Ficou pra Madri

Vini Jr. guardou dois na partida (imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague).

Bayern München e Real Madrid vivem momentos opostos na temporada: os alemães tiveram um ano frustrante com a perda dos dois títulos nacionais enquanto os espanhóis se recuperaram após um início preocupante. A despeito disto, os dois times fizeram uma partida equilibrada na Allianz Arena e que terminou em um justo empate.

Thomas Tuchel foi a campo no tradicional 4-2-3-1 variando para 4-4-2 com Mazraoui no lugar de Davies; Müller de volta ao onze inicial com liberdade para entrar na área; e com Musiala e Sané invertidos. Carlo Ancelotti manteve o 4-4-2 losango com Nacho no lugar de Militão, Lucas Vázquez na lateral direita e Tchouaméni de primeiro volante.

O Bayern tomou a iniciativa e tentou surpreender o Real principalmente pela esquerda com Sané, que geralmente atua pelo outro lado. Os Merengues, recuados, responderam pela direita com Valverde e Rodrygo tentando acionar Bellingham que se infiltrou na área como um falso nove.

Os mandantes criaram mais chances mas não conseguiram vazar o goleiro Lunin. Toni Kroos, aproveitando que o Bayern estava com as linhas adiantadas, achou Vini Jr. livre pela esquerda e o brasileiro abriu o placar para os visitantes.

Bayern, em 4-4-2, inverte os ponteiros e tenta se infiltrar pelos
flancos. Real, em 4-4-2 losango, responde pela direita com
Valverde e Rodrygo tentando acionar Bellingham pelo centro
(imagem obtida via this11.com).

Thomas Tuchel volta do intervalo com uma mudança inusitada colocando Raphaël Guerreiro no lugar de Goretzka e mudando o esquema para 4-1-4-1/3-6-1. Laimer passa a atuar como um terceiro zagueiro e Sané e Musiala retornam às suas posições naturais. As alterações fazem com que o Bayern ganhe superioridade no meio-de-campo e trave o real.

Sané, agora pela direita, consegue o empate e, minutos depois, Musiala cai na área para que Kane consiga a virada. O Bayern segue mais agressivo em campo mas Rodrygo, em uma escapada, é derrubado por Kim e Vini Jr. consegue igualar novamente de pênalti.

Bayern trava o Real no 3-6-1 e vira o jogo graças aos seus
ponteiros, mas Rodrygo, em uma rara escapada, consegue o
pênalti para os espanhóis empatarem de novo (imagem
obtida via this11.com).

Bayern e Real terminam a partida em um justo e surpreendente empate. O prejuízo ficou um pouco maior para os bávaros que tinham o controle do jogo e agora terão de buscar resultado na casa do adversário.

O confronto demonstra porque o mata-mata tanto fascina o torcedor brasileiro: poucos poderiam imaginar que o Bayern, mesmo em má fase, poderia equilibrar um confronto contra um Real em um momento muito melhor. Resta saber se a força demonstrada pelos bávaros em casa será exibida também no Santiago Bernabéu onde os Merengues são francos favoritos.

imagem extraída de www.facebook.com/ChampionsLeague

Fotometria de Chama

Eu era péssimo em química analítica instrumental, disciplina que demonstra aos alunos como funcionam os aparelhos que analisam amostras. Eu fiquei em recuperação -merecidamente, cabe mencionar- e passei com uma nota cinco redonda. Mas a matéria foi extremamente útil durante o meu mestrado e mesmo os erros que eu cometi na graduação foram de muita valia, como mostrarei adiante.

Eu, muitos anos depois, estava fazendo uma matéria na pós-graduação quando tivemos de analisar a quantidade de sódio e de potássio na urina através do método de "fotometria de chama". Um breve explicação: consiste em pulverizar a amostra no fogo e os átomos excitados pelo calor irão emitir luz, o que justifica o nome do procedimento -foto-luz e metria-medição.

Eu já conhecia o método da graduação. Eu, inclusive, sabia de seus riscos como o flashback -o fogo pode voltar pelo cano do gás e explodir o reservatório de combustível. Eu estava comentando isso com os colegas durante a demonstração e deixei todos no laboratório preocupados, inclusive a professora responsável!

Tivemos que fazer um relatório sobre a experiência e eu era o único do grupo que conhecia o método. Eu inclusive sabia exatamente o livro onde poderíamos encontrar as informações de que precisávamos -era o "Princípios de Análise Instrumental" de Skoog e Holler! Eu apanhei tanto daquela matéria que até hoje lembro que a cor da capa era azul!

Meus colegas, enquanto discutíamos o relatório, confundiram o método com a "absorção atômica", que é bem parecido com a fotometria. Eu, porém, sabia que esse erro era bem comum porque eu o havia cometido durante a graduação e isto foi justamente um dos motivos que me levaram à recuperação em química analítica! O meu equívoco do passado salvou o nosso trabalho!

