segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Pausa




Bom dia, leitoras e leitores.

O blog Farma Football ficará alguns dias sem atualização.

Não fiquei muito satisfeito com a qualidade dos textos mais recentes, exceto com os publicados aos domingos. Ademais, me senti postando muito mais pela obrigação do que pelo prazer de escrever.

Vou descansar alguns dias, ler um pouco em busca de novas ideias e retornar com mais fôlego.

Voltaremos no próximo domingo, dia 6 de dezembro, com mais um post sobre o Interanos.

Um abraço e até lá!

Equipe Farma Football







domingo, 29 de novembro de 2020

Futebol na Praia




Eu passei mais de quinze anos sem ir a uma praia, mais precisamente de 1995 até 2011. Após todo esse tempo sem ver o mar, tive a oportunidade de viajar para o litoral em três oportunidades. E uma delas foi a convite do meu orientador, aproveitando um feriado municipal aqui em São Paulo.

O técnico do laboratório vivia falando a respeito de uma casa que meu chefe possuía e dizia que meu orientador frequentemente promovia confraternizações por lá. Em 2011 eu tive a oportunidade de conhecer o lugar.

Chegamos bem cedo à cidade. Fomos à praia, tomamos uma água de coco, voltamos à casa do meu chefe para almoçar e depois fomos novamente até o mar para jogar um futebol -ou tentar, pelo menos! Já expliquei em outros textos aqui no blog que não sei nem chutar uma laranja e que eu participava das partidas apenas pela integração com os colegas mesmo.






Meu desempenho nas areias, como esperado, foi péssimo. Fiquei mais tempo dando risada dos lances que jogando. Até me deixaram fazer um gol pra eu não desanimar, mas eu estava realmente me divertindo a despeito de tudo. No final da partida, meus colegas me levantaram e me arremessaram no mar.

Voltamos para casa do meu chefe ao final da tarde. Ficamos mais algum tempo aproveitando a piscina, degustando uma segunda rodada de churrasco e conversando. A esposa do meu orientador até ofereceu a casa para posarmos mas eu optei por regressar a São Paulo com os meus colegas.

Pegamos um trânsito muito lento na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Lembro que eu estava um pouco alcoolizado e falei um monte de besteiras no carro durante o trajeto. Nem sei como os meus colegas aguentaram minha chatice! Demoramos muito na volta. Um trajeto que levaria em média uma hora e meia para ser percorrido de carro, foi realizado em quase seis -saímos da cidade por volta das 20h e chegamos a São Paulo quase 2h da manhã.

Foi uma viagem curta mas extremamente agradável. Até hoje não acredito que consegui realizar tantas atividades em um período tão curto de tempo. E, claro, pude comprovar mais uma vez que futebol comigo é mais no computador e na prancheta ao invés da prática!







sábado, 28 de novembro de 2020

Marinho Merece uma Chance na Seleção?

Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc



Eu me lembro até hoje de quando o atacante Marinho se tornou conhecido pelo Brasil. Era 2015 e o jogador ainda defendia o Ceará, que disputava a Série B durante a ocasião. O atleta, após o término de um jogo, virou meme após descobrir durante uma entrevista que estava suspenso para a próxima partida. E ainda soltou palavrões aos microfones!

O alagoano, durante esses cinco anos, perambulou por vários clubes do Brasil e do exterior, passando por muitos altos e baixos. Hoje, o atacante vive o melhor momento de sua carreira com a camisa do Santos. Aos 30 anos, o atleta está no auge, é ídolo de sua torcida e, claro, marca muitos gols pelo Alvinegro.

Marinho é um jogador autêntico e sincero. Ele não hesita em usar os microfones ou as redes sociais para expressar suas opiniões. O atacante já chegou a cobrar a diretoria santista por salários atrasados, e também já desabafou a respeito de questões raciais.

A boa fase aliada ao seu carisma levou dezenas de comentaristas a questionarem se o alagoano não merecia uma chance na Seleção Brasileira. O próprio jogador já reconheceu durante entrevistas que as chances são praticamente nulas e deixou as portas abertas para uma possível naturalização visando representar algum outro país no futuro.



Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc



Marinho pode jogar centralizado ou aberto pela direita. Ele não é um atacante de referência, e sim um forward, com mais liberdade para jogar fora da área. Tite tem usado Richarlison na direita com Éverton Ribeiro e Willian (do Arsenal) disputando a posição, enquanto Gabriel Jesus e Roberto Firmino se revezam pela vaga central.

Marinho, apesar da concorrência, teria mais chances de se firmar no lado direito, visto que nasceu em 1990 e, portanto, é mais novo que Ribeiro (1989) ou Willian (1988). Sua versatilidade, ademais, poderia ser muito útil para confundir a defesa rival, com o atleta trocando de posição com os companheiros. Se atuar centralizado, teria de disputar vaga com dois rivais bem mais jovens e em momento muito melhor.

Um ponto negativo a uma possível convocação de Marinho é seu histórico ruim em equipes que lutam por títulos. O alagoano defendeu o Cruzeiro em 2016 e o Grêmio em 2018, não deixando saudades em nenhum dos dois clubes. O atacante, por outro lado, foi muito bem no Vitória em 2016, time cuja pretensão era lutar contra o rebaixamento durante a ocasião. Talvez uma camisa pesada ou a concorrência muito acirrada tornem o jogador inibido em campo.

Marinho, por ora, não está no radar de Tite. Mas os constantes desfalques causados pela COVID-19 e pelas lesões, somados às pressões de fãs e jornalistas podem fazer o treinador gaúcho mudar de ideia. Pedro (do Flamengo) conseguiu uma chance desta forma.



Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc




O Fundo do Poço

Casagrande e Sócrates: irreverentes, contestadores, politicamente ativos e
problemas com drogas (imagem extraída de www.facebook.com/wcasagrandejr)



Tão marcante quanto a morte de Diego Maradona na última quarta-feira, a imagem do ex-atacante Walter Casagrande Júnior se desfazendo em lágrimas não saiu de minha cabeça. Casão chorou muito e não foi apenas por admiração ao argentino. O comentarista tem muita identificação com o Pibe: ambos foram craques com a bola, sempre foram muito questionadores, sempre foram politicamente ativos, tiveram envolvimento com drogas e, principalmente, os dois já chegaram ao fundo do poço em decorrência dos vícios.

O texto que fiz em homenagem a Maradona continha um parágrafo onde mencionava três jogadores com o mesmo perfil do argentino e que também passaram pelo mesmo drama vivido pelo Pibe: Paulo César Caju, Sócrates e o próprio Casagrande. Citei, ainda, o ex-botafoguense Afonsinho, igualmente contestador mas que, felizmente, não apresentou problemas com entorpecentes ao contrário dos demais lembrados.

Não é segredo que Maradona teve uma vida totalmente desregrada ao longo de sua carreira e que todos os seus excessos cobraram o preço. O Pibe apresentou diversos problemas de saúde após sua aposentadoria, além de recaídas com os vícios, exatamente como aconteceu com os três personagens deste texto.



