quarta-feira, 30 de novembro de 2022

O Show dos Baixinhos

Julián Álvarez fez o gol que colocou a Argentina nas oitavas
(imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



Sim, mais uma partida que confrontou a velocidade dos "baixinhos" contra a força dos grandões. E desta vez foram os pequenos argentinos que venceram os grandalhões poloneses na raça e na mobilidade em campo.

O treinador Czesław Michniewicz escalou a Polônia em 4-4-2/4-4-1-1 esperando os argentinos em duas linhas de quatro e tentando jogar no desespero dos rivais para encaixar contra-ataques. Lionel Scaloni, que necessitava do resultado, foi de 4-3-3 e mandou a Argentina pressionar os adversários em busca do gol.

A Albiceleste tomou as rédeas do jogo, adiantando as linhas e procurando brechas na defesa rival, seja na troca de passes, seja em infiltrações. As duas linhas de quatro polonesas, porém, impediam a bola de circular na área de Szczęsny. Os grandalhões também não tinham dificuldades em interceptar os cruzamentos argentinos e, quando não conseguiam, eram salvos por seu goleiro.

Os Biało-czerwoni, porém, demonstravam poucos recursos para contra-atacar -tentavam bolas longas para o isolado Lewandowski ou subiam pela direita com Cash e Zieliński sem sucesso. Os poloneses se movimentavam com muita lentidão e eram facilmente interceptados pela recomposição argentina.

Houve um pênalti de Szczęsny em Messi mas a Pulga acabou parando no goleiro polonês. A Argentina passou a inverter Di María e Álvarez, além de apostar nas subidas do lateral-esquerdo Acuña, mas os grandalhões levaram a melhor nos lances.



Argentina, em 4-3-3, adianta as linhas e tenta abrir espaços na
defesa polonesa, mas sem sucesso. Di María e Álvarez trocam
de lado e recebem apoio do lateral-esquerdo Acuña, mas o trio
não tem êxito em seus cruzamentos. Polônia, encolhida em
4-4-2/4-4-1-1, tenta sair jogando com Cash e Zieliński pela
direita ou com bolas longas para Lewandowski, mas a lentidão da
equipe mata os seus contra-ataques (imagem obtida via this11.com).



Czesław Michniewicz troca Frankowski e Świderski por Kamiński e Skóraś, centralizando Zieliński e mudando o esquema para 4-2-3-1. O objetivo seria ajudar Lewandowski na frente e também aumentar a mobilidade do time polonês

As alterações, porém, ofereceram os espaços que a Argentina necessitava para se infiltrar e, logo no início do segundo tempo, Di María cruzou uma bola na medida para o volante Mac Allister abrir o placar. Minutos depois, Álvarez aumentou em um belo chute pela esquerda.

Michniewicz tentou colocar mais meias para, ao menos, buscar o empate mas a marcação alta da Argentina impediam a saída de bola polonesa. Lewandowski, isolado na frente, não conseguia receber os lançamentos. Nem mesmo a força física era suficiente para os poloneses se imporem em campo.

A Polônia, em dado momento, renunciou ao ataque e ficou contando com a sorte -precisava que o México não ultrapassasse os Biało-czerwoni no saldo de gols ou no número de cartões amarelos. Lionel Scaloni, por sua vez, realizou alterações apenas segurar um pouco o jogo e poupar os atletas mais desgastados.



Polônia, em 4-2-3-1, tenta sair jogando mas oferece espaços que
Di María e Álvarez aproveitaram (imagem obtida via this11.com).



Argentina vence graças à mobilidade e determinação de seus jogadores que lutaram até o final e não esmoreceram mesmo após o pênalti desperdiçado. Polônia paga por sua lentidão em campo e foi salva pelo regulamento.

Os duelos entre "baixinhos" e grandões estão marcando a Copa do Mundo. O futebol mais físico vinha se impondo sobre a técnica e o talento durante os últimos anos, mas este Mundial está mostrando que os jogadores de baixa estatura desenvolveram novos antídotos contra os adversários grandalhões.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup




terça-feira, 29 de novembro de 2022

Dragões sem Fogo

Marcus Rashford deixou dois gols contra os galeses e levou a Inglaterra
às oitavas (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



O País de Gales não atravessa exatamente seu melhor momento técnico, visto que suas duas principais referências (Gareth Bale e Aaron Ramsey) já estão em decadência e o restante da equipe vive mais de transpiração do que inspiração, como disse o comentarista Hernanes. Eu, ainda assim, acreditava que esta geração ainda tentaria um gás final após tantos anos longe de um Mundial e justamente diante dos rivais ingleses, mas acabei me frustrando.

O treinador Rob Page foi a campo em 4-3-3/4-5-1, com o time apostando na imposição física e tentando jogar nos erros dos ingleses. Gareth Southgate, por sua vez, adotou um 4-2-3-1/4-1-4-1, e mandou sua equipe tomar as rédeas do jogo.

A Inglaterra tentou a infiltração com seus dois pontas -Foden pela direita e Rashford pela esquerda- enquanto Kane recuava para o meio-de-campo para ajudar nas jogadas ou para abrir espaços para os companheiros. O goleiro Ward, porém, conseguiu frear as finalizações inglesas.

Gales passou todo o primeiro tempo recuado e pouco ameaçava os ingleses. Os Dreigiau tentavam bolas longas, sem sucesso. Com Bale bem marcado e longe da forma física ideal, o desafogo vinha pela esquerda com James. Os galeses perderam o lateral Neco Williams ainda no primeiro tempo após suspeita de concussão cerebral. Só ameaçaram no final da 1ª etapa em lances de bola parada.



Inglaterra, em 4-2-3-1/4-1-4-1, adianta linhas, troca passes e tenta
se infiltrar com seus ponteiros, mas o goleiro Ward consegue deter
a maioria das investidas. Kane recua para armar jogadas ou para
confundir a marcação. Gales, encolhido em 4-5-1 e já sem Neco
Williams, tenta contra-atacar com James pela esquerda ou com
bolas longas em direção a Moore (imagem obtida via this11.com).



A Inglaterra volta com Rashford e Foden em posições invertidas -o jogador do City na esquerda e o do United na direita. A estratégia confundiu a marcação galesa e a dupla conseguiu mais espaços para se infiltrar. Logo no início da segunda etapa, o camisa 11 cobra uma falta com perfeição e, enfim, abre o placar.

O gol desesperou os galeses que tentaram sair jogando com a defesa mas as linhas adiantadas dos ingleses conseguem interceptar os passes e ainda deixaram espaços para que Foden ampliasse logo em seguida. Rashoford, novamente, daria números finais à partida em um frango de Ward.

Os galeses tentaram reagir na imposição física e cavando lances de bola parada próximos ao gol de Pickford mas já estavam mentalmente derrotados e não tinham forças para buscar a reação. A fantástica geração que brilhou na Euro 2016 encontrava seu ocaso.

Inglaterra vence com inteligência sabendo utilizar bem os seus recursos para furar a retranca galesa e também contando com uma geração bastante talentosa para se impor aos rivais. Gales se despede do Mundial de forma melancólica, com um time de poucos recursos e com seus dois principais jogadores demonstrando que a aposentadoria está próxima.

