quarta-feira, 22 de julho de 2020

Por Quanto Tempo Vidas Negras Importarão?


Imagem extraída de www.facebook.com/TheodorGebreSelassie/



Euro 2012, Estádio Miejski, Polônia.

O lateral tcheco Theodor Gebre Selassie (de camisa vermelha na foto acima) é hostilizado por torcedores russos com insultos racistas. A Federação Russa foi punida com multa de 30 mil Euros pela atitude de seu torcedor.

Euro 2012, Arena Lviv, Ucrânia.

O atacante dinamarquês Nicklas Bendtner é multado em 100 mil Euros e recebe um jogo de suspensão por "publicidade indevida" -o atleta exibiu a logomarca de um site sem autorização da UEFA após anotar um de seus dois gols em partida contra Portugal.

Os exemplos acima deixam claro como há conivência com o racismo no esporte. Não são raros os casos de esportistas negros sendo chamados de "macacos" mesmo em países europeus como aconteceu recentemente com o atacante malinês Moussa Marega. Ainda que haja punições, elas parecem brandas e insuficientes para coibir tais atitudes.

Bastou, porém, o incidente que culminou na morte do ex-segurança George Floyd para que celebridades e instituições de todos os segmentos, incluindo o esporte, se posicionassem contra o racismo e aderissem ao movimento Black Lives Matter ("vidas negras importam", traduzindo do inglês).

Alguns aderiram aos protestos de maneira genuína como o objetivo de chamar a atenção com relação à situação dos negros ao redor do mundo enquanto outros apenas utilizaram o movimento como uma mera jogada de marketing aproveitando o momento de comoção.



Imagem extraída de www.facebook.com/FCPorto/



Passado o luto pela morte de Floyd ficou evidente quem realmente abraçou o movimento e quem apenas se aproveitou do momento de comoção para se promover. Um exemplo aconteceu no Grande Prêmio da Hungria no último domingo quando o piloto Lewis Hamilton foi o único a se ajoelhar em protesto.

A luta contra o racismo não pode ser tratada como uma mera jogada publicitária. O preconceito é um problema recorrente em todas as esferas inclusive no esporte. Pessoas não devem ser julgadas pela cor da pele e, tampouco, receberem restrições ou privilégios pelos seus traços.

É muito fácil aproveitar um momento de comoção mundial e vender a imagem de solidariedade quando o mundo inteiro está em choque. Difícil é levar a mensagem adiante assim que as lágrimas secarem e o interesse pelo assunto esfriar.



Imagem extraída de www.facebook.com/LewisHamilton/




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