segunda-feira, 12 de julho de 2021

Euro 2021: Balanço da Competição

Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020



Terminou ontem a Eurocopa 2020, que eu chamo de "Euro 2021". Foram exatos trinta dias de competição -começou no dia 11 de junho e encerrou-se no dia 11 de julho- com futebol de bom nível técnico, momentos emocionantes e, infelizmente, algumas polêmicas.

As equipes, de modo geral, jogaram bem mas ficou muito evidente que a maioria dos jogadores não consegue brilhar pelas seleções como nos clubes. Há menos tempo para treinar, para entrosar o grupo e a intensidade exigida pelo futebol atual tem sido demais para os atletas. Houve, ainda, o agravante das férias reduzidas entre as temporadas 2019-20 e 2020-21 o que justificou o alto número de lesões e pedidos de substituição durante a competição.

Foi a segunda edição que contou com a participação de 24 seleções. O formato atual é mais inclusivo e permitiu que equipes de menos tradicionais marcassem presença, incluindo algumas estreantes. Por outro lado, tivemos alguns confrontos desinteressantes e não gostei do chaveamento para a fase de mata-mata que foi pré-determinado. Acho que seria mais justo que houvesse um sorteio com um pote contendo os líderes de cada grupo mais os dois melhores segundos colocados e em outro pote ficariam do demais times.

Outro detalhe que me incomodou foi a proteção excessiva dos treinadores aos medalhões do grupo. Há jogadores que, obviamente, fazem a diferença nos gramados mas alguns deles visivelmente não pareciam em sintonia com o grupo ou com o contexto da partida.

Elaborei uma seleção com os melhores jogadores da competição. Algumas ausências talvez sejam sentidas, mas ficou muito difícil escolher jogadores em um campeonato onde as coletividades fizeram mais diferença que as individualidades. Fizemos também um balanço da Eurocopa com os melhores e piores destaques. Confiram:



SELEÇÃO DA EURO 2021:

Goleiro- Thibaut Courtois (Bélgica): jogou por ele e por sua insegura zaga. Se não fosse pelo goleiro, a Bélgica já estaria eliminada na fase de grupos.

Lateral-Direito- Denzel Dumfries (Holanda): sua participação acabou eclipsada pelo eliminação da Holanda ainda nas oitavas, mas Dumfries fez sua parte com muitas infiltrações, cruzamentos e dois gols.

Zagueiro- Giorgio Chiellini (Itália): apesar dos 36 anos, o capitão praticamente não cometeu falhas defensivas, liderou a equipe com autoridade e até arriscou algumas subidas para o ataque. Se o defensor realmente confirmar a aposentadoria da Azzurra após a Euro, ele pode deixar a seleção com a sensação de dever cumprido.

Zagueiro- Harry Maguire (Inglaterra): atuações impecáveis, seja na técnica, seja na imposição física. Ganhou praticamente todas as divididas pelo seu lado e ainda fez um gol.

Lateral-Esquerdo- Joakim Mæhle (Dinamarca): foi o melhor jogador da Dinamarca. Participou de vários gols além de anotar dois na competição. Ademais, mostrou versatilidade ao jogar também no lado direito e fez sua parte na defesa.

Volante- Thomas Delaney (Dinamarca): um monstro tanto no ataque quanto na defesa. E ainda deixou um gol.

Meia- Dani Olmo (Espanha): foi o líder de assistência da Espanha (três) e ainda buscou infiltrações.

Meia- Emil Forsberg (Suécia): quatro gols, muita movimentação, força física e infiltrações. Merecia ir mais longe na competição pelo futebol que apresentou.

Atacante- Patrick Schick (República Checa): artilheiro da competição com cinco tentos, incluindo "o gol que Pelé não fez". Carregou nas costas uma equipe limitada até as quartas-de-final.

Atacante- Karim Benzema (França): após anos afastado de sua seleção, agarrou a oportunidade com unhas e dentes. Anotou quatro gols, buscou jogo o tempo todo e foi um dos poucos jogadores que honrou seu time em campo.

