sábado, 31 de dezembro de 2022

Que Tal Pochettino, CBF?

Imagem extraída de www.facebook.com/TottenhamHotspur



E seguem as especulações a respeito de quem será o próximo treinador estrangeiro da Seleção Brasileira. Depois de Jorge Jesus, Abel Ferreira e Carlo Ancelotti; jornais franceses indicaram o ex-meia Zinedine Zidane para a sucessão de Tite. O nome de Zizou me agrada bastante e até pensei em escrever um texto imaginando o ex-armador no Escrete Canarinho. Hoje, contudo, me veio à cabeça um outro nome igualmente interessante, o ex-zagueiro Mauricio Pochettino.

O argentino de 50 anos jogou na França e na Espanha, além de seu país natal. Suas passagens mais memoráveis foram no Newell's Old Boys onde foi revelado e no Espanyol onde é ídolo -Pochettino, aliás, certa vez se recusou a comandar o arquirrival Barcelona em respeito aos Blanquiazules. Pela sua seleção, disputou a Copa América 1999 e a Copa do Mundo 2002.

Poch, contudo, ganhou ainda mais notoriedade como treinador com passagens por Espanyol, Southampton, Tottenham e PSG. Seu trabalho mais memorável foi pelos Spurs, quando levou o time londrino de volta a uma Champions League após cinco temporadas de ausência e ainda chegou ao vice da competição em 2019, perdendo para o Liverpool de Jürgen Klopp. Acabou injustamente demitido no mesmo ano após desentendimentos com o presidente do clube, Daniel Levy.

O ex-zagueiro conseguiu fazer do Tottenham uma equipe competitiva a despeito das poucas contratações, sobretudo se comparado aos elencos milionários dos rivais de Premier League. Seus times são sua imagem e semelhança, com muita luta e aplicação em campo, sem nunca desistir mesmo em cenários desfavoráveis. Por fim, Pochettino está desempregado e a CBF só teria de acertar salários com o argentino para contratá-lo.

Pochettino possui um jogo semelhante ao adotado pelo compatriota Lionel Scaloni. Suas equipes não jogam um futebol muito bonito (são bastante faltosas) e o meio-de-campo é muito mais voltado para a marcação do que criação, mas nunca faltaram raça e intensidade aos seus times. Alguns jornalistas nomearam o estilo de Poch como "briga de rua" em virtude disto.

O argentino não possui uma formação tática preferida, escalando suas equipes com dois ou três zagueiros dependendo do adversário. O treinador só não abre mão dos três volantes. Certa vez, durante a temporada 2017-18, Poch foi a campo com uma escalação bastante inusitada, um 5-4-1 "losango" -confira na ilustração abaixo!


 

Pochettino já adotou diversas formações táticas mas quase
sempre há três volantes. Este inusitado 5-4-1 "losango" ele
utilizou pelo Tottenham durante a temporada 2017-18 contra
o Real Madrid (imagem obtida via www.footballuser.com).



O principal "efeito colateral" de Pochettino é que suas equipes são muito faltosas. O treinador costuma "pilhar" demais os seus atletas antes dos jogos e são frequentes as expulsões ou suspensões de jogadores em suas equipes. Isto pode ser fatal, sobretudo em uma Copa do Mundo. O Brasil teve muitas experiências ruins nesse sentido com Felipe Melo (expulso contra a Holanda em 2010), Thiago Silva (suspenso contra a Alemanha em 2014) e Casemiro (suspenso contra a Bélgica em 2018).

O argentino, ademais, não tem títulos como treinador em seu currículo -Poch tem apenas dois vice-campeonatos pelo Tottenham. Isto, obviamente, não seria nenhum impeditivo para assumir a Seleção Brasileira, visto que Dunga e Scaloni também não possuíam conquistas anteriores antes de serem indicados. Mas algum troféu seria mais uma maneira de Pochettino impor respeito aos jogadores, torcedores e adversários.

Há, por fim, o fator "orgulho". Como a Argentina é a grande rival do Brasil no futebol, muitos detestariam ver a Seleção dirigida por um treinador nascido no país vizinho. A CBF sempre relutou em aceitar técnicos estrangeiros em sua equipe principal e a rejeição por um argentino seria ainda maior. Eu considero isto uma grande bobagem visto que Eduardo Coudet, Hernán Crespo e Juan Pablo Vojvoda fizeram ótimos trabalhos por aqui em tempos recentes.

Pochettino dificilmente viria à Seleção Brasileira pelos motivos explanados mas, sem dúvida, seria uma opção interessante. Teríamos um Brasil muito mais aplicado taticamente e sem espaço para a apatia. Isso sem mencionar que o argentino encontraria soluções criativas para eventuais deficiências no elenco.



Imagem extraída de www.facebook.com/TottenhamHotspur





sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Adeus, Edson porque Pelé É Eterno

Imagem extraída de www.facebook.com/Pele



Faleceu ontem Edson Arantes do Nascimento aos 82 anos, mais conhecido como Pelé. O ex-jogador, que lutava contra um câncer no cólon, havia sido internado há algum tempo para tratar de uma infecção por COVID-19 quando o tumor passou a se espalhar e sua condição de saúde foi se deteriorando.

Pelé é considerado o maior jogador da história do futebol brasileiro e um dos melhores do mundo. Obteve dezenas de conquistas individuais e coletivas incluindo a Libertadores e o Mundial de Clubes pelo Santos (1962 e 1963) e também a Copa do Mundo pela Seleção Brasileira (1958, 1962 e 1970). Destacava-se por unir talento e preparo físico excepcionais em uma época em que o futebol era praticamente amador.

O ex-jogador costumava afirmar em entrevistas que Edson e Pelé eram entidades distintas. Muitos comunicadores, então, passaram a dissociar o futebolista que foi considerado o "Atleta do Século" do ser humano que se envolveu em várias controvérsias incluindo as diversas declarações polêmicas e o caso de sua filha Sandra (falecida em 2006).



Imagem extraída de www.facebook.com/Pele



Conta-se que Edson ainda cultuava o status de "Atleta do Século" mesmo se aproximando da terceira idade e, em razão disto, não gostava de aparecer em público quando doente ou fragilizado. Isto ficou evidente em 2017 após a repercussão de sua imagem utilizando cadeira de rodas durante uma homenagem promovida pela FIFA. Desde então, suas aparições na mídia tornaram-se menos frequentes.

A partida de Edson torna o futebol brasileiro ainda mais órfão, visto que nosso esporte já não causa o mesmo impacto de outrora e nossas referências são cada vez menos identificadas com o nosso torcedor. Por nunca ter atuado na Europa, Pelé ainda era visto como um símbolo de "resistência" neste cenário mesmo passados quase cinquenta anos de sua aposentadoria.

Edson deve receber diversas homenagens, incluindo o velório aberto ao público na Vila Belmiro e o enterro (previsto para 3ª feira, dia 3 de janeiro) em um túmulo com vista para o estádio. O Santos também cogita aposentar a camisa 10 em memória ao jogador mais ilustre de sua história.

Descanse em paz, Edson, afinal Pelé é eterno e estará sempre vivo em nosso futebol.



Imagem extraída de www.facebook.com/Pele



 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Perda Total

Imagem extraída de www.facebook.com/Cristiano



Há um movimento no pôquer chamado de all in onde o jogador aposta todo o seu montante disponível. Trata-se de uma jogada extremamente arriscada visto que o apostador perderá tudo em caso de derrota. Os praticantes realizam tal manobra quando sabem que possuem uma boa combinação em mãos ou simplesmente para tentar intimidar os adversários, o chamado blefe.

Cristiano Ronaldo apostou toda a sua reputação na Copa do Mundo 2022. Dias antes do Mundial, jogador externou todo o seu descontentamento com o Manchester United, clube onde foi ídolo, e acabou desligado da instituição. O atacante pretendia dar a volta por cima no Catar e provar que os Red Devils haviam errado ao deixar o atleta no banco de reservas.

