quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Mudar Treinador Resolve Mesmo?

Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras



Não existe uma receita certa para o sucesso, sobretudo quando lidamos com pessoas. Tanto que um professor de história me disse que "em ciências humanas, 1+1 pode dar cinco". Há clubes que foram vitoriosos apesar de serem mal administrados, assim como há times que fizeram campanhas ruins (ou abaixo das expectativas) a despeito das gestões exemplares.

Uma das constantes discussões a respeito do sucesso ou não no futebol passa pela manutenção de treinadores. Quando uma equipe entra em crise, o técnico sempre é o primeiro a entrar na mira. Tanto que a demissão de comandantes já se tornou algo cultural em nosso esporte.

Quando os dirigentes promovem uma mudança no comando, ocorre um "choque de gestão" no elenco: os jogadores são obrigados a sair de sua zona de conforto porque precisam mostrar serviço ao novo técnico para manterem suas posições no time e os resultados aparecem a curto prazo. Com o tempo, porém, o grupo tende a se acomodar, a equipe deixa de vencer, o clube entra em crise novamente e mais uma troca de treinador acontece. E o ciclo se repete.

Muitos dos times vitoriosos, porém, souberam remar contra a corrente e bancaram seus treinadores mesmo durante momentos de crise, pensando em resultados a longo prazo. São Paulo (entre 2006 e 2008 com Muricy Ramalho) e Corinthians (entre 2011 e 2013 com Tite) foram alguns desses casos. O exemplo mais extremo, porém, se deu na Inglaterra com o Liverpool segurando Jürgen Klopp desde 2015 e esperando até 2019 para o trabalho gerar frutos.

Os argumentos aqui apresentados fizeram com que muitos (o autor deste blog incluso) defendessem a teoria de que o treinador precisa de tempo e respaldo para desenvolver seu trabalho, mesmo que isto significasse perder alguns jogos a curto prazo. Mas houve algum exemplo prático da eficiência disto em relação ao outro modelo? A resposta é sim e se deu durante a temporada 2007 entre os grandes rivais paulistas, Palmeiras e Corinthians.



Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras



Palmeiras e Corinthians iniciaram a temporada 2007 em condições bastante semelhantes: ambos estavam em dificuldades financeiras, ambos viviam momentos de grande pressão devido às campanhas ruins em 2006, ambos tinham elencos bastante fracos e ambos eram até vistos como candidatos ao rebaixamento.

O Verdão contratou o saudoso Caio Júnior, que havia feito uma grande campanha com o modesto Paraná Clube no ano anterior. E os dirigentes palmeirenses bancaram o treinador até o final o ano apesar das oscilações do time. O Timão, por sua vez, começou a temporada com Emerson Leão (que havia salvado o Coringão do rebaixamento no ano anterior) mas trocava de treinador a cada três meses em média. Passaram pelo banco corinthiano Leão, Zé Augusto, Paulo César Carpegiani e Nelsinho Baptista.

O Palmeiras terminou o Brasileirão em um razoável 5º lugar e, por muito pouco, não chegou à Libertadores (acabou superado pelo Cruzeiro na última rodada) mas fez uma campanha muito acima das expectativas. A frustração pela perda da vaga, porém, falou mais alto e o treinador Caio Júnior acabou demitido após o término da temporada.

O Corinthians, por sua vez, realizou uma campanha com os sintomas típicos de equipes que trocam constantemente de treinador. Quando o interino Zé Augusto assumiu, por exemplo, o Timão venceu o clássico contra o Santos, o que fez com que o auxiliar recebesse muitos elogios (da imprensa e da torcida) e fosse efetivado. O time, porém, não demorou a cair de rendimento novamente e Paulo César Carpegiani acabou contratado semanas depois. O mesmo aconteceu mais tarde com Nelsinho Baptista, que conseguiu derrotar o São Paulo em pleno Morumbi mas não conseguiu evitar uma nova queda no desempenho e o rebaixamento foi inevitável.

A manutenção (ou não) do treinador não foi o único motivo pelas campanhas distintas dos dois rivais. Houve outros fatores externos, como a crise política do Timão que resultou na renúncia do presidente Alberto Dualib (falecido neste ano) que, certamente, tiveram reflexos em campo.

Tivemos, porém, dois times em condições praticamente iguais e os dois rivais tomaram atitudes totalmente opostas com relação a manutenção de seus respectivos treinadores. A permanência ou não do técnico certamente teve alguma influência no desempenho das equipes.

A manutenção de um treinador não é uma receita para o sucesso. Quando se lida com seres humanos, nunca há uma fórmula exata visto que cada indivíduo é diferente, bem como o contexto em que cada um está inserido. O que se observou ao longo da temporada 2007, porém, foi que dois times em condições praticamente iguais tiveram destinos totalmente distintos. E a continuidade (ou não) dos técnicos certamente teve alguma influência no desfecho de ambos. 



Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras




domingo, 10 de outubro de 2021

Airsoft




Eu entendo muito pouco a respeito de airsoft. Trata-se de um esporte semelhante ao paintball em que o praticante utiliza armas quase idênticas às reais que disparam bolinhas de plástico por pressão ao invés de munição ou tinta. Os esportistas são divididos em times e o objetivo é derrotar a equipe adversária, seja alvejando os rivais ou surpreendendo-os pelas costas, o que os entusiastas chamam de "render". Nunca tive interesse na modalidade por medo de me machucar mas a categoria gerou algumas histórias divertidas.

Era agosto de 2016. Um amigo da faculdade me convidou para visitar seu novo apartamento. Estava com uma muita má vontade porque havia acabado de perder um parente mas aceitei. Chegando lá, ele e outros colegas começaram a falar a respeito de airsoft.

O tal airsoft não era uma simples brincadeira: era um verdadeiro hobby que demandava investimento e dedicação. Meus amigos adquiriam muitos equipamentos e acessórios para a prática incluindo roupas de proteção, armas, munição (as tais "bolinhas de plástico") e até câmeras para filmar suas performances. Eles utilizavam as filmagens não apenas para se exibir mas também para analisar seus próprios desempenhos e se aperfeiçoar na modalidade.

Eu e outros colegas leigos no assunto entendíamos muito pouco do que era falado. Apenas tentávamos empunhar o equipamento e imaginávamos como seria seu uso nas arenas onde o esporte é praticado. Devo dizer que as armas são verdadeiras réplicas (exceto pela peça alaranjada na extremidade do cano) e são bastante pesadas. Fiquei pensando o esforço que o praticante precisa fazer visto que cada um deles porta pelo menos uma pistola e um rifle.






Meus amigos, em dado momento, pegaram as armas para "brincar". Um deles saiu correndo atrás de outro colega até encurralá-lo na cozinha e tentou atirar. Não presenciei a cena, só ouvi as gargalhadas vindo de lá. O meu amigo, ao tentar disparar, ejetou todas as bolinhas da escopeta e derrubou tudo no chão!

Eu estava filmando a cena mas não consegui registrar o que havia acontecido dentro da cozinha. Só consegui pegar o momento em que meu amigo saiu correndo atrás do outro. Peripécias típicas que apenas o álcool é capaz de proporcionar...

