Imagem extraída de www.facebook.com/DFBTeam |
Não, nós não estamos falando sobre provocar acidentes automobilísticos, e sim métodos para vencer o "ônibus", formação defensiva que consiste em formar duas linhas que quatro jogadores diante do gol e que ganhou notoriedade quando o Chelsea a utilizou para superar o Barcelona em 2012.
O "ônibus" dificulta a execução do Tiki-Taka porque nega espaços ao adversário e impede que a bola possa circular próximo à área. A estratégia não é exatamente nova, afinal treinadores italianos já a adotavam muito antes de 2012 mas continua bastante eficiente visto que muitas equipes ainda lançam mão dela com sucesso.
Observou-se, porém, muitas formas de superar o "ônibus" durante a Euro 2020. Os treinadores encontraram vários métodos para vencer o ferrolho adversário e tais estratégias mostraram-se muito eficazes visto que funcionaram mais de uma vez durante a competição.
Algumas dessas estratégias não são exatamente novas mas a eficácia de todas foi comprovada em campo. Como o "ônibus" ainda é bastante utilizado, seria prudente que os treinadores se atentassem às jogadas observadas durante a Euro 2020, afinal elas podem ser úteis para furar retrancas adversárias e também para a elaboração de contramedidas.
1- INVERSÃO DE JOGADA:
Toda a defesa adversária volta suas atenções para o lateral que está com a bola. O jogador, então, faz um passe longo para o colega desmarcado no outro lado do campo que chuta para o gol sem que haja nenhum rival no caminho (imagem obtida via this11.com). |
A inversão de jogada não é novidade sobretudo no futebol brasileiro mas não vinha sendo muito utilizada na Europa visto que no Velho Continente a posse e o controle da bola são muito valorizados -uma óbvia influência de Guardiola. A estratégia, porém, mostrou-se muito eficaz para superar o "ônibus".
Os laterais Robin Gosens e Joshua Kimmich se valeram disto para derrotar Portugal durante partida válida pela fase de grupos: ambos os jogadores chegavam à linha de fundo, surpreendiam, a defesa com uma inversão de jogada e o receptor da bola quase sempre ficava livre para chutar ou cruzar. A Inglaterra também lançou mão da estratégia em algumas partidas, com êxito.
2- COMPACTAÇÃO OFENSIVA:
A presença de mais jogadores no campo ofensivo sobrecarrega a marcação adversária, permite a abertura de espaços para infiltrações e ainda força erros rivais na saída de bola (imagem obtida via this11.com). |
Esta estratégia ganhou notoriedade através de técnicos alemães como Jupp Heynckes e Jürgen Klopp. A execução, porém, foi sendo aperfeiçoada no decorrer do tempo por outros treinadores e com os avanços no preparo físico dos jogadores.
A tática consiste em adiantar as linhas para pressionar a marcação adversária, além de dificultar que o rival consiga sair jogando com a defesa. É uma estratégia arriscada visto que ela deixa espaços às costas dos jogadores e a recomposição precisa ser feita de maneira precisa para que o oponente não consiga aproveitar as brechas.
A estratégia também mantém a marcação adversária distraída e os jogadores podem arriscar chutes de fora da área com grandes chances de acerto.
Itália e Holanda lançaram mão desta estratégia, com o meio-de-campo e os laterais avançando junto com o ataque para furar a retranca adversária.
3- LINHA DE CINCO:
Uma linha com quatro jogadores não consegue dar conta de cinco homens (imagem obtida via this11.com). |
Os laterais ou alas avançam com os atacantes, formando uma linha de cinco jogadores. Como a maioria dos adversários se agrupam em quatro atletas, haverá pelo menos um homem desmarcado e ele estará livre para chutar ao gol.
A Bélgica utilizou esta tática para vencer Portugal nas oitavas em lance que terminou com gol de Thorgan Hazard. A Inglaterra abriu o placar contra a Itália na final de maneira semelhante, em jogada que contou com a participação de Kieran Trippier e Luke Shaw.
4- GOL CONTRA:
Uma bola cruzada com força acaba desviando no defensor adversário e entra no gol (imagem obtida via this11.com). |
Esta não é bem uma "estratégia" mas houve um recorde de gols contra na Euro 2020 (onze no total) e quase todos com o roteiro parecido: cruzamentos ou chutes em diagonal desviaram em algum defensor ou no próprio goleiro e a bola entrou. Como houve uma chance de acerto razoável durante a competição, vale a tentativa.
A Alemanha conseguiu anotar dois gols desta maneira durante aquele mesmo jogo contra Portugal na fase de grupos: Robin Gosens e Joshua Kimmich tentaram cruzar bolas na área e os zagueiros lusitanos deram a infelicidade de empurrar contra o próprio gol ao tentar cortar as jogadas.
Se o seu time está tendo dificuldades em superar adversários que jogam na defensiva, o material aqui confeccionado pode ser de grande valia. E se você só atua no contra-ataque, vale se atentar a estas estratégias para elaborar contramedidas!
Imagem extraída de www.facebook.com/NazionaleCalcio |
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