Há pessoas que afirmam que "o sábio não comete erros, e ,sim, aprende com o erro dos outros". Discordo plenamente, afinal todo o conhecimento que eu obtive foi através das minhas próprias falhas que contribuíram imensamente para a minha formação. Aquela recuperação que eu peguei em química analítica instrumental foi fundamental para que eu salvasse o nosso trabalho durante o mestrado.

Fechamento?

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Luis Zubeldía é o sexto treinador da gestão Julio Casares. Antes do argentino, passaram pelo São Paulo Fernando Diniz (que fora contratado pelo antecessor Leco), Hernán Crespo, Rogério Ceni, Dorival Júnior e Thiago Carpini. Isto sem mencionar os interinos Vizzoli, Lucas Silvestre e Milton Cruz que comandaram o time durante as mudanças de técnico.

Casares demitiu quatro dos cinco treinadores mencionados -Dorival foi o único que saiu por espontânea vontade para assumir a Seleção Brasileira. Dos dispensados, Diniz, Crespo e Ceni deixaram o clube porque havia insatisfação por parte do elenco -Carpini ainda tinha apoio dos jogadores. O ex-goleiro e o ex-atacante não tinham tanta proximidade do grupo e a relação com os atletas era muito mais profissional do que paternal -o mineiro ainda tinha respaldo por parte dos atletas.

Diniz perdeu de vez o controle do vestiário após insultar o volante Tchê Tchê durante a derrota para o Red Bull Bragantino. Crespo caiu após implementar a "renovação silenciosa" no elenco ao mandar para o banco jogadores que a diretoria não tinha o interesse de manter. E a gota d'água para Ceni foi o incidente Marcos Paulo quando o ex-goleiro cobrou o meia por supostas críticas na internet.

Zubeldía é um treinador experiente apesar da pouca idade. O argentino já comandou nove times diferentes durante 19 anos de profissão, incluindo equipes em sua terra natal, Equador e Espanha. O São Paulo é sua primeira experiência no futebol brasileiro. A primeira impressão foi excelente com o Tricolor se impondo diante do Barcelona de Guayaquil a despeito da altitude equatoriana naquela que seria, teoricamente, a partida mais difícil do grupo.

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Zubeldía, segundo jornalistas, não é um treinador muito próximo dos jogadores e que prefere se relacionar com o elenco de maneira apenas profissional. Este é justamente um dos maiores problemas que técnicos estrangeiros enfrentam aqui no Brasil onde atletas podem formar "panelas" e derrubar um comandante.

O futebol brasileiro, portanto, exige que os treinadores saibam se relacionar com o grupo visto que os jogadores são os "ativos" do clube e um atleta afastado significa sua desvalorização, levando a um consequente prejuízo para a instituição. Ademais, é sempre mais barato e viável demitir o técnico do que um futebolista.

Casares provavelmente escolheu Zubeldía porque quis dar um "choque de gestão" no elenco, tirando o grupo do comodismo após os dois títulos conquistados e também para acabar com o estilo paternalista, que era marca registrada de Dorival Júnior e de Thiago Carpini. 

Zubeldía causou uma excelente primeira impressão ao vencer o jogo mais difícil da chave na Libertadores. Resta saber se, a longo prazo, o elenco irá assimilar bem a brusca mudança no comando. O argentino demonstrou um estilo de jogo vistoso e vibrante, mas o próprio São Paulo é um exemplo de que técnica e resultados não são os únicos fatores que fazem um time prosperar.

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Goste ou Não, Veiga Precisa Ter Sua Experiência no Exterior

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A carreira de um esportista é muito efêmera e um jogador aos 30 anos já é considerado "velho" ao ponto de dificilmente conseguir mercado entre os grandes clubes europeus. Raphael Veiga, aos 28 anos (completa 29 em julho), sabe que é o momento de deixar o Palmeiras e partir para voos mais altos ou, ao menos, obter a desejada "independência financeira" em sua carreira.

Veiga, que foi galgando aos poucos seu espaço no Verdão, tornou-se um dos pilares do time ao ponto do clube rechaçar qualquer sondagem pelo jogador. Isso somado ao apego exagerado do treinador Abel Ferreira que exigia a manutenção de seus titulares a qualquer custo, o que levou o Palmeiras a negociar joias de sua base para evitar um desmanche no elenco.

A contratação de Felipe Anderson pelo Palmeiras, contudo, fez com que jornalistas especulassem que a vinda do meia da Lazio seria o indicativo de que Veiga deverá ir embora desta vez. Simultaneamente, surgiram novos rumores de que o futebol saudita deseja o armador do Verdão e que o clube estaria disposto a aceitar.

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Não é exagero afirmar que Veiga já conquistou tudo pelo Palmeiras -faltou o Mundial de Clubes mas esse título atualmente é inviável dadas as discrepâncias entre o futebol brasileiro e o europeu. O meia parece ter atingido o seu teto no Alviverde e já se mostra preparado para novos desafios -ou, ao menos, aproveitar o seu apogeu para engordar ainda mais a conta bancária.

