sábado, 27 de abril de 2024

Fechamento?

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Luis Zubeldía é o sexto treinador da gestão Julio Casares. Antes do argentino, passaram pelo São Paulo Fernando Diniz (que fora contratado pelo antecessor Leco), Hernán Crespo, Rogério Ceni, Dorival Júnior e Thiago Carpini. Isto sem mencionar os interinos Vizzoli, Lucas Silvestre e Milton Cruz que comandaram o time durante as mudanças de técnico.

Casares demitiu quatro dos cinco treinadores mencionados -Dorival foi o único que saiu por espontânea vontade para assumir a Seleção Brasileira. Dos dispensados, Diniz, Crespo e Ceni deixaram o clube porque havia insatisfação por parte do elenco -Carpini ainda tinha apoio dos jogadores. O ex-goleiro e o ex-atacante não tinham tanta proximidade do grupo e a relação com os atletas era muito mais profissional do que paternal -o mineiro ainda tinha respaldo por parte dos atletas.

Diniz perdeu de vez o controle do vestiário após insultar o volante Tchê Tchê durante a derrota para o Red Bull Bragantino. Crespo caiu após implementar a "renovação silenciosa" no elenco ao mandar para o banco jogadores que a diretoria não tinha o interesse de manter. E a gota d'água para Ceni foi o incidente Marcos Paulo quando o ex-goleiro cobrou o meia por supostas críticas na internet.

Zubeldía é um treinador experiente apesar da pouca idade. O argentino já comandou nove times diferentes durante 19 anos de profissão, incluindo equipes em sua terra natal, Equador e Espanha. O São Paulo é sua primeira experiência no futebol brasileiro. A primeira impressão foi excelente com o Tricolor se impondo diante do Barcelona de Guayaquil a despeito da altitude equatoriana naquela que seria, teoricamente, a partida mais difícil do grupo.



Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc



Zubeldía, segundo jornalistas, não é um treinador muito próximo dos jogadores e que prefere se relacionar com o elenco de maneira apenas profissional. Este é justamente um dos maiores problemas que técnicos estrangeiros enfrentam aqui no Brasil onde atletas podem formar "panelas" e derrubar um comandante.

O futebol brasileiro, portanto, exige que os treinadores saibam se relacionar com o grupo visto que os jogadores são os "ativos" do clube e um atleta afastado significa sua desvalorização, levando a um consequente prejuízo para a instituição. Ademais, é sempre mais barato e viável demitir o técnico do que um futebolista.

Casares provavelmente escolheu Zubeldía porque quis dar um "choque de gestão" no elenco, tirando o grupo do comodismo após os dois títulos conquistados e também para acabar com o estilo paternalista, que era marca registrada de Dorival Júnior e de Thiago Carpini. 

Zubeldía causou uma excelente primeira impressão ao vencer o jogo mais difícil da chave na Libertadores. Resta saber se, a longo prazo, o elenco irá assimilar bem a brusca mudança no comando. O argentino demonstrou um estilo de jogo vistoso e vibrante, mas o próprio São Paulo é um exemplo de que técnica e resultados não são os únicos fatores que fazem um time prosperar.



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