O all in de Ronaldo, contudo, foi um fracasso com a Seleção Portuguesa eliminada nas quartas-de-final diante do Marrocos (com um jogador a mais após a expulsão de Cheddira) e com o atacante amargando a reserva após supostos desentendimentos com o treinador Fernando Santos. Não obstante, o português já não estava mais em sua forma física ideal e nem de longe lembrou o atleta espetacular que faturou cinco Bolas de Ouro.

Ronaldo retornou do Oriente Médio sem prestígio, sem troféu e sem clube. Terá de buscar um novo time para salvar o fim de sua carreira -nenhuma grande equipe europeia fez qualquer proposta e a tendência é de que o português assine com o Al Nassr da Arábia Saudita- e suas declarações polêmicas ainda podem lhe render um processo por parte do Manchester United.



Imagem extraída de www.facebook.com/Cristiano



Ronaldo não deu um tiro no escuro quando decidiu apostar tudo na Copa do Mundo. Ele sabia que as Quinas contavam com um elenco suficiente para brigar pelo troféu. Havia poucas deficiências no grupo (o único desfalque mais sentido foi o atacante Diogo Jota), uma boa mescla de jovens com veteranos e muitos atletas prestigiados nas principais ligas da Europa.

O atacante, porém, não contava com os problemas no vestiário que ocorreram ao longo da competição e, tampouco, com as suas próprias limitações físicas aos 37 anos de idade. Com isso, o jogador perdeu a posição para o jovem Gonçalo Ramos no jogo contra a Suíça. Deveria levar em conta que tudo o que envolve o fator humano está sujeito a falhas.

O jogador, não obstante, foi obrigado a aturar as eternas comparações com Lionel Messi, sempre alardeadas por alguns veículos da imprensa que afirmam haver uma "rivalidade" entre os dois. Com o tricampeonato da Argentina e o consequente título da Pulga, Ronaldo voltou do Catar com mais um desgosto na bagagem.

As atitudes de Ronaldo mostraram que ligar o "f***-se" e jogar tudo para o alto pode ter consequências graves. O atacante apostou tudo na Copa do Mundo e acabou ficando sem nada do que desejava. O all in do jogador terminou em um triste prejuízo.



Imagem extraída de www.facebook.com/Cristiano




quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

O Recado dos Clubes-Empresas

Patrick de Lucca (esquerda) foi uma das muitas contratações anunciadas
pelo Vasco (imagem extraída de www.facebook.com/vascodagama).



Vasco, Bahia e Cruzeiro têm em comum o acesso à Série A em 2022 e também o fato dos três times adotarem o modelo do clube-empresa. A Raposa já havia sido adquirida pelo ex-atacante Ronaldo em 2021 enquanto o Tricolor e o Gigante da Colina foram comprados neste ano pelo Grupo City e pela 777 Partners, respectivamente.

Os clubes, sob novas administrações, trataram de demonstrar seu poderio financeiro nesta janela de transferências realizando muitas contratações, inclusive adquirindo jogadores de rivais da Série A. O objetivo é, obviamente, reforçar o elenco e também mostrar que a era dos clubes-empresas chegou ao Brasil.

A cartolagem, de modo geral, reluta em aceitar o modelo do clube-empresa visto que isto significaria o fim de privilégios para os dirigentes e os clubes teriam mais responsabilidades fiscais, visto que no modelo tradicional tais instituições seriam (teoricamente) entidades sem fins lucrativos.

O clube no status de empresa impede que os dirigentes acumulem dívidas e também permite que as instituições sejam adquiridas podendo, assim, receber investimentos maciços de algum proprietário milionário, algo que muitos torcedores anseiam. Foi desta maneira times como o Chelsea, o Paris Saint-Germain e o Manchester City obtiveram elencos tão estrelados durante os últimos dez anos.



Nikão foi adquirido por empréstimo pelo Cruzeiro junto ao São
Paulo (imagem extraída de www.facebook.com/cruzeirooficial).



Todas as contratações realizadas pelos clubes-empresas foram um claro recado aos adversários de que o modelo tradicional, baseado na cartolagem, pode estar com os dias contados. Mesmo times como o São Paulo e Corinthians, que sempre costumavam tirar jogadores destes clubes outrora de baixo poder aquisitivo, agora observaram o cenário inverso nesta janela de transferências.

Tais mudanças, obviamente, não oferecem garantias de sucesso, sobretudo a curto prazo. O Botafogo, que foi adquirido pelo milionário John Textor no início do ano, ainda não conquistou nenhum troféu e tampouco conseguiu a vaga para a Libertadores de 2023 a despeito de todos os investimentos. É possível que as alterações bruscas levem algum tempo para serem assimiladas pela instituição.
 
O modelo do clube-empresa, ademais, não é perfeito como observei em outro post. Nada impede que o time caia nas mãos de algum proprietário "pouco quisto pelo torcedor" (como aconteceu com o Arsenal e o Manchester United) ou que a equipe acabe rebaixada a despeito de todos os investimentos (como ocorreu com o Málaga).

Não se sabe, portanto, se os novos clubes-empresas terão êxito no Brasil mas toda a movimentação destas instituições no mercado já foram o aviso de que grandes mudanças estão a caminho do futebol brasileiro. Foi um claro recado à cartolagem de que o modelo tradicional pode estar com os dias contados.



O Bahia também foi às compras e tirou o zagueiro Kanu do
Botafogo (imagem extraída de www.facebook.com/ecbahia).




terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Suárez: Bom ou Mau Negócio?

Imagem extraída de www.facebook.com/LuisSuarez9



Termina a temporada no futebol brasileiro e as páginas de esportes mais se assemelham a tabloides de fofocas, visto que as especulações a respeito de transferências de jogadores tomam conta dos periódicos. E, desta vez, surgiu uma bomba afirmando que o atacante uruguaio Luis Suárez pode desembarcar em Porto Alegre para defender o Grêmio em 2023.

O Grêmio ainda não admite formalmente as negociações visto que o atacante, que está livre no mercado após deixar o Nacional, ainda gostaria de retornar à Europa mas o Pistolero já demonstrou simpatia à proposta do Imortal. O clube gaúcho ofereceria um salário astronômico que seria pago por parceiros ou patrocinadores, mais ou menos nos mesmos moldes de Daniel Alves em sua passagem pelo São Paulo.

O futebol brasileiro sempre foi muito receptivo a craques em fim de carreira. Mesmo em decadência, os veteranos ainda conseguiam acrescentar algo aos nossos clubes e ainda faziam a diferença em nossos gramados. Um bom exemplo foi Ronaldo que, mesmo longe da forma física ideal e beirando os 40 anos, conquistou dois títulos pelo Corinthians.

Suárez sempre foi um jogador problemático. Sua carreira foi marcada por casos de agressões em campo e de racismo, mas o uruguaio deu a volta por cima no Barcelona e nunca mais se envolveu em polêmicas. Hoje, portanto, ele seria uma ótima referência aos colegas gremistas, tanto pela personalidade quanto pelo talento.



Imagem extraída de www.facebook.com/LuisSuarez9



O futebol brasileiro, porém, já não pode mais ser considerado o paraíso dos veteranos como era durante os anos 90 e 2000. Embora não seja tão exigente sob o ponto de vista físico como na Europa, o nosso esporte está menos tolerante com a lentidão, a baixa combatividade ou o excesso de lesões. E isto foi agravado através das redes sociais com os torcedores cobrando atletas no Twitter, Instagram ou Facebook.