Veiga, caso opte pelo futebol saudita, sabe que ainda reuniria chances razoáveis de ser convocado, bem como disputar a Copa de 2026 visto que muitos jogadores brasileiros que atuam no Oriente Médio ainda são frequentemente chamados a despeito do baixo nível técnico da liga. Não obstante, os campeonatos locais vêm sendo televisionados por aqui o que ajudaria a manter o meia em evidência.

Os fãs podem lamentar a saída de Veiga -alguns até apelarão para ofensas como "ingrato" ou "mercenário"- mas jogadores possuem um tempo muito limitado dentro das quatro linhas e eles precisam aproveitar ao máximo enquanto seus corpos permitem atuar em alto nível. Ademais, nenhum clube é maior que um único atleta e a luta continua enquanto os futebolistas vão. Ou por acaso o Verdão deixou de ser grande quando Oberdan, Ademir ou Marcos penduraram as chuteiras?

Veiga cumpriu muito bem sua missão pelo Palmeiras e, caso realmente deixe o clube, pode afirmar que saiu pela porta da frente tendo escrito uma linda história na instituição. Saber a hora de ir embora é tão importante quanto a hora de permanecer.

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O Apressado Come Cru

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A temporada 2022-23 tinha tudo para ser histórica em Munique, afinal o Bayern München sobrou na fase de grupos da Champions League (obteve 100% de aproveitamento em uma chave com o Barcelona e a Internazionale) e o time bávaro reinava na Alemanha como sempre. A fase era tão boa que o garoto Josip Stanišić (que hoje está no Leverkusen) botou o poderoso atacante Mbappé no bolso durante as oitavas da Liga dos Campeões. Uma terceira Tríplice Coroa era um objetivo mais do que viável.

Era sabido, no entanto, que o treinador Julian Nagelsmann não tinha boas relações com as lideranças do elenco, em especial o capitão Manuel Neuer. Os dois diretores de futebol do Bayern, Oliver Kahn e Hasan Salihamidžić, tomaram o partido dos atletas e promoveram uma mudança no comando, contratando Thomas Tuchel. A derrota para o Leverkusen foi a desculpa para a troca de técnico.

O Bayern não reagiu bem à mudança e foi eliminado dos dois mata-matas. Não obstante, os bávaros fizeram uma campanha instável no restante da Bundesliga a o time de Munique só foi campeão graças a um tropeço do Borussia Dortmund na última rodada. Kahn e Salihamidžić foram responsabilizados pela queda de rendimento e foram desligados do clube.

Veio a temporada seguinte e o Bayern investiu pesado em reforços, em especial o atacante Harry Kane. O time bávaro, porém, viu o fim de sua hegemonia de 11 temporadas consecutivas na Bundesliga com o título do Bayer Leverkusen e ainda caiu na DFB Pokal para o modesto Saarbrücken, que joga a terceira divisão da Alemanha. Tuchel não suportou a pressão e anunciou que deixará a Baviera ao término da atual temporada.

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Nagelsmann, por sua vez, não ficou muito tempo desempregado e foi chamado para assumir a Seleção Alemã no lugar de Hansi Flick ainda em 2023. A Mannschaft demonstrou instabilidade durante um primeiro momento mas o treinador conseguiu recuperar a equipe e a Nationalelf voltou a vencer jogando um futebol convincente durante os últimos confrontos.

Os fatos aqui explanados serviram para comprovar o quanto a precipitação do Bayern custou caro ao clube, que continua pagando o preço até hoje pela troca de treinador em 2023. Ficou evidente que havia algo errado nos bastidores mas em campo o time manteve o profissionalismo e seguiu competindo. Era possível, portanto, manter Nagelsmann até o final daquela temporada e só então discutir uma mudança.

O time já havia jogado fora uma provável Tríplice Coroa em 2022-23 e o castigo agora chegou a cavalo para o Bayern com a perda de hegemonia da Bundesliga (que foi muito mais mérito do Leverkusen do que demérito dos bávaros), além da eliminação vexaminosa para o Saarbrücken. O próprio Tuchel, indiretamente, admitiu o erro de seu clube ao anunciar sua saída em fevereiro deste ano apesar de ter contrato até 2025.

Resta ao Bayern tentar uma reviravolta na Champions League, algo que Tuchel já conseguira em 2020-21 com o Chelsea. O adversário será o Real Madrid que o treinador, coincidentemente, eliminara durante aquela temporada nas semifinais. Se passar, o técnico reencontrará seus dois ex-times (Borussia Dortmund e PSG) na final, ambos muito bem conhecidos pelo alemão. As chances, de salvar o ano, portanto, ainda existem.

O Bayern demonstrou o quanto a precipitação pode ser um erro fatal. O clube não quis passar vergonha na Bundesliga em 2023 mas acabou pagando um preço muito alto pela atitude. Futebol deve ser administrado com profissionalismo e seriedade, e jamais "no calor do momento".

