quinta-feira, 23 de março de 2023

Aviso




O blog Farma Football ficará sem atualizações por tempo indeterminado.

Pedimos desculpas pela ausência e agradecemos a compreensão.



quarta-feira, 22 de março de 2023

Corações Partidos

Lucas começou e encerrou sua carreira no Grêmio
(imagem extraída de www.facebook.com/Gremio).



O volante Lucas Leiva anunciou sua aposentadoria através de redes sociais na última sexta-feira, dia 17 de março. O agora ex-jogador havia sido diagnosticado com um problema no coração em dezembro do ano passado e permaneceu afastado até que novos exames determinassem a gravidade do quadro. O atleta optou por encerrar a carreira após os resultados da nova triagem, que confirmaram que haveria risco de morte ao futebolista caso permanecesse nos gramados.

O futebol sempre foi um esporte de alto rendimento mas as suas exigências físicas atingiram patamares ainda mais elevados durante as duas últimas décadas, o que custou as vidas de muitos atletas. Marc-Vivien Foé, Miklos Fehér, Serginho, Antonio Puerta e Cheick Tioté foram alguns dos futebolistas que se foram em decorrência de problemas cardíacos enquanto jogavam.

O drama do jogador causou uma grande comoção nas redes sociais. Seus ex-clubes (Grêmio, Liverpool e Lazio) e vários de seus ex-colegas de time fizeram questão de homenagear o agora ex-volante com diversas mensagens emocionantes e que Lucas compartilhou em seu Instagram. Como afirmou o blog Trivela, o meio-campista foi adorado por onde passou e os posts dos amigos deixaram muito evidente este carinho.

Lucas é sobrinho do ex-atacante Leivinha, ídolo no Palmeiras e no Atlético de Madrid durante os anos 70. O volante mostrou que também tinha luz própria e jamais precisou da influência de seu parente famoso para se afirmar nos gramados. Porém, passou a adotar o sobrenome do tio (Leiva) para não ser confundido com os xarás na Seleção Brasileira, como o meia Lucas Lima e o atacante Lucas Moura.

O valente coração de Lucas sempre fora testado desde a sua promoção para o time principal do Grêmio em 2005, quando recebeu a dura missão de reerguer o Imortal e levar o clube de volta à Série A. Não apenas teve êxito como também, por muito pouco, não foi campeão da Libertadores dois anos depois -foi derrotado pelo Boca Juniors de Riquelme na final.



Lucas enfrentou diversos problemas no Liverpool mas
ajudou os Reds a acabarem com o jejum de títulos
(imagem extraída de www.facebook.com/LiverpoolFC).



Seu talento o levaria ao Liverpool ainda em 2007 onde viveria o céu e o inferno. Lucas ajudou a acabar com o jejum de títulos dos Reds (que ficaram de 2005 a 2012 sem erguerem um troféu) e também foi nomeado capitão do time em 2016 após a saída de Steven Gerrard. Mas conviveu com muitas lesões na Inglaterra, enfrentou as constantes mudanças de treinador e teve de lidar com a bagunça administrativa no clube.

Sua parada final na Europa se deu na Lazio da Itália onde rapidamente se firmou como titular, conquistou três troféus, virou (novamente) ídolo da torcida e foi eleito o melhor jogador biancocelesti nas temporadas 2017-18 e 2018-19. Lucas, cabe mencionar, merecia ter sido convocado para a Copa do Mundo pela bola que vinha jogando na Velha Bota, mas Tite preferiu Fred e Fernandinho, além do "intocável" Casemiro.

Retornou para o Grêmio em 2022 com a mesma missão de 17 anos atrás: levar o Imortal de volta à Primeira Divisão, tarefa que ele cumpriu novamente apesar dos 35 anos nas costas. Seu cansado coração, porém, não aguentaria mais tantas batalhas duras pela frente e o volante, ciente dos riscos, optou por pendurar as chuteiras no começo deste ano.

Lucas se despede dos gramados com poucos troféus na carreira e com poucas passagens memoráveis pela Seleção Brasileira. O agora ex-volante, contudo, será sempre lembrado com carinho pelo seus amigos e torcedores. Seu talento e seu carisma permitiram que o meio-campista rapidamente se estabelecesse sem dificuldades nos times e também que o jogador fosse amado por todos os lugares onde passou.

Lucas quem foi diagnosticado com o problema cardíaco mas foram seus fãs e companheiros de time que ficaram de coração partido. As diversas homenagens que recebeu demonstraram o quanto ex-volante foi uma pessoa especial por onde passou.



Lucas também foi ídolo na Lazio e obteve diversas conquistas (indivuais e coletivas)
pelos Biancocelesti (imagem extraída de www.facebook.com/SSLazioOfficialPage).




terça-feira, 21 de março de 2023

Os Dois Lados da Moeda

Reprodução www.instagram.com/a.prost



Cara e coroa. Dia e noite. Luz e escuridão. Yin e Yang. Todos fenômenos antagônicos (não necessariamente "inimigos") mas que não conseguem existir sem a presença da outra contraparte. São como duas faces de uma mesma moeda: estão sempre em oposição mas, ao mesmo tempo, são inseparáveis.

A rivalidade entre os pilotos Ayrton Senna e Alain Prost foi uma das maiores já ocorridas no esporte. Os dois adversários chegaram a transcender os limites da competitividade ao ponto da disputa entre ambos se tornar uma baixaria. Em 1989, o francês tirou o brasileiro da pista no Grande Prêmio do Japão e se sagrou tricampeão mundial na Fórmula 1. No ano seguinte, porém, o paulistano deu o troco no mesmo palco e provocou um acidente que sacramentou o seu título durante aquela temporada.

Imaginava-se que Senna e Prost fossem "inimigos" tamanha era a rivalidade entre ambos. Alguns jornalistas afirmam que os dois sequer se falavam enquanto eram colegas na escuderia McLaren entre 1987 e 1989. Conta-se que o francês até precisou ser escoltado pela polícia durante as provas aqui no Brasil temendo agressões de torcedores mais exaltados.

Ficou evidente, porém, que os dois eram apenas "rivais" e que se respeitavam a despeito de toda a animosidade que havia entre ambos. Mais do que isso, ficou claro que Prost e Senna eram como as duas faces de uma mesma moeda: estavam sempre em lados opostos mas jamais poderiam viver separados.



