sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Vermelho de Raiva

Imagem extraída de https://www.facebook.com/SeleccionChilena/



O Brasil começou sua jornada em busca da Copa 2018 com o pé esquerdo. Nossa Seleção até se esforçou, mas teve pouca ousadia para enfrentar o Chile e pagou o preço por isso.

Dunga foi à campo com uma formação conservadora, o 4-2-3-1 utilizando Douglas Costa na vaga de Neymar (suspenso) e Hulk como "falso nove". Deu azar de perder David Luiz ainda no primeiro tempo e colocou Marquinhos em seu lugar.

O Chile também foi tímido no primeiro tempo. Os donos da casa atuaram recuados e buscaram chances em contra-golpes. Não à toa o jogo havia sido muito sonolento na primeira etapa, com as duas equipes bastante recuadas e com posse de bola parelha. A partida estava tão ruim que o treinador Jorge Sampaoli queimou uma alteração ainda na primeira etapa, trocando o volante Francisco Silva pelo winger Mark González.

O panorama do jogo não mudaria muito até o final do primeiro tempo, mas o melhor (ou pior) estava por vir.



Brasil no 4-2-3-1 contra o Chile no 3-4-3, com ambos os times
após as modificações no primeiro tempo: ambas as equipes
tentaram criar chances pelos lados, mas ninguém conseguia
transpor a marcação adversária, tornando o jogo bastante
amarrado (imagem obtida via this11.com).



Se a partida estava monótona no primeiro tempo, ganhou movimentação e emoção na etapa complementar. Os lances tornaram-se mais ríspidos, com muitas faltas cometidas por ambas as equipes.

Sampaoli tirou o apagado Valdívia para colocar Matías Fernández e liberou sua equipe para atacar mais, ao passo que Dunga recuou o Brasil em duas linhas de quatro. Willian, Hulk e Douglas Costa tentavam chegar ao gol de Bravo em contra-golpes, mas os chilenos voltavam rapidamente para recompor a defesa.

Já dizia aquela frase, "quem não faz, toma". E o Brasil, de tanto fazer jogadas infrutíferas em contra-golpes, acabou cedendo um escanteio que virou um gol em um arremate de primeira nos pés do carrasco Vargas. Justamente aquele pequeno Vargas que sempre se agiganta quando enfrenta a nossa Seleção.



Chile foi mais agudo com a troca de Valdívia por Matías
Fernández. Brasil recua e apenas seus três atacantes
avançam em contra-golpes, mas o trio peca nas finalizações
(imagem obtida via this11.com).



O Chile, que estava à frente no placar, recuou. Mas não para se defender, e sim para jogar em cima do nervosismo do Brasil. A Roja sabia que seus adversários viriam para cima e dariam espaços para contra-golpes. Vargas e Alexis Sánches ainda permaneciam à frente para pressionar a saída de bola brasileira.

Dunga, como previa Sampaoli, escancarou o time em busca do gol de empate. Tricou Luiz Gustavo por Lucas Lima e Hulk por Ricardo Oliveira. Mas o Brasil acabou caindo na armadilha chilena e cedeu o segundo gol. E, por pouco, não leva o terceiro.



Brasil vai para o "tudo ou nada" no 4-1-4-1, mas perde a bola
para o Chile compacto no 3-5-2 e cede contra-ataques,
principalmente no lado esquerdo da defesa, por onde Vidal e
Isla criavam chances de gol (obtido via this11.com).



O Brasil acaba derrotado em sua estréia nas Eliminatórias da Copa 2018. Uma derrota diante do Chile, que estava em um melhor momento, era até esperada.

Nossa Seleção, contudo, pecou pela falta de ousadia. A Roja foi superior em campo, mas tinha fraquezas que poderiam ter sido exploradas pelo Brasil, como expliquei no post de ontem. Uma pressão bem feita na saída de bola ou jogadas aéreas melhor trabalhadas poderiam, ao menos, ter nos dado um empate em Santiago.

Nossos atletas, não obstante, se desesperaram após o gol sofrido, assim, como acontecera na Copa do Mundo e na Copa América. A cobrança excessiva por resultados e a falta de preparo psicológico pesaram, mais uma vez, contra nossa Seleção.

Caberia ao treinador Dunga tranquilizar seus homens e liderá-los, tal qual ele fizera em seus tempos de jogador. Um técnico excessivamente pressionado e adepto do estilo "guerreiro", contudo, só consegue colocar mais pilha em seus comandados. Como resultado, o Brasil não consegue manter a cabeça no lugar nos momentos mais críticos.

E acaba deixando o gramado vermelho de raiva.



Imagem extraída de https://www.facebook.com/SeleccionChilena/



ALEMANHA

Foi injusta a derrota da Alemanha para a República da Irlanda. A Mannschaft teve mais posse de bola e criou mais chances de gol, mas se deparou com uma Irlanda covarde e que achou seu gol em um contra-golpe que nasceu de um chutão de seu goleiro.



ARGENTINA

Inacreditável a Argentina, que perdeu em casa diante de um Equador desfalcado. Do pouco que eu vi do jogo, que aconteceu em paralelo ao do Brasil, apenas Tévez, Mascherano e Di María pareciam ter vontade de jogar bola. O time parece ter sentido a pressão de jogar junto de seu torcedor após meses fazendo amistosos fora do país. Imagino como estão agora os críticos de Messi, quando afirmavam que a Pulga "não fazia falta para a Argentina".



URUGUAI

O Uruguai, mesmo jogando na altitude de La Paz, não teve dificuldades em bater a desfalcada Bolívia pelo placar de 2x0. Os donos da casa foram se irritando com a superioridade da Celeste e começaram a bater, ao ponto de um jogador ser expulso. Foi um grande resultado para o Uruguai, que vai tentando se reerguer das campanhas ruins nas últimas competições disputadas.


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