sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Planejar pra Que?

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Que profundas são as molas da vida, como já disse Brás Cubas. Um dia após publicar um texto citando o treinador Rafael Dudamel, ele foi demitido. O venezuelano caiu após o Atlético Mineiro ter sido eliminado da Copa do Brasil diante do modesto Afogados. Nesta mesma semana, o técnico Cristóvão Borges também foi dispensado do Atlético Goianiense após derrota sofrida diante do arquirrival Goiás em partida válida pelo Campeonato Goiano.

Chama a atenção o fato das duas demissões terem ocorrido com pouco menos de dois meses de trabalho. Os dois treinadores tiveram aqueles parcos 15 dias de pré-temporada antes do início dos estaduais e mal tiveram tempo de implantar alguma filosofia de jogo.

Pior, os clubes fizeram o planejamento, se é que realmente houve algum, baseando-se no trabalho dos treinadores. São os técnicos que montam o elenco já pensando em algum desenho tático ou em algum estilo de jogo. Quando muda-se o comandante, tudo precisa ser repensado e muitas vezes não há tempo para novas contratações ou dispensas uma vez que o novo treinador já chega com o bonde andando e fora do prazo para novas inscrições. E os resultados precisam vir com urgência visto que isso sempre ocorre em momentos de crise.



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A sensação que fica é de que não há planejamento real. Mais parece que a maioria dos dirigentes selecionam treinadores sem critério algum. Se os resultados aparecerem, os técnicos são endeusados e transformados em algum messias. Caso contrário, o comandante passa a ser frito lentamente até que alguma eliminação ou derrota em clássico sirva como desculpa para a demissão. Isso, claro, quando a dispensa não ocorre por motivo puramente emocional, como aconteceu com Alberto Valentim no Botafogo ou Cristóvão no Atlético-GO por ambos terem perdido para grandes rivais.

É óbvio que os times precisam de resultados mas a grande maioria dos times que tiveram conquistas relevantes nos últimos anos (por favor, não considerem os inúteis estaduais) tiveram sucesso graças a treinadores que tiveram tempo para implantarem suas filosofias de jogo e também respaldo de suas respectivas diretorias.

Jorge Jesus, Renato Gaúcho e Tiago Nunes, por exemplo, tiveram voto de confiança de seus respectivos dirigentes. Imaginem se o Flamengo tivesse demitido Jorge Jesus após a eliminação da Copa do Brasil no ano passado o que teria acontecido. Ou o que teria sido do Corinthians se Tite tivesse sido dispensado após aquela eliminação nos playoffs da Libertadores diante do Tolima em 2011.

É necessário, portanto, pensar a longo prazo se o clube quiser os troféus, correr riscos calculados, considerar perder alguns jogos iniciais para mais tarde vencer. A maioria de nossos dirigentes, porém, prefere os resultados a curto prazo e demitem treinadores justamente para que a responsabilidade pelos resultados ruins não respingue nos cartolas.

Gostaria, por fim, de recomendar o texto escrito pelo jornalista Leonardo Miranda do Globoesporte (o link está no final deste post). O articulista fez uma ótima análise para explicar as constantes mudanças de treinadores nos clubes brasileiros também utilizando o caso de Rafael Dudamel como exemplo.

Enquanto nossos dirigentes mantiverem a mesma postura, times como o Atlético-MG vencerão jogos mas não campeonatos.



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LEIA MAIS:

Painel Tático- "O círculo vicioso do treinador contratado sem convicção e planejamento": https://globoesporte.globo.com/blogs/painel-tatico/post/2020/02/27/o-circulo-vicioso-do-treinador-contratado-sem-conviccao-e-planejamento.ghtml



quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Valdir: Imortal e Glorioso

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Quando o Grêmio conquistou sua primeira Libertadores e seu único Mundial de Clubes, ele estava lá.

Quando o Botafogo encerrou um jejum de 20 anos sem títulos, ele também estava lá.

Quando o Grêmio conquistou sua terceira Libertadores, ele já não estava mais lá, mas havia sido ele a cabeça pensante por trás de seu discípulo, Renato Gaúcho, nas conquistas mais recentes do Imortal.

Valdir se foi fisicamente, mas seu legado fica para sempre.

Suas conquistas, sua história, suas ideias.

Permanecem vivas de tão lembradas pelos clubes que consagrou e pelos discípulos que deixou.

Valdir é imortal como o Grêmio e glorioso como o Botafogo.



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LEIA MAIS:

Globoesporte- "Morre Valdir Espinosa, campeão carioca pelo Botafogo em 1989 e do mundo pelo Grêmio em 1983": https://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/morre-valdir-espinosa-campeao-carioca-pelo-botafogo-em-1989-e-do-mundo-pelo-gremio-em-1983.ghtml







Valeu, Sharapova!

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Eu vi você ganhar o seu primeiro título lá no distante ano de 2004. Você tinha apenas 17 aninhos, derrotou a favorita Serena Williams e fez Wimbledon (e o mundo inteiro) ficar a seus pés.

Eu vi você crescer na carreira, subir rapidamente no ranking da WTA até chegar ao merecido topo.

Eu vi você encantar pelo seu talento nas quadras e, por que não, pela sua beleza.

Eu vi você oscilar, enfrentar lesões e superar tantas fases ruins.

Eu vi você se envolver em controvérsias, e não foram poucas. Relevei apesar de tudo e continuei torcendo por você.

Eu vi você sumir das quadras aos poucos já sentindo o peso das lesões e do tempo.



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Parei de acompanhar tênis por volta de 2012. Apenas assistia a uma ou outra partida envolvendo Rafael Nadal e a própria Sharapova, meus tenistas preferidos dede o fim da era Guga.

Perdi o contato com a modalidade, apenas acompanhava meus tenistas preferidos através das redes sociais, em especial o Instagram.

Ontem à tarde, uma imagem de Maria Sharapova criança surgiu no meu Instagram acompanhada de uma mensagem enigmática.

Era o anúncio de sua despedida das quadras após 19 anos de carreira.

Imediatamente me lembrei de quando vi aquela russa desconhecida pela primeira vez. Ela tinha apenas 17 anos quando venceu Wimbledon, o mais tradicional torneio de tênis no mundo.

Pude assistir ao surgimento e à despedida de uma das maiores tenistas de todos os tempos.

Foram 19 anos de alegrias, tristezas, dores, superações e controvérsias.

O tênis agradece por tudo o que você fez pela modalidade, Sharapova.

E eu agradeço por você ter preenchido o vazio deixado por Gustavo Kuerten em meu coração de torcedor.



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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Começar de Novo

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Tiago Nunes, Odair Hellmann, Eduardo Coudet, Rafael Dudamel, ... Mais treinadores jovens, com idade inferior a cinquenta anos, ganharam espaço nos clubes que disputarão a Série A do Brasileirão neste ano de 2020. Isso sem mencionar os que já estavam à frente de seus respectivos times desde o ano passado, como Fernando Diniz, Rogério Ceni e Roger Machado.

