segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Quando a Euforia Passar

Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



Parabéns, antes de mais nada, ao Flamengo e aos flamenguistas pela conquista do tricampeonato da Libertadores. O Rubro-Negro, que encaminhava para uma temporada desastrosa, conseguiu se recuperar e encerra a sessão com dois títulos.

O momento é de festa para o time e seus torcedores que merecem desfrutar deste momento, mas toda a euforia não pode cegar o clube para algumas necessidades da equipe visto que há muito o que fazer para a próxima temporada.

A principal questão é o treinador Dorival Júnior. O paulista, que foi contratado como "tampão" após a saída de Paulo Sousa, acabou entregando muito mais resultados do que se esperava e são fortes os clamores -de dirigentes e de torcedores- para que o técnico permaneça na Gávea.

Dorival, sem dúvida alguma, teve muitos méritos na conquista dos troféus visto que ele recuperou o ânimo do time e os jogadores voltaram a render. A manutenção do treinador, porém, também significaria manter a base e o elenco apresentou claros indícios de que é necessária uma renovação, embora tenha jogado muito bem.

A lesão do lateral Filipe Luís foi o simbolismo de que alguns dos veteranos, infelizmente, não entregam mais resistência para suportar os 90 minutos em campo e, muito menos, intensidade para disputar um esporte que está cada vez mais físico, embora menos que na Europa. Os próprios torcedores e alguns jornalistas já vêm afirmando que muitos dos jogadores experientes já estão em fim de ciclo no Flamengo.



Dorival Jr. foi o grande responsável pela "virada de chave" do Flamengo, mas sua manutenção
no clube demanda questionamentos (imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial).



As vendas de jogadores também são uma questão a ser considerada. Os atletas estão muito valorizados com os dois títulos e alguns deles devem receber propostas do exterior, sobretudo caso sejam convocados para defender a Seleção na Copa do Mundo.

Há, por outro lado, muito dinheiro em caixa obtido através das conquistas e o clube tem condições para ir atrás de reforços. A prioridade deveria ser um reserva para De Arrascaeta (que tem um grande histórico de lesões e atuou "no limite" várias vezes durante a temporada) além de repor eventuais saídas. A tendência, porém, é de que a instituição busque por mais atletas midiáticos para se manter em evidência.

O Flamengo terá um longo período para se planejar e se reformular visto que haverá mais dias de férias em virtude da Copa do Mundo e a próxima temporada só deve começar em meados de 15 de janeiro. Todas as questões aqui levantadas podem (e devem) ser discutidas com calma para evitar a precipitação ocorrida em outros anos.

Foi muito difícil par ao Flamengo chegar novamente ao topo. E será ainda mais difícil se manter visto que agora o Rubro Negro será o "time a ser batido". Independente de haver ou não mudanças drásticas no elenco, a equipe precisa se preparar para as próximas temporadas ou pode se tornar previsível para os rivais. E, principalmente, evitar a precipitação de anos anteriores.



O atacante Pedro foi o grande destaque da temporada e ele está
valorizado (imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial).




domingo, 30 de outubro de 2022

A Profecia

Eu estudei muito no Anglo Osasco, mas também tive vários momentos divertidos por lá!



A maioria das pessoas não guarda muitas lembranças boas do cursinho pré-vestibulares, afinal a carga de matéria é bastante pesada (você estuda o conteúdo dos três anos do 2º grau em apenas um) e há a constante pressão pela aprovação em uma universidade pública. Mas eu gostava bastante dessa época e até hoje cultivo meu carinho, tanto pela instituição (o Anglo Osasco), quanto pelos professores.

Os professores lançavam mão de muitas técnicas divertidas para auxiliar no aprendizado e também para que as aulas não se tornassem monótonas. Um deles utilizava a Seleção Brasileira para tal fim. E, em meio às piadas a respeito do Escrete Canarinho, o docente "profetizou" que o Brasil venceria a Copa de 2002!

O professor disse que as Copas têm os resultados "combinados" após 1950 com o surgimento da televisão para que houvesse interesse do espectador. Segundo ele, a alternância de títulos entre seleções europeias e sul-americanas, algo que ocorreu entre os Mundiais de 1954 até 2006, era "proposital".

O docente, por fim, "profetizou" que o Brasil venceria o Mundial de 2002 ao demonstrar em um "gráfico" a alternância do título entre os dois continentes. Obviamente, era tudo uma brincadeira do professor para descontrair mas achei aquilo tão fantástico que anotei tudo em um rodapé do meu caderno!






Eu não acompanhei a Copa de 2002, conforme eu contei em um post anterior. Eu lembro, porém, que acordei em um domingo ao som de rojões e gritos na rua afirmando que o Brasil havia conquistado o pentacampeonato. Imediatamente eu me lembrei da "profecia" do docente.

A "teoria" do professor, porém, caiu a partir de 2010 com a conquista do Mundial pela Espanha, o que deu fim à alternância de títulos entre os dois continentes. A Europa, aliás, iniciou uma hegemonia em Copas que permanece desde 2006. Reflexo do investimento no futebol por parte dos europeus, enquanto nós sul-americanos paramos no tempo e dependemos cada vez mais do Velho Continente para lapidar nossos jogadores.

Uma pena que perdi contato com aquele professor. No cursinho, docentes e alunos têm uma relação muito diferente do que acontece nas escolas ou nas faculdades visto que todos remam juntos por um único objetivo que é a aprovação dos candidatos nas universidades públicas.

Adoraria encontrar o professor novamente para recordar aqueles momentos tão divertidos e também para debater aquela "teoria" fantástica a respeito da Seleção Brasileira. Quem diria que o cursinho pré-vestibular me traria algo divertido além de uma vaga na universidade pública?







sábado, 29 de outubro de 2022

Sem Paciência

Serge Gnabry (com o troféu na mão): pouco utilizado no Arsenal, sucesso
no Bayern (imagem extraída de www.facebook.com/SergeGnabry).