Os Dreigiau, tristemente, se despedem da Copa do Mundo já na primeira rodada. Aquela geração que encantou em 2016 com pouca técnica mas muito coração acabou esbarrando em suas próprias limitações. Nem mesmo a rivalidade com os ingleses foi suficiente para incendiar os galeses em campo. Bale, Ramsey e seus companheiros, porém, sabem que mesmo com a eliminação precoce, seus feitos no futebol jamais serão esquecidos.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup




segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Aperta que Dá!

Casemiro fez o gol que classificou o Brasil às oitavas
(imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup). 



O Brasil penou mas conseguiu furar a forte retrança suíça e está antecipadamente nas oitavas-de-final. O volante Casemiro marcou o único gol do jogo e garantiu o Escrete Canarinho no mata-mata após uma mudança ousada de Tite, que sempre teve fama de "retranqueiro".

Tite, sem Neymar e Danilo, escalou sua equipe em 4-2-3-1. Militão faria a lateral direita, Fred ajudaria Casemiro na proteção à zaga e Paquetá seria o armador. Murat Yakin, por sua vez, foi de 4-3-3 variando para 4-5-1 e colocou a Suíça para jogar no contra-ataque.

O Brasil tomou a iniciativa adiantando as suas linhas e tentando se infiltrar na defesa suíça, principalmente com Vini Jr. pela esquerda e Richarlison pelo meio. Suíça passa a maior parte do primeiro tempo recuada, com Widmer e Rieder fazendo marcação em cima do camisa 20 brasileiro.

Os Rossocrociati respondem principalmente pela esquerda com Rodriguez tentando acionar Vargas e forçando as jogadas em cima do improvisado Éder Militão, mas a defesa brasileira consegue tirar os espaços dos atacantes rivais.



Brasil, em 4-2-3-1, adianta suas linhas e tenta se infiltrar principalmente
com Richarlison e Vini Jr., mas Widmer e Rieder tiram os espaços do
jogador do Real Madrid. Suíça, em 4-3-3/4-5-1, responde pela esquerda
com Rodriguez tentando acionar Vargas, mas a zaga brasileira
consegue segurar (imagem obtida via this11.com).



Tite troca Paquetá por Rodrygo e a formação da partida anterior (4-4-2-/4-2-4) é restaurada. Murat Yakin responde mandando o lado direito atacar com Steffen, além de colocar Seferovic em campo para pressionar a defesa brasileira.

As mudanças de Yakin, porém, deram espaços para os contra-ataques brasileiros, principalmente pela esquerda com Vini Jr. Ademais, a linha de quatro atacantes sobrecarregou a defesa suíça e os gols saíram -um, do camisa 20, foi anulado por impedimento mas o segundo, de Casemiro, não teve contestação.



Suíça usa Seferovic para pressionar a defesa brasileira e libera
o lado direito para atacar, mas isto deixou espaços para os contra-
ataques do Brasil. Ademais, a linha de quatro jogadores
sobrecarregou a defesa suíça (imagem obtida via this11.com).



Brasil vence por não se desesperar e ter paciência até os espaços surgirem. Méritos para Tite que mexeu na hora certa com Rodrygo, que foi fundamental para abrir os espaços na defesa suíça. Acho, porém, que o treinador gaúcho não deveria trocar Richarlison (que estava bem na partida) por Gabriel Jesus, que é menos agressivo que o colega capixaba.

Suíça terá um duelo valendo a sobrevivência contra a Sérvia e terá de vencer para não depender do Brasil na última rodada -se empatar, precisa secar o Camarões e os Rossocrociati estarão fora em caso de derrota.

Fiz algumas críticas às decisões de Tite mas o treinador gaúcho foi o grande vencedor na partida de hoje. O técnico demonstrou muita ousadia ao colocar mais um jogador no ataque para pressionar a defesa rival. É fato que teve a colaboração da Suíça, que escancarou o time, mas aproveitar os erros adversários também é um mérito.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup




domingo, 27 de novembro de 2022

Vida Longa ao Camisa 9!

Füllkrug (o camisa 9 acima) e Morata marcaram os gols do
jogo (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



O futebol moderno diminuiu drasticamente o espaço dos chamados "camisas 9", aqueles atacantes grandões que ficam esperando as bolas levantadas na área para guardar algum gol. Mesmo com o sucesso de Lewandowski e Haaland, a preferência atual é por atletas de mais mobilidade, que possam ajudar na marcação e também na articulação de jogadas. Mas hoje Álvaro Morata e Niclas Füllkrug demonstraram a importância desse tipo de jogador.

A Espanha foi em 4-3-3/4-1-2-3 com a sua especialidade: trocar passes curtos em busca de espaços. Alemanha adotou o 4-2-3-1, utilizou seus homens de frente para interceptar a saída de bola espanhola e buscar contra-ataques.

O jogo começou com os dois times se estudando bastante. A Espanha, com mais posse de bola, tinha mais iniciativa e tentava atacar principalmente pela esquerda com Dani Olmo e Jordi Alba. A Alemanha respondia também trocando passes e aproximando seus meias. O primeiro tempo foi bastante equilibrado e terminou em um justo 0x0.



Espanha, em 4-3-3/4-1-2-3, avança trocando passes e tenta
atacar principalmente pela esquerda com Jordi Alba e Dani
Olmo. Alemanha, em 4-2-3-1, tenta interceptar a saída de
bola espanhola ou, então, contra-ataca chegando com seus
meias mais ofensivos (imagem obtida via this11.com).



Luis Enrique coloca o atacante Álvaro Morata para abrir os espaços na defesa alemã e ordena que Dani Olmo continue forçado as jogadas pela esquerda aproveitando que Thilo Kehrer estava amarelado. Além disso, a Furia passou a dificultar os contra-golpes alemães no "perde-pressiona", com vários homens cercando o condutor da bola.

Alemanha continua apostando na troca de passes mas isto só favoreceu o jogo dos espanhóis visto que a Furia atua muito melhor com a bola no chão do que a Mannschaft. As melhores chances da Nationalelf só vieram em cobranças de bola parada desperdiçadas por Rüdiger.

A Espanha consegue abrir o placar em um contra-ataque pela esquerda e que terminou em finalização de Morata. Necessitando do resultado, Hansi Flick coloca o grandão Niclas Füllkrug e faz a Alemanha utilizar o que tem de melhor: imposição física, jogadas velozes e bolas aéreas.

A Furia, porém, perde Jordi Alba por lesão o que prejudicou as jogadas pela esquerda com Dani Olmo e também foi um convite para Leroy Sané apertar o garoto Alejandro Balde.

A persistência da Mannschaft foi recompensada com o gol de Füllkrug. E a Alemanha seguiu pressionando em busca da virada, mas a defesa espanhola conseguiu segurar o empate com muito sacrifício.



Espanha dificulta a saída de bola alemã e consegue abrir o placar
pela esquerda com Morata. Alemanha responde na imposição
física com Füllkrug e pela direita com Sané forçando jogadas
sobre Balde (imagem obtida via this11.com).



