quarta-feira, 30 de junho de 2021

Euro 2021: Balanço das Oitavas-de-FInal

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



As oitavas-de-final da Euro 2020 (que eu chamo de "Euro 2021") reservaram boas surpresas para os fãs de futebol. Tivemos, de modo geral, jogos emocionantes e muitos gols. Eu acreditava que as partidas seriam mais travadas, afinal em um mata-mata um único erro pode significar a eliminação.

Os jogadores visivelmente estão desgastados em campo. As férias foram reduzidas entre as temporadas 2019-20 e 2020-21, e as consequências disto podem ser observadas com muitos atletas jogando abaixo do que apresentam normalmente. As lesões também tem sido um grande problema para os treinadores administrarem.

Os resultados de alguns confrontos foram surpreendentes, em especial a vitória da República Checa sobre a Holanda e o triunfo da Suíça sobre a França. Mesmo as equipes consideradas "azaronas" não estão para brincadeiras nesta Eurocopa. Todos os times precisam entrar concentrados em campo e respeitar os adversários, afinal um oponente pode estar fisicamente derrotado mas enquanto seu espírito estiver forte, ele ainda pode ser perigoso.

E como foram as equipes nestas oitavas-de-final? Fizemos um pequeno balanço, escolhendo os melhores jogadores da etapa e também os destaques -positivos e negativos- destes oito jogos.



SELEÇÃO DAS OITAVAS-DE-FINAL:

Goleiro- Thibaut Courtois (Bélgica): se os Diables Rouges estão nas quartas-de-final, foi muito graças a Courtois, afinal a envelhecida zaga belga transmite pouca segurança e o arqueiro teve de salvar o time diante de um poderoso ataque com Diogo Jota, Ronaldo e Bernardo Silva.

Lateral-Direiro- Joakim Mæhle (Dinamarca): atuou nas duas laterais e participou de pelo menos três gols da Dinamarca sobre o País de Gales.

Zagueiro- Andreas Christensen (Dinamarca): tirou os espaços dos atacantes galeses, ajudou o goleiro Kasper Schmeichel a garantir um clean sheet e ainda jogou de volante durante alguns minutos.

Zagueiro- Harry Maguire (Inglaterra): a aposta de Gareth Southgate contra a Alemanha se mostrou acertada. Protegeu bem o lado esquerdo da defesa e ainda ajudou na articulação de jogadas.

Lateral-Esquerdo- Oleksandr Zincheko (Ucrânia): finalmente o treinador Shevchenko escalou Zinchenko onde o jogador rende mais, que é aberto pelo lado esquerdo. O resultado está aí: ele participou dos dois gols diante da Suécia.

Winger- Ferran Torres (Espanha): participou de dois gols diante da Croácia e infernizou Gvardiol.

Meia- Dani Olmo (Espanha): participou dos dois gols de desempate para a Furia na prorrogação e foi mais um a provocar pesadelos em Gvardiol.

Meia- Jack Grealish (Inglaterra): mudou o rumo de um jogo que estava pendendo para a Alemanha. Abriu espaços na defesa alemã para que Sterling e Kane pudessem classificar a Inglaterra.

Winger- Tomáš Holeš (República Checa): fez um gol e deu passe para Schick eliminar a Holanda.

Atacante- Federico Chiesa (Itália): sua insistência pelo lado direito consegui derrubar a forte defesa austríaca.

Atacante- Haris Seferović (Suíça): fez dois gols e demoliu a displicente defesa francesa.

Treinador- Gareth Southgate (Inglaterra): acertou ao colocar Maguire de titular e mexeu no time na hora certa, quando a Alemanha estava começando a "gostar do jogo".



Seleção da rodada escalada em 4-4-2 (imagem obtida via this11.com).



MELHOR TIME- Inglaterra: teve uma atuação de gala diante da forte Alemanha. Quase tudo funcionou para o English Team.

PIOR TIME- País de Gales: foram esforçados e tiveram um desempenho muito acima do esperado, mas é um time muito limitado e a goleada sofrida diante a Dinamarca deixou isto evidente.

MELHOR PARTIDA- Croácia X Espanha: foi um duelo de tirar o fôlego e emocionou do primeiro ao último minuto. O futebol apresentado pelos times também foi de bom nível técnico.

PIOR PARTIDA- Suécia X Ucrânia: o jogo até foi emocionante pela maneira que se desenrolou, mas os dois times demonstraram uma falta muito grande de ousadia e a partida chegou a se tornar monótona em muitos momentos, principalmente durante o segundo tempo.

SURPRESAS- República Checa e Suíça: cotadas para caírem já nestas oitavas, eliminaram as favoritas Holanda e França, respectivamente.

DECEPÇÃO- França: tinha nas mãos o jogo diante da Suíça mas abaixou a guarda muito cedo e levou um duro castigo com a eliminação nos pênaltis.

MELHOR ATUAÇÃO INDIVIDUAL- Thibaut Courtois (Bélgica): foi o grande herói diante de Portugal. Deu conta de segurar um ataque poderosíssimo e garantiu a classificação dos belgas.

PIOR ATAUÇÃO INDIVIDUAL- Matthijs de Ligt (Holanda): sua expulsão causou uma pane geral na Holanda e teve grande responsabilidade na eliminação da Oranje. Menções "honrosas" ao goleiro Unai Simón e ao meia Pedri (ambos da Espanha) que protagonizaram um gol contra bizarro.

MELHOR ATUAÇÃO COLETIVA- Dinamarca: foi impecável diante do País de Gales. Cabe a ressalva de que o limitado adversário ajudou. Praticamente não houve falhas defensivas, o meio-de-campo trabalhou bem e o ataque não perdoou. 4x0 foi até pouco.

PIOR ATUAÇÃO COLETIVA- França: jogou bem durante apenas trinta minutos do segundo tempo. No demais, foi um time displicente que cometeu erros crassos em campo ao invés de "matar o jogo" quando teve chance. Apenas Benzema, Lloris e, talvez, Pogba se salvaram.




terça-feira, 29 de junho de 2021

Jogo de Oscilações

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Suécia e Ucrânia fizeram o último duelo válido pelas oitavas-de-final da Euro 2020 -que eu chamo de "Euro 2021". A partida, que terminou com vitória da seleção do Leste Europeu, oscilou bastante ao longo de seu desenrolar: começou empolgante, tornou-se monótona e terminou dramática.

A Suécia foi a campo em seu tradicional 4-4-2 mas com Kulusevski no lugar de Berg. A Ucrânia, por sua vez, entrou em 3-4-3 e, finalmente, tivemos o meia/lateral Oleksandr Zinchenko atuando aberto pela esquerda onde, devo adiantar, fez toda a diferença na partida de hoje.

A Zbirna começou propondo o jogo tocando a bola desde a defesa. A Sverige, por sua vez, esperou com linhas recuadas em seu próprio campo. Os ucranianos começaram atacando pelo lado esquerdo por onde Zinchenko abriria o placar com um chutaço de fora da área.



Ucrânia, em 3-4-3, ataca principalmente pela esquerda com
Zinchenko se infiltrando ou articulando jogadas por aquele
lado. Suécia espera em 4-4-2 e tenta jogar nos erros com seus
dois atacantes (imagem obtida via this11.com).



