quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Menos Mascherano e Mais Messi

Imagem extraída de https://www.facebook.com/AFASeleccionArgentina/



Muitas críticas pesadas têm sido dirigidas a Lionel Messi, acusando-o de não jogar pela Albiceleste o mesmo futebol que desempenha pelo Barcelona. O atacante, abatido com a perda de mais um título pela seleção de seu país, cogitou até mesmo "dar um tempo" na Argentina, algo que não se concretizou visto que o craque foi convocado e atuou nos dois últimos amistosos.

Se para Messi as críticas são muitas, para o volante Javier Mascherano (foto) são os elogios que tem sido abundantes. Masche é daqueles jogadores que jogam com raça e dedicação em campo. Ele não desiste de nenhuma bola, coloca ordem no time quando necessário e sempre tenta alguma jogada mesmo com o placar adverso.

A disposição de Mascherano em campo é tamanha que ele acaba cometendo muitas faltas durante as partidas. Não raro, ele já foi considerado como desleal pelos seus críticos. Um tabloide inglês, inclusive, chamou o atleta de "o mais burro do mundo" após o volante ter sido expulso pelo Liverpool em 2008.

Jogadores com o estilo de Mascherano ainda têm presença constante nos times da América do Sul, inclusive aqui no Brasil. Argentinos, uruguaios e paraguaios são sempre muito procurados pelos times do Brasil. Os torcedores sempre comemoram esse tipo de contratação, pois esperam por muita raça e entrega desses atletas.

A questão, no entanto, é que o futebol europeu vai ficando cada vez mais à frente do sul-americano justamente porque muitas equipes daqui continuam apostando na raça em detrimento à técnica e ao talento. Tanto é verdade que as seleções daqui precisam recorrer aos atletas que atuam no Velho Continente justamente porque os craques estão quase todos lá, enquanto nós praticamente temos apenas raça em nosso futebol.

A Seleção Argentina levou anos para se desprender dos rótulos de "desleal" e "catimbeira". A Albiceleste, após brilhar nos anos 80, estava jogando cada vez mais coração e menos cérebro em campo. Não à toa, apresentou muitos desempenhos pífios em Copas do Mundo entre os anos 90 e 2000 porque os craques estavam dando cada vez mais lugar aos brucutus. Felizmente, alguns talentos como Batistuta e Riquelme impediram que o talento argentino fosse totalmente engolido pelo excesso de agressividade em campo.

Os treinadores, recentemente, conseguiram diminuir um pouco o ímpeto dos brucutus e implantaram um jogo mais elegante, cadenciado. A imagem e semelhança de Messi.

As mudanças, contudo, não trouxeram os títulos de volta à Argentina. O melhor que a Albiceleste conseguiu nos últimos anos foram vice-campeonatos, sendo três na Copa América (2004, 2007 e 2015), um na Copa das Confederações (2005) e um na Copa do Mundo (2014).

O torcedor argentino se impacientou, afinal eles têm à disposição o melhor jogador do mundo, o time foi totalmente reformulado para que o craque se sentisse confortável e, mesmo assim, ele não tem conseguido trazer os troféus de volta para a Argentina. E o jejum de títulos já dura 22 anos.

Messi se esforça, luta, tenta jogadas, mas não consegue transformar seu suor em resultados. Como o craque, aparentemente, não consegue fazer a diferença em campo, o torcedor acaba prestando atenção no jogador que demonstra raça e dedicação: Mascherano.

Mascherano é um bom jogador. É versátil, podendo fazer o meio-de-campo ou a zaga com a mesma eficiência. Ele jamais teria espaço em um clube da magnitude do Barcelona se tivesse apenas a raça como qualidade.

Eu, no entanto, gostaria que a Argentina fosse muito mais a "Argentina de Messi" do que a "Argentina de Mascherano". Se a raça fosse mais importante que o talento, a Libertadores seria um torneio muito mais relevante que a Champions League



Imagem extraída do Facebook oficial de Javier Mascherano-
https://www.facebook.com/Javier14Mascherano



NÃO DESISTAM DE KLINSMANN!

O treinador Jürgen Klinsmann vêm sendo contestado devido aos recentes resultados ruins da Seleção Norte-Americana. A perda do título da Gold Cup e a apatia do time diante do Brasil fizeram com que o trabalho do técnico alemão passasse a ser questionado em solo norte-americano. Vale lembrar, contudo, que Klinsmann foi um dos grandes responsáveis pela conquista do tetra da Seleção Alemã em 2014, afinal foi ele quem deu início à renovação do elenco na Mannschaft, bem como a adoção de um estilo mais leve de futebol. Klinsmann plantou a semente e Joachim Löw, seu ex-assistente, cultivou a árvore para colher os frutos.



BRASILEIRÃO

O São Paulo bem que tentou, mas pouco pôde fazer diante da "ousadia e alegria" do Santos na Vila Belmiro. 3x0 ficou até barato para o Tricolor. O Timão, mais uma vez, demonstrou dificuldades em enfrentar equipes defensivas e ficou apenas no empate contra o Grêmio. E os reservas do Verdão demonstraram falta de ritmo diante de um instável Inter. Se Osorio do São Paulo tem abusado do rodízio, Marcelo Oliveira tem usado pouco o banco de reservas. Vale lembrar que um dos trunfos do atual comandante palmeirense sempre foi a rotatividade do numeroso elenco enquanto dirigia o Cruzeiro.



A CROÁCIA PERDE COM A SAÍDA DE NIKO

Fiquei bastante chateado com a saída do treinador Niko Kovač da Seleção Croata. O treinador não resistiu aos dois resultados ruins nas Eliminatórias da Euro 2016 -empate diante do Azerbaijão e derrota para a Noruega, ambas fora de casa. A Hrvatska, com isso, caiu da liderança para a terceira posição em seu grupo. É realmente uma pena que Niko tenha deixado sua seleção, afinal ele havia resgatado o futebol bonito e ofensivo que caracterizou o seu país no passado, além de mesclar muito bem a experiência de veteranos (Srna e Olić) com a juventude dos garotos (Kovačić e Halilović). Que Niko e a Hrvatska reencontrem o caminho depois deste duro golpe.


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