O empate acabou sendo um pouco melhor para a Espanha que agora soma quatro pontos e ainda depende apenas de si para chegar às oitavas. Alemanha está viva mas terá de derrotar a Costa Rica (de preferência por goleada) e torcer para que o Japão, no máximo, empate.

Cabe uma crítica à Alemanha que precisa usar melhor os recursos que têm a disposição. O toque de bola utilizado por Joachim Löw já não é mais tão efetivo como em 2014 e ainda facilitou o trabalho da Espanha, que é muito melhor com a pelota no chão. Se tivessem utilizado a imposição física antes, o resultado talvez tivesse sido melhor para a Mannschaft.

A partida terminou empatada mas tivemos um vencedor que foi o camisa 9 típico. Morata e Füllkrug não são exatamente craques mas demonstraram que a importância de um atacante de área é muito maior do que apenas abrir espaços na defesa rival.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup




Olimpíadas do Sono




Foram realizados dois grandes eventos esportivos durante o ano de 2012, a Eurocopa e também os Jogos Olímpicos de Londres. Eu pude acompanhar a Euro sem grandes problemas visto que eu estava de férias durante o período -havia acabado de realizar a minha qualificação para o mestrado- mas eu estava trabalhando enquanto as Olimpíadas estavam em curso. Isto, porém, não impediu que eu presenciasse alguns acontecimentos bizarros relacionados à competição.

Eu estava acompanhando dois amigos em um experimento chamado de "imunofluorescência", um ensaio que permite monitorar a distribuição de substâncias em células ou tecidos através da emissão de luz fluorescente. O teste, porém, precisa ser visualizado em ambiente escuro e isto acabou gerando um evento curioso.

Meu amigo levou as amostras até outro laboratório para que pudessem ser visualizadas. Estávamos eu e dois colegas na sala escura tentando analisar as amostras. Enquanto o resultado não saía, um deles resolveu sintonizar o rádio no celular para acompanhar as olimpíadas -acho que estava sendo transmitido um jogo de basquete.

Eram cerca de 14:30h (não fazia muito tempo que havíamos almoçado) e estava muito quente naquele dia. E a sala onde estávamos era totalmente escura, uma combinação perfeita para cochilar. Foi o que aconteceu com os meus dois colegas, que acabaram dormindo enquanto ouviam o rádio (acho que a partida também estava monótona) e esperavam o resultado da imunofluorescência sair. Não faço ideia como meu amigo não deixou o celular cair no chão!






O professor responsável pelo laboratório, em dado momento, foi ver o andamento do experimento e flagrou os meus dois colegas dormindo! O docente, porém, era um sujeito muito bem-humorado e aproveitou para tirar um barato da situação! Eu, aliás, só estou relatando o fato aqui justamente porque o pesquisador testemunhou o acontecimento e levou tudo na esportiva!

Meus dois colegas nem se deram conta que o professor havia entrado na sala e só acordaram quando o narrador do jogo cometeu uma gafe ao dizer que "o ácido láctico era o responsável pelas lesões". Lembro que meu amigo ficou bastante indignado com as palavras do locutor!

O experimento de imunofluorescência acabou não dando certo no fim das contas. Não lembro se o meu colega tentou repetí-lo em outra oportunidade ou se ele, simplesmente, abandonou a ideia. Simplesmente deixamos o laboratório, fomos tomar um café para tirar o sono e discutir o que deu errado no ensaio.

Eu ainda mantenho contato com os três envolvidos -o professor e os dois colegas- através das redes sociais. Muito provavelmente eles nem se lembram do fato curioso! Eu também nunca mais trabalhei com imunofluorescência novamente, o que é uma pena afinal é um experimento muito interessante e que gera lindas imagens para trabalhos acadêmicos -eu tinha muita vontade de realizá-lo para colocar na minha tese!

Esta também acabou sendo a única memória relevante que eu tive dos Jogos Olímpicos de 2012. Como eu escrevi, quase não acompanhei o evento por estar totalmente envolvido no meu trabalho durante a ocasião visto que eu tinha pouco tempo para concluir meu mestrado após a qualificação.







sábado, 26 de novembro de 2022

O Fim da Maldição

Mbappé fez os dois gols que garantiram a vitória e a classificação antecipada
sobre a Dinamarca (imagem extraída de www.facebook.com/equipedefrance).



Chegou ao fim a "maldição do campeão". A França, enfim, acabou com a sina que atormentava os vencedores de Copas anteriores. Os próprios Bleus haviam sido vítimas em 2002 quando caíram já na primeira fase. Os franceses, porém, não tiveram vida fácil e tiveram de enfrentar uma forte Dinamarca.

Os franceses foram a campo no 4-3-3 com Griezmann novamente recuado para o meio-de-campo. Koundé fez a lateral-direita no lugar de Pavard e o contestado Varane estava de volta ao time no lugar de Konaté. A Dinamarca, por sua vez, foi de 3-4-3 variando para 5-4-1 sem a bola.

O jogo, taticamente, foi muito semelhante a Brasil X Sérvia, realizado na última quinta-feira. Os grandões dinamarqueses, porém, foram mais competentes e se impuseram melhor, tanto no ataque quanto na defesa. Os Rød-Hvide adiantaram suas linhas e utilizaram a imposição física para abrir espaços na zaga francesa, ou trocavam passes em busca de brechas.

A França respondeu principalmente pelo lado direito com Theo e Mbappé, mas os dinamarqueses conseguiam recompor a defesa. Dembélé, pela direita, também passou a ajudar nos contra-ataques em dado momento. Giroud também tentou ajudar pelo meio mas seu tamanho pouco pôde fazer contra os grandalhões nórdicos.

Os Bleus criaram as chances mais claras de gol mas o jogo foi bastante equilibrado durante o 1º tempo. Os Rød-Hvide sofreram um pouco mais mas conseguiram se impor diante dos rivais. Apenas chegavam atrasados em alguns lances, o que justificou os dois cartões amarelos já na primeira etapa.



Dinamarca, em 3-4-3, adianta suas linhas e pressiona os franceses,
seja na troca de passes, seja na imposição física. França, recuada
em 4-3-3, responde principalmente pela esquerda com Theo e
Mbappé (imagem obtida via this11.com).



A Dinamarca voltou ainda mais agressiva para o segundo tempo, acelerando o jogo além de manter a estratégia de adiantar linhas. Mbappé, porém, conseguiu abrir o placar em contra-ataque veloz pela esquerda.

Os Rød-Hvide, porém, não se abalaram com o gol sofrido e mantiveram a estratégia. Os dinamarqueses passaram a utilizar seu tamanho como arma nos levantamentos e também nos lances de bola parada. E o empate veio em escanteio arrematado pelo zagueiro Andreas Christensen.

Os franceses, porém, conseguiram dar números finais em mais um contra-ataque arrematado por Mbappé. A Dinamarca, necessitando do resultado para sobreviver na Copa, seguiu pressionando mas os Bleus souberam controlar bem a partida e seguiram mais perigosos nos contra-ataques.



Dinamarca tenta decidir o jogo com mais velocidade
e bolas levantadas, mas deixam espaços às costas que são
muito bem aproveitados pelos atacantes franceses,
principalmente Mbappé (imagem obtida via this11.com).



