exterior e retornavam ao Brasil para encerrar suas respectivas carreiras. Mesmo sem o vigor de outrora, ainda conseguiam fazer a diferença em nossos gramados. Mas as mudanças em nosso esporte estão transformando este cenário e os veteranos já não conseguem mais brilhar como em décadas anteriores.

O futebol há anos deixou de ser informal e tornou-se um esporte de alto nível. Os jogadores precisam ser profissionais dentro e fora de campo. Devem tomar muito cuidado com suas respectivas imagens e também com a parte física. Farras não são mais toleradas e os atletas devem se policiar mesmo durante as folgas. Tudo visando o rendimento nos gramados onde uma única falha poderia custar todo um campeonato. Isto explica porque tantos veteranos são dispensados sem piedade na Europa a despeito de suas respectivas histórias, afinal não possuem mais o vigor dos jovens. Há, obviamente, exceções como Ibrahimović no Milan ou Modrić no Real Madrid mas são muito poucas.

O futebol brasileiro ainda não possui a exigência do esporte europeu mas já se observam as influências do Velho Continente por aqui. A lentidão ou a falta de força não são mais toleradas como antigamente. Jogadores propensos a lesões são considerados "prejuízo" para os nossos clubes. Com isso, têm sido frequentes as críticas direcionadas aos atletas mais experientes visto que muitos visivelmente já estão em decadência física e/ou técnica.



Fabio Santos (36 anos) em ação pelo Corinthians (imagem extraída de www.facebook.com/corinthians



Não é raro observar jogadores experientes sendo hostilizado nas redes sociais porque não conseguem mais correr em campo ou porque perderam aquela dividida que resultou no gol adversário. Os torcedores até "passam pano" para um ou outro atleta mais querido -eu já observei o zagueiro Miranda ser poupado de críticas apesar de algumas falhas em 2021- mas isto deixa evidente o quanto a parte física deve ser impecável também em nossos gramados.

Times com um grande número de veteranos no elenco como o Corinthians e o Flamengo tiveram seus momentos de instabilidade atribuídos aos jogadores mais experientes. Comentaristas argumentavam que a falta de velocidade e força estaria comprometendo o rendimento das equipes.

Isto também justificaria porque o Palmeiras dispensou sem piedade os veteranos Felipe Melo, Jaílson e Willian Bigode à despeito de toda a história que possuem no Verdão. O trio já não conseguia mais se impor fisicamente no cenário atual, ainda que pudessem contribuir com experiência e liderança em campo.



Filipe Luís (à esquerda) com 37 anos em ação pelo Flamengo
(imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial)



"Experiência" e "liderança", por outro lado, são justamente os argumentos a favor dos veteranos no elenco. Jovens podem ter mais vigor e velocidade, mas muitas vezes lhes falta força mental e atitude em campo. Uma das estratégias mais adotadas, inclusive, é pressionar novatos para desestabilizá-los psicologicamente. Jogadores mais experientes, por outro lado, possuem mais "casca" e conseguem lidar melhor com a pressão.

Tal argumento justifica a presença de Chiellini (que estava com 37 anos durante a época) na Euro 2020. O veterano defensor, mesmo longe da forma física ideal, foi o líder que o elenco predominantemente jovem necessitava para se impor em campo. Por outro lado, vimos a Inglaterra desmoronar nos pênaltis durante a mesma competição com os três novatos (Saka, Rashford e Sancho) desperdiçando suas cobranças.

A presença de jogadores veteranos, portanto, ainda é muito importante no elenco, afinal são eles quem lideram o elenco dentro de campo e ajudam os mais jovens a lidar com a pressão do futebol, que está cada vez mais competitivo. É necessário considerar, porém, que o esporte está cada vez mais físico mesmo aqui no Brasil e é de suma importância que os atletas estejam em plenas condições para suportar os 90 minutos no gramado.

Cabe, portanto, aos nossos treinadores encontrar um equilíbrio perfeito entre a experiência e a juventude de seus elencos. Miranda, Hulk, Filipe Luís e os demais ainda têm seus espaços garantidos em seus respectivos times, mas é necessário ter consciência que o auge destes atletas já passou há muito tempo.



Hulk (36 anos) em ação pelo Atlético Mineiro (imagem extraída de www.facebook.com/atletico)




sábado, 27 de agosto de 2022

O Outro Lado do Clube-Empresa

O United of Manchester foi fundado por torcedores do Manchester United contrários à
aquisição do clube pela Família Glazer (imagem extraída de www.facebook.com/FCUnitedMcr)



Muitos torcedores e alguns dirigentes depositam suas esperanças em um modelo de administração chamado "clube-empresa", que já é adotado na maioria dos países da Europa e alguns da América Latina como o Chile. Alguns poucos clubes do Brasil como o Cruzeiro e o Botafogo já experimentam tal método administrativo.

