sábado, 20 de abril de 2024

Âncoras do Passado

Imagem extraída de www.facebook.com/fcbarcelona



Carlo Ancelotti no Milan, Zinedine Zidane no Real Madrid, Muñeco Gallardo no River Plate e Renato Gaúcho no Grêmio foram vencedores em seus respectivos clubes como jogadores e também como treinadores. Por outro lado, Andrea Pirlo na Juventus e Rogério Ceni no São Paulo tiveram carreiras irrepreensíveis como atletas em seus respectivos times mas não obtiveram o mesmo sucesso na casamata. E no meio-termo está Xavi no Barcelona, que obteve títulos relevantes dentro e fora de campo mas que apresentou um desempenho abaixo do esperado no banco de reservas. O ex-meia não suportou a pressão e anunciou que deixará o Camp Nou no final desta temporada.

Xavi retornou ao Barcelona em novembro de 2021 após a demissão de Ronald Koeman, que havia sido rígido demais com o elenco. O clube havia tentado trazer o ex-meia durante outras ocasiões mas o ex-armador sempre relutou, preferindo continuar seu trabalho no Al-Saad do Catar. A crise que ameaçava consumir o seu time do coração, porém, comoveu o ex-jogador e ele acabou aceitando após a saída do holandês.

O ex-meia apresentou desempenhos pífios na Champions League durante suas duas primeiras temporadas (foi eliminado ainda na fase de grupos) mas conseguiu reaver o Campeonato Espanhol em 2022-23 após quatro anos sem o troféu. Xavi, porém, sempre conviveu com o excesso de expectativas desde o seu retorno à Catalunha e eram constantes as comparações com o seu mentor Pep Guardiola.



Imagem extraída de www.facebook.com/fcbarcelona



Xavi foi um grande ídolo no Barcelona e isto parece ter prejudicado o seu trabalho. Muitos acreditavam que o sucesso do ex-meia como jogador se repetiria na casamata, assim como acontecera com Johan Cruyff e Josep Guardiola em solo catalão. Os troféus que o ex-armador conquistara como atleta mais parecem ter se tornado um fardo, assim como ocorrera com Pirlo na Juventus ou com Ceni no São Paulo.

O Barcelona, não obstante, atravessa uma forte crise financeira que dificulta a contratação de reforços. Xavi não lançou nomes como Lamine Yamal, Fermín López e Pau Cubarsí apenas porque eram talentosos, mas também porque o treinador foi obrigado a promover atletas da base para cobrir buracos no elenco, o que diminuiu a competitividade do grupo a curto prazo. O ex-meia não resistiu à pressão e anunciou em janeiro que deixará o clube ao término da temporada.

Ainda há pequenas chances para Xavi permanecer na Catalunha segundo alguns jornalistas do blog Trivela, mas a pressão por títulos e a baixa expectativa por reforços devem findar o retorno do ex-meia ao Camp Nou. O ex-meia ainda tem potencial para se tornar um grande treinador mas o Barcelona acabou sendo uma carga pesada demais para um técnico ainda sem muito estofo.

Uma última sugestão: Xavi poderia se candidatar à sucessão de seu "quase xará" Xabi Alonso no Leverkusen, visto que a permanência do Basco na Alemanha ainda é incerta. Ambos possuem estilos de jogo semelhantes e a transição seria relativamente simples. O ex-meia ainda teria menos pressão por resultados a curto prazo e até poderia ajudar o Barcelona indiretamente, pedindo alguns garotos emprestados para amadurecê-los nos Aspirinas.



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