A Ucrânia, porém, comete o erro de abrir mão da posse de bola e abaixar sua marcação. Embora possua jogadores grandes, a Zbirna mostrou-se muito ruim sem a redonda e tudo o que fez foi oferecer um convite para os suecos atacarem.

A Suécia adianta suas linhas e o meia Forberg passa a atuar como um atacante pela esquerda. O camisa 10 empata para a Sverige no final do primeiro tempo e passa a infernizar a defesa ucraniana por aquele lado, seja infiltrando ou acionando os atacantes.

A Zbirna passa, então, a aproveitar o buraco deixado por Forsberg e joga mais pelo lado direito com Karavayev e Yarmolenko. Os ucranianos conseguem invadir a área de Olsen mas perdem pelo menos duas chances claras de gol.

O cansaço e o medo de se arriscar, porém, passam a assolar os dois times e as equipes diminuem o ritmo visivelmente à espera da prorrogação. O jogo tornou-se chato com ambas as seleções abdicando do ataque e apenas deixando o tempo passar.



Suécia adianta Forsberg pelo lado esquerdo e o meia consegue
empatar o jogo. Ucrânia se defende em 5-4-1 e contra-ataca
pelo espaço deixado por Forberg, com Karavayev e Yarmolenko
tentando acionar Yaremchuk (imagem obtida via this11.com).



Ambos os treinadores realizam suas substituições no tempo extra mas o jogo é interrompido várias vezes em virtude de lesões ou de faltas violentas. O zagueiro Danielson é expulso direto após quase quebrar a perna do atacante Besyedin. A temperatura da partida sobe com direito a bate-boca entre os técnicos Shevchenko e Janne Andresson.

A Suécia tenta se segurar em 4-4-1 e tenta levar o jogo para os pênaltis. A Ucrânia aproveita os espaços e tenta decidir o jogo mas se afoba na tomada de decisões. No início do segundo tempo extra, Zinchenko cruza na medida para Dovbyk classificar a Zbirna para as quartas-de-final.



Suécia, com um jogador a menos, se segura em 4-4-1 o quanto
pode mas acaba sucumbindo diante da superioridade numérica
e da insistência ucraniana. Zinchenko, novamente, faz a diferença
ao atacar pelo lado esquerdo (imagem obtida via this11.com).



Ucrânia faz história e está nas quartas-de-final da Eurocopa pela primeira vez desde a sua separação da União Soviética. A Zbirna realiza o feito com méritos e um pouco de sorte -a expulsão de Danielson e um rival acessível nas oitavas. Fica, porém, o aviso para que o time valorize mais a posse de bola, sobretudo nos momentos em que precisa amarrar o jogo, afinal a defesa ucraniana é muito insegura.

Suécia realiza uma campanha dentro das expectativas. Poderia ir mais longe se fosse mais ousada, afinal conta com bons jogadores ofensivos, em especial Forsberg e Isak. Não é errado jogar defensivamente mas a Sverige tem time para se impor e também para brigar por algo mais.

Foi um bom jogo mas, definitivamente, foi a pior partida destas oitavas-de-final. É compreensível que as equipes tenham de ser cautelosas, afinal um único erro pode significar a eliminação, mas ambos os time tinham recursos para jogar mais bola.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020




Os Leões Acordaram

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



Demorou mas finalmente os Three Lions fizeram uma exibição à altura das expectativas criadas sobre a atual geração inglesa. A Inglaterra passou pela primeira fase jogando um futebol morno, de pouca vibração e intensidade. Eram até visto como "azarões" para muitos, inclusive por este articulista que vos escreve.

Gareth Southgate mudou o esquema tático para 3-4-3, com Maguire como terceiro zagueiro e Shaw na lateral esquerda. O esquema visivelmente causou um certo estranhamento inicial pelos jogadores mas o time foi se acostumando ao longo da partida.

Joachim Löw também manteve o 3-4-3 como o grandão Goretzka ganhando a vaga de Gündoğan no meio-de-campo, Müller estava de volta ao ataque e Timo Werner foi novidade na frente.

Ambos os times utilizaram estratégias parecidas com os dois zagueiros mais abertos subindo para o ataque e ajudando os laterais e pontas na construção de jogadas. A Inglaterra, porém, foi mais agressiva em campo, adiantando linhas, acelerando o jogo e se valendo da imposição física. A Alemanha manteve o toque de bola, circulando a pelota em busca de espaços na defesa inglesa.

O primeiro tempo foi movimentado mas os times mais se estudaram do que jogaram. Houve algumas chances para ambos os times e algumas disputas mais ríspidas mas o equilíbrio prevaleceu. A Alemanha jogou muito mais pela direita com Kimmich, enquanto a Inglaterra utilizou ambos os lados com Saka (muito bem vigiado por Rüdiger) e Sterling, que foi "fominha" em muitos momentos e errou na tomada de algumas decisões.



Ambos os times em 3-4-3. Inglaterra adianta linhas mas peca nas
finalizações. Alemanha avança trocando passes principalmente
pela direita com Kimmich mas a defesa ou o goleiro Pickford
conseguem segurar (imagem obtida via this11.com).



A Alemanha passou a controlar mais o jogo no segundo tempo ainda pelo lado direito mas também utilizando Goretzka e Kroos como opções de passes. Gareth Southgate trocou o garoto Saka, que não conseguia se impor, pelo fortão Jack Grealish. O meia do Aston Villa ajudou a quebrar linhas na imposição física e fez a jogada para Sterling abrir o placar.

A Mannschaft entrou em pane, passou a atacar com imprudência e errou as finalizações. Melhor para os ingleses, que tinham espaço para contra-ataques e conseguiram dar o golpe final com Harry Kane após uma rápida troca de passes na área.



Quando a Alemanha estava "gostando do jogo", o fortão Grealish
desarrumou a defesa alemã e abriu os espaços que Sterling e Kane
precisavam para decidir o jogo (imagem obtida via this11.com).



Inglaterra, finalmente, mostra a que veio nesta Eurocopa. Conseguiu se impor diante de um grande adversário e fez uma exibição convincente. Puxão de orelhas, porém, para o senhor Sterling que precisa ser menos individualista e ter mais calma na hora das decisões.

Alemanha se despede de maneira melancólica. A equipe não apresentou aquela agressividade ou aquele brio observado em ciclos anteriores. Tocava demais a bola mas infiltrava ou definia muito pouco em campo. Os fracassos não apagam as conquistas de Joachim Löw e seus comandados mas o repertório do treinador e dos tetracampeões já não faz mais a diferença como em 2014.

Os Three Lions parecem, enfim, ter acordado nesta Eurocopa. A garotada que deixou boa impressão em 2018 agora demonstrou sinais de evolução, mas precisarão ter regularidade em campo. Não adianta nada jogar bem diante de uma Alemanha e murchar nas partidas seguintes. E a inexperiência da garotada pode pesar neste aspecto. Que o treinador Gareth Southgate e os jogadores mais experientes saibam conduzir os jovens neste processo.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020




segunda-feira, 28 de junho de 2021

Blasé

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



O termo blasé (que remete a "indiferença" ou "arrogância" e que, coincidentemente, tem origem francesa) se aplicaria perfeitamente à França nesta Eurocopa. Os Bleus sempre pareciam se poupar em campo como se a vitória viesse naturalmente. Mas esta postura custou muito caro na partida de hoje.