França consegue a classificação antecipada e, enfim, acaba com a "maldição do vencedor". A velocidade e habilidade dos franceses se sobressaíram em relação aos grandões dinamarqueses. Rød-Hvide se complicam e agora decidirão a permanência na Copa contra a Austrália. E ainda terão de torcer justamente para os Bleus ao menos empatarem com a Tunísia. 

Didier Deschamps e seus comandados, enfim, acabam com a escrita que atormentava os vencedores dos últimos Mundiais. Itália (2010), Espanha (2014) e Alemanha (2018) pagaram pelo comodismo com eliminações vexaminosas já na 1ª fase. Os Bleus, porém, demonstraram que aprenderam a lição na Euro 2020 e agora estão nas oitavas com méritos.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup




sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Aviso




O blog Farma Football não será atualizado hoje.

O blogueiro está participando de um congresso e não terá tempo hábil para assistir aos jogos ou escrever.

Agradeço a compreensão.





 

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Tamanho Não É Documento

Com este belo chute, Richarlison decidiu o jogo para o Brasil
(imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



Escrevi na última segunda-feira um post exaltando os holandeses por sua estatura. Hoje, mais uma vez, a altura dos jogadores definiu o jogo, mas de forma negativa. A Sérvia apostou em atletas grandalhões mas foi justamente isto que acabou decidindo a partida em favor do Brasil.

Tite, como eu especulei, entrou em campo com Neymar recuado para o meio-de-campo para aproveitar a ótima fase de Vinícius Júnior pela esquerda. A Seleção atuou em 4-3-3 variando para 4-4-2/4-2-4 com o camisa 10 se juntando ao ataque -esquema muito semelhante ao da França com Griezmann ora atuando como 2º atacante, ora como meia.

A Sérvia foi em 3-4-3 variando para 4-4-2 (com Gudelj ou Lukić voltando para compor a defesa e Sergej alternando as funções de armador e atacante esquerdo) e também para 5-4-1 (com apenas Mitrović isolado na frente).



Variações táticas de Brasil e Sérvia: brasileiros jogam em 4-3-3
variando para 4-4-2/4-2-4 (com Neymar se juntando ao ataque) e,
muito raramente, 5-4-1 (com Casemiro compondo a zaga).
Orolvi vão de 3-4-3 variando para 4-4-2 (com com Gudelj ou
Lukić e Sergej recuando) ou 5-4-1 (com os laterais e os dois
pontas voltando) -imagem obtida via this11.com.



O Brasil tomou a iniciativa, adiantando as linhas e tentando se infiltrar com Raphinha e Vini Jr. Neymar ficava solto atrás de Richarlison e tinha liberdade para subir ou armar as jogadas como um meia conforme a necessidade.

Sérvia passou a maior parte do tempo encolhida em 5-4-1. Os grandões conseguiam ganhar as divididas e impedir a bola de circular na área de Vanja, mas os sérvios não tinham velocidade para correr e seu único recurso para contra-atacar eram bolas longas para Mitrović. Por vezes, tentavam sair jogando com a defesa mas os velozes brasileiros não tinham trabalho na recomposição.



Brasil, em 4-4-2/4-2-4, adianta as linhas, acelera o jogo e tenta
se infiltrar principalmente pelas pontas, mas os grandões sérvios
conseguem tirar os espaços. Sérvia, encolhida em 5-4-1, não
consegue sair jogando e tem apenas bolas longas para Mitrović
como opção de contra-ataque (imagem obtida via this11.com).



O treinador Dragan Stojković troca Živković e o amarelado Gudelj por Radonjić e Ilić, respectivamente. O objetivo seria evitar a expulsão do volante e também acabar com a lentidão sérvia em campo.

A Sérvia, com a mudança, passou a criar mais chances, principalmente pela esquerda com Radonjić, e até chegou a encurralar o Brasil durante vários momentos. Mas como os sérvios eram lentos na recomposição, os brasileiros tiveram mais espaço para contra-golpes e os gols (ambos anotados por Richarlison) saíram.

Stojković escancarou o time em busca do empate e a Sérvia até chegou a preocupar com cruzamentos ou bolas paradas, mas o Brasil conseguiu segurar. Tite, por sua vez, aproveitou que o jogo estava virtualmente controlado e realizou trocas apenas para rodar o elenco.

A alegria só não foi total para o Brasil visto que Neymar se machucou em dividida e preocupa para a sequência da competição. O camisa 10 foi visto chorando no banco de reservas, o que demonstra que a lesão pode ter sido grave.



Com a presença de Radonjić, a Sérvia, enfim, ganhou mobilidade
e pôde equilibrar o jogo, mas isso também deixou espaços que
Richarlison tratou de aproveitar (imagem obtida via this11.com).



Brasil vence a Sérvia por ter mais mobilidade em campo. Os grandalhões balcânicos até conseguiram tirar os espaços dos brasileiros, mas pagaram o preço por serem lentos na recomposição e isto foi determinante para o triunfo do Escrete Canarinho.

O tamanho dos jogadores pode ser determinante em campo mas depende muito do contexto da partida e também como o treinador escala os atletas. No caso da Sérvia, a estatura de seus futebolistas acabou sendo seu ponto fraco.



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup




quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Equilíbrio (Não Tão) Distante

O Japão protagonizou uma virada improvável sobre a tetracampeã
Alemanha (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



A evolução do futebol japonês já vinha ocorrendo há alguns ciclos, tanto por parte do próprio país quanto por parte dos jogadores, sendo que muitos já vinham atuando com destaque na Europa. Ainda assim, os Samurais Azuis nem de longe eram favoritos a avançar no Grupo E, integrado pelas potências Alemanha e Espanha. A partida de hoje, porém, mudou drasticamente tais perspectivas.

A Alemanha foi a campo no seu bom e velho 4-2-3-1 mesclando atletas experientes (Müller, Neuer, Gündoğan, ...) com alguns novatos (Schlotterbeck, Musiala, Raum, ...). A Mannschaft, inicialmente, manteve o toque de bola típico de Joachim Löw mas foi acelerando as jogadas no decorrer da partida.

O Japão também entrou em 4-2-3-1. Os Samurais Azuis, porém, adotaram uma postura corajosa com marcação alta e muitas divididas, apesar dos alemães serem melhores na imposição física. Os japoneses contra-atacavam em velocidade principalmente pela direita com Ito e Sakai buscando o atacante Maeda, que quase abriu o placar se não fosse flagrado em impedimento. Kubo também tentava pela esquerda mas era facilmente anulado por Süle e Rüdiger.

A Nationalelf foi, aos poucos, tomando as rédeas da partida e passou a acelerar as jogadas, com muitas tabelas e infiltrações na área de Gonda. O arqueiro japonês acabou acertando uma joelhada em Raum e o juiz marcou pênalti, convertido por Gündoğan.



 
Ambos os times em 4-2-3-1. Alemanha troca passes e circula
a bola próximo à área de Gonda. Japão responde tentando
pressionar a zaga rival com a primeira linha ou com contra-
golpes pelas pontas (imagem obtida via this11.com).