Atacante- Cristiano Ronaldo (Portugal): cinco gols, muita movimentação, raça, habilidade e um apetite insaciável por conquistas. Pena que o restante do time não o ajudou a ir mais longe.

Treinador- Roberto Mancini (Itália): renovou a equipe e o estilo de jogo. Soube controlar o grupo nos momentos de oscilação e seu time foi o mais regular em campo.



Seleção da Euro 2021 escalada em 4-3-3
(imagem obtida via this11.com)



Craque da Competição- Giorgio Chiellini (Itália): o capitão foi escolhido por exercer muito bem sua função e também para manter a coerência dos critérios, que é nomear um atleta do time campeão. Não foi fácil visto que a Itália se destacou muito mais pelo coletivo do que por individualidades, mas o defensor foi um dos diferenciais. E discordei da UEFA, que nomeou Donnarumma, porque acho que Courtois foi melhor do que o arqueiro italiano.

Revelação da Competição- Pedri (Espanha): aqui acabei concordando com a UEFA e também elegi o jovem meia espanhol. O garoto de apenas 18 anos não se deixou intimidar com a responsabilidade, foi titular absoluto e ajudou muito na articulação das jogadas. Se Pedri for bem lapidado, Xavi e Iniesta terão aqui o seu sucessor.



MELHOR TIME- Itália: joga um futebol empolgante, moderno e eficiente. Possui pequenos defeitos mas soube lidar com eles.

PIOR TIME- Turquia: tinha um elenco de muita qualidade e potencial mas não jogou praticamente nada na Eurocopa. Três jogos, três derrotas, um gol marcado, oito sofridos e foi lanterna no Grupo A que era acessível.

MELHOR PARTIDA- Croácia X Espanha (válida pelas oitavas-de-final): foi disparado o jogo mais emocionante da competição, com muitas reviravoltas, futebol de bom nível técnico, equipes com muita vontade em campo e um desfecho de arrancar lágrimas.

PIOR PARTIDA- Espanha X Suécia (válida pela 1ª rodada do Grupo E): esse jogo deu muito sono, com uma Espanha sem competência para buscar alternativas ao Tiki-Taka e uma Suécia que apenas jogava pelo empate.

SURPRESA- República Checa: cotada para cair já na fase de grupos, foi a seleção mais fraca a avançar para o mata-mata e sobreviveu até as quartas-de-final contra todas as chances e limitações.

DECEPÇÕES- Turquia e Polônia: tinham elenco e futebol para, ao menos, chegar às oitavas e seus grupos eram acessíveis, mas jogaram muito mal, não vencera nenhuma partida e terminaram na lanterna de suas respectivas chaves.

MELHOR ATUAÇÃO INDIVIDUAL- Robin Gosens (Alemanha -diante de Portugal na 2ª rodada do Grupo F): o lateral da Atalanta participou de todos os quatro gols diante da forte Seleção Portuguesa. As Quinas também ajudaram ao subestimar o jogador mas Gosens teve méritos ao decidir o jogo praticamente sozinho.

PIOR ATUAÇÃO INDIVIDUAL- Matthijs de Ligt (Holanda -diante da República Checa nas oitavas de final): sua expulsão causou uma pane geral na Holanda que se tornou uma presa fácil diante da limitada República Checa.

MELHOR ATUAÇÃO COLETIVA- Itália diante da Suíça na 2ª rodada do Grupo A: atuação impecável da Azzurra. Todos os setores da equipe funcionaram perfeitamente, desde a defesa até o ataque. 3x0 foi pouco para uma exibição tão brilhante.

PIOR ATUAÇÃO COLETIVA- França diante da Suíça nas oitavas-de-final: os Bleus tinham o jogo nas mãos ao abrirem 3x1. A França, porém, demonstrou uma displicência inaceitável em campo, viu a Suíça empatar e caíram nos pênaltis após Sommer pegar a cobrança de Mbappé.



Chiellini foi eleito pelo blogueiro como o Craque da Euro 2021
(imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020).




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