quinta-feira, 15 de julho de 2021

Como Capotar um Ônibus

Imagem extraída de www.facebook.com/DFBTeam



Não, nós não estamos falando sobre provocar acidentes automobilísticos, e sim métodos para vencer o "ônibus", formação defensiva que consiste em formar duas linhas que quatro jogadores diante do gol e que ganhou notoriedade quando o Chelsea a utilizou para superar o Barcelona em 2012.

O "ônibus" dificulta a execução do Tiki-Taka porque nega espaços ao adversário e impede que a bola possa circular próximo à área. A estratégia não é exatamente nova, afinal treinadores italianos já a adotavam muito antes de 2012 mas continua bastante eficiente visto que muitas equipes ainda lançam mão dela com sucesso.

Observou-se, porém, muitas formas de superar o "ônibus" durante a Euro 2020. Os treinadores encontraram vários métodos para vencer o ferrolho adversário e tais estratégias mostraram-se muito eficazes visto que funcionaram mais de uma vez durante a competição.

Algumas dessas estratégias não são exatamente novas mas a eficácia de todas foi comprovada em campo. Como o "ônibus" ainda é bastante utilizado, seria prudente que os treinadores se atentassem às jogadas observadas durante a Euro 2020, afinal elas podem ser úteis para furar retrancas adversárias e também para a elaboração de contramedidas.



1- INVERSÃO DE JOGADA:



Toda a defesa adversária volta suas atenções para o lateral que está
com  a bola. O jogador, então, faz um passe longo para o colega
desmarcado no outro lado do campo que chuta para o gol sem que
haja nenhum rival no caminho (imagem obtida via this11.com).



A inversão de jogada não é novidade sobretudo no futebol brasileiro mas não vinha sendo muito utilizada na Europa visto que no Velho Continente a posse e o controle da bola são muito valorizados -uma óbvia influência de Guardiola. A estratégia, porém, mostrou-se muito eficaz para superar o "ônibus". 

Os laterais Robin Gosens e Joshua Kimmich se valeram disto para derrotar Portugal durante partida válida pela fase de grupos: ambos os jogadores chegavam à linha de fundo, surpreendiam, a defesa com uma inversão de jogada e o receptor da bola quase sempre ficava livre para chutar ou cruzar. A Inglaterra também lançou mão da estratégia em algumas partidas, com êxito.



2- COMPACTAÇÃO OFENSIVA:



A presença de mais jogadores no campo ofensivo sobrecarrega a
marcação adversária, permite a abertura de espaços para infiltrações
e ainda força erros rivais na saída de bola (imagem obtida via 
this11.com).



Esta estratégia ganhou notoriedade através de técnicos alemães como Jupp Heynckes e Jürgen Klopp. A execução, porém, foi sendo aperfeiçoada no decorrer do tempo por outros treinadores e com os avanços no preparo físico dos jogadores.

A tática consiste em adiantar as linhas para pressionar a marcação adversária, além de dificultar que o rival consiga sair jogando com a defesa. É uma estratégia arriscada visto que ela deixa espaços às costas dos jogadores e a recomposição precisa ser feita de maneira precisa para que o oponente não consiga aproveitar as brechas.

A estratégia também mantém a marcação adversária distraída e os jogadores podem arriscar chutes de fora da área com grandes chances de acerto.

Itália e Holanda lançaram mão desta estratégia, com o meio-de-campo e os laterais avançando junto com o ataque para furar a retranca adversária.



3- LINHA DE CINCO:



Uma linha com quatro jogadores não consegue dar conta
 de cinco homens (imagem obtida via this11.com).



Os laterais ou alas avançam com os atacantes, formando uma linha de cinco jogadores. Como a maioria dos adversários se agrupam em quatro atletas, haverá pelo menos um homem desmarcado e ele estará livre para chutar ao gol.

A Bélgica utilizou esta tática para vencer Portugal nas oitavas em lance que terminou com gol de Thorgan Hazard. A Inglaterra abriu o placar contra a Itália na final de maneira semelhante, em jogada que contou com a participação de Kieran Trippier e Luke Shaw.



4- GOL CONTRA:



Uma bola cruzada com força acaba desviando no defensor
adversário e entra no gol (imagem obtida via this11.com).



Esta não é bem uma "estratégia" mas houve um recorde de gols contra na Euro 2020 (onze no total) e quase todos com o roteiro parecido: cruzamentos ou chutes em diagonal desviaram em algum defensor ou no próprio goleiro e a bola entrou. Como houve uma chance de acerto razoável durante a competição, vale a tentativa.

A Alemanha conseguiu anotar dois gols desta maneira durante aquele mesmo jogo contra Portugal na fase de grupos: Robin Gosens e Joshua Kimmich tentaram cruzar bolas na área e os zagueiros lusitanos deram a infelicidade de empurrar contra o próprio gol ao tentar cortar as jogadas.



Se o seu time está tendo dificuldades em superar adversários que jogam na defensiva, o material aqui confeccionado pode ser de grande valia. E se você só atua no contra-ataque, vale se atentar a estas estratégias para elaborar contramedidas!



Imagem extraída de www.facebook.com/NazionaleCalcio




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