Paulo César Caju (ao centro) vendeu sua medalha de campeão da Copa de 1970
para sustentar seu vício (imagem extraída de www.facebook.com/Botafogo)



Até hoje me lembro quando Casagrande admitiu seus vícios. O comentarista havia se envolvido em um acidente de carro em 2007 e se mostrava bastante alterado durante as entrevistas. O ex-jogador, dias depois, se internou em uma clínica para dependentes químicos e confessou que estava sob efeito de drogas durante o incidente. O ex-atacante escreveu um livro, "Casagrande e Seus Demônios" (da Globo Livros), onde conta suas experiências com os narcóticos.

Paulo César Caju é bem conhecido pelos leitores antigos do blog. Eu sempre menciono que o ex-botafoguense foi uma das minhas inspirações para escrever visto que eu sempre lia sua coluna no extinto Jornal da Tarde. Caju, assim como Maradona e Casagrande, também se envolveu com drogas e chegou a ser internado duas vezes em clínicas para dependentes, como ele mesmo contou em entrevista para a revista Isto É. O ex-meia, mais tarde, confessou em entrevista à emissora Globo News que se desfez da medalha que ganhou na Copa de 70 para sustentar seus vícios. Hoje ele se diz "limpo" e escreve na revista Placar.

Sócrates não teve a mesma sorte de Caju ou Casagrande. O Doutor, que sempre apreciou uma vida boêmia, apresentou complicações em decorrência do alcoolismo em 2011 e foi internado várias vezes até falecer ao final daquele ano.

Foi impossível não correlacionar o drama vivido por Maradona com o de Caju, Sócrates ou Casagrande. Quatro personalidades com o mesmo perfil e que chegaram ao fundo do poço em decorrência de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas.

As lágrimas de Casagrande não foram uma mera busca por audiência. O comentarista conhece muito bem a dor vivida por Maradona e sobreviveu para contar a história. E cabe lembrar que seu melhor amigo, Sócrates, faleceu em decorrência do mesmo problema, ainda que a droga tenha sido lícita.



Sócrates não resistiu após um ano lutando contra complicações causadas 
pelo alcoolismo (imagem extraída de www.facebook.com/corinthians)




quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Palpites para as Semifinais da Copa do Brasil

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Hoje pensei em escrever mais sobre a morte de Diego Maradona ou sobre a lambança da arbitragem com o VAR durante o jogo Ceará X São Paulo, mas não consegui desenvolver as ideias e, tampouco, obtive ilustrações interessantes para os textos.

Tem sido um pouco difícil escrever nestes dias. Não posso sair de casa para arejar a cabeça e as notícias do meio esportivo tem sido desanimadoras, sobretudo no Brasil. Ainda que o blog seja meu passatempo, o texto acaba refletindo um pouco do que ocorre ao meu redor.

A CBF sorteou nesta semana os mandos de campo para os jogos válidos pelas semifinais da Copa do Brasil, o que acabou sendo minha salvação para o blog, afinal posso fazer análises dos confrontos e dar palpites, o que garantiria o texto para hoje.

O chaveamento já estava definido desde a fase anterior, as quartas-de-final, o que dispensava a necessidade de sorteio para os confrontos. Tivemos algumas surpresas como o América-MG superando o Internacional, e o São Paulo derrotando o Flamengo com certa facilidade. Grêmio e Palmeiras confirmaram seus respectivos favoritismos.

Será que o seu time favorito conseguirá avançar às finais? Confira os palpites. Lembrando que não há o critério do gol fora de casa, ao contrário do que acontece na Libertadores e Sulamericana. E os times à direita do texto decidem em casa.



Imagem extraída de www.facebook.com/copadobrasil



GRÊMIO (RS) X SÃO PAULO (SP)- o momento do São Paulo é melhor que o dos gaúchos, mas o Grêmio é favorito por contar com um melhor elenco, ter mais opções no banco e possuir um treinador que sabe jogar com o regulamento. O histórico da competição também é mais favorável ao Imortal.



PALMEIRAS (SP) X AMÉRICA MINEIRO (MG)- com todo respeito ao esforçado América, o Palmeiras é franco favorito aqui por contar com um elenco mais forte e com mais opções no banco. A favor do Coelho pode pesar a inexperiência do treinador Abel Ferreira aqui no Brasil, mas o trabalho do português vem evoluindo bastante na temporada.



Os confrontos serão realizados nos dias 23 de dezembro (ida) e 30 de dezembro (volta) às 21h no horário de Brasília.



Imagem extraída de www.facebook.com/copadobrasil




quarta-feira, 25 de novembro de 2020

A Morte do Rebelde

Imagem extraída de www.facebook.com/diegomaradona



Faleceu hoje Diego Armando Maradona, o maior futebolista da história da Argentina e um dos melhores do mundo. El Pibe, como era conhecido, deixou um legado de muitas conquistas, títulos, lances bonitos e também de muitas controvérsias. Era impossível ser passivo diante do jogador: ou você o amava, ou você o odiava.

Maradona começou no Argentinos Junior, onde já demostrava sua genialidade e ganhou suas primeiras chances na Seleção Argentina durante o final dos anos 70. Foi, contudo, no Boca Juniors onde o Pibe viveu seus melhores momentos aqui na América do Sul, conquistando seus primeiros títulos como atleta profissional.

A América logo se tornaria pequena para tamanha genialidade e o jogador foi se aventurar na Europa, mais precisamente no Barcelona. Mas seria na Itália o seu auge técnico, defendendo as cores do Napoli. O Pibe formou um fantástico trio de ataque com o italiano Bruno Giordano e o brasileiro Careca, que viria a ser conhecido pelos fãs como "MaGiCa" (formado pelas iniciais de Maradona, Giordano e Careca). Juntos, os três conquistaram muitos troféus e elevaram os Partenopei ao protagonismo do futebol. O meia ainda defenderia o Sevilla no início dos anos 90 antes de regressar a seu país.

Maradona também fez história pela seleção de seu país. Foram quatro Copas do Mundo disputadas (1982, 1986, 1990 e 1994) e uma conquistada (a de 1986, disputada no México). O Pibe conquistou, ainda, o Troféu Artemio Franchi (atual Copa das Confederações) em 1993. Após sua aposentadoria, ele também atuou como treinador, chegando inclusive a dirigir a Albiceleste na Copa de 2010.



Imagem extraída de www.facebook.com/JorgeResurreccionKoke



O talento de Maradona com a bola nos pés rivalizava com sua capacidade de criar polêmicas. O Pibe é sempre lembrado pelas inúmeras controvérsias ao longo de sua carreira como as noitadas, as drogas e as declarações fortes.

Maradona, ao contrário de muitos atletas alienados dos dias de hoje, sempre foi uma voz ativa em muitas causas. O Pibe, inclusive, se envolveu com política. Antes um eleitor declarado do neoliberal Carlos Menem, o argentino tornou-se um apoiador incondicional da esquerda, chegando a se aproximar de Fidel Castro, Hugo Chávez e Nicolás Maduro. O ex-jogador, inclusive, fez campanha em favor de peronistas como Cristina Kirchner e Alberto Fernández.