Eu me lembro quando o meia-atacante Serge Gnabry surgiu no Arsenal durante a década de 2010. O jogador teve poucas oportunidades nos Gunners e foi sendo emprestado até que voltou à Alemanha, o seu país natal, onde explodiu. O camisa 7 chegou à Seleção Alemã e foi fundamental para a conquista da Tríplice Coroa pelo Bayern München em 2020.

Tive o prazer de ver Gnabry brilhar novamente durante a última quarta-feira. O jogador participou dos três gols diante do Barcelona e provou mais uma vez que o Arsenal errou ao não oferecer mais oportunidades ao atleta alemão.

Casos como o de Gnabry são comuns no futebol: os clubes revelam algum jogador ou contratam alguma promessa mas não lhes oferecem muitas oportunidades em nome do imediatismo. O jovem, então, acaba cedido para algum outro time e brilha por lá, muitas vezes até chegando à seleção e faturando títulos.

O Chelsea, por exemplo, contratou os então jovens Kevin de Bruyne e Mohamed Salah também durante a década de 2010 mas não ofereceu muitas chances à dupla e os dois atletas acabaram brilhando em equipes rivais -Manchester City e Liverpool, respectivamente.



Salah teve poucas oportunidades no Chelsea e acabou brilhando no
rival Liverpool (imagem obtida de www.facebook.com/momosalah).



Há sempre muita pressa no futebol. Os clubes sempre necessitam de resultados a curto prazo para se manterem na briga pelos títulos, ou então terminam eliminados e/ou rebaixados das competições. Os jogadores, da mesma forma, precisam deslanchar o quanto antes visto que a carreira de um futebolista é efêmera e um atleta com 30 anos já é considerado "velho".

Os clubes, porém, precisam ter paciência com atletas jovens para não perderem craques. O Arsenal poderia apresentar desempenhos melhores em campo com Gnabry, ou mesmo valorizar ainda mais o jogador para vendê-lo por valores mais elevados. E se o Chelsea esperasse o desenvolvimento de De Bruyne e Salah? Talvez os Blues não tivessem de esperar até 2021 para faturarem o bicampeonato da Champions.

Promessas, ademais, são "promessas": são realizadas a longo prazo e, infelizmente, nem todas se cumprem. Lidar com atletas jovens é diferente de jogadores experientes: nem todos aceitam bem a mudança da base para o profissional, ou de uma liga menos competitiva para uma Premier League. Os anseios por resultados a curto prazo, porém, dificultam que os garotos tenham espaço nas equipes consideradas grandes.

Melhor para a concorrência que pode adquirir atletas jovens encostados a preços módicos e desenvolvê-los para obterem resultados a longo prazo. Gnabry, De Bruyne e Salah estão aí para provar o quanto a impaciência dos clubes com promessas pode ser um erro.



O Chelsea não quis esperar o desenvolvimento de Kevin de Bruyne. Melhor
para o City (imagem extraída de www.facebook.com/KevinDeBruyne).




sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O Peixe Encalhado

Lisca Doido durou apenas um mês e meio no comando do
Santos (imagem extraída de www.facebook.com/santosfc).



Texto inspirado em post do jornalista Vitor Sérgio Rodrigues.



O Santos é um dos maiores clubes do país, seja pelos títulos conquistados, seja pela tradição que possui. Foi o time do litoral que projetou grandes nomes de nosso futebol como Pelé, Pepe, Coutinho, Zito, Robinho, Diego Ribas, Neymar, Ganso, Gabigol, ... O Peixe, contudo, há anos não tem feito jus à sua grandeza e apresentado apenas espasmos.

Crises políticas, dívidas enormes, elencos fracos e constantes trocas de treinadores fizeram do Santos um clube cada vez menor, indigno da tradição que possui. Salvo pelas miraculosas campanhas de 2019 (2º colocado do Brasileirão) e de 2020 (vice-campeão da Libertadores), o Peixe se tornou uma equipe que habita o meio da tabela -isso quando não acaba lutando contra o rebaixamento como aconteceu durante os três últimos Campeonatos Paulistas.

Os dirigentes, como se não bastassem os problemas do clube, não apresentam nenhum critério para a escolha dos treinadores. Desde 2019 já passaram pelo Santos sete técnicos das mais variadas nacionalidades e filosofias de trabalho, o que dificulta ainda mais uma possível evolução da equipe. Os últimos nomes ventilados foram Vanderlei Luxemburgo, Sebastián Beccacece e Marcelo "El Loco" Bielsa -os dois últimos, ao menos, possuem estilos semelhantes.



Fabián Bustos durou cerca de quatro meses no cargo
(imagem extraída de www.facebook.com/santosfc).



O Santos tem agido exatamente como clubes pequenos que, ano após ano, desmancham seus elencos às pressas para fazer caixa e trocam de treinador o tempo todo. É o roteiro típico de equipes que lutam contra o rebaixamento. É fato que a realidade financeira do Peixe obriga a instituição a buscar soluções a curto prazo mas as atitudes apresentadas raramente salvaram algum time do pior.

O clube necessita de um planejamento a longo prazo o que inclui oferecer respaldo ao treinador ao invés de demití-lo ao primeiro sinal de crise. Mais do que isso, é necessário encontrar um técnico compatível com a realidade da instituição, o que inclui utilizar a base, algo que já sugeri em posts anteriores. De nada adianta trazer um medalhão que pedirá dezenas de contratações que o Santos não pode trazer na situação atual.

O Santos, se quiser voltar a brigar por títulos e reviver seus dias de glória, precisa quebrar esse círculo vicioso o quanto antes. De nada adianta repetir os erros do passado acreditando que os resultados serão diferentes. É até possível ter sorte em meio a tantas apostas mas ela nem sempre estará ao lado do clube, o que foi o caso durante os últimos anos.



Fábio Carille ficou cerca de cinco meses no Santos
(imagem extraída de www.facebook.com/santosfc).




quinta-feira, 27 de outubro de 2022

O Fim de uma Era

Imagem extraída de www.facebook.com/riverplateoficial



Encerrou-se no dia 24 de outubro de 2022 um dos ciclos mais vitoriosos do River Plate, a "Era Marcelo Gallardo". O treinador, que estava à frente dos Millonarios desde 2014, já havia anunciado que não renovaria seu contrato com o clube e que deixaria o Monumental de Núñez ao término desta temporada. Foram 14 títulos conquistas com destaque para as duas Copas Libertadores (2015 e 2018) e uma Sulamericana (2014).