Didier Deschamps, com desfalques na lateral esquerda, entrou em campo com um 3-4-3/3-5-2 com três zagueiros, o volante Rabiot atuando na ala esquerda e o atacante Griezmann voltando para preencher o meio-de-campo. A Suíça também foi a campo em 3-4-3.

A estratégia da Suíça foi explorar o ponto fraco da França: forçar os Bleus a propor o jogo. Os franceses estavam visivelmente incomodados com a posse da bola, tanto que pouco produziram durante o primeiro tempo a despeito de possuírem uma equipe individualmente superior à da Svizzera.

Os franceses também não se sentiam à vontade no 3-4-3, tanto que os laterais deram muitos espaços às suas costas e a zaga pareceu confusa em muitos momentos. Em uma dessas brechas, o lateral Zuber achou Seferović na área para abrir o placar para a Suíça.



Os dois times em 3-4-3. França não se sente à vontade com a posse
da bola ou com o esquema novo e não se encontra nem na defesa e
nem no ataque. Melhor para a Suíça que pega a defesa francesa
desarrumada e encontra espaços às costas dos laterais franceses,
principalmente com Zuber pela esquerda (imagem obtida via this11.com).



A Suíça perdeu um gol feito com Embolo e ainda perde um pênalti com Rodríguez na sequência. Os dois erros desestabilizam totalmente a Svizzera. Melhor para os franceses que aproveitam a pane adversária para virar o jogo com dois gols seguidos de Benzema. 2x1 para os Bleus. Pogba ainda faria 3x1 para a França em um belo chute de fora da área.

A Suíça, sem outra saída, vai para cima dos franceses com vários atacantes. A França diminui o ritmo naturalmente, mas os jogadores passam a apresentar uma postura totalmente displicente em campo, cedendo muitos espaços e contra-ataques perigosos à Svizzera.

A persistência dos suíços é recompensada com mais um gol de Seferović e outro de Gavranović. 3x3. A França sente o empate e tenta o quarto gol, mas os Bleus se afobam na tomada das decisões e erram demais no ataque. O empate persiste até que a prorrogação e os pênaltis são inevitáveis.

Quase nenhum dos batedores erra suas cobranças até que Mbappé é incumbido de chutar a última bola da série normal. O goleiro Yann Sommer pega o chute do atacante francês e elimina os Bleus. A Suíça está nas quartas-de-final da Eurocopa pela primeira vez.



Os dois times em 4-4-2. França consegue virar o jogo mas deixa
muitos espaços na zaga que Seferović e Gavranović aproveitam
para buscar a igualdade (imagem obtida via this11.com).



Suíça vê sua persistência ser recompensada e faz história na Eurocopa. França mostra que seus talentos fazem a diferença de fato, mas paga por sua postura displicente em campo e é eliminada por subestimar um rival.

A Eurocopa tem mostrado que os times nunca devem ser subestimados por mais limitados que sejam seus elencos. As eliminadas Áustria e Croácia deixaram a competição lutando até seus limites, enquanto a "azarona" República Checa mandou a Holanda mais cedo para casa.

A postura blasé da França já vinha sendo alvo de críticas por parte de muitos jornalistas brasileiros e a eliminação de hoje foi um duro castigo aos atuais campeões mundiais. Que Didier Deschamps e seus comandados utilizem a queda como aprendizado, e aprendam a ter mais humildade e resiliência em campo.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020




Jamais Abaixe sua Guarda

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Miyamoto Musashi escreveu em "O Livro dos Cinco Anéis" que um adversário pode estar derrotado fisicamente mas ainda oferece perigo enquanto seu espírito ainda estiver forte. A Espanha acreditava ter vencido a Croácia no tempo normal pela vantagem de 3x1 mas quase pagou por abaixar a guarda diante de um rival que colocou o coração na ponta da chuteira.

A Furia foi a campo com praticamente o mesmo time que goleou a Eslováquia mas com Gayá no lugar de Alba na lateral esquerda e Ferran Torres estava de volta no lado direito do ataque. A estratégia também foi mantida com mais agressividade e infiltrações.

A Hrvatska começou a partida com duas mudanças: Ćaleta-Car estava de volta na zaga no lugar do suspenso Lovren e Rebić jogou no lado esquerdo do ataque no lugar de Perišić, diagnosticado com COVID-19. A ausência do camisa 4, aliás, foi bastante sentida tanto ofensivamente (ele é o artilheiro e o jogador que melhor se infiltra na defesa rival) quanto defensivamente (ele ofereceria uma melhor proteção ao garoto Gvardiol).

A Espanha começou pressionando mas, como sempre, pecava nas finalizações. A Croácia abriu o placar em um recuo infeliz do meia Pedri que o goleiro Simón não dominou. Gol contra do meia do Barcelona.

A Croácia aproveitou o momento de desconcentração da Espanha e subiu suas linhas, mas a Furia aproveitou a ausência da cobertura de Perišić para forçar jogadas no lado esquerdo da defesa. Ferran Torres passou a atacar por aquele lado. Os espanhóis empataram ainda no primeiro tempo com Sarabia após confusão na área de Livaković.



Espanha, em 4-3-3, tenta forçar jogadas pela direita onde Gvardiol
comete muitas falhas sem a cobertura de Perišić. Croácia, em 4-2-3-1,
tenta articular contra-golpes com Modrić ou com os pontas tentando
acionar Petković (imagem obtida via this11.com).




A Espanha virou o jogo criando chances justamente pelo lado esquerdo da defesa croata. Ferran Torres causou pesadelos em Gvardiol durante todo o segundo tempo. O placar indicava 3x1 para a Furia passados mais de trinta minutos da etapa complementar.

Luis Enrique, acreditando que a partida já estava resolvida, substituiu os jogadores mais cansados e mandou a Espanha recuar as linhas. A Croácia, sem mais nada a perder, encheu o time de atacantes e foi para o "abafa" sem mais nenhuma estratégia.

A Hrvatska, quase aos 40 minutos do segundo tempo, diminuiu para 3x2 com Oršić após um bate-rebate na área espanhola. Pašalić, já nos acréscimos, empata para a Croácia e leva o jogo para a prorrogação, para desespero de Luis Enrique e alegria de Zlatko Dalić.

Dani Olmo, porém, manteve a pressão do lado esquerdo croata onde havia apenas o inseguro Gvardiol. O jogador do Red Bull Leipzig criou as chances para Morata e Oyarzabal definirem o placar. 5x3 para a Furia.



Croácia, em 3-4-3, vai para o "tudo ou nada" e consegue levar o
jogo para a prorrogação. Espanha, em 4-2-3-1, leva sufoco mas
consegue espaços pela direita com Dani Olmo forçando sobre
Gvardiol (imagem obtida via this11.com).