O colegas seguiram praticando o airsoft mas a frequência foi diminuindo a medida em que os amigos foram tomando seus próprios rumos. Alguns se casaram, outros precisaram se dedicar mais ao trabalho e houve aqueles que mudaram de cidade ou de país. A pandemia também serviu para dificultar ainda mais os encontros.

Não tive o interesse em experimentar a modalidade apesar do que presenciei mas cheguei a perguntar se eu não poderia ir junto para assistir a uma sessão. Não lembro os motivos mas nunca consegui marcar um dia. Me disseram na ocasião que eles passavam o dia inteiro na arena, incluindo a hora do almoço, e era necessário levar uma marmita para ficar por lá.

Não perguntei mais aos amigos a respeito do airsoft desde então. A distância e a pandemia provavelmente deve ter impossibilitado a prática. Nunca cheguei a experimentar a modalidade mas, mesmo assim, ela me deixou alguma histórias divertidas como esta que trouxe hoje para o blog!







sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Tão Diferentes e Tão Iguais

Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc



Juro que não estou escrevendo isto por oportunismo, afinal é muito fácil criticar Fábio Carille neste momento. O treinador não obteve nenhuma vitória em seis jogos disputados (foram quatro empates e duas derrotas), cinco gols sofridos, um tento anotado e um revés por 3x0 diante do modesto Juventude. Mas, muito antes dele assinar com o Santos, eu já acreditava que o paranaense não seria o técnico adequado para o Peixe na atual situação, sobretudo se comparado com o antecessor Fernando Diniz.

Carille e Diniz diferem apenas no estilo de jogo: o paranaense prioriza a defesa de seus times enquanto o mineiro é um ofensivista convicto. Os perfis dos dois treinadores, porém, são bastante parecidos nos demais aspectos: ambos ainda são jovens, ambos ainda comentem alguns erros pela inexperiência e ambos deixaram o sucesso lhes subir a cabeça em algum momento, como veremos adiante.

O paranaense teve uma trajetória brilhante no rival Corinthians ao final da década anterior, com três títulos paulistas consecutivos (2017, 2018 e 2019) e um brasileiro (2017). Carille, mesmo com um elenco envelhecido e com poucas opções no banco, conseguiu obter grandes resultados. Como integrante fixo da comissão técnica, ele aprendeu quase tudo o que sabe com Mano Menezes e Tite, além de conhecer muito bem o time.

Carille, com o tempo, parece ter se deslumbrado com o sucesso. Passou a dar respostas atravessadas a repórteres, chegou a surtar porque não foi cumprimentado por um técnico adversário e entrou em conflito com dirigentes corinthianos. Ao enfrentar sua primeira crise no Timão em 2019, passou a "rifar" os jogadores durante entrevistas o que fez com que fez com que perdesse de vez o controle do elenco e, consequentemente, fosse demitido. Não foi muito diferente do que aconteceu com Diniz, que também foi ríspido com a imprensa durante alguns momentos e chegou a insultar seus próprios atletas publicamente.

O treinador, ademais, não tem experiência para atuar como "bombeiro". Tal missão deveria ser confiada a um técnico mais experiente, com mais "casca" e com mais trato com os jogadores. Isso sem mencionar que Carille é identificado demais com o rival Corinthians. O paranaense, a meu ver, foi uma aposta ousada demais dos dirigentes santistas para um momento em que o clube deveria ser mais conservador.



Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc



O ideal, a meu ver, seria fazer uma "aposta segura". Emerson Leão e Dorival Júnior seriam os nomes ideais. Os dois treinadores têm identificação com o clube, conhecem bem a instituição, possuem estofo para cobrar o elenco, são experientes, já ajudaram em outros momentos de crise e, principalmente, sabem utilizar a base. E o Santos vai precisar demais de seus Meninos da Vila neste momento, visto que dificilmente haverá contratações e o Peixe precisa fazer caixa com a venda de jogadores.

Não adiantaria, porém, demitir Carille agora que o trabalho já foi iniciado e com apenas seis partidas disputadas. Uma nova mudança no comando, além de injusta, significaria tumultuar ainda mais o ambiente e também mais uma multa rescisória ao Santos, que não pode se dar ao luxo de aumentar sua já milionária dívida.

O treinador precisará de apoio e respaldo mais do que nunca. Carille pegou o bonde andando, ainda está acertando o time e muitos jogos serão perdidos até que os resultados apareçam. O tempo, porém, será um adversário implacável e os santistas precisam ter frieza para não se precipitarem com a emoção do momento.

A troca de Fernando Diniz por Fábio Carille, portanto, foi realizada apenas em critérios técnicos, e não levando-se em conta os perfis dos treinadores. A escolha dos dirigentes santistas não foi muito feliz para o contexto atual mas uma nova ação precipitada (leia-se "demissão") poderia piorar ainda mais a situação do clube.



Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc




segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Um Crédito Para Abel?

Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras



Abel Ferreira deixou de ser unanimidade do Palmeiras há algum tempo. O treinador realizou o feito inédito de se conquistar a Libertadores e a Copa do Brasil durante a mesma temporada. O português, porém, passou a ser contestado com a fraca campanha no Mundial de Clubes (foi apenas o quarto colocado), as eliminações na temporada 2021 (caiu no Paulista e na Copa do Brasil, além de perder os dois títulos das recopas) e a campanha abaixo do esperado no Brasileirão (está em 2º, oito pontos atrás do líder Atlético Mineiro).

O treinador chegou ao Palmeiras em novembro de 2020 após uma busca desenfreada por um técnico estrangeiro. Os dirigentes palestrinos sondaram comandantes das mais diversas nacionalidades e perfis durante a ocasião até que o português aceitou comandar o Alviverde.

O começo foi muito bom, com Abel conseguindo recuperar jogadores que estavam em baixa no elenco como Raphael Veiga, Scarpa e Rony. O treinador, com pouco menos de seis meses de trabalho, conseguiu acertar o time (apesar de alguns tropeços) e conquistou a Libertadores, repetindo o feito do compatriota Jorge Jesus pelo Flamengo durante o ano anterior.

Abel, porém, ainda é um treinador jovem, com menos experiência e "casca" que o seu compatriota. Isto ficou evidente durante o Mundial de Clubes quando o português foi visto ajoelhado e cabisbaixo enquanto seu time perdia para o Tigres. Ademais, o técnico esbarrou em sua própria falta de criatividade visto que sua equipe foi se tornando previsível e com poucas variações táticas.

Parte dos problemas apresentados, porém, poderiam ser evitados (ou atenuados) com a vinda de reforços. Abel cansou de pedir contratações durante as entrevistas coletivas mas nunca foi atendido e, em dado momento, conformou-se com a situação ao declarar que o "elenco estava bom". É provável que os situacionistas, preocupados com o ano eleitoral no clube, estejam evitando ao máximo fazer novas dívidas para não comprometer o pleito.



Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras



Reconheço que o Palmeiras faz uma campanha abaixo das expectativas. O elenco está no mesmo patamar que seus concorrentes milionários, Flamengo e Atlético Mineiro. Abel realmente poderia extrair mais do grupo. Ou, então, poderia efetivar mais garotos da base visto que o Verdão vem revelando muitos talentos durante os últimos anos.

