Imagem extraída de www.facebook.com/EURO2020 |
A frase atribuída a Vladimir Lenin descreve bem as ações da Itália na partida de hoje. A Azzurra sempre foi reconhecida pela estratégia defenfivista. O treinador Roberto Mancini, na contramão das tradições de seu país, nos apresentou uma seleção ofensiva, de linhas altas e que gosta de ficar com a bola. Mas para superar a Espanha, o técnico foi obrigado a abrir mão de suas convicções, ainda que apenas por alguns instantes, em prol da classificação.
Ambos os times foram a campo em 4-3-3. A Itália tentou avançar suas linhas mas não conseguia ficar com a bola e, quando a tinha, não dava sequência às jogadas porque a Espanha fazia marcação individual e obrigava a Azzurra a rifar a pelota.
A Furia dominou todo o primeiro tempo com tranquilidade. O velho Tiki-Taka desarticulou a Itália que não conseguia jogar sem a bola e ainda dava muitos espaços na defesa. A Espanha só não abriu o placar porque pecou nas finalizações.
Itália, em 4-3-3, fica totalmente imobilizada com a marcação individual da Espanha e não consegue jogar ou manter a posse da bola. Furia, também, em 4-3-3, troca passes mas os três atacantes desperdiçam as chances (imagem obtida via this11.com). |
Roberto Mancini, então, abre mão de suas convicções e lança mão daquilo que a Itália é especialista: defender e jogar nos erros do adversário. A Itália volta para o segundo tempo com as linhas mais baixas. A Espanha avança e deixa um grande espaço às costas da defesa, suficiente para os três atacantes avançarem e abrirem o placar com Chiesa.
A Azzurra, assume o controle da partida. Roberto Mancini apenas faz algumas substituições pontuais, provavelmente para dar descanso aos jogadores mais desgastados. A Espanha, porém, passa a acelerar o jogo e intensifica as infiltrações. Morata consegue empatar a partida em boa jogada de Dani Olmo. Os atacantes espanhóis, porém, continuam desperdiçando oportunidades claras.
O jogo, inevitavelmente, vai para a prorrogação. A Espanha, que não correu tanto durante o tempo normal, chegou mais inteira e tenta decidir a partida, mas encontra um ferrolho azul no caminho. Os italianos, esgotados, se contentam em levar a decisão para os pênaltis.
O visivelmente tenso Locatelli chuta em Simón, mas Olmo isola sua cobrança. Donarumma consegue defender a bola de Morata e Jorginho acerta o último pênalti para recolocar a Azzurra na final após nove anos de ausência.
Itália aposta nos contra-ataques para abrir o placar, mas a Espanha, em 4-2-3-1, consegue empatar acelerando o jogo e se infiltrando na defesa. Só não conseguem virar porque continuam pecando nas finalizações (imagem obtida via this11.com). |
Itália está de volta a uma final mas uma fraqueza da Azzurra ficou evidente nesta partida que é a dificuldade em se jogar sem a bola, algo para Roberto Mancini trabalhar e corrigir até o próximo domingo.
Espanha se despede lutando muito mas pecando na hora de finalizar. A Furia cria muitas chances de gol mas erra em demasia no último chute. Este problema, aliás, também foi apresentado por outros times que trocam muitos passes, como Croácia e Alemanha. Um problema que Luis Enrique precisa corrigir para as próximas competições.
Mancini foi bem ao mudar o estilo de jogo da Itália. É magnífico ver a Azzurra trocando passes, infiltrando, gostando de ficar com a bola e fazendo muitos gols. Há momentos, porém, em que o time precisa abrir mão da pelota e "saber sofrer em campo". Os times precisam ser resilientes e se adaptar às necessidades da partida. O treinador, mesmo não triunfando no tempo normal, acertou ao dar um passo atrás para dar dois adiante ao ser pragmático.
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