De Volta à Vivência

Quando os jogos do Interanos 2023 foram encerrados, rumamos até o Centro de Vivência para a realização do churrasco de confraternização. Eu havia passado na frente do prédio em 2022 -que fica na frente do Edifício Semi Industrial- mas não houve tempo hábil para realizar uma visita durante a ocasião. Desta forma, meu retorno "formal" ao local só ocorreria no ano seguinte.

A Vivência não havia mudado muito em relação a 2019, o último ano quando entrei no edifício. Estavam lá a churrasqueira no corredor externo ao prédio, a sala do Centro Acadêmico, o depósito da Atlética, o balcão onde os alunos serviam as bebidas, ... Enfim, quase tudo igual à última vez que estive por lá.

Reparei que havia uma lojinha localizada na entrada do prédio e que estava fechada no dia. Como não me recordava dela, pressupus que fora inaugurada durante esses quatro anos enquanto eu estive afastado da Faculdade. Não faço ideia se está relacionada à Atlética ou se trata de algum comércio independente.

Acredito que incomodei as pessoas de tanto perguntar o nome delas, afinal sou péssimo para me recordar de rostos! Pudera, afinal eu conheci pelo menos quatro turmas ingressantes (de 2020 a 2023) e eram pessoas demais para lembrar! Felizmente, as redes sociais me auxiliam bastante com a questão.

O churrasco foi bastante disputado pelos alunos afinal já estava tarde (eram quase 14 horas), as pessoas estavam famintas após os exaustivos jogos da parte da manhã e os churrasqueiros não estavam dando conta da demanda. Os refrigerantes também acabaram rapidamente devido ao calor intenso daquele dia. A espera na fila, porém, teve o seu lado bom e conheci duas garotas muito legais enquanto aguardava a minha vez.

As bebidas estavam sendo geladas em uma caixa d'água velha cheia de gelo e localizada no centro do salão. Quando a confraternização atingiu o seu auge, os alunos promoveram um verdadeiro banho de tinta e depois foram "se lavar" no recipiente onde estavam as garrafas! Eu e os meus amigos só estávamos dando risada das cenas!

Tirei algumas fotos do pessoal -deveria ter feito alguns registros do salão para ilustrar este texto- e depois participei das tradicionais comemorações da Faculdade. Tivemos as premiações para os destaques esportivos e também para os ingressantes (ou "bixos") de 2023. E, claro, houve o "Farmácia Mi" que sempre ocorre nas confraternizações. 

Fui embora por volta das 18:45 mas confesso que tinha vontade de permanecer mais um pouco. Embora não tivesse desfrutado da Vivência durante meus tempos de graduação (o prédio estava em reforma durante a época), acabei me ligando àquele espaço depois que me formei e que passei a frequentar as festas com mais frequência. Passaram-se quatro anos desde a minha última visita e quase nada havia mudado por lá desde então. Ainda bem!

Bola de Segurança

Marcelo Teixeira está de volta à presidência do Santos
(imagem extraída de www.facebook.com/santosfc).

Marcelo Teixeira e Fábio Carille estão de volta ao Santos. O mandatário, que havia sido presidente em 1992-93 e 2000-09, foi eleito em um pleito agitado onde cinco candidatos concorreram e marcado por tentativa de invasão por parte de torcedores. O treinador, que estava no Japão e que teve passagem pela Vila Belmiro entre 2021 e 2022, retorna após recusa de Thiago Carpini.

Ambos foram escolhidos justamente porque já tiveram passagens anteriores pelos seus respectivos cargos, algo que o jornalista Jorge Iggor chamou de "bola de segurança" em seu canal no Youtube. Teixeira e Carille terão a dura missão de levar o Peixe de volta à Série A e de montar um elenco competitivo a despeito da situação financeira delicada. O clube praiano está bastante endividado, as cotas do Paulistão 2024 já foram antecipadas e o time disputará apenas duas competições, o que significa menos receita.

É fato que o Santos abusou da sorte durante os últimos três anos quando brigou muito mais contra o rebaixamento do que por títulos. As finanças e os erros das gestões anteriores foram fatores determinantes para as escolhas de Teixeira e Carille uma vez que ambos eram vistos como opções menos arriscadas por já conhecerem clube.

Fábio Carille retorna para a sua segunda passagem no
Santos (imagem extraída de www.facebook.com/santosfc).

O Santos, porém, poderia ter buscado por soluções mais arrojadas neste momento -não confundir com "irresponsáveis"- visto que o Peixe é franco favorito ao troféu da Série B e há uma certa margem para apostas. O clube poderia ter apostado em algum presidente mais jovem e com ideias ousadas enquanto Teixeira começou "ressuscitando" Modesto Roma Jr., ex-mandatário que foi expulso do quadro de sócios.

Carille conseguiu montar elencos competitivos pelo Corinthians apesar dos poucos recursos disponíveis, algo que se espera dele também no Santos. O paranaense, porém, possui um perfil conservador e de pouca ousadia em campo. Seria mais interessante buscar por um técnico com ideias um pouco mais revolucionárias aproveitando que o time começará do zero em 2024. Ademais, seria interessante tentar aproveitar mais a base neste momento visto que a situação financeira dificultará as grandes contratações e o Peixe deveria tentar lucrar algum dinheiro com a venda de atletas durante este momento de crise.