Suárez, aos 35 anos, já não é mais aquele atacante espetacular que faturou a Tríplice Coroa pelo Barcelona em 2015. Nós brasileiros pudemos testemunhar isto de perto quando o Pistolero teve uma atuação apagada pelo Nacional contra o Atlético Goianiense na Sulamericana deste ano. Na ocasião, o Dragão acabou eliminando o Bolso pelo placar agregado de 4x0.

A Copa do Mundo também deixou evidente o quanto o tempo foi cruel com Luisito. O jogador não anotou nenhum gol na competição, foi presa fácil da marcação adversária e não ficou os 90 minutos em campo em nenhuma das partidas disputadas. Demonstrações de que o atleta já não consegue mais atuar em alto nível.

O modelo que o Grêmio adotaria para pagar os salários, ademais, é bastante arriscado visto que a economia ainda sente os efeitos da pandemia e poucas empresas teriam condições de arcar com os vencimentos. Ademais, tivemos o caso de Daniel Alves no São Paulo onde nenhum parceiro ou instituição se interessou em explorar a imagem do lateral e o jogador deixou o clube alegando atrasos.

Suárez, caso realmente venha para o Brasil, seria um reforço muito bem-vindo. O torcedor, porém, precisa ter consciência de que o auge físico e técnico do uruguaio já se foi há algum tempo. Ademais, não se sabe se todo o investimento previsto no jogador trará o retorno esperado.



Imagem extraída de www.facebook.com/LuisSuarez9




segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Jogadores "Cozidos"

Kalvin Phillips foi vetado por Guardiola porque teria voltado
"acima do peso" (imagem extraída de www.facebook.com/mancity).



Nem uma semana se passou desde o término da Copa do Mundo e futebol europeu já voltou às atividades com alguns jogos válidos pelas copas nacionais. A Premier League retorna hoje com o tradicional Boxing Day, quando haverá rodada cheia (desta vez, excepcionalmente dividida em duas datas) no dia em que as lojas da Inglaterra queimam seus estoques de Natal, daí o nome. 

A temporada europeia, contudo, enfrenta uma situação inédita que foi justamente a pausa para a Copa do Mundo. A maioria dos jogadores que foi ao Catar teve direito a alguns dias de folga extras após tantas partidas desgastantes, mas alguns já estão de volta às atividades em seus respectivos clubes. Na partida entre City e Liverpool, por exemplo, De Bruyne, Aké, Stones, Fabinho, Hendo e Darwin Núñez entraram em campo para jogar a EFL Cup.

Nós brasileiros estamos acostumados com tais interrupções mas esta será a primeira vez da Inglaterra e de todo o continente europeu em tal situação. Será bem difícil, portanto, prever como será o andamento da temporada no cenário inédito.



Imagem extraída de www.facebook.com/mancity



A preocupação será principalmente com a condição física dos atletas no cenário inédito. Há os que voltaram lesionados como Gabriel Jesus e os que retornaram fora de forma como Kalvin Phillips. E é possível que mais jogadores apresentem problemas no decorrer da temporada visto que a Copa do Mundo exigiu demais de todos eles. Cabe lembrar que a maioria dos futebolistas convocados para o Mundial atua no futebol inglês.

Talvez fosse mais sensato oferecer uma pausa de inverno mais extensa e recuperar os jogadores, principalmente os que viajaram ao Catar. Ganhariam todos os times em tal cenário, que poderiam descansar seus atletas e também realizar um planejamento mais cuidadoso para o restante da temporada. Ademais, a Copa deve aquecer bastante o mercado de transferências visto que o Mundial valorizou muitos futebolistas.

Há, contudo, a preocupação com o calendário, em especial na Inglaterra onde há duas copas nacionais (EFL Cup e FA Cup). Não obstante, o futebol parou no país em setembro deste ano em virtude da morte da Rainha Elizabeth II, o que tornou as datas disponíveis ainda mais escassas. Ou seja: os jogadores terão mesmo de se esforçar porque não há outra escolha.

Os fãs, portanto, terão de torcer mais do que nunca para que seus times não sofram mais baixas no decorrer da temporada. E isto vale principalmente na Inglaterra, onde os jogadores terão de atuar "cozidos" após uma intensa Copa do Mundo...



Gabriel Jesus voltou da Copa lesionado e deve perder vários jogos
pelo Arsenal (imagem extraída de www.facebook.com/gabrieljesus).




domingo, 25 de dezembro de 2022

Série Lugares Especiais: Pizzaria Europa

Foi assim que eu conheci a Pizzaria Europa: sob um baita toró!



O blog Farma Football, a partir de hoje, iniciará uma série especial de posts semanais onde o autor recordará lugares que, de alguma forma, foram especiais sob o ponto de vista esportivo. Ainda não sei quantos textos publicarei a respeito do tema visto que visitei diversos estabelecimentos legais ao longo dos anos. Espero que vocês gostem!

O primeiro post será a respeito da Pizzaria Europa, um acanhado restaurante localizado próximo à Estação Butantã do Metrô de São Paulo. Era 2015 no meu último dia de trabalho no Instituto de Ciências Biomédicas quando recebi um convite da Atlética da minha faculdade para participar de um evento no estabelecimento. Confesso que fui sem muitas expectativas mas valeu muito à pena ter ido.

Foi um pouco difícil chegar ao local visto que o trânsito de sexta-feira à noite em São Paulo é bastante lento e o estabelecimento é um pouco escondido em uma rua sem saída, mas tive êxito em meu deslocamento.

Eu acreditava que o evento não seria muito animado mas, para a minha surpresa, encontrei diversos conhecidos, inclusive alguns que já haviam se formado. Um deles, que estava para defender seu trabalho de conclusão de curso, até me convidou para sua banca mas tive de recusar porque eu não tenho doutorado. Fiquei tão contente em vê-los que até paguei uma rodada de cerveja para eles.






Um dos organizadores me contou que a Atlética havia fechado uma parceria com a pizzaria durante a ocasião, o que levou a instituição a realizar alguns eventos no estabelecimento. Lembro que até virou uma tradição dos alunos comemorarem o final do Interanos no restaurante, algo que ainda não tive a oportunidade de participar.

Começou a cair uma baita chuva quando o pessoal mais novo chegou. Encontrei diversos alunos que eu havia monitorado no ano anterior. Lembro que alguns deles chegaram tão encharcados que tiveram de deixar suas meias e calçados secando. O pequeno restaurante ficou quente e apertado para tantas pessoas, mas o evento permanecia animado. Eu estava me divertindo tanto que nem vi o tempo passar.

Era quase meia-noite quando resolvi ir embora. Pensei em ir com o pessoal mas acabei desistindo e chamei um táxi -não existia Uber naquela época. A forte chuva, felizmente, deu uma trégua e pude chegar em casa sem problemas.

Esta foi a única vez que fui à Pizzaria Europa. Esta primeira e única visita, porém, acabou sendo bastante marcante para mim. Foi um encontro tão divertido que o estabelecimento se tornou especial para mim. Não tinha muitas expectativas em relação ao evento da Atlética mas acabei surpreendido positivamente. Não faço ideia se o restaurante ainda está funcionando mas gostaria muito de ir até lá novamente para recordar aquele dia tão fantástico!







sábado, 24 de dezembro de 2022

Vamos Respeitar Mais a Croácia?

Mesmo com a base envelhecida e algumas deficiências no elenco, a Croácia
faturou o bronze em 2022 (imagem extraída de www.facebook.com/cff.hns).



Quando foi confirmado o cruzamento entre Brasil e Croácia nas quartas-de-final, alguns comunicadores deram como certa a classificação do Escrete Canarinho às semifinais e, inclusive, já vislumbrando um possível confronto com a arquirrival Argentina.

Não observaram, porém, o quanto o futebol croata evoluiu durante os últimos anos, com direito a um vice-campeonato no último Mundial e com o meia Luka Modrić fazendo toda a diferença nos gramados apesar dos 37 anos. Isso sem mencionar outros jogadores como Brozović, Pašalić e Kovačić que fazem ou fizeram bonito nos gramados europeus durante as últimas temporadas.