Gallardo assumiu o River Plate em 2014 com o clube ainda traumatizado pela crise que levou os Millonarios ao rebaixamento em 2011. Muñeco não apenas recuperou a autoestima do time como também recolocou a equipe na briga pelos títulos, conquistando a Sulamericana já no ano de sua estreia no banco de reservas.

O ex-meia, em pouco tempo, já havia devolvido ao River todo o respeito e dignidade que o clube merecia. Os ótimos desempenhos na Libertadores (foram dois títulos e um vice), o futebol vibrante e a competitividade da equipe fizeram dos Millonarios uma equipe novamente temida pelos rivais após tantos anos em crise.



Imagem extraída de www.facebook.com/riverplateoficial



O estilo de Gallardo, porém, foi se tornando previsível para os rivais, ao mesmo tempo que o River foi perdendo seus melhores jogadores para os clubes europeus. Com isso, o desempenho dos Millonarios foi minguando mesmo na Libertadores que havia se tornado a "especialidade" de Muñeco.

Gallardo, mesmo com a queda de rendimento, optou por renovar seu contrato com o River por mais uma temporada ao final de 2021, algo que considerei um erro visto que já eram evidentes os indícios de que o time necessitava de uma reformulação.

A temporada final de Gallardo no River foi sem títulos, a evidência final de que seu estilo já não estava mais fazendo a diferença. Mesmo assim, tudo o que Muñeco conquistou no banco não foi esquecido, nem pelo clube, nem pelo torcedor. O ex-meia recebeu muitas e merecidas homenagens por tudo o que fez pela instituição, como podemos ver nas fotos que ilustram este texto.

Ainda não se sabe qual será o futuro de Muñeco após sua saída do River. A Europa parece o destino mais provável mas há clubes brasileiros interessados nos serviços do argentino e em condições de bancar seus salários. Eu, porém, gostaria muito de ver Gallardo comandando a Seleção Argentina para o próximo ciclo -seu estilo seria facilmente assimilado pela Albiceleste e o ex-meia teria estofo para comandar uma renovação na equipe.

A "Era Marcelo Gallardo" acabou no River Plate mas seu legado permanecerá para sempre no Monumental de Núñez. O clube e o torcedor jamais se esquecerão do vitorioso Muñeco que realizou grandes façanhas pela instituição, tanto como jogador quanto como treinador.



Imagem extraída de www.facebook.com/riverplateoficial




quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Amarrados e Eliminados

Imagem extraída de twitter.com/FCBayern



O Barcelona já iniciou a rodada eliminado da Champions League visto que, com a vitória da Internazionale sobre o Viktoria Plzeň hoje mais cedo, os Blaugranas não poderiam mais superar os Nerazzurri na tabela. Restava aos catalães vencer o Bayern München em casa e honrar seu torcedor no Camp Nou, mas os bávaros não deixaram os mandantes jogarem.

Xavi escalou seu time em 4-3-3 variando para 3-4-3 com Bellerín ou Balde avançando para o meio-de-campo. O treinador também improvisou o lateral Marcos Alonso na zaga, o meia Pedri no lado esquerdo do ataque e entrou em campo com três volantes -Kessié, De Jong e Busquets. As alterações não foram sentidas pela equipe que manteve o padrão de jogo observado em partidas anteriores.

Julian Nagelsmann foi a campo no bom e velho 4-2-3-1 com diversas mudanças -Müller começou a partida no banco, Sané e Neuer desfalcaram o Bayern por lesão. As mudanças, assim como no Barcelona, em nada comprometeram a execução das jogadas como veremos adiante.

Ambos os times atuaram de maneira semelhante, trocando passes desde a defesa e buscando envolver o adversário no toque de bola. O Bayern, porém, possuía um time melhor entrosado e jogadores muito superiores individualmente.

Os visitantes forçaram as jogadas principalmente pela esquerda com Davies e Mané, aproveitando que Bellerín e Koundé não são defensores bons na imposição física. Ademais, o camisa 2 do Barça subia muito ao ataque e oferecia espaços para contra-ataques.

Gnabry também passou a aproveitar as subidas de Balde em certo momento e realizou as jogadas para os dois gols bávaros no primeiro tempo, assinados por Mané e Choupo-Moting.

O Barcelona não conseguiu jogar durante toda a primeira etapa. A recomposição bávara tirava os espaços para os contra-ataques catalães e os mandantes terminaram o primeiro tempo sem nenhuma finalização. Apenas Dembélé, com seus dribles, incomodava os visitantes pela direita.



Bayern, em 4-2-3-1, imobiliza o Barcelona e contra-ataca pelas pontas
aproveitando as subidas dos laterais catalães. Barça, em 4-3-3,
não consegue levar perigo durante todo o 1º tempo exceto por
Dembélé e seus dribles (imagem obtida via this11.com).



O Barcelona até melhorou na 2ª etapa com as substituições mas Xavi errou ao tirar Lewandowski visto que o polonês estava bem na partida e ainda poderia ser útil, abrindo espaços para que seus companheiros velozes pudessem se infiltrar na defesa rival.

O Bayern, porém, permaneceu superior, seja no talento, seja na imposição física. Os bávaros adiantaram suas linhas e continuavam freando os avanços catalães no "perde-pressiona". Mané e, principalmente, Gnabry continuaram muito perigosos. O camisa 7 até poderia aumentar a conta se não fosse flagrado em impedimento.

Os mandantes tiveram um pênalti anulado -De Ligt acertou a bola antes de derrubar Pedri- o que serviu para abalar ainda mais os donos da casa. Nagelsmann se resumiu a substituir os jogadores cansados ou amarelados e seu Bayern deu o golpe final com Pavard após mais uma assistência de Gnabry.



Barcelona até melhora com as substituições, mas perde poder de
fogo sem Lewandowski. Bayern adianta suas linhas, anula os
mandantes no "perde-pressiona" e continuam incomodando
principalmente com Gnabry (imagem obtida via this11.com).