Reprodução www.instagram.com/a.prost



Prost deixou o automobilismo em 1993 e Senna, em seu último treino antes do acidente fatal em 1994, enviou uma mensagem dirigida ao francês sabendo que o rival estava comentando a sessão para uma emissora de televisão. O brasileiro deixou evidente o quanto sentia falta de seu grande adversário nas pistas, a quem chamou de "amigo" durante a transmissão.

O francês também reconheceu o quanto o brasileiro fora fundamental em sua carreira, sobretudo após a falecimento do rival. Prost afirmou em entrevistas que "quando Senna morreu, uma parte sua também morreu". A maior demonstração disto se deu durante o velório do paulista, quando Alain fez questão de ajudar a carregar o caixão até o sepultamento.

Prost jamais esqueceu Senna mesmo passados quase trinta anos desde o falecimento do rival. As redes sociais do francês estão repletas de fotos junto com o brasileiro que estão reproduzidas aqui no blog. Ademais, a cada 1º de maio Alain sempre recorda com dor as lembranças daquele dia fatídico quando "uma parte sua também morreu".

Senna e Prost eram realmente como duas faces de uma mesma moeda: estavam sempre duelando em lados antagônicos mas jamais poderiam viver sem a outra contraparte. A vida do francês nunca mais seria a mesma sem seu "outro lado" como ele mesmo sempre faz questão de demonstrar.



Reprodução www.instagram.com/a.prost




segunda-feira, 20 de março de 2023

O Chefe

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Rogério Ceni sempre foi o centro das atenções no São Paulo. O ex-goleiro possui mais de vinte anos dedicados ao clube como jogador, foi um líder nato no elenco, era amado pelos torcedores e, verdade seja dita, gozava de muitos privilégios na instituição.

O treinador, porém, vem percebendo que o cenário mudou bastante durante esta segunda passagem pelo clube. A sua relação com torcedores e com o elenco é bem diferente dos tempos em que defendia as balizas do Tricolor. A idolatria desapareceu, as cobranças aumentaram e o paranaense é muito mais contestado pelos seus erros.

Ceni, como jogador, sempre teve autoridade para questionar os colegas no vestiário. Agora como treinador ele percebe que não mais pode cobrar os atletas como fazia em seus tempos de goleiro. O paranaense já sentiu isto na pele enquanto comandava o Cruzeiro e o técnico acabou derrubado próprio grupo quando peitou as lideranças do time celeste. E a história agora se repete com o incidente envolvendo o meia Marcos Paulo.

O treinador, mais do que ninguém, deveria saber o quanto os jogadores são poderosos e podem facilmente derrubar um técnico. O próprio Ceni já foi acusado de fazer "motim" contra Ney Franco em meados de 2013. Ademais, é sempre mais barato para um clube demitir o comandante do que vários atletas descontentes, lembrando que os futebolistas também são "ativos" da instituição e afastá-los ou dispensá-los significa a sua consequente desvalorização.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Ceni dificilmente será demitido pelo incidente com Marcos Paulo apesar dos riscos. Segundo o jornalista Cosme Rímoli, o ex-goleiro serve de "escudo" para seus dirigentes e, em razão disto, seguirá no comando. Isto ficou evidente durante o ano passado quando o treinador e o meia Patrick se desentenderam -o jogador, apesar de "perdoado", optou por deixar o Tricolor.

O ego de Ceni aliado ao seu excesso de poderes no clube, porém, ainda podem causar a ruína do time se os dirigentes não controlarem bem o seu ambicioso treinador. A perda do elenco é o primeiro passo para os resultados ruins e consequente crise na equipe. E, se isto acontecer, o presidente Julio Casares não terá outra saída senão abrir mão de seu precioso "escudo".

Ceni, justiça seja feita, sempre fez muito pelo São Paulo mas seu legado não o exime da responsabilidade pelos tropeços de sua equipe. Ademais, o ex-goleiro deve ter consciência: sua relação com os torcedores e, principalmente, com o elenco é muito diferente dos seus tempos de atleta. Descontentar os jogadores e os fãs pode trazer consequências graves, para o time e para o próprio treinador.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc




domingo, 19 de março de 2023

Aulas de Dança




Posso falar por experiência própria que a vida nas pesquisas é bastante estressante. Não eram raros os desentendimentos entre colegas do instituto ou as pessoas ansiosas por um "ouvido amigo" que pudesse ouvir seus desabafos e lamentos.

2011. Um amigo se ofereceu para lecionar aulas de dança de salão aos alunos e funcionários de meu laboratório. O objetivo era promover uma melhor integração entre os colegas e também desestressar daquela rotina intensa na bancada. Nos reuníamos uma vez por semana -não me recordo se às terças ou quartas-feiras durante a hora do almoço- para as atividades.

Confesso que nunca tive vontade de aprender a dançar mas nem titubeei quando recebi o convite para assistir às aulas. Aceitei mais como curiosidade para saber como seriam as atividades. E não é que foi realmente divertido participar da "brincadeira"?

Dançamos vários tipos de ritmo nas aulas mas só me recordo do samba e do forró. No início eu era muito desengonçado com meus movimentos e até hoje não faço ideia como fiz as aulas sem pisar nos pés das parceiras ou trombar nos colegas ao lado. O meu amigo era realmente um professor muito paciente para ensinar...






A melhor parte das aulas foi conhecer os colegas fora do ambiente de trabalho. Por mais que surjam amizades, a bancada exige muito profissionalismo e as interações são mais frias e distantes. Eu não sentia muito isso inicialmente porque eu era um dos "bagunceiros" do laboratório, mas fui percebendo com o tempo que não era o comportamento ideal.

Também pude "aplicar" o que aprendi nas aulas durante uma viagem para Águas de São Pedro, que eu já relatei em outro post do blog. Passamos boa parte da noite dançando até o momento que alguns colegas se cansaram e tivemos de parar a música para não acordar os "dorminhocos".

Não me recordo o motivo para o fim das aulas de dança ainda em 2011 mas acredito que a agenda atribulada dos colegas foi a principal razão -alguns precisavam defender suas teses/dissertações enquanto outros estavam de malas prontas para estudar no exterior.