Irreverente, contestador e, por que não, rebelde; Maradona possuía um perfil muito semelhante a Sócrates, Afonsinho, Casagrande e Paulo César Caju. Ele sabia como usar sua imagem e os holofotes para apoiar causas ou gerar impacto.

Seu estilo de vida, porém, cobrou um alto preço após sua aposentadoria. Não foram raros os problemas de saúde e as recaídas com as drogas. Suas entradas em hospitais mobilizavam fãs e mídia, que torciam por sua recuperação.

Era impossível ficar indiferente diante de Maradona. Seu estilo genial, contestador, irreverente e polêmico marcou para sempre o futebol e também a sociedade. E o Pibe foi assim até o final, com sua partida súbita e impactante.

Descanse em paz, "Rebelde".



Imagem extraída de www.facebook.com/BocaJuniors




Gracías por Todo D'Ale

Imagem extraída de www.facebook.com/dalessandro10oficial



O meia Andrés D'Alessandro, cujo contrato se encerra ao final desta temporada, anunciou que não irá renovar com o Internacional. Clube e jogador convocaram uma entrevista coletiva onde o atleta revelou os motivos que o levaram a tomar tal decisão e também cedeu algumas pistas de seu futuro -o argentino já adiantou que pretende continuar atuando apesar dos 39 anos de idade.

D'Alessandro chegou ao Inter na metade de 2008. Foram dez temporadas e meia com a camisa colorada -o jogador deixou o clube por empréstimo em 2016 para defender o River Plate. D'Ale rapidamente se firmou no grupo apesar do pouco tempo de casa. Seu estilo que combina raça com habilidade caiu rapidamente no gosto dos treinadores e torcedores -quem não se lembra de seu característico drible, La Boba?

O argentino também é lembrado negativamente pelo pavio curto e pelas expulsões. Não era raro observar D'Ale participando de discussões ríspidas com árbitros ou adversários. O jogador muitas vezes exagerava na raça e recebia muitos cartões em virtude disto.

O empenho e o talento de D'Ale foram recompensado com títulos. E foram muitos com a camisa colorada, com destaque para a Sulamericana em 2008 (sim, o argentino já estreou no Inter com um troféu continental) e a Libertadores de 2010. A identificação com o clube lhe rendeu a faixa de capitão a partir de 2012, sucedendo o compatriota Guiñazú.



Imagem extraída de www.facebook.com/scinternacional



D'Ale, porém, foi perdendo espaço com o tempo. A idade veio, o vigor físico se foi e o desempenho do jogador caiu com o passar dos anos. A raça e a vontade, porém, permaneciam as mesmas. Mesmo sem ser titular absoluto, o argentino sabia como ajudar o time.

O argentino, mesmo fora de campo, ainda era fundamental. Sua liderança e personalidade lhe davam moral para cobrar os companheiros no gramado. Justamente no ano em que o Inter prescindiu de seu líder, o clube foi rebaixado pela primeira vez em sua história. Na ocasião, muitos torcedores e comentaristas alegaram que se D'Ale estivesse no elenco, o Colorado provavelmente não estaria na Série B em 2017.

D'Ale deixou claro em sua entrevista algumas mágoas com o clube, em especial com os candidatos à presidência do Colorado que não estariam interessados na permanência do argentino. Também deixou evidente o quanto estava chateado com a saída do treinador Eduardo Coudet, seu amigo e ex-companheiro de River Plate.

Ainda não se sabe o destino de D'Ale, mas o River Plate seria um destino possível por ser o clube que revelou e projetou o meia para o futebol. O argentino poderia, ainda, tentar mercados como China. Japão, Estados Unidos, Oriente Médio ou Índia caso queira mais minutos em campo, além de garantir uma aposentadoria mais confortável. Obviamente, tudo que escrevi neste parágrafo não passa de especulação.

D'Ale deixa o Internacional apenas fisicamente, afinal toda a história que o argentino construiu no clube jamais se apagará por mais que alguns tentem diminuir sua importância. Lamento apenas que o argentino, em princípio, não tenha a oportunidade de encerrar a carreira no Colorado e, quem sabe, permanecer na instituição em alguma outra função após pendurar as chuteiras.



Imagem extraída de www.facebook.com/dalessandro10oficial




terça-feira, 24 de novembro de 2020

A Sorte de Diniz

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Não podemos afirmar que Fernando Diniz seja o melhor treinador do Brasil, mas o mineiro é com certeza o técnico mais sortudo em nosso futebol. E não estamos falando em desempenho ou títulos, e sim a respeito de sua permanência no São Paulo a despeito de todas as oscilações e eliminações sofridas por sua equipe.

Diniz, em um cenário real no futebol brasileiro, já teria recebido um bilhete azul há muito tempo, afinal o treinador colecionou três eliminações ao longo da temporada (Paulista, Libertadores e Sulamericana), além de seu time não ter entregue o jogo diante do Guarani visando prejudicar o Corinthians, atitudes que irritaram profundamente os torcedores. A impaciência dos fãs somada à necessidade dos dirigentes de atribuir os fracassos a terceiros sempre custam o emprego do técnico nesse cenário.

O treinador, contudo, sobreviveu no cargo graças ao apoio dos jogadores, do dirigente Raí e, principalmente, devido a uma boa dose de sorte. E hoje ele é o segundo treinador mais longevo da Série A com pouco mais de um ano na função, atrás apenas de Renato Gaúcho que está há quatro.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



O primeiro fator que garantiu a permanência de Diniz no cargo foi o ano eleitoral. Como o presidente Leco está em seu último ano de mandato, os dirigentes chegaram à conclusão de que não valeria a pena mudar o treinador neste ano visto que a chapa vencedora irá nomear um novo técnico alinhado com os ideais do novo mandatário. Ademais, uma nova demissão acarretaria em mais despesas para o já endividado São Paulo.

O segundo fator foi a contratação de Rogério Ceni pelo Flamengo. Não era segredo que as duas chapas concorrentes sonhavam em trazer o ex-goleiro de volta para o Morumbi. Mas a ida do ex-arqueiro para o Rubro-Negro frustrou os planos dos candidatos e também dos torcedores que almejavam a volta do ídolo. Sem opção, restou aos fãs declararem apoio a Diniz, e a hashtag #ForaDiniz deu lugar à #FechadoComDiniz.

O terceiro e último fator foi o próprio Flamengo. O São Paulo teve méritos no triunfo sobre o Rubro-Negro na Copa do Brasil, mas o Tricolor também teve uma boa dose de sorte, afinal os cariocas estavam desfalcados de muitos atletas importantes (Rodrigo Caio, Isla, Filipe Luís, Pedro, ...) e os paulistas sobraram diante de um rival enfraquecido. O resultado, a despeito das ressalvas, empolgou os candidatos à presidência, que acenaram com a possibilidade de manter Diniz para 2021.

A manutenção de Diniz no cargo foi benéfica ao São Paulo. O treinador sentiu-se respaldado e pôde realizar muitos ajustes no time ao longo da temporada, o que possibilitou o surgimento de resultados a longo prazo. A ascensão do São Paulo na tabela do Brasileirão provavelmente não seria possível com as constantes mudanças de treinador realizadas pelo próprio Tricolor em temporadas anteriores.