A procura por treinadores mais jovens evidencia uma necessidade de nosso futebol que é a busca por novas ideias. Se ainda revelamos muitos talentos em campo, nós estamos estagnados no banco de reservas visto que nossos "professores", de modo geral, ainda apostam em filosofias que funcionavam nos anos 90 mas que hoje não têm mais eficácia.

Os dirigentes quase sempre buscavam medalhões porque acreditavam que eles repetiriam o sucesso do passado e também porque treinadores mais experientes teriam mais estofo para cobrar o elenco quando necessário.

O sucesso recente de treinadores estrangeiros (Jorge Jesus no Flamengo e Jorge Sampaoli no Santos) e de técnicos mais jovens (Fábio Carille no Corinthians e Tiago Nunes no Athletico Paranaense), contudo, foram provas cabais de que o futebol brasileiro precisava de novas ideias, sejam elas vindas do exterior ou de mentes mais arejadas.

Contratar treinadores mais jovens, porém, tem seus "efeitos colaterais". Muitos desses novatos têm dificuldade de se impor diante dos líderes do elenco, algo que aconteceu com Roger Machado quando dirigiu o Palmeiras em 2018. Os técnicos também demoram para implementar seus inovadores planos de jogo e a equipe oscila muito inicialmente, algo que acarretou a demissão de Fernando Diniz do Athletico (2018) e do Fluminense (2019). Pensando a curto prazo, é uma aposta menos segura do que investir em um comandante mais experiente.



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É de nossa índole, de modo geral, sempre apostar nos caminhos já trilhados ainda que os destinos não tenham sido exatamente os melhores. Poucos gostam de arriscar porque "arriscar", como a palavra sugere, envolve "riscos", algo que poucos desejam correr em nome dos resultados a curto prazo.

O resultado é que o futebol brasileiro permanece na mesmice, com poucas ideias novas. Não obstante, são poucos os treinadores brasileiros que buscam se atualizar. Muitos de nossos "professores" acabam se acomodando respaldados pelas suas conquistas do passado e deixam de inovar. Como consequência, placares como o 7x1 sofrido diante da Alemanha não surpreendem mais.

Contar com treinadores mais jovens envolve riscos. Eles não têm muita experiência, raramente impõem respeito diante dos líderes do grupo e a maioria possui ideias arrojadas demais que levam tempo para serem assimiladas.

Treinadores mais jovens, por outro lado, nos oferecem justamente a ousadia e as inovações que nosso futebol precisa. Ademais, os medalhões não vão dirigir equipes pelo resto da vida. Algum dia será necessário conceder espaço às próximas gerações de técnicos. Por fim, ninguém adquire experiência se não recebe oportunidades.

Equipes como o Barcelona e o Real Madrid se viram obrigadas a apostarem em novos talentos no banco de reservas, com Guardiola e Zidane respectivamente. Os trabalhos sofreram oscilações iniciais mas os frutos vieram a longo prazo e hoje os dois estão entre os melhores treinadores do mundo.

O Brasil, lentamente, vem chegando à conclusão de que precisa de novas ideias no futebol. A busca por treinadores mais jovens demonstra o quanto estamos insatisfeitos com a mesmice e que, aos poucos, estamos aprendendo com nossos erros. Aos poucos...



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domingo, 23 de fevereiro de 2020

O "Vale Tudo" das Torcidas

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Há quem reclame que o futebol atual esteja "chato" devido a restrições feitas às provocações entre clubes, mas há argumentos que fortalecem ainda mais a necessidade de tais restrições.

Torcedores apelam para qualquer tipo de argumento para desestabilizar os adversários: xenofobia, homofobia, racismo e todo tipo de insulto possível. Obviamente, nem tudo o que é vociferado nas arquibancadas tem a intenção de ofender ou ferir a honra de alguém, apenas provocar ou de tirar a concentração do adversário. Mas nem tudo o que acontece nos estádios permanece nos estádios, principalmente quando as atitudes dos envolvidos configuram algum crime.

Tivemos, durante a semifinal da Taça Guanabara o lamentável episódio envolvendo a torcida do Fluminense que chamou os jogadores flamenguistas de "assassinos" (alusão ao caso dos garotos mortos em um incêndio ocorrido no CT do Flamengo há um ano atrás e ainda não encerrado devido às brigas jurídicas entre clube e parente das vítimas pelo valor das indenizações). Três dias depois, foi a torcida do São Paulo que deu mau exemplo ao entoar insultos homofóbicos ao goleiro Cássio a cada bola recuada pela defesa, atitude que ainda faz parte de nossa cultura, infelizmente.

Os maus exemplos da torcida não são exclusividade no Brasil. Na Europa, infelizmente, são comuns casos de racismo e xenofobia por parte de torcedores. Não foram poucas as vezes em que jogadores foram hostilizados por questões políticas (guerras, questões separatistas, nacionalismo exacerbado, ...), sociais (imigrantes) ou por causa da etnia.

No último domingo, foi a vez da torcida do Vitória de Guimarães de Portugal se exceder nas provocações. Torcedores lançaram insultos racistas ao atacante Moussa Marega (foto acima), que defende o adversário Porto. O malinês se revoltou diante das ofensas e da passividade do árbitro. E ameaçou deixar o gramado. Tanto os jogadores do Porto quanto do Vitória (o compatriota Falaye Sacko, que também é negro, entre eles) tentaram demover o atacante de sua ideia, em vão. O africano ainda usou sua conta no Instagram para criticar a torcida adversária e o árbitro da partida.



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O torcedor, obviamente, quer ajudar o seu time de coração. A torcida incentiva o time e pressiona o adversário. Não é exagero dizer que o torcedor é um décimo-segundo jogador de uma equipe.

É fato que a atitude da torcida do Vitória de Guimarães não foi motivada por ódio, era apenas para desestabilizar Marega. Tanto que o Vitória conta com muitos jogadores africanos negros, como Mikel Agu (nigeriano), Joseph Amoah, Alhassan Wakaso (ganeses) e o já citado Falaye Sacko.

O torcedor, porém, não está acima do bem e do mal, e, tampouco, pode utilizar o amor pelo seu clube para justificar atitudes de ódio ou intolerância, lembrando que nem todos os países consideram racismo, xenofobia ou afins como crimes. Seres humanos devem ser julgados pelos seus atos, nunca pelo seu berço, pelos seus traços ou pela cor de sua pele.

Mais grave é o fato do evento estar sendo televisionado. Muitas pessoas, incluindo crianças, assistiram à cena lamentável, isso sem falar naquelas que presenciaram o momento em que Marega era insultado. É necessário que a punição aos agressores seja exemplar e que a sentença tenha uma divulgação tão grande quanto os insultos, ou ficará registrado na mente das pessoas que racismo é algo "normal" e que pode ser praticado sem nenhuma consequência.

