quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Emily e Pia Tinham Razão?

O Brasil passou pela França e pela Espanha mesmo sem Marta, suspensa
(imagem extraída de www.facebook.com/selecaofemininafutebol).



Não estou acompanhando as Olimpíadas 2024 por questão de agenda visto que estou me dedicando a outras atividades. Eu, no entanto, aproveitei o desempenho da Seleção Feminina para trazer á tona um questionamento a respeito de Marta: a Rainha ainda é fundamental para a equipe?

Ninguém nega que Marta seja a maior jogadora do Brasil e uma das melhores do mundo -suas conquistas individuais e coletivas falam pela atleta. Ao mesmo tempo, sabe-se que a alagoana já ultrapassou os 30 anos de idade (está com 38) e seu desempenho já não é o mesmo de oito anos atrás quando recebeu seu último prêmio FIFA Best. As treinadoras Emily Lima e Pia Sundhage, percebendo isto, tentaram diminuir a participação da meio-campista, em vão visto que isto foi uma das justificativas utilizadas para a demissão das técnicas. 

O Brasil classificou-se às quartas-de-final das Olimpíadas por sorte -ficaram em terceiro lugar em sua chave e dependeram do desempenho das adversárias para avançarem ao mata-mata. Não obstante, Marta foi expulsa após quase chutar a cabeça de Olga Carmona e suspensa por duas partidas. Mas o que parecia ser uma catástrofe, foi um "mal que veio para o bem".

A Seleção, sem o talento de Marta, pode ter perdido a graça e a técnica em campo, tornando o futebol muito mais truculento e até feio. Em compensação, o time ganhou em mobilidade, imposição física e recomposição. Com isso, o Brasil conseguiu resistir às fortes francesas e espanholas, voltando a uma final olímpica após 16 anos.



Imagem extraída de www.facebook.com/selecaofemininafutebol



Os próprios jornalistas perceberam que o desempenho do Brasil melhorou sem a capitã e passaram a questionar se Marta deveria voltar à titularidade na final contra os Estados Unidos, a ser realizada no próximo sábado.

Emily e Pia não conseguiram impor suas ideias na Seleção Feminina mas o tempo provou que as treinadoras tinham razão quando o Brasil deveria depender menos de Marta, ainda que ela seja a maior jogadora do país. O futebol está muito mais exigente em termos de força e nem sempre o talento compensa a decadência física. Um bom exemplo foi Cristiano Ronaldo, um ano mais velho que a alagoana e realizando uma Eurocopa aquém do esperado.

Nada ou ninguém apagará os feitos que Marta realizou mas temos de admitir que a genial atleta já está beirando os quarenta anos e seu corpo, infelizmente, não performa como há oito anos atrás. A Seleção terá de aprender a atuar sem sua capitã por bem ou por mal visto que ela está prestes a se aposentar e não se sabe se surgirá alguma outra jogadora para preencher o vazio deixado pela alagoana.

Emily Lima e Pia Sundhage tinham razão no fim das contas. As duas treinadoras podem ter pago com seus empregos na Seleção por tirarem o espaço de Marta no time mas tudo o que as duas técnicas alertaram no passado vêm se concretizando nesta Olimpíada.



Imagem extraída de www.facebook.com/selecaofemininafutebol




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