quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A Ameaça Vermelha

Imagem extraída de https://www.facebook.com/SeleccionChilena/



Começa hoje a jornada da Seleção Brasileira em busca de uma vaga para a Copa do Mundo 2018. Serão dez seleções disputando cinco vagas (uma via repescagem) em uma competição no sistema de pontos corridos, havendo turno e returno em um total de dezoito rodadas.

O primeiro adversário será o Chile, em partida a ser realizada no Estadio Nacional, na capital chilena Santiago.

Os chilenos, há algum tempo atrás, eram nossos grandes fregueses. Mesmo seus melhores jogadores não eram páreo para o Brasil, que sempre aplicava grandes goleadas sobre a Roja. Nem mesmo Marcelo Sallas e Bambam Zamorano foram capazes de quebrar o tabu que impusemos sobre eles. Mas hoje tudo pode ser muito diferente, sobretudo levando-se em conta que não teremos Neymar, ainda suspenso pela confusão durante a última Copa América.

O Chile é o atual campeão da Copa América. Nossos adversários estarão empolgados pela conquista do título, motivados e empurrados pela sua torcida, que transformará o Estadio Nacional em um caldeirão. Será difícil para o Brasil jogar sob tamanha pressão.

A equipe vermelha joga um futebol moderno, vistoso, vibrante. Seu estilo combina o toque de bola típico do futebol europeu com a raça sul-americana. Seus jogadores são rápidos para criar jogadas de ataque e também para recompor a defesa. Os chilenos não têm medo de dividir bolas, independente da força ou da tradição dos rivais.

A principal arma do Chile é a compactação. Os jogadores se mantêm próximos uns dos outros, tanto no ataque quanto na defesa. Isto evita que a Roja perca a bola quando está atacando e também tira os espaços dos rivais quando a equipe está se defendendo. Tudo de maneira muito semelhante aos times europeus.



Chile compacto no ataque (esquerda) e na defesa (direita): os jogadores buscam se manter próximos uns dos outros
para manter a posse de bola através da troca de passes curtos (esquerda) e também para tirar os espaços dos
rivais quando a Roja está sem a bola (direita) -imagem obtida via this11.com.



O Chile, contudo, sofre por ser uma equipe composta por atletas de baixa estatura. As jogadas aéreas costumam ser um grande problema, principalmente para o goleiro Claudio Bravo. O Brasil, portanto, pode tentar tirar proveito dos chuveirinhos ou então levantar bolas em cobranças de falta e de escanteio.



O Chile, devido à estatura de seus atletas, tem muitos problemas com a bola aérea, fraqueza da
qual o Brasil pode tirar proveito (imagem obtida via https://www.facebook.com/CBF/).



A zaga do Chile também não transmite muita segurança e o Brasil também pode se valer disto. Uma pressão na saída de bola dificultaria muito a vida dos chilenos, obrigando-os a tentar bolas longas, tipo de jogada na qual eles não se saem muito bem.

O Brasil, contudo, teria de manter os atacantes e os meias no campo de ataque, mas o treinador Dunga não preza pelos esquemas ofensivos, preferindo manter a equipe recuada para tentar contra-ataques. Acredito que nossa Seleção dificilmente tentará isto.



Uma linha de quatro jogadores postada frente à zaga chilena
ajudada pelo avanço dos laterais dificultaria a recomposição
 de bola rival e ainda nos permitiria criar muitas chances de gol,
mas será que Dunga, que sempre foi um treinador conservador,
teria ousadia para utilizar tal esquema diante de um rival tão
forte (imagem obtida via this11.com)?



Uma última fraqueza a ser explorada pelo Brasil é o desfalque do volante Charles Aránguiz. O meio-campista se lesionou e só volta a atuar em 2016. É provável que o treinador Jorge Sampaoli faça alterações no lado esquerdo da defesa para suprir tal ausência. Nossa Seleção pode criar chances de gol por lá aproveitando que a zaga estará "remendada" naquele lado.



É provável que Sampaoli monte um esquema para fechar o lado
esquerdo da defesa colocando um lateral mais defensivo
(Albornoz) e um winger para cobrí-lo (Beausejour). O Brasil
poderia aproveitar o "remendo" e tentar triangular bolas pelo
lado direito, mas o treinador argentino tem o hábito de ousar
nas escalações e pode surpreender (obtido via this11.com).



Seria injusto apontar destaques individuais do Chile, afinal o forte da Roja é o jogo coletivo, com os jogadores oferecendo cobertura uns aos outros para a elaboração de jogadas ou para a marcação.

Vale destacar, ainda assim, o atacante Alexis Sánchez (foto abaixo -em excelente fase no Arsenal), o volante Arturo Vidal (considerado o principal jogador da equipe) e o atacante Eduardo Vargas (que sempre dá trabalho quando enfrenta o Brasil).

Alguns jogadores convocados por Sampaoli tiveram passagens pelo futebol brasileiro e conhecem muito bem o nosso jeito de jogar. São os casos do goleiro Johnny Herrera (Corinthians), o zagueiro Christian Vilches (Atlético-PR), o lateral Eugenio Mena (Santos e Cruzeiro), o meia Jorge Valdívia (Palmeiras), o winger Jean Beausejour (Grêmio) e o atacante Eduardo Vargas (Grêmio).

Será que o Brasil consegue passar por essa pedreira? Um empata já vem sendo cogitado como um "bom resultado".



Imagem extraída do Facebook oficial de Alexis Sánchez- https://www.facebook.com/alexissanchez7/



DORIVA

O São Paulo anunciou o ex-volante Doriva para comandar o time no restante de 2015. O treinador terá a missão de levar o Tricolor à Libertadores e pode fazê-lo seja chegando ao G-4 do Brasileirão ou vencendo a Copa do Brasil. Doriva tem identificação com o São Paulo pelos títulos conquistados nos anos 90 e fez bons trabalhos em clubes do Interior Paulista, o Ituano e a Ponte Preta. Mas ele não resistiu à pressão de trabalhar em clubes grandes, como o Vasco e o Atlético Paranaense. Como ele se sairá dirigindo mais um time grande e sob tamanha pressão por resultados a curto prazo?



ARGENTINA

Messi recuou em sua decisão de "dar um tempo" na Seleção Argentina, mas ele desfalcará a Albiceleste nas quatro primeiras das Eliminatórias da Copa 2018 devido a uma lesão. Será que o atacante realmente não faz nenhuma falta à sua seleção, como andaram dizendo alguns de seus críticos? A resposta virá nestas partidas em que ele será um mero torcedor.



CROÁCIA

A Croácia irá para o "tudo ou nada" neste final de semana em busca de uma vaga para a Euro 2016. A Hrvatska terá um confronto direto contra a Bulgária no sábado e visita o já eliminado País de Malta na próxima terça-feira. Contrariando às expectativas, os dirigentes croatas não nomearam nenhum ex-jogador para substituir o demitido treinador Niko Kovač, preferindo educador físico Ante Čačić, que comandou diversos times do futebol local. Os Enxadrezados chegaram a liderar o Grupo H, mas a equipe caiu de rendimento nos últimos jogos e ainda foi punida com a perda de pontos devido aos vandalismos promovidos por seu torcedor. Será que a Croácia, sob nova direção, consegue se recuperar na reta final?


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