Nem tudo que acontece nos estádios permanece nos estádios. Incidentes graves precisam ser investigados, julgados e levados às últimas consequências se necessário, ou continuarão ocorrendo a cada partida.




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sábado, 22 de fevereiro de 2020

Questão de Altitude?

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O início da Libertadores e da Sulameriana trouxe de volta um adversário bastante temido pelos clubes brasileiros, a altitude.

Haverá jogos em cidades situadas quilômetros acima do nível do mar como Quito, La Paz e Barranquilla sendo a grande maioria situadas na Cordilheira dos Andes.

A altitude andina é um décimo-segundo jogador para muitos times. Os clubes sediados nestas cidades se valem do ar rarefeito -o termo correto seria "baixa concentração" ou "baixa pressão de gás oxigênio no ar"- para superar adversários que não estão acostumados a jogar em tais condições.

O ar atmosférico ao nível do mar é composto por cerca de 20% de gás oxigênio, situação da maioria das cidades brasileiras. Em localidades mais elevadas (algo em torno dos 2 km), a concentração ou pressão parcial do gás oxigênio diminui drasticamente. Com isso, o organismo tem mais dificuldade para gerar energia o que faz com que jogadores se cansem mais rápido.

O organismo tende a se adaptar em tais condições, mas isso leva algum tempo e os clubes optam por estratégias a curto prazo, como viajar para o local das partidas no último instante para diminuir a exposição dos jogadores ao ar rarefeito ou, então, administrar gás oxigênio aos jogadores através de cilindros. Pessoas que vivem nessas regiões, por outro lado, não sentem os efeitos porque estão habituadas em viverem sob baixa pressão de oxigênio.



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A FIFA, em 2007, já tentou proibir a realização de jogos em altitudes superiores a 2,5 km "por razões médicas", mas voltou atrás no ano seguinte. O então presidente da Bolívia, Evo Morales, foi o mais exaltado contra a medida visto que vários times de seu país não poderiam mandar jogos onde os clubes estão sediados.

 Os brasileiros têm consciência de que a altitude é uma arma dos adversários com sede nos Andes, mas poucos parecem interessados em realizar uma preparação realmente adequada. É como se estivessem conformados com a possibilidade de perderem e depois utilizarem o ar rarefeito como desculpa para um eventual resultado negativo.

O ideal seria realmente preparar os atletas para jogar na altitude ao invés de se pensar em soluções a curto prazo. Os clubes poderiam, por exemplo, realizar a pré-temporada em cidades situadas a 2,5 km ou mais acima do nível do mar. Ou treinarem em ambientes com atmosfera controlada, com menores percentuais de gás oxigênio por exemplo. Ou, ainda, investirem em pesquisas científicas (algo que clubes europeus como Lille e Liverpool já fazem) em busca de novos métodos (treinos, suplementos alimentares, ...) que ajudassem os jogadores a resistirem às baixas concentrações de oxigênio.

Jogar na altitude é tão difícil quanto jogar em outros tipos de condição adversa. Há jogos realizados no frio intenso, em regiões desérticas, na chuva, no calor acima de 40°C e até mesmo na neve. Os times que visitam esse tipo de adversidade, porém, sempre se preparam para atuar em ambientes assim. Não vi, por exemplo, nenhum jogador do Flamengo reclamar do calor ou do ar seco quando disputaram o Mundial de Clubes no Catar durante o ano passado. E não me lembro de nenhum jogador do São Paulo, Internacional ou Corinthians reclamar do rigoroso inverno japonês quando o Mundial de Clubes foi disputado no Japão. Por que, então, nossos jogadores não poderiam se preparar de forma adequada para a altitude?

Enquanto os clubes brasileiros não tomarem alguma altitude senão chorar, continuaremos sofrendo na altitude andina e dando as mesmas desculpas esfarrapadas de sempre para justificar resultados negativos na Cordilheira dos Andes.



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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Coronavírus Futebol Clube

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Vários jogadores brasileiros que atuam no futebol chinês estão agitando as redes sociais. Renato Augusto, Hulk e Paulinho entre eles.

O surto do coronavírus na China causou a paralisação de todos os campeonatos locais e vários jogadores estrangeiros foram autorizados a retornarem a seus países de origem até que a situação seja normalizada no país asiático.

Alguns desses jogadores estão treinando em clubes brasileiros o que deflagrou inúmeras especulações de que estes atletas poderiam jogar no Brasil em breve. Paulinho, por exemplo, vem treinado no Corinthians, o que motivou campanhas na internet para que o volante retornasse ao Timão mesmo que seja por empréstimo. Hulk foi flagrado no último domingo assistindo a um jogo do Palmeiras na arquibancada e recebeu um convite para utilizar a infra-estrutura do clube visando manter a forma física. Renato Augusto está fazendo intertemporada com seus companheiros do Beijing Guoan na Espanha mas não descartou a possibilidade de voltar ao Brasil caso o campeonato chinês permaneça suspenso.

Os clubes se animaram com a possibilidade de repatriar os astros que atuam na china, mas a questão salarial dos atletas é um fator impeditivo uma vez que os jogadores recebem valores muito acima da realidade brasileira. As contratações só seriam viáveis caso os futebolistas baixassem drasticamente a pedida salarial ou se as equipes chinesas arcarem com parte dos vencimentos.



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O fato mais surreal, contudo, é que a contratação dos jogadores também estaria atrelada à gravidade da epidemia na China. Se o país mantiver o estado de alerta, os campeonatos locais permaneceriam suspensos e os atletas teriam de recorrer aos clubes brasileiros para manterem a forma e o ritmo de jogo. E essa possibilidade existe visto que não há previsão para o retorno das atividades esportivas.

Os clubes brasileiros, na prática, teriam de torcer para que a epidemia do coronavírus se mantenha para que houvesse alguma chance efetiva dos astros atuarem no Brasil. Isto praticamente obrigaria os jogadores a procurarem outros clubes por empréstimo para se manterem em atividade até que a situação se normalize.

Os clubes de Paulinho (Guangzhou Evergrande), Hulk (Shanghai SIPG) e Renato Augusto (Beijing Guoan) ainda terão a fase de grupos Liga dos Campeões da Ásia neste primeiro semestre. As partidas serão remanejadas e os jogos em que os time chineses atuam como visitantes serão antecipados. Ainda não se sabe se as demais partidas serão suspensas até que a situação se normalize ou se serão realizadas em território neutro. O que acontecerá depois disso também dependerá da epidemia.

Os dirigentes dos clubes brasileiros mantêm as portas abertas aos jogadores que atuam na China. Têm consciência de que a possibilidade dos atletas jogarem no Brasil ainda é remota, mas ela existe em decorrência do coronavírus. E os torcedores fazem apelos nas redes sociais para que os futebolistas assinem com seus respectivos clubes de coração.

A doença que gerou um caos na Ásia agora torna-se esperança para que clubes brasileiros possam contar com reforços de peso.