A Croácia é uma seleção relativamente jovem. Sua federação, a Hrvatski Nogometni Savez, foi reconhecida pela FIFA em 1991 pouco após a separação do país da Iugoslávia. Porém, apenas em 1996, a equipe pôde participar de sua primeira competição oficial, a Eurocopa daquele ano. Mesmo com pouco tempo de existência formal, a Hrvatska já conseguiu um vice-campeonato e duas terceiras colocações em Mundiais.

A sua liga nacional, a Hrvatska Nogometna Liga, ainda não é das mais competitivas, contando com apenas dez equipes participantes e com o poderoso Dinamo Zagreb praticamente monopolizando a competição. Ainda assim, o país revela muitos talentos que têm feito bonito em outros campeonatos europeus, incluindo a Champions League.



Imagem extraída de www.facebook.com/cff.hns



O Brasil sempre apresentou um bom retrospecto contra a Croácia, algo que eu, inclusive, considerei para o meu palpite. A Hrvatska, porém, há anos já não podia se considerada uma surpresa em competições dadas as qualidades de seus jogadores e o desempenho em Copas anteriores. Os Enxadrezados, a meu ver, já estão no mesmo patamar de Bélgica ou Holanda, todas seleções que jamais conquistaram um Mundial mas que possuem qualidade e regularidade em campo.

A ausência de títulos e o bom retrospecto do Brasil fizeram com que muitos comunicadores demonstrassem um grande menosprezo à Croácia, ignorando a evolução da Hrvatska em competições, assim como haviam feito com a Holanda em 2010 e a Bélgica em 2018. Não duvido que tais textos tenham chegado aos adversários que se motivaram para enfrentar a Seleção Brasileira. O resultado foi visto em campo durante as três ocasiões.

A Croácia ainda não é uma excelência em futebol e carece de alguns pontos para que possa se tornar uma referência, mas a Hrvatska já edificou uma tradição sólida nos gramados mesmo com pouco tempo desde a sua independência da Iugoslávia. Mais do que isso, demonstrou que pode alcançar voos mais altos a médio prazo com alguns ajustes.

Os troféus e a tradição não entram em campo, mas as razões de suas conquistas, sim. A Croácia, mesmo com um time enfraquecido em relação a 2018, encontrou uma maneira própria de jogar e se impôs diante de seus adversários. O 3º lugar foi uma clara demonstração de que os Enxadrezados não eram tão "fracos", como alguns comunicadores brasileiros julgavam.



Imagem extraída de www.facebook.com/cff.hns




sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Valeu, Cazé!

Imagem extraída de twitter.com/Juninhope08



Casimiro Miguel (ou "Cazé") já é uma celebridade das redes sociais. O jornalista, que começou no Esporte Interativo (atual TNT Sports), ganhou fama com seus vídeos debochados a respeito de futebol e também ao reagir de maneira bem humorada às filmagens de outros influenciadores. O seu grande salto, porém, se deu durante a pandemia quando o carioca tornou-se uma opção de entretenimento durante aquele triste período em que estivemos isolados em nossas casas.

O sucesso de Cazé o levou a acertar uma parceria com a FIFA para transmitir alguns jogos da Copa do Mundo 2022 através das plataformas Youtube e Twitch de maneira totalmente gratuita, o que foi algo revolucionário para o futebol mundial. O influenciador, de quebra, conseguiu patrocinadores para bancar a empreitada e também convidados (os ex-jogadores Juninho Pernambucano e Denilson) para comentar as partidas. Tudo isso em uma infraestrutura (chamada de "Casa Cazé") invejável até mesmo para as emissoras de televisão.

Não pude acompanhar o primeiro jogo da Copa pela televisão e recorri a Cazé para assistir à partida. E não me arrependi. Foi muito divertido ver a informalidade do streamer e do apresentador Luis Felipe Freitas. Nada daquela sisudez típica das emissoras ou das reações forçadas de alguns dos apresentadores que foram contratados justamente para tentar concorrer com as transmissões pela internet.



Imagem extraída de twitter.com/Juninhope08



O que mais apreciei nas transmissões, contudo, foi a participação dos ex-jogadores, em especial a do ex-meia Juninho Pernambucano, que tiveram muita liberdade para opinar e também compartilhar um pouco de suas experiências nos gramados. Foram muito pertinentes as observações do Reizinho, que explicou diversos pormenores imperceptíveis para quem nunca atuou profissionalmente.

Gostei tanto das transmissões de Cazé que preferi acompanhar as partidas pelo canal do influenciador ao invés da televisão na maioria das ocasiões. Não obstante, eu poderia assistir às reprises das lives nos dias em que não pudesse ver os jogos, como eu fiz em França X Marrocos.

O sucesso de Cazé neste Mundial deve influenciar as tendências da transmissão de esportes para os próximos anos. Emissoras ou outros streamers devem correr atrás dos direitos de outras competições e obter uma fatia deste mercado que se mostrou bastante promissor.

Eu mesmo gostaria muito de acompanhar mais campeonatos através dos canais de Casimiro, como a Champions League ou a Eurocopa. Não seria fácil dadas as muitas restrições de transmissão e também o dinheiro envolvido, mas o sucesso do influenciador deixa alguma pontinha de esperança para que Cazé e sua equipe possam trazer e também comentar outros torneios no futuro.

A fama de Casimiro e sua equipe foi plenamente justificada nas transmissões. As narrações foram puro carisma e diversão, algo que não via desde o velho Rockgol com Paulo Bonfá e Marco Bianchi. Quem diria que o futebol e o humor pudessem caminhar juntos em uma partida "convencional".



P.S.: senti falta do bordão de Cazé, "meteu essa?", durante as transmissões!



Imagem extraída de twitter.com/Juninhope08




quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Lateral na Fogueira

David Alaba não era muito seguro na defesa mas hoje é um dos melhores de
sua posição (imagem extraída de www.facebook.com/david.alaba.10888).



Guardiola, durante seus dois anos no Bayern München, viveu às turras com o departamento médico do clube. Treinador e profissionais de saúde viviam trocando acusações sobre quem era o responsável pelas intermináveis lesões do time.

Os constantes desfalques no Bayern deixaram Guardiola sem opções para a defesa durante a segunda metade da temporada 2014-15, o que o obrigou a realizar diversos improvisos. David Alaba, que sempre foi um lateral-esquerdo muito mais ofensivo do que defensivo, teve de ser escalado no miolo da zaga em alguns jogos. O austríaco foi mal dadas as suas características mas nascia naquele momento um dos melhores zagueiros da história do Bayern.

Muitos laterais com características mais ofensivas surgiram durante as últimas décadas. Suas fraquezas defensivas quase sempre são compensadas por estratégias como recomposição, o "perde pressiona" ou esquemas táticos que os favoreçam -como o 3-4-3 ou o 3-5-2.

O improviso de Alaba, porém, possibilita que a zaga tenha uma melhor saída de bola e também para que a segunda linha tenha mais mobilidade visando subir mais para o ataque. Treinadores como Jorge Sampaoli e o próprio Guardiola costumam recuar volantes para a defesa com o mesmo propósito.



Gvardiol era um lateral-esquerdo bastante inseguro, mas evoluiu
muito defensivamente e foi eleito um dos melhores zagueiros
da Copa 2022 (imagem extraída de www.facebook.com/rbleipzig).



Alguns laterais, porém, se deram tão bem com a mudança de posição que acabaram se tornando referências na zaga. O próprio Alaba evoluiu demais na função com o passar dos anos e venceu duas Champions League centralizado (2020 com o Bayern e 2022 com o Real Madrid), demonstrando muita segurança como zagueiro.