O Peixe, portanto, poderia começar 2024 tentando realizar algo diferente e visto que há margem para erros, mas optou por soluções conservadoras diante do cenário inédito de rebaixamento. Não é errado escolher o "caminho seguro" após um trauma tão grande mas a instituição necessita de mudanças reais -desde as categorias de base até os dirigentes- se quiser romper de vez com o círculo vicioso que causou a crise e, consequentemente, o descenso para a Série B.

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Desafiando a Lógica

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Quando a temporada começou no Brasil, eu apontei o Palmeiras, o Flamengo e o Atlético Mineiro como os grandes favoritos aos troféus simplesmente porque eram os clubes mais ricos do Brasil. Eu, porém, jamais teria apostado no Fluminense ou no São Paulo, ambos ainda geridos da maneira tradicional e sem um mecenas injetando dinheiro nas instituições.

Os clubes mais ricos reúnem mais chances de vencerem porque possuem mais condições de contratarem os melhores jogadores do continente, bem como manterem seus gordos salários. A própria Europa serve de exemplo visto que apenas times milionários (Real Madrid, City, Chelsea, Bayern, ...) faturaram a Champions League durante os últimos anos.

Os dois Tricolores, porém, não dispunham dos recursos financeiros de seus rivais Flamengo e Palmeiras. Então, trataram de lutar com as armas que possuíam: montaram bem seus respectivos elencos sem cometerem "loucuras", souberam conduzir seus projetos -os cariocas bancaram Fernando Diniz nos momentos de instabilidade enquanto os paulistas acertaram ao trocar o ídolo Ceni por Dorival Jr.- e investiram no fator "ambiente" para que houvesse harmonia no elenco.

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As escolhas dos clubes deram frutos ao longo da temporada com ambos os times avançando nos mata-matas apesar dos adversários duríssimos. Os dirigentes souberam manter o vestiário em harmonia, blindar o elenco dos princípios de crise e trabalhar bem com o fato dos Tricolores jamais terem sido campeões nos campeonatos que disputavam. O resultado foi a conquista dos títulos inéditos para ambos os clubes. Como efeito de comparação, Flamengo (com os constantes tumultos nos bastidores) e Palmeiras (com as rusgas entre Leila e Abel) falharam justamente no gerenciamento do ambiente.

Não se deve, porém, considerar o Fluminense e o São Paulo como "exemplos de gestão" como os "emocionados" sempre se apressam em afirmar quando um time vence. Os dois Tricolores conquistaram títulos porque tomaram decisões acertadas em 2023 e também porque tiveram um pouco de "sorte de campeão", mas ainda há muito o que ser feito. Ambos ainda têm dívidas enormes a saldar e seus dirigentes tomaram algumas decisões contestáveis durante o processo.

Fluminense e São Paulo cometeram muitos erros no passado e até hoje pagam por eles, mas provaram que é possível montar equipes competitivas sem dependerem de mecenas ou das SAFs. O dinheiro aumenta as chances de troféus mas não é o único fator determinante para o sucesso.

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Pirlo 2.0

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Andrea Pirlo foi um dos melhores meio-campistas que o blogueiro já viu atuar. O italiano era dono de uma técnica incrível e de uma visão de jogo excepcional. Não a toa fez toda a diferença no Milan, na Juventus e na seleção de seu país. Apesar de ter características de um autêntico camisa 10, o atleta acabou se destacando como primeiro volante por um acaso do futebol.

Toni Kroos já havia jogado em quase todas as posições do meio-de-campo: 2º volante/meia central, meia-armador e até como ponta direito. O Real Madrid, porém, sofreu muitos desfalques ao longo da temporada 2022-23 e Carlo Ancelotti, que havia trabalhado com Pirlo no Milan, resolveu escalar o alemão na mesma função do volante italiano. O camisa 8 não decepcionou em sua missão e passou a atuar mais vezes desta maneira.

Uma sutil diferença é a de que Kroos (por enquanto) não joga tão recuado enquanto Pirlo, durante alguns jogos, chegou a atuar enfiado entre os zagueiros para liberar os laterais. O alemão não possui as características defensivas do italiano mas a tendência é de que o jogador do Real Madrid perca a mobilidade no campo visto que a idade e as condições físicas deverão ser empecilhos durante os próximos anos.

As funções que Kroos já desempenhou em campo (imagem obtida via this11.com).

Pirlo também foi perdendo a mobilidade durante suas últimas temporadas pela Juventus quando já estava beirando os 40 anos. O treinador Massimiliano Allegri, então, fixou seu volante à frente da defesa (com liberdade recuar como um 3º zagueiro) enquanto os demais meio-campistas (Vidal, Pogba e Marchisio) tratavam de carregar o piano em campo. O trintão Kroos talvez tenha o mesmo destino, sobretudo se continuar tão bem na função de cabeça de área. 

Uma pena que Kroos já tenha se aposentado pela Seleção Alemã. O genial meio-campista se reinventou em campo e agora ajuda o Real Madrid em novas funções. Além de transmitir experiência aos companheiros e estar em boa forma física, o camisa 8 poderia cobrir os colegas em campo agora que suas características defensivas estão aprimoradas.

Pirlo e Kroos são dois craques que provaram que a idade nem sempre é um empecilho para boas atuações em campo. Os dois atletas conseguiram se reinventar dentro das quatro linhas e continuaram prestando bons serviços a seus respectivos times apesar da idade.

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Endrick e a Carência de Ídolos

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Já existe o sentimento de que Neymar talvez não consiga jogar a Copa 2026 devido à idade (estará com 34 anos) e ao histórico de lesões. Muitos jornalistas brasileiros, então, buscam desesperadamente por algum outro jogador que possa preencher a vaga de Ney e saciar a carência de ídolos do torcedor. Vini Jr. poderia ser este atleta mas ainda enfrenta alguma rejeição a despeito de seu status no Real Madrid.

