sábado, 28 de março de 2015

Eu Quero Ver na Copa

Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF



Antes de mais nada, parabéns à Seleção Brasileira pela vitória incontestável sobre a França em pleno Saint-Denis. O placar de 3x1 mostrou que o Brasil está voltando aos eixos após aquela humilhação de 7x1 em julho do ano passado. O triunfo sobre um rival tão tradicional como a França serve para valorizar ainda mais a vitória.

A boa fase do Brasil, no entanto, não pode nos fazer acreditar que vamos ganhar a próxima Copa com facilidade. Esse foi um erro cometido por Parreira (entre 2003 a 2006), o próprio Dunga (entre 2006 e 2010) e, por fim, Felipão (entre 2013 e 2014). Todos esses treinadores haviam conseguido bons resultados inicialmente mesmo sobre rivais de peso, mas suas equipes entraram de "salto alto" nos mundiais e acabaram caindo.

Dunga, em sua passagem anterior pela Seleção, sempre levou a melhor sobre os rivais de peso. Superou Itália, Alemanha, Uruguai e jamais perdeu para a Argentina com a equipe principal (ele sofreu uma derrota nas semifinais das Olimpíadas de Pequim, em 2008). O futebol de muito suor e pouca técnica era compensado pelos bons resultados que sua equipe apresentava. Quando nós fomos para a África do Sul, em 2010, ficou evidente que o Brasil não estava tão bem quanto aparentava e a qualidade do futebol pesou nos jogos. Nossa Seleção fez apenas um jogo bom, contra o Chile nas oitavas. Chegamos a levar sufoco até mesmo na estréia diante da Coréia do Norte. Felipão viria a cometer o mesmo erro em sua segunda passagem pela Seleção.

Os méritos de Dunga se dão ao convocar mais meias criativos ao invés de encher o meio-de-campo de volantes. Firmino, Willian, Oscar e Coutinho (que ficou na reserva) têm qualidade no passe, clareiam as jogadas dos homens de frente, possuem boa movimentação em campo e podem carregar o piano em caso de necessidade. Conhecendo os treinadores da escola de Dunga, acredito que ele tenha trazido o quarteto apenas por serem meias velozes, mas tudo bem porque eles vêm dando à nossa Seleção justamente o que faltou durante o segundo ciclo de Felipão. Também gostei da convocação de Elias, que está em boa fase no Corinthians, mas eu duvido que ele jogue a próxima Copa devido a sua idade.

A Copa do Mundo ainda está longe, mas a responsabilidade de se disputar a competição pesa muito. Nos últimos três mundiais os jogadores estavam visivelmente ansiosos em campo e, em certos jogos, apresentavam uma apatia incompatível com a qualidade técnica de alguns jogadores. No mais recente, disputado aqui no Brasil, a pressão da mídia e da torcida ajudou a piorar ainda mais as coisas, e era questão de tempo para que nossa Seleção perdesse para si mesma. Ver o capitão Thiago Silva chorando em campo e se recusando a bater um pênalti contra o Chile era sinal de que algo não estava bem no vestiário. Dunga precisa trabalhar bem o psicológico dos atletas se não quiser repetir os erros dos últimos três mundiais.

Amanhã teremos o Chile pela frente. O retrospecto é favorável ao Brasil, mas os chilenos aprenderam a diferenciar "respeito" de "medo". Nossa Seleção tem boas chances de levar a melhor, mas a Roja não vai vender barato a derrota e podemos esperar um adversário mais do que disposto a vencer, mesmo sendo um jogo amistoso. Eles deram muito trabalho a rivais de peso em partidas anteriores, incluindo Alemanha, Espanha e o próprio Brasil.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/CBF



MURICY FICA

Após um verdadeiro vexame diante do Palmeiras (com direito a falha de Rogério, duas expulsões e muito nervosismo em campo), os dirigentes do São Paulo acertaram ao manter Muricy Ramalho à frente do Tricolor após tantos equívocos -o treinador pediu demissão após o jogo, mas os cartolas recusaram. Espero, contudo, que os dirigentes aprendam: as divergências políticas devem ficar apenas entre eles, e não envolver o treinador ou o elenco nas disputas. O técnico precisa de tranquilidade para executar seu trabalho. Pressionar o treinador faz com que o comandante transfira o nervosismo para os jogadores e o resultado é o que vimos na quarta-feira. Ah! E mandar Osvaldo, Maicon e Álvaro Pereira embora foram três grandes equívocos do São Paulo.



CORINTHIANS 3X0 FPF

Parabéns ao Corinthians por ter superado essa verdadeira maratona de jogos. Derrotou o Capivariano no domingo, venceu a Lusa na terça e terminou goleando o Penapolense na quinta. O cartola da Federação Paulista de Futebol (FPF) que teve a "brilhante" ideia de marcar os jogos dessa maneira também deveria ter entrado em campo nos três jogos apenas para sentir na pele o desgaste gerado pela sequencia de partidas. A sorte do Timão é que havia reservas de qualidade para se manter a sequência e, com isso, poupar os titulares.



ANTI-ESPANHA

Assisti ao jogo da Espanha contra a Ucrânia, válido pelas Eliminatória para a Euro 2016, e fiquei impressionado como a ideia das duas linhas de quatro ainda se mostra eficiente. A Ucrânia só não conseguiu arrancar o empate porque sua defesa é tecnicamente fraca, enquanto a Furia contou com a genialidade de Iniesta, que mostrou sua tradicional visão de jogo e fez a jogada do gol de Morata. Os espanhóis mostraram suas armas para vencer o esquema defensivo -chutar de fora da área e infiltrações pelos flancos- mas a equipe ainda não deu liga. Todo processo de renovação é difícil, mas é necessário.


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