sábado, 30 de dezembro de 2023

Bola de Segurança

Marcelo Teixeira está de volta à presidência do Santos
(imagem extraída de www.facebook.com/santosfc).



Marcelo Teixeira e Fábio Carille estão de volta ao Santos. O mandatário, que havia sido presidente em 1992-93 e 2000-09, foi eleito em um pleito agitado onde cinco candidatos concorreram e marcado por tentativa de invasão por parte de torcedores. O treinador, que estava no Japão e que teve passagem pela Vila Belmiro entre 2021 e 2022, retorna após recusa de Thiago Carpini.

Ambos foram escolhidos justamente porque já tiveram passagens anteriores pelos seus respectivos cargos, algo que o jornalista Jorge Iggor chamou de "bola de segurança" em seu canal no Youtube. Teixeira e Carille terão a dura missão de levar o Peixe de volta à Série A e de montar um elenco competitivo a despeito da situação financeira delicada. O clube praiano está bastante endividado, as cotas do Paulistão 2024 já foram antecipadas e o time disputará apenas duas competições, o que significa menos receita.

É fato que o Santos abusou da sorte durante os últimos três anos quando brigou muito mais contra o rebaixamento do que por títulos. As finanças e os erros das gestões anteriores foram fatores determinantes para as escolhas de Teixeira e Carille uma vez que ambos eram vistos como opções menos arriscadas por já conhecerem clube.



Fábio Carille retorna para a sua segunda passagem no
Santos (imagem extraída de www.facebook.com/santosfc).



O Santos, porém, poderia ter buscado por soluções mais arrojadas neste momento -não confundir com "irresponsáveis"- visto que o Peixe é franco favorito ao troféu da Série B e há uma certa margem para apostas. O clube poderia ter apostado em algum presidente mais jovem e com ideias ousadas enquanto Teixeira começou "ressuscitando" Modesto Roma Jr., ex-mandatário que foi expulso do quadro de sócios.

Carille conseguiu montar elencos competitivos pelo Corinthians apesar dos poucos recursos disponíveis, algo que se espera dele também no Santos. O paranaense, porém, possui um perfil conservador e de pouca ousadia em campo. Seria mais interessante buscar por um técnico com ideias um pouco mais revolucionárias aproveitando que o time começará do zero em 2024. Ademais, seria interessante tentar aproveitar mais a base neste momento visto que a situação financeira dificultará as grandes contratações e o Peixe deveria tentar lucrar algum dinheiro com a venda de atletas durante este momento de crise.

O Peixe, portanto, poderia começar 2024 tentando realizar algo diferente e visto que há margem para erros, mas optou por soluções conservadoras diante do cenário inédito de rebaixamento. Não é errado escolher o "caminho seguro" após um trauma tão grande mas a instituição necessita de mudanças reais -desde as categorias de base até os dirigentes- se quiser romper de vez com o círculo vicioso que causou a crise e, consequentemente, o descenso para a Série B.



Imagem extraída de www.facebook.com/santosfc




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