Diversos comunicadores, então, depositam em Endrick a esperança de títulos pela Seleção e também para preencher a vaga deixada por Neymar. O garoto, de apenas 17 anos, fez um bom Campeonato Brasileiro em 2023 e já está negociado com o Real Madrid -irá se juntar ao time merengue na metade de 2024 após completar 18 anos.

A carência de um ídolo na Seleção, porém, tem feito alguns comunicadores exagerarem nos elogios a Endrick. O jogador talvez até seja realmente um craque mas está apenas com 17 anos e ainda necessita de preparo psicológico antes de lidar com tamanha responsabilidade. Isto ficou evidente ao longo da última temporada quando o garoto foi visto chorando em frustração no banco de reservas do Palmeiras e também em algumas de suas entrevistas quando proferiu algumas respostas atravessadas.

Lembro até hoje quando Neymar explodiu em 2010 e diversos jornalistas endeusavam o então Menino da Vila. O excesso de elogios, porém, ajudou a moldar a personalidade do atacante do Al-Hilal e hoje o atleta tem sido mais lembrado pelas polêmicas do que pelo desempenho em campo. Por mais que o jogador tenha sofrido outras influências ao longo de sua carreira (família, amigos, empresários, dirigentes, ...), os comunicadores que bajulavam Ney devem admitir que tiveram sua parcela de responsabilidade.

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Endrick vem sendo exageradamente elogiado assim como Neymar era em 2010. Se o garoto da Academia se tornar mimado, marrento e arrogante; os mesmos jornalistas que hoje o endeusam, amanhã irão criticá-lo pesadamente. E irão utilizar os mesmos argumentos atribuídos a Ney: irão escrever que a culpa foi dos pais, do empresário, dos dirigentes do Palmeiras, dos "parças", ...

Não se sabe, ademais, se Endrick irá explodir na Europa. Muitas outras promessas eram exageradamente cultuadas por comunicadores brasileiros no passado, rumaram ao Velho Continente, mas não passaram de brilharecos por lá, casos de Robinho, Lucas Moura, Alexandre Pato, ... Cabe mencionar que Vini Jr. se transferiu para o Real Madrid em 2018 sob um contexto muito semelhante ao da promessa palmeirense e demorou alguns anos para deslanchar.

O treinador Abel Ferreira errou muito em 2023 ao não oferecer chances aos ótimos garotos que a Academia de Futebol está formando mas o português foi muito sábio com Endrick. O técnico tratou de "cortar as asas" do jovem atleta para que não se deslumbrasse com os elogios da imprensa e aprendesse a merecer sua vaga no onze inicial.

A carência por ídolos, portanto, não pode nos cegar para a realidade. Endrick é um jogador de muito potencial mas é apenas um garoto e ainda é cedo para depositar uma responsabilidade tão grande sobre os seus ombros como a conquista do hexa. E o excesso de elogios não apenas é algo nocivo como também pode fazer com que o jogador se deslumbre e se perca em sua carreira.

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O Coadjuvante

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O livro Os Números do Jogo, que eu menciono com frequência aqui no blog, explica porque jogadores de ataque são mais valorizados que os de defesa: os autores da publicação afirmam que é muito mais difícil anotar um gol no futebol do que fazer uma cesta no basquete ou um ponto no vôlei. Isso justifica porque meias e atacantes são sempre disputados a tapa pelos clubes, recebem os melhores salários e têm maior probabilidade de conquistarem premiações individuais.

A mais recente edição do prêmio FIFA The Best deixou isto evidente: os três finalistas da edição 2023 (Haaland, Mbappé e Messi) são todos atacantes. Alguns jornalistas discordaram veementemente dos indicados, em especial a do argentino que não atua mais na Europa e já foi devidamente "homenageado" pelo tricampeonato de 2022.

Eu, por minha vez, também discordo das indicações e gostaria de ver um outro jogador concorrendo ao troféu, o defensor John Stones do Manchester City. O atleta demonstrou uma versatilidade ímpar ao longo da temporada 2022-23 (jogou de zagueiro, volante e lateral), apoiou muito bem pelo lado direito e contribuiu com a solidez defensiva dos Citizens durante o período mencionado.

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Stones, porém, anota poucos gols, não possui a força midiática dos concorrentes e nem a liderança de um Fabio Cannavaro, que foi o último zagueiro a vencer a Bola de Ouro. Sem tais "suportes", uma mera indicação do defensor inglês já seria uma grande vitória, mesmo que não ficasse entre os três finalistas. O camisa 5 do City, aliás, sequer esteve no "XI ideal" da UEFA na temporada 2022-23 a despeito de ter feito toda a diferença nos gramados.

Os gols são muito importantes porque, obviamente, são eles quem definem o vitorioso em uma partida. Por outro lado, o autor, que outrora fora um defensor ferrenho do futebol-arte e da ofensividade, percebeu o quanto os defensores são fundamentais em um time porque permitem que os homens de frente brilhem sem terem de recompor tanto a defesa. Eu sempre utilizo o volante N'Golo Kanté na Seleção Francesa de 2018 como exemplo disto.