Resta saber se Diniz também terá sorte também com os títulos, justamente o que faltou ao São Paulo durante os últimos anos. As chances são boas, mas o caminho ainda é longo, o histórico recente do Tricolor não anima e há o risco do grupo se perder no excesso de elogios.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc




domingo, 22 de novembro de 2020

Eu e o Cartola FC

Imagem extraída de www.facebook.com/cartolafc



Conheci o Cartola FC em 2009 através de um amigo do laboratório onde eu estagiava. O Cartola é um fantasy game promovido pela Globo onde você compra jogadores, torce para que sejam valorizados (os atletas ganham ou perdem pontos de acordo com o desempenho ou scout da rodada), vende os futebolistas com lucro e depois repete o ciclo -na verdade as regras são um pouco mais complexas, mas era assim que eu jogava.

Meu amigo me explicou (e muito bem) as regras do jogo em pouco mais de quinze minutos. Ele até me ajudou a montar meu primeiro time. Cabe, aliás, mencionar que esse colega tinha um talento ímpar para ensinar, afinal com pouco tempo de explicação eu já havia entendido 75% de como funcionava a disputa. Hoje ele é professor de biologia no ensino médio.

Fui, com o tempo, aprendendo a jogar com o regulamento do jogo. Compreendi que tudo funcionava como a bolsa de valores onde você adquire ações que estejam em baixa e depois revende com lucro após a valorização. Dessa forma, eu comprava atletas com pontuação negativa e que fossem atuar em partidas fáceis para lucrar com deles.

Outro de meus trunfos era adquirir jogadores que sempre anotavam gols, independente da posição. Eu quase sempre pontuava com bons batedores de falta como Rogério Ceni, Chicão, Fábio Santos e Marcos Assunção. Zagueiros altos e bons no cabeceio também sempre me ajudavam como Alex Silva, Antônio Carlos e Rodrigo Caio. Como os scouts de ataque rendiam muito mais pontos que os de defesa, os tentos que eles anotavam compensavam eventuais falhas lá atrás.






A diversão ficou maior no ano seguinte, em 2010. Meus colegas de faculdade decidiram abrir uma liga no Cartola e fui competir com eles. Nós até fizemos uma aposta: quem terminasse o mês com mais pontos, ganharia um jantar na churrascaria Franboi, localizada atrás da USP. E eu ganhei!

Um desses colegas de faculdade, certa vez, precisou viajar e pediu para que eu operasse o perfil dele, uma vez que ele competia em outra liga na empresa que trabalhava -naquela época a internet móvel e os smartphones só eram acessíveis aos mais abastados. Montei um time diferente do meu para o amigo, mas sem tirar proveito da situação. Na segunda-feira após o término da rodada, o meu camarada disse que ele havia feito o maior número de pontos em sua turma graças ao time que elaborei.

Os meus amigos, com o tempo, foram abandonando o Cartola. A febre havia passado e o pessoal foi enjoando. Eu continuei jogando mas fui encontrando cada vez mais dificuldades para buscar parceiros ou abrir novas ligas.

O próprio Cartola também foi mudando seu perfil. O fantasy game recebeu uma versão paga que rendia prêmios aos seus vencedores. Até pensei em participar, mas eu nunca gostei de jogos onde há dinheiro envolvido. O sistema de pontuação do jogo também havia mudado e meu desempenho estava piorando, o que era mais um indício de que era arriscado demais para eu tentar a versão premium.

Abandonei o Cartola em definitivo ao término de 2017. Eu mesmo fiquei saturado do jogo. Confesso que fiquei um pouco chateado em parar mas o fantasy game já não tinha mais o que me oferecer. Ficaram as boas lembranças, as horas elaborando equipes e a diversão com os amigos. E, claro, o jantar que eu ganhei no Franboi após meu triunfo!



Fachada da churrascaria Franboi, onde eu comemorei meu desempenho
no Cartola (imagem extraída de www.facebook.com/churrascariafranboi)!




sábado, 21 de novembro de 2020

Precipitação

Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



O treinador do Flamengo deixa o clube de forma abrupta, porém sua saída já era esperada devido às muitas especulações divulgadas pela imprensa. Dirigentes rubro-negros, então, buscam outro técnico de grife às pressas para dar uma satisfação à torcida. O novo comandante chega e já dirige o time na próxima partida que, por sinal, é um jogo de muita importância. Não é sabido se a decisão foi tomada por desejo dos cartolas ou do recém-chegado, mas a equipe, ainda pouco a vontade com a nova metodologia, não consegue se impor e sucumbe naquele confronto decisivo, causando um princípio de crise na Gávea.

A história mencionada no parágrafo acima descreve o início da passagem de Rogério Ceni no Flamengo, mas também ilustra muito bem como foram as primeiras partidas do antecessor, Domènec Torrent, ao assumir o Fla.

Tanto Dome quanto Ceni mal conheciam o elenco quando assumiram o Flamengo. Os dois treinadores, a despeito disso, comandaram a equipe já na partida seguinte à apresentação. Havia pouco tempo para treinar, não houve sequer uma transição de estilos e os técnicos mandaram a campo jogadores que ainda não haviam assimilado uma nova ideia de jogo. As derrotas diante do Atlético Mineiro de Sampaoli e do São Paulo de Diniz, portanto, não eram totalmente inesperadas diante do contexto apresentado.

Ceni, no caso específico, tinha motivação de sobra para comandar o time contra o São Paulo. O ex-goleiro ainda ressente o fato de ter sido usado como cabo eleitoral pelo atual presidente tricolor, Leco, para depois ser demitido sem piedade pelo mandatário. O ex-jogador, aliás, já havia dado o troco em seu ex-clube ao acertar com o Flamengo a despeito de ser pretendido pelos dois candidatos à presidência no Soberano.



Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



Ceni teve apenas três jogos à frente do Flamengo. Ainda é cedo para se fazer uma avaliação crítica à passagem do ex-goleiro, mas é fato que tanto o clube quanto o paranaense se precipitaram neste início de trabalho. Exatamente os mesmos erros já cometidos com Dome.

Utilizemos o Palmeiras de Abel Ferreira como efeito de comparação. O português, devidamente orientado pelo compatriota Jeusaldo Ferreira, não quis assumir o Verdão imediatamente. O lusitano acompanhou os trabalhos do interino Cebola e, atuando junto com o auxiliar, realizou a transição entre os estilos e hoje o Alviverde se mostra bastante a vontade a despeito da pouca experiência do estrangeiro aqui no Brasil.

Ceni, a meu ver, deveria ter sido contratado no começo de uma temporada e não durante, sobretudo na atual situação com um Flamengo em meio a um princípio de crise. O ex-goleiro é um treinador de boas ideias, arrojado, ambicioso e com conhecimentos do futebol europeu. O ex-jogador, contudo, ainda é jovem, tem apenas três anos de experiência na função e suas passagens fora do Fortaleza (São Paulo e Cruzeiro) estiveram longe de ser memoráveis. Ademais, o técnico não tem se mostrado um bom "bombeiro", afinal até o presente momento obteve um empate, duas derrotas e uma eliminação -embora esta última possa ser creditada aos muitos desfalques. O comandante, por ora, ainda tem respaldo do torcedor e da imprensa a despeito do início ruim.

