quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Santos: Missão 2016

Imagem extraída de https://www.facebook.com/santosfc/



Encerrando a nossa série de quatro posts sobre os grandes times paulistas, dedicaremos o texto de hoje ao Santos.

O Peixe começou 2015 aparentando estar na pior das situações após perder vários atletas, alguns deles através de processos na justiça devido a atrasos em pagamentos. Foram embora, entre vários outros jogadores, Edu Dracena, Aranha, Arouca, Mena e Leandro Damião.

O time se reestruturou graças a uma velha fórmula que já havia dado certo em 2002 e 2010: apostar nas pratas da casa. Jogadores revelados pelo próprio clube foram efetivados. Coube aos experientes Robinho, Renato e Ricardo Oliveira liderar o elenco jovem de dentro das quatro linhas. Deu certo e a equipe praiana faturou o Paulistão apesar de todos os problemas que enfrentou.

Houve a crise no início do Brasileirão e o time parecia estar condenado ao rebaixamento, até que outro velho conhecido chegou para salvar a pátria: o treinador Dorival Júnior (foto acima). O técnico aliou o conhecimento que adquiriu em um estágio na Europa com seu talento para lidar com garotos. Deu certo e o Peixe reagiu na tabela. Tudo isso regado a um futebol moleque e ofensivo.

O time, porém, errou ao abrir mão do Brasileirão para apostar todas as suas fichas na Copa do Brasil. O Peixe se deparou com um Palmeiras muito motivado e o time praiano teve de se contentar com o vice-campeonato.

Pior. O Santos ficou sem a vaga na Libertadores e, com isso, o clube deixa de arrecadar com direitos de transmissão e patrocínio. A renovação do meia Marquinhos Gabriel, que estava atrelada à participação da competição sul-americana, foi praticamente descartada e a entidade, provavelmente, terá de se desfazer de alguns jogadores para fazer caixa.

O Peixe, mais uma vez, terá de montar um time competitivo com um orçamento modesto.



ASPECTOS GERAIS:

Santos FC 4-2-3-1 football formation
O Santos de 2015 escalado em 4-2-3-1
(imagem obtida via www.footballuser.com).

O Santos não perdeu a sua natureza ofensiva. O futebol permaneceu alegre, vibrante, intenso e ofensivo. As jogadas individuais e velozes continuaram sendo a melhor arma do time praiano.

O Peixe, porém, melhorou nos aspectos defensivos. O time soube tirar proveito da velocidade de seus jogadores de frente para recompor a defesa, deixando a zaga menos exposta aos contra-ataques rivais. Além disso, o zagueiro David Braz fez uma grande temporada em 2015 e transmitiu uma segurança que há muito tempo o torcedor santista não sentia.

A experiência dos veteranos Renato e do atacante Ricardo Oliveira foi mesclada à juventude dos garotos revelados no próprio clube. Os dois líderes foram o contraponto perfeito para a inexperiência do elenco predominantemente jovem, além de contribuir muito com a bola nos pés a despeito da idade considerada "avançada".



DO QUE O TIME PRECISA?

O reforço mais urgente para o Peixe é um substituto para o meia Marquinhos Gabriel, cujo empréstimo não será renovado. A tendência, porém, é que o antigo dono da posição, Geuvânio, retorne. Ele estava lesionado e já se recuperou ao final da temporada passada.

O time também precisa de um zagueiro para substituir o lesionado David Braz.

O clube também precisa pensar em reforços a longo prazo, afinal a Seleção Brasileira disputará dois torneios no meio do ano -Copa América Centenário e Jogos Olímpicos- e muitos jogadores do Peixe vêm sendo convocados, tanto para a Seleção principal (Lucas Lima e Ricardo Oliveira) quanto para a olímpica (Gabigol, Zeca e Thiago Maia). Como o Brasileirão não deve ser suspenso durante a realização dos dois campeonatos, é necessário se precaver.



QUEM SAI?

Dos titulares, apenas Marquinhos Gabriel não permanece.



QUEM CHEGA?

Foi anunciado, até o momento, a contratação do atacante Paulinho, ex-Flamengo.

O atacante Patito Rodríguez retorna de empréstimo.

Leandro Damião também pode retornar, mas ainda há uma disputa judicial envolvendo o clube e o atleta.

O torcedor, porém, não deve se iludir: devido à situação do clube, os reforços deverão ser modestos e mais garotos formados na base devem ser efetivados para compor o elenco.



QUEM O TIME DEVERIA SEGURAR?

A meu ver, os jogadores mais importantes do Santos são o zagueiro David Braz, o meia Lucas Lima, os atacantes Gabigol e Ricardo Oliveira. Estes jogadores fizeram toda a diferença em campo na temporada anterior.

O volante Renato teve atuação mais discreta, mas ajuda muito em campo com sua experiência e ele exerce uma liderança positiva sobre os garotos. Mantê-lo é fundamental para motivar a equipe.



QUEM PODERIA SAIR?

À exceção de Geuvânio, há poucas boas opções no banco de reserva. Nenhum titular, portanto, poderia sair sem causar prejuízos à equipe. Será fundamental manter a base do time para que a equipe continue competitiva em 2016.

Será difícil, porém, segurar alguns jogadores, em especial Lucas Lima e Gabigol, ambos bastante valorizados.



DORIVAL, A ESPERANÇA

A maior esperança do Peixe em 2016 será o treinador Dorival Júnior. Ele já mostrou que faz toda a diferença quando recebeu um time em crise e o recolocou na briga por títulos.

Espera-se que o treinador monte um novo elenco competitivo a baixo custo. Para isso, o talento que Dorival possui com atletas jovens será fundamental.

O torcedor santista se lembra com carinho do grande trabalho de Dorival em 2010, quando ele montou a equipe que viria a faturar a Libertadores no ano seguinte. Neymar, Ganso, André, Wesley e tantos outros talentos foram lapidados pela mão do treinador.

O bom desempenho do time sob a batuta de Dorival em 2015 mostra que um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar. Poderia cair uma terceira vez?



VEREDITO:

Como o Santos não disputa a Libertadores e as primeiras fases da Copa do Brasil costumam ser tranquilas, o Peixe é o grande favorito a conquistar o Paulistão, sobretudo levando-se em conta que os três grandes rivais estarão dividindo suas atenções com a competição sul-americana.

A evolução do time ao longo do ano, porém, ainda é um mistério. São grandes as possibilidades do time perder mais peças importantes, agora ou no fim do semestre, e dificilmente nós teremos reforços de peso para o Peixe.

Os grandes trunfos do Santos são o treinador Dorival Júnior e os dois capitães, Ricardo Oliveira e Renato. Os três fizeram muita diferença para conduzir o jovem elenco às vitórias. A manutenção do trio será fundamental para que a equipe se mantenha competitiva.

Não vejo, por enquanto, muitas chances de títulos no segundo semestre, mas há boas chances do time beliscar uma vaga na Libertadores 2017, desde que os três líderes sejam mantidos e o time não sofra um desmanche.


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