Abel, porém, merece crédito por tudo o que fez até aqui. A campanha abaixo das expectativas em 2021 não pode invalidar suas conquistas. Foi muito difícil encontrar um treinador capaz de levar o Palmeiras novamente ao título da Libertadores, algo que não ocorria desde 1999.

O português, como explicado, ainda é jovem e ainda carece de "casca". Ele precisa ter a oportunidade de aprender com os erros e corrigí-los. Canso de explicar que treinadores precisam de estabilidade para desenvolver seus trabalhos. E, sobretudo, necessitam de apoio nos momentos de crise, algo que raramente existe no futebol brasileiro.

Abel, portanto, merece um voto de confiança de seus dirigentes e também de seu torcedor. Ele não é perfeito e comete erros, assim como todo ser humano. O português merece uma nova chance no Palmeiras mesmo que, eventualmente, o time seja eliminado amanhã para o Galo.

O Palmeiras terá oportunidades para disputar novos títulos em todos os anos, mas nem sempre terá bons treinadores à disposição. O Verdão levou anos para encontrar um técnico com a competência necessária para liderar seu elenco milionário até o troféu da Libertadores. Demitir Abel neste momento seria retornar à estaca zero.



Imagem extraída de www.facebook.com/Palmeiras




domingo, 26 de setembro de 2021

Pés Descalços

Vocês não imaginam a cara que eu fiz quando vi calçados como estes expostos
em uma loja (imagem extraída de www.facebook.com/VibramFiveFingers)...



Olá, leitoras e leitores! Voltei a escrever aqui após quase dois meses de ausência. Peço desculpas pelo período sem atualização mas está muito difícil manter a regularidade do blog. Meus projetos estão demandando muita dedicação e estou com pouco tempo para escrever ou acompanhar as partidas de futebol. Tentarei postar mais textos durante esta semana mas não garanto, OK?

Estava me lembrando no dia em que conheci a esposa do meu ex-chefe. Ela é formada em educação física e é docente em uma universidade particular. Isto aconteceu por volta de abril de 2008 e ela havia acabado de voltar de um congresso científico realizado nos Estados Unidos.

Eu estava ajudando a arrumar o laboratório quando ela chegou bastante empolgada com o que havia sido apresentado no evento. Chamou-lhe a atenção um trabalho que demonstrava as vantagens de se praticar exercícios físicos com os pés descalços. Segundo ela, isto diminuiria a incidência de lesões.

Eu fiquei incrédulo com o que eu acabara de ouvir. Não conseguia imaginar um Usain Bolt correndo descalço em uma pista. Ou os nossos jogadores indo a campo sem chuteiras. Tudo aquilo soava estranho demais para mim a despeito de ser algo cientificamente comprovado. E aquele trabalho gerou muitos frutos como vocês verão a seguir.



Imagem extraída de www.facebook.com/VibramFiveFingers



Um ano se passou desde que eu tomei conhecimento daquela pesquisa (que, aliás, nunca me dei ao trabalho de procurar no Pubmed) e fui dar uma volta em um shopping da Zona Sul de São Paulo. Vi em uma vitrine um estranho calçado que mais parecia uma pantufa de silicone com o formato exato de um pé descalço (veja nas ilustrações acima). Imediatamente me lembrei daquela pesquisa que tanto empolgou a esposa do meu ex-chefe. As empresas de material esportivo, baseando-se naquele estudo, trataram de lançar produtos que simulassem/reproduzissem as condições apresentadas pelos cientistas. Nunca observei, contudo, algum atleta de alto nível se utilizar de tais acessórios.

As empresas de material esportivo mais tradicionais (Nike, Adidas, Puma, ...) também haviam se atentado aos resultados daquela pesquisa. Lembro que eu estava acompanhando à Euro 2020 quando o ex-jogador e comentarista Pedrinho chamou a atenção das chuteiras atuais. Segundo o ex-atacante, os calçados atuais são muito mais leves que os de antigamente e conferem mais conforto para os atletas, mas protegem menos contra acidentes como pisões.

As palavras de Pedrinho, novamente, invocaram lembranças daquele trabalho que a esposa do meu ex-chefe mencionou. Mesmo que a ideia de se praticar esportes com os pés descalços não tenha sido aplicada, os resultados daquele estudo influenciaram drasticamente a indústria de calçados como podemos observar.

Jamais poderia imaginar que um estudo que não pertence à minha área de atuação pudesse marcar tanto a minha vida. Pena que nunca conversei com a esposa do meu ex-chefe a respeito tais fatos. Foi divertido e surpreendente ao mesmo tempo! E mais uma demonstração do quanto a ciência é importante mesmo em áreas onde ela, aparentemente, não tenha aplicação.



As chuteiras atuais são muito mais leves do que as dos anos 90 e 2000 por influência
de estudos científicos (imagem extraída de www.facebook.com/adidasfootball).




quinta-feira, 15 de julho de 2021

Como Capotar um Ônibus

Imagem extraída de www.facebook.com/DFBTeam



Não, nós não estamos falando sobre provocar acidentes automobilísticos, e sim métodos para vencer o "ônibus", formação defensiva que consiste em formar duas linhas que quatro jogadores diante do gol e que ganhou notoriedade quando o Chelsea a utilizou para superar o Barcelona em 2012.

O "ônibus" dificulta a execução do Tiki-Taka porque nega espaços ao adversário e impede que a bola possa circular próximo à área. A estratégia não é exatamente nova, afinal treinadores italianos já a adotavam muito antes de 2012 mas continua bastante eficiente visto que muitas equipes ainda lançam mão dela com sucesso.

Observou-se, porém, muitas formas de superar o "ônibus" durante a Euro 2020. Os treinadores encontraram vários métodos para vencer o ferrolho adversário e tais estratégias mostraram-se muito eficazes visto que funcionaram mais de uma vez durante a competição.

Algumas dessas estratégias não são exatamente novas mas a eficácia de todas foi comprovada em campo. Como o "ônibus" ainda é bastante utilizado, seria prudente que os treinadores se atentassem às jogadas observadas durante a Euro 2020, afinal elas podem ser úteis para furar retrancas adversárias e também para a elaboração de contramedidas.



1- INVERSÃO DE JOGADA:



Toda a defesa adversária volta suas atenções para o lateral que está
com  a bola. O jogador, então, faz um passe longo para o colega
desmarcado no outro lado do campo que chuta para o gol sem que
haja nenhum rival no caminho (imagem obtida via this11.com).



A inversão de jogada não é novidade sobretudo no futebol brasileiro mas não vinha sendo muito utilizada na Europa visto que no Velho Continente a posse e o controle da bola são muito valorizados -uma óbvia influência de Guardiola. A estratégia, porém, mostrou-se muito eficaz para superar o "ônibus". 

Os laterais Robin Gosens e Joshua Kimmich se valeram disto para derrotar Portugal durante partida válida pela fase de grupos: ambos os jogadores chegavam à linha de fundo, surpreendiam, a defesa com uma inversão de jogada e o receptor da bola quase sempre ficava livre para chutar ou cruzar. A Inglaterra também lançou mão da estratégia em algumas partidas, com êxito.



2- COMPACTAÇÃO OFENSIVA:



A presença de mais jogadores no campo ofensivo sobrecarrega a
marcação adversária, permite a abertura de espaços para infiltrações
e ainda força erros rivais na saída de bola (imagem obtida via 
this11.com).