Espanha vence mas aprende que é muito perigoso abaixar a guarda diante de um rival que não esteja mentalmente derrotado. Outro erro foi abrir mão da posse da pelota, algo que Guardiola já alertou quando afirmou que seu time "é muito ruim sem a bola". A Furia deveria "matar" o jogo e continuar trocando passes ao invés de recuar as linhas.

A atual geração croata chega ao seu limite. A Hrvatska precisa melhorar a defesa daqui para frente (renovar a zaga e /ou colocar algum primeiro volante para dar mais proteção) e buscar alternativas a Luka Modrić, afinal o camisa 10 já está com 35 anos e o time está dependendo em demasia de seu principal jogador. O ataque, apesar de menos talentoso do que a geração anterior, traz esperanças de dias melhores. Fica ainda uma crítica pela escolha da camisa: usar uniformes em tons escuros no calor, como foi hoje no Parken Stadium, é um desgaste a mais para os atletas.

Os ensinamentos de Musashi nunca fizeram tanto sentido como no jogo de hoje. A Espanha acreditava ter a partidas nas mãos mas viu uma valente Croácia reagir no espírito e no coração. Subestimar a força de vontade de um rival pode ser muito perigoso.



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domingo, 27 de junho de 2021

A Batalha de Sevilha

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Bélgica e Portugal protagonizaram o confronto mais disputado desta Eurocopa até o momento. Foi um jogo muito brigado em todos os sentidos, incluindo lances ríspidos, provocações e até princípios de briga.

Roberto Martínez entrou com força total na partida, incluindo Eden Hazard e Kevin de Bruyne que haviam sido poupados durante as rodadas iniciais. A força do adversário e a importância do confronto demandavam o talento dos craques.

Fernando Santos, surpreendentemente, optou pelo ataque ao sacar os volantes Danilo e William Carvalho para as entradas de Moutinho e Sanches. O treinador provavelmente queria adiantar as linhas e tirar proveito da insegura zaga belga.

As Quinas, em 4-3-3, tomaram a iniciativa e adiantaram suas linhas em busca do gol. Os Diables Rouges, em 3-5-2, contra-atacavam com De Bruyne tentando acionar Eden Hazard ou Lukaku, mas o trio era sempre muito bem vigiado pela zaga lusitana.

Portugal criou mais chances de gol, incluindo uma bela cobrança de falta de Cristiano Ronaldo. A Bélgica passou a utilizar mais os laterais Meunier e Thorgan Hazard que eram pouco vigiados e não eram alcançados pela linha de quatro zagueiros portugueses. Não por acaso, o camisa 16 anotou o único gol da partida com um chutaço de fora da área e estando totalmente livre de marcação.



Portugal, em 4-3-3, adianta suas linhas e prensa a Bélgica mas peca
nas finalizações. Diables Rouges, em 3-5-2, tentam responder com
De Bruyne acionando Lukaku e Eden Hazard, mas o trio é sempre
bem marcado pelas Quinas. Meunier e Thorgan Hazard, porém,
conseguem encontrar brechas na zaga portuguesa e resolvem para os
belgas (imagem obtida via this11.com).



Bélgica começa o segundo tempo perdendo Kevin de Bruyne por lesão. Minutos depois, foi Eden Hazard quem pediu substituição. Com isso, os Diables Rouges perdem força ofensiva e abdicam de atacar, mantendo todo o time recuado e contra-atacando apenas com Lukaku. Eventualmente, Carrasco e Mertens faziam companhia ao camisa 9.

Portugal se colocou totalmente no ataque. Faltou, porém, tranquilidade às Quinas que se deixaram levar pela urgência do resultado e passaram a atacar como desesperados ao invés de trabalhar as jogadas. Ademais, os portugueses passaram a cometer muitas faltas e alguns passaram a discutir rispidamente.

A desorganizada zaga belga dava muitos espaços aos portugueses mas as Quinas desperdiçavam chances por pura ansiedade. Os Diables Rouges apenas davam chutões em direção a Lukaku muito mais com o intuito de se livrar da bola do que tentar o segundo gol.



 
Portugal, em 4-4-2, vai para o "tudo ou nada". Consegue se infiltrar
na fraca zaga belga mas perde gols por puro nervosismo. Bélgica,
em 3-4-3/3-6-1, apenas dá chutões em direção a Lukaku.
Eventualmente, Carrasco e Mertens articulam algum contra-
ataque (imagem obtida via this11.com).



Bélgica vence mas suas fraquezas ficaram mais do que evidentes: a zaga é muito insegura e há poucas opções no banco de reservas. Fica ainda o questionamento quanto ao futuro dos Diables Rouges, afinal alguns de seus craques já estão com 30 anos ou mais e o treinador não sinaliza com alguma renovação. A longo prazo, os belgas podem ter o mesmo problema enfrentado por Espanha e Croácia quando a atual geração não mais puder jogar.

Portugal perde muito mais pelo nervosismo do que pela superioridade do rival. O treinador Fernando Santos e o capitão Cristiano Ronaldo deveriam tomar as rédeas do time e acalmar os companheiros. A confusão em campo só estava favorecendo os belgas, que gastavam o tempo o máximo que pudessem. Como escreveu o jornalista Luiz Antônio Prósperi, futebol também é jogo de força mental.

A "Batalha de Sevilha" não foi vencida exatamente por quem jogou mais, e sim quem soube controlar melhor os próprios nervos durante o momento de maior tensão.



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Leão ou Zebra?

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



Holanda e República Checa têm em comum o leão em seus brasões. A Oranje, porém, era franca favorita no confronto de hoje devido a sua tradição, ao seu bom elenco e à ótima campanha na fase de grupos. O checos eram azarões desde a primeira fase visto que possuíam menos time que a Inglaterra ou a Croácia, mas parece que um dos leões foi uma "zebra" na partida de hoje...

A Holanda, em 3-5-2, começou oferecendo seu cartão de visitas com futebol intenso e linhas adiantadas. Os meio-campistas subiram menos para o ataque hoje talvez por uma questão de cautela. Coube aos laterais Dumfries e Van Aanholt acionar os atacantes Memphis e  Malen.

A República Checa, em 4-2-3-1, teve menos posse de bola mas não se limitou a contra-golpes. Os checos souberam se impor fisicamente e também criaram boas chances triangulando pelos lados, principalmente pela direita com Holeš e Masopust tentando acionar Schick.

O duelo foi surpreendentemente parelho durante o primeiro tempo, algo que ficou evidente nas estatísticas da partida. Ambas as equipes duelaram muito nos lados do campo e cada uma dela teve seu momento ao longo da etapa.



Holanda, em 3-5-2, utiliza seus laterais para se infiltrar na zaga checa
ou tentando acionar os atacantes Malen e Memphis. República Checa,
em 4-2-3-1, responde também pelos lados, principalmente pela
direita, com Holeš e Masopust triangulando e tentando servir
Schick (imagem obtida via this11.com).



A Holanda, porém, leva um duro golpe no início da segunda etapa com a expulsão de De Ligt por colocar a mão na bola em chance clara de gol para a República Checa. Com um jogador a menos, a Oranje se desestabilizou e passou a se afobar em campo.

Melhor para os checos, que passaram a adiantar suas linhas e a pressionar mais os holandeses. Após muita insistência, a República Checa abriu o placar com Holeš em cobrança de falta. Minutos depois o mesmo Holeš serviria o artilheiro Schick para dar o golpe final na Holanda.

