quarta-feira, 29 de julho de 2020

Seguindo em Frente


Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians



Cássio, Alessandro, Chicão, Ralf, Danilo, ... Toda geração que realiza grandes conquistas acaba ganhando um lugar no coração do torcedor e também na história do clube.

Aquela geração que venceu Libertadores e Mundial em 2012 -e que teve uma "continuidade" com a conquista do Brasileirão de 2015- estará eternizada para sempre no coração do torcedor corinthiano.

O tempo, no entanto, passa. Os jogadores vão envelhecendo, os esquemas táticos vão ficando manjados e o futebol vai evoluindo. Isso ficou evidente nos últimos anos quando os remanescentes daquela geração já não conseguiam manter o desempenho de outrora.

Foi pensando nisso, provavelmente, que os dirigentes do Corinthians decidiram abandonar o defensivismo de Tite e Fábio Carille para apostar em Tiago Nunes, treinador jovem que se consagrou no Athletico Paranaense e que adota um futebol mais ofensivo.

A mudança, porém, ocorreu em um momento não muito oportuno. O Corinthians já contava com uma base formada para a Libertadores e o "choque de gestão" somado ao pouco tempo de pré-temporada acabou tento efeitos negativos. O resultado foi a eliminação precoce da Libertadores 2020, além de alguns supostas intrigas no vestiário -o treinador Tiago Nunes e os jogadores não estariam se entendendo segundo muitas reportagens.

A pausa devido à pandemia do coronavírus, porém, acabou beneficiando o Corinthians que conseguiu esfriar um pouco o clima tenso no elenco, além de se aproveitar da quebra de ritmo de rivais que estavam em melhor fase. Assim, o clube alvinegro ganhou algum fôlego ao vencer o arquirrival Palmeiras e conseguir a vaga nas quartas-de-final do Paulistão com o tropeço do Guarani (ou ajuda do São Paulo, como queiram).



Imagem extraída de www.facebook.com/corinthians



A classificação e um eventual título do Paulistão, porém, não podem iludir o corinthiano. Se a ideia dos dirigentes é promover uma reformulação no futebol, que ela tenha continuidade.

A crise no vestiário que estava acontecendo antes da paralisação quase causou a demissão do treinador Tiago Nunes. Se o Corinthians ainda estivesse na Libertadores, eu concordaria e sugeriria que o clube buscasse um técnico com mais experiencia (Tite, que vem sendo muito contestado na Seleção, ou Mano Menezes, sem clube) para atuar como "bombeiro" e evitar que o semestre fosse perdido.

Na situação atual, contudo, seria melhor o Timão manter Tiago Nunes e reformular o time visando resultados a longo prazo, assim como aconteceu com o próprio Tite em 2011 -argumento defendido pelo jornalista André Rocha.

Discordei das saídas de Ralf e Jádson no começo do ano porque acreditava que a experiência e a identificação da dupla com o clube ajudaria muito o time nos jogos da Libertadores, sobretudo com tantos jovens contratados. Mas sem a competição continental, acredito que seria melhor promover a saída de mais medalhões e rejuvenescer o elenco, o que tornaria o time mais compatível com o estilo jogo proposto por Tiago Nunes.

Um último problema seriam as eleições no Corinthians a serem realizadas no final do ano. O atual presidente, Andrés Sanchez, não irá concorrer e o treinador Tiago Nunes dificilmente permaneceria visto que a próxima gestão provavelmente irá atrás de algum técnico alinhado com as ideias da chapa vencedora. Se o comandante obtiver resultados, por outro lado, as chances de sua permanência aumentariam bastante.

O mais importante, independente do cenário, é que o clube solte as amarras do passado e comece a pensar mais no futuro. O Mundial de 2012 e o Brasileirão de 2015 foram ótimos, mas há mais títulos para se conquistar adiante.



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