Bizarro



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LEIA MAIS:

Cosme Rímoli- "Se coronavírus continuar. Só assim Palmeiras poderá ter Hulk": https://esportes.r7.com/prisma/cosme-rimoli/se-coronavirus-continuar-so-assim-palmeiras-podera-ter-hulk-17022020



Globoesporte- "Paulinho treina no Corinthians, ouve pedidos para ficar, mas trata volta ao clube agora como difícil": https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/paulinho-treina-no-corinthians-ouve-pedidos-para-ficar-mas-trata-volta-ao-clube-agora-como-dificil.ghtml







quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Que Seja Eterno Enquanto Dure

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O "conto de fadas" do Atalanta parece que irá durar mais um pouco. O clube do norte da Itália já sustenta um surpreendente quarto lugar com 45 pontos, seis acima da quinta colocada, Roma que está com 39. E ontem o clube nerazzurro não apenas fez a lição de casa na Champions League como também goleou o Valencia por 4x1, abrindo uma vantagem confortável para o jogo de volta.

O time possui uma folha salarial modestíssima ainda mais para os padrões da Champions League (algo em torno de 136 milhões de Reais) mas vem entregando um desempenho mais do que surpreendente na temporada 2019-20. A equipe italiana já havia chamado a atenção após terminar a Serie A 2018-19 em terceiro lugar, à frente de clubes com mais tradição como Internazionale, Milan, Roma, Fiorentina e Lazio. E agora parece disposta a alcançar vôos mais altos.

Méritos do clube que soube utilizar bem o que estava ao alcance, garimpando talentos em suas categorias de base ou buscando jovens pouco conhecidos mas com potencial, além de alguns jogadores renomados que estavam em baixa em seus respectivos clubes como o esloveno Josip Iličić e o atacante colombiano Duván Zapata.

O treinador Gian Piero Gasperini também se destaca adotando um estilo ofensivo, diferente da maioria de seus colegas italianos que preferem um futebol mais pragmático. Suas equipes são escaladas com três defensores em 3-5-2 ou 3-4-3 atuando com muito dinamismo e, principalmente, com muita ousadia. É como se seus jogadores admitissem que são "azarões" na competição e compreendessem que não têm nada a perder em campo em virtude das baixas expectativas.



Atalanta escalada em 3-5-2, formação adotada na partida de
ontem contra o Valencia (obtido via www.footballuser.com/)



O "conto de fadas" da Atalanta, infelizmente, tem prazo de validade. Quando a competição entrar em sua fase mais aguda, a tradição e o poder financeiro farão a diferença. O clube nerazzurro deve encontrar um adversário do nível do Real Madrid ou Barcelona caso avance para as quartas-de-final e dificilmente terá êxito diante da superioridade do rival.

Outro problema será a manutenção do elenco. A Atalanta com uma receita modesta não tem como competir com o poder financeiro dos gigantes da Europa e muito provavelmente sofrerá um desmanche no final da temporada. Basta lembrar-nos do Leicester City que, após vencer a Premier League 2015-16, não teve como segurar seus principais jogadores como Kanté, Mahrez e Drinkwater. E ainda ficou perto de perder Jamie Vardy para o Arsenal, mas conseguiu segurar o atacante.

Mesmo o treinador Gian Piero Gasperini poderia deixar a Atalanta seduzido por algum clube mais endinheirado. O treinador que conseguiu "tirar leite de pedra" com um elenco modesto teria o perfil adequado para tirar algum time grande da crise ou mesmo ser uma aposta ousada para algum gigante interessado em renovar seu futebol.

Enquanto o "conto de fadas" não termina, a Atalanta vai desfrutando de sua ótima fase e provando que é possível sonhar mesmo sem uma folha de pagamento milionária ou um elenco recheado de estrelas. Vivendo a ilusão do momento, Gian Piero Gasparini e seus comandados encantam e surpreendem na competição mais grandiosa da Europa.

Que o ótimo momento da Atalanta seja eterno enquanto dure.



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LEIA MAIS:

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Fair Play Financeiro: o Fim do "El Dorado" no Futebol

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Tudo começou lá pelo início dos anos 2000 quando o magnata russo Roman Abramovich comprou o Chelsea e passou a investir boa parte de sua fortuna no clube londrino, o que possibilitou os Blues a trazerem muitas estrelas como Shevchenko, Ballack, Drogba e tantos outros. Vieram os holofotes e, posteriormente, os títulos.

O Chelsea, provavelmente, não foi o primeiro caso em que um magnata comprou um clube europeu e o transformou em um esquadrão de estrelas mas foi o mais emblemático e que ganhou ainda mais notoriedade por ser o primeiro (e, por enquanto, o único) dos "novos ricos" a faturar a Liga dos Campeões, em 2012.

O sucesso do Chelsea abriu as porteiras para que mais milionários investissem em clubes europeus e os transformassem em verdadeiros esquadrões estrelados. Foi assim com Manchester City e Paris Saint-Germain. Nem todos os clubes adquiridos por magnatas vingaram, como foram os casos do Monaco, Valencia, Málaga e Milan; mas a alegria dos "novos ricos" seguiu até que uma nova realidade surgiu.

A UEFA estipulou a regra do fair play financeiro, que nada mais é que um limitador de gastos para os times: de forma simplificada, nenhum clube europeu pode gastar mais do que arrecada sob o risco da equipe ser suspensa ou excluída das competições internacionais -Champions League e Europa League. A medida não visava, em princípio, acabar com a festa de clubes pertencentes a magnatas, mas acabou, de certa forma, se tornando um limitador para os poderes dos milionários e de seus "supertimes". A norma foi estabelecida em 2009 e foi sendo implantada aos poucos até chegar aos padrões atuais.

Este foi o motivo que levou o Manchester City a ser suspenso das próximas duas edições da Champions League: os Citizens teriam fraudado os valores dos patrocínios para burlar as regras do fair play financeiro.

O impacto da sanção foi imediato e o City corre o risco de sofrer um desmanche no final da temporada, além da possibilidade do treinador Pep Guardiola deixar o clube. Isso sem falar nos prejuízos gerados pela ausência dos Citizens na Champions League. O time tenta reverter a punição imposta pela UEFA nos tribunais, mas a disputa promete ser dura.



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Justa ou não, a punição ao City serve de aviso aos endinheirados. É necessário, obviamente, muito investimento para se montar e se manter uma equipe competitiva. Porém, o poder financeiro de um clube não pode servir como salvo-conduto para que um time possa burlar regras livremente. Juventus, Barcelona, Real Madrid, Atlético de Madrid e Milan também desrespeitaram regras e foram justamente punidos (embora alguns destes clubes tenham sofrido penas brandas em minha opinião) a despeito de serem clubes tradicionais e com muitos recursos financeiros.

