segunda-feira, 25 de maio de 2015

A Última Orquestra do Maestro

Imagem extraída do site oficial do Barcelona- http://www.fcbarcelona.cat/



Bom dia, queridos leitores e leitoras! Em decorrência de problemas pessoais do autor, este blog não sofreu atualizações durante a última semana. Peço imensas desculpas pela ausência e farei o possível para que este diário virtual continue a entreter o querido e a querida internauta durante muito tempo.


Neste último final de semana, o Barcelona comemorou o seu 23º título espanhol. O campeonato já estava assegurado desde o último domingo com o triunfo sobre o Atlético de Madrid, o que mantinha a diferença de quatro pontos sobre o vice-líder e arquirrival Real Madrid restando apenas uma rodada para o final de La Liga 2014-15. Desta forma, o Barça não mais poderia ser alcançado por nenhum adversário na tabela e poderia festejar o título de maneira antecipada. A partida de sábado contra o La Coruña (que terminou empatado em 2x2) foi uma mera formalidade, mas o resultado pouco importava no momento.

O jogo realizado no Camp Nou serviu para consagrar uma verdadeira lenda do futebol. O maestro Xavier Hernández i Creus, mais conhecido como Xavi, despediu-se da Liga BBVA. O meio-campista confirmou há algum tempo os rumores que especulavam sua saída do Barcelona após 17 anos atuando pelo time principal. Foi a última orquestra regida pelo maestro no Campeonato Espanhol.

Xavi esteve no Barcelona desde 1991 quando tinha 11 anos, atuando pelas categorias de base do time catalão. Desde pequeno, o franzino menino já demonstrava seu talento de orquestrar as jogadas. Ao invés de correr em campo como os outros garotos, preferia ficar parado fazendo com que a bola chegasse aos atacantes, característica que ele carregou até os dias de hoje.

O camisa 6, de fato, nunca foi um meia de movimentação, optando por ser o camisa 10 típico, um jogador que prefere cadenciar as jogadas e municiar os atacantes. Também possui características de marcação, atuando como volante ou meia central em alguns jogos na Seleção Espanhola. E sua bola parada é igualmente letal, sendo o cobrador de faltas e escanteios do time.



Imagem extraída do site oficial do Barcelona- http://www.fcbarcelona.cat/



Xavi formou com o eterno parceiro Andrés Iniesta um dos melhores meios-de-campo da história do futebol, senão o melhor. Ambos compartilham do mesmo talento na execução dos passes e na visão de jogo. Xavi, mais defensivo, dava liberdade para que o parceiro arriscasse algumas subidas para o ataque pelo lado esquerdo. Foi desta forma que ele ajudou Iniesta a anotar o gol do título espanhol na Copa de 2010.

Títulos, aliás, jamais faltaram a Xavi. Pelo Barcelona, foram oito campeonatos espanhóis, duas Copas Del Rey, três Champions Leagues e dois Mundiais Interclubes. Pela Seleção Espanhola, foram duas Eurocopas e a já mencionada Copa do Mundo de 2010.

O tempo, infelizmente, passa para todos. Xavi já vinha há algum tempo sofrendo com as limitações da idade. As lesões vinham se tornando cada vez mais frequentes e suas jogadas já não eram mais tão surpreendentes como há cinco anos atrás. Mesmo com todo o seu talento, o meia já não conseguia mais competir com adversários jovens e vigorosos. Era necessário passar o bastão a algum sucessor. E ele veio da Croácia após uma passagem bem sucedida pelo Sevilla na temporada 2013-14. Ivan Rakitić, contratado no início da temporada, recebeu a difícil missão de substituir um jogador tão diferenciado. Após alguns meses de irregularidade, o meia croata mostrou-se apto para a missão e demonstrou que a posição de Xavi estaria em boas mãos, ou melhor, em bons pés.



Imagem extraída do site oficial do Barcelona- http://www.fcbarcelona.cat/



O destino de Xavi será o Al-Sadd do Catar (ou "Qatar"). Acredita-se que o maestro seguirá os mesmos passos de Josep Guardiola, que também atuou no Oriente Médio e, posteriormente, tornou-se treinador do próprio Barcelona. Guardiola, inclusive, teria afirmado que Xavi possui muito talento para dirigir um time.

A missão de Xavi pelo Barcelona, contudo, ainda não está completa. O camisa 6 ainda terá compromissos pelo time catalão na Copa Del Rey (sábado dia 30 de maio no Camp Nou, diante do Athletic Bilbao) e na Champions League (sábado dia 6 de junho no Olympiastadion, diante da Juventus). Se for bem sucedido em ambas, conquistará a segunda Tríplice Coroa de sua carreira -a primeira foi em 2008-09.

Escrevo, como torcedor do Barcelona e fã de Xavi, que foi um imenso prazer assistir ao seu talento, ainda que pela televisão. Infelizmente, jamais pude ir até a Europa para vê-lo jogar ao vivo. Foi graças ao Barça e ao talento de Xavi que eu conheci o futebol bonito e bem jogado. Muitas das minhas opiniões neste blog foram influências diretas desta grande geração do Barcelona e também da Seleção Espanhola. Com o futebol cada vez mais físico e brutal, o "baixinho" Xavi se destacou e fez toda a diferença nos gramados, demonstrando que o esporte também se pratica com inteligência e elegância.

Sentirei muitas saudades de seus passes e de sua maestria, seja com a camisa do Barcelona, seja com o uniforme da Furia. Felizes serão os cataris, que terão o privilégio de assistir aos últimos toques de bola de Xavi antes de pendurar as chuteiras. Que ele possa fazer a diferença também no Oriente Médio!

Muito obrigado por tudo, Maestro! Muito obrigado mesmo, Craque!



Imagem extraída do site oficial do Barcelona- http://www.fcbarcelona.cat/



CALMA!

Já tem torcedor se descabelando pelo começo ruim das grandes equipes no Brasileirão 2015. Palmeiras, Cruzeiro, Vasco e Flamengo ainda não venceram nenhuma partida. São Paulo, Santos, Atlético-MG, Fluminense, Inter e Grêmio ainda estão oscilando bastante na tabela. Toda essa preocupação tem fundamento devido aos pontos desperdiçados que podem fazer falta lá no final, mas ainda estamos no começo do campeonato. Muita água vai rolar até dezembro, incluindo mudanças no elenco, trocas de treinadores, competições paralelas e lesões de atletas. A tendência é de que na reta final os grandes clubes (ou os de maior poder aquisitivo) se recuperem enquanto os coadjuvantes lutem para não cair. Porém, os times já deveriam estar em um ritmo bem melhor do que o demonstrado nas primeiras rodadas, afinal tiveram os estaduais para se prepararem.



CALOU O BOCA

A punição da CONMEBOL ao Boca Juniors divide opiniões entre os comentaristas: alguns acreditam que foi muito branda, enquanto outros afirmam que foi exemplar. A exclusão do clube xeneize, de qualquer forma, era o mínimo que a confederação deveria ter feito. Primeiro porque responsabiliza os clubes pelo mau comportamento de seus torcedores, algo que já deveria haver há muito tempo em toda a América do Sul, incluindo o Brasil. E, segundo, porque abre o precedente para que mais clubes sejam punidos em caso de novas atitudes violentas de torcedores, como lembrou o jornalista Cosme Rímoli. Apenas lamento que a Libertadores se viu privada do bom futebol praticado pelo Boca, mas a punição ao clube era algo necessário.


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