Esta estratégia ganhou notoriedade através de técnicos alemães como Jupp Heynckes e Jürgen Klopp. A execução, porém, foi sendo aperfeiçoada no decorrer do tempo por outros treinadores e com os avanços no preparo físico dos jogadores.

A tática consiste em adiantar as linhas para pressionar a marcação adversária, além de dificultar que o rival consiga sair jogando com a defesa. É uma estratégia arriscada visto que ela deixa espaços às costas dos jogadores e a recomposição precisa ser feita de maneira precisa para que o oponente não consiga aproveitar as brechas.

A estratégia também mantém a marcação adversária distraída e os jogadores podem arriscar chutes de fora da área com grandes chances de acerto.

Itália e Holanda lançaram mão desta estratégia, com o meio-de-campo e os laterais avançando junto com o ataque para furar a retranca adversária.



3- LINHA DE CINCO:



Uma linha com quatro jogadores não consegue dar conta
 de cinco homens (imagem obtida via this11.com).



Os laterais ou alas avançam com os atacantes, formando uma linha de cinco jogadores. Como a maioria dos adversários se agrupam em quatro atletas, haverá pelo menos um homem desmarcado e ele estará livre para chutar ao gol.

A Bélgica utilizou esta tática para vencer Portugal nas oitavas em lance que terminou com gol de Thorgan Hazard. A Inglaterra abriu o placar contra a Itália na final de maneira semelhante, em jogada que contou com a participação de Kieran Trippier e Luke Shaw.



4- GOL CONTRA:



Uma bola cruzada com força acaba desviando no defensor
adversário e entra no gol (imagem obtida via this11.com).



Esta não é bem uma "estratégia" mas houve um recorde de gols contra na Euro 2020 (onze no total) e quase todos com o roteiro parecido: cruzamentos ou chutes em diagonal desviaram em algum defensor ou no próprio goleiro e a bola entrou. Como houve uma chance de acerto razoável durante a competição, vale a tentativa.

A Alemanha conseguiu anotar dois gols desta maneira durante aquele mesmo jogo contra Portugal na fase de grupos: Robin Gosens e Joshua Kimmich tentaram cruzar bolas na área e os zagueiros lusitanos deram a infelicidade de empurrar contra o próprio gol ao tentar cortar as jogadas.



Se o seu time está tendo dificuldades em superar adversários que jogam na defensiva, o material aqui confeccionado pode ser de grande valia. E se você só atua no contra-ataque, vale se atentar a estas estratégias para elaborar contramedidas!



Imagem extraída de www.facebook.com/NazionaleCalcio




terça-feira, 13 de julho de 2021

Aviso




Queridas leitoras e queridos leitores.

Teremos uma redução na frequência dos posts no blog Farma Football a partir de amanhã.

O autor irá se dedicar a projetos pessoais (que não são outros blogs desta vez) e, em virtude disto, terá menos tempo para acompanhar os jogos e escrever textos.

Aproveito para informar que não irei cobrir os jogos olímpicos de Tóquio. Talvez eu faça um ou outro texto a respeito.

Não se trata de uma pausa como ocorreu em outras ocasiões, apenas não terei como manter o compromisso de escrever todos os dias aqui.

Tentarei, ao menos, postar as crônicas de domingo que haviam sido suspensas em virtude da Eurocopa.

Se vocês tiverem dúvidas ou sugestões, podem escrever nos comentários.

Um abraço!

Equipe Farma Football







segunda-feira, 12 de julho de 2021

Euro 2021: Balanço da Competição

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



Terminou ontem a Eurocopa 2020, que eu chamo de "Euro 2021". Foram exatos trinta dias de competição -começou no dia 11 de junho e encerrou-se no dia 11 de julho- com futebol de bom nível técnico, momentos emocionantes e, infelizmente, algumas polêmicas.

As equipes, de modo geral, jogaram bem mas ficou muito evidente que a maioria dos jogadores não consegue brilhar pelas seleções como nos clubes. Há menos tempo para treinar, para entrosar o grupo e a intensidade exigida pelo futebol atual tem sido demais para os atletas. Houve, ainda, o agravante das férias reduzidas entre as temporadas 2019-20 e 2020-21 o que justificou o alto número de lesões e pedidos de substituição durante a competição.

Foi a segunda edição que contou com a participação de 24 seleções. O formato atual é mais inclusivo e permitiu que equipes de menos tradicionais marcassem presença, incluindo algumas estreantes. Por outro lado, tivemos alguns confrontos desinteressantes e não gostei do chaveamento para a fase de mata-mata que foi pré-determinado. Acho que seria mais justo que houvesse um sorteio com um pote contendo os líderes de cada grupo mais os dois melhores segundos colocados e em outro pote ficariam do demais times.

Outro detalhe que me incomodou foi a proteção excessiva dos treinadores aos medalhões do grupo. Há jogadores que, obviamente, fazem a diferença nos gramados mas alguns deles visivelmente não pareciam em sintonia com o grupo ou com o contexto da partida.

Elaborei uma seleção com os melhores jogadores da competição. Algumas ausências talvez sejam sentidas, mas ficou muito difícil escolher jogadores em um campeonato onde as coletividades fizeram mais diferença que as individualidades. Fizemos também um balanço da Eurocopa com os melhores e piores destaques. Confiram:



SELEÇÃO DA EURO 2021:

Goleiro- Thibaut Courtois (Bélgica): jogou por ele e por sua insegura zaga. Se não fosse pelo goleiro, a Bélgica já estaria eliminada na fase de grupos.

Lateral-Direito- Denzel Dumfries (Holanda): sua participação acabou eclipsada pelo eliminação da Holanda ainda nas oitavas, mas Dumfries fez sua parte com muitas infiltrações, cruzamentos e dois gols.

Zagueiro- Giorgio Chiellini (Itália): apesar dos 36 anos, o capitão praticamente não cometeu falhas defensivas, liderou a equipe com autoridade e até arriscou algumas subidas para o ataque. Se o defensor realmente confirmar a aposentadoria da Azzurra após a Euro, ele pode deixar a seleção com a sensação de dever cumprido.

Zagueiro- Harry Maguire (Inglaterra): atuações impecáveis, seja na técnica, seja na imposição física. Ganhou praticamente todas as divididas pelo seu lado e ainda fez um gol.

Lateral-Esquerdo- Joakim Mæhle (Dinamarca): foi o melhor jogador da Dinamarca. Participou de vários gols além de anotar dois na competição. Ademais, mostrou versatilidade ao jogar também no lado direito e fez sua parte na defesa.

Volante- Thomas Delaney (Dinamarca): um monstro tanto no ataque quanto na defesa. E ainda deixou um gol.

Meia- Dani Olmo (Espanha): foi o líder de assistência da Espanha (três) e ainda buscou infiltrações.

Meia- Emil Forsberg (Suécia): quatro gols, muita movimentação, força física e infiltrações. Merecia ir mais longe na competição pelo futebol que apresentou.

Atacante- Patrick Schick (República Checa): artilheiro da competição com cinco tentos, incluindo "o gol que Pelé não fez". Carregou nas costas uma equipe limitada até as quartas-de-final.

