domingo, 16 de fevereiro de 2025

O Cheesecake do ICB I




2009. O restaurante do Instituto de Ciências Biomédicas I (ICB I) voltou a funcionar após muito tempo de inatividade -acho que o estabelecimento fechara as portas em 2004. Uma empresa venceu a licitação para explorar o local e passou a oferecer refeições no sistema de self-service por quilo. Mas eram as sobremesas que haviam chamado a atenção do autor, em especial o cheesecake.

Eu costumava ir ao restaurante umas duas vezes por semana e sempre pegava uma fatia de cheesecake. Até hoje me lembro que havia dois sabores, o de frutas vermelhas e o de goiabada. Meus amigos do laboratório viviam me sacaneando porque eu sempre pegava o mesmo doce quando íamos tomar café no estabelecimento. Eu era um consumidor tão fiel da guloseima que, certa vez, o dono me vendeu dois pedaços pelo preço de um!

Eu também adorava o molho de pimenta daquele restaurante. Lembro que fui almoçar com meus colegas quando tive a ideia de jogar o tempero na salada e ficou muito bom. Gostei tanto que fui perguntar onde eles compravam e fui informado de que aquilo era uma mistura de diversos condimentos vendidos no atacadista Roldão, localizado próximo ao Portão 3 da USP.






Meu "convívio" com o cheesecake, infelizmente, não durou muito tempo. Alguns meses depois, a licitação do restaurante acabou e o estabelecimento fechou as portas novamente. Eu deveria ter perguntado ao proprietário se eles atenderiam em algum outro local ou quem era o fornecedor daquele doce. Mas, lento como eu era, nem pensei nisto quando soube da triste notícia.

O estabelecimento, felizmente, não permaneceu inativo durante muito tempo e uma outra empresa venceu a licitação para explorar o local. As refeições do novo restaurante eram muito mais saborosas que as do antecessor mas, infelizmente, não havia o meu amado cheesecake no cardápio.

A nova empresa, contudo, ofereceu um outro doce que preencheu o vazio no coração do autor, o donut com recheio de creme bavarian! Assim, toda vez que íamos tomar café no restaurante, eu pedia uma rosquinha. Não obstante, descobri que era possível adquirir a guloseima congelada em um supermercado próximo de minha casa, mas esta história fica para um texto futuro!







segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Meu Primeiro Contato com o Futebol Americano

Imagem extraída de www.facebook.com/philadelphiaeagles



Eu estava organizando os próximos textos para o blog quando vi o anúncio do Super Bowl LIX (a grande final da National Football League ou NFL) e pensei: por que não conhecer melhor aquele "jogo estranho" e, de quebra, escrever um post a respeito das minhas primeiras impressões? Assim, adiantei os meus afazeres de ontem e assisti à partida que começou por volta das 21h (horário de Brasília).

A primeira impressão que tive do futebol americano não foi das melhores, visto que o jogo é interrompido quase que o tempo todo, seja porque a bola saiu, seja porque o jogador que detêm sua posse foi derrubado. Para piorar, eu estava morrendo de sono e comecei a reclamar da partida truncada que estendeu um quarto de 15 minutos para quase uma hora. Talvez tenha sido alguma estratégia cautelosa dos times visto que era a grande final e o menor erro poderia custar caro.

O sistema de pontuação do futebol americano é bastante semelhante ao de seu "primo", o rúgbi, o que justifica a confusão dos leigos entre as duas modalidades. Aliás, não considerei a partida violenta apesar dos muitos agarrões e empurrões em campo. Todo o contato físico ocorre sem excessos, os atletas utilizam proteções e a arbitragem está sempre em cima dos lances para evitar transgressões.

Confesso que não entendi o restante das regras, em especial a marcação das infrações. Também não compreendi as substituições de atletas -o kicker e o quarterback dos times não permanecem em campo o tempo todo. Por fim, eu viajei nos jargões utilizados pelo narrador como punt e receptor. Certamente, eu não conseguiria aprender todo o regulamento daquele "esporte estranho" com apenas um jogo visto. 



Imagem extraída de www.facebook.com/philadelphiaeagles



Houve, ainda, a apresentação do rapper Kendrick Lamar durante o intervalo após o segundo quarto da partida. Confesso que não dei lá muita atenção para o show mas considerei uma proposta interessante dos organizadores ao fazerem do Super Bowl um espetáculo além do esporte propriamente dito. Diversas celebridades como Sir Paul McCartney e Taylor Swift também marcaram presença na plateia.

O jogo foi marcado pelo amplo domínio do Philadelphia Eagles sobre o Kansas City Chiefs -a equipe do leste americano chegou a abrir trinta pontos de vantagem sobre o adversário do centro, que só conseguiu pontuar durante os dois últimos quartos. Fiquei surpreso ao saber que o time de vermelho era o atual bicampeão do Super Bowl enquanto o de verde vinha de um início de temporada ruim. Mais uma evidência de que no mata-mata tudo pode mudar em questão de segundos.

