sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O Fim do Camisa 9?

Imagem extraída do Facebook oficial do Fluminense- https://www.facebook.com/FluminenseFC/



A camisa de número nove é, geralmente, destinada àquele atacante que serve como referência na área. Ele geralmente espera na banheira por alguma bola alçada ou mesmo por um rebote para guardar o dele.

É sabido que muitos destes atletas não primam pela movimentação em campo e, portanto, eles raramente voltam para marcar ou buscar a bola no campo de defesa. Muitos deles, inclusive, são atletas grandalhões e/ou com mais de trinta anos.

O chamado "futebol compacto", contudo, pode significar o fim desse tipo de jogador. Tudo porque esse estilo de jogo exige muita movimentação em campo, obrigando o atleta a ter de abandonar sua posição para ajudar na marcação, participar da elaboração de jogadas ou mesmo dar condição de receber um passe.

O treinador Muricy Ramalho, após a derrota no Mundial Interclubes de 2011, alegou que o Barcelona de Guardiola jogava "sem atacantes", quando quis dizer, na verdade, que o Barça não tem exatamente uma referência na área. A equipe catalã, há anos, não mantem um centroavante fixo, todos os jogadores voltam para marcar quando estão sem a bola e todos se movimentam para estarem em condições de receberem um passe.

A última Copa do Mundo deixou evidente como o futebol atual tem pouco espaço para esse tipo de jogador. Fred, Higuaín, Fernando Torres, Edin Džeko e outros atacantes de referência apresentaram desempenho abaixo do esperado com poucos gols marcados. Alguns outros como Van Persie, Mandžukić e Klose tiveram participações de destaque justamente porque não se limitaram a esperar as bolas na área e voltavam para ajudar os companheiros lá atrás.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/AFASeleccionArgentina/



A marcação, nos dias de hoje, é feita com os jogadores recuando e ocupando todos os espaços da defesa, dificultando a movimentação ou a troca de passes do adversário. Geralmente é executada com variações das duas linhas de quatro adotadas pelos treinadores italianos. Se esse tipo de marcação dificulta a vida de atletas que se movimentam bem em campo, imagine, então, o que aconteceria com atletas lentos. Nem mesmo as bolas levantadas na área têm salvado a vida desse tipo de centroavante contra esse sistema de defesa.

A adoção do chamado "falso nove" ajuda as equipes a superar esse tipo de marcação, justamente porque o jogador não "guarda posição" e torna-se menos previsível em campo. Atletas com essa característica também ajudam na marcação e na troca de passes. Um bom exemplo é Lionel Messi, que sai bastante da área justamente para dificultar a marcação rival e também ajudar os companheiros lá atrás.

Aqui no Brasil, por outro lado, esse tipo de atacante ainda tem bastante espaço nos times. E uma das explicações é justamente porque o "futebol compacto" ainda não é muito adotado por aqui. Os centroavantes grandões utilizam seu tamanho para ganharem as divididas contra as frágeis marcações, enquanto os mais experientes utilizam sua vivência para se posicionar bem na área e arrematar as bolas alçadas.

O futebol sempre passa por transformações e muitas delas são cíclicas. O esquema de três zagueiros, por exemplo, fez sucesso durante os anos noventa, caiu em desuso na década de 2000 e voltou a ser adotado por algumas equipes com êxito.

O atacante de referência na área ainda tem sua valia, mas sua participação no futebol atual tende a diminuir pelo fato desse tipo de jogador não combinar com as tendências atuais do esporte.

Quem sabe daqui a alguns anos, quando descobrirem algum ponto fraco no tal "futebol compacto".



Imagem extraída de https://www.facebook.com/DFBTeam/



COPA DO BRASIL

Os times paulistas largaram bem nas quartas-de-final da Copa do Brasil. Santos e São Paulo venceram seus jogos de ida, enquanto o Palmeiras conseguiu um empate contra o Inter no Beira Rio -só não saiu com a vitória porque Lucas Barrios teve um pênalti defendido por Alisson. Claro que as coisas podem mudar nas partidas de volta, mas são grandes as chances de termos pelo menos um representante paulista nas semifinais.



BARCELONA

O Celta de Vigo teve os seus méritos na goleada de 4x1 em cima do atual campeão espanhol, mas é triste ver os times que apostam na "eficiência" triunfarem sobre aqueles que jogam com mais ousadia. Algumas federações têm feito um grande esforço para melhorar a qualidade técnica de seu futebol. Aí, aparece alguma equipe construindo resultados com base no pragmatismo e muitos acabam questionando: "por que precisamos melhorar nosso futebol se podemos vencer só com a 'eficiência'"?



RICARDO OLIVEIRA

O atacante santista Ricardo Oliveira foi chamado para a vaga do lesionado Roberto Firmino e vai jogar as partidas contra Chile e Venezuela, válidas pelas Eliminatórias da Copa 2018. Ricardo é bom centroavante e merece a convocação, mas ele já tem 34 anos e dificilmente terá condições físicas de jogar a Copa daqui a três anos. Ele pode ajudar a Seleção (e Dunga) a curto prazo, mas dificilmente poderia fazer o mesmo pelo Escrete Canarinho no próximo Mundial.


Nenhum comentário:

Postar um comentário