Hoje reconheço que eu poderia ter valorizado um pouco mais as aulas de dança. Era muito legal conhecer os colegas fora do ambiente de trabalho e também sair durante alguns minutos daquela estressante rotina. Como dizia aquela frase: a gente só dá valor para as coisas depois que as perdemos.







sábado, 18 de março de 2023

Funil Europeu

Imagem extraída de www.facebook.com/EuropaLeague



Foi realizado o sorteio que definiu os confrontos válidos pelas quartas-de-final da Europa League na manhã de ontem. Assim como ocorre na Champions League, não há mais restrições para os cruzamentos nesta fase. Ademais, foram definidos também as rotas para as etapas seguintes, semifinais e final.

Tivemos algumas surpresas durante a fase anterior incluindo a eliminação do Arsenal pelo Sporting em pleno Emirates Stadium, o Union Saint-Gilloise que jogou um balde de água fria na boa fase do Union Berlin, e a sapatada de 7x1 do Feyenoord no Shakhtar Donetsk.

As oitavas-de-final servem, mais uma vez, para os clubes lembrarem: as equipes tidas como "azaronas" sempre têm o direito de sonhar com a classificação enquanto os times considerados "favoritos" jamais devem subestimar seus rivais por mais que haja diferenças entre a tradição ou o poder aquisitivo dos adversários.

O sorteio gerou muitos confrontos abertos, com boas chances para a maioria dos times avançarem. Não houve aqui a "concentração" de equipes milionárias de um único lado da chave como aconteceu na Champions.

Faremos, como é tradição aqui no blog, uma breve análise dos confrontos e daremos palpites. Cabe sempre lembrar que não estamos falando em "certezas" a respeito dos resultados, e sim em probabilidades baseadas no momento das equipes, qualidade dos elencos e o feeling do autor. Confiram:



A rota das equipes até a final (imagem
extraída de www.facebook.com/EuropaLeague).



Os jogos de ida serão realizados na quinta-feira dia 13 de abril, enquanto os de volta acontecerão na quinta-feira dia 20 de abril (os horários não haviam sido divulgados até a publicação deste texto).



JUVENTUS (Itália) X SPORTING (Portugal): a Juve terá de enfrentar a "zebra" portuguesa que eliminou o Arsenal em Londres. O favoritismo é dos italianos, mas os Leões têm o mando no jogo de volta e não podem ser subestimados em hipótese alguma.

Jogo de ida: Allianz Stadium (Itália)

Jogo de volta: Estádio José Alvalade (Portugal)

Palpite: Juventus



MANCHESTER UNITED (Inglaterra) X SEVILLA (Espanha): apesar de ser o maior vencedor da competição, o Sevilla dificilmente conseguirá fazer frente ao United que possui um melhor elenco e atravessa um momento mais tranquilo.

Jogo de ida: Old Trafford (Inglaterra)

Jogo de volta: Ramón Sánchez Pizjuán (Espanha)

Palpite: Manchester United



FEYENOORD (Holanda) X ROMA (Itália): vantagem para os italianos que possuem mais elenco, mandam o jogo de volta e sabem jogar melhor com o regulamento.

Jogo de ida: De Kuip (Holanda)

Jogo de volta: Stadio Olimpico (Itália)

Palpite: Roma



BAYER LEVERKUSEN (Alemanha) X UNION SAINT-GILLOISE (Bélgica): será difícil para os belgas aprontarem em cima de outro alemão, visto que o Leverkusen tem mais elenco. O Saint-Gilloise, porém, possui o mando do returno.

Jogo de ida: Bay Arena (Alemanha)

Jogo de volta: Joseph Marienstadion (Bélgica)

Palpite: Bayer Leverkusen



Imagem extraída de www.facebook.com/EuropaLeague




sexta-feira, 17 de março de 2023

Funil dos Campeões

Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague



Foi realizado nesta manhã o sorteio que definiu o chaveamento das quartas-de-final da Champions League. Não havia nenhuma restrição para os confrontos -diferente do que ocorre na etapa anterior- e equipes de um mesmo país ou que já se enfrentaram na fase de grupos podem se encontrar. Também foram firmados os mandos de campo e também as rotas até a grande final.

Chama a atenção a presença de três equipes italianas nesta fase, algo que não ocorria desde a temporada 2005-06. Dos oito clubes participantes, dois deles (City e Napoli) ainda não faturaram o troféu, o que oferece a possibilidade de haver algum campeão inédito nesta edição.

Os cruzamentos, como destacou o jornalista VSR, "concentraram" as equipes com maior poder aquisitivo de um lado (Chelsea, Bayern, City e Real), o que aumenta as chances para os demais clubes conseguirem o troféu. Ademais, teremos pelo menos um time italiano garantido nas semifinais, o que permite aos fãs do Calcio sonharem com a taça.

Faremos, como é tradição aqui no blog, uma breve análise dos confrontos e daremos palpites. Cabe sempre lembrar que não estamos falando em "certezas" a respeito dos resultados, e sim em probabilidades baseadas no momento das equipes, qualidade dos elencos e o feeling do autor. Confiram:



O chaveamento das próximas fases da Champions (imagem
extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague).



REAL MADRID (Espanha) X CHELSEA (Inglaterra): o Chelsea, após um longo momento de instabilidade, parece ter recuperado o fôlego mas o Real Madrid, com um elenco mais entrosado e mais acostumado às decisões, ainda é favorito.

Jogo de ida: quarta-feira, dia 12/04/2023, às 17:00h (horário de Brasília) no Santiago Bernabéu (Espanha)

Jogo de volta: terça-feira, dia 18/04/2023, às 17:00h (horário de Brasília) no Stamford Bridge (Inglaterra).

Palpite: Real Madrid



MANCHESTER CITY (Inglaterra) X BAYERN MÜNCHEN (Alemanha): páreo duro. Dois times com ótimos elencos, atravessando bons momentos e com estilos de jogo belíssimos. Ligeira vantagem para o Bayern que possui mais tradição na competição e também já demonstrou força diante de rivais endinheirados durante fases anteriores.