Stones não teve o justo reconhecimento pela ótima temporada realizada pelo City mas o autor exalta a importância do inglês que se desdobrou em campo de todas as maneiras possíveis para que seus companheiros na frente brilhassem. O zagueiro jamais ganhará a Bola de Ouro ou o FIFA Best por ser um defensor e também por não ter potencial midiático, mas os Citizens jamais teriam conquistado a Tríplice Coroa se não fosse o seu versátil camisa 5.

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Privatização

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Juan Román Riquelme foi eleito presidente do Boca Juniors no dia 17 de dezembro após derrotar Andrés Ibarra que era apoiado pelo ex-presidente da Argentina, o neoliberal Mauricio Macri. Após ter sua vitória confirmada, o ex-meia utilizou palavras fortes contra seus adversários, que pretendiam transformar o clube em uma empresa ou sociedade anônima de futebol (SAF).

Riquelme, que venceu Ibarra por ampla vantagem, declarou na ocasião: "o torcedor precisa saber que estamos diante das eleições mais fáceis da história. Esses senhores, quando voltarem, vão privatizar o clube, vão dá-lo aos três amigos que têm por aqui, e não se vota nunca mais. Isso não pode acontecer. Há muito tempo disse que ganharíamos por 95%, mas me parece que vamos ganhar por um pouco mais. Estaremos aqui por muitos anos, essa gente não pode pisar no nosso clube nunca mais. Não são torcedores, querem usá-lo para outra coisa".

As palavras do ex-meia, questões políticas à parte, têm uma certa razão. Como escrevi aqui no blog em outros posts, quando um clube se transforma em uma SAF, passa a ter um proprietário que pode fazer o que bem entender com a instituição desde que, obviamente, não viole as leis do país onde está sediado e nem afronte as regras estabelecidas pelas federações de futebol. E o dono pode permanecer no poder durante o tempo que desejar, afinal o time passa a ser sua propriedade.

O modelo tradicional, por outro lado, possui um conselho gestor que (teoricamente) limita os poderes do presidente e todas as ações centrais do clube são determinadas por voto. Ademais, tal formato é um pouco mais acessível ao torcedor que pode protestar contra medidas que lhe desagradarem, algo que raramente ocorre em uma SAF. Basta observar o Manchester United e o Arsenal, cujos fãs sempre se mostraram contrários os acionistas majoritários dos seus respectivos times e sempre foram ignorados pelos cartolas.

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A SAF, por fim, não oferece garantias de competitividade para os times e o Brasil foi o grande exemplo disto uma vez que apenas um clube que adotou o modelo (Atlético-MG) terminou entre os quatro primeiros do Campeonato Brasileiro 2023 e cinco deles (América-MG, Bahia, Coritiba, Cruzeiro e Vasco) ainda lutaram para não caírem.

Riquelme, portanto, tinha alguma razão quando proferiu aquelas críticas a Ibarra e seus aliados. Sabia que a transformação em SAF poderia elitizar o clube afastando-o do torcedor comum e o proprietário  dificilmente deixaria o poder visto que o Boca Juniors é uma marca muito forte e com alto potencial de lucro. O destino da entidade xeneize poderia ser o mesmo de Arsenal e Manchester.

Román, por outro lado, sabe que venceu com o "voto do povo" e isso terá um preço. O Boca Juniors há anos deixou de ser aquele gigante temido em toda a América do Sul e hoje apresenta dificuldades em competir, tanto sob a ótica técnica quanto a financeira. Riquelme terá de buscar maneiras de recuperar a instituição sem "privatizá-la" ao mesmo tempo que enfrentará cobranças do torcedor comum que o elegeu.

Temos de exaltar a coragem de Riquelme em arriscar o seu status de ídolo do Boca Juniors e buscar por alternativas financeiramente sustentáveis sem afastar o torcedor comum do clube. O ex-meia, porém, receberá uma instituição clamando por modernização ao mesmo tempo em que será pesadamente cobrado por suas promessas. A conferir.

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Meu Reencontro com o CEPEUSP

O Centro de Práticas Esportivas da USP -ou CEPEUSP- é um espaço para ser usufruído pela comunidade da universidade. Apesar de frequentar o local com relativa periodicidade, eu nunca tive lá muito apego pelo espaço. Tanto que jamais fui até lá durante o meu primeiro semestre de aulas. Confesso, porém, que foi muito emocionante voltar a pisar lá após anos afastado.

Estive no local pela última vez em dezembro de 2019, antes da pandemia começar. Desde então, nunca mais havia ido ao CEPEUSP. Não tinha ideia se o local havia sido reformado, modificado, demolido ou algo assim. Vi uma ou outra foto das instalações através das redes sociais dos times da Farmácia mas nada que oferecesse detalhes profundos. Eu precisava ver com meus próprios olhos para tirar minhas conclusões.

O meu reencontro com o CEPEUSP se deu durante o sábado passado para mais uma confraternização organizado pela Farmácia. O local ainda era praticamente o mesmo de quando estive lá pela última vez em 2019. Ainda que não tivesse tanto apego pelo espaço, foi como rever um velho amigo após muito tempo. Estavam lá as quadras de piso áspero (também conhecidas como "lixas" pelos frequentadores), o velódromo, os vestiários com os mesmos avisos para não esquecer os cadeados, ... Enfim, quase nada havia mudado.

A única grande diferença foi a lanchonete que fechou as portas e que ficava localizada próximo à entrada do CEPEUSP -provavelmente o contrato da licitação havia terminado. Foi uma pena, afinal aquele estabelecimento já me salvou em diversas ocasiões -perdi a conta de quantas vezes fui correndo até lá ávido por um refrigerante ou por um Gatorade no calor. Em seu lugar estavam dois trailers que quebram o galho mas cujos preços são um pouco elevados. Também reparei no belo jardim (que ilustra este texto) próximo aos comércios mas não faço ideia se ele já existia em 2019 ou se foi cultivado em tempos recentes.

