domingo, 27 de abril de 2025

Palitinho na Química




Um dia eu achei aqui em casa uns palitinhos que havia ganhado de um candidato a vereador quando eu era criança. Aproveitando o clima de Jogos de Boteco (que eu nunca participei), resolvi levar o kit para a faculdade para ver se a moda pegava, assim como ocorreu com o truco!

Cheguei durante o começo da tarde no Instituto de Química -excepcionalmente, não tivemos aula pela manhã- e encontrei dois amigos. Prontamente eu os convidei para jogar. Uma garota que também havia chegado cedo resolveu participar para matar o tempo até a hora da aula. Sorte que eu possuía dois kits de palitinhos, o que possibilitou uma partida para mais de três jogadores.

As partidas foram bastante animadas e conversamos a respeito de diversos assuntos aleatórios enquanto jogávamos, inclusive sobre política. Os tempos eram outros e a intolerância ainda não havia corrompido as mentes do brasileiro. Meu amigo aproveitou para perguntar se resolvi jogar palitinho para agradá-lo -dias antes, ele havia postado em seu Orkut (rede social que precedeu o Facebook) que era fã da modalidade!






O jogo estava indo muito bem mas eu me esqueci da regra mais importante: vencia quem ficasse sem nenhum palitinho na mão e não me lembrei de avisar os ganhadores de cada rodada para deixarem uma peça na mesa! Só percebi a falha quando outro colega chegou e me informou a respeito da gafe! A despeito disto, continuamos jogando mais um pouco. Uma pena que mais ninguém se animou em participar.

Jogamos até às 14h quando a aula de bioquímica começou. Aliás, confesso que gostava muito daquela disciplina visto que o método de ensino era bastante descontraído e a professora era muito legal (saudades, Professora Iolanda)! Até perdi meu trauma com o Ciclo de Krebs depois que o curso se encerrou!

O palitinho, infelizmente, não vingou como eu esperava. Ainda levei os kits durante mais alguns dias mas os colegas preferiram continuar com o bom e velho truco mesmo. Talvez a modalidade fosse "muito de tiozão" para alunos tão jovens se entreterem!

Ainda tenho os kits de palitinhos aqui comigo! Se algum aluno da atual geração tiver interesse, posso introduzí-los na modalidade! E, desta vez, sem me esquecer de depositar as peças na mesa a cada vitória parcial!

(E eu preciso urgentemente tirar algumas fotos do Instituto de Química para ilustrar melhor os posts, afinal aquele local foi importante demais para a minha graduação)!







domingo, 20 de abril de 2025

A Cerveja que Desceu Quadrado




Nem todos os encontros que eu tive terminaram bem. Certa vez fui ver um amigo e fomos tomar uma cerveja artesanal. Os "efeitos colaterais" daquela noite, porém, foram muito além da ressaca e o autor passou mal durante cerca de dois dias. Estou omitindo o nome do estabelecimento para não prejudicar o nome da empresa que é "inocente até que se prove o contrário".

Março de 2024. Um amigo da faculdade, que hoje mora no interior de São Paulo, estava de passagem pela capital paulista e nos chamou para beber após o expediente. Optamos por um bar especializado em cerveja artesanal localizado na Zona Oeste. Como havia chegado muito cedo, fiz um pouco de hora em um shopping próximo e depois em um supermercado onde acabei encontrando meu colega.

Não havia refeições no local -o estabelecimento servia apenas porções de amendoim- mas a garçonete disse que poderíamos encomendar comida para entrega via aplicativo se quiséssemos. Também fomos informados que havia uma mesa de sinuca/bilhar no local e poderíamos jogar sem custos. Pedi a primeira cerveja -a mais fraca do cardápio, como sempre- e os demais colegas chegaram ainda com o dia claro.