A contratação de Ceni pelo Flamengo ainda é uma boa ideia, mas a sua execução foi precipitada e cometendo os mesmos erros com Dome. O clube já pagou o preço com a eliminação da Copa do Brasil. E a pressão pela Libertadores e Brasileirão aumentou com a queda.



Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial




sexta-feira, 20 de novembro de 2020

A Maldição do Campeão

A Itália venceu a Copa do Mundo de 2006 e decepcionou 
em 2010 (imagem extraída de www.facebook.com/FIGC)



A Itália foi campeã na Copa do Mundo 2006 sobre a França de Zidane. A geração de Cannavaro, Grosso, Buffon, Pirlo e muitos outros vivia o seu auge durante aquele mundial -muitos desses jogadores já eram trintões na época. Comentaristas já afirmavam durante aquele período que a Azzurra precisaria passar por uma renovação para o ciclo seguinte e os italianos até ensaiaram um rejuvenescimento de sua equipe. Como os resultados a curto prazo não vieram e havia o risco dos Azzurri sequer irem à África do Sul, o treinador tetracampeão Marcello Lippi e vários atletas daquele grupo foram resgatados. O time até conseguiu se classificar para o Mundial, mas passou vergonha em solo africano e foi eliminado ainda na fase de grupos.

A Espanha foi campeã inédita no mundial seguinte, em 2010. A Furia com seu futebol técnico, elegante e de posse de bola ainda conseguiu faturar a Eurocopa dois anos depois, indicando que a geração de Casillas, Ramos, Xavi e Iniesta ainda teria lenha para queimar. Os espanhóis, contudo, parecem ter se acomodado e não se preocuparam em renovar o elenco ou modernizar o seu estilo de jogo. Como resultado, a equipe foi facilmente dominada pela intensidade da Holanda e do Chile durante a Copa 2014, sendo obrigada a voltar para casa ainda durante a fase de grupos.

A sina se repetiu com a campeã seguinte, a Alemanha, que havia vencido com autoridade a Copa de 2014. O treinador Joachim Löw até ensaiou uma renovação com Rüdiger, Tah, Bellarabi, Volland, Werner e outras promessas daquela época. Mas o técnico enviou à Rússia praticamente o mesmo time do mundial anterior -Müller, Özil, Khedira, Hummels, Boateng, ... Aquela geração estava mais do que manjada pelos rivais e, além disso, os alemães atuaram com uma apatia inacreditável durante o campeonato. A Mannschaft terminou eliminada ainda na fase de grupos, assim como foi com a Itália em 2010 e a Espanha em 2014.



A Espanha brilhou em 2010 mas passou vergonha aqui no
Brasil quatro anos depois (www.facebook.com/Iker.Casillas)



A suposta "maldição do campeão", que atacaria os vencedores de Copas do Mundo durante os mundiais seguintes, não existe. Tudo não passa de um desleixo por parte das próprias equipes que se acomodam na zona de conforto e não se preocupam em renovar seus grupos ou modernizar seus estilos de jogo.

Equipes vencedoras têm dificuldades em defender seus títulos justamente porque tornam-se mais visadas por seus adversários. Seus estilos acabam sendo totalmente dissecados por concorrentes, seja para adoção de contramedidas, seja para uso próprio -basta lembrar quantos times tentaram emular o Tiki-Taka de Guardiola ou a marcação alta de Jupp Heynckes.

Quando os times não se preocupam em mudar seus elencos ou seus estilos de jogo, tornam-se presas ainda mais fáceis para os rivais. Todos sabiam das deficiências ofensivas da Itália em 2010, das vulnerabilidades defensivas da Espanha em 2014 ou das peças-chave da Alemanha em 2018. Como os jogadores, treinadores e jogadas eram praticamente os mesmos de mundiais anteriores, os adversários sabiam exatamente o que fazer em campo. Em um meio competitivo como o futebol, acomodar-se pode ser um erro fatal.



A Alemanha foi fantástica em 2014, mas fez feio na Rússia quatro
anos depois (imagem extraída de www.facebook.com/DFBTeam)



A França, atual campeã mundial, tem tudo para evitar cair nesta armadilha. O treinador Didier Deschamps conta com material humano de sobra para renovar sua equipe (Ikoné, Camavinga, Aouar, Upamecano, ...), bem como mudar as características do time. A Liga da Nações, contudo, tornou-se um empecilho para tais mudanças visto que há menos tempo para amistosos, o que significa menos oportunidades para testes. Ademais, a dificuldade da competição e a urgência pelo título obrigam o técnico a utilizar mais o talento pronto ao invés de lapidar novas promessas.

Resta saber se a França conseguirá se livrar da "maldição do campeão", ou se os Bleus serão mais uma vítima desta sina que já se abateu sobre Alemanha, Espanha e Itália. Com a Liga das Nações em curso, contudo, Didier Deschamps terá ainda menos oportunidades para realizar testes e entregar algo novo para 2022.

Dois anos são pouco tempo para se realizar testes em seleções, mas é um período bastante longo para transformações no futebol.



A França faturou a Copa da Rússia. Conseguirão os Bleus acabar com a "maldição do campeão", ou
serão mais uma vítima da sina em 2022 (imagem extraída de www.facebook.com/equipedefrance)?




quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Sem Farra

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Parabéns, antes de tudo, ao São Paulo pela classificação às semifinais da Copa do Brasil. O Tricolor teve competência para administrar o resultado, errou pouco em campo e soube aproveitar as oportunidades. Cabe, porém, lembrar que os paulistas também tiveram sorte ao enfrentar um Flamengo bastante desfalcado, e que os cariocas ainda desperdiçaram um pênalti que poderia ter mudado a história do jogo.

A equipe de Fernando Diniz vai confirmando a boa fase e demonstrando o quanto é importante haver uma continuidade no trabalho do técnico. Os torcedores, que outrora pediam a cabeça do treinador nos momentos ruins, agora estão bastante empolgados e já vislumbram o fim do jejum de títulos. E é justamente aí que mora o perigo.

O São Paulo passa pelo atual jejum de títulos muito por responsabilidade de seus dirigentes mas time e torcedores também tiveram sua parcela de culpa. Os tricolores, empolgados pelas conquistas do final da década passada, trocaram a dedicação pela soberba e passaram a agir com prepotência.

Quando a equipe passou a tropeçar em sua própria arrogância, torcedores passaram a se impacientar e os jogadores, pressionados, perderam a coragem e o espírito de luta. Como resultado, o São Paulo passou a ser lembrado pela apatia e por ser um time sem nenhum poder de reação. O grupo sempre se abatia ao sofrer um gol em campo. Alguns poucos treinadores se mostraram capazes de mudar o estado mental do grupo durante esse período, como Muricy, Patón Bauza e Aguirre.