Eu cheguei bastante cedo no local apesar de ter pego trânsito no caminho -eram cerca de 8:30 da manhã. O CEPEUSP estava praticamente vazio e com poucos frequentadores, provavelmente devido ao período de férias escolares. Não demorei a encontrar alguns alunos da Farmácia -quase todas caras novas para mim, afinal já haviam se passado quatro anos desde o último encontro e quatro turmas novas de 150 estudantes (divididos em integral e noturno) já haviam ingressado desde então.

Fui apresentado a tantas pessoas ao mesmo tempo que eu mal me lembro de seus nomes e de seus rostos! A Atlética da faculdade havia conseguido uma parceria com uma marca de bebidas e pude degustar de um energético por cortesia da instituição. O blogueiro, porém, não sabia que o produto era gaseificado, agitou a garrafa e, por muito pouco, não levou um banho sabor melancia com morango!

Diversos conhecidos, para a surpresa do autor, compareceram ao encontro, incluindo alguns que estavam residindo no exterior. Pude conversar rapidamente com eles e tirar algumas selfies para registrar os momentos. Aliás, acho que eu deveria ter tirado mais fotos com as pessoas mas, como eu escrevi no post de domingo passado, eu perdi minhas "habilidades sociais" durante a quarentena.

O único momento desagradável da minha visita foi o sol fortíssimo que irradiou sobre o CEPEUSP -os termômetros marcavam temperaturas entre 36 e 38ºC! Eu não estava mais acostumado com todo aquele calor após tanto tempo refugiado em casa. Ao menos, a tradicional chuva de verão não interferiu no desenrolar das partidas como ocorrera em outros Interanos.

Fomos embora por vota das 13h rumo ao prédio da Vivência onde ocorreria o churrasco de confraternização. Deixei o CEPEUSP satisfeito em rever um "velho amigo" após tantos anos longe e com a certeza de que aquele não foi o último encontro. Eu jamais havia demonstrado apego ao espaço mas, como dizem por aí, só damos valor às coisas quando as perdemos.

Como Esperado...

Julián Álvarez anotou dois gols na partida
(imagem extraída de www.facebook.com/mancity).

Durou pouco mais de quarenta segundos a esperança do Fluminense em conquistar seu primeiro Mundial de maneira oficial -o título de 1952 não é reconhecido pela FIFA. O City abriu o placar com menos de um minuto de jogo e os Tricolores não tiveram nada além de brilharecos para buscar o resultado tamanha a discrepância entre o milionário time inglês (fortalecido pelo dinheiro dos Emirados Árabes) e o clube de Xerém.

Guardiola (desfalcado de Haaland, Doku e De Bruyne) utilizou o 4-5-1 variando para 3-6-1/3-4-3 com Stones avançando para o meio-de-campo e com os ponteiros (Bernardo Silva e Grealish) com liberdade para entrarem na área. Diniz repetiu o 4-2-3-1 que venceu a Libertadores.

A estratégia do City foi óbvia: atacar o lado esquerdo da defesa carioca onde os veteranos Marcelo e Felipe Melo dificilmente teriam como competir com os vigorosos atletas ingleses. Diniz esperava que os Citizens avançassem trocando passes mas foi surpreendido com bolas longas e chutes de fora da área. O camisa 12 do Flu tentou sair jogando mas errou o passe e Aké testou Fábio. Álvarez pegou o rebote e abriu o placar com apenas 40 segundos.

O Flu tentou trocar passes ou sair jogando com a defesa mas foi trancado pelas linhas altas do City que desperdiçaram muitas chances. Os Tricolores conseguiram uma resposta em uma escapada de Cano e Ederson cometeu pênalti no argentino, mas o atacante estava impedido na origem do lance e não houve marcação de penalidade.

Diniz tentou concentrar seus jogadores no lado esquerdo para proteger Marcelo e Felipe Melo mas Foden aproveitou os espaços vazios e ampliou para os Citizens pelo lado direito -o gol foi creditado a Nino por ter desviado no zagueiro. O Flu criou algumas poucas chances com Arias mas nada que ameaçasse Ederson.

City, em 3-6-1/3-4-3, força as jogadas pela esquerda sobre Felipe
Melo e, principalmente, Marcelo, além de algumas infiltrações de
Grealish pelo outro lado. Flu, recuado em 4-2-3-1, não consegue
sair jogando e tem apenas Arias como opção de escape
(imagem obtida via this11.com).

Diniz troca Keno por John Kennedy para tentar reoxigenar seu time. A parte física, porém, pesou demais ao Flu ao longo do segundo tempo e os cariocas tiveram dificuldades em criar jogadas enquanto o City conseguia facilmente recompor a defesa para negar os espaços. O técnico tricolor, então muda Felipe Melo, Marcelo e Ganso por Alexander, Diogo Barbosa e Lima. Guardiola responde substituindo Lewis por Kovačić.

O City logo amplia em uma cobrança de falta com Foden e segue pressionando o exausto Fluminense que deixa muitos espaços na defesa e só não é goleado porque Fábio realiza boas intervenções. Álvarez, quase no final da partida, "fecha a tampa do caixão" com o quarto gol.