Atacante- Karim Benzema (França): após anos afastado de sua seleção, agarrou a oportunidade com unhas e dentes. Anotou quatro gols, buscou jogo o tempo todo e foi um dos poucos jogadores que honrou seu time em campo.

Atacante- Cristiano Ronaldo (Portugal): cinco gols, muita movimentação, raça, habilidade e um apetite insaciável por conquistas. Pena que o restante do time não o ajudou a ir mais longe.

Treinador- Roberto Mancini (Itália): renovou a equipe e o estilo de jogo. Soube controlar o grupo nos momentos de oscilação e seu time foi o mais regular em campo.



Seleção da Euro 2021 escalada em 4-3-3
(imagem obtida via this11.com)



Craque da Competição- Giorgio Chiellini (Itália): o capitão foi escolhido por exercer muito bem sua função e também para manter a coerência dos critérios, que é nomear um atleta do time campeão. Não foi fácil visto que a Itália se destacou muito mais pelo coletivo do que por individualidades, mas o defensor foi um dos diferenciais. E discordei da UEFA, que nomeou Donnarumma, porque acho que Courtois foi melhor do que o arqueiro italiano.

Revelação da Competição- Pedri (Espanha): aqui acabei concordando com a UEFA e também elegi o jovem meia espanhol. O garoto de apenas 18 anos não se deixou intimidar com a responsabilidade, foi titular absoluto e ajudou muito na articulação das jogadas. Se Pedri for bem lapidado, Xavi e Iniesta terão aqui o seu sucessor.



MELHOR TIME- Itália: joga um futebol empolgante, moderno e eficiente. Possui pequenos defeitos mas soube lidar com eles.

PIOR TIME- Turquia: tinha um elenco de muita qualidade e potencial mas não jogou praticamente nada na Eurocopa. Três jogos, três derrotas, um gol marcado, oito sofridos e foi lanterna no Grupo A que era acessível.

MELHOR PARTIDA- Croácia X Espanha (válida pelas oitavas-de-final): foi disparado o jogo mais emocionante da competição, com muitas reviravoltas, futebol de bom nível técnico, equipes com muita vontade em campo e um desfecho de arrancar lágrimas.

PIOR PARTIDA- Espanha X Suécia (válida pela 1ª rodada do Grupo E): esse jogo deu muito sono, com uma Espanha sem competência para buscar alternativas ao Tiki-Taka e uma Suécia que apenas jogava pelo empate.

SURPRESA- República Checa: cotada para cair já na fase de grupos, foi a seleção mais fraca a avançar para o mata-mata e sobreviveu até as quartas-de-final contra todas as chances e limitações.

DECEPÇÕES- Turquia e Polônia: tinham elenco e futebol para, ao menos, chegar às oitavas e seus grupos eram acessíveis, mas jogaram muito mal, não vencera nenhuma partida e terminaram na lanterna de suas respectivas chaves.

MELHOR ATUAÇÃO INDIVIDUAL- Robin Gosens (Alemanha -diante de Portugal na 2ª rodada do Grupo F): o lateral da Atalanta participou de todos os quatro gols diante da forte Seleção Portuguesa. As Quinas também ajudaram ao subestimar o jogador mas Gosens teve méritos ao decidir o jogo praticamente sozinho.

PIOR ATUAÇÃO INDIVIDUAL- Matthijs de Ligt (Holanda -diante da República Checa nas oitavas de final): sua expulsão causou uma pane geral na Holanda que se tornou uma presa fácil diante da limitada República Checa.

MELHOR ATUAÇÃO COLETIVA- Itália diante da Suíça na 2ª rodada do Grupo A: atuação impecável da Azzurra. Todos os setores da equipe funcionaram perfeitamente, desde a defesa até o ataque. 3x0 foi pouco para uma exibição tão brilhante.

PIOR ATUAÇÃO COLETIVA- França diante da Suíça nas oitavas-de-final: os Bleus tinham o jogo nas mãos ao abrirem 3x1. A França, porém, demonstrou uma displicência inaceitável em campo, viu a Suíça empatar e caíram nos pênaltis após Sommer pegar a cobrança de Mbappé.



Chiellini foi eleito pelo blogueiro como o Craque da Euro 2021
(imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020).




domingo, 11 de julho de 2021

A Bola Foi Juíza

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



O futebol raramente é justo. Times que jogam melhor nem sempre vencem e interferências externas podem alterar o resultado. Não podemos negar, contudo, que ficou um gostinho de justiça com o título da Itália na Eurocopa, afinal a Inglaterra foi bastante favorecida durante a competição por ter o direito de disputar todos os jogos em casa e ainda houve aquele pênalti duvidoso em Sterling na semifinal.

A Itália repetiu o 4-3-3 das partidas anteriores, a mesma formação adotada contra a Espanha e também a estratégia de adiantar a marcação. A Inglaterra foi em 3-4-3 e o English Team tratou de jogar nos pontos fracos da Azzurra, com marcação individual para dificultar a troca de passes e usar uma linha de cinco para sobrecarregar a defesa italiana.

A Inglaterra mostrou suas credenciais já no começo do jogo: atraiu a Itália para seu campo, fez marcação individual e deu um contra-ataque mortal com Luke Shaw. Os dois laterais avançaram junto com os três atacantes e formaram uma linha de cinco jogadores contra apenas quatro defensores italianos.

A Itália tentou responder mas praticamente não conseguiu transpor a defesa inglesa durante o primeiro tempo. A Inglaterra alternava a marcação individual com duas linhas de quatro conforme a necessidade.



Itália, em 4-3-3, tenta se infiltrar na zaga inglesa, mas a marcação
individual dificulta a troca de passes. Inglaterra, em 3-4-3, contra-
ataca avançando os dois laterais ao mesmo tempo, formando uma
linha de cinco e sobrecarregando a defesa italiana (imagem obtida
via this11.com).



A Inglaterra, porém, recuou demais no segundo tempo. Não sei se foi por cansaço ou displicência, mas o English Team deixou a Itália à vontade para jogar e acabou pagando o preço, com o zagueiro Bonucci empatando a partida para a Azzurra após um bate-rebate na área de Pickford.

Restou a Gareth Southgate mudar seu 3-4-3 para 4-1-4-1 e tentar buscar o desempate. A Itália, porém, continuou mais perigosa enquanto o English Team praticamente só criava chances em lances de bola parada.

A Itália ainda deu azar em perder jogadores importantes por lesão ao longo da partida, como Chiesa e Insigne. A Inglaterra ficou vários minutos com um homem a mais enquanto havia atletas italianos sendo atendidos mas não aproveitou as oportunidades.

A partida acabou indo para a prorrogação e pênaltis. Gareth Southgate colocou Jadon Sancho e Marcus Rashford no final do segundo tempo extra já visando as penalidades. Decisão, porém, que custaria caro ao English Team...

Pickford pega a cobrança de Belotti, mas Rashford chuta na trave. Donnarumma pega a cobrança de Sancho, mas Jorginho também desperdiça. No último e derradeiro pênalti, o garoto Bukayo Saka erra e a Itália é bicampeã da Eurocopa.



Inglaterra muda sua formação para 4-1-4-1 mas se deixa pressionar
e só leva perigo em lances de bola parada. Itália segue no 4-3-3
mas tem mais dificuldades em se infiltrar sem Chiesa e Insigne
(imagem obtida via this11.com).