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Rodízio: Um Mal Necessário?

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A palavra "rodízio" foi mencionada pela primeira vez no futebol brasileiro em 2015 quando Juan Carlos Osorio assumiu o São Paulo. Sob as ordens do colombiano, os jogadores não tinham a titularidade assegurada e a escalação era alterada a cada jogo. A inovação não foi bem aceita por torcedores e por boa parte dos jornalistas. A instabilidade demonstrada pelo Tricolor (que foi agravada pelo desmanche do elenco) ajudou a aumentar a rejeição pelo sistema. Cinco anos depois, Dome Torrent tentou, sem sucesso, implementar o mesmo esquema no Flamengo e o treinador catalão foi igualmente hostilizado.

A imensa maioria dos treinadores brasileiros, contudo, se viu obrigada a adotar o sistema de rodízio mesmo contra sua vontade. A sequência insana de partidas do Brasil e a intensidade física exigida pelo futebol atual obrigou os técnicos a revezarem seus atletas com mais frequência. Mesmo Tite, que sempre fora conservador em seu estilo de jogo, levou a campo um Flamengo misto contra o Palmeiras durante o último domingo e deve fazer o mesmo hoje contra o Bolivar.

O sistema, que ainda causa estranhamento no Brasil, também vem sendo utilizado na Europa. Josep Guardiola, que fora o mentor de Dome, vem revezando bastante os seus jogadores ao longo da temporada. Atletas como Rico Lewis, Gvardiol e Doku não são titulares absolutos no City mas são utilizados com frequência pelo treinador. A justificativa é a mesma: preservar o elenco do desgaste físico e ter suplentes preparados para cobrir eventuais desfalques.

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Muitos jornalistas e ex-jogadores da velha geração ainda resistem ao rodízio sob as seguintes justificativas: há mais dificuldade para entrosar o elenco e o reserva pode ganhar o espaço do titular caso faça uma boa exibição. Isso sem mencionar que a equipe tende a oscilar inicialmente com as mudanças no onze inicial, algo que sempre fora observado nos trabalhos de Dome e de Osorio.

As atuais exigências físicas do futebol somadas à maratona de jogos, porém, vem obrigando os treinadores a se adaptarem à nova realidade. Quem não se adequa, vê as lesões do elenco aumentarem e, consequentemente, há prejuízo técnico. Mesmo atletas atletas jovens vêm sentindo a sequência de partidas, tanto aqui no Brasil quanto no exterior.

O próprio Dome havia provado as virtudes do sistema quando seu Flamengo superou diversos desfalques por COVID-19 e, mesmo assim, o time venceu na altitude equatoriana em 2020. Durante a ocasião, os suplentes estavam em pleno ritmo de jogo e ainda conseguiram uma improvável vitória nos Andes.

O tempo, portanto, provou que Osorio e Dome estavam certos no fim das contas. O rodízio não apenas demonstrou ser um sistema útil como também necessário para que os times suportassem às exigências físicas e à maratona de jogos. Os críticos podem chiar o quanto quiserem, mas o sucesso do esquema é inegável e mesmo treinadores conservadores vêm adotando a medida.

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O Fim de Luan?

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Durou apenas 95 dias a passagem de Luan pelo Vitória. O meia-atacante, que havia chegado com status de grande contratação e recebido com festa no aeroporto, não vingou no Barradão e deixa o clube com apenas seis partidas disputadas. O jogador deu apenas uma assistência e não anotou nenhum gol durante o mencionado período. O destino do atleta deve ser a Série B visto que dos times da divisão estariam interessados no atleta.

Até hoje lembro quando Luan surgiu no Grêmio durante a metade da década de 2010. O jogador foi fundamental para a conquista da Copa do Brasil em 2016 e também da Libertadores no ano seguinte, quando foi eleito o melhor jogador da competição. O atleta esteve presente na Seleção Olímpica que faturou o então inédito ouro olímpico também em 2016.

A excelente fase do jogador fez com que muitos comunicadores afirmassem com convicção que "Luan seria convocado para a Copa 2018" e "que estaria na Rússia". A previsão, porém, não se concretizou e o futebol do meia, coincidentemente ou não, passou a decair desde então. O Grêmio sequer hesitou em negociar o atleta em 2020.

Luan recebeu chances no Corinthians, Santos e teve até um breve retorno ao Grêmio em 2023. Durante todas as oportunidades, contudo, o jogador apresentou apenas lampejos do "Rei da América" que ele fora em 2017. O fraco futebol fez com que o atleta deixasse todos os clubes mencionados pela porta dos fundos -ele chegou a ser agredido por torcedores do Timão após ser flagrado em um motel. O Vitória recebeu o atleta de braços abertos apesar de seu histórico ruim mas o meia decepcionou mais uma vez.