Jogo de ida: terça-feira, dia 11/04/2023, às 17:00h (horário de Brasília) no Etihad Stadium (Inglaterra)

Jogo de volta: quarta-feira, dia 19/04/2023, às 17:00h (horário de Brasília) no Allianz Arena (Alemanha).

Palpite: Bayern München



BENFICA (Portugal) X INTERNAZIONALE (Itália): duas equipes que já venceram a competição mas que há anos não honram suas respectivas tradições na Champions. O duelo deve ser equilibrado mas a Internazionale sabe jogar melhor com o regulamento.

Jogo de ida: terça-feira, dia 11/04/2023, às 17:00h (horário de Brasília) no Estádio da Luz (Portugal)

Jogo de volta: quarta-feira, dia 19/04/2023, às 17:00h (horário de Brasília) no Giuseppe Meazza (Itália).

Palpite: Internazionale



MILAN (Itália) X NAPOLI (Itália): confronto caseiro. O Milan possui mais tradição na competição mas o Napoli atravessa um momento melhor e possui mais elenco que os rivais.

Jogo de ida: quarta-feira, dia 12/04/2023, às 17:00h (horário de Brasília) no San Siro (Milão, Itália)

Jogo de volta: terça-feira, dia 18/04/2023, às 17:00h (horário de Brasília) no Diego Armando Maradona (Nápoles, Itália).

Palpite: Napoli



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague




quinta-feira, 16 de março de 2023

O Futebol Italiano Respira

Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague



Todos sabem que o futebol é tradição na Itália. Sua seleção possui dois títulos europeus e quatro mundiais. Não obstante, o país já venceu a Champions League doze vezes sendo sete conquistas com o Milan, três com a Internazionale e duas com a Juventus. Durante os últimos anos, porém, observou-se apenas espasmos do Calcio.

O enfraquecimento da liga e dos times locais fizeram com que o futebol italiano perdesse a força que o país ostentava no passado. Durante os anos 90, até mesmo equipes que hoje são consideradas "medianas" como Parma, Fiorentina e Sampdoria possuíam elencos estrelados e faziam frente às grandes potências europeias.

Os jornalistas, em decorrência disto, exaltaram muito o desempenho dos clubes italianos na atual edição da Champions League. Pela primeira vez desde a temporada 2005-06, a Itália terá três representantes nas quartas-de-final da competição: Internazionale, Milan e Napoli.

O fato da Itália contar com três equipes nas quartas-de-final aumentam as chances do país reaver a "Orelhuda", algo que não ocorre desde 2010 quando a Internazionale venceu a competição. A notícia certamente traz alguma esperança para os fãs do Calcio que, durante anos, tinham apenas a Juventus com algum favoritismo ao troféu, além de observarem a sua seleção protagonizar diversos vexames.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague



Será difícil, porém, observarmos algum time italiano ficar com o troféu na atual temporada. As equipes em melhor situação financeira e com elencos mais robustos -Bayern München, Manchester City e Real Madrid- ainda estão na frente na corrida pela "Orelhuda". O próprio desempenho destes clubes nas fases anteriores deixa isto bastante evidente.

Cabe mencionar que os Rossoneri e os Nerazzurri conquistaram suas respectivas vagas com uma boa dose de sofrimento -terminaram em segundo lugar em suas chaves e tiveram de decidir as oitavas fora de casa em partidas de muita pressão adversária. Terão de se desdobrar ainda mais em campo na próxima fase onde enfrentarão adversários teoricamente mais qualificados.

Muitos dos comunicadores depositam no surpreendente Napoli as esperanças da Itália reaver a "Orelhuda" visto que o time partenopeo vem encantando com seu futebol artístico e a equipe ainda fez frente a potências como Ajax e Liverpool durante a fase de grupos. A falta de tradição e de "casca" pode minar as chances da equipe de Luciano Spalletti, mas o retrospecto na atual temporada traz algum ânimo.

Ainda é cedo para falarmos em um "renascimento" do futebol italiano no cenário internacional mas o fortalecimento da liga e das equipes durante os últimos anos começa a dar alguns frutos na atual temporada. Um título ainda seria muito difícil visto que equipes de outros países ainda estão na frente na corrida pela Champions, mas seria maravilhoso um troféu para coroar este momento de consagração do Calcio.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague




quarta-feira, 15 de março de 2023

Para Maradona

Com dois gols, Osimhen colocou o Napoli pela primeira vez nas quartas da
Champions League (imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague).



Um comentário emocionante no Twitter (cujo autor não me recordo) lamentava que Diego Armando Maradona não está mais entre nós para presenciar o tri da Seleção Argentina e também o renascimento do Napoli, o clube que defendera durante os anos 80. Os Partenopei desfrutam de uma fase espetacular, liderando a Serie A com 18 pontos de vantagem para o segundo colocado e agora estão nas quartas-de-final da Champions pela primeira vez em sua história, algo que nem mesmo o Pibe conseguira. 

O Napoli, que construíra uma vantagem de 2x0 no jogo de ida, foi a campo em 4-3-3/4-1-4-1 com a proposta de aproveitar o desespero do Eintracht Frankfurt para fazer contra-ataques. Os Adler, por sua vez, adotaram um 4-2-3-1 variando para 3-6-1 com o lateral direito Buta subindo para o meio-de-campo.

Os visitantes, que necessitavam do resultado, tomaram a iniciativa e atacaram principalmente pela direita com Buta e Knauff, além de rodar o quarteto ofensivo visando confundir a marcação napolitana. Os mandantes responderam pelos lados em velocidade ou com bolas longas tentando acionar Kvaratskhelia ou Politano pelas pontas. Osimhen também se movimentou bastante, visando abrir espaços para os companheiros e também para articular contra-ataques velozes pelo meio.

A partida permaneceu bastante equilibrada até que no final da primeira etapa um cruzamento certeiro pela direita achou a cabeça de Osimhen e o nigeriano só teve o trabalho de empurrar para as redes. Napoli 1x0.



Frankfurt, em 3-6-1, ataca principalmente pela direita com
Buta e Knauff. Napoli, em 4-3-3/4-1-4-1, responde pelos
lados em velocidade ou com bolas longas para Politano e
Kvaratskhelia, além de usar a movimentação de Osimhen
(imagem obtida via this11.com).