Bayern venceu por ter sido superior ao Barcelona em quase todos os quesitos. Os alemães estavam mais entrosados, executaram bem suas jogadas, possuíam jogadores melhores individualmente (tanto em talento quanto em força física) e souberam neutralizar quase todos os pontos fortes dos catalães. Estão com 100% de aproveitamento na Champions League e seguem para as oitavas com méritos.

Barcelona é eliminado novamente na fase de grupos e de forma melancólica. O time de Xavi não sentiu as mudanças e jogou um bom futebol, mas a equipe ainda está "verde" para brigar pelo título da Champions. Os catalães ainda deram azar ao caírem em uma chave difícil com o Bayern e a Internazionale. Resta aos Blaugranas juntar os cacos e buscar o troféu na Europa League.

A reformulação do Barça vai seguindo a passos lentos e dolorosos. Não há terra arrasada na Catalunha e a equipe tem potencial para ir longe, mas isto só deve ocorrer durante temporadas futuras. O time ainda não está pronto para brigar nas cabeças e ainda deram azar ao encontrar um Bayern muito melhor em campo.


 

Imagem extraída de twitter.com/FCBayern




terça-feira, 25 de outubro de 2022

Uma Seleção Nada Brasileira

Imagem extraída de www.facebook.com/CBF



Acreditava que apenas eu estivesse desanimado com a Seleção Brasileira mas parece que não sou o único pelo que tenho visto através da imprensa e das redes sociais. Há até alguma crença de que o Brasil possa alcançar o hexa visto que outras seleções consideradas favoritas -França, Espanha e Alemanha- não aparentam atravessar um bom momento, mas não há muita empolgação com relação ao Escrete Canarinho.

Há anos a Seleção Brasileira deixou de ser "brasileira", como vêm observando muitos jornalistas. O Escrete Canarinho parece ser muito mais identificado com a Europa do que com o Brasil. A esmagadora maioria dos convocados joga em algum clube europeu (alguns, inclusive, pouquíssimos conhecidos por aqui) e os amistosos são quase sempre realizados no Velho Continente, bem longe do seu torcedor.

Cabe aqui um parênteses visto que eu sempre defendo as convocações pelo mérito desportivo, bem como o momento do atleta e o fato do jogador atuar em alguma liga competitiva como as europeias. Isto, porém, acaba criando mais uma barreira entre o torcedor comum e o futebolista.

A CBF, não obstante, dificulta que jogadores que atuam no Brasil sejam convocados. A confederação, para acomodar os imprestáveis campeonatos estaduais no calendário, agenda rodadas do Brasileirão em "datas FIFA", o que cria um confronto desnecessário entre clubes e a Seleção. Em outros tempos seria ótimo para um atleta ser chamado visto que isto é uma grande honra e também uma chance de se valorizar no mercado. Hoje, porém, isto significa desfalque e consequente prejuízo técnico para os times daqui.



Imagem extraída de www.facebook.com/CBF



Os resultados das últimas Copas do Mundo também influenciaram no comportamento do torcedor, em especial a derrota por 7x1 diante da Alemanha em 2014. Ficou mais do que evidente o quanto o nosso futebol parou no tempo em relação aos europeus. A nossa própria cultura de apenas valorizar os títulos e as vitórias contribuiu para que nos afastássemos da Seleção.

As empresas se atentam à recepção de nossa Seleção junto ao seu torcedor e percebe-se um marketing muito mais tímido em relação às outras Copas do Mundo. Está mais do que óbvio que o Escrete Canarinho e nós torcedores brasileiros não estamos caminhando exatamente juntos no próximo Mundial.

Fica para a CBF o desafio de tentar reaproximar a Seleção de seu torcedor para os próximos ciclos mas isto será difícil justamente pelos argumentos já utilizados: temos um time muito mais "europeu" do que "brasileiro", o nosso futebol está defasado, a confederação cria atritos desnecessários com os seus próprios clubes (e, consequentemente, com os fãs) e há o jejum de títulos em Copas.

Seriam necessárias mudanças profundas no futebol mas elas dificilmente ocorrerão devido à necessidade por resultados a curto prazo (basta um único empate para que o treinador passe a ser contestado) e também por culpa de alguns dos nossos próprios dirigentes (dos clubes e das federações) que preferem que a situação atual se mantenha.

O torcedor é parte importante do futebol mas tudo o que a CBF tem conseguido é afastar os fãs de sua própria Seleção. Não é de se estranhar, portanto, que as expectativas junto ao Escrete Canarinho estejam tão baixas. É bem possível, aliás, que muitos sequer se lembrem que haverá Copa do Mundo em novembro...



Imagem extraída de www.facebook.com/CBF




segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Choque de Realidade

O Estadio Mario Kempes não ficou muito mais cheio do que isto na final da
Sulamericana (imagem extraída de www.facebook.com/copasudamericana)... 



A CONMEBOL obteve três grandes descobertas durante o mês de outubro: a América do Sul não é a Europa, a Copa Sulamericana não é a Europa League e a Libertadores não é a Champions League. Tudo isto ficou evidente com a baixa procura por ingressos para as finais, o que levou a um Estadio Mario Alberto Kempes praticamente vazio no dia 1º de outubro e a uma consequente liquidação de bilhetes para a decisão do próximo sábado.

A federação havia adotado o modelo de final única em 2019, assim como ocorre nas competições europeias. Os dirigentes acreditavam que a procura por ingressos seria muito maior com a mudança, além da óbvia tentativa de tornar a Libertadores mais parecida com a Champions League -ou a Sulamericana mais parecida com a Europa League.

A federação, porém, esqueceu-se de adequar as suas competições à realidade da América do Sul, principalmente sob o ponto de vista econômico. O preço dos ingressos tornou-se inviável para a maioria dos torcedores comuns -os bilhetes para a final da Libertadores custam cerca de R$ 1.282,45 enquanto o salário mínimo do brasileiro é de R$ 1.212,00.