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Os torcedores têm todo o direito de comemorar a vitória e a boa fase do São Paulo, mas a empolgação deve ficar restrita à torcida. No momento em que os próprios jogadores se deixam levar pela euforia, podem perder a concentração e colocar tudo abaixo.

A imprensa, da mesma forma, está cobrindo Diniz e seus comandados de elogios neste momento. Alguns dos profissionais, inclusive, o fazem com exagero. É um reconhecimento ao bom trabalho e ao bom momento do time, mas também é mais uma armadilha durante este momento de euforia.

O São Paulo, além de continuar jogando bem, precisará de duas coisas que faltaram ao clube nestes últimos dez anos se quiser reaver os troféus: força mental e humildade. O primeiro fator Diniz vem conseguindo trabalhar, acabando com a apatia do grupo e fazendo o time reagir mesmo diante de placares adversos. Já o segundo só dependerá da concentração do treinador e dos próprios jogadores para que não se deixem levar pela euforia do momento.

O time tem todo o direito de saborear o bom momento e comemorar a vitória sobre o Flamengo, mas com parcimônia. O São Paulo ganhou um jogo mas não um título e ainda há muito pela frente nesta temporada atípica.

O São Paulo tem potencial para ganhar pelo menos um troféu na temporada, mas confirmar este favoritismo dependerá da concentração do grupo para que não se repitam os erros destes últimos dez anos.



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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

O Futebol Deveria Parar?

15 jogadores do Palmeiras além de membros da comissão técnica
testaram positivo para COVID-19 (www.facebook.com/Palmeiras)



O Palmeiras chegou a quinze casos de coronavírus em seu elenco. Há cerca de uma semana atrás, o Santos teve quinze baixas pelo mesmo motivo. O Atlético Mineiro chegou hoje a seis atletas infectados. Podemos citar, ainda, a comissão técnica do Galo onde quase todos os integrantes (incluindo o treinador Jorge Sampaoli) testaram positivo para COVID-19.

O número de casos de COVID-19 no futebol brasileiro aumentou durante as últimas rodadas. Quase todos os times já sofreram pelo menos um desfalque durante a temporada em virtude do vírus. Alguns times mais afetados pedem adiamento dos jogos, mas a CBF tem sido rígida sob os argumentos de que não haveria datas disponíveis no já apertado calendário esportivo, e que os clubes poderiam inscrever até quarenta atletas para cobrir eventuais baixas.

Um outro problema além da COVID-19 tem sido as lesões, muito mais frequentes devido a sequência extenuante de jogos. Quase todos os times já perderam pelo menos um atleta importante por fratura, ruptura de ligamentos, rompimento de fibras musculares ou problemas semelhantes. Mesmo clubes com elencos mais robustos como o Palmeiras e o Flamengo vêm sofrendo com as baixas no grupo.

Calendário apertado, muitos atletas contraindo COVID-19 e lesões frequentes. Tudo isso nos leva ao seguinte questionamento: será que não deveríamos parar o futebol pensando em um jogo mais justo entre as equipes e, principalmente, no bem-estar de nossos jogadores?



Jorge Sampaoli e boa parte de sua equipe foram diagnosticados com
o coronavírus (imagem extraída de www.facebook.com/atletico



O fator econômico, porém, é o principal entrave para uma nova paralisação no futebol. A grande maioria dos clubes que disputa a Série A desejavam o retorno do esporte devido aos prejuízos causados pela interrupção. Salários tiveram de ser reduzidos ou deixaram de ser pagos, empresas se desinteressaram em patrocinar os times sem a exibição de suas marcas e as dívidas se acumularam.

Os clubes, porém, veem em campo as contrapartidas de suas escolhas. Os desfalques têm sido cada vez mais frequentes em virtude da COVID-19 ou das lesões causadas pelo excesso de jogos. O retorno do futebol pode ter salvado as finanças das entidades mas os prejuízos técnicos têm sido inevitáveis no atual cenário.

A maior preocupação, contudo, é com a saúde dos envolvidos no espetáculo. A grande maioria dos jogadores, felizmente, não apresentou sintomas graves até o momento e quase todos têm se recuperado bem. Houve, no entanto, o caso do treinador Cuca, que apresentou dificuldades para respirar e passou alguns dias internado em um hospital.

As lesões, menos graves que a COVID-19 mas igualmente preocupantes, também têm feito estragos nos times. Jogadores como Felipe Melo (Palmeiras), Thiago Maia (Flamengo) e Gustavo Mantuan (Corinthians) não jogam mais nesta temporada e retornam apenas em 2021. A sequência de jogos vêm cobrando seu preço e as equipes pagam a conta.

Os dirigentes, portanto, deveriam considerar uma nova interrupção na temporada. Será que compensa prosseguir com o futebol mesmo com os times enfraquecidos pelos desfalques e, com isso, obter tantos resultados negativos? E, o mais importante: será que vale a pena arriscar a saúde dos envolvidos com o espetáculo, seja com lesões, seja com o risco de contaminação?



Cuca passou dias internado em virtude da COVID-19
(imagem extraída de www.facebook.com/santosfc)




terça-feira, 17 de novembro de 2020

Fomos Injustos com Tite?

Imagem extraída de www.facebook.com/CBF



Quem acompanhava o blog antes daquela pausa entre 2016 e 2020 deve se lembrar de como eu era crítico e até injusto com a Seleção Brasileira e seus treinadores. Questionava convocações, escalações e táticas sempre com argumentos bastante contundentes.

Hoje, contudo, vejo que fui injusto em muitos textos que escrevi no passado. Há, obviamente, muito a se questionar sobre as atitudes de Tite e também da CBF. Mas também temos de nos esforçar para tentar enxergar pelo ponto de vista do treinador, algo que muitos profissionais da imprensa e torcedores não fazem antes de sair chamando o técnico de "burro".

Não assisti ao jogo contra a Venezuela, realizado na última sexta-feira e que foi válido pelas Eliminatórias da Copa 2022. Vi através de programas e sites esportivos que o Brasil fez uma exibição muito fraca diante da apenas esforçada Vinotinto, que é considerada a pior seleção do continente.

O Brasil venceu pelo magro placar de 1x0 (gol do atacante Roberto Firmino), apresentou um futebol burocrático, o meio-de-campo teve pouca criatividade (Tite mandou a campo dois volantes e um meia mais defensivo) e torcedores pediram a cabeça de Tite após esta exibição sem brilho da Seleção.

A nossa Seleção, ainda assim, lidera a competição com 100% de aproveitamento. O Brasil ainda não perdeu jogos nesta eliminatória mas as críticas seguem de forma bastante contundentes a despeito dos resultados, algo um tanto contraditório visto que, culturalmente, nos preocupamos mais com os placares do que com o futebol praticado. Ou será que Dome e Diniz estavam errados em suas entrevistas recentes?



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Comecemos pelo óbvio: os desfalques. Tite precisou cortar oito de seus convocados por lesão ou COVID-19. Neymar, Rodrigo Caio, Philippe Coutinho e muitos outros ficaram de fora contra a Venezuela. Os jogadores tiveram problemas de entrosamento, algo difícil de se obter com menos de uma semana de treinos. O treinador, ademais, não contava com muitos de seus atletas de confiança o que justificou uma formação mais cautelosa mesmo diante de um rival frágil.