O gol sofrido, porém, não desanimou o Japão que permaneceu corajoso diante da Alemanha. A partida permaneceu equilibrada com boas chances criadas pelos dois lados.

Hajime Moriyasu reorganiza  a defesa colocando o lateral/zagueiro Tomiyasu no lugar de Kubo e o Japão passou a sofrer um pouco menos com o ataque alemão.

Hansi Flick troca Gündoğan e Müller por Goretzka e Hofmann. A saída do camisa 21 foi alvo de críticas dos comentaristas da Sportv, mas o meio-campista deixou o campo visivelmente sentindo uma das pernas. Ademais, o grandão de camisa 8 deveria melhorar a imposição física da Alemanha.

Moriyasu respondeu com mais meias e atacantes aproveitando que a Alemanha estava com toda a marcação adiantada e contra-atacar às costas dos rivais. E os dois gol que decretaram a virada nipônica saíram em jogadas pela direita articuladas por Junya Ito e Asano.

A Alemanha foi para o tudo ou nada com mais atacantes (Füllkrug, Moukoko e Götze) mas o Japão conseguiu segurar. O goleiro Neuer tentou ajudar na frente durante os lances finais mas foi infrutífero.



A Alemanha adiantou as linhas para tentar "matar" o jogo, mas
Hajime Moriyasu, corajosamente, coloca diversos meias e
atacantes para jogar às costas dos alemães e buscar a virada
pela direita com Junya Ito e Asano (imagem obtida via this11.com).



Japão vê sua ousadia ser premiada com uma vitória surpreendente. Os Samurais Azuis foram corajosos do primeiro ao último minuto e não murcharam nem mesmo com a desvantagem no placar. Cabe lembrar que muitos deles atuam na Bundesliga e, portanto, eles tinham muito conhecimento dos adversários.

Alemanha é castigada por não "matar" o jogo quando teve chances. A Mannschaft não jogou mal mas encontrou um adversário que demonstrou muita força física e mental em campo, além de saber explorar os espaços deixados pelos alemães. Terá de buscar os pontos perdidos contra a Costa Rica e também contra a Espanha.

A surpreendente vitória do Japão mostra que equipes emergentes podem enfrentar gigantes de igual para igual, assim como a Arábia Saudita e a Austrália demonstraram ontem. É melhor os times se conscientizarem que só o peso da camisa não é suficiente para decidir jogos...



Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup




terça-feira, 22 de novembro de 2022

Zebra Aqui Não!

Giroud (de azul à esquerda) fez dois gols e abriu espaço para Rabiot
fazer um (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup)



Parecia que as zebras atacariam novamente no dia de hoje. Tivemos resultados inesperados nesta rodada: a derrota da Argentina ante a Arábia Saudita, os empates entre Polônia e México, e Tunísia e Dinamarca. A França quase entrou para esta estatística mas seus talentosos atletas não permitiram.

Os Bleus foram a campo em 4-3-3 com Griezmann atuando um pouco mais centralizado como meia esquerdo. Didier Deschamps, diferente do estilo que o consagrou, soltou seu time e mandou seus jogadores tomarem a iniciativa -provavelmente para compensar os desfalques de Pogba e, principalmente Kanté.

A Austrália, com menos recursos, optou por jogar mais recuada em 4-1-4-1 em busca de algum erro ou contra-ataque.

A França tentou o ataque mas foi surpreendida pela estratégia australiana. Os Socceroos, mesmo com uma marcação mais baixa, conseguiram interceptar os passes quando os franceses tentavam sair jogando com a defesa. As linhas altas dos Bleus facilitavam o trabalho da Austrália que logo abriu o placar após um tropeço de Lucas Hernández. O lateral-esquerdo se lesionou no lance e foi substituído pelo irmão Theo.

Os Bleus ficaram abalados com o gol e começaram a errar. Leckie e Atkinson fechavam os espaços para Mbappé e aproveitavam as subidas de Theo Hernández para articular contra-ataques. Por muito pouco, os Socceroos não ampliaram novamente por aquele lado. Visivelmente, os franceses sentiam a falta de Pogba, Kanté e Matuidi que ofereciam uma proteção melhor à zaga.

A França, aos poucos, foi retomando as rédeas do jogo, adiantando as linhas e triangulando bolas pelos lados. Giroud, como sempre, utilizava seu tamanho para abrir espaços para os companheiros e Rabiot aproveitou uma dessas brechas para empatar. O volante retribuiria a gentileza minutos depois ao dar assistência para o grandão virar o jogo ainda no primeiro tempo.



Austrália, em 4-1-4-1, dificulta a saída de bola da França.
Bleus, em 4-3-3, respondem triangulando pelos lados e
adiantando as linhas (imagem obtida via this11.com).



A Austrália tenta reagir também triangulando pelos lados mas a França, trocando passes e valorizando a posse da bola, conseguiu frear o ímpeto dos Socceroos. Mbappé, em jogada de Dembélé pela direita, amplia para 3x1. Minutos depois, Giroud fecha a conta em 4x1 e se torna um dos maiores artilheiros da Seleção Francesa com 51 gols, igualando Thierry Henry.

Os Socceroos não desistem e se esforçam adiantando suas linhas, mas o talento dos Bleus acaba fazendo a diferença. Nem mesmo as substituições propostas pelo treinador Graham Arnold são suficientes para mudar o parâmetro do jogo.

França vence com méritos e jogando um belo futebol. Os desfalques (em especial o de Kanté) e a mudança na estratégia parecem ter causado um estranhamento inicial nos Bleus, mas a equipe assimilou bem as alterações e ainda demonstrou força mental para reagir no placar.

Austrália, mesmo com a derrota, sai de cabeça erguida e demonstra que pode prolongar a sua jornada no Catar, o que é favorecido pelo empate entre Tunísia e Dinamarca mais cedo. O resultado da outra partida somado ao bom futebol demonstrado trazem muitas esperanças ao torcedor australiano para, ao menos, repetir a boa campanha de 2006 quando chegaram às oitavas-de-final.

A zebra ameaçou fazer mais uma vítima neste terceiro dia de Mundial mas o talento francês aliado à força mental não permitiram. Os Bleus, diferente da Euro 2020, demonstraram muita humildade e determinação em campo. Se continuarem assim, poderão, enfim, quebrar a temida "maldição do campeão".



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segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Ataque Aéreo

O grandão Cody Gakpo fez um dos gols para a Holanda
(imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



Tamanho é documento? O ditado popular afirma que não, mas os grandalhões da Holanda provaram o contrário ao utilizarem sua estatura para superar os velozes e esforçados senegaleses em partida que estava pendendo para os africanos.

O Senegal, sem Sadio Mané, foi a campo em 4-3-3 com Boulaye Dia escalado na vaga do jogador do Bayern. Os Leões de Teranga atacaram pelos lados triangulando bolas e tentando acionar o camisa 9. O treinador Aliou Cissé também optou por improvisar o zagueiro Diallo na lateral-esquerda para cobrir o desfalque de Ballo-Touré.

Os holandeses foram a campo em 5-3-2. A Oranje atacou principalmente pela direita com jogadas velozes protagonizadas por Gakpo e Dumfries aproveitando o improviso de Cissé.