O torcedor, ademais, teria outras despesas incluindo deslocamento, hospedagem, alimentação e os trâmites legais para se ingressar em outro país. Não obstante, nem todas as cidades do continente possuem infraestrutura adequada para comportar eventos deste porte.



Imagem extraída de www.facebook.com/copasudamericana



Houve ainda o próprio desinteresse dos cidadãos locais em acompanhar times de outros países. Na final da Sulamericana se enfrentaram o São Paulo do Brasil e o Independiente del Valle do Equador. Os habitantes de Córdoba (Argentina), porém, compareceram em pouco número no Estadio Mario Alberto Kempes, palco da decisão, o que foi agravado pelo preço dos ingressos -cerca de R$ 986,77.

O mesmo vem acontecendo para a final da Libertadores, a ser realizada na cidade de Guayaquil, Equador. Pouquíssimos equatorianos se interessaram em acompanhar o embate entre dois times brasileiros (Flamengo e Athletico Paranaense), o que motivou a CONMEBOL a liquidar os ingressos para a decisão.

A tendência é o retorno da final em duas partidas diante dos fatos aqui apresentados. A tentativa da CONMEBOL em imitar os europeus foi mal sucedida. A federação esperava lucrar ainda mais com as mudanças propostas mas acabou amargando um prejuízo visto que os preços dos ingressos e o próprio desinteresse dos habitantes das cidades-sede resultaram em estádios vazios.

A CONMEBOL tentou "europeizar" a Libertadores e a Sulamericana mas descobriu que a América do Sul não é a Europa. A realidade financeira para maioria dos nossos cidadãos ainda é muito diferente para aqueles que habitam o Velho Continente.



Imagem extraída de www.facebook.com/copasudamericana



LEIA MAIS:

Cosme Rímoli- "Conmebol doa ingressos para final de Libertadores. Venda de entradas no Equador para Flamengo e Athletico é um fracasso": esportes.r7.com/prisma/cosme-rimoli/conmebol-doa-ingressos-para-final-de-libertadores-venda-de-entradas-no-equador-para-flamengo-e-athletico-e-um-fracasso-23102022





domingo, 23 de outubro de 2022

Touch... O quê?!

Não me perguntem as regras desse jogo! Eu não entendi nada!



Eu conheci melhor o rúgbi em 2015, conforme eu relatei em outro post aqui no blog. Até então, eu não sabia diferenciar a modalidade de seu "primo", o futebol americano. Mais tarde, porém, conheci uma outra variedade do jogo da qual não entendi bulhufas como funcionava.

2015. Fui a mais um Interanos, ocorrido no Colégio Assunção localizado no bairro do Jardins, entre a Zona Oeste e a Zona Sul de São Paulo. Durante a ocasião, a universidade havia vetado as festas no campus e a Atlética optou por realizar o evento em outros locais onde houvesse quadras disponíveis para os jogos.

Fui informado que haveria uma partida de "touch rugby" por volta do meio-dia. Eu perguntei aos organizadores do que se tratava o jogo, bem como as suas diferenças para o rúgbi normal mas não entendi quase nada. Como o jogo ocorreu durante o meu horário de almoço, não pude ver muita coisa e acabei tirando poucas fotos.

Teria contato com o tal touch rugby novamente em 2019 durante outro Interanos, desta vez realizado no campus da universidade. Na ocasião, eu tive mais tempo de assistir à partida e de tirar fotos melhores, mas continuei sem entender as regras do jogo -apenas vi os jogadores correndo atrás da bola de um lado para o outro sem que eu compreendesse o objetivo!



Em 2019, eu tive mais tempo para acompanhar o touch rugby mas continuei não entendendo nada!



Restou pedir ajuda para o Google mas não adiantou muita coisa: o próprio buscador utiliza termos muito técnicos para explicar o jogo -e todos incompreensíveis para quem não tem intimidade com a bola oval! Não entendi nada do que é "tackle", "try" ou coisas do gênero!

O pouco que eu pude compreender a respeito do jogo: trata-se de uma variação direcionada para os iniciantes do rúgbi. A modalidade permite formar times com jogadores de ambos os gêneros, é menos exigente sob o ponto de vista físico e menos "pegado" também. As regras também são simplificadas e é possível jogar em espaços menores.

O rúgbi é um jogo que muitos acreditam ser brutal e violento, o que acaba afastando muitos iniciantes -eu mesmo só desmistifiquei essa visão em 2015, conforme relatado há alguns parágrafos acima. O touch rugby provavelmente foi criado com o intuito de acabar com tal preconceito, bem como introduzir os iniciantes na modalidade.

Hoje eu entendo o rúgbi graças àquele almoço de 2015 mas a sua variação touch ainda é totalmente incompreensível para mim! Acho que terei de esperar algum outro Interanos para assistir a outra partida com mais calma e, quem sabe, desmistificar suas regras!



Se você quiser me explicar as regras desse "jogo esquisito", fique à vontade!




sábado, 22 de outubro de 2022

Sinais de Alerta

O goleiro Mike Maignan se lesionou e não jogará a Copa do
Mundo (imagem extraída de www.facebook.com/equipedefrance).



O goleiro Mike Maignan sofreu uma grave lesão durante a última semana e, provavelmente, só voltará a jogar em 2023, o que significa que o arqueiro não irá à Copa do Mundo. Há alguns dias atrás, o volante N'Golo Kanté foi submetido a uma cirurgia na coxa e também perderá o Mundial. A França, ao menos, teve uma boa notícia com a recuperação do meio-campista Paul Pogba, que já vem treinando com bola e talvez tenha condições de ir ao Catar.

O futebol atual vem exigindo muito dos atletas sob o ponto de vista físico, algo que venho repetindo exaustivamente aqui no blog. Isso significa que os jogadores também estão muito mais propensos a lesões. Com a temporada europeia se aproximando de seu ápice, é muito provável que mais esportistas se lesionem e, consequentemente, percam a Copa do Mundo.

O próprio Brasil sofreu dois "sustos" durante os últimos dias: o meia Lucas Paquetá e o atacante Richarlison se lesionaram sem gravidade e não correm o risco de perder o Mundial. Mas ficou evidente o quanto o futebol atual exige dos jogadores, bem como a importância de haver opções para cobrir eventuais desfalques.

