quinta-feira, 26 de março de 2015

O Último Ato de Alex

Imagem extraída do Facebook oficial do Coritiba- https://www.facebook.com/coritibaoficial



Dia 7 de dezembro de 2014. Alexandro de Souza, mais conhecido como "Alex" ou "Alex Cabeção", faz seu último jogo como atleta profissional vestindo a camisa do Coritiba e enfrentando o Bahia no Couto Pereira. O Coxa foi o clube que revelou o meia para o futebol profissional e também aquele em que o meio-campista encerrou a carreira. Ovacionado pelo seu torcedor, o agora ex-jogador permanece no gramado por algum tempo após o término da partida na companhia do filho pequeno, possivelmente pensando como seria a vida após pendurar as chuteiras. A decisão de abandonar os gramados nunca é fácil para nenhum jogador.

O dia 7 de dezembro de 2014 foi o último de Alex como jogador profissional, mas não foi o último ato de sua brilhante carreira. O Menino de Ouro fará no próximo sábado, dia 28 de março, um jogo de despedida pelo Palmeiras, clube que defendeu em três oportunidades: de 97 a 99, de 2000 a 2001, e em 2002. O meia retorna ao Parque Antártica (agora Allianz Parque), palco do jogo onde conquistou sua única Libertadores em 1999.

O fim da carreira de Alex não foi apenas o encerramento de uma trajetória cheia de gols e lances bonitos, foi também uma perda muito grande para o nosso futebol. O esporte carece de jogadores de conteúdo como Alex. Atletas capazes de contestar, questionar, pensar. O meia demonstrou isso em 2013 quando fundou o movimento "Bom Senso FC" para exigir melhorias concretas no futebol brasileiro. Não chega a ser exagero compararmos Alex com outro grande craque, Sócrates, igualmente uma fera no futebol e na política.

O nosso futebol continua piorando com administrações ruins, muitas dívidas e salários atrasados. Em decorrência disso, o nível dos jogos, treinadores e atletas fica cada vez pior. O 7x1 sofrido para a Alemanha em 2014 foi reflexo de toda essa crise em nosso esporte.

Faltam jogadores como Alex. Atletas capazes de questionar a atual situação de nosso esporte. Esportistas que fazem a diferença dentro e fora dos gramados. Não a toa, ele foi ídolo no Cruzeiro, Fenerbahçe (que ergueu uma estátua em homenagem ao atleta) e nos próprios Palmeiras e Coritiba. Alex, injustamente, nunca disputou uma Copa do Mundo. Foi apontado por Parreira como capitão de nossa Seleção durante a Copa América 2004, mas isto foi muito pouco para um craque da magnitude de Alex.

O tempo, infelizmente, é cruel com os jogadores. O atleta torna-se mais propenso às lesões e o corpo não responde mais como na juventude. Alex, como todos os outros que se aposentaram, precisou deixar os gramados vencido pelas próprias limitações de seu corpo.

Vale assistir ao último ato de Alex no sábado, seja para matar as saudades de seu futebol, seja para ver seus lances geniais pela última vez.



Imagem extraída do Facebook oficial do Coritiba- https://www.facebook.com/coritibaoficial



DE PEIXE PARA ÁGUIA

Revelado nas categorias de base do Santos, Felipe Anderson foi vendido para a Lazio em 2013 onde demorou a se firmar. Na temporada atual, contudo, o meia está brilhando com a camisa da Biancocelesti, cujo mascote é uma águia, simbolo bastante apropriado para um menino que está voando nos gramados e despertando o interesse das potências europeias. Seria bom que Dunga também se interessasse por Felipe Anderson, pois ele é batente jovem (seria um investimento a longo prazo) e ainda faltam meias criativos em nossa Seleção.


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