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Luan foi questionado mais de uma vez se sofria de depressão durante sua passagem pelo Corinthians, algo que o próprio blogueiro chegou a especular, mas o meia sempre negou veementemente. Alguns periódicos até noticiaram que o jogador sofria de algum transtorno psicológico, o que justificaria sua queda de rendimento, mas o atleta tratou de refutar cada uma das publicações.

O meia, aos 31 anos e com um desempenho recente ruim, não possui mais mercado entre os grandes clubes na Série A. O jogador pretendia dar a volta por cima no Barradão mas sequer conseguiu a titularidade no Vitória.

A Série B será a grande chance para provar que o craque que faturou tantos títulos pelo Grêmio ainda existe. O baixo nível técnico da competição e a menor pressão por títulos devem ser ideais para Luan se recuperar. O jogador deve atuar com menos expectativas como ocorrera em seus últimos clubes, que disputavam a elite do Brasileirão.

Luan, até a publicação deste texto, ainda não havia sido anunciado em nenhum clube. O jogador sabe que sua margem de erro está se esgotando e que em breve não haverá outra saída senão pendurar as chuteiras. O suposto interesse de um clube da Série B talvez seja a sua última chance para dar uma reviravolta.

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Tristeza para Uns, Alegria para Outros

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O Santos iniciou sua jornada na Série B durante o último sábado com uma vitória na Vila Belmiro sobre o Paysandu. Mesmo atuando na casa do adversário, o Papão jogou a vida diante do Peixe, tanto que os mandantes conseguiram fazer os gols apenas durante o segundo tempo. E a tendência é de que os próximos rivais também compliquem bastante para os praianos.

O rebaixamento do Santos foi uma verdadeira bênção para a Série B visto que o campeonato ganhou visibilidade com a presença do Peixe. Tanto que a Globo acertou a exibição da Segunda Divisão na televisão aberta, o que significa mais audiência e, consequentemente, mais lucros para os organizadores do campeonato.

Os adversários, da mesma forma, sabem que terão visibilidade graças à presença do Alvinegro. O fato dos jogos serem televisionados estimula os jogadores a se dedicarem ainda mais, afinal uma boa atuação diante dos praianos irá valorizar o passe dos atletas. Treinadores, da mesma forma, podem aspirar por clubes ainda maiores caso derrotem o tradicional Santos.

O Santos soube se preparar muito bem para a Série B trazendo o treinador Fábio Carille (que eu havia criticado anteriormente) e também vários jogadores experientes (Gil, Otero, Cazares, Giuliano, ...) para que o time tivesse "casca" visto que os confrontos na Segunda Divisão serão duros em todos os sentidos.

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Os rivais estarão ansiosos para se projetarem em cima do Peixe, afinal a grande maioria dos adversários sabe que esta é uma grande chance de ascensão em suas respectivas carreiras, seja na técnica, seja na força. Não será raro, portanto, que os oponentes apelem até mesmo para a deslealdade contra os atletas praianos visto que muitos torcedores costumam valorizar esse tipo de atitude. 

É o mesmo tipo de sentimento que ocorre durante os inúteis campeonatos estaduais onde equipes menos conhecidas tentam se projetar às custas das mais famosas. Atletas de times como Nova Iguaçu, Novorizontino, Água Santa e outras surpresas dos regionais se valorizaram e muitos já estão em clubes de divisões superiores.

O Santos é tecnicamente superior à grande maioria dos adversários na Série B e muito provavelmente conseguirá o acesso. A jornada, contudo, será bastante dura visto que o Peixe entrará na competição bastante visado pelos adversários que veem a grande oportunidade de subirem na vida às custas do Alvinegro.

O rebaixamento do Santos acabou sendo a grande felicidade para os organizadores da Série B e também para os demais participantes da competição. A tristeza de alguns acabou se tornando a alegria para outros. Quem diria...

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Farra em Mogi

Mogi das Cruzes, localizada na região leste da Grande São Paulo, acabou se tornando um lugar especial para o blogueiro após diversas visitas realizadas ao município. A cidade fica próxima à Serra do Mar e há diversas chácaras disponíveis para locação nas proximidades que os meus colegas de faculdade começaram a utilizar para suas festas. Não faço a menor ideia de como eles foram parar lá, mas passei a ir com frequência até o local desde 2014.

Dois amigos decidiram comemorar seu aniversário em uma das mencionadas chácaras. Não foi nem um pouco fácil chegar até lá visto que a Serra do Mar dificulta o uso de celular e de GPS. A situação piorou quando entramos nas estradas de terra, onde tínhamos pouquíssimas referências de como chegar até o local da festa. Confesso que não me lembro de absolutamente nada do caminho que percorremos.

Todo o esforço para chegar lá, porém, valeu a pena: a chácara era bastante espaçosa com piscina, sala de jogos, lago, alguns quartos e churrasqueira. Reencontrei diversos amigos que não via há anos, incluindo alguns que haviam se mudado para o exterior. Um dos convidados também trabalhava de DJ e organizou uma pool party no local.