Muitos treinadores, porém, não gostam de "rodar" o elenco e sempre fazem questão de contar com seus titulares mesmo para amistosos. O próprio Tite não aprecia fazer testes e demonstra estar sempre "fechado" com seu grupo preferido de jogadores. Ademais, há seleções que, infelizmente, não dispõem de muitas opções para eventuais cortes.



O volante N'Golo Kanté operou a coxa e também não irá ao
Catar (imagem extraída de www.facebook.com/equipedefrance).



A importância de se rodar o elenco e de se realizar testes ficou evidente com a Alemanha em 2014. A Mannschaft, na ocasião, não pode contar com Badstuber, Gündoğan, Kießling e os irmãos Bender. E, de última hora, Marco Reus se lesionou durante um amistoso e foi cortado daquele Mundial. Foram pelo menos seis desfalques no time.

O treinador Joachim Löw, porém, sempre realizou muitos testes enquanto esteve à frente da Alemanha. Jogadores então pouco conhecidos sempre tiveram chances na Nationalelf e isto foi ampliando o leque de opções da Mannschaft. Com isso, os desfalques foram pouco sentidos e os europeus celebraram o tetracampeonato em 2014. Uma pena que ele deixou suas virtudes de lado nas competições subsequentes.

A França, felizmente, possui muitas opções para as vagas dos lesionados e o treinador Didier Deschamps poderá cobrir a maior parte dos desfalques -Camavinga e Tchouaméni podem atuar no setor de Kanté, enquanto Maignan seria reserva para o capitão Lloris. Resta saber se a equipe reagirá bem às mudanças em campo. Quanto ao Brasil, Tite terá de torcer para que seus atletas não se machuquem com gravidade visto que o treinador gaúcho rodou muito pouco o seu elenco e há pouquíssimo tempo hábil para novos testes.



Ao menos, Didier Deschamps teve uma boa notícia e Paul
Pogba deve ter condições de jogar o próximo Mundial
(imagem extraída de www.facebook.com/equipedefrance).




sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Tacada Final

Mesmo sem clube, Jaqueline estará nas Olimpíadas de Paris
em 2024 (imagem extraída de www.facebook.com/jaque8).



"Agora eu posso revelar… A CONVOCAÇÃO VEIO BRASILLLLLLLLL! Paris 2024 que me aguarde pq estarei lá COM CERTEZAAA! Obrigada Zezão eu não vou te decepcionar"!

Este foi o anúncio emocionado da ponteira Jaqueline em suas redes sociais. A pernambucana foi confirmada ontem pelo treinador José Roberto Guimarães para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024. Isso a despeito da jogadora estar sem clube no momento -seu último time foi o Osasco durante a temporada 2020-21.

Jaqueline estará com 40 anos durante as Olimpíadas de Paris -completará 41 em dezembro daquele ano. A ideia, provavelmente, é que a pernambucana transmita experiência (ela já venceu a competição duas vezes) e também lidere o elenco predominantemente jovem. Zé Roberto vem tentando renovar o time durante os últimos anos e o desempenho ainda tem sido bom (o time feminino foi vice no último mundial), mas a seca de títulos (o Brasil não conquista um troféu desde 2017) possivelmente vem pesando para o treinador.

A convocação de Jaqueline ocorre em um cenário muito semelhante ao do líbero Serginho para as Olimpíadas de 2016: durante a ocasião, o então renovado time masculino não vinha apresentando um bom desempenho nas quadras e o treinador Bernardinho optou pelo retorno do experiente jogador que estava com quarenta anos na época. O paranaense fez toda a diferença em quadra a despeito da idade e a medalha de ouro foi conquistada.

A pernambucana, cabe mencionar, também jogou as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 quando o time feminino decepcionou e não conseguiu sequer a medalha de bronze. Provavelmente a ponteira também deseja a sua revanche pelo fracasso em casa.



Imagem extraída de www.facebook.com/jaque8



O retorno de Jaqueline à Seleção pode ser bem-vindo se levarmos em conta o histórico vencedor da ponteira e a possibilidade da pernambucana ajudar as novatas a lidar com tamanha responsabilidade em quadra. Ademais, a jogadora traz a mística daquela geração bicampeã olímpica, algo em que Zé Roberto se apega muito.

O regresso da ponteira, porém, demonstra o quanto nos apegamos em demasia a gerações vencedoras. Muitos de nós ignoramos o fato de que jogadores envelhecem e que os times uma hora se tornam manjados por melhores que sejam. Temos de respeitar os atletas, sobretudo os que nos trouxeram tantas alegrias no passado. Mas também temos de aceitar que a renovação é um mal necessário e que todo esportista algum dia precisa parar.

Cabe, por fim, a comparação com Daniel Alves no futebol: o jogador estava sem clube há pouco tempo atrás -recentemente acertou com o Pumas do México- mas o seu time foi eliminado das competições locais e o lateral está novamente sem entrar em campo. Tite, porém, ainda conta com o atleta acreditando que sua experiência e seu currículo ainda podem acrescentar à Seleção.

Resta agora torcer para que Jaqueline encontre logo um time, de preferência em uma liga competitiva, para que possa se manter em forma e testar as suas habilidades para chegar afiada em 2024. E, claro, para que ela não se lesione com gravidade até os Jogos Olímpicos.

Jaque foi a tacada final de Zé Roberto: ambos buscam se redimir do vexame do Rio de Janeiro. Se a aposta foi certeira? Teremos de esperar até 2024 para descobrirmos se a pernambucana "não irá decepcionar", como ela mesmo anunciou em suas redes sociais.



Imagem extraída de www.facebook.com/jaque8




quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Consequências

Imagem extraída de www.facebook.com/copadobrasil



Hoje eu deveria entregar uma crônica com a análise tática do jogo entre Flamengo e Corinthians, realizado ontem no Maracanã. Porém, acabei dormindo durante a partida e fiquei sem material para fazer o texto. Eu lamentei muito, afinal há um bom tempo não analiso um confronto do futebol brasileiro.