Itália conquista seu segundo título na Eurocopa com méritos e consagra a renovação proposta por Roberto Mancini. A Azzurra oscilou algumas vezes mas apresentou um futebol bonito, teve desempenho regular ao longo da competição e demonstrou força mental para lidar com cenários desfavoráveis.

Inglaterra paga por mais um "apagão" em campo. O English Team não "matou" o jogo quando teve chance, permitiu o crescimento da Itália e levou um castigo. E Gareth Southgate ainda errou ao colocar três garotos (Rashford, Sancho e Saka) para bater pênalti, tarefa que requer muita responsabilidade, maturidade e força mental.

Fica também aquele gosto de que justiça foi feita com o título da Itália, afinal a Azzurra jogou o melhor futebol e foi mais regular na competição. E também pelo fato de que a Inglaterra foi favorecida diante da Dinamarca com aquele pênalti duvidoso em Sterling. A bola foi juíza hoje em Wembley e o próprio futebol tratou de reparar aquele erro inaceitável da arbitragem.



Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020




Euro 2021: Análise dos Finalistas

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



Chegou a hora! Hoje conheceremos o grande vencedor da Euro 2020 (que eu chamo de "Euro 2021") após exatos trinta dias de competição! Itália e Inglaterra farão a grande final hoje às 16h (horário de Brasília) em Wembley, Londres. Ambos os times estão na decisão por méritos próprios, embora tenham apresentado algumas oscilações e, vale lembrar, a classificação do English Team ficou maculada por um erro de arbitragem.

Ambos os times, obviamente, desejam o troféu mas cada um tem suas próprias motivações para lutar pela taça. A Azzurra quer se redimir das péssimas exibições durante o ciclo anterior quanto não conseguiu se classificar para a Copa 2018, enquanto o English Team jamais venceu a Eurocopa e também deseja consagrar esta boa geração de atletas que vem pedindo passagem desde as categorias de base.

A Itália entra em campo com um estilo bastante diferente daquele que seu torcedor se acostumou, afinal, a Azzurra sempre se notabilizou pelos esquemas que priorizavam a defesa. Desde as gestões de Cesare Prandelli (de 2010 a 2014) e Antonio Conte (de 2014 a 2016), contudo, já víamos uma equipe que gostava de ficar com a bola e de buscar o ataque. O treinador Roberto Mancini deu um passo adiante, nos apresentando um time intenso e ainda mais ofensivo.

Mancini, desde a estreia contra a Turquia, nos apresentou um time escalado em 4-3-3, com linhas adiantadas, marcação alta e muita participação dos laterais e também dos meias no ataque. A estratégia é encurralar o rival, dificultar a saída de bola e buscar infiltrações por todos os lados.

A defesa, porém, paga o preço e a Itália sofre quando precisa jogar sem a bola, algo estranho para uma seleção tradicionalmente defensiva. Isto ficou bastante evidente na partida contra a Espanha quando a Furia não deixou a Azzurra ficar com a pelota. Outro problema é a ausência do lateral-esquerdo Spinazzola, que vinha sendo um dos destaques do time e está fora da final por lesão, algo que a Inglaterra pode explorar.



Possível escalação da Itália em 4-3-3
(imagem obtida via www.footballuser.com).



A Inglaterra de Gareth Southgate é uma verdadeira salada de influências. O English Team já lançou mão de muitos estilos incluindo imposição física, troca de passes, jogadas individuais (principalmente com Sterling pela esquerda), intensidade e pragmatismo. É um time que, por ter muitos recursos, consegue se adaptar ao adversário e ao contexto da partida.

A maioria dos convocados são jovens que atuam juntos desde as categorias de base e já vinham chamando atenção da imprensa desde aquela época. Alguns destes atletas conseguiram um ótimo quarto lugar no último mundial e agora desejam dar um passo adiante, brigando efetivamente pelo título.

Southgate utilizou dois esquemas táticos ao longo da Eurocopa: o 4-2-3-1 (adotado na maioria das paridas) e 3-4-3 (utilizado contra a Alemanha e contra a Dinamarca durante alguns minutos). Um dos jogadores chave é o zagueiro/lateral Kyle Walker, que pode jogar centralizado ou aberto pela direita e, com isso, oferece flexibilidade à formação inglesa.

A Inglaterra, porém, foi um time irregular e até preguiçoso ao longo da Eurocopa. Os resultados não evidenciam isto, mas o English Team demonstrou falta de ideias durante vários momentos e isto pode ser fatal, sobretudo diante de um rival que dá poucas brechas como a Itália. É possível que a inexperiência da garotada tenha pesado.



As duas possíveis formações da Inglaterra: 4-2-3-1 (esquerda) e
3-4-3 (direita) -imagem obtida via www.footballuser.com



A Itália é um time onde o coletivo é um dos pontos fortes e, por isso, fica injusto apontar um destaque individual, mas cabe citar o zagueiro Chiellini que, mesmo aos 36 anos, continua oferecendo muita segurança na defesa, boa técnica e liderança. Pela Inglaterra, o atacante Sterling tem sido o diferencial em campo com sua velocidade, dribles e infiltrações.

Quem levará o troféu? Descobriremos hoje às 16h (horário de Brasília) com transmissão na Globo e na Sportv!



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sexta-feira, 9 de julho de 2021

Síndrome da Missão Cumprida

Imagem extraída de www.facebook.com/AntoGriezmann



Dois times me chamaram a atenção negativamente dentre todas as seleções que disputaram esta Eurocopa, a França e a Alemanha. Ambas as equipes jogavam um futebol morno, desinteressado e de pouco brio. Um ou outro jogador ainda demonstrava vontade em campo mas os demais não expressavam nenhum tipo de ambição.

Também li algumas notícias a respeito do São Paulo durante o mesmo período. A equipe era elogiada pela intensidade, pela raça em campo, pela volúpia e pelo futebol bonito durante o Campeonato Paulista. No Brasileirão, contudo, só se observava um time apático, sem brio ou vontade. O Tricolor só conquistou sua primeira vitória no campeonato durante a última quarta-feira, quase um mês e meio após o início da competição.

Os três times tinham algo em comum: França, Alemanha e São Paulo deram fim a longos jejuns de títulos recentemente. Os Bleus ficaram de 2004 até 2018 sem levantar um troféu. A Nationalelf precisou esperar de 1997 até 2014 para celebrar uma conquista. E o Tricolor passou de 2013 a 2021 sem saber o que é ficar no topo do pódio.

As conquistas tiraram um grande peso das costas dos jogadores que precisavam lidar com a constante pressão por títulos. E a cobrança se tornava crescente a medida que o tempo passava. Com a missão cumprida, a pressão desaparece e o atleta acaba relaxando, até demais em muitos casos e isto acaba influenciando no desempenho dos times, o que aconteceu com as três equipes citadas.



Imagem extraída de www.facebook.com/manuel.neuer



Isto me fez lembrar do meu primeiro ano de faculdade. Após dois anos fazendo cursinho pré-vestibular e abrindo mão de tantas coisas, eu queria descansar após cumprir meu objetivo de ingressar na USP. Mas eu não levei os estudos a sério e acabei ficando de recuperação em uma das disciplinas.

