domingo, 25 de maio de 2025

Magic na Pró-Aluno




2008. Eu havia chegado muito cedo para uma aula noturna na Farmácia e resolvi matar o tempo na Sala Pró-Aluno, um local com diversos computadores onde os estudantes podiam utilizar os equipamentos para seus estudos. Era permitido acessar redes sociais e Youtube mas a prioridade era a execução de trabalhos acadêmicos. Lá encontrei um "bixo" que estava monitorando o local e, por acaso, começamos a conversar a respeito de Magic the Gathering.

Magic é um jogo de cartas colecionáveis que eu conhecera durante minha adolescência. As estampas são comercializadas em pacotes sortidos como figurinhas, sendo que as mais poderosas são muito difíceis de serem obtidas e chegam a valer algumas dezenas de Reais. Era um passatempo muito caro, o que foi agravado com a alta do Dólar no recorrer dos anos e o autor deixou de jogar assim que terminou o ensino médio. Meu amigo, porém, "desenterrou" o assunto e combinamos de jogar no dia seguinte.

Levei dois baralhos na tarde seguinte e jogamos durante alguns minutos até o início da minha aula. Meu amigo era realmente muito bom e acabei derrotado pelo meu próprio set de cartas! Mesmo com a derrota, não nego que foi divertido reviver meus tempos de adolescência durante um breve período.

Combinamos de jogar durante a semana seguinte e o "bixo" trouxe seus próprios baralhos desta vez. Meu amigo me contou que ele era fissurado no passatempo e chegava comprar dezenas de pacotes. Se a surra anterior já havia sido grande, a humilhação foi ainda maior durante esta oportunidade e tomei uma grande lavada!






Não tivemos mais tempo para novas jogatinas e acabamos não nos encontrando mais. Aliás, fiquei bastante surpreso que havia mais entusiastas de Magic na Farmácia. Se eu soubesse disto antes, talvez organizasse grupos de jogos e até me esforçasse para comprar mais cartas para me divertir com os amigos -posteriormente, conheci duas garotas da faculdade que também gostavam do passatempo.

A última vez que eu joguei Magic foi em 2014 no laboratório onde eu trabalhava e, por acaso, começamos a conversar a respeito do assunto. Levei meus baralhos -as cartas do meu colega estavam em sua antiga casa em São Bernardo do Campo- e duelamos após o almoço na copinha. Não me lembro do resultado mas acho que levei mais uma surra das minhas próprias cartas!

Acabei perdendo contato com os dois parceiros: o colega do laboratório hoje reside em outro país e não possui perfil em redes sociais, enquanto o "bixo" da Pró-Aluno não tive mais nenhuma notícia a respeito de seu paradeiro. Foi realmente uma pena, mas foram duas ótimas e breve oportunidades para reviver os (poucos) dias felizes de minha adolescência.







domingo, 18 de maio de 2025

Libertação 2014




O meu Facebook me recordou ontem a respeito da Festa de Libertação dos Bixos 2014. Foi a segunda (e última!) vez que estive presente no evento, devidamente munido com minha câmera fotográfica. O tema escolhido foi o espacial com referências a extraterrestres e à franquia Star Wars, como podemos observar nas fotos. 

"Libertação" era uma festa promovida pelos alunos ingressantes em maio. Os veteranos recebiam os calouros com a "Recepção", geralmente realizada em março -tudo era devidamente organizado e custeado pelos sêniors. Os bixos, então, retribuíam com a "Libertação" que era realizada nos mesmos moldes durante o quinto mês do ano. Egressos da faculdade poderiam adentrar gratuitamente nas festividades bastando apresentar a carteirinha da universidade.

A Libertação 2014 seria um evento especial para mim, afinal seria uma oportunidade para rever os alunos que eu monitorara durante o ano anterior, além de encontrar os amigos da faculdade. Eu estava trabalhando no ICB naquela época e fui direto do instituto para a festa, que era realizada no prédio da Vivência. Jantei um salgado com refrigerante no Bloco 18 (algum dia preciso escrever um post sobre o estabelecimento) e aproveitei para conversar um pouco com os organizadores que eu não conhecia até então. Também tive a oportunidade de tirar algumas fotos do local com o edifício vazio, bem antes do início.

Eu, como sempre, optei por circular na festa em busca de conhecidos e também tirar algumas fotos com eles -meu celular não tinha câmera na época e eu tive que pedir para outras pessoas registrarem os momentos. Evitei beber muito e me limitei a fazer alguns poucos brindes com os amigos. Foi divertido demais reencontrar os alunos que eu monitorei fora do ambiente da sala de aula, ao mesmo tempo que pude recordar um pouco daqueles momentos tão marcantes para mim.






A festa se encerrou com uma apresentação da Farmatuque, a bateria da faculdade, e o tradicional brinde "Farmácia Mi". Permaneci no local até cerca de 5h da manhã e lembro que tive muita dificuldade para ir embora visto que não conseguia chamar um táxi de dentro do campus -não havia aplicativos como Uber ou 99 na época. Felizmente, consegui chegar em casa são e salvo após algum esforço -não voltei de carona nesse dia.

Não faço ideia se ainda são realizadas as festas de Recepção e de Libertação atualmente. Eu deixei de frequentar os eventos da faculdade -às exceções do Interanos e do Festival Paleolíticos- e muita coisa mudou durante os onze anos desde que fui ao mencionado evento. A sociedade mudou bastante desde aquela época e houve ainda a pandemia que arrefeceu as celebrações.