O desfecho do Mundial de Clubes foi doloroso aos Tricolores mas o placar foi o esperado com o City sobrando em campo. A parte física e tática pesaram demais no confronto, evidenciando o quando o Fluminense estava anos-luz atrás dos ingleses. Ademais, Guardiola surpreendeu Diniz com bolas longas e com jogo mais direto enquanto o mineiro certamente esperava pelo velho Tiki-Taka.

Não foi nenhuma vergonha o Flu ter sido goleado pelo City. O placar, aliás, poderia ser até mais elástico tamanha a superioridade dos ingleses em campo. O desfecho é mais uma recordação do quanto o futebol brasileiro (e também o do restante da América do Sul) está atrasado em relação ao europeu. Se quisermos voltar a competir com o Velho Continente, teremos que reformular o esporte como um todo -desde a formação de jogadores até os cartolas- ou os resultados como o de ontem permanecerão rotineiros.

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Cabe no seu Time?

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Paolo Guerrero está livre no mercado. O contrato do jogador com a LDU se encerra ao final deste mês e o clube equatoriano, que tenta segurar o atacante, ainda não chegou a um acordo para renovação. O peruano, que estava em baixa, se reergueu nos Albos e teve participação decisiva na conquista dos dois títulos de 2023, a Liga Pro e a Sulamericana. O definidor também segue como titular absoluto na seleção de seu país apesar dos 39 anos -completa 40 no próximo 1º de janeiro.

Guerrero é bastante lembrado por sua passagem no Brasil onde defendeu Corinthians, Flamengo, Internacional e Avaí. O jogador, como o nome sugere, é bastante raçudo em campo e é matador, anotando muitos gols nos clubes por onde jogou. Ademais, o peruano seria um nome com cancha e de "currículo vitorioso" para liderar equipes emergentes sem muita experiência na Libertadores ou Sulamericana.

O peruano, por outro lado, também é lembrado por suas polêmicas aqui no Brasil. Guerrero saiu pela porta dos fundos no Corinthians, Flamengo e Internacional. Não obstante, o jogador colecionou problemas disciplinares, chegou a confrontar torcedores do próprio time e foi flagrado no anti-doping em 2017 (testou positivo para cocaína) enquanto atuava pelo Rubro-Negro.

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Guerrero, ademais, já está prestes a completar 40 anos e sua utilização em campo requer moderação visto que é um atleta propenso a lesões. O peruano mostrou que ainda tem lenha para queimar a despeito da idade em suas exibições pela LDU e pela Seleção Peruana, mas o calendário insano do Brasil é um verdadeiro teste de resistência para os jogadores.

É necessário lembrar, por fim, que Guerrero é titular absoluto da Seleção Peruana e ele será desfalque certo nas datas-FIFA visto que o Brasil não irá parar durante as competições internacionais, incluindo a Copa América. Se algum clube brasileiro contratar o atacante, deve estar preparado para perdê-lo para os Incas e ainda há o risco de recebê-lo de volta lesionado com o "vírus FIFA".

Guerrero, portanto, seria um ótimo reforço para as equipes daqui, sobretudo àquelas que não possuem muita experiência internacional -Botafogo, Red Bull Bragantino, Fortaleza, Cuiabá, ... Ele seria um ótimo líder para os times mencionados e também ajudaria a segurar a bronca em campo. É necessário lembrar, contudo, que o peruano tem um histórico grande de controvérsias e que sua contratação possui "contraindicações".

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Deste Mattos Sai Coelho?

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O Vasco, após se safar do rebaixamento na última rodada, promoveu mudanças radicais na gerência do futebol: saiu Paulo Bracks a assumiu Alexandre Mattos (à direita na foto acima), bastante lembrado por seus trabalhos no Cruzeiro e no Palmeiras. O dirigente, que estava no Athletico Paranaense, não tardou a mostrar suas garras e declarou que o Cruzmaltino tem interesse no meia Gustavo Scarpa, também pretendido por Atlético Mineiro, Flamengo e Internacional.

O modus operandi de Mattos é bastante conhecido dos torcedores de Palmeiras e Atlético Mineiro: o dirigente sempre busca por contratações de impacto para manter o time em evidência. Se o jogador em questão estiver sendo disputado, melhor ainda visto que isto também atingiria os rivais. Foi assim quando o Verdão venceu a concorrência de São Paulo e Corinthians por Dudu em 2015.

Mattos, aliás, mudou bastante seu perfil desde os tempos quando foi bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro em 2013 e 2014. O dirigente, em seus dois anos de Raposa, montou elencos com jogadores consagrados mas que estavam em baixa no mercado. Casos de Dagoberto, Júlio Baptista, Borges, Marcelo Moreno e outros.

Imagem extraída de twitter.com/VascodaGama

As atitudes de Mattos desde a sua saída da Raposa, porém, beiraram à megalomania. No Palmeiras recém-fortalecido com o dinheiro da Crefisa, o dirigente montou elencos inchados e com algumas contratações de impacto que não vingaram, casos de Barrios, Borja, Guerra e Diogo Barbosa. O cartola, porém, só conseguiu três títulos (dois Brasileiros e uma Copa do Brasil) durante o período em que esteve no Porco (2015 a 2019).

Mattos também teve uma passagem pelo Atlético Mineiro durante o vitorioso ano de 2021 quando o Galo foi campeão brasileiro e da Copa do Brasil. Na ocasião, o dirigente usou o dinheiro injetado pelos mecenas "4R" para inchar o elenco novamente com muitas contratações, incluindo o atacante Hulk. O gerente, porém, acabou desligado após as eleições do clube ao final da temporada.