Eu mal havia começado a segunda cerveja quando comecei a espirrar bastante -acho que era um prenúncio de que o pior estava por vir! Como estávamos próximos a um reduto de palmeirenses, evitei falar muito a respeito de futebol. A bebida oferecida pelo bar era bastante forte e fiquei embriagado rapidamente! Nem tive coragem de experimentar as de teor alcoólico mais elevado -os meus amigos se arriscaram! Se não me engano, voltei pra casa dizendo um monte de frases aleatórias a respeito de carros!

A manhã seguinte foi inesquecível no mau sentido! Além da ressaca, a bebida causou uma dor de barriga muito forte! Fiquei fora de combate durante uns dois dias! Considerei não beber mais cerveja artesanal depois do lamentável episódio, mas resolvi arriscar em um novo encontro com os mesmos amigos. E, desta vez, nenhum problema!

Alguns de meus colegas, para a minha surpresa, também haviam passado mal após aquela noite. Indícios de que a cerveja possuía "efeitos colaterais" no sistema digestivo ou de que as condições de higiene no estabelecimento não estavam adequadas durante aquele dia. É possível adquirir a bebida do mesmo rótulo em supermercados, mas ainda não havia realizado a "contraprova" até a publicação deste texto!

O incidente em nada afetou meu gosto por saídas e, tampouco, me desmotivou a encontrar meus amigos em outras cervejarias artesanais. Hoje até dou risada do ocorrido, tanto que trouxe a história aqui para o blog. Admito, porém, que o episódio, por muito pouco, não abalou a minha confiança em bebidas do gênero.







domingo, 13 de abril de 2025

Os Donuts do ICB I




Nem tive tempo de sentir saudades do cheesecake do ICB I! Algum tempo depois que a licitação do restaurante acabou, outra empresa ganhou o direito de explorar o lugar e passou a servir refeições no estabelecimento -muito mais saborosas que as da antecessora, devo admitir. E havia uma sobremesa maravilhosa que preencheu o vazio no coração do autor, o donut!

Os donuts haviam chegado ao Brasil em meados dos anos 80 através da franquia Dunkin' Donuts. Por algum motivo que desconheço, a empresa reduziu sua atividade no país durante a década seguinte (soube recentemente que ainda há lojas em Brasília) e nunca mais tive acesso à guloseima. Havia apenas imitações malfeitas oferecidas por padarias. A saudade durou até o dia quando fui conhecer a então nova lanchonete do ICB e achei o doce bastante parecido com o original. Até esqueci o cheesecake depois disso!

O autor, desta forma, voltou a frequentar o restaurante com frequência para saborear os donuts! Até hoje lembro os sabores: chocolate, doce de leite e creme bavarian! O último era o meu favorito apesar do nome visto que o blogueiro torcia para o Borussia Dortmund na época, o grande rival do Bayern München sediado na Baviera!






Descobri posteriormente que era possível adquirir aqueles mesmos donuts congelados em supermercados e, após muita pesquisa, encontrei uma loja perto da minha casa que comercializava as guloseimas. E o melhor: havia outros sabores, incluindo o de frutas vermelhas que era o favorito do autor durante sua infância! Com um sorriso de orelha a orelha, eu trouxe diversas caixas para comer em casa!

Não sei o que ocorreu com o restaurante depois que parei de trabalhar no ICB -eu deixei a instituição em setembro de 2015. Se não me falha a memória, o estabelecimento havia fechado as portas novamente e alguns food trucks (que eram moda naquela época) passaram a funcionar no instituto, mas não posso afirmar isto com certeza.

A oferta de donuts, felizmente, melhorou durante os últimos anos e agora temos muito mais opções para degustarmos. Mesmo as padarias que eu frequentava (e também criticava!) passaram a oferecer produtos mais fieis aos originais. Nada, porém, substitui as lembranças de reunir os amigos do laboratório naquele restaurante durante os intervalos dos experimentos e saborearmos juntos aquelas guloseimas!







domingo, 6 de abril de 2025

Blues Beer & Hitode Sushi




Confesso que não pretendia escrever um texto a respeito destes estabelecimentos, afinal eu apenas havia ido a um encontro com os amigos da faculdade aproveitando que um deles estava de viagem por São Paulo. Meus colegas, porém, resolveram assistir ao jogo do Brasil contra a Colômbia no bar (algo que o autor havia esquecido!) e a ocasião se mostrou perfeita para um post!