Tite também realizou duas coisas que profissionais da imprensa e torcedores vivem pedindo: testes e também ofereceu oportunidades a jogadores que atuam no Brasil. Éverton Ribeiro, Cebolinha, Pedro, Ederson e Paquetá foram alguns que receberam chances durante a partida contra a Venezuela. O desempenho talvez não tenha sido dos melhores devido à falta de entrosamento ou ao nervosismo da estreia e é fato que alguns deles jogaram apenas em virtude dos desfalques, mas não deixa de ser uma tentativa de se agradar aos críticos.

Tite, por fim, entrega exatamente o que o brasileiro vive pedindo: resultados. O torcedor vive afirmando que prefere que o time vença jogando mal do que perder jogando bem. O treinador gaúcho sabe mais do que ninguém como montar equipes resultadistas e que sabem jogar com o regulamento, embora tenha vivido uma fase mais ofensiva em sua última passagem pelo Corinthians. Ademais, o técnico está preocupado com seu emprego. Ele sabe que perdeu o respaldo de fãs e dirigentes após a eliminação diante da Bélgica em 2018. O comandante, portanto, precisa ser produtivo por mais que isto signifique atuar com pragmatismo e cautela excessiva.

Cabe, por fim mencionar, que foi o próprio torcedor quem pediu Tite na Seleção em 2016. O técnico foi endeusado de tal maneira que o brasileiro o enxergava até como "presidente do Brasil" para 2018. Mas o treinador gaúcho não é infalível, não é um deus, não é um super-herói. É um ser humano que, entre erros e acertos, tenta conseguir os tão desejados resultados.



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segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Futebol 2 x 0 Desfalques

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Santos e Palmeiras foram a campo neste sábado com equipes totalmente desfalcadas, desfiguradas. Tudo em virtude de lesões, casos de coronavírus e da falta de bom senso da CBF que agenda partidas válidas pelo Brasileirão em datas FIFA.

O Peixe não pôde contar com 14 atletas, além do treinador Cuca e do auxiliar técnico Cuquinha, ambos diagnosticados com a COVID-19. O Porco, por sua vez, não contava com 12 jogadores para a rodada de sábado. O Santos ainda tentou adiar a rodada em virtude das muitas baixas, mas a CBF e o adversário, Internacional, vetaram a ideia.

Restava aos dois times paulistas apelar para o que tinham a disposição. O Verdão, com elenco mais robusto, utilizou seus reservas para encarar o esforçado Fluminense. O Alvinegro, sem os mesmos recursos, precisou lançar mão de sua categoria de base, os Meninos da Vila, para compor o elenco.



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O Palmeiras, mesmo mutilado, triunfou sobre o esforçado Fluminense de Odair Hellman. Méritos do treinador Abel Ferreira. Ainda é cedo para avaliarmos o trabalho do português, mas o estrangeiro está indo muito bem ao recuperar atletas que estavam em baixa no Verdão como Gustavo Scarpa e Raphael Veiga.

Veiga e Scarpa já haviam sido destaques na vitória sobre o Ceará na Copa do Brasil durante a última quarta-feira. E a dupla retribuiu novamente a confiança do treinador durante a partida do último sábado com boas atuações sobre o Flu. 

A boa fase dos "renegados", aliás, será vital para a sequência da temporada visto que o Palmeiras terá mais desfalques para as próximas partidas -Viña, Alan, Gabriel Menino e Verón foram diagnosticados com COVID-19 e perderão os próximos jogos.



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A situação do Peixe era ainda mais crítica visto que o elenco curto começava a cobrar seu preço na temporada. A eliminação na Copa do Brasil e as oscilações no Brasileirão eram claros indícios de que o grupo estava chegando aos seus limites.

O surto de COVID-19 na Vila Belmiro foi um baque imenso no clube. O time feminino já havia sofrido uma derrota por W.O. após 17 garotas testarem positivo para o vírus. O Santos também havia tentando o adiamento da partida mas o pedido foi negado.

A equipe masculina, sem treinador e bastante desfalcada, lançou mão de jogadores formados no próprio clube como John Victor, Wagner Leonardo, Ivonei e outros garotos ainda pouco conhecidos.

Os Meninos da Vila salvaram novamente o Santos de mais um momento crítico. O Peixe contou ainda com um pouco de sorte visto que o Inter ainda ressente a saída repentina do treinador Eduardo Coudet e busca um novo rumo sem o comandante, mas nada que tire os méritos do Alvinegro Praiano.

A valentia de Palmeiras e Santos mostrou a grandeza dos clubes. O Porco e o Peixe foram gigantescos mesmo contra adversários que pareciam inatingíveis: os desfalques, a COVID-19 e a falta de bom senso da CBF.



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domingo, 15 de novembro de 2020

Jujuba




Trabalhei no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP entre 2008 e 2015. Durante o período, realizávamos esporadicamente alguns jogos de futsal entre o pessoal do laboratório para relaxar do estresse e também para integração dos colegas. Eu jogava muito mal mas eu ia mesmo assim para me enturmar com as pessoas.

Havia entre os colegas de laboratório uma garota que eu chamava de "Jujuba". Não tivemos muito convívio inicialmente uma vez que, quando eu cheguei ao Instituto, ela já estava de malas prontas para realizar um estágio no exterior. Fizemos amizade bem tardiamente, por volta de 2009.

Jujuba cursava biologia e estagiava no ICB. Ela também fazia parte do time de futsal de sua faculdade e adorava jogar bola. Sempre que marcávamos algum jogo, ela era uma das primeiras a aceitar e só recusava os convites quando havia algum compromisso muito importante. O técnico do laboratório sempre dizia que "essa menina era fominha" pelo seu entusiasmo.

Jujuba, na maioria das vezes, era a única garota em nosso time de futsal, mas ela aparentava não se importar e se mostrava bastante a vontade durante as partidas: dividia bolas, driblava, marcava, orientava os companheiros, liderava, ... Para os que ainda acham que "futebol não é coisa de mulher", Jujuba derruba este mito com seu talento e sua determinação em quadra. E ela jogava melhor que a grande maioria dos rapazes do laboratório.






Jujuba protagonizou muitos momentos divertidos em quadra. Certa vez, eu e meus colegas ficamos quase duas horas jogando e estávamos quase todos esgotados ao final daquela tarde... Menos ela! Jujuba tinha fôlego para mais partidas e ainda disse que iria treinar com suas amigas da biologia depois que fôssemos embora!

Houve uma outra ocasião em que estava chovendo muito, mas Jujuba e os rapazes do laboratório estavam com muita vontade de jogar. Descemos, então, para a quadra na esperança que o tempo melhorasse mas era inviável diante das tempestades típicas do verão paulistano.

