quinta-feira, 6 de julho de 2023

Tampão Polêmico

Imagem extraída de www.facebook.com/FluminenseFC



A CBF surpreendeu e anunciou Fernando Diniz como treinador interino da Seleção Brasileira na última terça-feira. O contrato do mineiro vai até dezembro deste ano mas pode ser prorrogado até a metade de 2024. A duração do vínculo irá depender da disponibilidade de Carlo Ancelotti (que está "apalavrado") para assumir o Escrete Canarinho.

A escolha por Diniz foi motivo para diversas polêmicas. O mineiro, que ainda tem vínculo com o Fluminense, não precisará deixar as Laranjeiras e poderá comandar a Seleção Brasileira em paralelo com o Tricolor, o que foi considerado por muitos comunicadores como um possível conflito de interesses. O treinador, ademais, não possui o "perfil vitorioso" desejado pela CBF (seu único título relevante é o Carioca deste ano) e seu momento em Xerém não é dos melhores. O técnico, por fim, ainda é lembrado negativamente por sua passagem pelo São Paulo, quando ficou marcado por proferir insultos aos próprios jogadores.

Diniz, a seu favor, possui o seu estilo encantador de jogo que combina posse de bola, toques curtos, jogadores versáteis, leveza e ofensividade. Tudo inspirado nos times de Pep Guardiola e Johan Cruyff que rezavam pela mesma cartilha. Os fãs do futebol arte, enfim, poderiam se deleitar com um treinador que difere de Tite, Dunga, Felipão ou Mano Menezes; todos técnicos considerados defensivistas.



Imagem extraída de www.facebook.com/FluminenseFC



Diniz, por ser um "tampão", não terá muitas responsabilidades para arcar e gozará de uma certa liberdade para montar a Seleção a seu gosto. Mesmo assim, o treinador terá pela frente seis jogos válidos pelas Eliminatórias para a Copa 2026 tendo a obrigação de somar pontos para conseguir uma das seis vagas para o Mundial. E há pelo menos três adversários duros já em 2023: Uruguai, Colômbia e Argentina. Caso Ancelotti não assuma em janeiro de 2024, o mineiro ainda fará um amistoso contra a Espanha em março do próximo ano.

A passagem de Diniz pela Seleção Brasileira poderá ser o salto definitivo para a sua carreira marcada por muitos altos e baixos. O treinador terá um elenco compatível com sua filosofia e poderá, enfim, montar um time considerado "ideal". Ou a sua sua trajetória como técnico será enterrada de vez visto que o mineiro já chega pressionado pelo momento instável do Brasil e, como escreveu o jornalista Paulo Cobos, o comandante "é como um ímã que atrai gente sedenta para dizer que ele é uma farsa".

Descobriremos se Diniz foi um acerto ou um erro da CBF em setembro quando a Seleção terá seus próximos compromissos contra a Bolívia (em casa) e contra o Peru (fora). O treinador pode fazer a Seleção encantar em campo novamente com seu futebol vistoso. Ou pode oferecer ainda mais munição para os seus críticos.



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