quarta-feira, 5 de julho de 2023

O Caminho Perigoso

Reprodução Twitter



O confronto entre Athletico Paranaense e Palmeiras detonou uma "guerra" entre o Alviverde e a CBF. O auxiliar João Martins (que comandou o Verdão durante a suspensão de Abel Ferreira) declarou que "era ruim para o 'sistema' o Palmeiras ganhar duas vezes" após o árbitro não ter expulso o zagueiro Zé Ivaldo que desferiu uma cotovelada no atacante Endrick.

As palavras do auxiliar, que insinuou uma "conspiração" contra o Palmeiras, causaram revolta por parte da CBF que considerou a declaração de João Martins como "xenofobia", algo que o português não cometeu em momento algum durante sua entrevista pós-jogo. O Verdão, que já havia solicitado que o árbitro Jean Pierre Goncalves Lima não apitasse mais seus jogos, saiu em defesa do assistente.

O Palmeiras já havia apresentado problemas com a imprensa e com a arbitragem por causa de Abel Ferreira. O português, conhecido pelo seu temperamento explosivo, coleciona suspensões ao discutir asperamente com os juízes e chegou a tomar o celular de um repórter, o que azedou o seu relacionamento com os homens do apito e com a mídia. Agora clube e a CBF entram em atrito por causa das declarações proferidas pelo auxiliar técnico do lusitano.

O Verdão, aliás, sequer aplica qualquer punição ao seu corpo técnico pelos incidentes, muito pelo contrário: os apoia contra as acusações sofridas. Os dirigentes alviverdes temem perder Abel Ferreira, responsável pelos títulos recentes, para o exterior ou mesmo para a Seleção Brasileira, então preferem ficar ao lado do treinador e de seus auxiliares durante os confrontos.



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O Palmeiras, porém, vem colecionando inimigos poderosos ao sair em defesa de seu explosivo treinador e de seus auxiliares. E o clube pode acabar seriamente prejudicado ao insistir  no discurso "contra tudo e contra todos".

É muito normal que a sequência de títulos e o bom momento em campo insuflem o ego dos palmeirenses fazendo-os acreditar que nada pode detê-los, mas há certos limites que não devem ser ultrapassados. Foi o que aconteceu com o São Paulo no final da década de 2000, que também se achava muito poderoso pelos troféus conquistados e acabou prejudicado ao peitar pessoas ou entidades influentes.

A "guerra" entre Palmeiras e CBF está declarada e torcedores foram à sede da confederação para protestar em apoio ao auxiliar. E, ao que aparenta, nenhum dos dois lados está disposto a recuar a despeito de ambos terem errado no incidente envolvendo João Martins, como apontou o jornalista VSR em seu canal no Youtube.

O Palmeiras conquistou seus títulos com méritos e está em seu direito legítimo de defesa nos incidentes. Mas o clube está tomando um caminho muito perigoso ao optar pelo confronto sem antes buscar uma solução diplomática.



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