Eu, como sempre. levei minha câmera fotográfica e tirei diversas fotos da festa. Não faltaram os tradicionais rituais da turma como o Farmácia Mi e as zoeiras com os aniversariantes, quase tudo devidamente registrado pelas minhas lentes.

Ficamos até a noite no local quando resolvemos ir embora. Pegamos uma chuva muito forte na volta -não faço ideia de como o carro não atolou na estrada de terra. Para piorar, o GPS não funcionava direito por causa da Serra do Mar e não faço ideia de como meus amigos conseguiram achar o caminho de volta. Cabe ressaltar: estava escuro e a tempestade prejudicava bastante a visibilidade! Apesar dos percalços, conseguimos chegar à Rodovia Ayrton Senna e voltamos à São Paulo sãos e salvos!

Esta foi a primeira das muitas viagens que fiz a Mogi das Cruzes. Voltaria mais vezes a cidade pelos mais variados motivos e com turmas diferentes. Foram tantas as visitas que o município acabou se tornando um lugar especial para o autor.

Âncoras do Passado

Imagem extraída de www.facebook.com/fcbarcelona

Carlo Ancelotti no Milan, Zinedine Zidane no Real Madrid, Muñeco Gallardo no River Plate e Renato Gaúcho no Grêmio foram vencedores em seus respectivos clubes como jogadores e também como treinadores. Por outro lado, Andrea Pirlo na Juventus e Rogério Ceni no São Paulo tiveram carreiras irrepreensíveis como atletas em seus respectivos times mas não obtiveram o mesmo sucesso na casamata. E no meio-termo está Xavi no Barcelona, que obteve títulos relevantes dentro e fora de campo mas que apresentou um desempenho abaixo do esperado no banco de reservas. O ex-meia não suportou a pressão e anunciou que deixará o Camp Nou no final desta temporada.

Xavi retornou ao Barcelona em novembro de 2021 após a demissão de Ronald Koeman, que havia sido rígido demais com o elenco. O clube havia tentado trazer o ex-meia durante outras ocasiões mas o ex-armador sempre relutou, preferindo continuar seu trabalho no Al-Saad do Catar. A crise que ameaçava consumir o seu time do coração, porém, comoveu o ex-jogador e ele acabou aceitando após a saída do holandês.

O ex-meia apresentou desempenhos pífios na Champions League durante suas duas primeiras temporadas (foi eliminado ainda na fase de grupos) mas conseguiu reaver o Campeonato Espanhol em 2022-23 após quatro anos sem o troféu. Xavi, porém, sempre conviveu com o excesso de expectativas desde o seu retorno à Catalunha e eram constantes as comparações com o seu mentor Pep Guardiola.

Imagem extraída de www.facebook.com/fcbarcelona

Xavi foi um grande ídolo no Barcelona e isto parece ter prejudicado o seu trabalho. Muitos acreditavam que o sucesso do ex-meia como jogador se repetiria na casamata, assim como acontecera com Johan Cruyff e Josep Guardiola em solo catalão. Os troféus que o ex-armador conquistara como atleta mais parecem ter se tornado um fardo, assim como ocorrera com Pirlo na Juventus ou com Ceni no São Paulo.

O Barcelona, não obstante, atravessa uma forte crise financeira que dificulta a contratação de reforços. Xavi não lançou nomes como Lamine Yamal, Fermín López e Pau Cubarsí apenas porque eram talentosos, mas também porque o treinador foi obrigado a promover atletas da base para cobrir buracos no elenco, o que diminuiu a competitividade do grupo a curto prazo. O ex-meia não resistiu à pressão e anunciou em janeiro que deixará o clube ao término da temporada.

Ainda há pequenas chances para Xavi permanecer na Catalunha segundo alguns jornalistas do blog Trivela, mas a pressão por títulos e a baixa expectativa por reforços devem findar o retorno do ex-meia ao Camp Nou. O ex-meia ainda tem potencial para se tornar um grande treinador mas o Barcelona acabou sendo uma carga pesada demais para um técnico ainda sem muito estofo.

Uma última sugestão: Xavi poderia se candidatar à sucessão de seu "quase xará" Xabi Alonso no Leverkusen, visto que a permanência do Basco na Alemanha ainda é incerta. Ambos possuem estilos de jogo semelhantes e a transição seria relativamente simples. O ex-meia ainda teria menos pressão por resultados a curto prazo e até poderia ajudar o Barcelona indiretamente, pedindo alguns garotos emprestados para amadurecê-los nos Aspirinas.

Imagem extraída de www.facebook.com/fcbarcelona

Torcedores Bipolares

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc

Thiago Carpini não resistiu à derrota diante do Flamengo e foi demitido ontem à tarde pelo São Paulo. O treinador, que fora contratado às pressas para o lugar de Dorival Júnior em janeiro, foi idolatrado inicialmente pela conquista da Supercopa do Brasil diante do Palmeiras e por ter quebrado o tabu contra o Corinthians na Neo Química Arena. O técnico, porém, passou a a ser hostilizado após a eliminação para o Novorizontino no Morumbis durante o Campeonato Paulista e os revezes após a última "data-FIFA".