O francês Benjamin Pavard (que foi deslocado para a zaga por Julian Nagelsmann) e o croata Joško Gvardiol (sob as ordens de Zlatko Dalić) são outros dois laterais ofensivos que acabaram se dando bem centralizados e que foram essenciais para as conquistas de seus respectivos times em suas novas funções.

Alaba, Gvardiol e Pavard, ademais, não são jogadores muito altos e nem muito fortes. Eles, portanto, não são muito bons em divididas mas demonstraram outras qualidades defensivas como antecipação, posicionamento e mobilidade. Atletas considerados "leves", portanto, também conseguem se impor na técnica ou no talento. 

Eu sempre tenho muitas ressalvas ao improvisar jogadores quando não há necessidade -o que não foi o caso de Alaba em 2015. Muitas dessas experiências, porém, podem trazer à tona talentos ocultos. Jamais imaginaria que os ofensivos Pavard e Gvardiol se mostrariam zagueiros tão talentosos.

Tive muitas ressalvas com relação à passagem de Guardiola pelo Bayern München mas ele deixou alguns legados em seus dois anos na Alemanha. Quem diria que por mero acaso o catalão acabou plantando uma semente em 2015 que deu frutos em 2020...



O ofensivo Benjamin Pavard se deu bem na zaga e hoje também é
referência na posição (imagem extraída de www.facebook.com/FCBayern).




quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Copa do Mundo 2022: o Boletim dos Times

A Argentina termina a Copa 2022 com o título e com a melhor nota segundo
o blogueiro (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



Este será, por enquanto, o último post referente à Copa do Mundo 2022. Gostaria, antes de mais nada, agradecer a você, querida leitora e querido leitor, por ter acompanhado o meu blog durante toda a competição. Tentei, na medida do possível, cobrir os jogos deste Mundial mas, infelizmente, não foi possível acompanhar a todos em virtude de compromissos pessoais do autor.

Farei aqui uma avaliação dos 32 times que disputaram a competição utilizando um método do jornalista Leonardo Bertozzi da ESPN onde o comunicador avaliou as seleções e jogadores da Eurocopa 2012 com notas como se fosse um professor dando notas para os alunos. Foi algo que achei tão divertido na época que resolvi reproduzir aqui no meu blog. Acompanhe:



ARGENTINA- 9,0: até merecia a nota máxima mas perdeu pontos pela derrota diante da Arábia Saudita na estreia e pela displicência exibida contra Holanda e França. Foi uma equipe que resgatou a raça argentina sem abrir mão do talento, provando que um jogo mais "pegado" não impede um time de jogar bonito, e vice-versa.

Passa de ano- Lionel Messi: líder, referência técnica e muito mais. Foi o coração e o cérebro de um time carente de tais valores. Deixará saudades após sua aposentadoria.

Fica em recuperação- Lautaro Martínez: quando teve chances para mostrar serviço, não as aproveitou e acabou virando banco do garoto Julián Álvarez.



FRANÇA- 8,5: perdeu pontos pela derrota e apatia demonstrada diante da Tunísia, embora o jogo não valesse muita coisa. As mudanças no elenco (forçadas em razão dos desfalques) tornaram o futebol francês mais vistoso e agradável, mas também cobraram seu preço quando os mais jovens tiveram de reagir diante de cenários adversos.

Passa de ano- Kylian Mbappé: genial, talentoso e artilheiro da competição. Soube ser individualista e também voluntarioso na medida certa.

Fica em recuperação- Ousmane Dembélé: muitos dribles mas pouca objetividade em campo. A atuação ruim diante da Argentina foi a "cereja do bolo". Deveria ser opção para o segundo tempo com o objetivo de prender mais a bola.



CROÁCIA- 8,0: talvez merecesse uma nota menor mas teve um desempenho bastante acima das expectativas, visto que era cotada até para cair já na 1ª fase dados o elenco envelhecido e a dependência excessiva dos veteranos. Encontrou uma maneira própria para jogar utilizando bem os jogadores disponíveis e foi recompensada por isto. As aposentadorias de Modrić, Perišić e os demais, contudo, podem ser um problema.

Passa de ano- Dominik Livaković: defendeu quatro pênaltis e salvou a Croácia em diversos momentos.

Ficam em recuperação- Dejan Lovren e Josip Juranović: jogaram bem apenas contra o Brasil. Nas demais partidas, falharam muito e deram muito espaço aos rivais.



MARROCOS- 8,0: a grande surpresa da Copa 2022 passa de ano com sobras. Teve problemas com o desgaste físico do elenco -provavelmente, os jogadores não souberam se dosar em campo pela falta de experiência- mas superou tantos rivais difíceis que um 4º lugar em nada desmerece uma campanha tão histórica.

Passa de ano- Achraf Hakimi: foi soberano pelo seu lado tanto no ataque quanto na defesa. Não será surpresa se trocar a Ligue 1 por uma liga mais competitiva.

Fica em recuperação- Walid Cheddira: nas duas chances que teve em campo, perdeu gols contra a Espanha e foi expulso contra Portugal.



HOLANDA- 5,5: perdeu pontos pelo futebol morno exibido na fase de grupos e melhorou apenas durante o mata-mata. O futebol continuou bonito como é tradição no país, mas a Oranje foi um pouco lenta em campo e ainda apresentou algumas falhas defensivas. Não fez uma Copa ruim em termos de desempenho mas poderia ter entregado mais em campo.

Passa de ano- Cody Gakpo: já estava valorizado com as boas exibições pelo PSV na Europa League. Depois desta Copa, dificilmente permanecerá na Holanda.

Fica em recuperação- Virgil van Dijk: não demonstrou a costumeira segurança de outros anos. O período em inatividade deve ter cobrado seu preço.



INGLATERRA- 7,5: fez uma grande Copa mas deu azar ao cruzar com a França nas quartas-de-final, em duelo que acabou decidido em detalhes. Mesmo passando longe do troféu, jogou um bom futebol e os jovens provavelmente terão "casca" para lutar por mais durante os próximos ciclos. 

Passa de ano- Jude Bellingham: mesmo com apenas 19 anos, demonstrou muita maturidade e volúpia em campo. Deve melhorar ainda mais nos próximos ciclos.

Fica em recuperação- Kyle Walker: uma avenida para os adversários.



BRASIL- 7,0: perdeu alguns pontos pela derrota para o Camarões mas jogou um bom futebol e demonstrou muita evolução tática. A equipe foi até ousada em diversos momentos ao atuar com quatro atacantes. Merecia mais sorte, visto que cometeu poucos erros em campo e foi eliminado em detalhes.

Passa de ano- Casemiro: foi o dono do meio-de-campo, tanto no ataque quanto na defesa.

Fica em recuperação- Raphinha: foi muito tímido em campo e não correspondeu à confiança de Tite.



PORTUGAL- 6,0: jogou um bom futebol e o treinador Fernando Santos ainda demonstrou firmeza ao peitar o ídolo Cristiano Ronaldo. A derrota para a Coréia do Sul e, principalmente, a eliminação diante do Marrocos (com um jogador a mais), porém, pesaram na nota.

Passa de ano- Gonçalo Ramos: foi difícil escolher visto que o forte das Quinas foi o jogo coletivo. Gonçalo foi eleito pelo hat-trick diante da sólida Suíça.

Fica em recuperação- Cristiano Ronaldo: pretendia dar a volta por cima neste Mundial, mas esbarrou nas próprias limitações físicas e em problemas de vestiário.



Mesmo sem o hexa, o Brasil passou de ano na opinião do
blogueiro (imagem extraída de www.facebook.com/CBF).



JAPÃO- 7,0: acabou ganhando pontos por superar Espanha e Alemanha na fase de grupos, além de ter segurado a Croácia na raça até os pênaltis. Faltou maturidade aos japoneses para administrar grandes jogos mas sobrou vontade, coração e determinação.