Os treinadores e dirigentes precisam trabalhar o psicológico dos jogadores em tal situação. Os atletas têm o direito de descansar e de desfrutar das conquistas. É preciso, porém, conscientizar os esportistas de que os times precisam lutar por novos títulos e que o futebol é um meio competitivo, onde o relaxamento pode significar a derrota.

Quando o time começa a demonstrar sinais de relaxamento, é preciso agir o quanto antes para que o problema não se torne uma crise ou pior: uma eliminação ou rebaixamento. É preciso renovar o interesse do elenco pelas vitórias (oferecendo recompensas ou "bichos", por exemplo), lançar mão de psicólogos, tirar os atletas da zona de conforto (pode ser necessário "barrar" alguns deles) ou, em casos extremos, mudar o comando técnico.

O mais importante é manter o time competitivo. Não é possível vencer todos os jogos e campeonatos, mas é obrigação profissional e esportiva que os jogadores lutem pelo resultado em campo. Conquistar um título é bom mas sempre haverá muitos outros em jogo.



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quinta-feira, 8 de julho de 2021

Euro 2021: Balanço das Semifinais

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



A Eurocopa entrou em sua fase final. Resta apenas um jogo, a decisão entre Inglaterra e Itália que será realizada às 16h (horário de Brasília) no próximo domingo. Foi uma longa caminhada das duas seleções até aqui durante estes exatos trinta dias de competição.

As semifinais, como esperado, foram bastante disputadas e nenhuma das duas partidas foi decidida no tempo normal. Tivemos, infelizmente, o erro de arbitragem que favoreceu a Inglaterra diante da Dinamarca, algo que manchou a campanha do English Team.

As equipes não foram tão ousadas quanto nas etapas anteriores o que é totalmente justificável. Nenhum time quer botar tudo a perder após chegar tão longe na competição e a parte física vem cobrando seu preço.

Foi difícil escolher destaques individuais para as semifinais, sobretudo quando um dos critérios adotados é o de eleger apenas atletas que se classificaram. Pensei até em mudar os parâmetros de avaliação mas optei por ser coerente com o que escrevi em artigos anteriores.

Não faremos avaliações coletivas neste artigo, até porque foram apenas duas partidas, quatro seleções e nenhuma delas se destacou sob tal ponto de vista. Haverá, portanto, apenas a seleção das semifinais, algo que é tradição aqui no blog.



SELEÇÃO DAS SEMIFINAIS:

Goleiro- Gianluigi Donnarumma (Itália): pegou o pênalti de Morata e evitou que a Espanha virasse o jogo. Sem culpa no gol sofrido durante o tempo normal.

Lateral Direito- Giovanni Di Lorenzo (Itália): não foi tão perigoso no ataque quanto em outras partidas mas foi bem na defesa. E não teve culpa no gol sofrido, visto que foi deslocado para a esquerda quando Dani Olmo infiltrou pela direita para servir Morata.

Zagueiro- John Stones (Inglaterra): sofreu com Mæhle e Damsgaard pelo seu lado mas conseguiu dar conta do recado. Não teve culpa no gol.

Zagueiro- Harry Maguire (Inglaterra): tomou um amarelo evitável mas fez sua parte na defesa. E ainda ganhou várias divididas graças à imposição física.

Lateral Esquerdo- Luke Shaw (Inglaterra): sem tem a quem marcar, arriscou algumas subidas no ataque. Na defesa, fez sua parte.

Volante- Kalvin Phillips (Inglaterra): boas subidas e chutes de fora da área do meio-campista. Merecia fazer um gol. Na defesa, fez sua parte.

Meia- Nicolò Barella (Itália): não teve tanto espaço para se infiltrar como em outras partidas mas participou do gol de Chiesa.

Meia- Bukayo Saka (Inglaterra): fez a jogada do gol contra de Kjær, driblou e conseguiu se infiltrar várias vezes na defesa dinamarquesa. Não merecia ter saído.

Atacante- Federico Chiesa (Itália): fez o gol e ajudou na defesa.

Atacante- Harry Kane (Inglaterra): converteu o pênalti para a Inglaterra, participou na articulação de jogadas e abriu espaços para os companheiros se infiltrarem.

Atacante- Raheem Sterling (Inglaterra): botou fogo na partida com seus dribles, velocidade e infiltrações. E cavou o pênalti polêmico para a Inglaterra.

Treinador- Roberto Mancini (Itália): não fez uma partida brilhante mas soube recuar o time na hora certa para jogar nos erros da Espanha.



Seleção das semifinais em 4-3-3 (imagem obtida via this11.com).




quarta-feira, 7 de julho de 2021

Classificação Manchada

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



A Inglaterra está na final da Eurocopa em 2021 após bater na trave nas edições de 1968 e de 1996 quando parou nas semifinais. A classificação, porém, veio graças a um lance polêmico, um pênalti que foi classificado como "duvido" e "inexistente" pelos jornalistas. E eu também acho que não houve falta após assistir aos replays e ao vídeo do VAR.

O English Team manteve o 4-2-3-1 das partidas anteriores. A Inglaterra até ensaiou uma pressão inicial e tratou de congestionar as laterais onde os dinamarqueses vinham criando suas principais jogadas. A Dinamarca, em 3-4-3, foi tomando as rédeas do jogo, seja no toque de bola, seja na imposição física.

Os Rød-Hvide dominaram amplamente o primeiro tempo e abriram o placar com um gol de falta -o primeiro desta Eurocopa- com Damsgaard. A Inglaterra respondeu com jogadas individuais com Sterling pela esquerda e Saka pela direita. O jogador do Arsenal cruzou uma bola para o do City empatar e o zagueiro Kjær acabou fazendo gol contra no lance. 1x1.



Dinamarca, em 3-4-3, adianta as suas linhas e encurrala os ingleses.
Inglaterra, em 4-2-3-1, responde com as jogadas individuais de
Sterling e Saka pelas pontas (imagem obtida via this11.com).



A Dinamarca foi se cansando ao longo do segundo tempo, o que foi a senha para a Inglaterra tomar as rédeas do jogo. Gareth Southgate trocou Saka por Grealish novamente, algo que discordei visto que o camisa 25 estava bem no jogo desta vez. Sterling foi para a ponta esquerda e passou a jogar às costas de Mæhle.

O desgaste dos Rød-Hvide era evidente e vários jogadores dinamarqueses passaram a desabar em campo. O treinador Kasper Hjulmand foi obrigado a queimar várias alterações durante a segunda etapa e a Dinamarca visivelmente passou a jogar pela prorrogação ao invés de buscar o desempate.

Sterling, já na prorrogação, caiu na área de Schmeichel após dividida com Mæhle e Vestergaard. Os replays da televisão e o vídeo do VAR não aparentavam nada ilegal mas o árbitro manteve o pênalti para a Inglaterra. O goleiro até conseguiu defender a cobrança de Kane mas o atacante conseguiu pegar o rebote para classificar os Three Lions.

A Dinamarca foi para o desespero tirando o zagueiro Vertergaard e colocando o atacante Wind. A Inglaterra respondeu tirando Grealish, colocando o lateral Trippier e restituindo o 3-4-3 que usara diante da Alemanha para segurar a partida.