A zaga holandesa, mesmo com Virgil, De Ligt e Aké, demonstrava uma insegurança inacreditável e o trio quase sempre era salvo pelo goleiro Noppert ou pela afobação dos senegaleses.

O Senegal dificultou o jogo da Holanda com marcação alta, imposição física e interceptando passes. Os holandeses foram se intimidando e cometendo muitos erros durante a primeira etapa, que terminou em um justo empate por 0x0.



Senegal, em 4-3-3, adianta a marcação para travar a Holanda e
ataca triangulando pelos lados, mas perde gols pela afobação ou
por intervenção do goleiro Noppert. Oranje, em 5-3-2, passa
todo o primeiro tempo acuada e só tem a dupla Gakpo e
Dumfries como desafogo (imagem obtida via this11.com).



A Holanda, aos poucos, passou a adiantar suas linhas e levou um pouco mais de perigo no segundo tempo. O Senegal, porém, permanecia melhor e contra-atacava com bolas longas. Os Leões de Teranga só não abriram o placar novamente pela afobação ou por causa do goleiro Noppert.

Louis van Gaal coloca mais jogadores grandes para interceptar os chuveirinhos dos senegaleses e também para bombardear Edou Mendy com bolas altas. Em um desses lances, o meia Cody Gakpo ganhou do goleiro africano e abriu o placar.

O Senegal foi pra cima tentando cruzar bolas na área que eram facilmente interceptadas pelos grandões holandeses. A Oranje aproveitou os espaços deixados pelos africanos e deu números finais à partida em jogada de Memphis e Klaassen.



Holanda adianta as linhas no 2º tempo e equilibra o jogo.
Senegal tenta responder com bolas longas em direção aos
atacantes, mas que são facilmente interceptadas pelos grandões
holandeses. E os europeus "matam" a partida com bolas
altas e na imposição física (imagem obtida via this11.com).




Holanda vence o jogo graças a Van Gaal -que mexeu no time na hora certa- e também à estatura de seus atletas. Senegal perde por desperdiçar muitas chances -a maioria por mérito do goleiro Andries Noppert- e também por não ter como competir com os descansados grandões holandeses na reta final do jogo.

Eu sempre exalto jogadores de baixa estatura em meus textos mas hoje os grandões da Holanda fizeram toda a diferença em uma partida que estava pendendo para o Senegal. O ditado diz que "tamanho não é documento", mas a Oranje provou o contrário no jogo de hoje.



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domingo, 20 de novembro de 2022

Jogo de um Lado Só

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"O Catar vem há anos se empenhando para desenvolver o futebol local. Os seus dirigentes investem fortunas para buscar craques na Europa visando tornar suas ligas mais atraentes e também para que possam ajudar os atletas catarianos a evoluírem na modalidade (..). Todo o investimento, porém, ainda não foi suficiente para que as equipes locais pudessem bater de frente com europeus ou sul-americanos, como demonstrado nos Mundiais de Clubes".

Foi com estas palavras que eu descrevi o time do Catar em análise realizada durante a última semana. E a partida de hoje foi mais uma prova cabal de que dificilmente a equipe do Oriente Médio poderá sonhar com uma vaga nas oitavas-de-final em sua estreia em Mundiais.

O treinador Félix Sánchez foi a campo com uma equipe em 5-4-1 com Almoez Ali isolado na frente variando para 3-5-2 com os laterais (Ró-Ró e Ahmed) avançando para o meio-de-campo e os meias Al Haydos e Afif se juntando ao ataque pelas pontas. Sua estratégia seria construir jogadas pelos lados para acionar o camisa 19.

O Equador foi em 4-4-2 também elaborando jogadas pelos lados, principalmente triangulando bolas pela esquerda tentando acionar o atacante Enner Valencia.

O jogo começou bastante truncado com muitas faltas cometidas pelos dois lados. O Catar até começou melhor jogando pela esquerda com Afif mas o Equador trancou as laterais catarianas e tomou conta do jogo.

A Tricolor aproveitou a fragilidade catariana e a insegurança do goleiro Al-Sheeb para levantou bolas (via cruzamento ou escanteios) buscando Enner Valencia. O camisa 13 anotou os dois gols da partida. Um terceiro tento chegou a ser anulado por impedimento milimétrico, mas os demais (um de pênalti outro em um belo cabeceio) não tiveram como ser evitados.



Equador, em 4-4-2, triangula bolas pelos lados ou tenta cruzamentos
para acionar Valencia. Catar, em 5-4-1 variando para 3-4-3, tenta
atacar também pelos lados, mas acaba "trancado" pelo rival sul-
americano (imagem obtida via this11.com). 



O Catar até melhorou no segundo tempo alçando bolas longas nas costas da defesa equatoriana, mas os donos da casa já estavam mentalmente derrotados e praticamente não esboçavam alguma reação em busca do empate.

O Equador, satisfeito com o resultado e observando que o rival pouco incomodava, limitou-se a substituir atletas cansados ou que estivessem sentindo. Valencia, em especial, preocupava porque vinha sentindo o joelho desde o final da primeira etapa.

A quantidade de faltas e de cartões aumentou no segundo tempo, principalmente por parte dos donos da casa que não conseguiam se impor e ainda ofereciam muito espaço aos equatorianos. A etapa complementar foi de poucas emoções, salvo um ou outro lance de perigo.

A partida de estreia da Copa 2022 teve, portanto, um roteiro previsível e de poucas emoções. Os donos de casa até se esforçaram para honrar o país e o torcedor, mas sucumbiram diante da superioridade rival. O Equador consegue os preciosos três pontos que manterão a Tricolor na briga pela segunda vaga contra o Senegal.

O Catar fez sua parte e até lutou em campo mas demonstrou, mais uma vez, que ainda há muito chão para se percorrer até que possam efetivamente competir com equipes de mais tradição. A derrota em casa foi um resultado amargo mas servirá de experiência para que o próprio time e as gerações futuras possam se desenvolver.



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Duas Copas, Duas Cornetadas

Vista do bairro da Perdizes, onde um de meus colegas residia.



Há um ditado popular que diz: "um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar". Significa que um fato jamais se repete, sobretudo se for algo extraordinário. Sob o ponto de vista científico, o provérbio não passa de uma crendice visto que descargas elétricas podem, sim, atingir duas vezes uma mesma localidade. E o mesmo vale para acontecimentos aparentemente únicos, como relatarei na crônica de hoje.

2010. Fui à casa de um amigo do laboratório onde eu estagiava. Assistimos ao jogo Brasil X Costa do Marfim, válido pela 2ª rodada da fase de grupos daquela Copa e que terminou em vitória para o Escrete Canarinho (3x1) e com classificação antecipada da Seleção para as oitavas-de-final. A partida teve, ainda, a inesperada expulsão do meia Kaká que sempre ostentava fama de "bom moço".

Eu estava concentrado no jogo quando um outro colega meu, que havia trazido uma vuvuzela, deu uma bela cornetada no meu ouvido! Dei um pulo enorme na hora e acho que assustei a quase todos que estavam na sala. Hoje eu dou risada do ocorrido, mas o susto foi grande naquele dia!