O gerente, agora contando com os recursos da 777 Partners, fornece pistas de que repetirá a fórmula que o consagrou no Palmeiras. Cabe lembrar, porém, que o antecessor Paulo Bracks também fora ao mercado no início de 2023 e contratou muito mais por quantidade do que qualidade. Ter um elenco robusto é muito bom mas a experiência de Mattos no Palmeiras e o próprio Vasco na temporada anterior demonstraram que não é bem assim.

Imagem extraída de twitter.com/VascodaGama

Identidade

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Estava analisando o elenco da Seleção da Copa 2002 e reparei que dos 23 convocados por Felipão, apenas dez atuavam no exterior. Para o Mundial de 2022, Tite chamou 23 atletas que defendiam clubes estrangeiros e apenas três que estavam no Brasil na época. O aumento de jogadores expatriados no Escrete Canarinho teve um motivo óbvio: o nível do futebol europeu evoluiu exponencialmente durante os últimos anos enquanto o sul-americano estagnou.

O aumento de expatriados na Seleção teve consequências e a principal foi a perda de identificação do time com o país. Muitos dos jogadores convocados são pouco conhecidos por aqui visto que foram muito jovens para a Europa e pouco atuaram no Brasil. Alguns, inclusive, se profissionalizaram por clubes europeus como o atacante Raphinha.

A perda de identidade fez com que torcedores criassem rejeição a alguns dos atletas ou simplesmente passassem a ignorar a Seleção -alguns dos últimos amistosos até passaram em branco para os espectadores. Hoje o brasileiro possui mais acesso ao futebol europeu em relação às décadas anteriores o que diminuiu a quantidade de jogadores "desconhecidos" para os fãs, mas nada que resgatasse aquele entusiasmo do passado, algo agravado pelo jejum de títulos em Mundiais.

O cenário aqui apresentado também se estende a outras seleções sul-americanas. A própria Argentina também é composta quase que totalmente por atletas expatriados e Lionel Messi, que nunca atuou profissionalmente no país de origem, chegou a ser rejeitado pelo próprio torcedor porque não sabia cantar o hino nacional argentino.

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É louvável a tentativa da CBF de tentar reaproximar a Seleção de seu torcedor durante o atual quadriênio, mas é necessário fazer muito mais. Seria interessante tentar melhorar o nível técnico de nossos campeonatos para que os jogadores que atuam por aqui tivessem mais chances de serem convocados e, com isso, a identificação com o fã seria recriada.

A CBF também precisa eliminar o conflito causado pelo calendário. O Campeonato Brasileiro deveria ser suspenso durante as datas-FIFA para que não houvessem atritos entre clubes e Seleção na convocação de atletas -e o torcedor certamente ficará ao lado de seu time de coração em detrimento ao selecionado nacional. Mas a confederação sempre opta por proteger os inúteis estaduais nesses casos.

A confederação, por fim, deveria realizar os amistosos em solo nacional. É fato que jogar na Europa facilita a logística visto que a imensa maioria dos convocados atua por lá, mas isto também se torna mais um obstáculo entre o torcedor "comum" e a Seleção Brasileira.

É fato que o futebol europeu seja o melhor do mundo mas a sua dependência excessiva foi uma das causas que levou ao afastamento da Seleção do torcedor. Não se deve prescindir do talento estrangeiro visto que as convocações devem levar em conta o mérito esportivo, mas deveríamos ter uma equipe mais próxima do fã, afinal o entusiasta é um dos grandes diferenciais de um time.

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Quem Não Faz...

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O Fluminense teve o seu batismo de fogo no Mundial de Clubes da FIFA. Os Tricolores tiveram de enfrentar o bom time do Al Ahly (que havia derrotado o Al-Ittihad de Benzema, Fabinho e Kanté na fase anterior) empurrado pela torcida saudita que compareceu para apoiar os egípcios. Os africanos, aliás, venceram o Palmeiras na edição de 2020 (disputada em 2021) e muitos de seus jogadores atuam pela ótima seleção local é a atual vice-campeã da Copa Africana de Nações.

Os africanos conheciam muito bem as fraquezas dos sul-americanos: sabiam que os times de Diniz gostam de jogar com a defesa e trataram de responder com linhas altas. Ademais, aproveitaram as subidas dos defensores tricolores para realizar contra-ataques às costas da zaga. Os egípcios dominaram todo o primeiro tempo e criaram as chances mais cristalinas de gol -que foram anuladas por intervenção do goleiro Fábio.

O Fluminense, porém, "soube sofrer" em campo e utilizou bolas longas às costas dos egípcios, algo pouco típico das equipes de Fernando Diniz. Os africanos aparentemente se cansaram no segundo tempo e o Tricolor pôde jogar do jeito que gosta: trocando passes e com a pelota no chão. Ainda assim, a zaga rival conseguiu negar os espaços.

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O Al-Ahly seguiu melhor no jogo e criando chances mais claras em contra-golpes, mas foram detidos por Fábio. Como "quem não faz toma", Marcelo foi derrubado na área por Percy Tau e Arias converteu o pênalti enganando o ótimo goleiro El Shenawy, o mesmo que defendera a cobrança de Rony em 2021. Os africanos seguiram pressionando mas não conseguiram vazar o Flu e ainda levaram um castigo no fim do jogo com John Kennedy.

O Fluminense, se não foi brilhante em campo, demonstrou força mental para resistir à pressão adversária (incluindo a torcida), soube "sofrer em campo" e não hesitou em lançar mão de bolas altas quando necessário. Tudo isso sem abrir mão do estilo elegante de Fernando Diniz com muitas trocas de passes e triangulações pelas beiradas.