O fair play financeiro, de certa forma, também equilibra as competições, embora não tenha sido exatamente esta a finalidade de sua adoção. Clubes com grande poder aquisitivo não apenas podem comprar os melhores jogadores do mundo como também controlar onde estes jogadores irão atuar caso não se firmem. Com a nova medida, é mais difícil que os grandes clubes "acumulem" atletas e as equipes com menos poder aquisitivo tem mais chances de contratar melhor e também de se equiparar aos rivais mais endinheirados.

As medidas adotadas, por fim, também mantêm a competitividade dos campeonatos evitando que se tornem polarizados como ocorre na Bundesliga da Alemanha ou na Ligue 1 da França, onde apenas parece existir o Bayern e o PSG, respectivamente. Como expliquei em outro post, a falta de equilíbrio nas ligas provoca a acomodação das equipes e isto acaba se refletindo no desempenho dos times durante a Champions League.

Os torcedores do City podem se queixar, mas é obrigação das federações de futebol manter a competitividade de suas ligas, embora apenas clubes endinheirados consigam os títulos na prática. Ademais, fraude pode ser até considerado crime dependendo da situação, embora eu duvide que os Citizens sejam denunciados criminalmente.

Com o fair play financeiro, não há mais El Dorado no futebol e os clubes precisam gastar com responsabilidade, sem cometer loucuras.



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LEIA MAIS:

Blog do Rodrigo Capelo- "Entenda como funciona o fair play financeiro no futebol europeu – e quais clubes estariam ameaçados se o sistema existisse no Brasil": https://globoesporte.globo.com/blogs/blog-do-rodrigo-capelo/post/2020/02/17/entenda-como-funciona-o-fair-play-financeiro-no-futebol-europeu-e-quais-clubes-estariam-ameacados-se-o-sistema-existisse-no-brasil.ghtml



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Rumo a Istambul

Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague/



Fim de férias escolares é sempre um período de tristeza, mas a Champions League está de volta nesta semana para compensar. A competição, que parou para o recesso de inverno, promete muitas emoções até a final em Istambul, Turquia.

Os jogos serão realizados no sistema de mata-mata com jogos de ida e de volta, como de costume. Quatro partidas serão disputadas nesta semana enquanto os quatro confrontos restantes ocorrerão na semana seguinte.

Faremos, como sempre, uma breve análise dos times e os palpites para os jogos. Será que sua equipe preferida vai avançar para as quartas-de-final? Todas as partidas serão realizadas às 17h, horário de Brasília.



BORUSSIA DORTMUND (Alemanha) X PARIS SAINT-GERMAIN (França): o Borussia Dortmund já não tem mais a mesma força daquela geração de 2010-11 embora haja alguns remanescentes, como Götze, Piszczek, Reus e Hummels. Sorte para o "novo rico" PSG que terá um adversário relativamente acessível. Isto é, se as constantes brigas de egos do time francês não sabotarem a equipe novamente. Será o reencontro do treinador Thomas Tuchel com seu ex-time.

JOGO DE IDA: 18 de fevereiro (terça-feira) no Westfalenstadion (Alemanha)

JOGO DE VOLTA: 11 de março (quarta-feira) no Parc des Princes (França)

PALPITE: Paris Saint-Germain



ATLÉTICO DE MADRID (Espanha) X LIVERPOOL (Inglaterra): o Atlético passou a ser mais respeitado nesta década com o título do Campeonato Espanhol em 2014 e os vices na Champions de 2014 e de 2016, mas ainda não foi o suficiente para o time colchonero vencer a Liga dos Campeões. O "invicto" Liverpool (os Reds não perdem desde 3 de janeiro de 2019), por outro lado, está em um momento espetacular com seu futebol que alia técnica com intensidade. Dificilmente os Rojiblancos avançam às quartas diante do cenário apresentado.

JOGO DE IDA: 18 de fevereiro (terça-feira) no Wanda Metropolitano (Espanha)

JOGO DE VOLTA: 11 de março (quarta-feira) no Anfield (Inglaterra)

PALPITE: Liverpool



ATALANTA (Itália) X VALENCIA (Espanha): a Atalanta, a grande "zebra" da Champions, avançou com apenas 7 pontos somados na fase de grupo, a menor pontuação obtida por um time classificado para as oitavas em toda a história da competição. A equipe do norte da Itália, não obstante, está em um surpreendente quarto lugar na Serie A, à frente de Roma, Napoli e Milan. Isto é razão suficiente para o Valencia a não subestimar o "azarão". Os Murciélagos, que já foram vice-campeões em 2001 e 2002, possuem uma equipe teoricamente mais forte, mas terão pela frente um rival destemido e com muito potencial para surpreender...

JOGO DE IDA: 19 de fevereiro (quarta-feira) no Gewiss Stadium (Itália)

JOGO DE VOLTA: 10 de março (terça-feira) no Mestalla (Espanha)

PALPITE: Atalanta



TOTTENHAM (Inglaterra) X RED BULL LEPIZIG (Alemanha): o atual vice-campeão da Champions terá um adversário sem muita tradição para se reerguer do começo ruim de temporada. A equipe da antiga Alemanha Oriental, por outro lado, também não pode ser subestimada: os recursos da empresa austríaca de bebidas fizeram do Red Bull Leipzig uma equipe capaz de competir em pé de igualdade com o Bayern na Bundesliga.

JOGO DE IDA: 19 de fevereiro (quarta-feira) no White Hart Lane (Inglaterra)

JOGO DE VOLTA: 10 de março (terça-feira) no Red Bull Arena (Alemanha)

PALPITE: Tottenham



CHELSEA (Inglaterra) X BAYERN MÜNCHEN (Alemanha): reeditando a final de 2012, os dois times não passam pelo melhor momento apesar dos elencos milionários. Há uma discreta vantagem para o Bayern por ter um elenco melhor e por mandar a partida de volta.

JOGO DE IDA: 25 de fevereiro (terça-feira) no Stamford Bridge (Inglaterra)

JOGO DE VOLTA: 17 de março (quarta-feira) no Allianz Arena (Alemanha)

PALPITE: Bayern



NAPOLI (Itália) X BARCELONA (Espanha): tanto Napoli quanto Barcelona já estiveram melhor. O time partenopei tenta se reerguer após perder tantas peças importantes (Hamšík, Jorginho, Higuaín e o treinador Maurizio Sarri) enquanto o Barcelona acabou de trocar de treinador (saiu o defensivista Ernesto Valverde e entrou o ofensivista Quique Setién) para evitar um princípio de crise. Vantagem franca para o Barça apesar do momento instável do clube catalão.

JOGO DE IDA: 25 de fevereiro (terça-feira) no San Paolo (Itália)

JOGO DE VOLTA: 17 de março (quarta-feira) no Camp Nou (Espanha)

PALPITE: Barcelona



REAL MADRID (Espanha) X MANCHESTER CITY (Inglaterra): o maior vencedor da Champions teve um início de temporada sofrível, mas terá pela frente um adversário baqueado pela punição imposta pela UEFA (o City não poderá competir nas próximas duas edições da Champions) e pelo desempenho abaixo do esperado na Premier League (está 25 pontos abaixo do líder Liverpool). Guardiola e seus comandados terão um tudo-ou-nada diante de um Real em boa fase mas ainda instável pelas constantes especulações e pressões envolvendo mudanças no elenco.

