Luis Díaz (de amarelo) virou o jogo para a Colômbia (imagem extraída de twitter.com/FCFSeleccionCol). |
Luis Díaz foi a personagem do jogo de ontem. O atleta do Liverpool teve de lidar com o sequestro do pai, que ficou cerca de duas semanas em poder dos criminosos, e o refém só foi libertado poucos dias antes do confronto contra o Brasil. O desfecho do rapto também parece ter motivado o camisa 7 na partida, apoiado pela torcida e pelos entes que estavam no estádio em Barranquilla.
Néstor Lorenzo escalou seu time em um 4-4-2 losango com os atacantes Díaz e Borré abertos pelas pontas e o meia James Rodríguez com liberdade para pisar na área quase como um "falso nove". Fernando Diniz, por sua vez, resgatou o 4-2-4 de Tite com dois volantes e quatro atletas ofensivos sem posição fixa.
A hostilidade ao Brasil começou já na execução do hino nacional com muitas vaias por parte da torcida colombiana. A provocação parece ter motivado os visitantes que encurralaram os mandantes com linhas altas e muitas jogadas pelos lados. Martinelli abriu o placar logo aos três minutos após cruzamento de Vini Jr. pela esquerda.
A Colômbia, imobilizada, tentou responder pela esquerda tentando acionar Luis Díaz mas o camisa 7 foi parado por Alisson que realizou grandes defesas durante todo o primeiro tempo. O Brasil aparentava que teria uma partida tranquila tamanha a superioridade inicial dos Canarinhos.
Os Cafeteros, aos poucos, conseguiram criar mais oportunidades em escanteios e utilizando Carrascal também pela esquerda. O Brasil ainda deu azar em perder Vini Jr. lesionado na metade da primeira etapa -João Pedro o substituiu. Apesar dos sustos, os visitantes conseguiram controlar bem a partida.
Brasil, em 4-2-4, adianta as linhas para travar os Cafeteros e ataca principalmente pelos lados. Colômbia, em 4-4-2 losango, responde principalmente pela esquerda com Luis Díaz (imagem obtida via this11.com). |
Néstor Lorenzo troca Machado e Uribe por Borja (não é o ex-palmeirense) e Sinisterra respectivamente, mudando o esquema para 4-3-3 mas o Brasil seguiu melhor em campo. O treinador da Colômbia, minutos depois, realiza uma nova mudança tirando Borré por Córdoba.
Os colombianos adiantaram suas linhas mas ainda assim não conseguiram vencer o goleiro Alisson. O Brasil, aproveitando os espaços às costas dos Cafeteros, realizou diversos contra-ataques perigosos mas pecou nas finalizações.
A Colômbia, então, encontrou o ponto fraco dos times de Diniz: pressionar a saída de bola. O Brasil tentou sair jogando várias vezes com a defesa mas as linhas altas dos colombianos geraram muitos contra-ataques perigosos para os Cafeteros. O treinador brasileiro ainda errou ao trocar Rodrygo (que estava bem em campo) por Paulinho, o que diminuiu a criatividade dos Canarinhos e ainda ofereceu mais espaço aos rivais.
Luis Díaz, em cruzamento pela esquerda, consegue empatar em um cabeceio certeiro. Minutos depois, o camisa 7 vira o jogo em um lance parecido, desta vez pela direita. Somente após sofrer a virada, Diniz resolve mexer no time (saem Lodi, Magalhães e Rapinha e entram Pepê, Douglas Luiz e Endrick). O Brasil vai para cima mas a Colômbia recua e consegue segurar o resultado. Os Canarinhos até apelam para chuveirinhos e cruzamentos na área, sem sucesso.
Brasil não aproveita os espaços às costas da Colômbia e é castigado por Luis Díaz (imagem obtida via this11.com). |
Difícil não atribuir a derrota a Fernando Diniz. O treinador mexeu muito mal no time e não se preocupou com as infiltrações de Luis Díaz pelo lado direito da defesa. O mineiro, que estava com a moral elevada pelo título da Libertadores, subestimou o poder de reação dos Cafeteros e acabou pagando o preço.
Luis Díaz, que não tinha nada com os problemas do Brasil, foi o grande herói da noite e presenteou seus pais com dois gols. O jogador retribuiu todo o carinho recebido pelo estádio e correspondeu em campo com uma grande exibição com raça, velocidade, habilidade e, claro, os dois tentos que sacramentaram a vitória sobre o Brasil.
Imagem extraída de twitter.com/FCFSeleccionCol |
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