Não assisti à cerimônia de premiação e desliguei a transmissão assim que os Eagles foram declarados campeões. A vantagem do time de verde era tão grande que os jogadores do banco de reservas nem esperaram o término da partida para darem o tradicional banho de Gatorade no treinador Nick Sirianni. 

Confesso que não fiquei muito empolgado durante minha primeira experiência com o futebol americano, em especial com as constantes interrupções da partida. Diversos amigos meus, porém, celebravam cada ponto dos Eagles nas redes sociais e fizeram questão de festejar o título do Super Bowl LIX. Talvez eu consiga apreciar melhor a modalidade ao acompanhar mais jogos e ao compreender melhor suas regras. O autor, portanto, se compromete a dar novas oportunidades à NFL e assistir a mais confrontos durante a próxima temporada. Quero muito descobrir a magia deste esporte que vêm ganhando cada vez mais adeptos aqui no Brasil.



Imagem extraída de www.facebook.com/philadelphiaeagles




domingo, 9 de fevereiro de 2025

Choradeira na Praça da Reitoria




Confesso que não sei como descrever o local da crônica de hoje. Na Praça da Reitoria da USP, havia vários pequenos comércios (lanchonetes, lojas de roupas, livrarias e até uma padaria) no mesmo prédio onde funciona a Farmácia Universitária da USP (FARMUSP). Provavelmente, os estabelecimentos existiam para atender aos moradores do Conjunto Residencial da USP (CRUSP), situado bem próximo à drogaria. Naquelas lojas, que hoje já não existem mais, era possível até comprar bebidas alcoólicas como veremos a seguir.

Eu estava no meu penúltimo ano de faculdade e cursávamos uma disciplina chamada "Farmacotécnica" que, excepcionalmente, era lecionada entre as 13h até às 18h. Como o primeiro dia do curso era apenas de apresentação, fomos dispensados às 14h. Era uma sexta-feira e eu precisava "enrolar" até o final da tarde quando minha carona chegaria. Resolvi, então, descer para a Praça da Reitoria com dois amigos até o local onde funcionavam as mencionadas lojinhas.

Meus dois amigos foram comprar cerveja enquanto tomei uma Coca-Cola mesmo -eu não bebia durante aquela época.  Não havia uma mesas para sentarmos e nos acomodamos em uma escada por lá mesmo. Eles consumiram pouco álcool mas foi o suficiente para trazer à tona os problemas pessoais que estavam enfrentando durante o momento. Eu me limitei a ouvir os seus desabafos apesar da vontade de tentar ajudá-los de alguma maneira.






Permanecemos na Praça da Reitoria até umas 16h quando meus dois amigos aparentavam estar satisfeitos com a conversa. Eles foram embora para suas respectivas casas enquanto eu regressei para a Faculdade onde fiquei até umas 18h quando minha carona chegou. Cabe mencionar que eu ainda não havia tido qualquer contato com a FARMUSP na época.

Meus dois amigos, felizmente, conseguiram resolver seus respectivos problemas (que não convém mencionar quais eram) e hoje está tudo superado. Anos depois, concluí baseado naquele episódio que fases ruins vêm e vão, afinal a vida é totalmente aleatória e nem tudo ocorre como queremos. Resistir e superar maus momentos faz parte do nosso amadurecimento.

Lamento que os comércios da Praça da Reitoria fecharam as portas -hoje funcionam apenas o FARMUSP por lá e alguns food trucks. Os estabelecimentos quebraram muitos galhos para mim durante meus anos de graduação e me deixaram aquele dia insólito como grande recordação. O ocorrido foi bastante triste na época mas hoje tudo ficou para trás junto com todas aquelas lojas que não existem mais.







terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Qual Neymar Chega ao Santos?

Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc



O que parecia um devaneio, se concretizou durante o último final de semana: Neymar está de volta ao Santos após rescindir com o Al-Hilal -o atacante abriu mão de parte dos valores que tinha a receber e ficou livre para retornar à Vila Belmiro. A notícia levou o torcedor ao delírio, afinal o santista, que estava ferido com o rebaixamento de 2023 e com o período sem títulos relevantes, enfim tinha motivos para comemorar novamente.

Fica, contudo, o questionamento: qual Neymar desembarca em Santos? O craque que encantou o Brasil com seu futebol irreverente, ou o jogador cansado pela idade e pelas lesões? O atacante vai se dedicar em campo, ou exigirá privilégios no gramado? O atleta encontrará sua redenção, ou repetirá as polêmicas dos tempos de PSG?