A República Checa, após o segundo gol, se limitou a controlar a partida. A Holanda ainda tentou correr atrás do prejuízo mas a desvantagem numérica e a ansiedade dos jogadores dificultava qualquer ação por parte da Oranje. Nem as substituições propostas pelo treinador Frank de Boer foram suficientes para estabilizar sua equipe.



Frank de Boer tenta reorganizar a Holanda com um jogador a menos,
mas a ansiedade atrapalha demais a Oranje que acaba sucumbindo
diante da marcação alta dos checos (imagem obtida via this11.com).



A República Checa volta às quartas-de-final, algo que não acontecia desde 2004 quando a geração de Pavel Nedvěd eliminou a própria Holanda coincidentemente. Os checos tiveram uma boa dose de sorte com a trapalhada de De Ligt, mas também tiveram méritos por jogar sem medo de seus adversários a despeito das discrepâncias entre os elencos.

Holanda dá azar em jogo decisivo. A expulsão de Matthijs de Ligt afetou todo o time, tanto em aspectos técnicos quanto em psicológicos. O jovem defensor não pode ser crucificado pela eliminação, afinal tem só 21 anos e foi muito mais um acidente do que um lance premeditado. A derrota, porém, precisa ensinar ao zagueiro que um único erro individual pode comprometer todo um trabalho coletivo, como aconteceu na partida de hoje.

Hoje vimos um dos leões se tornar uma zebra em campo, Sorte ou méritos próprios, a República Checa mostrou que nenhum time pode ser subestimado em campo por mais que as equipes sejam consideradas "azaronas". Aliás, o próprio treinador Jaroslav Šilhavý reconhecia que as chances de sua equipe ir longe eram remotas. Mas, pelo visto, não são nulas.



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sábado, 26 de junho de 2021

Até a Última Gota

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



Foi uma partida de tirar o fôlego, com dois times mais do que dispostos a lutar pelo resultado. Nada de ficar recuado esperando pelo erro rival: a Itália e a Áustria queriam jogo, foram para o ataque, adiantaram linhas e buscaram o gol o tempo todo. Emocionante.

A Azzurra repetiu o 4-3-3 das duas primeiras partidas mas Roberto Mancini sacou Locatelli (que foi bem na fase de grupos) para a entrada de Verratti (que agradou no jogo diante do País de Gales). A Itália permaneceu ofensiva mas sentiu falta das infiltrações do camisa 5 e não foi tão contundente.

Os Burschen foram a campo em um 4-1-4-1 e repetiram a estratégia de adiantar linhas como foi feito diante da Ucrânia. O lado esquerdo com Alaba, Sabitzer e Baumgartner tentando acionar Arnautović foi a principal jogada austríaca.

O jogo foi bastante equilibrado e ambos os times se revezaram no ataque. Quando a Itália tinha a bola, a Azzurra se dispunha em um 1-4-2-3 com o zagueiro Acerbi fazendo companhia a Jorginho na proteção à zaga. A Áustria, por sua vez, se posicionava em 3-4-3 com o volante Grillitsch voltando para compor a defesa e os laterais avançando para o meio-de-campo.



Itália ataca em 1-4-2-3 (esquerda) com Acerbi atuando como um segundo volante ao lado de Jorginho.
A Azzurra repete a pressão com os pontas e laterais chegando à linha de fundo mas o meio-de-campo
infiltrou menos com a troca de Locatelli por Verratti. A Áustria (direita) ataca em 3-4-3 com o volante
Grillitsch voltando para compor a zaga e liberando os laterais. Burschen pressionam a saída de bola
e usam principalmente o lado esquerdo com Alaba, Sabitzer e Baumgartner acionando Arnautović
(imagens obtidas via this11.com).



O equilíbrio permaneceu ao longo do segundo tempo. Arnautović chegou a colocar uma bola na rede mas foi flagrado em impedimento pelo VAR. Roberto Mancini troca Barella e Verratti por Pessina e Locatelli, respectivamente, mas os meias não conseguem se infiltrar na sólida zaga austríaca. Quase ao final da segunda etapa, Belotti e Chiesa entram nos lugares de Immobile e Berardi. A Áustria jogou todos os noventa minutos praticamente sem mudanças -no final do tempo normal, Schöpf entrou no lugar de Baumgartner.

Apenas na prorrogação os gols saíram. No início do primeiro tempo extra. finalmente a Itália consegue se infiltrar na zaga austríaca (provavelmente devido ao cansaço dos Burschen) e Chiesa consegue vazar Bachmann. Minutos depois, Pessina, em lance de bola parada, aumenta para a Azzurra. 2x0.

Restou ao treinador Franco Foda tirar os jogadores cansados e colocar seu time no ataque. Na metade do segundo tempo extra, Kalajdžić consegue diminuir o prejuízo na bola parada. A Áustria lutou até o final mas sentiu falta do raçudo Arnautović.



As mudanças da Itália surtem efeito na prorrogação, com Chiesa
e Pessina anotando seus gols pela direita. A Áustria, porém, não
desiste e segue forçando jogadas pela esquerda
(imagens obtidas via this11.com).



Itália se classifica com méritos mas as mudanças propostas por Roberto Mancini não surtiram o efeito esperado. Locatelli deve ganhar mais oportunidades após a partida de hoje. Áustria faz grande campanha, afinal era considerada "azarona" no grupo C mas conseguiu sobreviver até as oitavas-de-final. Acabou eliminada por ter menos opções no banco em relação à Azzurra.

Este foi um dos melhores e mais emocionantes jogos desta Eurocopa. Nenhum dos times quis jogar nos erros e ambos buscaram o ataque o tempo todo. O futebol não é só ofensividade, afinal também é importante saber se defender bem, mas uma partida como a de hoje é um deleite para os fãs do esporte.



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Feliz Aniversário!

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Hoje faz 29 anos que a Dinamarca conquistou seu primeiro e único título, que foi justamente na Eurocopa de 1992. Os Rød-Hvide deram um belo presente a seu torcedor com uma goleada sobre o País de Gales e a classificação às quartas-de-final.

A Dinamarca foi a campo com o mesmo 3-4-3 da partida anterior mas com Dolberg e Stryger nas vagas de Wass e Yurary, respectivamente. Os Rød-Hvide começaram recuados, estudando os rivais galeses e segurando o ímpeto de um motivado Gareth Bale.

O País de Gales, sem Ampadu (suspenso por expulsão na rodada anterior), foram a campo em um 4-2-3-1 ao invés de um esquema de três zagueiros. Os Dreigiau adiantavam linhas e tentavam se infiltrar pelos lados com Bale e James, mas os grandões dinamarqueses tiraram os espaços.

Os Rød-Hvide se organizaram em 4-1-4-1 (com Christensen atuando como primeiro volante) e passaram a atacar pelos lados, ora triangulando, ora acelerando o jogo, principalmente pelo lado esquerdo com Mæhle e Damsgaard. Foi em uma jogada assim que Dolberg, em um chute de fora da área, abriu o placar.