O Flamengo confirmou o favoritismo e ficou com o título da edição 2022 da Copa do Brasil -é o 4º troféu dos Rubro-Negros. O Corinthians, por sua vez, teve de se contentar com o vice-campeonato -coincidentemente, também foi a quarta vez que o Timão fica com a prata na competição.

Os visitantes foram a campo em 3-5-2/4-4-2 com dois laterais-esquerdos -Fábio Santos (ora atuando como lateral, ora como 3º zagueiro) e Lucas Piton (atuando como ala esquerdo ou meio-campista). A mudança proposta por Vítor Pereira, porém, não foi suficiente para segurar os mandantes que abriram o placar logo no início do confronto. O Rubro-Negro, por sua vez, entrou com o ofensivo Vidal no lugar do defensivo João Gomes, suspenso.

O português, porém, substituiu bem durante o intervalo e o Corinthians reagiu, conseguindo chegar ao empate. O Timão, porém, deu azar nos pênaltis -Fagner e Matheus Vital erraram suas cobranças- e o Flamengo acabou ficando com o titulo. Cássio ainda pegou o chute de Filipe Luís mas não foi o suficiente para salvar a noite dos visitantes.



Imagem extraída de www.facebook.com/copadobrasil



O Flamengo, com o título, pode se concentrar plenamente na final da Libertadores visto que a vaga para a competição sul-americana de 2023 já está assegurada. Como o troféu no Brasileirão é improvável (os Rubro-Negros estão a 13 pontos atrás do líder palmeiras), os cariocas podem se poupar para a decisão contra o Athletico Paranaense no dia 29.

O Rubro-Negro, porém, não pode se empolgar com a conquista da Copa do Brasil visto que ainda há mais um título em disputa e, mais importante, é necessário renovar o elenco para as próximas temporadas. O time ainda é bom mas os jogadores já estão envelhecendo e alguns deles já não vêm mais rendendo como há três anos atrás. A permanência do treinador Dorival Jr. também merece alguns questionamentos.

O Corinthians, por sua vez, não pode enxergar a derrota como "terra arrasada". Os paulistas mostraram força apesar das discrepâncias técnicas e financeiras entre as duas equipes. Deram azar os pênaltis mas há perspectivas.

O Timão, porém, também possui muitos jogadores veteranos e isto já vem pesando no desempenho há algum tempo. Ademais, o clube precisa lidar com sua realidade financeira: será difícil contratar reforços para Vítor Pereira e alguns atletas devem ser negociados para fazer caixa, o que pode influenciar na permanência do português. Ademais, ainda é necessário lutar pela vaga na Libertadores 2023 -o Corinthians é o 5º colocado do Brasileirão- para ajudar nas finanças.

Ambos os clubes, portanto, precisam manter a concentração visto que a temporada ainda não acabou. Ademais, é necessário levar em conta a condição física dos veteranos, visto que o futebol está cada vez mais exigente sob este ponto de vista mesmo aqui no Brasil.

Flamengo e Corinthians tiveram destinos distintos na noite de ontem mas ainda possuem obrigações semelhantes para o restante da temporada. É necessário concentração para ambos visto que ainda há o que fazer em 2022.



Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial




quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Guga, o Inesquecível

Este foi o último troféu que Guga ergueu como profissional em
2008, mas sua imagem ainda permanece forte no mercado
(imagem extraída de www.facebook.com/transformacao180graus).



Já se passaram quase quinze anos desde que Gustavo Kuerten, o Guga, deixou as quadras. O brasileiro, que já não vinha mais conseguindo jogar em virtude de lesões, obteve um convite para disputar o torneio de Roland-Garros na França e encerrar sua carreira justamente no palco que o consagrou. O catarinense foi três vezes campeão em Paris: 1997, 2000 e 2001.

Eu fiquei bastante pessimista com o futuro do tênis após a aposentadoria de Guga, afinal nós brasileiros necessitamos de ídolos para que alguma modalidade esportiva receba a nossa atenção e também investimentos, com a óbvia exceção do futebol. A Fórmula 1, por exemplo, nunca mais cativou o nosso público após a morte da Ayrton Senna em 1994. Ou o basquete que está praticamente esquecido sem Oscar, Hortência ou Paula.

Surgiram, felizmente, ótimos tenistas após a aposentadoria de Guga e que, inclusive, conquistaram troféus. Bia Haddad (seis títulos -dois individuais e quatro em duplas) e Marcelo "Girafa" Melo (36 conquistas em duplas) continuam representando muito bem o tênis brasileiro nas quadras. Nenhum deles, porém, ainda apresentou o mesmo apelo midiático do catarinense.

Eu acreditava que Guga também seria esquecido após sua aposentadoria. O tenista já vinha perdendo espaço na mídia com as lesões e a consequente queda no ranking da ATP. Nossos esportistas, em sua maioria, só recebem atenção enquanto podem conquistar títulos. Basta ver o que aconteceu com Anderson Silva, Daiane dos Santos, Diego Hypólito e outros que nos deram tantas alegrias no passado.



Guga é presença frequente no Adsense em comerciais da Aurora
(imagem extraída de www.facebook.com/auroraalimentosoficial).



Guga, porém, não foi esquecido -pelo menos, não para as empresas. O ex-tenista é presença frequente no Adsense do meu Youtube com diversos anúncios para a frigorífica catarinense Aurora. Devo mencionar que foi justamente através desses comerciais que eu tive a ideia de escrever este texto!

A imagem do ex-tenista segue forte também no exterior, em especial na França. O catarinense é patrocinado pela têxtil Lacoste -curiosamente, Guga assinou com a empresa francesa em 2012, pouco após sua aposentadoria. O brasileiro também promove eventos no país como as Olimpíadas de Paris 2024 e também o torneio de Roland-Garros, justamente o palco que o consagrou.

O ex-tenista demonstrou que esportistas ainda podem sobreviver mesmo após a aposentadoria. Seu carisma e seu legado permitiram que sua imagem permanecesse forte inclusive no exterior. Uma pena que não foi possível manter a popularidade do tênis aqui no Brasil como ocorria durante os tempos áureos do catarinense -a missão ficará para Bia Haddad, Marcelo Melo e outros que seguem conquistando títulos nas quadras.