A questão física será o grande obstáculo que Neymar terá de enfrentar durante seu retorno visto que o jogador acabou de se recuperar de uma lesão gravíssima e seu atual condicionamento não convenceu o treinador Jorge Jesus, que não inscreveu o atleta para a sequência da temporada na Arábia Saudita. O Santos, porém, tem pressa na utilização do atacante visto que seu contrato vai apenas até junho deste ano.



Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc



O contrato curto teria sido exigência do próprio jogador e de seu pai (e empresário), que ainda sonham com um retorno à Europa na metade do ano. Os Estados Unidos são uma alternativa, visto que os amigos Messi e Suárez sonham em levar o brasileiro e reeditar o trio MSN no Inter Miami. O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, sonha em prorrogar o vínculo mas sabe que as possibilidades são remotas visto que Neymar, aos 33 anos, ainda possui algum mercado no Velho Continente.

Neymar, portanto, terá o fraco Campeonato Paulista para convencer algum time europeu a contratá-lo. O atacante ainda jogará as etapas iniciais do Brasileirão e da Copa do Brasil, além da próxima data-FIFA (prevista para a segunda metade de março) quando seu retorno à Seleção é dado como certo. Ao santista, resta torcer para que o jogador se deixe comover pelo clamor do entusiasta e permaneça durante mais algum tempo na Vila Belmiro.

As chances de Neymar se reerguer no Santos são boas visto que o retrospecto é positivo -Robinho e Gabigol conseguiram se valorizar quando retornaram à Vila Belmiro. Nenhum deles, porém, possuía alguma lesão grave no histórico e o Peixe tem pressa na utilização do jogador visto que o tempo é muito curto. Esta segunda passagem do craque pelo clube praiano, portanto, terá de conciliar as necessidades do time com as condições físicas do atleta. A conferir.



Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc




domingo, 2 de fevereiro de 2025

Saudades do Nanako Moema

Esta estátua era originária do Nanako Moema
e hoje está exposta na unidade Brooklin Novo.



O Nanako era um dos meus restaurantes japoneses favoritos. Tratava-se de um rodízio de comida japonesa com um excelente custo-benefício: a variedade de pratos era grande, a qualidade era muito boa e o preço era ótimo (cerca de R$ 50). Eu e meus colegas de faculdade costumávamos nos reunir na unidade Moema, que era sediada da Rua Lavandisca. Infelizmente, os tempos foram difíceis para o estabelecimento como veremos adiante.

Fui pela primeira vez em junho de 2012 quando o restaurante ofereceu o "Festival das Ostras", quando os moluscos estariam inclusos no rodízio durante um tempo limitado. Lembro que eu e meus amigos nos fartamos de shimeji (um cogumelo puxado na manteiga) durante aquela noite bastante fria.

Voltaria ao restaurante em 2014 para encontrar um amigo que estava morando na Suíça. Lembro que não conseguia entrar em contato com ele porque havia esquecido o seu celular no carro! Também era véspera de casamento de um outro colega de faculdade e aproveitamos para fazer uma "despedida de solteiro" durante a ocasião, mas sem excessos porque ainda era uma quinta-feira e as esposas estavam junto.

Minha última visita ao Nanako Moema foi em 2017 quando uma amiga que hoje mora na Austrália veio nos visitar. Na ocasião, a qualidade do restaurante havia decaído um pouco e o preço havia dobrado -gastei cerca de R$ 120 durante aquela noite. Claros indícios de que a situação do estabelecimento já não era tão boa e que seus tempos áureos haviam passado. Cheguei bem cedo naquela noite e passei algumas horas conversando com a proprietária -até arrisquei algumas palavras em japonês quando eu não sabia bulhufas do idioma!






Soube que o Nanako Moema havia fechado as portas pouco antes da pandemia, entre 2018 e 2019. Um amigo que mora nos Estados Unidos quis lembrar os velhos tempos e tentou agendar um encontro na Rua Lavandisca em 2024, mas informei que aquele estabelecimento fora desativado. Fomos, então para a unidade do Brooklin Novo.

Eu também havia visitado aquele restaurante durante a década passada e, para minha surpresa, o estabelecimento estava reformado: o imóvel fora ampliado e toda a decoração de Moema fora transferida para a unidade Brooklin Novo. A variedade do cardápio estava boa mas a qualidade, infelizmente, já não era a mesma de seus tempos áureos. Os pratos quentes agora são servidos à parte e o preço também subiu novamente. Ainda assim, é inegável que a essência da Rua Lavandisca continua lá, incluindo as ostras.

O Nanako Moema, outrora um restaurante próspero, não conseguiu acompanhar as transformações do mercado brasileiro. Lamentei profundamente seu fechamento visto que vivi muitos momentos felizes no estabelecimento mas compreendo que rodízio de comida japonesa foi um modismo, assim como fora com as paletas mexicanas na década passada e as sorveterias por quilo nos anos 90.

Seu tempo já passou.



A unidade Brooklin Novo do Nanako ainda preserva
um pouco da essência da antiga unidade Moema.