Dinamarca se defende em 4-1-4-1 (com o zagueiro Christensen
atuando como primeiro volante) e ataca em 3-4-3 triangulando
pelos lados, principalmente pela esquerda com Mæhle, Delaney e
Damsgaard tentando acionar Dolberg. País de Gales, em 4-2-3-1,
tenta se infiltrar com James e, principalmente, Bale pelas pontas
mas os grandões dinamarqueses vencem as divididas (imagem
obtida via this11.com).



A Dinamarca amplia logo no começo do segundo tempo com Dolberg novamente em jogada parecida com a do primeiro gol. O País de Gales tenta responder com James e Bale invertendo os lados e colocando mais ofensividade no meio-de-campo.

Os Rød-Hvide passam a se defender em 5-4-1 e jogam no desespero do País de Gales, que começam a cometer muitas faltas diante da iminência da eliminação. A vaca foi para o brejo com o terceiro gol da Dinamarca e a expulsão (discutível) de Wilson. Os dinamarqueses ainda marcariam um quarto tento com Braithwaite em lance revisado pelo VAR.



País de Gales tenta reagir mudando o esquema para 3-4-3, invertendo
Bale e James, e tentando cruzar bolas na área. Dinamarca segura
em 5-4-1 e contra-ataca principalmente pela direita com Mæhle
(agora deslocado para este lado) e Braithwaite aproveitando os
espaços deixados (imagem obtida via this11.com).



Dinamarca se classifica com méritos e aguarda o vencedor de Holanda X República Checa. Os Rød-Hvide souberam unir força física, jogadores altos, jogo coletivo, toque de bola e eficiência nos contra-golpes.

País de Gales, apesar da goleada, se despede fazendo uma campanha muito acima dos esperado. A expectativa para os Dreigiau era baixa, sobretudo devido ao mau momento de seus principais jogadores, Bale e Ramsey. A dupla, porém, conseguiu carregar o piano até aqui e tiveram boas exibições na Eurocopa. Quem sabe os dois meio-campista se animem e voltem a brilhar em seus respectivos clubes,

Foi um belíssimo presente da Dinamarca para seu torcedor. Após 29 anos do título, os Rød-Hvide voltam a fazer história e trazem esperanças a seu torcedor. Quem sabe os dinamarqueses, motivados pelo seus fãs e por Christian Eriksen, não consigam repetir o feito? Será difícil dado o nível elevadíssimo dos rivais, mas força mental é algo que faz diferença, sobretudo em mata-matas.



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sexta-feira, 25 de junho de 2021

Euro 2021: Palpites para as Oitavas-de-Final

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Começam amanhã as oitavas-de-final desta Euro 2020 -que eu chamo de "Euro 2021". A partir de agora não há como recuperar pontos perdidos e qualquer erro pode significar a eliminação. E, em caso de empates, teremos prorrogação e pênaltis, caso necessário.

A maioria dos confrontos tem favoritos mas há alguns bastante abertos dado o equilíbrio entre os dois times. O "grupo da morte" e a surpreendente Suécia geraram partidas entre equipes fortíssimas já nas oitavas.

Faremos breves análises dos jogos e daremos palpites, como é tradição aqui no blog.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



PAÍS DE GALES X DINAMARCA: a Dinamarca possui um time com mais força coletiva enquanto o País de Gales depende das individualidades de seus dois principais jogadores, Bale e Ramsey. Confronto equilibrado mas os galeses possuem dois atletas muito acima da média e que já desequilibraram diante de adversários do mesmo nível que os dinamarqueses.

Data: sábado, dia 26 de junho

Horário: 13h (horário de Brasília)

Local: Estadio de la Cartuja (Espanha)

Palpite: País de Gales



ITÁLIA X ÁUSTRIA: o favoritismo aqui é todo da Itália que possui mais elenco, joga melhor coletivamente e ainda está em um momento espetacular.

Data: sábado, dia 26 de junho

Horário: 16h (horário de Brasília)

Local: Wembley (Inglaterra)

Palpite: Itália



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HOLANDA X REPÚBLICA CHECA: a Holanda é franca favorita aqui por ter mais elenco e por jogar um futebol melhor. Os checos, porém, têm um razoável potencial para surpreender após o que demonstraram durante a 1ª fase.

Data: domingo, dia 27 de junho

Horário: 13h (horário de Brasília)

Local: Puskás Aréna (Hungria)

Palpite: Holanda



BÉLGICA X PORTUGAL: confronto entre candidatos ao título. A Bélgica possui um ataque espetacular mas a defesa é insegura, enquanto Portugal possui bons atacantes e defensores mas o meio-de-campo tem deixado a desejar. Difícil dar um palpite, mas os Diables Rouges estão no auge enquanto as Quinas ainda estão em ascensão. 

Data: domingo, dia 27 de junho

Horário: 16h (horário de Brasília)

Local: Estadio de la Cartuja (Espanha)

Palpite: Bélgica



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CROÁCIA X ESPANHA: duas seleções com problemas parecidos -ambas estão em dificuldades em renovar seus elencos, ambas não conseguem encontrar outros estilos de jogo além do toque de bola e ambas são mais ofensivas do que defensivas. A Espanha, porém, possui mais tradição e conta com um elenco mais equilibrado.

Data: segunda, dia 28 de junho

Horário: 13h (horário de Brasília)

Local: Parken Stadium (Dinamarca)

Palpite: Espanha



FRANÇA X SUÍÇA: a França é favorita mas encontrou muita dificuldade em superar adversários mais pragmáticos, o que é o caso da Suíça. Didier Deschamps e seus comandados terão de jogar com a posse da bola e propor jogo se não quiserem que o confronto vá para os pênaltis.

Data: segunda, dia 28 de junho

Horário: 16h (horário de Brasília)

Local: Arena Națională (Romênia)

Palpite: França



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INGLATERRA X ALEMANHA: briga de cachorro grande. A Inglaterra tem o fator casa e seu time está em ascensão, mas demonstraram um futebol tímido e sem muito brilho até o momento. A Alemanha, por outro lado, já está em decadência e busca se renovar neste momento. A Mannschaft tem mais tradição, joga mais bola mas não tem sido eficiente em campo. Duelo aberto mas com leve favoritismo para os alemães.

Data: terça, dia 29 de junho

Horário: 13h (horário de Brasília)

Local: Wembley (Inglaterra)

Palpite: Alemanha



SUÉCIA X UCRÂNIA: duelo entre grandalhões. A Ucrânia propõe mais jogo enquanto a Suécia é mais pragmática. A Sverige tem ligeiro favoritismo por ter um elenco melhor.

Data: terça, dia 29 de junho

Horário: 16h (horário de Brasília)

Local: Hampden Park (Escócia)

Palpite: Suécia




quinta-feira, 24 de junho de 2021

Euro 2021: Balanço da Fase de Grupos

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



Terminou ontem a fase de grupos desta Euro 2020, que eu chamo de Euro 2021. Tivemos, de modo geral, partidas de bom nível técnico e bastante emocionantes, embora haja algumas exceções. O jogo mais físico continua sendo a tendência, em detrimento à técnica ou ao talento em muitos casos.

