quarta-feira, 24 de abril de 2024

Rodízio: Um Mal Necessário?

Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



A palavra "rodízio" foi mencionada pela primeira vez no futebol brasileiro em 2015 quando Juan Carlos Osorio assumiu o São Paulo. Sob as ordens do colombiano, os jogadores não tinham a titularidade assegurada e a escalação era alterada a cada jogo. A inovação não foi bem aceita por torcedores e por boa parte dos jornalistas. A instabilidade demonstrada pelo Tricolor (que foi agravada pelo desmanche do elenco) ajudou a aumentar a rejeição pelo sistema. Cinco anos depois, Dome Torrent tentou, sem sucesso, implementar o mesmo esquema no Flamengo e o treinador catalão foi igualmente hostilizado.

A imensa maioria dos treinadores brasileiros, contudo, se viu obrigada a adotar o sistema de rodízio mesmo contra sua vontade. A sequência insana de partidas do Brasil e a intensidade física exigida pelo futebol atual obrigou os técnicos a revezarem seus atletas com mais frequência. Mesmo Tite, que sempre fora conservador em seu estilo de jogo, levou a campo um Flamengo misto contra o Palmeiras durante o último domingo e deve fazer o mesmo hoje contra o Bolivar.

O sistema, que ainda causa estranhamento no Brasil, também vem sendo utilizado na Europa. Josep Guardiola, que fora o mentor de Dome, vem revezando bastante os seus jogadores ao longo da temporada. Atletas como Rico Lewis, Gvardiol e Doku não são titulares absolutos no City mas são utilizados com frequência pelo treinador. A justificativa é a mesma: preservar o elenco do desgaste físico e ter suplentes preparados para cobrir eventuais desfalques.



Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial



Muitos jornalistas e ex-jogadores da velha geração ainda resistem ao rodízio sob as seguintes justificativas: há mais dificuldade para entrosar o elenco e o reserva pode ganhar o espaço do titular caso faça uma boa exibição. Isso sem mencionar que a equipe tende a oscilar inicialmente com as mudanças no onze inicial, algo que sempre fora observado nos trabalhos de Dome e de Osorio.

As atuais exigências físicas do futebol somadas à maratona de jogos, porém, vem obrigando os treinadores a se adaptarem à nova realidade. Quem não se adequa, vê as lesões do elenco aumentarem e, consequentemente, há prejuízo técnico. Mesmo atletas atletas jovens vêm sentindo a sequência de partidas, tanto aqui no Brasil quanto no exterior.

O próprio Dome havia provado as virtudes do sistema quando seu Flamengo superou diversos desfalques por COVID-19 e, mesmo assim, o time venceu na altitude equatoriana em 2020. Durante a ocasião, os suplentes estavam em pleno ritmo de jogo e ainda conseguiram uma improvável vitória nos Andes.

O tempo, portanto, provou que Osorio e Dome estavam certos no fim das contas. O rodízio não apenas demonstrou ser um sistema útil como também necessário para que os times suportassem às exigências físicas e à maratona de jogos. Os críticos podem chiar o quanto quiserem, mas o sucesso do esquema é inegável e mesmo treinadores conservadores vêm adotando a medida.



Imagem extraída de www.facebook.com/FlamengoOficial




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