É realmente impossível esquecer Guga. Se veículos de imprensa e torcedores hoje pouco se lembram do catarinense, empresas ainda lucram com a imagem do carismático ex-tenista. E, claro, sua presença frequente no Adsense são recordações frequentes daquele que colocou o Brasil no mapa do tênis mundial!  



Guga também segue prestigiado no exterior, fazendo anúncios para a Lacoste e também
para eventos na França (imagem extraída de www.facebook.com/gustavokuerten).




terça-feira, 18 de outubro de 2022

A Redenção de Benzema

Imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague



Eu considerava a carreira do atacante Karim Benzema como "acabada" fora do Real Madrid, afinal o jogador havia caído em desgraça em seu país natal após se envolver em tantas polêmicas. O atleta deixou de ser convocado pelo treinador Didier Deschamps desde 2015 quando o escândalo com seu colega Mathieu Valbuena veio à tona.

Benzema, à despeito de todas as polêmicas, seguiu jogando e se dedicando no Real Madrid. O francês continuou empilhando conquistas (individuais e coletivas) e demonstrando todo o seu talento com a camisa merengue. As portas pareciam fechadas na França -o atacante ficou fora da Euro 2016 e da Copa 2018- mas continuou firme e forte em Madri.

O perdão a Benzema aconteceu em 2021 quando o treinador Didier Deschamps convocou o atacante para a Euro 2020 (que eu chamo de "Euro 2021") a despeito de vários outros atletas talentosos para a posição -Ben Yedder, Ikoné, Lacazette, Martial, ... O jogador não desperdiçou a oportunidade e, em um misto de raça e talento, provou que merecia defender os Bleus novamente mesmo sem o título da competição.



Imagem extraída de www.facebook.com/KarimBenzema



A temporada seguinte reservaria conquistas ainda maiores a Benzema. O atacante passou a ser o capitão de facto do Real Madrid (Marcelo pouco entrou em campo em razão de problemas físicos) e o francês assumiu de vez o protagonismo da equipe. Não mais era um coadjuvante para Ronaldo, Bale ou qualquer outra contratação "galáctica" do clube.

O jogador também recuperou seu espaço em sua seleção e ajudou a França a conquistar o título da Nations League 2020-21. Mesmo com tantos talentos à disposição como Griezmann ou Mbappé, ainda havia espaço para Benzema no ataque dos Bleus e ele retribuiu a confiança com gols.

Todo o empenho de Benzema foi coroado com mais troféus ao final da temporada. Vieram os títulos da Champions League e de La Liga, ambos tendo o camisa 9 como protagonista. O francês foi aclamado por torcedores e jornalistas, que afirmavam que o atacante merecia a Bola de Ouro pelos seus feitos durante aquela sessão.

A cereja do bolo veio ontem. As expectativas se confirmaram e Benzema recebeu a Bola de Ouro das mãos de seu mentor Zidane. Seu talento, enfim, era recompensado após tantos anos à sombra de Ronaldo no Real Madrid. O francês, ao mesmo tempo, encontrava a sua redenção definitiva após tantas polêmicas em sua carreira.

Benzema conquistou a Bola de Ouro com méritos. Seu talento combinado com sua dedicação levaram o jogador aos merecidos prêmios (individuais e coletivos) e também à Seleção Francesa. Mais do que isto, o francês conquistou o perdão em seu país e a sua redenção pelas polêmicas.



Imagem extraída de www.facebook.com/KarimBenzema




segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Dorival: Gênio ou Submisso?

Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



Dorival Júnior conseguiu recolocar o Flamengo nos trilhos. O Rubro-Negro vinha jogando um futebol decepcionante e se aproximava da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro quando a equipe reagiu na tabela com a chegada do treinador. Ademais, o time da Gávea obteve resultados convincentes nos mata-matas e é finalista em ambas as copas (Libertadores e Copa do Brasil), podendo igualar o feito do Palmeiras em 2021.

O torcedor flamenguista, com base nos fatos aqui apresentados, está plenamente satisfeito com o trabalho do treinador, certo? Dorival definitivamente merece ser comparado ao lendário Jorge Jesus pelos seus feitos, correto?

Mais ou menos.

Alguns torcedores e jornalistas relataram que o trabalho do antecessor, Paulo Sousa, não teria decolado porque o treinador e o time não estavam em sintonia. O português teria desagradado aos líderes do elenco após barrar alguns dos medalhões que não estariam mais rendendo em campo.

Dorival, por sua vez, melhorou o clima no vestiário ao readmitir os veteranos barrados, à exceção do goleiro Diego Alves. Têm sido frequentes as críticas ao atual treinador por suas atitudes, principalmente quando jogadores menos quistos (Rodinei e Diego Ribas, especialmente) ainda recebem oportunidades ou quando o técnico insiste com os experientes enquanto torcedores clamam por renovação no elenco.



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As críticas direcionadas ao treinador são "diluídas" com a boa fase do Flamengo, mas sempre vêm a tona a cada tropeço rubro-negro. Os comunicadores são implacáveis nas derrotas ou empates: a culpa é da "submissão" de Dorival à "panela".

Dorival não está exatamente pressionado no cargo mas o treinador sabe que sua terceira passagem pelo Flamengo só será memorável com os títulos. Em caso de perda dos troféus, o treinador certamente "morrerá abraçado" com os jogadores que tanto insistiu manter em campo.

Todos os treinadores desejam vencer, mas, desejam se manter no cargo acima de tudo, afinal cada demissão é uma mancha no currículo e nem sempre alguma indenização milionária compensa. Dorival necessita dos resultados para seguir no comando e ele precisa do seu elenco para isto.

O treinador, portanto, deseja conquistar os troféus mais do que nunca para ser eternizado pelos seus feitos. Caso contrário, Dorival será lembrado pelos críticos como "o técnico que submeteu aos seus atletas" e certamente será apresentado à porta de saída junto com os jogadores contestados.



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