Foi muito interessante observar a atuação dos meio-campistas durante as partidas. Os armadores não apenas estão dando passes para os atacantes, como também ajudam a pressionar a defesa adversária, se infiltram na zaga rival e até arriscam chutes de fora da área. Locatelli, Modrić e Wijnaldum foram alguns dos que se valeram destes recursos.

Tivemos também um número elevado de gols contra -foram oito até o momento. Curiosamente, vários deles tiveram origem em cruzamentos que zagueiros ou goleiros tentaram interceptar e tiveram a infelicidade de empurrar contra a própria meta.

Os times que trabalham trocando passes (Espanha, Alemanha e Croácia) apresentaram muita dificuldade em aproveitar as chances criadas. Parece que faltou um Fernando Torres, um Miroslav Klose ou um Mario Mandžukić para arrematar as jogadas, ou para abrir espaços para infiltração dos ponteiros. Algo para ser considerado pelos seus respectivos treinadores para as próximas partidas.

Faremos um pequeno balanço desta primeira fase da Euro 2021, destacando os melhores e piores times, jogadores e partidas. Confiram:



SELEÇÃO DA FASE DE GRUPOS:

Goleiro- Robin Olsen (Suécia): não foi o goleiro menos vazado -Gigi Donnarumma da Itália teve três clean sheets mas o italiano quase não teve trabalho. O sueco Olsen segurou a Espanha e a Eslováquia. Só não conseguiu deter o grandalhão Lewandowski, mas aí seria pedir demais...

Lateral-Direito- Denzel Dumfries (Holanda): é fraco defensivamente, mas é um monstro no ataque. Infernizou seus rivais pelo lado direito e ainda anotou dois gols.

Zagueiro- Victor Lindelöf (Suécia): foi vital para a classificação da Suécia e ajudou Olsen a garantir dois clean sheets. Cabe a ressalva, porém, que os dois gols que Lewandowski anotou saíram pelo seu lado.

Zagueiro- Leonardo Bonucci (Itália): participou dos três jogos da 1ª fase e terminou a etapa zerado. Mesmo com 34 anos, ainda mostra muita segurança e muita técnica na defesa.

Lateral-Esquerdo- Robin Gosens (Alemanha): ele praticamente resolveu o jogo contra Portugal participando dos quatro gols.

Volante- Gini Wijnaldum (Holanda): um monstro dentro de campo, tanto no ataque quanto na defesa. E ainda deixou três gols.

Volante- Paul Pogba (França): jogou abaixo do que poderia render, mas foi o suficiente para decidir diante da Alemanha e para salvar a França diante de Portugal.

Meia- Luka Modrić (Croácia): estava entre Modrić e Locatelli da Itália. O croata foi eleito por ter participado dos três jogos -o italiano não foi a campo na terceira partida. E, mesmo aos 35 anos, o jogador do Real Madrid fez toda a diferença em campo e foi fundamental para a classificação de seu time.

Meia- Emil Forsberg (Suécia): anotou três gols, é veloz e sabe se impor fisicamente. Foi um diferencial para a Suécia se classificar.

Atacante- Patrick Schick (República Checa): três gols sendo um deles uma pintura do meio-de-campo e muita raça ao bater um pênalti com o nariz sangrando. Isso sem mencionar que ele se movimenta e se infiltra muito bem.

Atacante- Cristiano Ronaldo (Portugal): cinco gols, muita dedicação e uma vontade tão grande de vencer que nem parece que está com 36 anos.

Treinador- Roberto Mancini (Itália): renovou sua equipe e fez da Itália um time empolgante sem romper com as tradições defensivas.



Seleção da fase de grupos escalada em
4-4-2 (imagem obtida via this11.com)



MELHOR TIME- Itália: empolga e joga um futebol de encher os olhos, sem romper com sua tradição defensiva.

PIOR TIME- Turquia: apresentou um futebol tímido e pouco condizente com o ótimo elenco que tem à disposição. Anotou apenas um gol e levou oito.

MELHOR PARTIDA- Holanda X Ucrânia, válida pela 1ª rodada do Grupo C: jogo disputado, de bom nível técnico, com dois times dispostos a buscar o resultado, futebol de encher os olhos e pouquíssimas faltas.

PIOR PARTIDA- Espanha X Suécia, válida pela 1ª rodada do Grupo E: dois times sem nenhuma ousadia ou vontade de vencer. Jogo sonolento e que terminou em um justo 0X0.

SURPRESA- Suécia: terminou líder no Grupo E, que tinha a Espanha e a Polônia.

DECEPÇÕES- Turquia e Polônia: ambos possuíam times para chegar ao menos nas oitavas-de-final e as suas chaves estavam longe de serem complicadas, mas a Turquia foi tímida demais em campo e a Polônia se mostrou dependente demais de Lewandowksi. Ambas se despedem da Euro 2021 na lanterna de seus respectivos grupos.

MELHOR ATUAÇÃO INDIVIDUAL- Robin Gosens (Alemanha) diante de Portugal na 2ª rodada do Grupo F: o lateral-esquerdo participou dos quatro gols alemães e fez toda a diferença diante de um rival fortíssimo.

PIOR ATUAÇÃO INDIVIDUAL- Grzegorz Krychowiak (Polônia) diante da Eslováquia na 1ª rodada do Grupo E: foi merecidamente expulso após tomar dois amarelos e sabotou a reação polonesa no momento em que seu time estava melhor em campo.

MELHOR ATUAÇÃO COLETIVA- Itália diante da Suíça na 2ª rodada do Grupo A: a Azzurra foi praticamente impecável nesta partida. Todos os setores funcionaram muito bem, a Itália teve iniciativa, não deixou a Suíça jogar e praticamente não houve erros. Merecia vencer por um placar bem maior do que os 3x0.

PIOR ATUAÇÃO COLETIVA- Eslováquia diante da Espanha na 3ª rodada do Grupo E: nada deu certo para a Eslováquia neste dia. O ataque foi tímido, a defesa aceitou a pressão espanhola e o goleiro fez um gol contra bizarro. E o treinador também errou ao colocar seu time apenas para segurar o empate.

 


quarta-feira, 23 de junho de 2021

Movimento dos Sem Bola

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



"O problema é quando você tem a bola", disse o treinador Abel Braga afirmando seu estilo defensivista. E a frase do técnico cabe perfeitamente no confronto entre Portugal e França, com ambas as equipes mais acostumadas a jogar em contra-ataques do que propondo o jogo. A partida foi emocionante e divertiu, mas ficou aquela impressão que os dois times poderiam entregar mais.

O treinador português, Fernando Santos, bem que tentou propor mais o jogo. As Quinas necessitavam do resultado visto que sua classificação ainda não estava garantida, ao contrário dos franceses. Portugal foi a campo em 4-3-3 com Bernardo Silva à direita no ataque e dois meias armadores, João Moutinho e Renato Sanches. Danilo daria proteção à zaga.

Didier Deschamps, por sua vez, armou um curioso 4-4-2/4-2-3-1 com o atacante Griezmann voltando para fechar o meio-de-campo pelo centro. O zagueiro Koundé foi o lateral-direito e fez dupla com o meia-atacante Corentin Tolisso por aquele lado.