Será difícil, porém, fazer o mesmo diante do Manchester City, o provável adversário na final. Mesmo com perdas importantes (em especial Gündoğan) e com prováveis desfalques (Haaland e De Bruyne são dúvidas), os Citizens são francos favoritos visto que estão disputando a liderança na Premier League e sobraram na fase de grupos da Champions a despeito das ausências.

O Flu, portanto, deve lutar porque obter o título é questão de honra para acabar com as piadas a respeito do Mundial. Ao mesmo tempo, deve ter a consciência de que perder para o City não seria nenhuma vergonha dadas as discrepâncias financeiras e técnicas entre os dois clubes.

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Salve-se Quem Puder

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Foi realizado agora há pouco o sorteio que definiu os confrontos válidos para as oitavas-de-final da Champions League 2023-24. Havia muita expectativa em relação aos jogos desta fase visto que a tricampeã Internazionale e o novo rico Paris Saint-Germain foram parar no pote B por terem terminado em segundo em suas respectivas chaves. Com isso, havia a possibilidade de haver partidas mais duras já nesta etapa, o que acabou não ocorrendo.

A fase de grupos nos reservou algumas surpresas. Equipes tradicionais como Manchester United e Benfica não conseguiram avançar às oitavas a despeito de terem caído em chaves acessíveis. O Borussia Dortmund conseguiu superar rivais de maior poder aquisitivo (PSG, Newcastle e Milan) e avançou em primeiro no "grupo da morte". Podemos citar ainda o Sevilla que terminou na lanterna de seu agrupamento e sequer conseguiu vaga para a Europa League.

As partidas serão realizadas a partir de fevereiro após o recesso de inverno da competição. Faremos, como é tradição do blog, análises e também palpites para os confrontos. Cabe mencionar que estamos falando de "possibilidades" e não de "certezas". Confiram:

PORTO (Portugal) X ARSENAL (Inglaterra):

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Confronto equilibrado com possibilidades reais das duas equipes avançarem. O Arsenal, porém, possui um elenco mais qualificado devido ao seu maior poder aquisitivo e isto deve ser o fiel da balança.

Jogo de Ida: Estádio do Dragão, Portugal

Jogo de Volta: Emirates Stadium, Inglaterra

Palpite: Arsenal

NAPOLI (Itália) X BARCELONA (Espanha):

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O confronto deve ser equilibrado visto que o Napoli está enfraquecido após a saída do treinador Luciano Spalletti e o Barcelona está em crise. Os catalães, porém, ainda possuem um elenco superior ao dos napolitanos.

Jogo de Ida: Diego Armando Maradona, Itália

Jogo de Volta: Estádio Olímpico Lluís Companys, Espanha

Palpite: Barcelona

PARIS SAINT-GERMAIN (França) X REAL SOCIEDAD (Espanha):

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O Paris Saint-Germain terá a oportunidade de se redimir diante de um adversário teoricamente acessível após uma fase de grupos sofrível, mas conseguirão superar a valente equipe basca que deixou para trás Internazionale e Benfica?

Jogo de Ida: Parc des Princes, França

Jogo de Volta: Anoeta, Espanha

Palpite: Paris Saint-Germain

INTERNAZIONALE (Itália) X ATLÉTICO DE MADRID (Espanha):

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Mais um confronto equilibrado a despeito da Internazionale possuir mais tradição. Ambas as equipes têm o direito de sonhar com as quartas-de-final mas os italianos possuem ligeiro favoritismo por atravessarem um momento melhor.

Jogo de Ida: Giuseppe Meazza, Itália

Jogo de Volta: Civitas Metropolitano, Espanha

Palpite: Internazionale

PSV (Holanda) X BORUSSIA DORTMUND (Alemanha):

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Duas equipes que já foram campeãs mas que há anos não sabem o que é erguer uma "Orelhuda". Como o PSV sentiu mais a perda de jogadores importantes, o Borussia Dortmund possui mais chances de avançar.

Jogo de Ida: Philips Stadion, Holanda

Jogo de Volta: Signal Iduna Park, Alemanha

Palpite: Borussia Dortmund

LAZIO (Itália) X BAYERN MÜNCHEN (Alemanha):

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O Bayern é franco favorito neste confronto visto que a Lazio não vive um grande momento e faz uma campanha apenas modesta na Serie A.

Jogo de Ida: Stadio Olimpico, Itália

Jogo de Volta: Allianz Arena, Alemanha

Palpite: Bayern München

KØBENHAVN (Dinamarca) X MANCHESTER CITY (Inglaterra):

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Será que o azarão København consegue fazer um novo milagre diante do atual campeão City? Os ingleses são francos favoritos aqui em quase todos os quesitos (elenco, finanças, títulos, ...), mas os dinamarqueses já aprontaram ao deixaram United e Galatasaray para trás.

Jogo de Ida: Parken Stadium, Dinamarca

Jogo de Volta: Etihad Stadium, Inglaterra

Palpite: Manchester City

RED BULL LEIPZIG (Alemanha) X REAL MADRID (Espanha):

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O Real, mesmo bastante desfalcado, é franco favorito diante do emergente Leipzig. Aos alemães, resta jogar com o regulamento e vencer em casa para segurar resultado fora.

Jogo de Ida: Red Bull Arena, Alemanha

Jogo de Volta: Santiago Bernabéu, Espanha

Palpite: Real Madrid

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