O segundo susto foi durante o aniversário de um outro amigo, no interior de São Paulo!



Oito anos se passaram e fui assistir a outra Copa do Mundo com outro grupo de amigos. Era o aniversário de um deles na ocasião e também aconteceria a partida entre Uruguai e Portugal, válida pelas oitavas-de-final e que terminou com vitória (e classificação) dos Charrúas por 2x1.

Eu estava sentado e concentrado no jogo novamente quando outro amigo, também com uma vuvuzela em mãos, deu outra cornetada na minha orelha! Dessa vez o susto não foi tão grande quanto no outro dia mas ficou tudo documentado em vídeo! Obviamente, vieram à tona as lembranças daquele outro dia no bairro das Perdizes!

Eu aprendi a lição de que não posso me descuidar ao assistir jogos na companhia dos amigos, sobretudo se estiverem alcoolizados! De hoje em diante, verei as partidas encostado na parede, onde não posso ser surpreendido pelas costas, e também vou proteger bem os ouvidos!

Um raio caiu duas vezes no mesmo lugar comigo! A ciência estava certa no final das contas e um mesmo fato excepcional pode, sim, se repetir! Não imaginava, porém, que ambos os acontecimentos ocorreriam em contextos tão semelhantes!







sábado, 19 de novembro de 2022

Especial Copa do Mundo 2022: Grupo H

Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup



Encerramos hoje a série especial de oito posts analisando as chaves da Copa do Mundo 2022. E o assunto será o Grupo H, do qual fazem parte Portugal, Gana, Uruguai e Coréia do Sul. Os portugueses, com o melhor elenco, são favoritos a avançar em primeiro, seguidos pelos uruguaios. Ganeses e sul-coreanos entram como azarões.

Os ganeses, porém, desejam uma revanche contra o Uruguai após a polêmica em partida da Copa de 2010 enquanto os sul-coreanos contam com alguns destaques individuais para tentar surpreender. Resta saber se isto será suficiente para incomodar os dois favoritos.



PORTUGAL- A Fúria de Ronaldo



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Federação: Federação Portuguesa de Futebol (FPF)

Participações na Competição: 7

Títulos: nenhum

Como se Classificou: venceu a Turquia e a Macedônia do Norte na repescagem das eliminatórias da UEFA

Treinador: Fernando Santos

Capitão: Cristiano Ronaldo (atacante)

Expectativa: favorita ao título

Meu Palpite: quartas-de-final



Cristiano Ronaldo aproveitou os holofotes da Copa do Mundo para externar todo o descontentamento com o seu clube, o Manchester United. O camisa 7 vai utilizar o seu momento conturbado na Inglaterra como motivação e provar que ainda pode jogar em alto nível apesar dos 37 anos de idade neste que deve ser o seu último Mundial.

Portugal chega ao Mundial sofrendo uma perda importante, o meia-atacante Diogo Jota que se lesionou a serviço do Liverpool. Em compensação, não há mais nenhum outro grande desfalque e espera-se que as Quinas atuem sem grandes problemas.

Os portugueses chegam com muitos jogadores em excelente momento para o Mundial. Há uma boa mescla de jovens (como Rafael Leão e João Félix) com veteranos (Pepe e Rui Patrício). Alguns remanescentes do título da Euro 2016 (como William Carvalho e Guerreiro) também se fazem presentes.

O excesso de expectativa junto com a ausência de tradição em Copas, porém, pode interferir no psicológico dos jogadores. Ademais, há uma certa insegurança dos mais jovens, que ainda buscam excessivamente Ronaldo em campo para que ele resolva, algo que observei muito durante a Euro 2020. Se conseguirem superar tais problemas, as Quinas poderão dar um excelente presente de despedida ao seu maior ídolo.



Destaque do Time- Rafael Leão (atacante): Rafael Leão foi o grande destaque do Milan na temporada 2021-22, quando os Rossoneri reouveram o Scudetto após 11 anos longe do troféu. Será que ele consegue surpreender também pela sua seleção? 



Convocados (a lista ainda pode sofrer alterações): 

GOLEIROS: Diogo Costa (Porto), José Sá (Wolverhampton) e Rui Patrício (Roma).

DEFENSORES: Diogo Dalot (Manchester United), João Cancelo (Manchester City), António Silva (Benfica), Danilo (Paris Saint-Germain), Pepe (Porto), Ruben Dias (Manchester City), Nuno Mendes (Paris Saint-Germain) e Raphaël Guerreiro (Borussia Dortmund).

MEIO-CAMPISTAS: João Palhinha (Fulham), Rúben Neves (Wolverhampton), Bernardo Silva (Manchester City), Bruno Fernandes (Manchester United), João Mário (Benfica), Matheus Nunes (Wolverhampton), Otávio (Porto), Vitinha (Paris Saint-Germain) e William Carvalho (Betis).

ATACANTES: André Silva (Red Bull Leipzig), Cristiano Ronaldo (Manchester United), Gonçalo Ramos (Benfica), João Félix (Atlético de Madrid), Rafael Leão (Milan) e Ricardo Horta (Braga).



GANA- Novas Estrelas no Horizonte



Imagem extraída de www.facebook.com/ghanafaofficial



Federação: Ghana Football Association (GFA)

Participações na Competição: 3

Títulos: nenhum

Como se Classificou: venceu a Nigéria nas eliminatórias da CAF

Treinador: Otto Addo

Capitão: André Ayew (meia)

Expectativa: vem a passeio

Meu Palpite: fase de grupos



Esqueça Essien, Prince Boateng, Muntari, Gyan e outros que fizeram parte daquela campanha histórica de 2010. A seleção ganesa chega totalmente renovada para o Mundial -apenas o capitão André Ayew é remanescente daquela geração- e com novas perspectivas.

O caminho até aqui, contudo, foi bastante turbulento: os Estrelas Negras não se classificaram para o Mundial anterior, fizeram campanhas fracas nas últimas duas Copas Africanas de Nações e diversos treinadores passaram pela seleção até a equipe se acertar novamente. O ex-meia Otto Addo assumiu às vésperas da decisão contra a Nigéria e conseguiu levar Gana novamente à Copa.

Há alguns jogadores atuando em bom nível na Europa como o volante Thomas Partey e o atacante Iñaki Williams -este último passou a ser convocado recentemente após mudar sua nacionalidade- mas as expectativas para este Mundial são baixas visto que a equipe é predominantemente jovem e o time carece de mais experiência.

Os Estrelas Negras, portanto, devem utilizar este Mundial com o intuito de dar rodagem aos novatos para que possam brigar por objetivos maiores nos próximos ciclos. Quem sabe em 2026 os ganeses não repitam o feito de 2010.



Destaque do Time- Thomas Partey (volante): Partey, que foi revelado pelo Atlético de Madrid, arriscou ao assinar com o instável Arsenal em 2020. Contudo, a situação de sua atual equipe melhorou bastante e o futebol do ganês evoluiu junto. É o cão de guarda do meio-de-campo mas ele também possui velocidade para sair jogando. 