A maioria dos nossos clubes ainda é gerida da forma tradicional, quase amadora. As instituições (teoricamente) não possuem fins lucrativos e sócios divididos em grupos políticos tomam os rumos da entidade. Neste modelo, é muito comum observar que a maioria dos dirigentes vivem muito mais "dos times" do que "para os times".

O modelo de "clube-empresa" faz com que as instituições assumam que possuem fins lucrativos. Desta maneira, os clubes teriam muito mais responsabilidades com os gastos e os maus cartolas teriam suas ações limitadas. Assim, nenhuma entidade poderia contrair dívidas milionárias ou sustentar gestões temerárias como, infelizmente, observamos em muitos de nossos times.

O que mais atrai os torcedores em tal modelo, contudo, é a possibilidade de que algum magnata possa adquirir o clube, liquide suas dívidas e invista na montagem de elencos vistosos, assim como aconteceu com o Chelsea em 2003 e o Paris Saint-Germain em 2011. É muito atraente a possibilidade de ver o seu time do coração contar com dezenas de estrelas como sempre acontece com os "novos ricos" da Europa.

O modelo, no entanto, faz com que o clube tenha um proprietário (ou um "dono") que poderia fazer o que bem entendesse com a instituição desde que não infrinja as leis do país ou as normas estabelecidas pelas federações. E isto, obviamente, poderia trazer sérias consequências que foram observadas em times europeus.



Muitos torcedores foram contrários à adoção da cor azul pelo Newcastle
United a partir de 2013 mas prevaleceu a vontade de seus proprietários
na época (imagem extraída de www.facebook.com/newcastleunited)



O proprietário teria o direito de realizar desde mudanças leves no clube (alterar brasão, cor ou nome da instituição) até reformulações profundas como alterar o estatuto, mudar a sede ou estádio e destituir funcionários (desde o faxineiro, passando por atletas importantes e até os dirigentes). E o mandatário teria pleno amparo legal para tais atitudes, afinal ele é o dono da entidade.

Tivemos o icônico caso do Newcastle United em 2013 quando muitos fãs não gostaram da adoção da cor azul, tanto no uniforme quanto no brasão do time. O descontentamento era evidente mas prevaleceu a vontade dos acionistas da época. Poderíamos, portanto, observar em cenários hipotéticos a adoção da cor verde no brasão ou uniforme do Corinthians; ou mesmo ter o Cruzeiro rebatizado como "Atlético Cruzeirense" se um eventual proprietário assim desejasse. 

O ponto mais importante do clube-empresa é que o investidor irá adquirir a instituição tendo o lucro como objetivo, mesmo que isto seja em detrimento do desempenho esportivo. O Arsenal, desde que foi adquirido por Stan Kroenke em 2007, praticamente deixou de disputar títulos e se tornou muito mais um balcão de negócios do que um time competitivo. Torcedores vêm protestando há anos exigindo a saída do bilionário norte-americano mas ele rechaçou qualquer possibilidade de renúncia.

Há, ainda, a infeliz possibilidade das gestões serem mal-sucedidas ou mesmo ruins, lembrando que todo investimento traz riscos. O Manchester United, por exemplo, há anos deixou de ser competitivo e se tornou uma máquina de queimar jogadores e treinadores. O Milan escapou de punições severas após seus antigos donos não conseguirem comprovar a origem de seus investimentos em 2017.

Não há, por fim, nenhuma garantia de que os investimentos milionários no clube darão frutos. O Málaga foi adquirido por um magnata catariano em 2010, recursos foram injetados no elenco e, mesmo assim, a equipe acabou rebaixada em 2018.

O modelo de clube-empresa, portanto, não é a "tábua da salvação" como muitos acreditam. Tal sistema resolveria muitos problemas das administrações amadoras de muitos de nossos clubes mas, em contrapartida, poderia criar novos conflitos.

Não se pode, portanto, abraçar uma ideia sem que suas contrapartidas sejam avaliadas. Mudanças têm de ser julgadas com senso crítico, e nunca com euforia ou ódio. Nossos clubes precisam, sim, sair do amadorismo e terem gestões profissionais como já ocorre em outros países. Mas necessitam de valorizar seus respectivos nomes e, principalmente, não caírem em armadilhas como ocorreu com outras instituições.



O Málaga foi adquirido por um magnata catariano em 2010 mas isto não impediu que o clube
entrasse em crise e fosse rebaixado (imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague)