terça-feira, 12 de maio de 2015

Emulador de Barcelona

Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- https://www.facebook.com/fcbayern/



Guardiola assumiu o Bayern no início da temporada 2013-14. Ele tinha a missão de manter o bom nível da equipe multicampeã comandada por Jupp Heynckes, hoje aposentado. A missão era árdua, afinal é sempre muito difícil melhorar ou mesmo manter uma equipe considerada "perfeita". Heynckes havia reunido todos os ingredientes possíveis para montar aquela equipe que venceu tudo em 2013: jogo coletivo, futebol bonito, ofensividade, força física, consistência defensiva e boas opções de jogadores para todas as posições. O que poderia ser melhor do que isto?



O Bayern vencedor da Champions League 2012-13: o tradicional
4-2-3-1 oferecia solidez defensiva e muitas opções para o ataque.
Os jogadores sempre deixavam o campo extenuados devido à
movimentação intensa, mas sempre havia opções no banco para
se manter o nível técnico da equipe (obtido via this11.com).



Guardiola ainda nem havia estreado em jogos oficiais pelo seu então novo clube e já estava causando furor nos bastidores. Pediu a contratação de Mario Götze (que pertencia ao arquirrival Borussia Dortmund), promoveu uma "espanholização" da equipe ao contratar dezenas de conterrâneos (Thiago Alcântara, Pepe Reina, Xabi Alonso e Juan Bernat, entre eles) e promoveu dezenas de "invenções" na equipe ao escalar atletas fora de suas posições habituais. Isso sem falar nos jogadores que foram barrados ou deixaram o clube após as mudanças -Mandžukić, Kroos e Shaqiri foram embora.

O treinador catalão também tratou de implantar seu futebol de toque de bola na Baviera. A equipe jogava no Tiki-Taka típico do Barcelona e Seleção Espanhola. O toque de bola substituiu a movimentação intensa de Jupp Heynckes.

Analisando as mudanças propostas por Guardiola no Bayern, percebemos que o treinador estava, praticamente, emulando seu antigo clube em seu novo time. Comparando o Barcelona de 2010-11 com o Bayern de 2013-14, percebemos que os jogadores desempenham funções muito semelhantes. Em ambos os times haviam laterais bastante ofensivos e pouco defensivos (Dani Alves e Adriano no Barça, e Rafinha e Alaba no Bayern), um zagueiro que alternava as funções de defensor e volante (Mascherano no Barça e Javi Martínez no Bayern), um meia com qualidade de marcação (Xavi no Barça e Schweinsteiger no Bayern), um armador com presença de área (Iniesta no Barça e Götze no Bayern) e um "falso nove" (Messi no Barça e Müller no Bayern). Observe na figura abaixo as semelhanças entre as duas equipes.



Barcelona na final da Champions 2010-11 (esquerda) e Bayern na temporada 2013-14 (direita):
semelhanças no comportamento dos atletas e também no estilo de jogo (imagem obtida via this11.com).



Passados quase dois anos desde sua vinda, Guardiola vem sendo duramente contestado na Alemanha. O treinador vem sendo criticado por valorizar a posse de bola em detrimento à criação de oportunidades. Isso sem falar em suas invenções que, por sinal, foram adotadas também pelo treinador da Seleção Alemã, Joachim Löw.

A sequência de revezes do Bayern evidenciou as vulnerabilidades do esquema de Guardiola, outrora considerado um gênio enquanto esteve à frente do Barcelona. Ou, simplesmente, o estilo do treinador catalão simplesmente não funcionou como se esperava na equipe bávara.

Sempre fui admirador de Guardiola e de seu estilo de jogo. Nem mesmo as campanhas decepcionantes do Barcelona e da Espanha em 2014 me fizeram mudar de opinião com relação ao Tiki-Taka. Mas faltou a Guardiola compreender que o Bayern não é e jamais será um novo Barcelona. Os dois clubes até possuem semelhanças, como o forte investimento nas categorias de base e a valorização dos ex-jogadores, mas são equipes com culturas e mentalidades diferentes de jogo.

Eu havia escrito há alguns meses atrás que o Barcelona ainda não havia virado a página de Guardiola ao buscar obsessivamente um treinador que adotasse um estilo semelhante enquanto via o treinador catalão seguindo sua vida.

Pelo jeito, Guardiola também não esqueceu o Barça.



Imagem extraída do Facebook oficial do Bayern München- https://www.facebook.com/fcbayern/



UMA PATADA NA MÁ FASE

A imprensa está elogiando as declarações do atacante Alexandre Pato, que afirmou seu desejo de sair de vez do banco de reservas. O paranaense fez o gol da vitória sobre o Flamengo na rodada de abertura do Brasileirão 2015 e igualou sua marca de gols no ano passado. Vou fazer coro com o que os jornalistas e comentaristas opinaram sobre as declarações do jogador: espero que tais palavras se traduzam também em atitudes, e não apenas algo para chamar a atenção. Pato tem futebol para voltar à Seleção e também à Europa, mas precisa demonstrar isso em campo.



RISCO DE INCÊNDIO

O Real praticamente não tem mais chances de ganhar o Campeonato Espanhol e precisa reverter a desvantagem de 2x1 sofrida diante da Juventus em Turim. Basta uma vitória simples (1x0) amanhã para que os Merengues possam ir à final. E o time madrilenho contará com o apoio de sua torcida para sufocar os italianos no Santiago Bernabéu. Uma derrota, porém, poderá custar muito mais do que a vaga na decisão em Berlim. O Real fez um grande planejamento e contratou reforços de muito peso (James Rodríguez, Kroos, Keylor Navas, Chicharito, ...). Terminar a temporada sem um troféu sequer seria jogar todo esse investimento no lixo e alguém pode pagar o preço.



LEMBRETES

O querido leitor e leitora já deve estar atento aos jogos da Champions League, válidos pelas semifinais da competição. Hoje, o Bayern recebe o Barcelona precisando reverter uma desvantagem de 3x0 sofrido no Camp Nou. Amanhã, como já citado, é o Real quem recebe a Juventus, precisando virar um placar de 2x1. Eu palpito que Barça e Real farão uma nova final espanhola em junho. As partidas serão realizadas às 15:45h (horário de Brasília) e terão transmissão nos canais ESPN, Esporte InterativoBand e Globo. Boa sorte a todas as equipes e que prevaleça o melhor futebol.


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