Convocados (a lista ainda pode sofrer alterações): 

GOLEIROS: Lawrence Ati-Zigi (St. Gallen), Abdul Manaf Nurudeen (Eupen), Ibrahim Danlad (Asante Kotoko).

DEFENSORES: Baba Rahman (Reading), Daniel Amartey (Leicester), Alexander Djiku (Strasbourg), Joseph Aidoo (Celta de Vigo), Gideon Mensah (Auxerre), Denis Odoi (Club Brugge), Alidu Seidu (Clermont), Mohammed Salisu (Southampton), Tariq Lamptey (Brighton).

MEIO-CAMPISTAS: Thomas Partey (Arsenal), Mohammed Kudus (Ajax), Daniel Kofi-Kyereh (Freiburg), Elisha Owusu (Gent), Daniel Afriyie (Hearts of Oak), Salis Abdul Samed (Lens).

ATACANTES: André Ayew (Al-Sadd), Jordan Ayew (Crystal Palace), Kamaldeen Sulemana (Rennes), Abdul Fatawu Issahaku (Sporting), Osman Bukari (Estrela Vermelha), Iñaki Williams (Athletic Bilbao), Antoine Semenyo (Bristol City), Kamal Sowah (Club Brugge).



URUGUAI- Missão Cumprida



Imagem extraída de www.facebook.com/aufoficial



Federação: Asociación Uruguaya de Fútbol (AUF)

Participações na Competição: 13

Títulos: dois (1930 e 1950)

Como se Classificou: 3º colocado nas eliminatórias da CONMEBOL

Treinador: Diego Alonso

Capitão: Diego Godín (zagueiro)

Expectativa: corre por fora

Meu Palpite: oitavas-de-final



A Copa 2022 deve marcar a despedida daquela geração que ficou em 4º lugar em 2010 e também faturou a Copa América 2011. Muslera, Godín, Cáceres, Suárez e Cavani já estão na reta final de suas respectivas carreiras e não entregam mais a intensidade necessária no futebol atual. Jogarão este Mundial para serem merecidamente homenageados e passar o bastão aos mais jovens.

O desgaste era evidente neste ciclo, o que levou a AUF a demitir o longevo treinador Óscar Tabárez (que ficou de 2006 a 2021 no cargo) e admitir o ex-atacante Diego Alonso. A Celeste, com isso, conseguiu se recuperar a tempo e terminou em 3º nas eliminatórias, o suficiente para conseguir a classificação direta e fugir da repescagem.

O Uruguai, ao menos, tem material humano para se manter em bom nível durante os próximos ciclos. Ronald Araújo, Fede Valverde e Darwin Núñez são alguns dos Charrúas que estão jogando bem no Velho Continente e devem dar esperança ao torcedor para os próximos anos.



Destaque do Time- Fede Valverde (meia-atacante): Valverde, que é volante de origem, passou a jogar mais adiantado com Carlo Ancelotti pelo lado direito do ataque. O jogador, com isso, está em ótima fase no Real Madrid com muita movimentação, raça e, claro, gols. 



Convocados (a lista ainda pode sofrer alterações): 

GOLEIROS: Sergio Rochet (Nacional), Fernando Muslera (Galatasaray), Sebastián Sosa (Independiente).

DEFENSORES: José Luis Rodríguez (Nacional), Guillermo Varela (Flamengo), Ronald Araujo (Barcelona), Josema Giménez (Atlético de Madrid), Sebastián Coates (Sporting), Diego Godín (Vélez Sarsfield), Martín Cáceres (Los Angeles Galaxy), Matías Viña (Roma), Mathías Olivera (Napoli).

MEIO-CAMPISTAS: Matías Vecino (Lazio), Rodrigo Bentancur (Tottenham), Federico Valverde (Real Madrid), Lucas Torreira (Galatasaray), Manuel Ugarte (Sporting), Facundo Pellistri (Manchester United), Nicolás De la Cruz (River Plate), Giorgian de Arrascaeta (Flamengo), Agustín Canobbio (Athletico Paranaense), Facundo Torres (Orlando City).

ATACANTES: Darwin Núñez (Liverpool), Luis Suárez (Nacional), Edinson Cavani (Valencia), Maximiliano Gómez (Trabzonspor).



CORÉIA DO SUL- Dá pra Voltar a 2002?



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Federação: Korea Football Association/대한축구협회 (KFA)

Participações na Competição: 10

Títulos: nenhum

Como se Classificou: 2ª colocada do Grupo A nas eliminatórias da AFC

Treinador: Paulo Bento

Capitão: Son Heung-min (meia-atacante)

Expectativa: vem a passeio

Meu Palpite: fase de grupos



A Coréia do Sul dificilmente vai repetir aquela façanha de 2002, quando chegaram às semifinais daquele Mundial (foram eliminados para a vice-campeã Alemanha) e ficaram em 4º lugar (foram derrotados para a Turquia).

Os Tigres Asiáticos contam com duas boas referências, o zagueiro Kim Min-jae (que está em excelente momento no Napoli) e o atacante Son Heung-min (que está em seu apogeu no Tottenham). Além deles, há a promessa Lee Kang-in que está evoluindo no futebol espanhol.

Será muito difícil, porém, o trio carregar o piano diante de dois adversários de renome (Portugal e Uruguai). A Coréia do Sul deve se contentar em disputar o 3º lugar da chave com Gana. Ou então, aproveitar que não são considerados favoritos e tentar surpreender os rivais incautos.



Destaque do Time- Son Heung-min (meia-atacante): Son, que era apenas uma promessa na Alemanha há oito anos atrás, evoluiu no futebol inglês e hoje é a principal referência de seu país na modalidade. É um jogador leve, se notabilizando pelos passes e pela movimentação, mas aprendeu na Europa como se impor diante de adversários mais cascudos.



Convocados (a lista ainda pode sofrer alterações): 

GOLEIROS: Kim Seung-gyu (Al Shabab), Jo Hyeon-woo (Ulsan Hyundai), Song Bum-keun (Jeonbuk Motors).

DEFENSORES: Kim Min-jae (Napoli), Kim Jin-su (Jeonbuk Motors), Hong Chul (Daegu FC), Kim Moon-hwan (Jeonbuk Motors), Yoon Jong-gyu (FC Seoul), Kim Young-gwon (Ulsan Hyundai), Kim Tae-hwan (Ulsan Hyundai), Kwon Kyung-won (Gamba Osaka), Cho Yu-min (Daejon Citizen).

MEIO-CAMPISTAS: Jung Woo-young (Al Sadd), Na Sang-ho (FC Seoul), Paik Seung-ho (Jeonbuk Motors), Son Jun-ho (Shandong Taishan), Song Min-kyu (Jeonbuk Motors), Kwon Chang-hoon (Gimcheon Sangmu), Lee Jae-sung (Mainz), Hwang In-beom (Olympiacos), Lee Kang-in (Real Mallorca).

ATACANTES: Son Heung-min (Tottenham Hotspur), Hwang Hee-chan (Wolverhampton Wanderers), Jeong Woo-yeong (Freiburg), Hwang Ui-jo (Bordeaux), Cho Gue-sung (Jeonbuk Motors).



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