O Frankfurt tenta reagir mas é travado pela marcação alta do Napoli. Os italianos aproveitam o desespero dos rivais para responder com linhas adiantadas e muitas jogadas em velocidade. Osimhen e Zieliński (de pênalti) dão números finais à partida logo no começo da etapa complementar.

O treinador Oliver Glasner mexe no time e os alemães até conseguem criar algumas chances em lances de bola parada, mas já estavam mentalmente derrotados e ainda facilitavam o trabalho dos mandantes cometendo muitas faltas.

Luciano Spalletti, por sua vez, apenas realiza substituições visando descansar o elenco para o restante da temporada. O Napoli, satisfeito com o placar, "cozinha o galo" trocando passes e deixa o tempo passar até o apito final.



Napoli volta ainda mais agressivo para o segundo tempo,
pressionando a saída de bola alemã e adiantando as linhas
(imagem obtida via this11.com).



Napoli confirma a ótima fase e vai para as quartas-de-final pela primeira vez na história com méritos. O belo futebol dos italianos anulou totalmente os visitantes e o time demonstrou muita força no banco de reserva visto que Spalletti mandou uma equipe mista para o confronto e isto em nada prejudicou o desempenho dos Partenopei.

Frankfurt se despede fazendo uma ótima campanha chagando às oitavas da Champions após conquistar o bicampeonato da Europa League. O muito dos Adler, porém, foi pouco para encarar o surpreendente time do Napoli. Resta a Oliver Glasner e seus comandados lutar por uma nova vaga para as competições europeias na Bundesliga -estão em 6º lugar, cinco pontos atrás do 4º colocado, Union Berlin.

Napoli desfruta de seu ótimo momento e faz história na Champions League. Realmente é uma pena que Maradona não esteja mais entre nós para testemunhar mais este grande feito da atual geração dos Partenopei. Certamente o Pibe estaria muito orgulhoso de seu ex-clube pela classificação inédita.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague




terça-feira, 14 de março de 2023

Classificação com Ressalvas

Haaland anotou cinco gols em uma partida com uma arbitragem
discutível (imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague).



Erling Haaland teve uma atuação de gala ao anotar cinco gols na vitória por 7x0 do Manchester City sobre o Red Bull Leipzig -De Bruyne e Gündoğan marcaram os outros dois. A fantástica exibição do norueguês, porém, foi ofuscada pela interferência da arbitragem que favoreceu o time da casa em pelo menos dois lances bastante discutíveis.

Guardiola escalou seu time em 4-4-2/3-4-3 com De Bruyne atuando como um segundo atacante enquanto Grealish e Stones fizeram as alas durante alguns momentos. Marco Rose, por sua vez, foi de 4-2-3-1 com o volante Laimer adiantado na ponta direita e Szoboszlai na esquerda.

A partida começou bastante equilibrada. O City, surpreendentemente, acelerou o jogo e levantou muitas bolas para Haaland na área, algo que raramente observamos nos times de Guardiola. Leipzig respondeu principalmente pela esquerda com Henrichs e Laimer tentando acionar Werner, além de utilizar a imposição física para travar os Citizens.   

O primeiro lance polêmico do jogo ocorreu em uma mão na bola de Henrichs que não foi considerada faltosa pela arbitragem por não ter interferido no desenrolar da partida, mas o VAR recomendou revisão e marcação de pênalti. Haaland, alheio à confusão, cobrou com perfeição e abriu o placar. City 1x0.

O Red Bull, precisando reagir, foi para cima do City mas os donos da casa marcaram a saída de bola dos visitantes e fizeram mais dois gols com o norueguês. Houve, ainda, uma dividida em que Ederson atingiu Timo Werner fora da área sem a bola mas a arbitragem puniu apenas o alemão com cartão amarelo por reclamação.



City, em 4-4-2/3-4-3, acelera o jogo pelos lados e levanta bolas
tentando acionar Haaland. Leipzig, em 4-2-3-1, tenta responder
principalmente pela esquerda com Henrich e Laimer tentando
acionar Werner (imagem obtida via this11.com).



O Leipzig, sem alternativa, tenta sair jogando em busca do empate -ou, ao menos, para diminuir o prejuízo. O City, porém, segue implacável na marcação alta e consegue ampliar com Gündoğan e Haaland (duas vezes) para 6x0.

O jogo já estava praticamente decidido e Guardiola se limitou a substituir alguns jogadores para poupá-los para a sequência da temporada. Marco Rose colocou mais atacantes (Yurary e André Silva) mas o Red Bull já estava mentalmente derrotado e as poucas tentativas de reação eram facilmente interceptadas pelos mandantes. Houve tempo para De Bruyne fechar a conta com um chutaço de fora da área.

City venceu por ter um elenco superior ao do Leipzig mas a arbitragem, a meu ver, foi totalmente discutível. O pênalti eu até achei justo mas a mão na bola não interferiu no desenrolar do lance. E a dividida de Ederson merecia ao menos uma marcação de falta contra o brasileiro visto que Timo Werner não estava com a pelota.

É uma pena que a arbitragem tenha interferido no desenrolar da partida. Haaland e o City deram um espetáculo em campo e o show não merecia ser maculado com tantos lances polêmicos que poderiam até mudar o destino dos times.



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague




A Geração dos Torcedores Mimados

Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



Quanto mais os times conquistam troféus, mais os seus torcedores se tornam exigentes. Alguns fãs, porém, passam a acreditar que os títulos são "rotina" em um clube e a tolerância com os erros diminui exponencialmente. E as críticas ganham um peso ainda maior com o advento da internet -basta navegar pelas redes sociais para encontrar diversos comentários ofensivos e até ameaçadores direcionados a equipes, treinadores e jogadores.

Já observei em redes sociais críticas exageradas e injustas direcionadas aos times, muitas delas visivelmente proferidas por torcedores "modinhas" que só apoiam as equipes que estejam em boa fase. Para estes fãs não basta apenas vencer: é preciso dar espetáculo em todas as partidas, nenhum erro é perdoado e cada troféu é obrigação.