Passa de ano- Junya Ito: o lateral-direito foi responsável pela virada diante da Alemanha e foi o jogador que mais incomodou os rivais nas demais partidas.

Fica em recuperação- Takehiro Tomiyasu: foi banco na maioria das partidas e pouco contribuiu nas oportunidades recebidas.



SENEGAL- 5,5: apresentou um desempenho dentro do esperado. Merecia um pouco mais de sorte visto que estava melhor contra a Holanda e também perdeu seu principal jogador, Sadio Mané. De qualquer forma, deixa boa impressão no Mundial.

Passa de ano- Ismaïla Sarr: com a difícil missão de substituir Mané no lado esquerdo do ataque, o jovem atacante de 24 deu conta do recado com um gol e muitas infiltrações.

Fica em recuperação- Édouard Mendy: mesmo sendo alto, falhou em muitas bolas aéreas, além de ter saído mal do gol em alguns lances.



SUÍÇA- 5,0: também fez uma Copa apenas "correta". Lutou muito na base da solidez defensiva, chegou às oitavas e caiu diante de Portugal. Nada além do esperado.

Passa de ano- Breel Embolo: muita movimentação, gingado e artilheiro do time com dois gols.

Fica em recuperação- Fabian Schär: bateu mais nos rivais do que na bola.



ESPANHA- 4,5: perdeu pontos pela derrota diante do Japão e por não ter aproveitado o cansaço do Marrocos. Tinha elenco para ir mais longe mas acabou apresentando um desempenho abaixo do esperado.

Passa de ano- Jordi Alba: mesmo com 33 anos, foi muito bem tanto na defesa quanto no apoio. Só não aguentou os 90 minutos em campo pela idade e por problemas físicos.

Fica em recuperação- Unai Simón: já havia feito uma Eurocopa irregular em 2021 mas Luis Enrique bancou o goleiro, que permaneceu inseguro sob as balizas.



ESTADOS UNIDOS- 6,0: ótima campanha dos garotos norte-americanos que, mesmo com pouca experiência, levaram a equipe às oitavas e ainda arrancaram um empate contra a Inglaterra. Time com bom potencial para ir mais longe nos próximos ciclos.

Passa de ano- Cristian Pulisic: artilheiro e líder do time. Só não foi melhor por problemas físicos.

Fica em recuperação- Sergiño Dest: bem no apoio mas deu muito espaço para os rivais.



CORÉIA DO SUL- 5,5: passa de ano por ser a seleção mais fraca de seu grupo e, ainda assim, conseguir passar de fase na raça e com um pouco de sorte após Gana segurar o saldo de gols uruguaio. Mesmo com a eliminação nas oitavas, foi uma grande desempenho dos Tigres Asiáticos no Catar.

Passa de ano- Cho Gue-sung: mostrou que a Coréia do Sul não depende apenas de Son.

Fica em recuperação- Kim Min-jae: não repetiu pela sua seleção o bom desempenho do Napoli.



AUSTRÁLIA- 7,0: foi um time que estava ciente de suas próprias limitações e, mesmo assim, soube usá-las a seu favor para encarar rivais de peso de igual para igual. Deixou uma excelente impressão ao superar adversários teoricamente melhores na fase de grupos e também ao vender caro a derrota para França ou Argentina.

Passa de ano- Mathew Leckie: infernizou os rivais pelo lado direito com sua velocidade.

Fica em recuperação- Mathew Ryan: saiu mal do gol e deu vários sustos em seu torcedor.



POLÔNIA- 4,0: lenta, apática e muito dependente das individualidades de Lewandowski, que ficou isolado na frente. Classificou-se para as oitavas porque o México não teve competência para fazer a sua parte. Jogou bem apenas contra a França mas nada memorável.

Passa de ano- Wojciech Szczęsny: grandes defesas e, se a Polônia chegou às oitavas, foi muito graças a ele.

Fica em recuperação- Piotr Zieliński: acho que não veio para a Copa.



O Japão ficou pelas oitavas mas entrou para a história ao bater as poderosas Alemanha
e Espanha na fase de grupos (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



EQUADOR- 4,0: até merecia mais nota visto que quase venceu a Holanda de virada mas vacilou ao jogar apenas pelo empate na decisão contra o Senegal e levou um castigo.

Passa de ano- Enner Valência: artilheiro, líder e referência técnica do time. Sua aposentadoria certamente será bastante sentida.

Fica em recuperação- Piero Hincapié: foi de herói a vilão ao sofrer com Ismaïla Sarr na partida derradeira.



CATAR- 3,0: até merecia uma nota maior dada as suas limitações mas, indiscutivelmente, foi o pior time da competição.

Passa de ano- Mohammed Muntari: fez o único gol do Catar na competição. E só.

Fica em recuperação- Boualen Khoukhi: mal nos três jogos disputados.



IRÃ- 5,5: passa de ano por apresentar um bom desempenho em campo. A derrota para a Inglaterra era esperada mas o Time Melli, por muito pouco, não assegurou uma classificação inédita no confronto direto contra os Estados Unidos. 

Passa de ano- Mehdi Taremi: foi o artilheiro com dois gols e deu muito trabalho ao rivais.

Fica em recuperação- Sadegh Moharrami: começou a Copa com o pé esquerdo na 1ª rodada e foi sacado do time.



PAÍS DE GALES- 3,0: a geração de Gareth Bale e Aaron Ramsey fez feio no retorno dos Dreigiau aos Mundiais. Apenas um gol, muita apatia e praticamente nem sombra daquele time guerreiro que apareceu nas duas últimas Eurocopas. Nem a rivalidade com a Inglaterra foi suficiente para acordar os galeses.

Passa de ano- Daniel James: com Bale apagado, foi a única alternativa ofensiva do time.

Fica em recuperação- Gareth Bale: fez o único gol do time na Copa mas sumiu no restante da competição.



ARÁBIA SAUDITA- 5,5: passa de ano pela surpreendente vitória sobre a Argentina. Depois, acabou sucumbindo aos rivais com melhor elenco e despediu-se da Copa na fase de grupos como esperado.

Passa de ano- Salem El-Dawsari: dois gols, muita raça e muitos lances bonitos em campo.

Fica em recuperação- Abdulellah Al-Malki: mal nas duas primeiras partidas, acabou sacado do time.



MÉXICO- 5,0: a eliminação na fase de grupos era esperada dado o elenco envelhecido e poucos astros na safra atual de jogadores. Por pouco não foram às oitavas e acabaram eliminados pelo regulamento.

Passa de ano- Guillermo Ochoa: proporcionou a maior alegria para os mexicanos ao pegar um pênalti de Lewandowski.

Fica em recuperação- Héctor Moreno: chegou a hora da aposentadoria.



DINAMARCA- 3,0: tirando o jogo contra a França, deu uma exibição impressionante de apatia. Em nada lembrou a equipe determinada que foi às semifinais da Euro 2020. Falou-se até em problemas no vestiário mas isto não justifica um desempenho tão fraco para um elenco de tanto potencial.

Passa de ano- Andreas Christensen: fez o único gol do time e foi um dos poucos que parecia comprometido com a equipe.

Fica em recuperação- Pierre-Emile Højbjerg: sumido nas três partidas disputadas.



TUNÍSIA- 5,5: ganha meio ponto no boletim pela histórica vitória sobre os reservas franceses. A queda na fase de grupos foi esperada, embora o time tivesse algum potencial para chegar nas oitavas. De qualquer forma, o Mundial 2022 ficará na memória das Águias do Cartago por um bom tempo.

Passa de ano- Wahbi Khazri: fez o único gol do time na competição e virou herói nacional por isto.

Fica em recuperação- Issam Jebali: deveria ser a referência no ataque mas não teve sucesso.



A Tunísia não foi muito longe na Copa mas esta geração guardará boas
lembranças do Catar (imagem extraída de www.facebook.com/FTF.OFFICIELLE).