Sempre gosto de exaltar aqui no blog a importância das festas na faculdade com a experiência de um aluno que não as frequentava. Há os óbvios benefícios profissionais com a possibilidade dos calouros fazerem contato com veteranos já inseridos no mercado de trabalho. O mais importante, contudo, é aproveitar a universidade de outras maneiras, visto que o ensino superior é uma fase muito passageira (cinco anos passam mais rápido do que se imagina) e as instituições têm muito mais a oferecer além de ensino e pesquisa de qualidade, algo que só percebi depois de formado. 

Pude contribuir um pouco com o aprendizado dos alunos que monitorei mas, ao mesmo tempo, sou eternamente grato a eles por terem me ensinado o que a universidade tem a oferecer fora da sala de aula. Sempre escrevo que eles me ajudaram a perceber a importância dos eventos como festas e Interusp, além de preencherem os vazios em meu coração. Talvez tenha sido por isso que a monitoria foi tão importante para mim.







domingo, 11 de maio de 2025

Atleta de Araque




Pensei, inicialmente, em contar esta história em um Story no Instagram mas achei que poderia transformá-la em uma crônica visto que o fato envolve esporte e também que o ocorrido poderia ser algo divertido para o leitor ou leitora!

Fui realizar um check-up durante as últimas semanas. Como não consegui agendar todos os exames de uma vez, tive de ir aos hospitais e laboratórios durante diversos dias diferentes. Devo admitir que não foi tão ruim visto que tive a oportunidade de visitar alguns bairros que adoro e que não frequentava há muito tempo.

Meu último exame da série foi o "teste ergométrico". Trata-se se uma aferição dos parâmetros cardíacos durante o esforço físico: o paciente realiza algum exercício -geralmente em esteira, mas já vi hospitais utilizarem bicicleta ergométrica- enquanto eletrodos ligados a seu corpo captam os parâmetros desejados. A dificuldade do aparelho aumenta progressivamente até o usuário se cansar.

Eu pratico exercícios físicos frequentemente e acreditava que "faria bonito" no teste ergométrico. Até informei à médica que realizo atividades, porém eu jamais havia utilizado esteira -até então, só havia feito bicicleta, escada e caminhada. Nem preciso escrever que as coisas não saíram conforme eu esperava...






O teste, inicialmente, ocorreu sem grandes problemas. A medida em que a velocidade foi aumentando, porém, fui sentindo a desagradável sensação de que eu poderia cair da esteira a qualquer momento. Não demorou para que eu sentisse fortes dores nas pernas e eu acabei desistindo na terceira dificuldade do aparelho. Eu não estava cansado, tanto que nem transpirei durante o exercício, mas a própria médica aconselhou que eu parasse quando eu comecei a me queixar.

O resultado do exame foi satisfatório sem nenhuma alteração importante detectada, mas eu fiquei frustrado por ter desistido logo. Acredito que não completei nem dez minutos no aparelho! Até a médica responsável começou a tirar sarro da minha cara! Não consegui "pagar o cárdio do dia", como dizem os marombeiros!

Fui embora do laboratório feliz pelo resultado mas chateado pelo "fracasso" na esteira! Tive uma grande lição de humildade visto que os diversos aparelhos de uma academia devem ser encarados de maneiras diferentes, ainda que sua finalidade seja a mesma.







domingo, 4 de maio de 2025

O Trailer do Seu Idario




Nem sempre pudemos contar com o restaurante do ICB I, afinal nenhuma empresa conseguia explorar o espaço durante muito tempo (parecia alguma zica no local!) e havia poucas opções para nos alimentarmos nas proximidades enquanto o estabelecimento estava desativado. Felizmente, um trailer foi autorizado a funcionar no estacionamento do instituto em meados de 2008 e passamos a ter uma alternativa para almoçarmos -não havia aplicativos como iFood ou Uber Eats na época.

O trailer do Seu Idario (nem sei se o nome do proprietário era esse, mas estava escrito no avental do atendente!) servia salgados, bebidas industrializadas e um delicioso croissant recheado de chocolate que eu adorava. Eu costumava ir ao local antes dos jogos de quinta-feira para tomar um suco e "aumentar a glicemia" para as partidas.

Meu chefe sempre pedia para eu ou para o técnico do laboratório buscar um salgado no trailer (ele sempre usava nomes engraçados para se referir ao alimento) na hora do almoço. Lembro que sempre pegávamos opções vegetarianas que são consideradas mais "saudáveis"!






Os professores também frequentavam o trailer do Seu Idario. Um docente do 2º andar sempre parava no local e comprava dezenas de salgados para fazer um lanche com seus orientandos. Certa vez, um pesquisador do Departamento de Farmacologia, que eu nem conhecia, sentou-se comigo e passamos um bom tempo conversando.

O trailer do Seu Idario saiu do estacionamento -não me recordo se em 2011 ou 2012- quando o restaurante foi reativado. Pensei que ele tivesse ido embora mas eu o reencontrei trabalhando na frente do ICB III, um edifício bem mais afastado das outras unidades. Acho que a última vez que falei com o comerciante foi em 2013, ano quando eu e o meu amigo defendemos nossas teses.

Nunca mais tive de ir ao ICB III e tive poucas notícias a respeito do Seu Idario ou de seu trailer desde então. Pretendo, porém, fazer um "rolê" na USP algum dia para tirar novas fotos para este blog e, se o estabelecimento ainda estiver funcionando, vou passar lá para comer um croissant de chocolate!