Foi assim com o São Paulo após a conquista do tricampeonato mundial em 2005 e com o Corinthians após o bimundial em 2012. Aconteceu recentemente com o Palmeiras após o tri da Libertadores e agora está sendo assim com o Flamengo.

Muitos desses torcedores não sabem ou ignoram o fato de que a montagem de um time campeão não acontece do dia para a noite. É necessário planejamento, investimento e ajustes ao longo das competições. Oscilações podem ocorrer durante a trajetória e algumas batalhas podem ser perdidas. Há também as próprias aleatoriedades do esporte, que podem vir na forma de sorte ou azar.



Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



Não há uma regra de como se torcer para uma equipe e o fã tem todo o direito de protestar se estiver insatisfeito com algo, sobretudo aqueles que pagam para apoiar o time de coração, seja comprando ingressos ou consumindo produtos licenciados pelo clube. As cobranças, porém, devem ser justas e fundamentadas em fatos, e não porque o espectador ficou chateado com o jogador que errou o passe ou com o técnico que fez a substituição que você não gosta.

Nenhum time é infalível e toda fase boa uma hora acaba. O São Paulo, após anos de supremacia, acabou tropeçando na própria arrogância e ficou de 2012 até 2021 sem erguer um troféu. Ou o Corinthians que já foi chamado de "exemplo de administração" em 2012 e hoje acumula uma dívida recorde de quase um bilhão de reais.

O futebol, por fim, não é um serviço onde o cliente paga para ter uma vitória ou um título em troca. O fã tem o direito de exigir qualidade de seu time, mas não tem o direito de extrapolar os limites da lei ou do esporte. Jogador, treinador ou dirigente não são empregados do torcedor, por mais que cometam erros.

O torcedor tem o direito de torcer como lhe convir mas precisa se lembrar daquela frase de que "a liberdade termina onde começa a liberdade do outro". Críticas e cobranças devem ser justas, e não motivadas por raiva. Clubes são entidades sérias e devem ser administrados com profissionalismo, e não servirem aos caprichos de fãs mimados.



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segunda-feira, 13 de março de 2023

A (Não) Tragédia do Corinthians

Imagem extraída de www.facebook.com/ItuanoFC



A eliminação do Corinthians em casa para o Ituano no desinteressante Campeonato Paulista não pode ser vista como tragédia. Como é de praxe, alguns comunicadores se apressam em afirmar que há uma "crise" no Parque São Jorge e há diversas matérias sensacionalistas tentando fazer da queda alvinegra um desastre muito maior do que realmente é. Alguns questionamentos, contudo, se fazem necessários.

Precisamos, antes de mais nada, parabenizar o Ituano que, mesmo com menos elenco e recursos financeiros que o rival alvinegro, pôde fazer frente ao Corinthians e conseguir a vaga em um caldeirão hostil. O resultado também foi mérito do Galo.

Muitos afirmam que a ausência do meia Renato Augusto foi o principal motivo para a eliminação do Corinthians. É fato que o jogador carioca ainda faz muita diferença em campo mas cabe lembrar que o camisa 8 já está com 35 anos e uma lesão era uma bola cantada, sobretudo quando o atleta é utilizado constantemente sem ser poupado.

O elenco do Timão, aliás, possui muitos veteranos e alguns deles, infelizmente, já não entregam mais a intensidade exigida pelo futebol atual, além de estarem mais susceptíveis a lesões. Seria quase um sonho para o torcedor corinthiano ver Cássio, Fagner, Gil, Fábio Santos, Paulinho e Renato Augusto reunidos novamente. Porém, estes atletas já não estão na mesma forma física de dez anos atrás e alguns deles, verdade seja dita, já estão em final da carreira.



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Ficaram também questionamentos ao trabalho do treinador Fernando Lázaro. O jovem técnico foi uma aposta dos dirigentes após a conturbada saída de Vítor Pereira para o Flamengo. O comandante, sem dúvida, poderia ter rodado mais o elenco durante os pontos corridos para ter alternativas a Renato Augusto em um momento como este, mas suas escolhas foram totalmente justificáveis visto que uma derrota aumentaria a pressão por sua demissão, sobretudo com Tite desempregado e disponível no mercado. 

Lamenta-se que o Paulistão seria a única chance real de título para o Corinthians nesta temporada visto que as demais competições estão mais difíceis com o advento dos rivais milionários. Não é impossível que o Timão consiga algum troféu mas o clube, com quase um bilhão em dívidas, dificilmente poderia fazer frente a adversários melhor administrados e com maior poder aquisitivo.

Cabe, por fim, uma reflexão a respeito do formato de mata-mata, defendido pela imensa maioria dos torcedores corinthianos. Os fãs alvinegros apreciam o modelo visto que podem pressionar os rivais psicologicamente, mas em um campeonato eliminatório os riscos são muito maiores e um pequeno erro pode custar toda a competição.

Resta ao Corinthians reconhecer os méritos do Ituano, que foi valente em campo, e tentar aprender com os erros. Tite, aliás, foi o maior exemplo disto, lembrando que o técnico gaúcho também caiu nos Paulistões de 2011 e 2012 antes de fazer história pelo Timão. Fernando Lázaro e seus comandados fizeram uma boa competição e a eliminação não pode invalidar seus acertos, mas ficou evidente que ainda há muito a se fazer.



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domingo, 12 de março de 2023

Atlética Sem Teto

O prédio da Vivência da Farmácia, que estava em reforma durante a minha graduação



Eu já escrevi em vários textos que eu nunca quis muito envolvimento com a faculdade durante a minha vida universitária. Apesar de ter algum interesse em me divertir, meu objetivo era apenas pegar o meu diploma o quanto antes. Eu sequer dava muita atenção para entidades como Atlética ou Centro Acadêmico. Eu, aliás, não estava nem aí para o fato de que as duas associações estavam sediadas em um espaço improvisado devido a uma reforma no prédio onde deveria funcionar a vivência.

A primeira vez que eu precisei ir à Atlética foi para comprar alguns souvenirs da faculdade como adesivos e camisetas que, aliás, eu guardo até hoje com carinho. Falaram para eu ir até o "Queijinho", um edifício redondo e azulado localizado entre a Farmácia e a Química onde a entidade funcionava de maneira improvisada, algo que eu sequer me dei conta durante a ocasião. Lembro que fui atendido pela veterana Juliana com quem tenho contato até hoje.

