terça-feira, 28 de julho de 2020

Rivalidade Tem Limite


Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc/



O que é mais importante para você, caro torcedor e torcedora? Ver o seu time vencer ou prejudicar um rival de qualquer maneira?

Este questionamento se aplicou perfeitamente à última rodada da extensa e desnecessária primeira fase do Campeonato Paulista. Na ocasião, o instável Corinthians tinha chances de classificação ao mata-mata do Paulistão mas dependia que o rival São Paulo, já classificado e apenas cumprindo tabela, ao menos empatasse com o Guarani.

As redes sociais do São Paulo foram inundadas por pedidos dos próprios torcedores pedindo para que o time entregasse o jogo contra o Guarani. O treinador Fernando Diniz até escalou o time reserva contra o Bugre mas o que se viu em campo foi um grupo empenhado e disposto a aproveitar a oportunidade recebida ainda que isto beneficiasse um grande rival.

O placar de 3x1 para o Tricolor gerou muitas reações negativas dos próprios torcedores. O ex-zagueiro e dirigente Diego Lugano respondeu duramente às criticas com as seguintes palavras:

"Grandeza não se mede apenas pelas conquistas e pelo patrimônio. Se mede também pela forma como se comporta. Pela conduta. Não poderia ser diferente. Temos história e essência para honrar. Valores necessários para jogar aqui. Valores que vão além do esporte".



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc/



Sempre houve e sempre haverá rivalidade no esporte, um ambiente extremamente competitivo onde o objetivo é a vitória.

Há, no entanto, quem confunda "rivalidade" com "inimizade". E o limiar entre as duas palavras é muito tênue.

O esporte é competição mas, sobretudo, é respeitar limites da rivalidade, duelar sem transgredir as normas da categoria, entender que do outro lado também há um adversário que luta pelo mesmo objetivo que você.

Há torcedores que transforam os times em religião e futebol em guerra. Esporte não é e nunca foi uma batalha literalmente falando. Há, inclusive, registros históricos de que as primeiras olimpíadas ocorriam entre cidades inimigas mas que deixavam as diferenças de lado em prol da competição, da honra e do respeito mútuo.

Não seria ilegal se o São Paulo entregasse o jogo contra o Guarani mas seria algo imoral sob o ponto de vista esportivo. E, acima de tudo, seria compactuar com torcedores que se esquecem dos limites da rivalidade.



Imagem extraída de www.facebook.com/diegolugano.org





Nenhum comentário:

Postar um comentário