Blues Beer é uma rede de cervejarias com três unidades espalhadas pela Zona Sul de São Paulo -o autor visitou a do Brooklin Novo por indicação de um dos amigos. Ao lado, há o restaurante japonês Hitode Sushi, voltado para o delivery/take away mas que também serve refeições para o bar vizinho. Como um dos colegas já conhecia os proprietários dos estabelecimentos, fomos muito bem atendidos.

Cheguei bastante cedo ao bar (acho que eram umas 17:30h) devido ao trânsito que estava tranquilo apesar de ser horário de rush de uma quinta-feira. Como estava de barriga vazia, pedi um refrigerante antes de começar os "trabalhos". Assim que os amigos chegaram, comecei a degustar das cervejas -solicitei uma Lager, uma Stout e uma IPA que desceram bem "macias" apesar do autor não ser exatamente um fã da cevada. As batatas fritas do bar também são muito boas.






Conheci, posteriormente, o proprietário do Hitode que veio nos oferecer alguns pratos. Pedimos algumas porções e meus amigos aproveitaram para solicitar refeições. Eu já estava bastante satisfeito àquela altura do campeonato e preferi terminar a minha IPA mesmo.

Eu havia chegado tão cedo que consegui assistir ao confronto entre Holanda e Espanha, válido pela Nations League. Foi um jogaço bastante emocionante e disputado, com dois times bastante ofensivos e que buscavam o ataque o tempo todo. Havia dois corinthianos entre os meus colegas e fiquei perguntando o tempo todo se eles estavam preocupados com o risco do atacante Memphis se lesionar na partida -a decisão do Campeonato Paulista ainda não havia acontecido!

Assistimos, mais tarde, ao jogo do Brasil contra a Colômbia e vi o agora ex-treinador Dorival Júnior cometer os mesmos erros que o precursor Fernando Diniz, ao escalar o time no mesmo 4-2-4 com o meio-de-campo exposto e não adotar uma marcação especial sobre o craque Luis Díaz que havia sido o nosso carrasco em 2023. Os canarinhos tomaram um novo sufoco dos Cafeteros e, por pouco, não levaram mais virada do atacante do Liverpool. Menos mal que a individualidade de Vini Jr. salvou os mandantes desta vez.






Meus amigos, em paralelo, foram ver o jogo entre João Fonseca e Learner Tien (que eu confundi com "Dominic Thiem") no celular. Pudera, com a Seleção Brasileira desapontando nos gramados, o desempenho do jovem tenista nas quadras parecia ser mais empolgante. Para a alegria dos meus colegas, o garoto também venceu seu confronto, que foi bastante disputado e demorado. Cabe mencionar que os demais fregueses do bar também estavam visivelmente decepcionados com a Canarinho e comemoraram o resultado sem muita euforia!

Fomos embora por volta da meia noite -esperamos um pouco até que o Uber do meu amigo chegasse. Eu não bebi muito e me preocupei em consumir bastante açúcar/carboidratos (obrigado pelos ensinamentos, Prof. Ângelo!) para evitar algum vexame, mas a ressaca no dia seguinte foi inevitável para o autor!

A experiência no dueto Blues Beer/Hitode Sushi foi muito boa: a cerveja desceu bem, os pratos são saborosos, os preços são justos e o atendimento foi excepcional -lembrando que um dos meus amigos tinha amizade com os proprietários. O único ponto negativo é que o bar possui poucos lugares à disposição e recomendo chegar cedo ou fazer reserva para garantir uma mesa para o seu happy hour.

A melhor parte, contudo, é sempre a possibilidade de estar junto com os amigos de longa data, independente do programa. É fato que a Seleção Brasileira não ajudou muito a despeito da vitória sobre a Colômbia, mas o resultado do jogo se torna secundário quando estamos com quem gostamos.