ALEMANHA- 4,0: a campanha não foi exatamente um desastre total mas o desempenho não condisse com a qualidade do elenco e, tampouco, com um time que deveria ter aprendido com os erros nas competições anteriores. Ao menos, os estreantes mostraram que não há terra arrasada e que há elenco para uma renovação de verdade.

Passa de ano- Niclas Füllkrug: um dos poucos acertos de Hansi Flick. Trouxe de volta a imposição física, a objetividade e os gols que faltaram à Alemanha. Merecia mais minutos em campo.

Fica em recuperação- Thomas Müller: novamente improvisado como "falso nove", fez outro Mundial fraco.



COSTA RICA- 5,0: também esperava-se por uma eliminação já na fase de grupos, mas os Ticos caíram de pé ao vencerem o Japão e venderem caro a derrota para a Alemanha.

Passa de ano- Yeltsin Tejeda: um leão no meio-de-campo.

Fica em recuperação- Francisco Calvo: além de ir muito mal contra a Espanha, foi suspenso e deixou seu time na mão na decisão contra a Alemanha.



BÉLGICA- 3,0: depois de dois jogos ruins na fase de grupos, tentou reagir contra a Croácia mas já era tarde. Além de terem jogado muito mal, os Diables Rouges viram Lukaku desperdiçar a classificação junto com seus gols perdidos.

Passa de ano- Thibault Courtois: salvou o seu time do pior com suas defesas.

Ficam em recuperação- Eden Hazard e Romelu Lukaku: Hazard foi tão mal que acabou sacado no jogo decisivo enquanto Lukaku abusou do direito de perder gols.



CANADÁ- 5,0: até se esforçou em campo mas faltou experiência aos Canucks que corriam demais em campo e acabavam se cansando logo. De qualquer forma, esta geração deixou uma boa impressão e levará muita bagagem para o próximo Mundial quando serão anfitriões.

Passa de ano- Alphonso Davies: fez um dos dois gols do time (ou outro foi contra de Aguerd) e entra para a história do país por ter anotado o primeiro tento dos Canucks em Copas.

Fica em recuperação- Milan Borjan: poderia ter feito melhor nos (muitos) gols sofridos.



SÉRVIA- 3,5: mais um time cujo desempenho não condisse com o potencial da equipe. Os Orlovi foram lentos em campo e pouco usaram o tamanho de seus atletas para se imporem. Mesmo com os desfalques, havia time para buscar ao menos as oitavas.

Passa de ano- Aleksandar Mitrović: mesmo isolado na frente, ainda conseguiu entregar dois gols.

Fica em recuperação- Strahinja Pavlović: fez um gol mas foi mal na defesa.



CAMARÕES- 5,5: passa de ano apesar da eliminação esperada na 1ª fase. Lutou de corpo e alma nas três partidas disputadas e até merecia ir mais longe mas acabou esbarrando na falta de opções do elenco e em alguns problemas internos.

Passa de ano- Vincent Aboubakar: dois gols, muita fibra e um futebol vistoso.

Fica em recuperação- Collins Fai: muitas faltas e pouca segurança em campo.



URUGUAI- 3,0: a base envelhecida e a falta de recursos para superar defesas rivais cobrou seu preço no Mundial. Quando reagiu na última rodada, já era tarde demais e a geração de Suárez se despede das Copas de maneira melancólica.

Passa de ano- Giorgian de Arrascaeta: dois gols e muita criatividade. Deveria ter jogado desde a 1ª rodada.

Fica em recuperação- Edinson Cavani: já em decadência, foi presa fácil da marcação rival.



GANA- 4,5: merecia uma nota maior pela bom futebol e pela determinação demonstrada mas os Estrelas Negras literalmente jogaram fora a sua chance de ir às oitavas. Ao menos, o técnico Otto Addo terá uma ótima base para os próximos ciclos.

Passa de ano- Mohammed Kudus: dois gols, muita raça e muita movimentação em campo. Não deve ficar muito tempo no Ajax.

Fica em recuperação- André Ayew: jogou bem mas perdeu o pênalti que poderia mudar a história do time na Copa.



Os camaroneses ficaram pela fase de grupos mas ainda tiveram motivos
para comemorar (imagem extraída de www.facebook.com/TheAFCON).




terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Carro Raiz X Carro Nutella




Havia, em meados de 2016, um meme que conflitava o "raiz" (objetos ou atividades realizados à moda antiga, sem a necessidade de modernidades) contra o "Nutella" (feitos com auxílio da tecnologia e/ou levando em conta a necessidades dos dias atuais). Na maioria das vezes, tratava-se de críticas de pessoas que nasceram até os anos 80 ou 90 e que discordavam das transformações que a sociedade sofreu durante as últimas décadas.

Os carros, da mesma forma, estão bastante diferentes daqueles comercializados até o final do século passado. Não há mais a necessidade de trocas de marchas, o motorista pode pisar fundo no freio graças ao ABS, há assistentes automáticos de quase todo tipo e muitas outras inovações tecnológicas. Tudo isto visando o conforto e, principalmente, a segurança do condutor.

Eu aprendi na faculdade as vantagens da automatização dos processos e também senti na prática em ambiente laboratorial todo o conforto de se confiar uma análise a uma máquina. Um analisador automático é muito mais fácil de ser operado, possui reprodutibilidade em seus ensaios e, principalmente, minimiza o erro por falha humana.

Conheci, porém, um canal do Youtube chamado Flatout Brasil (estilizado como "FlatOut Brasil") cujo tema são veículos antigos e também automóveis modificados (ou "tunados"). Através de seus influenciadores, pude ouvir o outro lado da história onde os apresentadores contam as vantagens do "carro raiz", com câmbio manual (e embreagem), sem freios ABS, controles de tração e outros assistentes tecnológicos tão rotineiros em nosso cotidiano.






O "carro raiz" depende muito mais da habilidade do condutor do que um "carro Nutella". Há a necessidade de se atentar à troca de marchas, à força exercida sobre os freios e vários outros processos hoje delegado a assistentes tecnológicos. Por outro lado, o motorista possui pleno controle sobre tais processos em tais veículos.

Um carro sem assistentes automatizados favorece a condução competitiva visto que o motorista mais habilidoso e, portanto, com maior controle sobre os processos, será o melhor em tal cenário. Ademais, tais veículos são mais adequados para demonstrações de perícia (em eventos e locais apropriados, obviamente), como a possibilidade de deliberadamente travar as rodas para derrapagens (algo difícil de ser realizado com ABS) ou de arrancadas (algo impossível com os controles de tração).

O canal, da mesma forma, exalta o prazer de dirigir com o motorista tendo pleno controle sobre os processos. O apresentador, porém, reconhece que é muito mais cansativo e estressante dirigir um carro manual visto que o condutor precisa se atentar a muito mais detalhes e também precisa realizar muito mais esforço para manobrar o veículo, trocar as marchas ou realizar as frenagens.

Os chamados "carros Nutella" portanto, existem para oferecer conforto e, principalmente, segurança ao motorista comum. Mas sempre haverá mercado, ainda que de nicho, para os "carros raízes", principalmente esportistas e condutores que buscam o prazer em dirigir estando no controle de todos os processos do veículo. Um tipo de máquina, portanto, jamais excluirá a outra por mais que a tecnologia evolua.







segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Copa do Mundo 2022: um Balanço da Competição

Imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup



Encerrou-se ontem a Copa do Mundo 2022. Foram 28 dias de jogos emocionantes, futebol de bom nível técnico e, principalmente, muitas surpresas. Poucos imaginariam que Austrália, Japão e Coréia do Sul conseguiriam superar grupos tão difíceis e chegariam às oitavas-de-final. E temos de exaltar o Marrocos, que também caiu em uma chave complicada e conseguiu chegar às semifinais, apresentando o melhor desempenho de seleções africanas em Mundiais.