A última vez que jogamos foi em 2013. Jujuba estava de malas prontas novamente para outro estágio no exterior e o pessoal do meu laboratório marcou um jogo de despedida. Ela liderava e orientava os companheiros aos gritos de "pisa, pisa"! O pai dela, que estava conosco, indagou o que era esse negócio de "pisar". Durante a mesma partida, Jujuba pressionou o defensor (ou fixo) adversário, que tentou sair jogando, e roubou a bola para fazer um gol. Bem antes do Bayern popularizar a marcação alta, Jujuba já apertava a saída de bola dos zagueiros rivais.

Convivi com Jujuba até 2015 quando deixei o ICB e não jogamos mais nenhuma partida desde então. Mantivemos contato através de redes sociais e ainda nos falamos com alguma frequência. Durante a última vez que eu conversei com ela, aliás, enviei-lhe um vídeo contendo um de seus melhores lances em quadra. E a filmagem acabou servindo de inspiração para este texto.

Foi muito divertido dividir a bancada com Jujuba. Sua inteligência e determinação eram exemplares para qualquer colega de trabalho. E seu entusiasmo com o futebol era contagiante. Nunca havia convivido com uma pessoa tão talentosa com a bola nos pés e com tanto amor pelo futsal. 







sábado, 14 de novembro de 2020

Palpites para a Euro 2021... Se Houver!

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



Escócia, Eslováquia, Hungria e Macedônia garantiram as últimas quatro vagas para a Eurocopa 2021 na última quinta-feira. Com isso, estão definidos os 24 times que disputarão o troféu no próximo ano. As equipes já foram previamente divididas em seis grupos de quatro seleções através de sorteio realizado no dia 30 de novembro de 2019 -sim, a UEFA desta vez sorteou o chaveamento antes que todos os participantes fossem conhecidos.

A Euro 2021 tem previsão para ser realizada entre junho e julho do próximo ano mas a competição ainda tem futuro incerto neste momento em virtude da segunda onda de COVID 19 na Europa, conforme eu expliquei em um texto publicado nesta semana.

Cada um dos seis grupos disputará a primeira fase da competição em duas cidades-sede, sendo cada localidade em um país diferente. Avançarão para as oitavas-de-final as duas melhores seleções de cada chave além dos quatro melhores terceiros colocados, assim como foi na edição passada.

Faremos, como sempre, uma breve análise dos grupos e daremos palpites para classificados. Será que a sua seleção favorita tem chances de avançar? Confira!



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



GRUPO A- Turquia, Itália, País de Gales e Suíça

Cidades-Sede- Roma (Itália) e Baku (Azerbaijão)

A Itália, no papel, seria franca favorita deste grupo mas a Azzurra vem de uma das maiores crises de sua história (não conseguiu se classificar para o último Mundial) e o sentimento sobre a renovada Seleção Italiana ainda é de desconfiança. Turquia, Suíça e País de Gales não são equipes de muita tradição no futebol, mas são times raçudos e que sempre dão trabalho. A tendência é de que haja muito equilíbrio no grupo apesar da tradição dos Azzurri.

Palpites: 
1°- Itália
2°- Suíça
3°- País de Gales
4°- Turquia



GRUPO B- Dinamarca, Finlândia, Bélgica e Rússia

Cidades-Sede- Copenhague (Dinamarca) e São Petersburgo (Rússia)

O caminho, em teoria, está aberto para a Bélgica que possui uma seleção mais forte e que vive o seu auge técnico. A Rússia seria a segunda força desta chave com uma base já bem estabelecida e boas exibições recentes, mas os dois times escandinavos não podem ser subestimados em hipótese alguma devido ao seu grande potencial para surpreender.

Palpites: 
1°- Bélgica
2°- Rússia
3°- Dinamarca
4°- Finlândia



GRUPO C- Holanda, Ucrânia, Áustria e Macedônia

Cidades-Sede- Amsterdam (Holanda) e Bucareste (Romênia)

A Holanda é a seleção mais forte deste grupo mas a Oranje participará da competição sob muita desconfiança -não participou da Euro 2016, esteve fora da Copa 2018, a equipe está totalmente renovada e houve uma troca recente de treinador. A Ucrânia não parece mais órfã de Shevchenko e Tymoshchuk, podendo sonhar com a classificação inédita para o mata-mata. Áustria e, principalmente, a estreante Macedônia não devem ir muito longe.

Palpites: 
1°- Holanda
2°- Ucrânia
3°- Áustria
4°- Macedônia



GRUPO D- Inglaterra, Croácia, Escócia e República Checa

Cidades-Sede- Londres (Inglaterra) e Glasgow (Escócia)

Há dois anos atrás a Croácia estava no auge e eliminou a emergente Inglaterra durante a Copa 2018. Hoje, contudo, os papéis se invertem e temos um English Team mais maduro e uma Hrvatska já envelhecida clamando por uma renovação. A República Checa corre por fora e a Escócia é a azarona do grupo, mas pode engrossar motivada pela rivalidade com os ingleses.

Palpites: 
1°- Inglaterra
2°- Croácia
3°- República Checa
4°- Escócia



GRUPO E- Espanha, Suécia, Polônia e Eslováquia

Cidades-Sede- Bilbao (Espanha) e Dublin (Irlanda)

A Espanha é a favorita, mas demonstrou poucas exibições convincentes nos últimos jogos e ainda reluta em abrir mão da fantástica porém envelhecida geração 2008-2012. Polônia e Suécia vão brigar pela segunda colocação mas podem sonhar com a ponta dada a instabilidade da Furia. A Eslováquia é a azarona da chave.

Palpites: 
1°- Espanha
2°- Polônia
3°- Suécia
4°- Eslováquia



GRUPO F- Hungria, Portugal, França e Alemanha

Cidades-Sede- Munique (Alemanha) e Budapeste (Hungria)

Você estava com saudade dos chamados "grupos da morte"? Eis uma chave com três campeões e todos contando com gerações fortíssimas de jogadores. Pior para os húngaros que só têm o fator casa a seu favor para tentar uma vaga -isso supondo que haverá público na Euro 2021. A França, no auge e com muitas opções no elenco, tem mais chances de ficar na ponta. A ainda baqueada Alemanha e a renovada Seleção Portuguesa devem brigar pela segunda vaga. Aqui, contudo, fica difícil apontar um favorito mesmo levando em conta o momento dos times.

Palpites: 
1°- França
2°- Portugal
3°- Alemanha
4°- Hungria



PALPITES PARA OS MELHORES TERCEIROS LUGARES- mesmo que não consigam ficar entre os dois primeiros colocados em suas respectivas chaves, as seleções ainda podem sonhar com uma vaga nas oitavas-de-final. O Grupo A dificilmente terá um terceiro colocado apto a avançar em virtude do equilíbrio da chave, enquanto no Grupo B uma eventual disputa entre Finlândia e Dinamarca deve terminar em empate dada a rivalidade entre os vizinhos escandinavos. A Áustria deve sobrar diante da estreante Macedônia; a República Checa tem mais time e tradição que a Escócia; a Suécia vive um melhor momento que a Eslováquia; e a Alemanha deve golear a Hungria atém de ter potencial para arrancar pelo menos um empate dos outros rivais.

Palpites: 
- Alemanha
- Áustria
- República Checa
- Suécia



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020