Só me dei conta de que a Atlética estava "sem teto" durante meus últimos anos na faculdade quando recebi um e-mail no grupo da turma protestando pelo fato de que passamos toda a graduação sem ter um espaço dedicado às associações. O tal Queijinho era um espaço destinado a aulas mas que fora cedido aos alunos da Farmácia em decorrência da reforma no prédio da Vivência.






O prédio da Vivência voltaria a funcionar de maneira parcial durante a metade da minha graduação. O restaurante universitário (ou "bandejão"), que funcionava no edifício, reabriu na metade dos anos 2000 mas a Atlética e o Centro Acadêmico ainda ficariam mais algum tempo sediadas no Queijinho. Não me lembro o motivo para a demora mas acho que houve divergências entre as faculdades na divisão dos espaços.

Os alunos só teriam seu espaço de volta depois que eu me graduei. Não faço a menor ideia de quando isto ocorreu e nem quis saber visto que eu me encontrava afastado da Farmácia e já estava envolvido com novos projetos no Instituto de Ciências Biomédicas.

Eu, porém, tive o gostinho de usufruir do espaço depois de formado. Voltei a frequentar a Farmácia durante os Interanos e pude participar dos churrascos de integração realizados na Vivência. Ademais, fui a algumas festas realizadas no local enquanto elas eram permitidas. Apenas durante esses momentos me dei conta do que eu perdi durante a minha graduação. Eu sempre agradeço muito aos alunos que eu monitorei por me ajudarem a enxergar tudo isso.

Eu realmente espero que os alunos de hoje estejam desfrutando de seu merecido espaço. Eu praticamente não usufrui do prédio da Vivência pelo fato do edifício estar em reforma na época e também porque eu era um chato mesmo. Embora seja um direito dos graduandos, eu considero aquele local uma grande conquista para as entidades acadêmicas dada as dificuldades que estas tiveram para ter um teto para chamar de "seu".



Fico feliz em saber que hoje os alunos da Farmácia têm seu
merecido espaço. Durante a minha graduação, a Atlética e o
Centro Acadêmico funcionavam em um local improvisado.




sexta-feira, 10 de março de 2023

Aviso




Não teremos postagem hoje (dia 10/03/2023) nem amanhã (11/03/2023).

Voltaremos no domingo (12/03/2023) com mais uma crônica.




quinta-feira, 9 de março de 2023

Já Passou da Hora de Questionarmos Guardiola

Imagem extraída de www.facebook.com/mancity



Guardiola é um dos maiores treinadores de todos os tempos. O ex-volante junto com Vicente del Bosque e o finado Luis Aragonés revolucionou o esporte com o belo Tiki-Taka no final dos anos 2000. Mais do que isso, o trio de técnicos encontrou um meio de superar adversários alemães, italianos e ingleses (equipes que se valiam da força física e de defesas sólidas) com jogadores fracos e baixinhos adotando a filosofia de que "a bola é quem deve correr, não os atletas".

O catalão evoluiu bastante sob o aspecto tático após deixar o Barcelona em 2012. Guardiola hoje é bem mais receptivo com jogadores grandões como Haaland ou Lewandowski. O treinador atualmente também aceita métodos que jamais adotaria na Catalunha como imposição física, pragmatismo ou bolas altas.

O treinador, contudo, ainda não conseguiu repetir por outras equipes o desempenho que obtivera com o Barcelona na Champions League. O máximo que conseguiu foi chegar à final da edição 2020-21 quando o seu Manchester City, na ânsia de atacar, ofereceu muitos espaços ao Chelsea e só não foi goleado porque os Blues se esqueceram de calibrar a mira. 

Guardiola, mesmo sem a cobiçada "Orelhuda", ainda é presença constante entre os melhores técnicos na eleição da FIFA ano após ano. Não se discute o talento do catalão com a prancheta mas será que o ex-volante realmente merecia concorrer ao prêmio mesmo sem o título de uma Champions League ou de uma Copa do Mundo? Mais do que isso: não deveríamos esquecer um pouco o seu passado glorioso no Barcelona e questioná-lo pelo seu desempenho recente?



Imagem extraída de www.facebook.com/mancity



Muitos dos comunicadores ainda relutam em criticar Guardiola, provavelmente se apegando às memórias de seu trabalho no Barcelona -eu mesmo era assim. Alguns jornalistas, contudo, afirmam que o técnico "pensa demais" antes de cada jogo e acaba inventando em partidas decisivas. Na final contra o Chelsea, por exemplo, ele resolveu escalar Sterling apesar do atacante ter sido pouco utilizado na Champions daquele ano.

Guardiola é um bom técnico mas não pode ser poupado de críticas, sobretudo quando forem pertinentes. Todo treinador é um ser humano: erra, acerta, vence e perde. Foi assim com Jupp Heynckes, Carlo Ancelotti, José Mourinho, Jorge Jesus ou Abel Ferreira. Por que com o catalão deveria ser diferente?

O treinador, ademais, precisa ser cobrado por ainda não ter cumprido a sua principal meta que é vencer a Champions League. Todos sabem que os proprietários do City contrataram o catalão justamente para levar os Citizens ao inédito título europeu e Guardiola, que está prestes a completar sete anos no clube, sequer conseguiu uma Europa League. Reforços e respaldo nunca lhe faltaram, mas em muitas partidas ficou evidente que o técnico poderia ter feito melhor.

Guardiola revolucionou o futebol e seus feitos jamais devem ser esquecidos. Mas o esporte evolui e os treinadores também precisam se modernizar junto para não se tornarem ultrapassados. O catalão ainda merece ser celebrado pelos seus feitos mas não pode viver apenas de seu passado glorioso. O técnico deve, sim, ser questionado e cobrado por eventuais falhas.



Imagem extraída de www.facebook.com/mancity




quarta-feira, 8 de março de 2023

Frango Assado

O Milan controlou o jogo e trouxe a classificação de
Londres (imagem extraída de twitter.com/acmilan). 