JOGO DE IDA: 26 de fevereiro (quarta-feira) no Santiago Bernabéu (Espanha)

JOGO DE VOLTA: 17 de março (terça-feira) no Ethiad Stadium (Inglaterra)

PALPITE: Real Madrid



LYON (França) X JUVENTUS (Itália): a Juventus, com Cristiano Ronaldo e seu elenco milionário, são francos favoritos aqui, enquanto o Lyon, com um time bem mais modesto, ainda tenta de reerguer do mau início de temporada.

JOGO DE IDA: 26 de fevereiro (quarta-feira) no Groupama Stadium (França)

JOGO DE VOLTA: 17 de março (terça-feira) no Allianz Stadium (Itália)

PALPITE: Juventus



Boa sorte aos clubes e que vença o melhor! E uma boa volta às aulas a quem estiver retornando hoje!



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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

A Gente Aprende com os Erros, Pedrinho

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É fato que o árbitro Néstor Pitana cometeu erros que foram cruciais para a eliminação do Corinthians na Pré-Libertadores, mas é fato que o meia-atacante Pedrinho também teve responsabilidade no resultado que custou a classificação do Timão visto que as duas faltas que ele cometeu foram para cartão e poderiam ter sido evitadas.

Havia uma expectativa muito grande sobre o jogador que foi desfalque para o Corinthians por estar servindo a seleção brasileira pré-olímpica. Acreditava-se que o jogador estaria motivado com a classificação do Brasil para os Jogos Olímpicos 2020 e que ele poderia decidir o jogo contra o Guaraní do Paraguai. Ele decidiu a partida mas não do jeito que gostaria.

O jogador, após ter sido expulso durante a partida contra o Guaraní, foi visto chorando. Ele evitou a imprensa e se isolou em sua casa após a partida. Visivelmente, o atleta sentiu a responsabilidade pela eliminação.

Pedrinho cometeu erros típicos de um atleta juvenil, embora ele venha atuando com os profissionais desde 2017. Talvez tenha entrado na catimba dos adversários ou na emoção da partida no lance do primeiro cartão. Talvez tenha tentando impressionar os olheiros ou a torcida ao tentar fazer um gol de bicicleta no lance para o segundo.

O jogador tem apenas 21 anos (completa 22 em abril deste ano). Embora não pareça, faz pouco tempo que foi promovido das categorias de base do próprio Corinthians. Tem jogado bem, mas ainda comete alguns erros em campo típicos da falta de maturidade.



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Pedrinho precisa, sim, ser advertido pelas bobagens que cometeu em campo e compreender que seus atos displicentes custaram caro ao Corinthians. O jogador precisa entender que um mero erro individual pode custar toda uma temporada a um clube. Ontem ele errou na Libertadores e amanhã ele pode errar em uma Champions League, em um Mundial de Clubes ou mesmo em uma Copa do Mundo.

Foi um grande exagero, por outro lado, enxergar Pedrinho como um "salvador da pátria". Havia uma expectativa muito grande sobre seu retorno da Seleção Brasileira. Acreditava-se que o jogador seria o grande diferencial para o Corinthians virar o jogo diante do Guaraní. Uma responsabilidade grande demais para um jogador de apenas 21 anos.

O jogador precisa levar todo o ocorrido nesta fatídica semana como um grande aprendizado para sua carreira. Clube e comissão técnica precisam advertir o jogador, mas também precisam apoiar o garoto para que ele não se perca em virtude dos erros e que ele consiga se reerguer.

Por fim, gostaria de compartilhar uma história de um erro crucial que eu cometi no passado e a maneira de como me reergui depois de tudo o que aconteceu.

Maturidade vem com o tempo, Pedrinho. E a gente adquire errando.



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LEIA MAIS:

Globo Esporte- "Choro, apoio de Tiago Nunes e volta aos treinos: o dia seguinte de Pedrinho no Corinthians": https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/choro-apoio-de-tiago-nunes-e-volta-aos-treinos-o-dia-seguinte-de-pedrinho-no-corinthians.ghtml

Cosme Rímoli- "Lágrimas, desespero, fuga da imprensa, silêncio. Pedrinho": https://esportes.r7.com/prisma/cosme-rimoli/lagrimas-desespero-fuga-da-imprensa-silencio-pedrinho-13022020




quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Mais do Mesmo

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Caiu nesta semana o primeiro treinador vitimado pelo nosso imediatismo. Alberto Valentim foi dispensado do Botafogo após sofrer uma goleada de 3X0 diante do rival Fluminense em jogo válido pelo insignificante Campeonato Carioca. Detalhe que o Fogão não tinha chances de avançar às semifinais. Ou seja, o treinador foi demitido por ter passado vergonha diante do Flu, não pelo desempenho propriamente dito.

O favorito para assumir o Glorioso é Paulo Autuori, treinador bastante experiente que faturou o Brasileirão pelo próprio Botafogo em 1995 e que foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2005 pelo São Paulo.

Já não havia concordado com a contratação de Valentim em 2019. O treinador Eduardo Barroca, que era um interino efetivado após bons resultados iniciais. Porém, Barroca não resistiu no cargo após as primeiras oscilações do Fogão durante a temporada e os dirigentes trouxeram Valentim de volta -ele já havia passado pelo Glorioso em 2018.

Agora os dirigentes botafoguenses recorrem ao medalhão Autuori na esperança que o experiente treinador coloque o limitado time nos eixos e, principalmente, faça bom uso do meia Keisuke Honda, o grande reforço do Fogão para a temporada.



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Valentim, a meu ver, nem deveria ter sido contratado. Eu teria permanecido com Barroca por mais algum tempo antes de desilgá-lo do clube. Porém, a proximidade da zona do rebaixamento aumentou a pressão para que houvesse a mudança de treinadores.

Quase seis meses depois, o Fogão novamente troca de treinador. E por um motivo muito mais passional do que técnico que foi justamente a "vergonha" que o Fogão passou diante de um rival, lembrando que o Botafogo só havia entrado em campo para cumprir tabela uma vez que não havia mais chances para o Glorioso avançar às semifinais da Taça Guanabara.

As atitudes que o Botafogo tomou são o triste retrato do nosso futebol: não há projetos a longo prazo, demite-se treinador para evitar que a crise respingue nos dirigentes e decisões são tomadas muito mais por passionalidade do que racionalidade.

Não é mais surpresa, diante dos argumentos aqui apresentados, que grandes equipes como o Botafogo passem mais tempo namorando a zona de rebaixamento do que brigando por títulos.