A mudança de comportamento da torcida em relação a Carpini ficou evidente nas redes sociais, algo que eu pude atestar por experiência própria. Comentei em um canal do Youtube em fevereiro após a conquista da Supercopa do Brasil que ainda era cedo para considerar o São Paulo favorito a mais títulos e fui bastante criticado por fãs. Dois meses depois, observei as mesmas pessoas pedindo a cabeça do técnico.

Mais assustador foi observar o quanto aqueles mesmos torcedores defendem James Rodríguez (que chegou a ser afastado por Carpini) com unhas e dentes a despeito do colombiano demonstrar pouco comprometimento com o clube e ainda declarar que "gostaria de voltar à Espanha algum dia". O treinador, cabe lembrar, chegou a ser chamado de "burro" por não colocar o camisa 55 em campo.

É fato que Carpini ainda é muito jovem (tem 39 anos) e que ele ainda não possui o estofo do antecessor Dorival Júnior, mais acostumado aos grandes jogos e também conhecido por ser um ótimo "bombeiro". A inexperiência do agora ex-técnico do São Paulo ficou evidente durante algumas de suas decisões infelizes e também durante suas entrevistas.

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc

Ficou evidente, contudo, o quanto o "modismo" do torcedor pesou novamente, assim como havia sido com Hernán Crespo em 2021, quando fãs acreditaram que a conquista de um troféu automaticamente abriria o caminho para mais taças. Foi o que acontecera com o Flamengo após a "Era Jorge Jesus" após 2020 o que resultou nas constantes trocas de treinador.

A diretoria em nada ajudou ao adotar uma "postura de neutralidade" diante do clima, visto que não deixava evidente se Carpini ficaria ou se haveria a demissão, como escreveu o jornalista Marcelo Braga. Tal omissão serviu apenas para deteriorar a situação do time que passou a demonstrar tensão em campo diante dos constantes protestos do próprio torcedor.

Resultados e troféus são importantes, mas só são obtidos com trabalho sério e profissional, justamente o que faltou ao São Paulo entre 2013 e 2021 durante a "seca" de títulos. O clube facilmente cedia à pressão de organizadas sem antes tentar alguma solução. O torcedor tem o direito de reclamar do desempenho mas precisa compreender que futebol precisa ser gerido com racionalidade, e não com rancor após a primeira eliminação do ano.

Carpini cometeu erros e é inegável que era possível fazer melhor com o elenco à disposição por mais que os desfalques tenham pesado. Mas o torcedor teve a sua responsabilidade ao se deixar levar pelo "modismo" e não enxergar que o trabalho poderia sofrer oscilações, sobretudo quando inserido no contexto em que o treinador fora contratado.

Imagem extraída de www.facebook.com/saopaulofc

LEIA MAIS:

Paulo Cobos (ESPN)- "Peitar cornetas e manter Carpini é prova de coragem para Casares no São Paulo": www.espn.com.br/futebol/sao-paulo/artigo/_/id/13359944/peitar-cornetas-manter-carpini-prova-coragem-sao-paulo
 

A Grande Batalha Lateral

Kimmich (ao centro) fez o único gol do jogo
(imagem extraída de twitter.com/ChampionsLeague).

Bayern e Arsenal fizeram uma disputa equilibrada com dois times apresentando propostas parecidas e a decisão se deu em pequenos detalhes -a subida surpresa de Joshua Kimmich para ser mais exato. As duas equipes travaram grandes batalhas pelos flancos com os ponteiros e laterais se destacando bastante, tanto ofensivamente, quanto defensivamente.

As duas equipes foram a campo em 4-2-3-1 com a óbvia proposta de congestionar o meio-de-campo com os volantes e tentar o jogo pelas pontas. O Arsenal forçou pelos dois lados com Saka e Martinelli enquanto o Bayern concentrou suas jogadas pela direita com Sané, estratégia que Tuchel empregara com sucesso durante a partida de ida.

Os números do primeiro tempo -posse de bola, chances criadas, finalizações, ...- refletiram bastante o equilíbrio entre as duas equipes que necessitavam do gol para evitarem a prorrogação mas a bola se recusou a entrar ao longo de toda a etapa inicial.

Ambos os times em 4-2-3-1 com propostas semelhantes:
Arsenal ataca pelos dois lados com Saka e Martinelli
enquanto Bayern concentra suas ações pela direita
com Sané (imagem obtida via this11.com).

Ambos os times voltam sem modificações para o segundo tempo mas Thomas Tuchel libera os seus laterais para apoiarem um pouco mais. Foi desta forma que Kimmich apareceu de surpresa na área pela direita para cabecear um cruzamento de Guerreiro e colocar os bávaros em vantagem.