O Milan está de volta às quartas-de-final da Champions League. Os Rossoneri, enfim, puderam ter algum gostinho de seus dias de glória, afinal os italianos são os segundos maiores vencedores da competição com sete taças mas há anos o Diavolo não faz jus à sua tradição. E tudo isso graças a uma "ajudinha" do Tottenham que perdeu a cabeça em um jogo dramático.

Os mandantes entraram em campo em 3-4-3/3-5-2 com Harry Kane atuando como "falso nove" e voltando para compor o meio-de-campo. Os visitantes, por sua vez, foram de 4-4-2/4-2-3-1 com a proposta de jogar no nervosismo dos Spurs, que precisavam vencer por dois gols de diferença para ficarem com a vaga.

O Tottenham tomou a iniciativa e atacou pelas pontas, mas faltou tranquilidade para trabalhar melhor as jogadas. Melhor para o Milan, que "cozinhou o galo" em um ritmo mais lento e aproveitou a afobação dos ingleses para contra-atacar principalmente pela esquerda com Theo e Rafael Leão.

A ansiedade dos ingleses era visível já no primeiro tempo com muita afobação em busca do gol e também nas faltas cometidas -Clement Lenglet e Cristian Romero, que já estavam pendurados, foram amarelados e estariam suspensos para as quartas-de-final caso o Tottenham passasse de fase.



Tottenham, em 3-4-3/3-5-2 (com Kane voltando para ajudar nas
jogadas) ataca principalmente pelas pontas mas o time se afoba na
tomada de decisões. Milan, em 4-2-3-1, joga no nervosismo dos
Spurs tocando a bola e contra-atacando principalmente pela
esquerda com Theo e Leão (imagem obtida via this11.com).



O Tottenham, que deixou o campo sob vaias no primeiro tempo, voltou mais agressivo no segundo e conseguiu encurralar o Milan. A estranha troca de Perišić por Pedro Porro -que foi jogar na ala direita, enquanto Emerson Royal foi deslocado para a esquerda- permitiu que o apagado Son pudesse participar mais do jogo.

Antonio Conte tornaria o cenário ainda melhor para os Spurs ao substituir Emerson por Richarlison, mudando o esquema para 4-4-2/4-2-4 e deixando o Tottenham muito próximo do gol. A estratégia do treinador, porém, ruiu após Romero levar o segundo amarelo ao parar Theo Hernández com falta.

O Tottenham tentou lutar na base do "abafa" mas o Milan, com um homem a mais, controlou bem o jogo e só não abriu o placar por puro azar. Os mandantes ainda deram alguns sustos na bola parada mas o goleiro Mike Maignan salvou os Rossoneri.



Tottenham, agora em 4-4-2/4-2-4, encurrala o Milan e toma as
rédeas do jogo, mas a expulsão de Romero enterra as esperanças
dos Spurs (imagem obtida via this11.com).



Milan se classifica ao administrar o jogo com competência e "saber sofrer" quando o rival estava melhor na partida. Faltou apenas o gol para coroar o retorno às quartas-de-final. Tottenham é eliminado por entrar "pilhado" demais em campo. Havia a urgência pelo resultado mas era essencial manter os nervos no lugar para não desperdiçar chances ou cometer faltas.

Os Rossoneri entraram em campo com a proposta de "cozinhar o galo" e viram o rival terminar "assado" em seus próprios erros. E o Tottenham, ironicamente, possui um galo como símbolo em seu brasão...



Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague




terça-feira, 7 de março de 2023

O Fim de Festa de Firmino

Imagem extraída de www.facebook.com/robertofirmino



O domingo deveria ser apenas de festa para os torcedores do Liverpool afinal os Reds aplicaram uma goleada de 7x0 sobre o arquirrival Manchester United, o maior placar em toda a história do confronto. A alegria na Terra dos Beatles, contudo, teve nuances de melancolia após uma notícia bombástica: o atacante Roberto Firmino anunciara dias antes que não renovará seu contrato e deixará o Anfield após oito temporadas.

Firmino, que fora contratado em 2015 junto ao Hoffenhein, rapidamente se adaptou ao esquema do treinador Jürgen Klopp e se tonou peça-chave no tridente ofensivo Salah-Bobby-Mané. Sua experiência no futebol alemão certamente contribuiu para o seu êxito junto a Kloppo. Os títulos e o bom entendimento com os companheiros de time fizeram do alagoano um ídolo no Anfield Road e também capitão em algumas partidas.

O futebol atual, porém, exige jogadores em condições físicas impecáveis. Firmino, aos 31 anos e com um histórico recente de lesões, perdeu espaço no time e acabou fora da Copa do Mundo 2022 em decorrência disto. Ademais, já há um movimento no Liverpool para a renovação do elenco. Os jovens atacantes Luis Díaz, Diogo Jota, Darwin Núñez e Cody Gakpo não vieram apenas para disputar posição, mas também para reformular o grupo que já vem apresentando sinais de envelhecimento e de desgaste.



Imagem extraída de www.facebook.com/robertofirmino



A saída de Sadio Mané para o Bayern já era um forte indício de que a geração que tirou o Liverpool da fila estava chegando a seu ocaso. Muitos dos jogadores que brilharam em 2019 já estão com 30 anos ou mais e alguns deles já não conseguem entregar a intensidade de quatro anos atrás. A equipe, ademais, ainda é virtualmente a mesma que venceu a Champions daquela temporada -dos titulares, apenas o atacante senegalês e o volante Wijnaldum já deixaram o Anfield.

Não se sabe ainda qual será o rumo de Firmino para a próxima temporada mas o brasileiro, aos 31 anos, ainda tem lenha para queimar neste ciclo e pode ser um grande reforço se as lesões não o atrapalharem novamente. Mesmo a Seleção ainda poderia contar com os serviços do alagoano dependendo de seu desempenho e das condições físicas.

Está chegando ao fim a festa de Firmino e da fantástica geração 2019. O futebol exige resultados e os atletas precisam entregar desempenho para isto. Bobby, infelizmente, já não possui mais a mesma intensidade e vigor físico de quatro anos atrás, mas seus feitos serão sempre lembrados com carinho pelo seu torcedor no Anfield, incluindo o gol e a assistência que ele deixou contra o Manchester United no último domingo.



Imagem extraída de www.facebook.com/robertofirmino