Inglaterra passa a apertar com Sterling pela esquerda e Kane
circulando e abrindo espaços próximo à área de Schmeichel.
Dinamarca se encolhe em 5-4-1 e tenta contra-atacar com
Yurary, mas o atacante não consegue passar pela marcação
inglesa (imagem obtida via this11.com).



Inglaterra está na final com méritos mas o pênalti inexistente mancha a classificação. Dinamarca faz grande campanha mas a parte física cobrou seu preço nesta reta final, além de ter sido prejudicada pela arbitragem.

Dei uma olhada nas redes sociais antes de escrever o texto e há uma revolta generalizada com o pênalti duvidoso em Sterling. O VAR surgiu justamente para acabar com os erros da arbitragem mas ficou evidente que o método ainda apresenta limitações e a sua aplicação ainda é falha em alguns pontos.

A Inglaterra merece estar na final. Nem tanto pelo inconstante futebol apresentado até o momento mas pela ótima geração que tem à disposição. A arbitragem, contudo, conseguiu manchar uma ocasião histórica para o esporte europeu e os ingleses disputarão a decisão sob enorme desconfiança.



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terça-feira, 6 de julho de 2021

Um Passo Atrás para Dar Dois Adiante

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



A frase atribuída a Vladimir Lenin descreve bem as ações da Itália na partida de hoje. A Azzurra sempre foi reconhecida pela estratégia defenfivista. O treinador Roberto Mancini, na contramão das tradições de seu país, nos apresentou uma seleção ofensiva, de linhas altas e que gosta de ficar com a bola. Mas para superar a Espanha, o técnico foi obrigado a abrir mão de suas convicções, ainda que apenas por alguns instantes, em prol da classificação.

Ambos os times foram a campo em 4-3-3. A Itália tentou avançar suas linhas mas não conseguia ficar com a bola e, quando a tinha, não dava sequência às jogadas porque a Espanha fazia marcação individual e obrigava a Azzurra a rifar a pelota.

A Furia dominou todo o primeiro tempo com tranquilidade. O velho Tiki-Taka desarticulou a Itália que não conseguia jogar sem a bola e ainda dava muitos espaços na defesa. A Espanha só não abriu o placar porque pecou nas finalizações.



Itália, em 4-3-3, fica totalmente imobilizada com a marcação
individual da Espanha e não consegue jogar ou manter a posse
da bola. Furia, também, em 4-3-3, troca passes mas os três
atacantes desperdiçam as chances (imagem obtida via this11.com).



Roberto Mancini, então, abre mão de suas convicções e lança mão daquilo que a Itália é especialista: defender e jogar nos erros do adversário. A Itália volta para o segundo tempo com as linhas mais baixas. A Espanha avança e deixa um grande espaço às costas da defesa, suficiente para os três atacantes avançarem e abrirem o placar com Chiesa.

A Azzurra, assume o controle da partida. Roberto Mancini apenas faz algumas substituições pontuais, provavelmente para dar descanso aos jogadores mais desgastados. A Espanha, porém, passa a acelerar o jogo e intensifica as infiltrações. Morata consegue empatar a partida em boa jogada de Dani Olmo. Os atacantes espanhóis, porém, continuam desperdiçando oportunidades claras.

O jogo, inevitavelmente, vai para a prorrogação. A Espanha, que não correu tanto durante o tempo normal, chegou mais inteira e tenta decidir a partida, mas encontra um ferrolho azul no caminho. Os italianos, esgotados, se contentam em levar a decisão para os pênaltis.

O visivelmente tenso Locatelli chuta em Simón, mas Olmo isola sua cobrança. Donarumma consegue defender a bola de Morata e Jorginho acerta o último pênalti para recolocar a Azzurra na final após nove anos de ausência.



Itália aposta nos contra-ataques para abrir o placar, mas a
Espanha, em 4-2-3-1, consegue empatar acelerando o jogo
e se infiltrando na defesa. Só não conseguem virar porque
continuam pecando nas finalizações (imagem obtida via this11.com).



Itália está de volta a uma final mas uma fraqueza da Azzurra ficou evidente nesta partida que é a dificuldade em se jogar sem a bola, algo para Roberto Mancini trabalhar e corrigir até o próximo domingo.

Espanha se despede lutando muito mas pecando na hora de finalizar. A Furia cria muitas chances de gol mas erra em demasia no último chute. Este problema, aliás, também foi apresentado por outros times que trocam muitos passes, como Croácia e Alemanha. Um problema que Luis Enrique precisa corrigir para as próximas competições.

Mancini foi bem ao mudar o estilo de jogo da Itália. É magnífico ver a Azzurra trocando passes, infiltrando, gostando de ficar com a bola e fazendo muitos gols. Há momentos, porém, em que o time precisa abrir mão da pelota e "saber sofrer em campo". Os times precisam ser resilientes e se adaptar às necessidades da partida. O treinador, mesmo não triunfando no tempo normal, acertou ao dar um passo atrás para dar dois adiante ao ser pragmático.



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segunda-feira, 5 de julho de 2021

Euro 2021: Palpites para as Semifinais

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Restam apenas três jogos para se definir o campeão europeu, lembrando que a Eurocopa não possui mais a disputa pelo terceiro lugar. Espanha, Itália, Dinamarca e Inglaterra irão brigar por duas vagas na grande final desta Euro 2020 -que eu chamo de "Euro 2021".

Não foi fácil o caminho para se chegar até aqui. Mesmo os times que enfrentaram "azarões" em etapas anteriores, tiveram de suar a camisa visto que os rivais estavam mais do que dispostos a lutar pela sobrevivência na competição. Bem, a maioria deles...

A parte física será um adversário extra para todas as equipes. As férias reduzidas entre as temporadas 2019-20 e 2020-21 e a intensidade exigida pelo futebol atual vêm cobrando seu preço. Poucos jogadores têm conseguido manter o ritmo durante os 90 minutos. Os times terão de encontrar um equilíbrio entre a busca pelo resultado e a preservação de seus atletas.

Faremos uma breve análise dos jogos válidos pelas semifinais e também daremos palpites para os confrontos. Quais times têm mais chances de avançar à grande final? Confira a minha opinião.



ITÁLIA X ESPANHA:



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Reedição da final da Euro 2012. A Itália passa por um melhor momento além de contar com um elenco mais equilibrado, enquanto a Espanha busca se renovar e apresenta algumas deficiências em campo. A Furia, porém, possui mais tradição do que a Azzurra na competição -três títulos espanhóis contra apenas um dos italianos- e isto pode fazer a diferença embora não pareça.

Data: terça-feira, dia 6 de julho

Horário: 16h (horário de Brasília)

Local: Wembley, Inglaterra

Palpite: Itália



INGLATERRA X DINAMARCA



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A Inglaterra possui um elenco superior ao da Dinamarca e ainda conta com o fator casa a seu favor. O English Team, porém, vem atuando com uma vagarosidade inexplicável e nem o desgaste físico justifica um futebol tão morno. É bom que Gareth Southgate e seus comandados atuem com seriedade pois os Rød-Hvide estão bastante motivados e não estão perdoando erros. E os dinamarqueses já têm um título na competição (1992) enquanto os ingleses ainda não ergueram nenhum troféu.

Data: quarta-feira, dia 7 de julho

Horário: 16h (horário de Brasília)

Local: Wembley, Inglaterra

Palpite: Inglaterra



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