Mikel Arteta, necessitando da virada, colocou mais atacantes (Trossard e Jesus) ao passo que Tuchel recuou sua equipe com mais zagueiros (Kim e Upamecano). O Arsenal chegou mais vezes com perigo na área mas Neuer realizou boas intervenções enquanto o restante dos bávaros conseguiu controlar a situação com faltas.

Bayern consegue a classificação e tem a chance de salvar a temporada com a Champions League. Arsenal se despede da competição e concentra suas forças na Premier League onde disputa a liderança com o City -está a dois pontos atrás dos Citizens na tabela.

O Bayern venceu a "grande batalha lateral" talvez por ter mais experiência na Champions League, seja pelo elenco, seja pelo treinador. A grande maioria dos jogadores do Arsenal, por outro lado, estava estreando na competição nesta temporada, assim como o técnico Mikel Arteta. Os anos de ausência na Liga dos Campeões -de 2017-18 a 2022-23- parecem ter cobrado dos Gunners o preço no momento decisivo.

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Se É Bayer, É Bom!

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Bem-vindos novamente ao Farma Football! Eu pretendia me ausentar durante apenas duas semanas para uma viagem em janeiro (que não foi de férias ou turismo) mas resolvi estudar para algumas provas e acabei me desconectando um pouco do futebol. Aproveitei o tempo livre do qual eu dispunha para jogar videogame e escrevi alguns textos no meu outro blog, a Farmácia dos Games. Não deixem de visitar meu outro diário para conhecer meus trabalhos!

Assisti à goleada por 5x0 do Bayer Leverkusen sobre o Werder Bremen durante o último domingo. A vitória dos Aspirinas sobre os Papagaios confirmou o primeiro título da Bundesliga na história para os Werkself. E de maneira antecipada visto que o segundo colocado, Bayern München, não reúne mais chances matemáticas de tirar a diferença de 16 pontos nas cinco rodadas restantes.

Parecia apenas questão de tempo para o Leverkusen comemorar seu primeiro título no Campeonato Alemão visto que os Werkself apresentaram muita consistência nos resultados mesmo quando não jogavam bem enquanto os demais concorrentes pelo título -Bayern, Dortmund, Red Bull Leipzig o surpreendente Stuttgart- não possuíam a mesma regularidade dos Aspirinas. Não obstante, a equipe comandada por Xabi Alonso ainda não perdeu na temporada e está viva nas outras duas competições, a DFB Pokal (Copa da Alemanha) e a Europa League. Ou seja, é possível sonhar com uma Tríplice Coroa.

O mérito da conquista foi atribuído ao ex-volante Xabi Alonso que combinou o melhor do Tiki Taka (que ele aprendeu com Aragonés, Del Bosque e Guardiola) com o preenchimento de espaços (que o basco praticou com Rafa Benítez, Mourinho e Ancelotti). Todas essas influências foram observadas no jogo contra o Bremen onde víamos o Leverkusen atacando trocando passes em 3-4-3/3-6-1 e recuando em um 5-4-1 com apenas o atacante Boniface isolado na frente.

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O título inédito do Leverkusen, ademais, devolveu a competitividade à Bundesliga, afinal a hegemonia do Bayern München durava desde 2013 e o Campeonato Alemão estava se tornando previsível com o monopólio dos bávaros. O triunfo dos Aspirinas obrigará os Roten a saírem de sua zona de conforto enquanto os demais times veem renascer as esperanças de reaver o troféu em temporadas futuras.

A torcida não se conteve e invadiu o campo na BayArena quando o título foi confirmado -veja na foto acima! Uma pena que as comemorações tiveram de ser contidas para os jogadores visto que a temporada ainda não acabou para o Leverkusen. Tanto que Xabi Alonso poupou Grimaldo, Wirtz, Frimpong e Palacios (que entraram no decorrer da partida) pensando no confronto de amanhã contra o West Ham válido pela Europa League. Mesmo o tradicional banho de cerveja para os campeões da Bundesliga foi realizado com moderação.

O Bayer ainda terá muitos desafios além dos jogos restantes na temporada. O elenco está valorizado e alguns dos jogadores devem sair seduzidos por clubes mais abastados e com mais chances de vencer a Champions, em  especial Grimaldo, Wirtz e Frimpong que foram os principais destaques dos Aspirinas. O treinador Xabi Alonso também pode deixar a BayArena a despeito dos dirigentes terem garantido a permanência do ex-volante até 2025 visto que o próprio basco já declarou que pretende disputar a Premier League na Inglaterra algum dia novamente..

Nada, porém, abala o triunfo histórico do Leverkusen repleto de significados. Os Aspirinas provaram que o futebol bonito e o pragmatismo podem coexistir em harmonia. E que os sonhos podem ser realizados no esporte mesmo que o torcedor tenha de esperar longos 119 anos. 

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