Ambos os times não se mostraram muito à vontade em campo, assim como havia sido quando enfrentaram a retrancada Hungria. As mudanças na escalação somadas às necessidades das equipes buscarem o jogo causaram um visível estranhamento em ambos os elencos.

Portugal, que necessitava do resultado para não correr tantos riscos, ofereceu mais perigo inicialmente. Sanches e Moutinho ajudaram a manter a bola no campo de ataque, mas o time buscava em demasia Cristiano Ronaldo ao invés de tentar os outros atacantes.

A França apenas tocava a bola no campo de defesa. Eventualmente, os laterais subiam ao ataque, principalmente Koundé pela direita. Pogba não foi tão agressivo como no primeiro jogo, mas mostrou muita visão de jogo nos passes longos.

As Quinas, após pênalti de Lloris em Danilo, abriram o placar com Ronaldo. Quase no final da primeira etapa, Semedo "devolveu" a gentileza e derrubou Mbappé na área da Rui Patrício. Benzema converteu e igualou o marcador. 1x1.



Portugal, em 4-3-3, propõe o jogo e tenta usar seus dois meias
(Moutinho e Sanches) para infiltrar na defesa ou acionar Ronaldo.
França em 4-4-2/4-2-3-1 (com Griezmann voltando para fechar
o meio) apenas toca a bola no campo de defesa e, eventualmente,
contra-ataca pelas pontas ou utiliza os passes longos de Pogba
tentando acionar Benzema (imagem obtida via this11.com).



A França consegue a virada logo no início do 2º tempo com Benzema aproveitando passe longo de Pogba. Minutos depois, Koundé coloca mão na bola dentro da área. Mais um pênalti para as Quinas que Ronaldo converte.

O jogo esfria após o gol de Ronaldo. Os dois times, com o empate, já estavam classificados. Algumas vaias foram ouvidas na Puskás Aréna, mas as equipes praticamente assinaram um "pacto de não-agressão" na segunda metade da etapa complementar e praticamente deixaram o tempo passar.



Resumo do 2º tempo: um belo passe de Pogba para Benzema
virar o jogo, e uma infiltração na esquerda de Ronaldo que
gerou um novo pênalti para Portugal empatar de novo.
Só (imagem obtida via this11.com)! 



O jogo entre Portugal e França foi bom, mas poderia ser melhor. Cabe o argumento de que as duas equipes precisavam se poupar para o mata-mata e que o empate já estava de bom tamanho para ambas, embora o resultado não fosse tão bom para as Quinas.

Não sou mais um defensor do futebol-arte e compreendo plenamente que uma vitória é sempre uma vitória, independente se o time ganhou jogando bonito ou se atuou de maneira apenas "eficiente". Não existe certo nem errado, são apenas estilos de jogo.

Os times, porém, poderiam oferecer um pouco mais, sobretudo levando-se em conta os elencos que têm à disposição. Ademais, ambos os times demonstraram muita dificuldade quando precisaram sair jogando. A partir das oitavas, a tendência é de que os adversários deem ainda menos espaço. Quinas e Bleus, portanto, terão de propor jogo daqui para frente, ou terão de se preparar para a loteria dos pênaltis.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020




Tirando a Barriga da Miséria

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



A Espanha fazia uma campanha decepcionante até então nesta Euro 2020 (que eu chamo de Euro 2021). A Furia vinha de dois empates, anotou apenas um gol e ainda perdeu um pênalti diante da Polônia. Embora improvável, corria o risco de ser eliminada já nesta primeira fase e o time vinha sendo vaiado pelo próprio torcedor. Era necessário dar uma resposta no jogo de hoje e justificar os três títulos na competição.

O treinador Luis Enrique sacou Llorente, Pau Torres, Rodri e Dani Olmo para as entradas de Azpilicueta, Eric García, Busquets e Sarabia, respectivamente. Ao invés de apenas trocar passes, a Espanha apostou em um jogo mais vertical e agressivo, como Lucho adotava em seus tempos de Barcelona. Cruzamentos e chutes de fora da área também foram observados desta vez.

A Eslováquia, que necessitava apenas de um empate, parecia um tanto acomodada no jogo. Os Sokoli praticamente não jogaram durante todo o primeiro tempo, recuaram suas linhas e se limitaram a esperar por um erro espanhol. Aliás, durante muitos momentos, os eslovacos respeitaram em demasia os adversários.

A Furia teve a oportunidade de abrir o placar com Morata após um pênalti discutível de Hromada em Koke. O atacante da Juventus, porém, mandou nas mãos de Dúbravka. Parecia que a Espanha decepcionaria mais uma vez.

A presença de Sarabia, no entanto, fez toda a diferença. O jogador se movimentou bastante na área eslovaca, atacando pelos dois lados. O meia-atacante do Paris Saint-Germain deu um petardo de fora da área que Dúbravka rebateu para cima e depois empurrou contra o próprio gol. 1x0 Espanha. Minutos depois, após cobrança de escanteio, Pedri deixou Laporte livre para aumentar de cabeça.



 
Espanha, em 4-3-3, acelera o jogo, adianta linhas e não deixa a
Eslováquia sair com a bola. Desta vez, a Furia ataca mais pelo
lado direito com Koke e Sarabia, que se infiltra por ambos os lados.
Sokoli ficam totalmente imobilizados, cometem muitas faltas e ainda
dão azar em falha do goleiro Dúbravka (imagem obtida via this11.com).



A Eslováquia até ensaiou uma reação no 2º tempo mas foi tímida em suas infiltrações e ainda respeitou demais os adversários. Espanha aproveitou e fez mais dois gols com participação de Sarabia: primeiro em chute de dentro da área e depois dando passe para Ferran Torres após cobrança de escanteio.

Os Sokoli já estavam totalmente conformados com a derrota e não conseguiam sequer esboçar alguma reação. E ainda levaram mais um gol contra, com Juraj Kucka tentando tirar bola cruzada na área mas empurrando contra o próprio patrimônio. Luis Enrique, então, optou por rodar o elenco e dar ritmo de jogo a alguns reservas.



Eslováquia, em 4-5-1, tenta uma reação mas respeita demais o
adversário e é castigada. Espanha, em 4-1-4-1, apenas administra
o jogo, mas os reservas entram com vontade e conseguem mais
três gols no 2º tempo (imagem obtida via this11.com).



Espanha consegue a vaga e ganha moral para a sequência da competição. A goleada por 5x0 deixará os próximos adversários preocupados e Luis Enrique aprende a lição de que o Tiki-Taka já não possui a eficiência de 2008-2012, sobretudo quando não há mais aquele meio-de-campo excepcional com Xavi e Iniesta.

Eslováquia paga pela falta de ambição e de ousadia. Está virtualmente eliminada da Eurocopa devido aos muitos gols sofridos. Apesar do elenco tecnicamente inferior ao dos adversários espanhóis, havia jogadores bons o suficiente para infiltrar na instável defesa ibérica, mas o time quis tentar jogar pelo empate.

A Furia se redime das exibições ruins das duas primeiras partidas e dá esperanças ao seu torcedor. Resta saber se a Espanha apendeu a sua lição nesta fase de grupos ou se continuará jogando em sua zona de conforto.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020