Poucos treinadores fazem milagres. Técnicos precisam de tempo para conhecerem o elenco, implantarem sua filosofia de trabalho e dar padrão de jogo ao grupo. E também necessitam de confiança nos momentos de oscilações, afinal nem sempre o time vai jogar bem.

Enquanto houver imediatismo e a passionalidade na administração dos clubes, não haverá treinador capaz de levar um time às conquistas. Nem Guardiola, nem Klopp, nem ninguém.



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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Profissão Jogador

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Quem não se lembra daquele áudio em que o meia Thiago Neves, hoje no Grêmio, revindica parte dos salários atrasados aos dirigentes do Cruzeiro? O áudio em questão foi amplamente divulgado e hoje virou meme na internet.

Muitos, na época, ficaram contra o jogador que, coincidência ou não, perdeu um pênalti no jogo seguinte após a divulgação do áudio. O meio-campista passou a ser ainda mais hostilizado e não mais entrou em campo pelo Cruzeiro desde então.

É muito raro ver jogadores e torcedores caminhando juntos quando o assunto é salário atrasado dos atletas. Na maioria das vezes, futebolistas que demonstram insatisfação com esse tipo de situação passam a ser hostilizados ou até mesmo perseguidos. O meia Michel Bastos que o diga durante sua passagem pelo São Paulo.

Já escrevi muitas vezes que jogar futebol é uma profissão. Atletas não jogam futebol apenas porque gostam, mas também porque é através do esporte que eles conseguem o sustento para suas vidas. Como em qualquer emprego, o jogador deseja que seu trabalho seja honrado da mesma forma que clube e torcedor querem que o futebolista honre seu salário e a instituição que representam.

É fato que muitos jogadores, principalmente os que defendem os grandes clubes, recebem salários muito acima da realidade da maioria dos brasileiros. Não é raro ver jogadores ostentando roupas caras, dirigindo carros importados, morando em casas de luxo e frequentando festas de alto padrão.

É fato também que jogadores têm pleno direito de exigirem o que está escrito no contrato que assinaram com o clube e protestarem quando a instituição não honra com a sua parte. E não importa se ganham cem ou cem mil Reais por mês, afinal nenhum jogador vai a campo arriscar sua saúde e se sacrificar apenas por "amor a camisa".



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A culpa, obviamente, é das administrações irresponsáveis que oferecem contratos longos e salários acima do que o clube pode pagar aos jogadores. E quando a situação aperta quem paga as contas são os clubes.

São Paulo, Santos, Vasco, Fluminense e Botafogo foram mais alguns dos clubes que tiveram problemas de atrasos no pagamento dos atletas durante 2019. E parecem não ter aprendido mesmo com o triste caso do Cruzeiro. O Tricolor Paulista, por exemplo, já atrasou vencimentos e direitos de imagem equivalentes ao mês de janeiro deste ano.

Quando o rendimento do time cai em decorrência dos atrasos, os jogadores são chamados de "mercenários" e passam a ser ameaçados com frases como "joga por amor ou joga por terror". Que atleta gostaria de jogar em clubes que dão calote e ainda há ameaças quando o jogador protesta?

Enquanto as administrações do clube permanecerem amadoras e irresponsáveis, continuaremos a ver times grandes fazendo campanhas pífias, isso quando não passam a namorar com a zona de rebaixamento.

É muito fácil culpar apenas o jogador que está sempre exposto, mas é importante lembrar que times ruins quase sempre são reflexos de administrações ruins.



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domingo, 9 de fevereiro de 2020

Calleri, o Breve

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"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem".

A frase acima, erroneamente atribuída ao escritor Fernando Pessoa e que virou lugar comum na internet, descreve muito bem a curta porém marcante passagem de Jonathan Calleri pelo São Paulo durante o ano de 2016.

O argentino foi revelado pelo All Boys, mas foi pelo gigante Boca Juniors que ele ganhou projeção. O atacante foi adquirido por um grupo de empresários em 2016 e seria emprestado a algum clube brasileiro antes de ser repassado para algum clube europeu na próxima janela de transferência.

São Paulo e Atlético Mineiro brigaram para ter o definidor, que acabou acertando com o Tricolor após conselhos de amigos do Boca Juniors (Carlos Tévez teria sido um deles).

Calleri, apesar de ter recursos, não era um jogador tecnicamente brilhante, se destacando muito mais pela fibra do que pelos lances bonitos. Era um atacante "trombador", um tanto irritadiço e que acabava recebendo muitos cartões durante as partidas.

O argentino, porém, era exatamente o que o São Paulo precisava no momento. Era um atleta raçudo, que brigava pela bola como se estivesse lutando pela vida e que decidia tudo na raça quando a técnica ou a habilidade não resolviam. Um contraste com o apático Tricolor que estava sendo lembrado pelos atletas acomodados, egocêntricos e desunidos.



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Calleri sabia que estava apenas de passagem pelo São Paulo, mas acabou se apaixonando pelo clube justamente em um dos piores momentos de sua vida. Seu grande amigo, Sebastian Vladisauskas (estampado na camisa da foto acima), faleceu no dia 11 de junho de 2016 vítima de um acidente de moto. Após retornar do enterro, o argentino foi "abraçado" pelo elenco e pela torcida tricolor, criando uma grande relação de cumplicidade pelo clube. Tanto, que o jogador chegou a ser sondado por outros clubes brasileiro após deixar o Morumbi, mas seu representantes declararam que "no Brasil, só o São Paulo".

O argentino deixou o Morumbi pouco depois da eliminação do São Paulo na Libertadores diante do Atlético Nacional. Mesmo sem o título, o atleta ainda foi o artilheiro da competição com nove gols anotados.

Hoje Calleri vem lutando para se firmar em alguma equipe europeia. Ele teve passagens sem muito brilho pelo West Ham United (Inglaterra), Las Palmas e Alavés (ambos da Espanha). Atualmente defende o Espanyol também da Espanha. Mesmo longe da América do Sul, o argentino ainda faz constantes declarações nas redes sociais aos clubes que defendeu por aqui, o Boca Juniors e o São Paulo.

Foram apenas pouco mais de seis meses vestindo a camisa tricolor, mas a passagem de Calleri pelo São Paulo foi intensa a ponto do jogador criar uma grande identificação com o clube e virar ídolo apesar do pouco tempo no Morumbi.



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sábado, 8 de fevereiro de 2020

Eu e o Rúgbi




Era 31 de outubro de 2015. Fui ao aniversário de um amigo.

O evento foi realizado no restaurante Cambará que já fechou as portas, infelizmente.

Rumei para o bairro da Lapa em São Paulo, onde ficava o restaurante. É sempre um prazer passar por aquela região que tem um significado bastante especial para mim. E também foi um prazer provar da ótima feijoada que era servida no estabelecimento.

A data escolhida para a realização do evento não foi apenas para comemorar o aniversário. Naquele dia também aconteceria a grande final da Copa do Mundo de Rúgbi, que seria realizada em Londres. Era um grande clássico entre os dois grandes rivais da Oceania, a Nova Zelândia e a Austrália. O restaurante, que pertencia a um ex-jogador de rúgbi da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, estava devidamente preparado para a transmissão da partida e para a acomodação os convidados.