Este Mundial, aliás, serve de lição a todas às seleções, como expliquei em outro post. Equipes consideradas "azaronas" têm todo o direito de acreditar em boas campanhas enquanto as favoritas não devem se acomodar em hipótese alguma.

As equipes, curiosamente, sofreram bastante com as lesões neste Mundial. Eu acreditava que os atletas chegariam menos desgastados porque viriam durante a metade da uma temporada europeia, e não ao término como geralmente ocorre. Futuramente, pretendo discutir o assunto com amigos do ramo.

Um detalhe que me incomodou demais é que muitos times valorizavam em demasia a posse da bola. Muitas vezes havia espaço livre para finalizar ou para arrancar em direção ao gol mas os atletas preferiam o passe ao invés de tentar decidir a partida. Mais pareciam ter medo de perder a pelota do que o jogo. Pelo mesmo motivo, as cobranças de escanteio longas eram quase sempre na primeira trave ao invés da segunda, onde teoricamente seria mais difícil para o goleiro alcançar.

Tivermos, por fim, poucas jogadas articuladas pelo meio. Da mesma forma, foram poucos os meias ofensivos que se destacaram neste Mundial. Mesmo armadores de renome como Kevin de Bruyne ou İlkay Gündoğan contribuíram bem pouco nesta Copa. Muitas das seleções optavam por um trio de volantes mas compensavam com um ataque mais móvel, como foi o caso da campeã Argentina -talvez por influência do Liverpool de Jürgen Klopp ou do Tottenham de Mauricio Pochettino.

Indicaremos, como é tradição no blog, os destaques positivos e negativos da Copa do Mundo e também faremos a seleção da competição. Confiram:



DESTAQUES DA COPA 2022:



Lionel Messi foi escolhido pelo blogueiro como o melhor jogador da
competição (imagem extraída de www.facebook.com/fifaworldcup).



Melhor Jogador- Lionel Messi (Argentina): mesmo na reta final de sua carreira, Messi fez toda a diferença em campo. O capitão liderou a equipe e descomplicou o jogo para o seu time nos momentos em que tudo parecia perdido. De quebra, foi o vice-artilheiro e o vice-garçom da competição. Despede-se dos Mundiais com a alma lavada após tantos anos de frustrações.

Melhor Estreante- Jude Bellingham (Inglaterra): eu estava entre Bellingham e Julián Álvarez. Optei pelo inglês de apenas 19 anos (contra 22 do argentino) mas que jogou com uma maturidade de um atleta de 30. O meia foi um dos poucos destaques de sua posição e não titubeou nem mesmo contra a França. Ele é o único jogador do English Team que não atua em seu país (defende o Borussia Dortmund da Alemanha) e muito em breve deve estar de mudança, visto que a Copa o valorizou demais.

Melhor Partida- Argentina X França (final): optei pela final pelo seu roteiro emocionante, cheio de reviravoltas e que foi merecidamente decidida nos pênaltis. Outros destaques incluem Inglaterra X França (quartas-de-final) e Espanha X Alemanha (2ª rodada da fase de grupos), dois duelos de excelente nível técnico e muita rivalidade em campo.

Pior Partida- Marrocos X Croácia (1ª rodada da fase de grupos): acordei cedo para assistir a essa partida e quase voltei para a cama de tão sonolento que foi esse jogo.

Surpresa- Marrocos: os Leões do Atlas apresentaram a melhor campanha de seleções africanas na história da Copa do Mundo ao terminarem em um honroso 4º lugar. Superaram rivais de renome como Bélgica, Espanha e Portugal, além de terem terminado em 1º em sua chave que tinham os Diables Rouges e a Croácia. Menção honrosa para o Japão, que terminou em 1º em seu grupo à frente da Alemanha e da Furia.

Decepções- Alemanha e Bélgica: a inesperada derrota diante do Japão colocou areia nos planos da Mannschaft, visto que o empate contra a Espanha era esperado. Pelo segundo Mundial consecutivo, os alemães se despedem já na fase de grupos e terão de repensar uma série de conceitos se quiserem voltar a competir. Já a Bélgica, mesmo com elenco envelhecido, tinha condições de entregar muito mais em campo e chegar ao menos nas oitavas, mas sua reação foi muito tardia.



Com pouca idade mas muita maturidade em campo, Jude Bellingham
foi eleito pelo blogueiro como o melhor estreante na Copa do Mundo
2022 (imagem extraída de www.facebook.com/EnglandTeam).



SELEÇÃO DA COPA DO MUNDO 2022 NA OPINIÃO DO BLOGUEIRO (escalada em 4-3-3):



Goleiro- Dominik Livaković (Croácia): Livaković não foi o goleiro menos vazado do Mundial mas quase sempre salvou seu time nos momentos em que sua zaga falhou e também defendeu quatro pênaltis na competição. Se a Hrvatska apresentou mais um grande desempenho em Copas, foi muito graças ao seu arqueiro.

Lateral-Direito- Achraf Hakimi (Marrocos): foi impecável tanto na defesa quanto no ataque. Uma pena que o cansaço de sua equipe tenha cobrado o preço nas duas partidas finais.

Zagueiro- Dayot Upamecano (França): se alguém achou um exagero o Bayern München pagar 42,5 milhões de Euros para tirar Upamecano do Red Bull Leipzig, a resposta foi este Mundial. Foram raríssimas as vezes que falhou em campo.

Zagueiro- Joško Gvardiol (Croácia): Gvardiol, que era um lateral-esquerdo totalmente inseguro, evoluiu bastante defensivamente e foi essencial para o 3º lugar da Croácia neste Mundial. O Red Bull Leipzig fez jogo duro para liberá-lo na última janela de transferências mas não deve conseguir segurá-lo desta vez...

Lateral-Esquerdo- Theo Hernández (França): Theo entrou em uma grande fria ao ser obrigado a substituir o irmão Lucas, lesionado, logo na estreia contra a Austrália mas deu conta do recado. Não foi muito bem defensivamente, mas foi um monstro no ataque e até deixou um gol na competição.

Volante- Casemiro (Brasil): foi absoluto no meio-de-campo, tanto no ataque quanto na defesa. E ainda cometeu poucas faltas, o que foi uma prova de sua evolução em relação ao último Mundial.

Meia- Luka Modrić (Croácia): acabei me rendendo ao talento de Modrić, que não estava cotado para aparecer nesta lista. O meia consegue ditar o ritmo em campo como poucos e possui uma leitura de jogo ímpar. Mesmo aos 37 anos, jogou como se tivesse 27.

Meia- Jude Bellingham (Inglaterra): foi um dos poucos meias-armadores de destaque neste Mundial -o outro foi Modrić. Como descrito acima, possui pouca idade mas muita maturidade em campo.

Atacante- Lionel Messi (Argentina): dispensa comentários.

Atacante- Julián Álvarez (Argentina): outro garoto que jogou com a maturidade de um sênior. Atuou em todas as posições do ataque e ainda deixou quatro gols na competição. Foi o contraponto da experiência de Lionel Messi na frente.

Atacante- Kylian Mbappé (França): artilheiro do Mundial com sete tentos e também justificou plenamente a expectativa criada em relação ao seu desempenho. Além dos gols, ajudou os companheiros sem a bola, atraindo a marcação rival.

Treinador- Lionel Scaloni (Argentina): renovou o time e ainda acabou com a apatia de sua seleção. Não obstante, demonstrou pleno controle do elenco ao utilizar tantas escalações e formações diferentes ao longo da competição. Menções para Walid Regragui (Marrocos) e Hajime Moriyasu (Japão) que nos promoveram boas surpresas neste Mundial.



Seleção da Copa 2022 escalada em 4-3-3 (imagem obtida via this11.com).