Ainda bem que o Brasil venceu o jogo!




sexta-feira, 4 de abril de 2025

A Final dos Opostos

Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians



Este texto deveria ter ido ao ar na terça-feira, dia 1º de abril, mas só consegui publicá-lo hoje.

Parabéns, antes de mais nada, ao Corinthians pela conquista do Campeonato Paulista. O feito findou o jejum de títulos que durava desde 2019 e também ampliou o recorde de troféus do clube na competição -foi a 31ª taça do Coringão. É inegável que o resultado sobre o arquirrival Palmeiras foi bastante justo, sobretudo se considerarmos como os dois participantes se comportaram ao longo desde primeiro semestre.

O Corinthians vive situação político-econômica bastante conturbada: as dívidas do clube superaram os R$ 2 bilhões e o presidente Augusto Melo corre risco de ser afastado do cargo devido ao escândalo com a ex-patrocinadora Vai de Bet. O mandatário, portanto, necessitava de um título para desviar o foco e também para ganhar alguma sobrevida para evitar o impeachment. Assim, o Timão se dedicou ao Campeonato Paulista de corpo e alma -os playoffs da Libertadores até acabaram "sacrificados" durante o processo. O treinador Ramón Díaz também teve méritos ao isolar o elenco dos problemas administrativos da instituição.

O Palmeiras, por outro lado, jogou o estadual visivelmente acomodado e necessitou da ajuda dos rivais para chegar às quartas-de-final -e o Verdão ainda passou pelo São Paulo nas semifinais graças a um pênalti duvidoso. Não obstante, o planejamento foi ruim com os dirigentes prometendo grandes contratações e, no fim das contas, os reforços vieram muito mais por quantidade do que qualidade. Por fim, ficou evidente que o treinador Abel Ferreira e boa parte do elenco se mostra desgastada, necessitando de grandes mudanças na equipe.

Tudo isso se refletiu na decisão e observamos um Corinthians muito mais competente e determinado, enquanto o Palmeiras se mostrava um deserto de ideias em campo. Nem mesmo a expulsão de Félix Torres e o pênalti (também duvidoso) em Vitor Roque serviram para animar o Verdão diante do arquirrival.



Imagem extraída de www.facebook.com/futebolpaulista



O Campeonato Paulista já perdeu sua relevância há muito tempo: serve apenas para iludir os vencedores, gerar crises inúteis aos perdedores e enriquecer a sua federação. O título, contudo, serviu para trazer algum alento para o instável Corinthians e também algum respiro político ao presidente Augusto Melo. É como um analgésico: não trata a doença mas serve para aliviar as dores.

O Palmeiras, por outro lado, deixou evidente que os problemas detectados em 2023 e 2024 ainda persistem. Jogadores e o próprio treinador Abel Ferreira parecem estar em fim de ciclo no Verdão. Será doloroso abrir mão de uma geração que conquistou tantos troféus mas é necessário compreender que o tempo acaba para todos, assim como foi com os vitoriosos Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari.

A competição deu uma pequena mostra da situação dos rivais: o Corinthians vê alguma luz no fim do túnel para sair da crise (ou, ao menos, atenuá-la) enquanto o Palmeiras necessita de uma ampla renovação visto que a "Geração 2020" parece ter atingido seu teto. O mais irônico disto é que muitos comunicadores afirmam que o sucesso vem de dentro para fora dos clubes mas o Timão parece viver um melhor momento em campo desde o segundo semestre de 2024 a despeito da turbulência política enquanto o Verdão, durante o mesmo período, vem decaindo nos gramados apesar dos bastidores mais tranquilos.

O Campeonato Paulista, portanto, não deve ser usado para santificar ou crucificar os times, mas deixou evidente qual rumo seus dirigentes devem tomar para que possam navegar por águas mais tranquilas no segundo semestre de 2025. E o mais importante: o futebol não é uma ciência exata. Os mandatários podem fazer tudo "certo" nos bastidores e, mesmo assim, tudo pode dar errado. E vice-versa.



Imagem extraída de www.facebook.com/futebolpaulista