Eu nunca havia tido qualquer contato com o rúgbi até então. Eu sempre via a modalidade até com algum desdém por considerá-la "mais baseada em força do que talento". Puro preconceito de minha parte. Eu sequer sabia diferenciar "rúgbi" de "futebol americano".

Me acomodei e assisti à partida com um misto de desconfiança e curiosidade. Em alguns minutos, eu já estava entendendo algumas regras e fundamentos daquele esporte "estranho". Aos poucos eu ia compreendendo o que era um "try", um "scrum-half", o sistema de pontuação, ... Óbvio que era impossível aprender tudo ao assistir a uma única partida, mas era menos complexo do que eu imaginava.



Fachada do restaurante Cambará, que hoje não existe mais



O mais importante, porém, é que compreendi que o rúgbi não é apenas força. É necessário estratégia, inteligência e, principalmente, muito trabalho em equipe. Uma das jogadas, inclusive, exige que os atletas formem uma espécie de "pirâmide humana" para se interceptar bolas levantadas. Isto exige que o grupo tenha plena sincronia e confiança mútua para que a formação seja feita com tamanha rapidez e precisão.

Também ficou marcado a imagem da Nova Zelândia, campeões daquele mundial, realizando a haka, uma dança típica do país e que se tornou marca registrada da equipe. Eu já havia assistido a alguns vídeos do ritual e nunca achei grande coisa. Mas ver a dança sendo executada antes de uma partida é algo bastante intimidador. Se estivesse no lugar dos australianos, provavelmente estaria tremendo de medo.

Quando voltei para casa, pensei em transformar toda aquela experiência vivida naquele dia em um texto. Não pude fazer em decorrência de um momento delicado que eu estava vivendo na época. Hoje, porém, eu estava revendo umas fotos daquele dia e, finalmente, trouxe tudo à tona.

Acabei não indo atrás de mais informações a respeito do rúgbi, mas depois daquele dia passei a ver a modalidade com outros olhos. E, principalmente, com muito mais respeito.

O que era para ser apenas um almoço com os amigos acabou se tornando uma experiência inesquecível. Pude descobrir a magia do rúgbi e compreender o que leva tantas pessoas a acompanhar a modalidade e também a praticá-la.

P.S.: tentarei trazer pelo menos uma vez por mês para o blog alguma experiência esportiva que eu tive relacionada à farmácia e justificar o nome Farma Football. Não é uma promessa, mas vou me esforçar para escrever mais histórias.







sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Honda: Loucura ou Salvação?

Imagem extraída de www.facebook.com/OfficialKeisukeHonda/



Era 2012 quando o holandês Clarence Seedorf, que ficaria sem contrato com o Milan na metade daquele ano, começou a ter seu nome ventilado em vários clubes brasileiros, entre eles o Botafogo e o Corinthians.

O meio-campista acabou realmente vindo para o Brasil e assinou com o Botafogo. Eu mesmo não acreditava no que estava lendo e tampouco imaginava que ele pudesse acrescentar alguma coisa. de que maneira um jogador em final de carreira e em uma equipe tão limitada como o Fogão de 2012 poderia ajudar?

Mordi a minha língua e vi o holandês fazer toda a diferença em campo. Não havia mais o mesmo vigor de seus tempos de Real Madrid ou Milan, mas Seedorf tinha experiência, liderança, leitura de jogo e uma precisão fantástica em lances de bola parada. O defasado futebol brasileiro era o terreno perfeito para que o volante, mesmo em fim de carreira, ainda pudesse ser o grande diferencial da equipe.

Oito anos depois, o nome do japonês Keisuke Honda, livre no mercado, passou a ser ventilado no Botafogo. E poucos dias depois do surgimento dos rumores, o que era uma mera especulação se concretizou e o meia nipônico anunciou nas redes sociais que está a caminho de General Severiano.

A situação de Honda nos dias atuais não difere muito de Seedorf naquela época, com o japonês com 33 anos, já encaminhando para o final de sua carreira e com pouco mercado entre os grandes clubes da Europa.



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E Honda poderia ajudar o Botafogo como Seedorf fez há oito anos atrás?

Bem, o japonês não vive o melhor momento de sua carreira. Seu melhor momento foi pelo CSKA da Rússia, clube que defendeu durante quatro temporadas (2010 a 2013) e conquistou alguns títulos nacionais. Teve uma passagem apenas razoável pelo Milan entre 2014 e 2017 para depois peregrinar por todos os continentes possíveis executando projetos a curto prazo. Sua passagem pela Seleção Japonesa se encerrou no ciclo passado com um título conquistado (a Copa Asiática de 2011) e três participações em copas do mundo (2010, 2014 e 2018).

Honda, assim como Seedorf, pode encontrar no estagnado futebol brasileiro o cenário perfeito pra fazer a diferença mesmo com a idade avançada. E também seria uma grande jogada de marketing por ser um atleta renomado e, quem sabe, fortalecer a imagem do endividado Botafogo pelo mundo, inclusive no Japão. Aliás, empresas japonesas representadas aqui no Brasil até poderiam se interessar em estampar suas marcas em camisas utilizadas pelo jogador nipônico.

O japonês, por outro lado, tomou rumos questionáveis em sua carreira como explicado no texto do jornalista André Rocha (veja abaixo). Não seria surpresa se o jogador pulasse fora do barco abruptamente como fez em muitos dos clubes que defendeu recentemente.

Há também os possíveis problemas físicos em decorrência da idade (o jogador irá assinar um contrato de produtividade com o Fogão), adaptação e outros. Ademais, Honda é um bom meia e chegou a fazer a diferença em muitos jogos, mas nunca despertou o interesse de grandes clubes da Europa senão o caótico Milan mergulhado em uma crise que se arrasta desde o início da década. Bem diferente do holandês que foi ídolo no Real Madrid e no próprio Milan em seus tempos áureos.

A expectativa agora é quando o japonês virá ao Brasil para assinar com o Botafogo e, finalmente, desfilar o seu talento em nossos gramados.

Não sabemos se Honda repetirá o sucesso de Seedorf no Fogão ou se será mais uma aventura do meio-campista. Minha expectativa não é muito boa, mas, como escrevi, já mordi minha língua por duvidar do holandês. Talvez o mesmo aconteça com o japonês...

ATUALIZAÇÃO: o jogador desembarcou agora há pouco no Brasil e deve ser apresentado amanhã.



Imagem extraída de www.facebook.com/OfficialKeisukeHonda/


Leia mais:

André Rocha- "A "vida loka" de Keisuke Honda, a grande novidade do Botafogo"- andrerocha.blogosfera.uol.com.br/2020/01/28/a-vida-loka-de-keisuke-honda-a-grande-novidade-do-botafogo/